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Metodologia Científica: técnicas de estudo, método e elaboração do projeto de pesquisa.

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Prévia do material em texto

Metodologia Científi ca
Auro de Jesus Rodrigues
Autor
Hortência de Abreu Gonçalves
Maria Balbina de Carvalho Menezes
Maria de Fátima Nascimento
Co-Autoras
3a Edição
Jouberto Uchôa de Mendonça
Reitor
Amélia Maria Cerqueira Uchôa
Vice-Reitora
Jouberto Uchôa de Mendonça Junior
Pró-Reitoria Administrativa - PROAD
Ihanmarck Damasceno dos Santos
Pró-Reitoria Acadêmica - PROAC
Domingos Sávio Alcântara Machado
Pró-Reitoria Adjunta de Graduação - PAGR
Temisson José dos Santos
Pró-Reitoria Adjunta de Pós-Graduação
e Pesquisa - PAPGP
Gilton Kennedy Sousa Fraga
Pró-Reitoria Adjunta de Assuntos 
Comunitários e Extensão - PAACE
Jane Luci Ornelas Freire
Gerente do Núcleo de Educação a Distância - Nead
Andrea Karla Ferreira Nunes
Coordenadora Pedagógica de Projetos - Nead
Lucas Cerqueira do Vale
Coordenador de Tecnologias Educacionais - Nead
Equipe de Elaboração e 
Produção de Conteúdos Midiáticos: 
Alexandre Meneses Chagas - Supervisor 
Ancéjo Santana Resende - Corretor
Andira Maltas dos Santos – Diagramadora
Bruno Costa Pinheiro - Webdesigner
Claudivan da Silva Santana - Diagramador
Edilberto Marcelino da Gama Neto – Diagramador
Edivan Santos Guimarães - Diagramador
Fábio de Rezende Cardoso - Webdesigner
Geová da Silva Borges Junior - Ilustrador
Márcia Maria da Silva Santos - Corretora
Matheus Oliveira dos Santos - Ilustrador
Monique Lara Farias Alves - Webdesigner
Pedro Antonio Dantas P. Nou - Webdesigner
Rebecca Wanderley N. Agra Silva - Designer
Rodrigo Otávio Sales Pereira Guedes - Webdesigner
Rodrigo Sangiovanni Lima - Assessor
Walmir Oliveira Santos Júnior - Ilustrador
Redação:
Núcleo de Educação a Distância - Nead
Av. Murilo Dantas, 300 - Farolândia
Prédio da Reitoria - Sala 40
CEP: 49.032-490 - Aracaju / SE
Tel.: (79) 3218-2186
E-mail: infonead@unit.br
Site: www.ead.unit.br
Impressão:
Gráfi ca Gutemberg
Telefone: (79) 3218-2154
E-mail: grafi ca@unit.br
Site: www.unit.br
Copyright © Sociedade de Educação Tiradentes
R696m Rodrigues, Auro de Jesus 
Metodologia científica / Auro de 
Jesus Rodrigues; co-autoras Hor-
tência de Abreu Gonçalves, Maria 
Balbina de Carvalho Menezes, Maria 
de Fátima Nascimento. 3. ed. rev. e 
ampl. – Aracaju : UNIT, 2010.
184 p.: il. : 22 cm. (Série bibliográ-
fica Unit ; v. 1)
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-7833-009-5
1. Metodologia científica 2. Edu-
cação a distância. I. Gonçalves, 
Hortência de Abreu. II. Menezes, 
Maria Balbina de Carvalho. III. Nas-
cimento, Maria de Fátima. IV. Uni-
versidade Tiradentes - Educação a 
Distância. V. Título 
 
CDU : 001.891
Copyright © Sociedade de Educação Tiradentes
Mensagem do Reitor
Prezado(a) estudante,
 
A modernidade anda cada vez mais atrelada ao tem-
po, e a educação não pode ficar para trás. Prova disso 
são as nossas disciplinas on-line, que possibilitam a você 
estudar com o maior conforto e comodidade possível, sem 
perder a qualidade do conteúdo.
 
Por meio do nosso programa de disciplinas on-line 
você pode ter acesso ao conhecimento de forma rápida, 
prática e eficiente, como deve ser a sua forma de comunica-
ção e interação com o mundo na modernidade. Fóruns on-
line, chats, podcasts, livespace, vídeos, MSN, tudo é válido 
para o seu aprendizado.
 
Mesmo com tantas opções, a Universidade Tiradentes 
optou por criar a coleção de livros Série Bibliográfica Unit como 
mais uma opção de acesso ao conhecimento. Escrita por nossos 
professores, a obra contém todo o conteúdo da disciplina que 
você está cursando na modalidade EAD e representa, sobretu-
do, a nossa preocupação em garantir o seu acesso ao conheci-
mento, onde quer que você esteja.
 
Desejo a você bom 
aprendizado e muito sucesso!
Professor Jouberto Uchôa de Mendonça
Reitor da Universidade Tiradentes
Apresentação
Prezado(a) estudante,
Vivemos em um mundo em que as novas tecnologias produ-
zem e veiculam conhecimentos numa velocidade incrível. Aprendê-los 
e aproveitá-los requer, sobretudo, do estudante habilidades, compe-
tências e muita dedicação. A Educação tem se beneficiado muito com 
o desenvolvimento das novas tecnologias da informação e da comu-
nicação, que proporcionam espaços com diferentes caminhos para a 
aprendizagem, trazendo agilidade e flexibilidade ao estudo.
A disciplina de Metodologia Científica, na modalidade Ead 
e on-line requer estratégias diferentes de uma disciplina presencial. 
Nela, você deverá construir sua aprendizagem de forma autônoma, 
administrando o tempo, o ritmo e o horário de seu estudo, através de 
diversas mídias e recursos (livro impresso, podcast, video-aula, fórum, 
chat etc.).
Ela deverá possibilitar a você “aprender a fazer” e “fazer 
aprendendo”. Levá-lo a comunicar-se de forma correta, inteligível, de-
monstrando um pensamento estruturado, plausível e convincente. A 
criar hábitos que o acompanharão por toda a sua vida, como o gosto 
pela leitura; a investigação científica; um espírito crítico, reflexivo, 
indagador; o diálogo com o mundo; a autodisciplina; uma postura 
de humildade diante do saber; a ousadia/coragem de expor o próprio 
pensar. 
Nessa disciplina você terá uma nova oportunidade de apren-
dizagem, não apenas pela aquisição e troca de conhecimentos, aluno-
aluno e aluno professor, mas também pela agilidade que o uso das 
novas tecnologias na educação irá proporcionar na elaboração de seus 
trabalhos acadêmicos.
Nesse sentido, seja bem vindo(a) a disciplina de Metodologia 
Científica. Aqui, foi elaborado para você um material interativo relacio-
nados aos trabalhos acadêmicos, organização dos estudos, pesquisa, 
conhecimento, ciência, método científico e elaboração do projeto de 
pesquisa, possibilitando o “aprender a aprender”.
Bom trabalho!
O autor
Sumário
Parte1: Procedimentos Didáticos, Acadêmicos
e Científi cos ..................................... 13
Tema 1: Metodologia Científi ca 
e técnicas de estudo ....................................... 13
1.1 Finalidade e importância ..................................... 13
1.2 Organização dos estudos .................................... 15
1.3 Técnicas de sublinhar e esquema ....................... 25
1.4 Resumo, resenha e fi chamento ......................... 28
Tema 2: Trabalhos acadêmico-científi cos .................... 53
2.1 Pesquisa científi ca/Ética e Pesquisa .................. 47
2.2 Pesquisa bibliográfi ca e normas de referências, 
citações e notas de rodapé ............................... 61
2.3 Artigo e Relatório técnico-científi co .................. 70
2.4 Monografi a e Seminário .................................... 97
Parte 2: Ciência, Método Científi co
e Projeto de Pesquisa............................109
Tema 3: Conhecimento,Ciência e Método .................... 111
3.1 O Conhecimento ................................................. 111
3.2 A Ciência ........................................................... 118
3.3 Métodos de abordagens ................................... 129
3.4 Métodos de procedimentos ................................... 136
Tema 4: Elaboração do Projeto de Pesquisa ............... 139
4.1 Tema e problema de pesquisa ........................... 139
4.2 Questões, hipóteses 
e objetivos de pesquisa ................................... 148
4.3 Técnicas de coleta de dados ............................. 151
4.4 Estrutura do projeto de pesquisa ..................... 159
Referências .................................................... 178
Ementa
Finalidade da metodologia científica. Importância da 
metodologia no âmbito das ciências. Metodologia de estu-
dos. O conhecimento e suas formas. Os métodos científicos. 
A pesquisa enquanto instrumento de ação reflexiva, crítica 
e ética. Tipos, níveis, etapas e planejamento da pesquisa 
científica.Procedimentos materiais e técnicos da pesquisa 
científica. Diretrizes básicas para elaboração de trabalhos 
didáticos, acadêmicos e científicos. Normas técnicas da 
ABNT para referências, citações e notas de rodapé. Projeto 
de Pesquisa.
Objetivos
 proporcionar ao aluno do curso superior condi-
ções suficientes para elaboração e apresentação 
de trabalhos acadêmicos e científicos, na relação 
teoria-prática e no desenvolvimento do raciocínio 
analítico, sistemático, crítico e reflexivo;
 compreender a importância da ciência, suas caracte-
ríticas e relevância social;
 entender o método científico, tipos, característi-
cas e finalidades no âmbito da ciência;
 proporcionar conhecimentos teóricos e técnicos 
que possibilitem a elaboração de um projeto de 
pesquisa.
Concepção da Disciplina
Orientação para Estudo
A disciplina propõe orientá-lo em seus procedimen-
tos de estudo e na produção de trabalhos científicos, pos-
sibilitando que você desenvolva em seus trabalhos pesqui-
sas, o rigor metodológico e o espírito crítico necessários ao 
estudo.
Tendo em vista que a experiência de estudar a dis-
tância é algo novo, é importante que você observe algumas 
orientações:
 Cuide do seu tempo de estudo! Defina um ho-
rário regular para acessar todo o conteúdo da 
sua disciplina disponível neste material impresso 
e no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). 
Organize-se de tal forma para que você possa 
dedicar tempo suficiente para leitura e reflexão;
 Esforce-se para alcançar os objetivos propostos 
na disciplina;
 Utilize-se dos recursos técnicos e humanos que 
estão ao seu dispor para buscar esclarecimen-
tos e para aprofundar as suas reflexões. Esta-
mos nos referindo ao contato permanente com o 
professor e com os colegas a partir dos fóruns, 
chats e encontros presenciais. Além dos recursos 
disponíveis no Ambiente Virtual de Aprendiza-
gem – AVA.
Para que sua trajetória no curso ocorra de forma tran-
quila, você deve realizar as atividades propostas e estar 
sempre em contato com o professor, além de acessar o AVA.
Para se estudar num curso a distância deve-se ter a 
clareza que a área da Educação a Distância pauta-se na au-
tonomia, responsabilidade, cooperação e colaboração por 
parte dos envolvidos, o que requer uma nova postura do 
aluno e uma nova forma de concepção de educação.
Por isso, você contará com o apoio das equipes 
pedagógica e técnica envolvidas na operacionalização do 
curso, além dos recursos tecnológicos que contribuirão na 
mediação entre você e o professor.
PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS, 
ACADÊMICOS E CIENTÍFICOS
Parte 1
1 Metodologia Científi ca e técnicas de estudo
1.1 Finalidade e importância
Ao ingressar na universidade o aluno começa a perceber que muita 
coisa vai mudar em sua vida, pois o ato de estudar terá que ser inserido no 
seu cotidiano. 
Pode-se dizer que a Metodologia Científica é uma disciplina respon-
sável por dar as boas vindas ao novo estudante, ela significa o estudo dos 
caminhos do saber, os caminhos para se fazer Ciência. Ela se faz necessária 
nesse primeiro momento da vida universitária.
É importante, inicialmente, destacar que a disciplina de Metodologia 
Científica, não só objetiva transmitir conhecimentos, mas, principalmente, 
possibilitar ao aluno a relação teoria-prática e a produzir conhecimento.
Assim, para iniciarmos nossa disciplina é necessário refletirmos:
 Qual a importância de se estudar Metodologia Científica? 
 O que ela acrescenta em sua formação acadêmica e profissional?
Os objetivos específicos da Metodologia Científica enquanto dis-
ciplina são:
a) analisar as características essenciais que permitem distinguir Ciên-
cia de outras formas de conhecer, enfatizando o método científico;
Metodologia Científi ca14
b) analisar as condições em que o conhecimento 
é científicamente construído abordando o signi-
ficado de postulados e atitudes da Ciência hoje;
c) oportunizar o aluno a comportar-se científica-
mente, levantando e formulando problemas, co-
letando dados, analisando e interpretando-os e 
comunicando os resultados;
d) capacitar o aluno para que ele leia criticamente 
a realidade e produza conhecimentos;
e) fornecer informações e referenciais para a mon-
tagem formal e substantiva de trabalhos cientí-
ficos: resenhas, monografias, artigos científicos, 
etc.;
f ) fornecer processos facilitadores à adaptação do 
aluno, integrando-o à universidade, minimizando 
suas dificuldade e apreensões quanto às formas 
de estudar e, consequentemente, de encontrar os 
meios de extrair o maior proveito dos estudos.
Assim, poderíamos dizer que a Metodologia Científi-
ca é a disciplina que confere os caminhos necessários para 
o autoaprendizado em que o aluno é o sujeito do proces-
so, aprendendo a pesquisar e a sistematizar o conheci-
mento obtido. Ela é baseada na apresentação e exame de 
diretrizes aptas a instrumentar o universitário no que tange 
ao estudo e ao aprendizado.
A Metodologia Científica vem para auxiliar numa 
formação profissional competente do estudante, bem 
como numa formação sócio-política, que conduzirá o alu-
no a ler, crítica e analiticamente, o seu cotidiano. Essa 
formação profissional competente está relacionada ao 
crédito dado ao estudo e à elaboração de um projeto de 
estudo com objetivos e metas conscientemente definidas, 
15Tema 1 | Metodologia Científi ca e Técnicas de Estudo
em que deve estar implícita a preocupação em aprender 
as funções advindas da carreira profissional (BARROS; 
LEHFELD, 2000). 
A disciplina Metodologia Científica deve estimular os 
estudantes para que busquem motivações para encontrar 
respostas às suas dúvidas. Se nos referimos a um curso 
superior estamos naturalmente nos referindo a uma Aca-
demia de Ciência e, como tal, as respostas aos problemas 
de aquisição de conhecimento devem ser buscadas atra-
vés do rigor científico e apresentadas através das normas 
acadêmicas vigentes. Dito isto, parece que fica claro que a 
disciplina de Metodologia Científica não é um simples con-
teúdo a ser decorado pelos alunos, para ser verificado num 
dia de prova; trata-se de fornecer aos estudantes um ins-
trumental indispensável para que sejam capazes de atingir 
os objetivos da Academia, que são o estudo e a pesquisa 
em qualquer área do conhecimento. Trata-se então de se 
aprender fazendo, como sugerem os conceitos mais moder-
nos da Educação (BELLO, 2007).
 Quando falamos de um curso superior, estamos 
nos referindo, indiretamente, a uma Academia de Ciên-
cias, já que qualquer Faculdade nada mais é do que o lo-
cal próprio da busca incessante do saber científico. Neste 
sentido, esta disciplina tem uma importância fundamen-
tal na formação do profissional. Se os alunos procuram 
a Academia para buscar saber, precisamos entender que 
Metodologia Científica nada mais é do que a disciplina 
que “estuda os caminhos para o saber” (BELLO, 2007).
Pensando assim, passaremos a estudar as técnicas, 
procedimentos e normas para a elaboração de trabalhos de 
graduação, como um conteúdo importante para orientação e 
para o desenvolvimento de sua prática acadêmica.
1.2 Organização dos estudos
Segundo Ruiz (1996), o aluno que acaba de in-
gressar numa faculdade precisa ser informado sobre os 
Metodologia Científi ca16
procedimentos necessários para tirar o maior proveito do 
curso que vai fazer, tendo em vista que os conteúdos tra-
balhados no ensino fundamental e médio são diferentes 
dos conteúdos do ensino superior. Assim, é necessário 
integrar-se desde o início ao ritmo desta nova etapa de 
ascensão no saber, que se chama vida universitária.
Esclarece ainda o autor que, na universidade, o alu-
no precisa mudar, especialmente na responsabilidade, na 
autodisciplina ena forma de conduzir sua vida de estudos 
para tirar o maior proveito da excelente oportunidade de 
crescimento cultural, que a universidade lhe oferece.
Portanto, você precisa saber que o curso que es-
colheu na universidade desenvolverá conteúdos teórico-
práticos, necessários a sua formação profissional e inte-
lectual, cabendo a você não só reter esses conteúdos, 
mas transformá-los em conhecimentos.
Assim sendo, apresentamos orientações necessá-
rias para a sua vida universitária:
a) Ao iniciar o curso é preciso que você tenha 
muita clareza e consciência do objetivo que se 
pretende alcançar;
b) O processo de aprendizagem na vida universi-
tária requer: constância, paciência e perseverança 
por parte do aluno;
c) Para que você obtenha bom proveito dos con-
teúdos teórico-práticos do seu curso, é necessário 
organizar e planejar horário/atividade, ou seja, de-
finir horário para estudo, para dedicação à família, 
o trabalho, o lazer, o repouso, etc.; 
d) Utilize os procedimentos técnicos e metodoló-
gicos que lhe serão oferecidos aplicando-os nas 
disciplinas presenciais e não presenciais do seu 
curso e nos seus estudos;
17Tema 1 | Metodologia Científi ca e Técnicas de Estudo
e) É necessário que frequente as aulas; leve o 
material de aprendizagem; organize o tempo pre-
visto para a revisão das aulas e provas; realize os 
trabalhos em grupo ou individualmente, conforme 
solicitação do seu professor; mantenha silêncio 
em sala de aula e mantenha um clima cordial no 
relacionamento professor-aluno;
f) Nas disciplinas não presenciais estabeleça horá-
rios para os estudos; realize os trabalhos solicitados 
e mantenha sempre contato com o professor/tutor.
É bom lembrar que em virtude de 
os universitários brasileiros, na 
sua grande maioria, disporem de 
pouco tempo para seus cursos e 
exercerem funções profi ssionais 
concomitantes ao curso supe-
rior, exige-se deles organização 
sistemática do pouco tempo dis-
ponível para o estudo em casa, 
indispensável para um melhor 
aproveitamento do seu curso de 
graduação (SEVERINO, 1999, p. 31).
E agora? Como estudar?
Pode-se dizer que estudar é ir à procura de conhe-
cimento. O objetivo é chegar a aprender. Estudar faz com 
que alguém se torne uma pessoa ponderada, aberta, críti-
ca e avaliativa frente a outras opiniões. O estudo constitui 
um fator significativo de aproximação dos homens e das 
culturas.
Para um bom estudo não é necessário que você te-
nha dotes extraordinários. Basta uma inteligência normal, 
o resto é completado pela força de vontade, dedicação 
e a utilização de métodos e técnicos. Quem de fato quer 
estudar deve estabelecer uma hierarquia de valores em 
sua vida.
Estudar é um verdadeiro trabalho com suas sa-
tisfações, alegrias, cansaços... Para que seus estudos 
Metodologia Científi ca18
alcancem maior aproveitamento é necessário que seja 
acompanhado de técnicas e métodos, pois estes podem 
tornar o estudo mais eficiente e mais produtivo.
É necessário que você reorganize seu tempo para 
as atividades de lazer, trabalho e estudo. Disponibiliza-
do tempo para estudo é necessário desenvolver técnicas 
para tornar o seu tempo mais produtivo. Para Ruiz (1996, 
p. 23), o estudante que não conhece outros detalhes so-
bre leitura, revisão e fichamento pouco ou nada produ-
zirá, mas quem utilizar as técnicas de leitura, revisão e 
fichamento, certamente lerá boas páginas em dez minu-
tos, descobrirá e assinalará a ideia principal, as palavras-
chave e os pormenores importantes de um texto.
Já Severino (1999), afirma que não se trata de es-
tabelecer uma detalhada divisão de horário de estudo: o 
essencial é aproveitar o tempo disponível, com uma orde-
nação de prioridades. Também não é necessário discutir as 
condições de ordem física e psíquicas que sejam melhores 
para o estudo, muito dependentes das características pes-
soais de cada um, sendo difícil estabelecer regras gerais 
que acabam caindo numa tipologia artificial. 
Neste sentido, apresentamos orientações gerais 
para melhorar seus estudos:
 Procure uma boa razão que justifique sua par-
ticipação no curso em que está matriculado; 
você tem um objetivo?
 Comece a estudar as coisas mais agradáveis e 
depois as menos agradáveis. É preciso vencer 
o limite de “não gostar de estudar”;
 Estude para aprender. Vença suas limitações. 
Habitue-se ao estudo.
 Tenha sempre uma atitude responsável e parti-
cipativa na sua vida universitária e de estudos;
19Tema 1 | Metodologia Científi ca e Técnicas de Estudo
 Planeje seu tempo para as atividades de 
seu curso. Diariamente reserve um espa-
ço para seus estudos. Sempre há o que 
estudar;
 Frequentemente, organize o material de estu-
do; faça as revisões dos conteúdos trabalha-
dos nas aulas presenciais e não presenciais. 
Participe! Seja um sujeito ativo!
 Procure estudar em local tranquilo, silencioso 
e privativo; 
 Faça uma distribuição coerente dos conteú-
dos que serão estudados por disciplinas nos 
horários reservados para os estudos;
 Não faça leitura corrida por muito tempo, 
utilize-se de intervalos de dez ou vinte mi-
nutos durante a leitura. Esse intervalo que 
será definido por você deverá ser seguido 
à risca;
 Quando você não entender o assunto estu-
dado pergunte ao seu professor ou profes-
sor/tutor; 
 É importante que você comece a organizar 
uma biblioteca pessoal e, também, frequente 
a biblioteca da universidade;
 Portanto, procure dedicar-se aos estudos, 
pois será necessário perseverança, concen-
tração, interesse, motivação, confiança, ter à 
mão o material adequado para o estudo e um 
ambiente apropriado.
Metodologia Científi ca20
Procure criar bons hábitos de estudos
Você sabia que para fazer um bom estudo de 
texto devemos seguir normas e procedimen-
tos e utilizar técnicas de estudo?
1.2.1 Estudo de Textos
Vejamos.
O estudo de texto implica na aplicação do querer 
aprender, obter conhecimentos, preparar-se para anotar in-
formações para a realização de trabalhos acadêmicos na 
universidade. O processo de estudo, para não ser árduo 
e desconexo, deve ser feito dentro de uma metodologia.
É necessário saber que todo texto escrito se insere 
num diálogo maior. Conforme Severino (1999, p. 49) o 
texto-linguagem significa o meio intermediário pelas quais 
duas consciências se comunicam. Ele é o código que cifra 
a mensagem. Ao escrever um texto, o autor (emissor) co-
difica sua mensagem e o leitor (receptor), ao ler um texto, 
decodifica a mensagem do autor, para então pensá-la, 
assimilá-la e personalizá-la, compreendendo-a: assim se 
completa a comunicação. Portanto, temos:
EMISSSOR  MENSAGEM  RECEPTOR
(Autor) (Texto) (Leitor)
21Tema 1 | Metodologia Científi ca e Técnicas de Estudo
No estudo de um texto você deve, inicialmente, 
selecionar o que ler, que pode ser definido a partir dos 
elementos: título da obra, a data de publicação, a edi-
tora, a “orelha”, o índice ou sumário, a bibliografia, a 
introdução ou prefácio.
Logo após, delimitar a unidade de leitura, ou seja, 
definir o que será lido e que apresente unidade de senti-
do. A unidade de leitura pode ser uma obra, um capítulo 
ou qualquer outra subdivisão que apresente uma unida-
de de sentido.
Estabelecida a unidade de leitura, você deverá ler 
várias vezes o texto, o suficiente para a sua compre-
ensão. Essas leituras podem ser feitas através de três 
etapas ou tipos de análises de texto:
a) Análise Textual: primeira etapa de estudo do 
texto. Corresponde a uma leitura “por alto”, glo-
bal; devendo fazer um levantamento sobre: a 
vida, a obra e o pensamento do autor; doutrina 
e método utilizado; fatos históricos e autores co-
mentados no texto; vocabulário, termos e concei-
tos utilizados.Faça as anotações necessárias;
b) Análise Temática: corresponde a uma segunda 
etapa; busca-se a compreensão do texto; procu-
ra ouvir o autor, apreender, sem intervir nele. É o 
momento em que deverá responder: de que fala 
o texto? Como está problematizado? Qual a ideia 
central? Como estão expostas as argumentações? 
Como estão expostas as demonstrações? Qual a 
sua conclusão? Verifica-se a linha de raciocínio 
do autor. Faça as anotações necessárias. Nesta 
etapa pode-se elaborar o resumo indicativo ou 
informativo;
c) Análise Interpretativa: terceira etapa de es-
tudo. Deve ler o texto criticamente com vista à 
Metodologia Científi ca22
interpretação. Procura-se julgar o texto, anali-
sando originalidade, coerência dos conteúdos, 
lógica de raciocínio. Analisar se o autor conse-
guiu atingir os seus objetivos e foi eficaz nos 
argumentos e demonstrações em defesa da tese 
proposta. Faça as anotações necessárias. Nes-
ta etapa podem-se elaborar diversos tipos de 
resumo como: indicativo, informativo, resumo 
crítico e resenha.
Para o melhor aproveitamento no processo de 
análise do texto, é necessária a utilização de algumas 
técnicas já consagradas por especialistas em metodo-
logia, tais como: sublinhar, esquematizar, resumir e fi-
chamento.
TEXTO COMPLEMENTAR
A Organização da vida de estudos na universidade
Ao dar início a essa nova etapa de formação 
escolar, a etapa do ensino superior, o estudante dar-
se-á conta de que se encontra diante de exigências 
específicas para a continuidade de sua vida de es-
tudos. Novas posturas diante de novas tarefas ser-
lhe-ão logo solicitadas. Daí a necessidade de assumir 
prontamente essa nova situação e de tomar medidas 
apropriadas para enfrentá-la. É claro que o processo 
pedagógico-didático continua, assim como a apren-
dizagem que dele decorre. No conjunto, porém, as 
sua posturas de estudo devem mudar radicalmente, 
embora explorando tudo o que de correto aprendeu 
em seus estudos anteriores.
Em primeiro lugar, é preciso que o estudante 
se conscientize de que, doravante, o resultado do 
processo depende fundamentalmente dele mesmo. 
Seja pelo seu próprio desenvolvimento psíquico e 
23Tema 1 | Metodologia Científi ca e Técnicas de Estudo
intelectual, seja pela própria natureza do processo 
educacional desse nível, as condições de aprendi-
zagem transformam-se no sentido de exigir do estu-
dante maior autonomia na efetivação da aprendiza-
gem, maior independência em relação aos subsídios 
da estrutura de ensino e dos recursos institucionais 
que ainda continuam sendo oferecidos. O aprofunda-
mento da vida científica passa a exigir do estudan-
te uma postura de auto-atividade didática que será, 
sem dúvida, crítica e rigorosa. Todo o conjunto de 
recursos que está na base do ensino superior não 
pode ir além de sua função de fornecer instrumentos 
para uma atividade criadora.
Em segundo lugar, convencido da especifici-
dade dessa situação, deve o estudante empenhar-se 
num projeto de trabalho altamente individualizado, 
apoiado no domínio e na manipulação de uma série 
de instrumentos que devem estar contínua e perma-
nentemente ao alcance de suas mãos. É com o auxí-
lio desses instrumentos que o estudante se organiza 
na sua vida de estudo e disciplina sua vida científi-
ca. Este material didático e científico serve de base 
para o estudo pessoal e para complementação dos 
elementos adquiridos no decurso do processo cole-
tivo de aprendizagem em sala de aula. Dado o novo 
estilo de trabalho a ser inaugurado pela vida univer-
sitária, a assimilação de conteúdos já não pode ser 
feita de maneira passiva e mecânica como costuma 
ocorrer, muitas vezes, nos ciclos anteriores. Já não 
basta a presença física às aulas e o cumprimento 
forçado de tarefas mecânicas: é preciso dispor de um 
material de trabalho específico à sua área e explorá-
lo adequadamente. 
SEVERINO, Antonio Joaquim. A organização da vida de estudos 
na universidade. In: ______. Metodologia do trabalho científi-
co. 20. ed. rev. e ampl. São Paulo: Cortez, 1996. p. 25-26.
Metodologia Científi ca24
TEXTO COMPLEMENTAR
O que estudar
Nem sempre o estudante – mesmo em nível de 
pós-graduação – colhe frutos maduros e satisfatórios de 
seus anos acadêmicos, apesar dos consideráveis inves-
timentos financeiros (estudar, entre nós, é caro e ainda 
um privilégio de poucos) e dos esforços pessoais empre-
endidos. Não são poucos os que, uma vez concluído o 
curso, nem querem se lembrar mais daqueles livros, pro-
vas, professores exigentes e salas de aula abarrotadas. 
Consideram o fim dos anos escolares como verdadeira 
libertação. Temos aqui as reações de um estudo mal fei-
to, normalmente porque faltaram uma boa introdução e 
um correto acompanhamento na “arte de estudar”.
Quantos estudantes – ainda em pleno período es-
colar – não “queimam as pestanas” às vésperas de um 
exame e, não obstante, seus resultados são exíguos? 
Outros se esforçam tanto que sacrificam lazer, amizade, 
programas de televisão e convivência em comunidade 
religiosa ou familiar, estudando noite adentro, e mesmo 
assim têm pouco êxito em provas e trabalhos escolares.
Uns não sabem como tirar proveito das expo-
sições do professor em sala de aula, outros vão dor-
mir em cima de livros logo que chegam em casa. Há 
muitos que não têm a mínima noção de como fazer 
fichamento, uma recensão de artigo ou livro, uma 
monografia e nem de longe sabem o que fazer com 
fichas bibliográficas ou fichas de conteúdo. Na reali-
dade, veem no estudo sistemático uma nova forma de 
“tortura” imposta ao aluno e um peso inútil nos anos 
juvenis. Em parte estas queixas – raramente confessa-
das explicitamente – correspondem à realidade dos fa-
tos. Como acontece em qualquer profissão, quem não 
domina as “ferramentas” de sua área de especializa-
25Tema 1 | Metodologia Científi ca e Técnicas de Estudo
ção facilmente desanima e desiste diante de esforços 
sobre-humanos sem resultado notável. A metodologia 
científica visa exatamente suprir essa deficiência, en-
sinando como manejar os instrumentos adequados ao 
“trabalho de estudo”, a fim de torná-lo mais eficiente, 
agradável e significativo.
MATOS, Henrique Cristiano José. O que estudar. In: ______. 
Aprendendo a estudar: orientações metodológicas para o estu-
do. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994. p. 13-14.
1.3 Técnicas de sublinhar e esquema
1.3.1 Sublinhar
Vejamos.
Conforme Andrade (2001, 25-26), sublinhar é a 
técnica utilizada para destacar as ideias importantes de 
um texto, indispensável para elaboração de esquemas e 
resumos. O requisito fundamental para aplicar a técnica 
de sublinhar é a compreensão do assunto, pois este é o 
único processo que possibilita a identificação das ideias 
principais e secundárias, não devendo sublinhar pará-
grafos ou frases inteiras, mas apenas palavras-chave ou 
grupo de palavras. 
Portanto, você pode perceber que sublinhar é 
destacar as ideias de um texto, podendo utilizar somen-
te as suas palavras, somente as palavras do autor ou a 
junção de suas palavras com as do autor, para elabora-
ção de um resumo com as palavras sublinhadas. 
Destaca ainda a autora, que a técnica de subli-
nhar pode ser desenvolvida a partir dos seguintes pro-
cedimentos (ANDRADE, 2001, p. 25-26):
 leitura integral do texto;
Metodologia Científi ca26
 esclarecimento de dúvidas de vocabulário, 
termos técnicos e outras;
 releitura do texto sublinhando as ideias prin-
cipais, as palavras-chave e os detalhes mais 
importantes;
 assinalar com simbologias, à margem do tex-
to, as passagens mais significativas;
 ler o que foi sublinhado para verificar se há 
sentido;
 reconstruir o texto em forma de esquema ou 
de resumo, tomando as palavras sublinhadas 
como base.
Ah!...
É importante que no processo de estudo dotexto 
não se deve sublinhar na primeira leitura. O sublinhar é 
para facilitar na compreensão do texto.
Lembrando que ao realizar uma primeira leitura glo-
bal do texto e depois, numa segunda leitura, no momento 
de sublinhar, é importante utilizar simbologias no texto, 
para destaque e esclarecimento de informações pertinentes 
a vocabulário, termos técnicos, conceitos e outras. 
Exemplo:
CÓDIGO SIGNIFICADO
? Dúvida 
! Importante
* Conceito
VD Ver dicionário
AV Aviso
C Concordo
NC Não concordo
27Tema 1 | Metodologia Científi ca e Técnicas de Estudo
1.3.2 Esquema
Vejamos.
De acordo com Ruiz (1996, p.43), o esquema é o 
plano ou a linha diretriz seguida pelo autor no desen-
volvimento de seu escrito; esse plano identifica um tema 
e estabelece a trajetória básica de sua apresentação, 
subordinando ideias, selecionando fatos e argumentos.
Para o autor a função do esquema é apresentar 
o tema e hierarquizar as partes de um todo numa linha 
diretriz, para torná-lo possível a uma visão global. Pelo 
esquema pode-se atingir o todo numa única mirada.
Uma única mirada?
Sim!
Portanto, grosso modo, podemos dizer que o es-
quema constitui num “esqueleto” do texto, apresentan-
do uma hierarquia de ideias. Ele é elaborado logo após 
o sublinhar e antes da elaboração do resumo.
Segundo Salomon (1977, p. 85), as regras para a 
elaboração de esquemas são:
• Fidelidade ao texto original: deve conter as 
ideias do autor;
• Estrutura lógica do assunto: organização das 
ideias a partir das mais importantes para as 
consequentes;
• Adequação ao assunto estudado: o esquema 
útil é flexível. Adapta-se ao tipo de matéria 
que se estuda;
• Utilidade de seu emprego: o esquema deve 
ajudar e não atrapalhar;
Metodologia Científi ca28
• Cunho pessoal: cada um faz o esquema de 
acordo com suas tendências, hábitos, recur-
sos e experiências pessoais.
Para elaborar o esquema você pode utilizar sim-
bologias, tais como: setas, círculos, chaves, linhas, figu-
ras, etc., prevalecendo o gosto pessoal e que facilite a 
compreensão do assunto.
Exemplo:
1.4 Resumo, resenha e fichamento
1.4.1 Resumos
Vejamos.
Podemos definir o resumo como a apresentação 
concisa e seletiva do texto estudado, apresentando as 
principais ideias do autor.
Qual a sua finalidade?
Difusão das informações contidas em livros, mono-
grafias, artigos, relatórios, etc.
Para que resumir?
Para compreender melhor o texto. O resumo faci-
lita a análise, fixação, integração e interpretação daquilo 
que está sendo estudado, além de uma melhor prepara-
ção para a pesquisa e avaliações. Podemos acrescentar, 
ainda, a possibilidade de melhoria na escrita, reorga-
nização dos seus conhecimentos e seleção das partes 
mais importantes de um texto. 
29Tema 1 | Metodologia Científi ca e Técnicas de Estudo
Existem regras para elaboração de resumo? 
Sim!
Para que você elabore um resumo é necessário:
 fazer a análise temática;
 sublinhar o texto;
 elaborar o esquema;
 redigir o resumo com as principais ideias do 
autor;
 confrontar o resumo com o original para ver se 
nenhuma ideia ficou esquecida.
Existe um único tipo de resumo? 
Não!
Vejamos alguns deles:
a) Resumo indicativo ou descritivo: descrevem-se 
as principais partes do texto; utilizam-se frases curtas, 
sendo necessário voltar à leitura do texto original, já 
que é uma pequena apresentação condensada do texto, 
com suas principais ideias; pouco utilizado nas universi-
dades, mas bastante utilizado pelas editoras. A redação 
do resumo deverá estar na impessoalidade com espaça-
mento duplo entre linhas. Deve ser elaborado em pará-
grafo único e apresentar a seguinte estrutura: referência 
bibliográfica e conteúdo do resumo;
b) Resumo informativo ou analítico: quando apre-
senta as ideias principais do texto; expõe-se finalidade, 
problema, metodologia, argumentos, demonstrações, re-
sultados e conclusões; é um resumo mais amplo do que 
Metodologia Científi ca30
o indicativo e que atende suficientemente ao leitor, não 
precisando voltar ao texto original para o entendimento do 
assunto. Não permite opiniões e comentários do autor do 
resumo. Bastante utilizado nas universidades. A redação do 
resumo deverá estar na impessoalidade com espaçamento 
duplo entre linhas. Deve ser elaborado em parágrafo único 
e apresentar a seguinte estrutura: referência bibliográfica, 
conteúdo do resumo e palavras-chave;
c) Resumo Crítico: deve apresentar as mesmas infor-
mações do resumo informativo, todavia, permitem-se opi-
niões e comentários do autor do resumo. Assim sendo, é 
necessária a interpretação e crítica sobre o texto estudado. 
Estrutura: referência bibliográfica, conteúdo do resumo;
d) Resenha: segue as mesmas informações do re-
sumo crítico, todavia, deve ser colocada na introdução 
do resumo da biografia do autor (formação profissional, 
pressupostos filosóficos, livros publicados, etc.). A re-
senha é um resumo crítico mais amplo, podendo, na 
elaboração dos comentários, utilizar-se de opiniões de 
diversas autoridades científicas em relação à obra do 
autor estudado. Não deve ser elaborado em parágrafo 
único, apresentando a seguinte estrutura: referência bi-
bliográfica e conteúdo da resenha.
Portanto, para que o estudo de texto seja pro-
dutivo, procure utilizar-se das técnicas de estudo, de 
sublinhar, esquematizar e resumir. A escolha do tipo 
de resumo que será realizado sobre um texto depen-
derá de seu objetivo. 
 
Vejamos o exemplo de um parágrafo sublinhado, 
esquematizado e resumido (ANDRADE, 2001, p.28-29):
Que tal você pegar alguns textos e utilizar as téc-
nicas de sublinhar, esquematizar e resumir?
31Tema 1 | Metodologia Científi ca e Técnicas de Estudo
a) Parágrafo sublinhado
 ATIVIDADES DOS ESPECIALISTAS EM COMUNICAÇÃO
São quatro as atividades principais dos especialis-
tas em comunicação: detecção prévia do meio ambiente, 
correlação das partes da sociedade na reação a esse meio, 
transmissão da herança social de uma geração para a se-
guinte e entretenimento. A detecção prévia consiste na co-
leta e distribuição de informações sobre os acontecimentos 
do meio ambiente, tanto fora como dentro de qualquer 
sociedade particular. Até certo ponto, isso corresponde ao 
que é conhecido como manipulação de notícias. Os atos de 
correlação, aqui, incluem a interpretação das informações 
sobre o meio ambiente e a orientação da conduta em re-
lação a esses acontecimentos. Em geral, essa atividade é 
popularmente classificada como editorial ou propaganda. A 
transmissão de cultura se faz através da comunicação das 
informações, dos valores e normas sociais de uma gera-
ção a outra ou de membros de um grupo a outros recém-
chegados. Comumente, é identificada como atividade edu-
cacional. Por fim, o entretenimento compreende os atos 
comunicativos com intenção de distração, sem qualquer 
preocupação com os efeitos instrumentais que eles pos-
sam ter. (WRIGHT Apud SOARES; CAMPOS, 1978, p. 120).
b) Parágrafo esquematizado
ATIVIDADES DOS ESPECIALISTAS EM COMUNICAÇÃO
detecção do meio ambiente ________ coleta e distribui-
ção de informações
= notícias
correlação das partes da sociedade ________ interpretação 
das informações na reação a esse meio 
= editorial/propaganda
Metodologia Científi ca32
transmissão de cultura ________ comunicação das in-
formações 
= atividade educacional
 
entretenimento ________ atos comunicativos
= distração 
c) Resumo do Parágrafo
São atividades dos especialistas em comunicação: detec-
ção prévia do meio ambiente, que consiste na coleta e 
distribuição das informações, ou manipulação de notícias. 
Correlação das partesda sociedade na reação ao meio, que 
inclui a interpretação das informações, pelo editorial e pro-
paganda. A transmissão da cultura, que se faz através da 
comunicação das informações, identificada como atividade 
educacional. O entretenimento, que se realiza pelos atos 
comunicativos, e que procura apenas a distração.
Que tal sublinhar, esquematizar e resumir os pa-
rágrafos abaixo!
1.
Quando um bebê nasce, a primeira coisa que 
todo mundo quer saber é o sexo. Nos primeiros dias de 
vida a diferença parece mais anatômica, mas à medida 
em que vai crescendo, o bebê começa a se comportar 
como menino ou menina. Um problema controvertido 
é saber até que ponto esse comportamento tem base 
biológica ou é uma questão de aprendizado. Algumas 
feministas insistem em dizer que todas as diferenças 
comportamentais são ensinadas e que, deixando-se de 
lado as discrepâncias biológicas evidentes, a mulher é 
igual ao homem. Outros dizem que o homem é homem 
e que mulher é mulher e é por razões biológicas que 
os dois sexos se parecem, se comportam e até mes-
mo se movimentam de modo diferente. Os entendidos 
33Tema 1 | Metodologia Científi ca e Técnicas de Estudo
em cinética têm levantado um certo número de provas 
que reforçam os argumentos das feministas (DAVIS, 
1979:23).
2. 
Houve tempo em que se poderia defender a ideia 
de que uma pesquisa científica era coisa de gênio, por-
tanto algo excepcional e fora de qualquer restrição de 
planejamento. Hoje não é mais possível defender essa 
ideia, nem para a pesquisa científica e, muito menos, 
para a tecnológica. Sabe-se que, na história da Técnica, 
intervêm comumente as ‘invenções’ empreendidas por 
leigos e curiosos. Depois do estabelecimento da Tecno-
logia, essas ‘invenções’ tornam-se cada vez mais raras, 
dando lugar às ‘descobertas’, feitas por meio de pesqui-
sas organizadas. Assim, tornou-se indispensável um pla-
no de pesquisa que se constitua como programação dos 
trabalhos a serem realizados durante a pesquisa. Agora 
o trabalho não é mais simplesmente mental, como na 
fase anterior da escolha, compreensão e conhecimen-
to. É necessário, agora, escrever um ‘Plano de Pesquisa’ 
para fixá-lo e torná-lo independente da memória (VAR-
GAS, 19985:202).
3. 
Nesse livro (A origem das espécies) o método de 
pesquisa utilizado por Darwin esclarece-se. Ele parte 
da observação da variação das espécies de animais do-
mesticados e das plantas cultivadas cuja variabilidade 
é muito maior do que se observa no estado selvagem. 
Isto porque a seleção feita pelo homem é muito con-
trolada e eficiente e de efeitos acumulados. Pode-se, 
assim, observar nitidamente que, numa espécie dada 
as crias não são jamais nem idênticas entre si nem 
aos seus pais. Há sempre uma diferença entre os in-
divíduos. Isto é um fato que pode dever à indução de 
uma ‘lei geral’: a lei da variabilidade. Entretanto, é, 
Metodologia Científi ca34
também, um fato notável que as singularidades inatas 
dos indivíduos são transmitidas por hereditariedade 
aos seus descendentes. Assim, um criador pode preser-
var ou acentuar tais singularidades por acasalamentos 
efetuados artificialmente. Também desse fato se pode 
induzir uma ‘lei da hereditariedade’. Há, portanto, uma 
evolução nas raças dos animais domésticos e plantas 
cultivadas baseada numa relação artificialmente dirigi-
da pelo homem (VARGAS, 1985:63-4).
4.
De fato, as descobertas da Física no século XX têm 
surpreendido a todos, revelando as limitações da lingua-
gem científica e levando a uma profunda reflexão e revi-
são da concepção humana acerca do universo. A teoria 
quântica e a relatividade geral conduzem a uma visão do 
mundo bastante próxima às visões dos místicos orientais. 
O caráter essencialmente empírico do conhecimento mís-
tico parece ser o elemento fundamental para estabelecer-
se o paralelo com o conhecimento científico. As soluções, 
em termos de linguagem, encontradas pelos místicos, po-
dem fornecer uma moldura filosófica consistente para as 
modernas teorias científicas, que expressa numa rígida e 
sofisticada linguagem matemática, parecem ter perdido 
toda a relação com as experiências sensoriais. No misti-
cismo oriental sempre fica clara a limitação da linguagem 
e da lógica. As interpretações verbais da realidade são 
imprecisas e contraditórias. A teoria quântica e a relativi-
dade apontam na mesma direção: a realidade transcende 
a lógica clássica (SZPIGEL, 1990:2).
5. 
Ninguém desconhece o sacrifício da quase totali-
dade de nossos acadêmicos que vão para suas escolas 
após uma jornada de oito horas ou mais de trabalho pro-
fissional. Se isso é sumamente louvável, não o exime, por 
outro lado, do compromisso de estudar e, portanto, de 
35Tema 1 | Metodologia Científi ca e Técnicas de Estudo
descobrir tempo para estudar. É preciso descobrir tempo. 
Tempo para frequentar as aulas dos diversos cursos, e 
tempo para estudos particulares. Se procuramos, o tem-
po aparecerá. E lembremo-nos de que meia hora por dia 
representa três horas e meia por semana, quinze horas 
por mês e cento e oitenta horas por ano. E quem não 
conseguiria descobrir um ou mais espaços de meias hora 
em sua jornada? Ou quem não conseguiria fazer aparece-
rem esses espaços, se o quisesse realmente? Ou será que 
esses espaços não aparecem porque nós não os procu-
ramos, por medo de encontrá-los? Quem quer descobre, 
cria tempo, especialmente nós, brasileiros, que somos, 
por assim dizer, capazes do impossível (RUIZ, 1991:22).
6.
Marx retorna de Hegel a concepção dialética da 
realidade, ou seja, a afirmação de que a realidade vai se 
produzindo permanentemente mediante um processo de 
mudança determinado pela luta dos contrários, por força 
da contradição que trabalha o real, no seu próprio interior. 
Era a recuperação da temporalidade real, da historicidade, 
dimensão perdida desde o predomínio da filosofia grega 
sobre a visão judaica. Assim, a filosofia marxista, em con-
tinuidade com a filosofia hegeliana, concebe a realidade 
como se constituindo num processo histórico que, ao se 
efetivar, vai efetivando o próprio tempo, num processo 
criador. E este processo criador que ocorre por força da 
luta provocada pelas contradições que trabalham interna-
mente a realidade é um processo dialético, de posição, 
negação e superação, de acordo com a tríade hegeliana 
da tese-antítese-síntese (SEVERINO, 1986, p. 5).
7.
Naturalmente, a educação tem de ser tanto infor-
mativa quanto diretiva. Não podemos simplesmente mi-
nistrar informação sem ao mesmo tempo transmitir aos 
estudantes algumas ‘aspirações’, ‘idéias’ e ’objetivos’, a 
Metodologia Científi ca36
fim de que eles saibam o que fazer com a informação que 
receberem. Lembremo-nos, porém, que é também muito 
importante apresentar-lhes não apenas ideais destituídos 
de alguma informação real sobre a qual agir; à falta dessa 
informação, não lhes será nem ao menos possível usufruir 
desses ideais. A informação sem as diretivas, insistem 
corretamente os estudantes, é ‘seca como pó’. Mas as 
diretivas, sem a informação, gravadas na memória mercê 
de freqüentes repetições, só produzem orientações inten-
cionais que os incapacitam para as realidades da vida, 
deixando-os indefesos contra o choque e o cinismo dos 
anos subseqüentes (HAYAKAWA, 1972, p. 210).
8.
É comum ouvirmos falar sobre método científico. 
Alunos de ginásio e de segundo grau aprendem a respei-
to nas aulas de ciência e o empregam em competições de 
pesquisa. Hollywood também o retrata mostrando cien-
tistas usando jalecos e equipados com pranchetas, posi-
cionados diante de microscópio e recipientes repletos de 
líquidos borbulhantes. Então, por que o método científico 
continua a ser um mistério para tanta gente? Um dos 
motivos talvez seja o nome. A palavra “método” sugere 
uma espéciede fórmula secreta, disponível apenas para 
cientistas altamente treinados, mas isso não procede. O 
método científico é algo que todos nós podemos usar a 
qualquer momento. De fato, adotar algumas das ativi-
dades básicas do método científico - ser curioso, fazer 
perguntas, procurar respostas - é algo natural em todo 
ser humano. Na tarefa de descobrir a verdade, dentro de 
sua esfera de atuação, a ciência precisa de critérios claros, 
métodos de investigação precisos que descartem as ilu-
sões dos sentidos, os preconceitos, as crenças pessoais 
(religiosas ou não), as superstições de todo o tipo. A ciên-
cia utiliza o método científico (http://ciencia.hsw.uol.com.
br/metodos-cientificos.htm/Texto adaptado).
37Tema 1 | Metodologia Científi ca e Técnicas de Estudo
9.
O nosso dia a dia encontra-se profundamente 
marcado pela ciência. Tal acontece devido a objetos tec-
nológicos – objetos relacionados com a ciência – que 
cresceram e se multiplicaram a ponto de estarem oni-
presentes à nossa volta. Basta acordar de manhã por 
um rádio-despertador e aquecer um copo de leite no 
microondas para reconhecer que o nosso dia começa 
com um “banho” tecnológico. Logo a seguir continua na 
nossa profissão que, hoje em dia, não dispensa o com-
putador (máquina que arredou várias outras ou entrou 
por dentro de várias outras) e o telefone (que já entrou 
nos nossos bolsos). À noite, a televisão apodera-se das 
nossas horas de lazer. A internet – esse casamento do 
computador com o telefone – entrou também no nos-
so quotidiano, tanto de dia como de noite, tanto no 
trabalho como no lazer (http://dererummundi.blogspot.
com/2007/06/cincia-e-quotidiano.html).
10.
A evolução da ciência se deu com a evolução da 
inteligência humana, que passou do medo do desconhe-
cido ao misticismo, numa tentativa de explicar os fenô-
menos através do pensamento mágico, das crenças e 
das superstições e, finalmente, evoluiu para a busca de 
respostas através de caminhos que pudessem ser com-
provados. Desta forma, nasceu a ciência metódica, que 
procura sempre uma aproximação com a lógica. O ser 
humano é o único animal na natureza com capacidade 
de pensar e indagar sobre a realidade. Esta característica 
permite que os seres humanos sejam capazes de refletir 
sobre o significado de suas próprias experiências. As-
sim evolui a ciência. A Ciência num determinado período 
da história acabou sendo mitificada, principalmente a 
partir do séc. XVIII, e hoje ela é entendida como sendo 
qualquer assunto que possa ser estudado pelo homem, 
pela utilização do Método Científico e de outras regras 
Metodologia Científi ca38
especiais de pensamento (http://www.urutagua.uem.
br/014/14maia.htm/ Texto adaptado).
Vejamos exemplos de resumos:
a) Resumo indicativo ou descritivo (NBR 6028):
LABBENS, J. Sociologie au Brésil. Social Science informa-
tion, 1 (2):31-52, July 1962.
Pesquisa da sociologia atual no Brasil. Identificam-se 
três correntes de pensamento, baseadas em modelos 
históricos, matemáticos e sociológicos. A diversidade da 
sociologia brasileira é explicada pelo estado da sociolo-
gia em geral e sua situação no país.
b) Resumo informativo ou analítico (NBR 6028):
LABBENS, J. Sociologie au Brésil. Social Science in-
formation, 1 (2):31-52, July 1962.
Pesquisa da sociologia atual no Brasil constata que 
existe grande diversidade de pensamento entre os 
sociólogos, podendo-se distinguir três tendências 
principais: a) a corrente histórica, que busca na 
história e ciências auxiliares a explicação dos fenô-
menos sociais. Os expoentes desta corrente são 
Tavares Bastos, Aníbal Falcão, Euclides da Cunha, 
Alberto Torres, Oliveira Viana e Gilberto Freire; b) a 
corrente teórica, que se inspira diretamente nas ciên-
cias naturais e que pretende conferir à sociologia 
um mesmo “status”, realiza suas pesquisas, sobre-
tudo em modelos matemáticos e epistemológicos. 
São autores representativos Pontes de Miranda e 
Mário Luiz; c) entre 1930 e 1940, apareceu uma nova 
tendência que tornou a sociologia no Brasil uma 
ciência realmente autônoma, com objetivos definidos 
39Tema 1 | Metodologia Científi ca e Técnicas de Estudo
sistematicamente, métodos particulares e uma teo-
ria sociológica própria. Esta corrente é denominada 
corrente sociológica, e os principais nomes a ela as-
sociados são Fernando de Azevedo, Emílio Willems 
e Florestan Fernandes. A diversidade da sociologia 
brasileira é explicada pelo estado da sociologia em 
geral e sua situação no país; d) a ausência de uma 
razoável tradição científica no domínio da sociologia 
e as pressões por outros círculos não têm permitido 
aos sociólogos estabelecer um sistema próprio de 
controle social capaz de impor um modelo comum 
de ação. Apesar da possibilidade de reunir uma doc-
umentação copiosa, não há métodos padrões para 
relacionar e interpretar os dados.
Palavras-chave: Pesquisa da sociologia. Corrente de pen-
samento: histórica, teórica e sociológica.
c) Resumo crítico (LAKATOS; MARCONI, 1991, p. 
72-73):
LAKATOS, Eva Maria. O trabalho temporário: nova forma 
de relações sociais no trabalho. São Paulo: Escola de 
Sociologia e Política de São Paulo, 1979. 2. v. (Tese de 
Livre-Docência).
Traça um panorama do trabalho temporário nos dias 
atuais, nos municípios de São Paulo, ABC e Rio de 
Janeiro, relacionando as razões históricas, sociais 
e econômicas que levaram ao seu aparecimento e 
desenvolvimento. Divide-se em duas partes. Na pri-
meira, geral, tem-se a retrospectiva do trabalho tem-
porário. Partindo do surgimento da produção indus-
trial, traça um panorama da evolução dos sistemas 
de trabalho. Dessa maneira são enfocados, do ponto 
de vista sociológico, as relações de produção através 
Metodologia Científi ca40
dos tempos. Esse quadro histórico fornece a base 
para a compreensão dos fatores sociais e econômi-
cos que levaram à existência do trabalho temporário 
tal como é conhecido hoje no contexto urbano. A 
parte teórica permite também visualizar a realidade 
sócio-econômica do trabalhador temporário, condu-
zindo, em sequência lógica, as pesquisas de campo 
apresentadas na segunda parte do trabalho. A parte 
essencial consiste em uma pesquisa realizada em três 
níveis: o trabalhador temporário, as agências de mão 
de obra temporária e as empresas que a utilizam. Ao 
abordar os três elementos atuantes no processo, a 
pesquisa cerca o problema e faz um levantamento 
profundo do mesmo. As técnicas utilizadas para a se-
leção da amostra e coleta de dados são rigorosamen-
te corretas do ponto de vista metodológico, o que dá 
à confiabilidade. As tabelas apresentadas confirmam 
ou refutam as hipóteses levantadas, permitindo que, 
a cada passo, se acompanhe o raciocínio que leva 
à conclusão do trabalho [...]. Esse material permite 
que se conheça em detalhes e se possa reproduzir o 
processo de investigação realizado.
d) Resenha
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pes-
quisa. São Paulo: Atlas, 1996.
Antônio Carlos Gil é bacharel em Ciências Po-
líticas e Sociais, licenciado em Ciências Sociais e em 
Pedagogia, Mestre e Doutor em Ciências Sociais pela 
Fundação Escola de Sociologia e Política de São Pau-
lo. É professor de Métodos e Técnicas de Pesquisa 
no Instituto Municipal de Ensino Superior de São Ca-
etano do Sul. É autor do livro Métodos e técnicas de 
pesquisa social.
Nessa obra, primeiramente, o autor apresenta 
41Tema 1 | Metodologia Científi ca e Técnicas de Estudo
aos iniciantes, de maneira simples e acessível, os 
elementos necessários para a elaboração de proje-
tos de pesquisa. Em segundo lugar, busca garantir 
ao profissional de pesquisa, bem como aos estudan-
tes dos níveis mais avançados, inclusive dos cursos 
de pós-graduação, condições para a organização de 
conhecimentos dispersos, obtidos aolongo da vida 
acadêmica ou do contato direto com a prática de 
pesquisa.
O livro é de caráter eminentemente prático, já 
que esclarece acerca dos procedimentos a serem ado-
tados para elaboração de projetos referentes aos mais 
diversos tipos de pesquisa, como pesquisa bibliográfi-
ca, pesquisa documental, pesquisa “ex-post-facto”, le-
vantamento, estudo de caso, pesquisa-ação e pesquisa 
participante [...]
O livro está longe de ser um “receituário”. Pro-
cura ao longo de seus capítulos, tratar das mais diver-
sas implicações teóricas que envolvem o processo de 
criação científica.
1.4.2 Fichamento
Vejamos.
Na finalização do estudo de um texto, é neces-
sário que se faça a documentação das informações que 
podem ser feitas através do fichamento.
O fichamento consiste na transcrição de informa-
ções em fichas.
A função do fichamento é colocar à disposição do 
pesquisador, de forma organizada e seletiva, um conjun-
to de informações de obras já consultadas, imprescindí-
veis para a elaboração de trabalhos acadêmicos.
O fichamento é uma técnica que propicia economia 
de tempo e qualidade no estudo e na pesquisa, uma manei-
ra de guardar o essencial de um texto, de maneira que tenha 
Metodologia Científi ca42
essas informações anotadas, sempre que precisar.
Há três alternativas de fichamento:
 uma recomendada pela Associação Brasileira 
de Normas Técnicas (ABNT), que são as fi-
chas;
 uma segunda alternativa, um pouco mais in-
formal, que pode ser feita em cadernos A/Z, 
onde serão registrados os fichamentos;
 a terceira que é o arquivo do computador.
As fichas podem ser organizadas por autor, por 
obra ou por assunto.
É mais comum que o fichamento seja feito em fichas, 
mas com o desenvolvimento tecnológico e o aparecimento 
da informática, com sua capacidade de guarda e armazena-
mento de informações, pode ser feito no computador, em 
arquivos, disquetes ou CDs. O armazenamento em arquivos 
no computador facilita no processo de elaboração dos tra-
balhos acadêmicos.
O fichamento depende de seu objetivo. Assim 
sendo, pode ser feita numa ficha a anotação de uma 
referência bibliográfica de um livro, a elaboração de um 
esquema, a transcrição de um parágrafo de um texto, a 
apreciação de uma obra, a elaboração de um resumo, 
etc. No caso do resumo, devem-se seguir os procedi-
mentos de elaboração dos mesmos.
As informações transcritas podem ser colocadas 
em um único lado ou nos dois lados da ficha, desde que 
permita a visualização e organização das informações. 
É um critério particular e depende do indivíduo ou de 
quem a solicita. Quando o fichamento for feito em mais 
de uma ficha, recomenda-se colocar a numeração, ao 
alto, à direita, apenas na frente de cada ficha.
Os tamanhos das fichas são:
43Tema 1 | Metodologia Científi ca e Técnicas de Estudo
PEQUENO 7,5 X 12,5 cm
MÉDIO 10,5 X 15,5 cm
GRANDE 12,5 X 20,5 cm
Exemplo de ficha com um resumo indicativo:
FRENTE DA FICHA (TAMANHO GRANDE 12,5 X 20,5 cm)
RUIZ, João Álvaro. Método, Economia e Eficiência nos Estudos. In;______. Metodologia Científica: guia para eficiência 
nos estudos. São Paulo: Atlas, 1996. cap. 1, p. 19-33.
 Aprender a aprender na faculdade - quem ingressa numa faculdade precisa tirar o máximo proveito do curso
que vai fazer. Tempo para estudar – o primeiro passo para estudar consiste em reorganizar a vida de maneira
a abrir espaços para o estudo e planejar o seu tempo. Para descobrir tempo - a maneira mais prática de descobrir o tempo
 consiste em tomar uma folha de papel, anotar os diversos dias da semana, os diversos afazeres e os possíveis espaços ociosos.
Programar a utilização do tempo – programar a utilização dos espaços/horas que possam ser reservadas para o estudo.
Horário de preparação para aula – de posse do material de estudo o estudante deverá ler previamente a matéria que será
desenvolvida durante a aula. Horário das revisões das aulas – é necessário fazer revisões, a imediata que se faz da aula
anterior e as globalizadoras corresponde análise e síntese. O grande tempo de todo estudante – o grande tempo são as aulas.
Como aproveitar o tempo das aulas - é preciso frequentá-las, levar consigo material adequado ao trabalho do dia, guardar
Metodologia Científi ca44
VERSO DA FICHA 
silêncio exterior para não distrair os outros e silêncio interior não distraindo a si próprio, cordialidade de relacionamento:
professor e aluno. Como aproveitar o tempo em reuniões de grupos – o estudo em equipe é muito proveitoso sob todos
os aspectos.
Aluna do 1º período do Curso de Geografia Noturno, turma 96A:
Maria Maciel Santos
Procedimentos gerais para a elaboração do resumo informativo, crítico 
e resenha digitada em editor de texto:
 papel branco, formato ofício – A4 (21 cm x 
29,7 cm);
 as margens da folha devem ter 3 cm (esquer-
da e superior) e 2 cm (direita e inferior);
 digitação na cor preta, em tamanho 12, nas 
fontes Times New Roman ou Arial;
 redação com impessoalidade, objetividade, 
clareza e concisão;
 único parágrafo (resumo informativo e críti-
co), com parágrafos (resenha);
 espaçamento simples na referência bibliográfica;
45Tema 1 | Metodologia Científi ca e Técnicas de Estudo
 espaçamento 2 duplos, entre a referência bi-
bliográfica e o conteúdo do resumo;
 espaçamento duplo no conteúdo do resumo 
(Texto);
 espaçamento 2 duplos, entre o texto e as pa-
lavras-chave (resumo informativo);
 as “Palavras-chave”, separadas entre si por 
ponto e finalizadas também por ponto;
 colocar capa e folha de rosto: ver modelo; 
 a organização da referência bibliográfica de 
acordo com as normas da ABNT NBR 6023.
Para organização das referências consultar o site: 
http://www.unit.br/normasacademicas.asp (Normas para 
referências, citações e notas de rodapé).
Apresentamos, abaixo, os aspectos gráficos e ta-
manhos de fonte (indicados por T.F.) para elaboração do 
resumo.
Metodologia Científi ca46
a) capa
47Tema 1 | Metodologia Científi ca e Técnicas de Estudo
b) folha de rosto
Metodologia Científi ca48
c) resumo informativo (texto - observe os aspec-
tos gráficos)
49Tema 1 | Metodologia Científi ca e Técnicas de Estudo
d) resenha (texto - observe os aspectos gráficos)
Vocabulário e leitura eficiente
Metodologia Científi ca50
TEXTO COMPLEMENTAR
Muita gente lê mal porque não tem bom vocabulário e 
não tem bom vocabulário porque lê mal, o que se tor-
na um círculo vicioso que deve converter-se em círculo 
virtuoso, para todo aquele que aspira atingir nível de 
crescimento cultural.
O domínio cada vez mais amplo do vocabulário enrique-
ce nossa possibilidade de compreensão e concorre para 
aumentar a velocidade na leitura.
Mas como aumentar nosso vocabulário? Decorando 
algum dicionário? Quem o fez em seu tempo de estu-
dante, em eras que não voltam mais, confessa que o 
trabalho era penoso; entretanto, acaba agradecendo 
aos professores exigentes de seu tempo. Mas o me-
lhor recurso para aumentar o próprio vocabulário é, 
sem dúvida, a leitura.
Como proceder ante uma palavra de sentido desconhe-
cido, ou que assume sentido novo em determinado con-
texto? Morgan e muitos outros recomendam a imediata 
consulta aos dicionários: “A primeira coisa é procurá-la 
num dicionário.” Por nossa parte, sugerimos que se ex-
perimente não interromper a leitura ante um termo de 
sentido desconhecido; não raro, a sequência do texto 
deixará bem claro o sentido da palavra desconhecida; 
anote, pois, a palavra desconhecida em um papel avul-
so, e continue a ler. Ao final de um capítulo, apanhe o 
dicionário para esclarecer todas as palavras anotadascomo desconhecidas e verifique o sentido que melhor se 
coaduna com o respectivo contexto. Assim, durante a se-
gunda leitura, em que se sublinham as ideias principais 
e os pormenores importantes, todos os termos estarão 
claros e incorporados ao nosso vocabulário. Adote a su-
gestão da consulta imediata ou a sugestão de não in-
terromper a leitura cada vez que encontrar uma palavra 
desconhecida. O fundamental é que não se deve perder 
51Tema 1 | Metodologia Científi ca e Técnicas de Estudo
a oportunidade de enriquecer o próprio vocabulário pela 
preguiça da busca de palavras novas em algum dicioná-
rio. Por certo, estaríamos prejudicando a compreensão 
do texto e impedindo o próprio crescimento cultural.
Que dicionário consultar? Não se entende um estu-
dante de nível superior que não tenha um bom dicio-
nário comum da língua materna. Mas há certas pala-
vras que, embora incorporadas à linguagem vulgar, 
conservam ou assumem sentido específico, definido 
pelas diversas ciências, como botânica, a biologia, 
a medicina, a filosofia, e assim por diante. Outras 
palavras não constam nos dicionários comuns, mas 
tão-somente nos dicionários de maior porte ou em 
dicionários técnicos das diversas áreas. O estudante 
deve adquirir um bom dicionário dentro de sua área 
de especialização. Entretanto, as faculdades mantêm 
bibliotecas ricas em fontes de consulta, com grande 
variedade de dicionários e enciclopédias à disposição 
de seus alunos. Não é preciso que cada um compre 
enciclopédias caríssimas para usar uma vez ou outra; 
com o dinheiro de uma enciclopédia de generalidades 
monta-se uma preciosa estante com obras da própria 
especialidade, inclusive com dicionários técnicos; e 
isto parece ser mais útil.
RUIZ, João Álvaro. Vocabulário e leitura eficiente. In: ______. Metodolo-
gia Científica: guia para eficiência nos estudos. 4. ed. São Paulo: Atlas, 
1996. p. 41-42. 
Trabalhos 
acadêmico-científi cos2
2.1 Pesquisa científica/Ética e Pesquisa
2.1.1 Pesquisa científica
Vejamos.
A metodologia é a maneira concreta de realizar a busca do conheci-
mento desejado de forma racional e eficiente. Nesse contexto, essa busca de 
conhecimento pode ser realizada através da pesquisa.
Segundo Andrade (2001, p. 121), a pesquisa pode ser definida como um 
conjunto de procedimentos sistemáticos baseado no raciocínio lógico que tem o 
objetivo de encontrar soluções para problemas propostos, mediante a utilização 
de métodos científicos.
O êxito de uma pesquisa depende de certas qualidades intelectuais e 
sociais do pesquisador, tais como (GIL, 1991, p. 20):
 Conhecimento do assunto a ser pesquisado;
 Curiosidade;
 Criatividade;
 Integridade intelectual;
Metodologia Científi ca54
 Atitude auto-corretiva;
 Sensibilidade social;
 Imaginação disciplinada;
 Perseverança e paciência;
 Confiança na experiência;
 Ética.
Podemos então apresentar a você algumas carac-
terísticas da pesquisa.
Quanto à natureza, a pesquisa pode constituir-se em:
a) trabalho científico original: quando uma pes-
quisa é realizada pela primeira vez, trazendo novos 
conhecimentos para a comunidade científica e para a 
sociedade;
b) resumo de assuntos: quando a pretensão não 
é trazer novos conhecimentos, mas a prática metodoló-
gica da pesquisa através de trabalhos publicados por 
outros autores. Neste tipo de pesquisa o objetivo é reu-
nir, analisar e discutir conhecimentos e informações de 
trabalhos já existentes.
Quanto aos meios para obtenção das informações 
temos:
a) Pesquisa documental: quando são utiliza-
dos documentos que ainda não receberam tratamento 
analítico, ou seja, quando a pesquisa é realizada a 
partir de fontes primárias;
55Tema 2 | Trabalhos acadêmico-científi cos
b) Pesquisa bibliográfica: quando realizada a par-
tir de fontes secundárias, ou seja, a pesquisa é desen-
volvida através de material já elaborado: livros e artigos 
científicos;
c) Pesquisa de campo: quando é realizada a partir 
de informações obtidas “em campo”, onde os fenôme-
nos ocorrem em situação natural;
d) Pesquisa de laboratório: quando as informa-
ções são obtidas em laboratório, buscando-se produzir 
ou reproduzir o fenômeno estudado, em condições de 
controle.
Quanto aos objetivos da pesquisa, pode-se 
classificá-las em:
a) Pesquisa exploratória: constitui-se numa pesqui-
sa preliminar, cujo principal objetivo é buscar informações 
sobre determinado assunto ou descobrir um tema para es-
tudo. Através da pesquisa exploratória podemos, também, 
delimitar um tema, definir os objetivos ou formular as hi-
póteses de uma pesquisa. Ela é considerada por alguns 
autores como um estudo inicial para realização de outro 
tipo de pesquisa;
Exemplos:
Processo de reprodução das abelhas; verificar se há 
impactos ambientais nos manguezais do município de Itaqui; 
realizar uma pesquisa bibliográfica para elaborar uma hipóte-
se de pesquisa.
b) Pesquisa descritiva: é realizada para descrever fe-
nômenos ou o estabelecimento de relações entre variáveis. 
Procura-se observar, registrar, analisar e interpretar os fenô-
menos utilizando-se de técnicas padronizadas de coleta de 
dados como o questionário e a observação sistemática;
Exemplos:
Metodologia Científi ca56
Pesquisar sobre as características de um grupo social: 
distribuição por idade, sexo, procedência, nível de escolarida-
de, estado de saúde etc. Pesquisar o nível de atendimento 
dos órgãos públicos de uma comunidade: condições de habi-
tação, índice de criminalidade etc. Pesquisar sobre opiniões, 
atitudes e crenças de uma população.
c) Pesquisa explicativa: é um tipo de pesquisa 
mais complexa, pois procura um conhecimento mais pro-
fundo sobre o fenômeno estudado. O principal objetivo é 
identificar os fatores que determinam ou que contribuem 
para a ocorrência dos fenômenos, procurando explicar a 
razão, o porquê das coisas. A pesquisa explicativa nas ci-
ências naturais caracteriza-se pela utilização do método 
experimental e observacional nas ciências sociais. 
Exemplos:
Pinga-se uma gota de ácido numa placa de metal 
para observar o resultado; verificar os efeitos da utiliza-
ção de um determinado medicamento em um grupo sob 
controle; comprovar hipóteses na busca de leis e teorias.
Quanto à abordagem na pesquisa, pode-se clas-
sificá-las em:
a) pesquisa quantitativa: quando a abordagem está 
relacionada à quantificação de dados obtidos mediante pes-
quisa. Utiliza-se na pesquisa de recursos e técnicas esta-
tísticas como: percentagem, média, moda, mediana, desvio 
padrão, coeficiente de correlação, análise de regressão, etc.;
b) pesquisa qualitativa: quando não emprega 
procedimentos estatísticos na abordagem da pesqui-
sa. É utilizada para investigar um determinado proble-
ma de pesquisa, cujos procedimentos estatísticos não 
podem alcançar devido à complexidade do problema 
como: opiniões, comportamentos, atitudes dos indiví-
duos ou grupo.
57Tema 2 | Trabalhos acadêmico-científi cos
Conforme o enfoque nas diversas áreas das ciên-
cias, há diferentes classificações de pesquisa. Não há 
um único referencial. A bibliografia sobre Metodologia 
Científica apresenta grande número de tipos de pesqui-
sa.
Quanto à obtenção de informações, Gil (1991, p. 
45-62), apresenta a seguinte classificação:
a) pesquisa bibliográfica: quando é desenvolvida 
a partir de material já publicado, constituído principal-
mente de livros, artigos de periódicos e atualmente de 
material disponibilizado na Internet;
b) pesquisa documental: quando elaborada a par-
tir de materiais que não receberam tratamento analítico;
c) pesquisa experimental: quando se determina 
um objeto de estudo, selecionam-se as variáveis que 
seriam capazes de influenciá-lo, definem-se as formas 
de controle e de observação dosefeitos que a variável 
produz no objeto;
d) pesquisa ex-post-facto: quando o “experimen-
to” se realiza depois dos fatos; neste tipo de pesquisa 
são utilizados como experimentos situações que se de-
senvolveram naturalmente e trabalha-se depois sobre 
elas como se estivessem submetidas a controles; 
e) levantamento: quando a pesquisa envolve a 
interrogação direta das pessoas cujo comportamento se 
deseja conhecer e, mediante análise quantitativa, ob-
têm-se as conclusões dos dados coletados; 
f ) estudo de caso: quando envolve o estudo 
profundo, detalhado e exaustivo de um ou poucos 
objetos de maneira que se permita o seu amplo co-
nhecimento; 
Metodologia Científi ca58
g) pesquisa-ação: quando concebida e reali-
zada em estreita associação com a resolução de um 
problema coletivo. Os pesquisadores e participantes 
representativos da situação ou do problema estão 
envolvidos de modo cooperativo ou participativo; 
supõe uma forma de ação planejada, de caráter so-
cial, educacional, etc.;
É importante ressaltar que há diferentes for-
mas de classificações de pesquisa. Não há um único 
referencial. A bibliografia sobre pesquisa científica 
apresenta grande número de classificações.
Segundo Lakatos e Marconi (1999, p. 21), o 
critério para a classificação dos tipos de pesquisa 
depende do enfoque dado pelo autor e de interes-
ses, condições, campos, metodologia, situações, ob-
jetivos, objetos de estudo, etc.
Os tipos de pesquisa nas diversas classifica-
ções não são estanques. Uma mesma pesquisa pode 
estar, ao mesmo tempo, enquadrada em várias clas-
sificações, desde que obedeça aos requisitos ine-
rentes a cada tipo. Portanto, um pesquisador pode 
utilizar-se no estudo de um problema, por exemplo: 
a pesquisa bibliográfica, a pesquisa documental, a 
pesquisa de campo, a pesquisa descritiva e a abor-
dagem quantitativa.
Para a realização de uma pesquisa científica é de 
fundamental importância a utilização de métodos cientí-
ficos e técnicas de pesquisa.
2.1.2 Ética e Pesquisa
Pela Resolução 196/96 de 10 de outubro de 
1996 que estabelece as Diretrizes e Normas Regula-
mentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos 
no Brasil, o Ministério da Saúde (MS) via Conselho 
Nacional de Saúde (CSN) e Comissão Nacional de Éti-
59Tema 2 | Trabalhos acadêmico-científi cos
ca em Pesquisa (CONEP) criou os Comitês de Ética e 
Pesquisa (CEPs) nas instituições que a realizam em 
todo o país, objetivando avaliar e autorizar projetos 
de pesquisa que envolva seres humanos, possibilitan-
do ao mesmo tempo uma ação consultiva e educativa 
ao fomentar uma reflexão analítica e crítica em torno 
da ética nas ciências (BRASIL, 1996).
Para tanto, foram estabelecidos princípios éti-
cos que visaram o reconhecimento de valores e di-
reitos, levando em conta a não maleficência, a be-
neficência, a autonomia e a justiça, com o intuito de 
preservar a dignidade humana. Nessa perspectiva a 
referida resolução determinou, ainda, a garantia da 
responsabilidade do pesquisador, patrocinador e ins-
tituição em dar assistência integral às complicações 
e danos provenientes dos riscos da pesquisa, inclu-
sive indenizatórios, cumprindo assim uma destinação 
social e humanitária, com vantagens significativas e 
redução do ônus em termos gerais e em especial no 
que se refere aos grupos vulneráveis.
Com o intuito de estabelecer critérios para o uso 
de seres humanos na pesquisa científica, criou também 
um mecanismo pautado na participação e aceitação vo-
luntária dos termos da pesquisa, na forma de consen-
timento informado em que o pesquisado por si ou seu 
representante, sabendo da natureza da mesma, conse-
quências e riscos, aceita o tratamento proposto ou expe-
rimentação, especificando seus dados de identificação e 
a manifestação legal da sua concordância em participar 
como sujeito da pesquisa. Constando ainda o seu grau 
de participação, bem como as prováveis dificuldades di-
retas e indiretas que possam ocorrer durante a sua rea-
lização, sob a denominação de Termo de Consentimento 
Livre e Esclarecido. 
Cabe ao responsável pela pesquisa suspendê-la 
imediatamente, caso perceba a possibilidade de risco 
ou dano à saúde do sujeito envolvido, previsto ou não 
Metodologia Científi ca60
no referido termo, o qual, juntamente com o projeto 
de pesquisa proposto, deve ser enviado ao CEP, para 
apreciação e julgamento ético para somente, após apro-
vação, ser colocado em prática. 
Com isso, o uso de seres humanos na pesquisa 
ficou obrigado ao cumprimento dessa resolução com 
a implantação dos CEPs em todo o território nacional, 
visando o atendimento a pesquisadores e a submis-
são de projetos de pesquisa nas diversas áreas do 
conhecimento, atuando tanto na forma interdisciplinar 
quanto na transdisciplinar, considerando os valores 
e os preceitos éticos necessários, além de avaliar a 
documentação prevista ao seu desenvolvimento com 
o objetivo de proteger e adequar o bem-estar dos 
indivíduos pesquisados.
Além disso, em 05 de agosto de 1997, o Plenário 
do Conselho Nacional de Saúde, amparado pela Lei no. 
8.080 de 19 de setembro de 1990 e pela Lei 8.142 de 
28 de dezembro desse mesmo ano, aprovou a Resolu-
ção CSN251/97 estabelecendo as normas de pesquisa 
envolvendo seres humanos quanto ao uso de novos 
fármacos, medicamentos, vacinas e testes diagnósticos 
(BRASIL, 1997).
Desse modo, a ética na pesquisa científica 
ampliou suas fronteiras aos vários campos do sa-
ber pautando-se tanto no contexto da bioética (ética 
aplicada ao campo médico e biológico), quanto no 
da diversidade cultural da sociedade global, conside-
rando, ainda, o Código de Ética e os direitos huma-
nos consolidados nas Ciências Humanas, bem como 
os cuidados necessários à publicação dos resultados 
obtidos com a pesquisa, principalmente com o in-
tuito de evitar conclusões constrangedoras e/ou hu-
milhantes que possam de algum modo gerar confli-
tos ou trazer prejuízos e inconvenientes aos sujeitos 
pesquisados.
61Tema 2 | Trabalhos acadêmico-científi cos
2.2 Pesquisa bibliográfica e normas de referên-
cias, citações e notas de rodapé
2.2.1 Pesquisa bibliográfica
Caro aluno, tendo em vista ser a pesquisa bibliográ-
fica uma atividade de aprendizagem, produção e aprimora-
mento do conhecimento e, bastante solicitada por profes-
sores, resolvemos prestar maiores explicações a respeito 
dos procedimentos metodológicos para a sua elaboração.
A pesquisa bibliográfica é realizada com o objeti-
vo de explicar um problema através de referenciais escri-
tos. Pode constituir-se como um trabalho em si mesmo 
ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental. 
Também é de grande importância no processo de elabo-
ração e composição de monografias.
Para a sua elaboração devemos percorrer as se-
guintes fases:
Escolha do tema
Poderá ser da escolha do aluno ou indicado pelo pro-
fessor, devendo levar em consideração o tempo disponível 
para realização da pesquisa, disponibilidade de material para 
consulta, interesse pelo assunto a ser trabalhado, relevância 
para o aprendizado, área de conhecimento e/ou sociedade.
Delimitação do tema
O tema não poderá ficar aberto ou vago. Deverá 
ser escolhido um aspecto do tema para ser trabalha-
do. Assim sendo, na delimitação do tema é necessário 
definir sua extensão, profundidade e tipo de enfoque 
(biológico, pedagógico, estatístico, etc.). Também, deve-
rá delimitá-lo no tempo e no espaço.
Exemplo: Tema: Evasão escolar
Delimitação do tema: A evasão escolar no ensino 
fundamental, no município de Aracaju, na década de 1970.
Metodologia Científi ca62
Plano de trabalho
Antes de iniciar a pesquisa, é necessária a ela-
boração do plano de trabalho, que poderá ser provisó-
rio. Nele deverá constar o direcionamento da pesquisa, 
apresentando os tópicos dos assuntos

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