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Metodologia Científi ca Auro de Jesus Rodrigues Autor Hortência de Abreu Gonçalves Maria Balbina de Carvalho Menezes Maria de Fátima Nascimento Co-Autoras 3a Edição Jouberto Uchôa de Mendonça Reitor Amélia Maria Cerqueira Uchôa Vice-Reitora Jouberto Uchôa de Mendonça Junior Pró-Reitoria Administrativa - PROAD Ihanmarck Damasceno dos Santos Pró-Reitoria Acadêmica - PROAC Domingos Sávio Alcântara Machado Pró-Reitoria Adjunta de Graduação - PAGR Temisson José dos Santos Pró-Reitoria Adjunta de Pós-Graduação e Pesquisa - PAPGP Gilton Kennedy Sousa Fraga Pró-Reitoria Adjunta de Assuntos Comunitários e Extensão - PAACE Jane Luci Ornelas Freire Gerente do Núcleo de Educação a Distância - Nead Andrea Karla Ferreira Nunes Coordenadora Pedagógica de Projetos - Nead Lucas Cerqueira do Vale Coordenador de Tecnologias Educacionais - Nead Equipe de Elaboração e Produção de Conteúdos Midiáticos: Alexandre Meneses Chagas - Supervisor Ancéjo Santana Resende - Corretor Andira Maltas dos Santos – Diagramadora Bruno Costa Pinheiro - Webdesigner Claudivan da Silva Santana - Diagramador Edilberto Marcelino da Gama Neto – Diagramador Edivan Santos Guimarães - Diagramador Fábio de Rezende Cardoso - Webdesigner Geová da Silva Borges Junior - Ilustrador Márcia Maria da Silva Santos - Corretora Matheus Oliveira dos Santos - Ilustrador Monique Lara Farias Alves - Webdesigner Pedro Antonio Dantas P. Nou - Webdesigner Rebecca Wanderley N. Agra Silva - Designer Rodrigo Otávio Sales Pereira Guedes - Webdesigner Rodrigo Sangiovanni Lima - Assessor Walmir Oliveira Santos Júnior - Ilustrador Redação: Núcleo de Educação a Distância - Nead Av. Murilo Dantas, 300 - Farolândia Prédio da Reitoria - Sala 40 CEP: 49.032-490 - Aracaju / SE Tel.: (79) 3218-2186 E-mail: infonead@unit.br Site: www.ead.unit.br Impressão: Gráfi ca Gutemberg Telefone: (79) 3218-2154 E-mail: grafi ca@unit.br Site: www.unit.br Copyright © Sociedade de Educação Tiradentes R696m Rodrigues, Auro de Jesus Metodologia científica / Auro de Jesus Rodrigues; co-autoras Hor- tência de Abreu Gonçalves, Maria Balbina de Carvalho Menezes, Maria de Fátima Nascimento. 3. ed. rev. e ampl. – Aracaju : UNIT, 2010. 184 p.: il. : 22 cm. (Série bibliográ- fica Unit ; v. 1) Inclui bibliografia ISBN 978-85-7833-009-5 1. Metodologia científica 2. Edu- cação a distância. I. Gonçalves, Hortência de Abreu. II. Menezes, Maria Balbina de Carvalho. III. Nas- cimento, Maria de Fátima. IV. Uni- versidade Tiradentes - Educação a Distância. V. Título CDU : 001.891 Copyright © Sociedade de Educação Tiradentes Mensagem do Reitor Prezado(a) estudante, A modernidade anda cada vez mais atrelada ao tem- po, e a educação não pode ficar para trás. Prova disso são as nossas disciplinas on-line, que possibilitam a você estudar com o maior conforto e comodidade possível, sem perder a qualidade do conteúdo. Por meio do nosso programa de disciplinas on-line você pode ter acesso ao conhecimento de forma rápida, prática e eficiente, como deve ser a sua forma de comunica- ção e interação com o mundo na modernidade. Fóruns on- line, chats, podcasts, livespace, vídeos, MSN, tudo é válido para o seu aprendizado. Mesmo com tantas opções, a Universidade Tiradentes optou por criar a coleção de livros Série Bibliográfica Unit como mais uma opção de acesso ao conhecimento. Escrita por nossos professores, a obra contém todo o conteúdo da disciplina que você está cursando na modalidade EAD e representa, sobretu- do, a nossa preocupação em garantir o seu acesso ao conheci- mento, onde quer que você esteja. Desejo a você bom aprendizado e muito sucesso! Professor Jouberto Uchôa de Mendonça Reitor da Universidade Tiradentes Apresentação Prezado(a) estudante, Vivemos em um mundo em que as novas tecnologias produ- zem e veiculam conhecimentos numa velocidade incrível. Aprendê-los e aproveitá-los requer, sobretudo, do estudante habilidades, compe- tências e muita dedicação. A Educação tem se beneficiado muito com o desenvolvimento das novas tecnologias da informação e da comu- nicação, que proporcionam espaços com diferentes caminhos para a aprendizagem, trazendo agilidade e flexibilidade ao estudo. A disciplina de Metodologia Científica, na modalidade Ead e on-line requer estratégias diferentes de uma disciplina presencial. Nela, você deverá construir sua aprendizagem de forma autônoma, administrando o tempo, o ritmo e o horário de seu estudo, através de diversas mídias e recursos (livro impresso, podcast, video-aula, fórum, chat etc.). Ela deverá possibilitar a você “aprender a fazer” e “fazer aprendendo”. Levá-lo a comunicar-se de forma correta, inteligível, de- monstrando um pensamento estruturado, plausível e convincente. A criar hábitos que o acompanharão por toda a sua vida, como o gosto pela leitura; a investigação científica; um espírito crítico, reflexivo, indagador; o diálogo com o mundo; a autodisciplina; uma postura de humildade diante do saber; a ousadia/coragem de expor o próprio pensar. Nessa disciplina você terá uma nova oportunidade de apren- dizagem, não apenas pela aquisição e troca de conhecimentos, aluno- aluno e aluno professor, mas também pela agilidade que o uso das novas tecnologias na educação irá proporcionar na elaboração de seus trabalhos acadêmicos. Nesse sentido, seja bem vindo(a) a disciplina de Metodologia Científica. Aqui, foi elaborado para você um material interativo relacio- nados aos trabalhos acadêmicos, organização dos estudos, pesquisa, conhecimento, ciência, método científico e elaboração do projeto de pesquisa, possibilitando o “aprender a aprender”. Bom trabalho! O autor Sumário Parte1: Procedimentos Didáticos, Acadêmicos e Científi cos ..................................... 13 Tema 1: Metodologia Científi ca e técnicas de estudo ....................................... 13 1.1 Finalidade e importância ..................................... 13 1.2 Organização dos estudos .................................... 15 1.3 Técnicas de sublinhar e esquema ....................... 25 1.4 Resumo, resenha e fi chamento ......................... 28 Tema 2: Trabalhos acadêmico-científi cos .................... 53 2.1 Pesquisa científi ca/Ética e Pesquisa .................. 47 2.2 Pesquisa bibliográfi ca e normas de referências, citações e notas de rodapé ............................... 61 2.3 Artigo e Relatório técnico-científi co .................. 70 2.4 Monografi a e Seminário .................................... 97 Parte 2: Ciência, Método Científi co e Projeto de Pesquisa............................109 Tema 3: Conhecimento,Ciência e Método .................... 111 3.1 O Conhecimento ................................................. 111 3.2 A Ciência ........................................................... 118 3.3 Métodos de abordagens ................................... 129 3.4 Métodos de procedimentos ................................... 136 Tema 4: Elaboração do Projeto de Pesquisa ............... 139 4.1 Tema e problema de pesquisa ........................... 139 4.2 Questões, hipóteses e objetivos de pesquisa ................................... 148 4.3 Técnicas de coleta de dados ............................. 151 4.4 Estrutura do projeto de pesquisa ..................... 159 Referências .................................................... 178 Ementa Finalidade da metodologia científica. Importância da metodologia no âmbito das ciências. Metodologia de estu- dos. O conhecimento e suas formas. Os métodos científicos. A pesquisa enquanto instrumento de ação reflexiva, crítica e ética. Tipos, níveis, etapas e planejamento da pesquisa científica.Procedimentos materiais e técnicos da pesquisa científica. Diretrizes básicas para elaboração de trabalhos didáticos, acadêmicos e científicos. Normas técnicas da ABNT para referências, citações e notas de rodapé. Projeto de Pesquisa. Objetivos proporcionar ao aluno do curso superior condi- ções suficientes para elaboração e apresentação de trabalhos acadêmicos e científicos, na relação teoria-prática e no desenvolvimento do raciocínio analítico, sistemático, crítico e reflexivo; compreender a importância da ciência, suas caracte- ríticas e relevância social; entender o método científico, tipos, característi- cas e finalidades no âmbito da ciência; proporcionar conhecimentos teóricos e técnicos que possibilitem a elaboração de um projeto de pesquisa. Concepção da Disciplina Orientação para Estudo A disciplina propõe orientá-lo em seus procedimen- tos de estudo e na produção de trabalhos científicos, pos- sibilitando que você desenvolva em seus trabalhos pesqui- sas, o rigor metodológico e o espírito crítico necessários ao estudo. Tendo em vista que a experiência de estudar a dis- tância é algo novo, é importante que você observe algumas orientações: Cuide do seu tempo de estudo! Defina um ho- rário regular para acessar todo o conteúdo da sua disciplina disponível neste material impresso e no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). Organize-se de tal forma para que você possa dedicar tempo suficiente para leitura e reflexão; Esforce-se para alcançar os objetivos propostos na disciplina; Utilize-se dos recursos técnicos e humanos que estão ao seu dispor para buscar esclarecimen- tos e para aprofundar as suas reflexões. Esta- mos nos referindo ao contato permanente com o professor e com os colegas a partir dos fóruns, chats e encontros presenciais. Além dos recursos disponíveis no Ambiente Virtual de Aprendiza- gem – AVA. Para que sua trajetória no curso ocorra de forma tran- quila, você deve realizar as atividades propostas e estar sempre em contato com o professor, além de acessar o AVA. Para se estudar num curso a distância deve-se ter a clareza que a área da Educação a Distância pauta-se na au- tonomia, responsabilidade, cooperação e colaboração por parte dos envolvidos, o que requer uma nova postura do aluno e uma nova forma de concepção de educação. Por isso, você contará com o apoio das equipes pedagógica e técnica envolvidas na operacionalização do curso, além dos recursos tecnológicos que contribuirão na mediação entre você e o professor. PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS, ACADÊMICOS E CIENTÍFICOS Parte 1 1 Metodologia Científi ca e técnicas de estudo 1.1 Finalidade e importância Ao ingressar na universidade o aluno começa a perceber que muita coisa vai mudar em sua vida, pois o ato de estudar terá que ser inserido no seu cotidiano. Pode-se dizer que a Metodologia Científica é uma disciplina respon- sável por dar as boas vindas ao novo estudante, ela significa o estudo dos caminhos do saber, os caminhos para se fazer Ciência. Ela se faz necessária nesse primeiro momento da vida universitária. É importante, inicialmente, destacar que a disciplina de Metodologia Científica, não só objetiva transmitir conhecimentos, mas, principalmente, possibilitar ao aluno a relação teoria-prática e a produzir conhecimento. Assim, para iniciarmos nossa disciplina é necessário refletirmos: Qual a importância de se estudar Metodologia Científica? O que ela acrescenta em sua formação acadêmica e profissional? Os objetivos específicos da Metodologia Científica enquanto dis- ciplina são: a) analisar as características essenciais que permitem distinguir Ciên- cia de outras formas de conhecer, enfatizando o método científico; Metodologia Científi ca14 b) analisar as condições em que o conhecimento é científicamente construído abordando o signi- ficado de postulados e atitudes da Ciência hoje; c) oportunizar o aluno a comportar-se científica- mente, levantando e formulando problemas, co- letando dados, analisando e interpretando-os e comunicando os resultados; d) capacitar o aluno para que ele leia criticamente a realidade e produza conhecimentos; e) fornecer informações e referenciais para a mon- tagem formal e substantiva de trabalhos cientí- ficos: resenhas, monografias, artigos científicos, etc.; f ) fornecer processos facilitadores à adaptação do aluno, integrando-o à universidade, minimizando suas dificuldade e apreensões quanto às formas de estudar e, consequentemente, de encontrar os meios de extrair o maior proveito dos estudos. Assim, poderíamos dizer que a Metodologia Científi- ca é a disciplina que confere os caminhos necessários para o autoaprendizado em que o aluno é o sujeito do proces- so, aprendendo a pesquisar e a sistematizar o conheci- mento obtido. Ela é baseada na apresentação e exame de diretrizes aptas a instrumentar o universitário no que tange ao estudo e ao aprendizado. A Metodologia Científica vem para auxiliar numa formação profissional competente do estudante, bem como numa formação sócio-política, que conduzirá o alu- no a ler, crítica e analiticamente, o seu cotidiano. Essa formação profissional competente está relacionada ao crédito dado ao estudo e à elaboração de um projeto de estudo com objetivos e metas conscientemente definidas, 15Tema 1 | Metodologia Científi ca e Técnicas de Estudo em que deve estar implícita a preocupação em aprender as funções advindas da carreira profissional (BARROS; LEHFELD, 2000). A disciplina Metodologia Científica deve estimular os estudantes para que busquem motivações para encontrar respostas às suas dúvidas. Se nos referimos a um curso superior estamos naturalmente nos referindo a uma Aca- demia de Ciência e, como tal, as respostas aos problemas de aquisição de conhecimento devem ser buscadas atra- vés do rigor científico e apresentadas através das normas acadêmicas vigentes. Dito isto, parece que fica claro que a disciplina de Metodologia Científica não é um simples con- teúdo a ser decorado pelos alunos, para ser verificado num dia de prova; trata-se de fornecer aos estudantes um ins- trumental indispensável para que sejam capazes de atingir os objetivos da Academia, que são o estudo e a pesquisa em qualquer área do conhecimento. Trata-se então de se aprender fazendo, como sugerem os conceitos mais moder- nos da Educação (BELLO, 2007). Quando falamos de um curso superior, estamos nos referindo, indiretamente, a uma Academia de Ciên- cias, já que qualquer Faculdade nada mais é do que o lo- cal próprio da busca incessante do saber científico. Neste sentido, esta disciplina tem uma importância fundamen- tal na formação do profissional. Se os alunos procuram a Academia para buscar saber, precisamos entender que Metodologia Científica nada mais é do que a disciplina que “estuda os caminhos para o saber” (BELLO, 2007). Pensando assim, passaremos a estudar as técnicas, procedimentos e normas para a elaboração de trabalhos de graduação, como um conteúdo importante para orientação e para o desenvolvimento de sua prática acadêmica. 1.2 Organização dos estudos Segundo Ruiz (1996), o aluno que acaba de in- gressar numa faculdade precisa ser informado sobre os Metodologia Científi ca16 procedimentos necessários para tirar o maior proveito do curso que vai fazer, tendo em vista que os conteúdos tra- balhados no ensino fundamental e médio são diferentes dos conteúdos do ensino superior. Assim, é necessário integrar-se desde o início ao ritmo desta nova etapa de ascensão no saber, que se chama vida universitária. Esclarece ainda o autor que, na universidade, o alu- no precisa mudar, especialmente na responsabilidade, na autodisciplina ena forma de conduzir sua vida de estudos para tirar o maior proveito da excelente oportunidade de crescimento cultural, que a universidade lhe oferece. Portanto, você precisa saber que o curso que es- colheu na universidade desenvolverá conteúdos teórico- práticos, necessários a sua formação profissional e inte- lectual, cabendo a você não só reter esses conteúdos, mas transformá-los em conhecimentos. Assim sendo, apresentamos orientações necessá- rias para a sua vida universitária: a) Ao iniciar o curso é preciso que você tenha muita clareza e consciência do objetivo que se pretende alcançar; b) O processo de aprendizagem na vida universi- tária requer: constância, paciência e perseverança por parte do aluno; c) Para que você obtenha bom proveito dos con- teúdos teórico-práticos do seu curso, é necessário organizar e planejar horário/atividade, ou seja, de- finir horário para estudo, para dedicação à família, o trabalho, o lazer, o repouso, etc.; d) Utilize os procedimentos técnicos e metodoló- gicos que lhe serão oferecidos aplicando-os nas disciplinas presenciais e não presenciais do seu curso e nos seus estudos; 17Tema 1 | Metodologia Científi ca e Técnicas de Estudo e) É necessário que frequente as aulas; leve o material de aprendizagem; organize o tempo pre- visto para a revisão das aulas e provas; realize os trabalhos em grupo ou individualmente, conforme solicitação do seu professor; mantenha silêncio em sala de aula e mantenha um clima cordial no relacionamento professor-aluno; f) Nas disciplinas não presenciais estabeleça horá- rios para os estudos; realize os trabalhos solicitados e mantenha sempre contato com o professor/tutor. É bom lembrar que em virtude de os universitários brasileiros, na sua grande maioria, disporem de pouco tempo para seus cursos e exercerem funções profi ssionais concomitantes ao curso supe- rior, exige-se deles organização sistemática do pouco tempo dis- ponível para o estudo em casa, indispensável para um melhor aproveitamento do seu curso de graduação (SEVERINO, 1999, p. 31). E agora? Como estudar? Pode-se dizer que estudar é ir à procura de conhe- cimento. O objetivo é chegar a aprender. Estudar faz com que alguém se torne uma pessoa ponderada, aberta, críti- ca e avaliativa frente a outras opiniões. O estudo constitui um fator significativo de aproximação dos homens e das culturas. Para um bom estudo não é necessário que você te- nha dotes extraordinários. Basta uma inteligência normal, o resto é completado pela força de vontade, dedicação e a utilização de métodos e técnicos. Quem de fato quer estudar deve estabelecer uma hierarquia de valores em sua vida. Estudar é um verdadeiro trabalho com suas sa- tisfações, alegrias, cansaços... Para que seus estudos Metodologia Científi ca18 alcancem maior aproveitamento é necessário que seja acompanhado de técnicas e métodos, pois estes podem tornar o estudo mais eficiente e mais produtivo. É necessário que você reorganize seu tempo para as atividades de lazer, trabalho e estudo. Disponibiliza- do tempo para estudo é necessário desenvolver técnicas para tornar o seu tempo mais produtivo. Para Ruiz (1996, p. 23), o estudante que não conhece outros detalhes so- bre leitura, revisão e fichamento pouco ou nada produ- zirá, mas quem utilizar as técnicas de leitura, revisão e fichamento, certamente lerá boas páginas em dez minu- tos, descobrirá e assinalará a ideia principal, as palavras- chave e os pormenores importantes de um texto. Já Severino (1999), afirma que não se trata de es- tabelecer uma detalhada divisão de horário de estudo: o essencial é aproveitar o tempo disponível, com uma orde- nação de prioridades. Também não é necessário discutir as condições de ordem física e psíquicas que sejam melhores para o estudo, muito dependentes das características pes- soais de cada um, sendo difícil estabelecer regras gerais que acabam caindo numa tipologia artificial. Neste sentido, apresentamos orientações gerais para melhorar seus estudos: Procure uma boa razão que justifique sua par- ticipação no curso em que está matriculado; você tem um objetivo? Comece a estudar as coisas mais agradáveis e depois as menos agradáveis. É preciso vencer o limite de “não gostar de estudar”; Estude para aprender. Vença suas limitações. Habitue-se ao estudo. Tenha sempre uma atitude responsável e parti- cipativa na sua vida universitária e de estudos; 19Tema 1 | Metodologia Científi ca e Técnicas de Estudo Planeje seu tempo para as atividades de seu curso. Diariamente reserve um espa- ço para seus estudos. Sempre há o que estudar; Frequentemente, organize o material de estu- do; faça as revisões dos conteúdos trabalha- dos nas aulas presenciais e não presenciais. Participe! Seja um sujeito ativo! Procure estudar em local tranquilo, silencioso e privativo; Faça uma distribuição coerente dos conteú- dos que serão estudados por disciplinas nos horários reservados para os estudos; Não faça leitura corrida por muito tempo, utilize-se de intervalos de dez ou vinte mi- nutos durante a leitura. Esse intervalo que será definido por você deverá ser seguido à risca; Quando você não entender o assunto estu- dado pergunte ao seu professor ou profes- sor/tutor; É importante que você comece a organizar uma biblioteca pessoal e, também, frequente a biblioteca da universidade; Portanto, procure dedicar-se aos estudos, pois será necessário perseverança, concen- tração, interesse, motivação, confiança, ter à mão o material adequado para o estudo e um ambiente apropriado. Metodologia Científi ca20 Procure criar bons hábitos de estudos Você sabia que para fazer um bom estudo de texto devemos seguir normas e procedimen- tos e utilizar técnicas de estudo? 1.2.1 Estudo de Textos Vejamos. O estudo de texto implica na aplicação do querer aprender, obter conhecimentos, preparar-se para anotar in- formações para a realização de trabalhos acadêmicos na universidade. O processo de estudo, para não ser árduo e desconexo, deve ser feito dentro de uma metodologia. É necessário saber que todo texto escrito se insere num diálogo maior. Conforme Severino (1999, p. 49) o texto-linguagem significa o meio intermediário pelas quais duas consciências se comunicam. Ele é o código que cifra a mensagem. Ao escrever um texto, o autor (emissor) co- difica sua mensagem e o leitor (receptor), ao ler um texto, decodifica a mensagem do autor, para então pensá-la, assimilá-la e personalizá-la, compreendendo-a: assim se completa a comunicação. Portanto, temos: EMISSSOR MENSAGEM RECEPTOR (Autor) (Texto) (Leitor) 21Tema 1 | Metodologia Científi ca e Técnicas de Estudo No estudo de um texto você deve, inicialmente, selecionar o que ler, que pode ser definido a partir dos elementos: título da obra, a data de publicação, a edi- tora, a “orelha”, o índice ou sumário, a bibliografia, a introdução ou prefácio. Logo após, delimitar a unidade de leitura, ou seja, definir o que será lido e que apresente unidade de senti- do. A unidade de leitura pode ser uma obra, um capítulo ou qualquer outra subdivisão que apresente uma unida- de de sentido. Estabelecida a unidade de leitura, você deverá ler várias vezes o texto, o suficiente para a sua compre- ensão. Essas leituras podem ser feitas através de três etapas ou tipos de análises de texto: a) Análise Textual: primeira etapa de estudo do texto. Corresponde a uma leitura “por alto”, glo- bal; devendo fazer um levantamento sobre: a vida, a obra e o pensamento do autor; doutrina e método utilizado; fatos históricos e autores co- mentados no texto; vocabulário, termos e concei- tos utilizados.Faça as anotações necessárias; b) Análise Temática: corresponde a uma segunda etapa; busca-se a compreensão do texto; procu- ra ouvir o autor, apreender, sem intervir nele. É o momento em que deverá responder: de que fala o texto? Como está problematizado? Qual a ideia central? Como estão expostas as argumentações? Como estão expostas as demonstrações? Qual a sua conclusão? Verifica-se a linha de raciocínio do autor. Faça as anotações necessárias. Nesta etapa pode-se elaborar o resumo indicativo ou informativo; c) Análise Interpretativa: terceira etapa de es- tudo. Deve ler o texto criticamente com vista à Metodologia Científi ca22 interpretação. Procura-se julgar o texto, anali- sando originalidade, coerência dos conteúdos, lógica de raciocínio. Analisar se o autor conse- guiu atingir os seus objetivos e foi eficaz nos argumentos e demonstrações em defesa da tese proposta. Faça as anotações necessárias. Nes- ta etapa podem-se elaborar diversos tipos de resumo como: indicativo, informativo, resumo crítico e resenha. Para o melhor aproveitamento no processo de análise do texto, é necessária a utilização de algumas técnicas já consagradas por especialistas em metodo- logia, tais como: sublinhar, esquematizar, resumir e fi- chamento. TEXTO COMPLEMENTAR A Organização da vida de estudos na universidade Ao dar início a essa nova etapa de formação escolar, a etapa do ensino superior, o estudante dar- se-á conta de que se encontra diante de exigências específicas para a continuidade de sua vida de es- tudos. Novas posturas diante de novas tarefas ser- lhe-ão logo solicitadas. Daí a necessidade de assumir prontamente essa nova situação e de tomar medidas apropriadas para enfrentá-la. É claro que o processo pedagógico-didático continua, assim como a apren- dizagem que dele decorre. No conjunto, porém, as sua posturas de estudo devem mudar radicalmente, embora explorando tudo o que de correto aprendeu em seus estudos anteriores. Em primeiro lugar, é preciso que o estudante se conscientize de que, doravante, o resultado do processo depende fundamentalmente dele mesmo. Seja pelo seu próprio desenvolvimento psíquico e 23Tema 1 | Metodologia Científi ca e Técnicas de Estudo intelectual, seja pela própria natureza do processo educacional desse nível, as condições de aprendi- zagem transformam-se no sentido de exigir do estu- dante maior autonomia na efetivação da aprendiza- gem, maior independência em relação aos subsídios da estrutura de ensino e dos recursos institucionais que ainda continuam sendo oferecidos. O aprofunda- mento da vida científica passa a exigir do estudan- te uma postura de auto-atividade didática que será, sem dúvida, crítica e rigorosa. Todo o conjunto de recursos que está na base do ensino superior não pode ir além de sua função de fornecer instrumentos para uma atividade criadora. Em segundo lugar, convencido da especifici- dade dessa situação, deve o estudante empenhar-se num projeto de trabalho altamente individualizado, apoiado no domínio e na manipulação de uma série de instrumentos que devem estar contínua e perma- nentemente ao alcance de suas mãos. É com o auxí- lio desses instrumentos que o estudante se organiza na sua vida de estudo e disciplina sua vida científi- ca. Este material didático e científico serve de base para o estudo pessoal e para complementação dos elementos adquiridos no decurso do processo cole- tivo de aprendizagem em sala de aula. Dado o novo estilo de trabalho a ser inaugurado pela vida univer- sitária, a assimilação de conteúdos já não pode ser feita de maneira passiva e mecânica como costuma ocorrer, muitas vezes, nos ciclos anteriores. Já não basta a presença física às aulas e o cumprimento forçado de tarefas mecânicas: é preciso dispor de um material de trabalho específico à sua área e explorá- lo adequadamente. SEVERINO, Antonio Joaquim. A organização da vida de estudos na universidade. In: ______. Metodologia do trabalho científi- co. 20. ed. rev. e ampl. São Paulo: Cortez, 1996. p. 25-26. Metodologia Científi ca24 TEXTO COMPLEMENTAR O que estudar Nem sempre o estudante – mesmo em nível de pós-graduação – colhe frutos maduros e satisfatórios de seus anos acadêmicos, apesar dos consideráveis inves- timentos financeiros (estudar, entre nós, é caro e ainda um privilégio de poucos) e dos esforços pessoais empre- endidos. Não são poucos os que, uma vez concluído o curso, nem querem se lembrar mais daqueles livros, pro- vas, professores exigentes e salas de aula abarrotadas. Consideram o fim dos anos escolares como verdadeira libertação. Temos aqui as reações de um estudo mal fei- to, normalmente porque faltaram uma boa introdução e um correto acompanhamento na “arte de estudar”. Quantos estudantes – ainda em pleno período es- colar – não “queimam as pestanas” às vésperas de um exame e, não obstante, seus resultados são exíguos? Outros se esforçam tanto que sacrificam lazer, amizade, programas de televisão e convivência em comunidade religiosa ou familiar, estudando noite adentro, e mesmo assim têm pouco êxito em provas e trabalhos escolares. Uns não sabem como tirar proveito das expo- sições do professor em sala de aula, outros vão dor- mir em cima de livros logo que chegam em casa. Há muitos que não têm a mínima noção de como fazer fichamento, uma recensão de artigo ou livro, uma monografia e nem de longe sabem o que fazer com fichas bibliográficas ou fichas de conteúdo. Na reali- dade, veem no estudo sistemático uma nova forma de “tortura” imposta ao aluno e um peso inútil nos anos juvenis. Em parte estas queixas – raramente confessa- das explicitamente – correspondem à realidade dos fa- tos. Como acontece em qualquer profissão, quem não domina as “ferramentas” de sua área de especializa- 25Tema 1 | Metodologia Científi ca e Técnicas de Estudo ção facilmente desanima e desiste diante de esforços sobre-humanos sem resultado notável. A metodologia científica visa exatamente suprir essa deficiência, en- sinando como manejar os instrumentos adequados ao “trabalho de estudo”, a fim de torná-lo mais eficiente, agradável e significativo. MATOS, Henrique Cristiano José. O que estudar. In: ______. Aprendendo a estudar: orientações metodológicas para o estu- do. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994. p. 13-14. 1.3 Técnicas de sublinhar e esquema 1.3.1 Sublinhar Vejamos. Conforme Andrade (2001, 25-26), sublinhar é a técnica utilizada para destacar as ideias importantes de um texto, indispensável para elaboração de esquemas e resumos. O requisito fundamental para aplicar a técnica de sublinhar é a compreensão do assunto, pois este é o único processo que possibilita a identificação das ideias principais e secundárias, não devendo sublinhar pará- grafos ou frases inteiras, mas apenas palavras-chave ou grupo de palavras. Portanto, você pode perceber que sublinhar é destacar as ideias de um texto, podendo utilizar somen- te as suas palavras, somente as palavras do autor ou a junção de suas palavras com as do autor, para elabora- ção de um resumo com as palavras sublinhadas. Destaca ainda a autora, que a técnica de subli- nhar pode ser desenvolvida a partir dos seguintes pro- cedimentos (ANDRADE, 2001, p. 25-26): leitura integral do texto; Metodologia Científi ca26 esclarecimento de dúvidas de vocabulário, termos técnicos e outras; releitura do texto sublinhando as ideias prin- cipais, as palavras-chave e os detalhes mais importantes; assinalar com simbologias, à margem do tex- to, as passagens mais significativas; ler o que foi sublinhado para verificar se há sentido; reconstruir o texto em forma de esquema ou de resumo, tomando as palavras sublinhadas como base. Ah!... É importante que no processo de estudo dotexto não se deve sublinhar na primeira leitura. O sublinhar é para facilitar na compreensão do texto. Lembrando que ao realizar uma primeira leitura glo- bal do texto e depois, numa segunda leitura, no momento de sublinhar, é importante utilizar simbologias no texto, para destaque e esclarecimento de informações pertinentes a vocabulário, termos técnicos, conceitos e outras. Exemplo: CÓDIGO SIGNIFICADO ? Dúvida ! Importante * Conceito VD Ver dicionário AV Aviso C Concordo NC Não concordo 27Tema 1 | Metodologia Científi ca e Técnicas de Estudo 1.3.2 Esquema Vejamos. De acordo com Ruiz (1996, p.43), o esquema é o plano ou a linha diretriz seguida pelo autor no desen- volvimento de seu escrito; esse plano identifica um tema e estabelece a trajetória básica de sua apresentação, subordinando ideias, selecionando fatos e argumentos. Para o autor a função do esquema é apresentar o tema e hierarquizar as partes de um todo numa linha diretriz, para torná-lo possível a uma visão global. Pelo esquema pode-se atingir o todo numa única mirada. Uma única mirada? Sim! Portanto, grosso modo, podemos dizer que o es- quema constitui num “esqueleto” do texto, apresentan- do uma hierarquia de ideias. Ele é elaborado logo após o sublinhar e antes da elaboração do resumo. Segundo Salomon (1977, p. 85), as regras para a elaboração de esquemas são: • Fidelidade ao texto original: deve conter as ideias do autor; • Estrutura lógica do assunto: organização das ideias a partir das mais importantes para as consequentes; • Adequação ao assunto estudado: o esquema útil é flexível. Adapta-se ao tipo de matéria que se estuda; • Utilidade de seu emprego: o esquema deve ajudar e não atrapalhar; Metodologia Científi ca28 • Cunho pessoal: cada um faz o esquema de acordo com suas tendências, hábitos, recur- sos e experiências pessoais. Para elaborar o esquema você pode utilizar sim- bologias, tais como: setas, círculos, chaves, linhas, figu- ras, etc., prevalecendo o gosto pessoal e que facilite a compreensão do assunto. Exemplo: 1.4 Resumo, resenha e fichamento 1.4.1 Resumos Vejamos. Podemos definir o resumo como a apresentação concisa e seletiva do texto estudado, apresentando as principais ideias do autor. Qual a sua finalidade? Difusão das informações contidas em livros, mono- grafias, artigos, relatórios, etc. Para que resumir? Para compreender melhor o texto. O resumo faci- lita a análise, fixação, integração e interpretação daquilo que está sendo estudado, além de uma melhor prepara- ção para a pesquisa e avaliações. Podemos acrescentar, ainda, a possibilidade de melhoria na escrita, reorga- nização dos seus conhecimentos e seleção das partes mais importantes de um texto. 29Tema 1 | Metodologia Científi ca e Técnicas de Estudo Existem regras para elaboração de resumo? Sim! Para que você elabore um resumo é necessário: fazer a análise temática; sublinhar o texto; elaborar o esquema; redigir o resumo com as principais ideias do autor; confrontar o resumo com o original para ver se nenhuma ideia ficou esquecida. Existe um único tipo de resumo? Não! Vejamos alguns deles: a) Resumo indicativo ou descritivo: descrevem-se as principais partes do texto; utilizam-se frases curtas, sendo necessário voltar à leitura do texto original, já que é uma pequena apresentação condensada do texto, com suas principais ideias; pouco utilizado nas universi- dades, mas bastante utilizado pelas editoras. A redação do resumo deverá estar na impessoalidade com espaça- mento duplo entre linhas. Deve ser elaborado em pará- grafo único e apresentar a seguinte estrutura: referência bibliográfica e conteúdo do resumo; b) Resumo informativo ou analítico: quando apre- senta as ideias principais do texto; expõe-se finalidade, problema, metodologia, argumentos, demonstrações, re- sultados e conclusões; é um resumo mais amplo do que Metodologia Científi ca30 o indicativo e que atende suficientemente ao leitor, não precisando voltar ao texto original para o entendimento do assunto. Não permite opiniões e comentários do autor do resumo. Bastante utilizado nas universidades. A redação do resumo deverá estar na impessoalidade com espaçamento duplo entre linhas. Deve ser elaborado em parágrafo único e apresentar a seguinte estrutura: referência bibliográfica, conteúdo do resumo e palavras-chave; c) Resumo Crítico: deve apresentar as mesmas infor- mações do resumo informativo, todavia, permitem-se opi- niões e comentários do autor do resumo. Assim sendo, é necessária a interpretação e crítica sobre o texto estudado. Estrutura: referência bibliográfica, conteúdo do resumo; d) Resenha: segue as mesmas informações do re- sumo crítico, todavia, deve ser colocada na introdução do resumo da biografia do autor (formação profissional, pressupostos filosóficos, livros publicados, etc.). A re- senha é um resumo crítico mais amplo, podendo, na elaboração dos comentários, utilizar-se de opiniões de diversas autoridades científicas em relação à obra do autor estudado. Não deve ser elaborado em parágrafo único, apresentando a seguinte estrutura: referência bi- bliográfica e conteúdo da resenha. Portanto, para que o estudo de texto seja pro- dutivo, procure utilizar-se das técnicas de estudo, de sublinhar, esquematizar e resumir. A escolha do tipo de resumo que será realizado sobre um texto depen- derá de seu objetivo. Vejamos o exemplo de um parágrafo sublinhado, esquematizado e resumido (ANDRADE, 2001, p.28-29): Que tal você pegar alguns textos e utilizar as téc- nicas de sublinhar, esquematizar e resumir? 31Tema 1 | Metodologia Científi ca e Técnicas de Estudo a) Parágrafo sublinhado ATIVIDADES DOS ESPECIALISTAS EM COMUNICAÇÃO São quatro as atividades principais dos especialis- tas em comunicação: detecção prévia do meio ambiente, correlação das partes da sociedade na reação a esse meio, transmissão da herança social de uma geração para a se- guinte e entretenimento. A detecção prévia consiste na co- leta e distribuição de informações sobre os acontecimentos do meio ambiente, tanto fora como dentro de qualquer sociedade particular. Até certo ponto, isso corresponde ao que é conhecido como manipulação de notícias. Os atos de correlação, aqui, incluem a interpretação das informações sobre o meio ambiente e a orientação da conduta em re- lação a esses acontecimentos. Em geral, essa atividade é popularmente classificada como editorial ou propaganda. A transmissão de cultura se faz através da comunicação das informações, dos valores e normas sociais de uma gera- ção a outra ou de membros de um grupo a outros recém- chegados. Comumente, é identificada como atividade edu- cacional. Por fim, o entretenimento compreende os atos comunicativos com intenção de distração, sem qualquer preocupação com os efeitos instrumentais que eles pos- sam ter. (WRIGHT Apud SOARES; CAMPOS, 1978, p. 120). b) Parágrafo esquematizado ATIVIDADES DOS ESPECIALISTAS EM COMUNICAÇÃO detecção do meio ambiente ________ coleta e distribui- ção de informações = notícias correlação das partes da sociedade ________ interpretação das informações na reação a esse meio = editorial/propaganda Metodologia Científi ca32 transmissão de cultura ________ comunicação das in- formações = atividade educacional entretenimento ________ atos comunicativos = distração c) Resumo do Parágrafo São atividades dos especialistas em comunicação: detec- ção prévia do meio ambiente, que consiste na coleta e distribuição das informações, ou manipulação de notícias. Correlação das partesda sociedade na reação ao meio, que inclui a interpretação das informações, pelo editorial e pro- paganda. A transmissão da cultura, que se faz através da comunicação das informações, identificada como atividade educacional. O entretenimento, que se realiza pelos atos comunicativos, e que procura apenas a distração. Que tal sublinhar, esquematizar e resumir os pa- rágrafos abaixo! 1. Quando um bebê nasce, a primeira coisa que todo mundo quer saber é o sexo. Nos primeiros dias de vida a diferença parece mais anatômica, mas à medida em que vai crescendo, o bebê começa a se comportar como menino ou menina. Um problema controvertido é saber até que ponto esse comportamento tem base biológica ou é uma questão de aprendizado. Algumas feministas insistem em dizer que todas as diferenças comportamentais são ensinadas e que, deixando-se de lado as discrepâncias biológicas evidentes, a mulher é igual ao homem. Outros dizem que o homem é homem e que mulher é mulher e é por razões biológicas que os dois sexos se parecem, se comportam e até mes- mo se movimentam de modo diferente. Os entendidos 33Tema 1 | Metodologia Científi ca e Técnicas de Estudo em cinética têm levantado um certo número de provas que reforçam os argumentos das feministas (DAVIS, 1979:23). 2. Houve tempo em que se poderia defender a ideia de que uma pesquisa científica era coisa de gênio, por- tanto algo excepcional e fora de qualquer restrição de planejamento. Hoje não é mais possível defender essa ideia, nem para a pesquisa científica e, muito menos, para a tecnológica. Sabe-se que, na história da Técnica, intervêm comumente as ‘invenções’ empreendidas por leigos e curiosos. Depois do estabelecimento da Tecno- logia, essas ‘invenções’ tornam-se cada vez mais raras, dando lugar às ‘descobertas’, feitas por meio de pesqui- sas organizadas. Assim, tornou-se indispensável um pla- no de pesquisa que se constitua como programação dos trabalhos a serem realizados durante a pesquisa. Agora o trabalho não é mais simplesmente mental, como na fase anterior da escolha, compreensão e conhecimen- to. É necessário, agora, escrever um ‘Plano de Pesquisa’ para fixá-lo e torná-lo independente da memória (VAR- GAS, 19985:202). 3. Nesse livro (A origem das espécies) o método de pesquisa utilizado por Darwin esclarece-se. Ele parte da observação da variação das espécies de animais do- mesticados e das plantas cultivadas cuja variabilidade é muito maior do que se observa no estado selvagem. Isto porque a seleção feita pelo homem é muito con- trolada e eficiente e de efeitos acumulados. Pode-se, assim, observar nitidamente que, numa espécie dada as crias não são jamais nem idênticas entre si nem aos seus pais. Há sempre uma diferença entre os in- divíduos. Isto é um fato que pode dever à indução de uma ‘lei geral’: a lei da variabilidade. Entretanto, é, Metodologia Científi ca34 também, um fato notável que as singularidades inatas dos indivíduos são transmitidas por hereditariedade aos seus descendentes. Assim, um criador pode preser- var ou acentuar tais singularidades por acasalamentos efetuados artificialmente. Também desse fato se pode induzir uma ‘lei da hereditariedade’. Há, portanto, uma evolução nas raças dos animais domésticos e plantas cultivadas baseada numa relação artificialmente dirigi- da pelo homem (VARGAS, 1985:63-4). 4. De fato, as descobertas da Física no século XX têm surpreendido a todos, revelando as limitações da lingua- gem científica e levando a uma profunda reflexão e revi- são da concepção humana acerca do universo. A teoria quântica e a relatividade geral conduzem a uma visão do mundo bastante próxima às visões dos místicos orientais. O caráter essencialmente empírico do conhecimento mís- tico parece ser o elemento fundamental para estabelecer- se o paralelo com o conhecimento científico. As soluções, em termos de linguagem, encontradas pelos místicos, po- dem fornecer uma moldura filosófica consistente para as modernas teorias científicas, que expressa numa rígida e sofisticada linguagem matemática, parecem ter perdido toda a relação com as experiências sensoriais. No misti- cismo oriental sempre fica clara a limitação da linguagem e da lógica. As interpretações verbais da realidade são imprecisas e contraditórias. A teoria quântica e a relativi- dade apontam na mesma direção: a realidade transcende a lógica clássica (SZPIGEL, 1990:2). 5. Ninguém desconhece o sacrifício da quase totali- dade de nossos acadêmicos que vão para suas escolas após uma jornada de oito horas ou mais de trabalho pro- fissional. Se isso é sumamente louvável, não o exime, por outro lado, do compromisso de estudar e, portanto, de 35Tema 1 | Metodologia Científi ca e Técnicas de Estudo descobrir tempo para estudar. É preciso descobrir tempo. Tempo para frequentar as aulas dos diversos cursos, e tempo para estudos particulares. Se procuramos, o tem- po aparecerá. E lembremo-nos de que meia hora por dia representa três horas e meia por semana, quinze horas por mês e cento e oitenta horas por ano. E quem não conseguiria descobrir um ou mais espaços de meias hora em sua jornada? Ou quem não conseguiria fazer aparece- rem esses espaços, se o quisesse realmente? Ou será que esses espaços não aparecem porque nós não os procu- ramos, por medo de encontrá-los? Quem quer descobre, cria tempo, especialmente nós, brasileiros, que somos, por assim dizer, capazes do impossível (RUIZ, 1991:22). 6. Marx retorna de Hegel a concepção dialética da realidade, ou seja, a afirmação de que a realidade vai se produzindo permanentemente mediante um processo de mudança determinado pela luta dos contrários, por força da contradição que trabalha o real, no seu próprio interior. Era a recuperação da temporalidade real, da historicidade, dimensão perdida desde o predomínio da filosofia grega sobre a visão judaica. Assim, a filosofia marxista, em con- tinuidade com a filosofia hegeliana, concebe a realidade como se constituindo num processo histórico que, ao se efetivar, vai efetivando o próprio tempo, num processo criador. E este processo criador que ocorre por força da luta provocada pelas contradições que trabalham interna- mente a realidade é um processo dialético, de posição, negação e superação, de acordo com a tríade hegeliana da tese-antítese-síntese (SEVERINO, 1986, p. 5). 7. Naturalmente, a educação tem de ser tanto infor- mativa quanto diretiva. Não podemos simplesmente mi- nistrar informação sem ao mesmo tempo transmitir aos estudantes algumas ‘aspirações’, ‘idéias’ e ’objetivos’, a Metodologia Científi ca36 fim de que eles saibam o que fazer com a informação que receberem. Lembremo-nos, porém, que é também muito importante apresentar-lhes não apenas ideais destituídos de alguma informação real sobre a qual agir; à falta dessa informação, não lhes será nem ao menos possível usufruir desses ideais. A informação sem as diretivas, insistem corretamente os estudantes, é ‘seca como pó’. Mas as diretivas, sem a informação, gravadas na memória mercê de freqüentes repetições, só produzem orientações inten- cionais que os incapacitam para as realidades da vida, deixando-os indefesos contra o choque e o cinismo dos anos subseqüentes (HAYAKAWA, 1972, p. 210). 8. É comum ouvirmos falar sobre método científico. Alunos de ginásio e de segundo grau aprendem a respei- to nas aulas de ciência e o empregam em competições de pesquisa. Hollywood também o retrata mostrando cien- tistas usando jalecos e equipados com pranchetas, posi- cionados diante de microscópio e recipientes repletos de líquidos borbulhantes. Então, por que o método científico continua a ser um mistério para tanta gente? Um dos motivos talvez seja o nome. A palavra “método” sugere uma espéciede fórmula secreta, disponível apenas para cientistas altamente treinados, mas isso não procede. O método científico é algo que todos nós podemos usar a qualquer momento. De fato, adotar algumas das ativi- dades básicas do método científico - ser curioso, fazer perguntas, procurar respostas - é algo natural em todo ser humano. Na tarefa de descobrir a verdade, dentro de sua esfera de atuação, a ciência precisa de critérios claros, métodos de investigação precisos que descartem as ilu- sões dos sentidos, os preconceitos, as crenças pessoais (religiosas ou não), as superstições de todo o tipo. A ciên- cia utiliza o método científico (http://ciencia.hsw.uol.com. br/metodos-cientificos.htm/Texto adaptado). 37Tema 1 | Metodologia Científi ca e Técnicas de Estudo 9. O nosso dia a dia encontra-se profundamente marcado pela ciência. Tal acontece devido a objetos tec- nológicos – objetos relacionados com a ciência – que cresceram e se multiplicaram a ponto de estarem oni- presentes à nossa volta. Basta acordar de manhã por um rádio-despertador e aquecer um copo de leite no microondas para reconhecer que o nosso dia começa com um “banho” tecnológico. Logo a seguir continua na nossa profissão que, hoje em dia, não dispensa o com- putador (máquina que arredou várias outras ou entrou por dentro de várias outras) e o telefone (que já entrou nos nossos bolsos). À noite, a televisão apodera-se das nossas horas de lazer. A internet – esse casamento do computador com o telefone – entrou também no nos- so quotidiano, tanto de dia como de noite, tanto no trabalho como no lazer (http://dererummundi.blogspot. com/2007/06/cincia-e-quotidiano.html). 10. A evolução da ciência se deu com a evolução da inteligência humana, que passou do medo do desconhe- cido ao misticismo, numa tentativa de explicar os fenô- menos através do pensamento mágico, das crenças e das superstições e, finalmente, evoluiu para a busca de respostas através de caminhos que pudessem ser com- provados. Desta forma, nasceu a ciência metódica, que procura sempre uma aproximação com a lógica. O ser humano é o único animal na natureza com capacidade de pensar e indagar sobre a realidade. Esta característica permite que os seres humanos sejam capazes de refletir sobre o significado de suas próprias experiências. As- sim evolui a ciência. A Ciência num determinado período da história acabou sendo mitificada, principalmente a partir do séc. XVIII, e hoje ela é entendida como sendo qualquer assunto que possa ser estudado pelo homem, pela utilização do Método Científico e de outras regras Metodologia Científi ca38 especiais de pensamento (http://www.urutagua.uem. br/014/14maia.htm/ Texto adaptado). Vejamos exemplos de resumos: a) Resumo indicativo ou descritivo (NBR 6028): LABBENS, J. Sociologie au Brésil. Social Science informa- tion, 1 (2):31-52, July 1962. Pesquisa da sociologia atual no Brasil. Identificam-se três correntes de pensamento, baseadas em modelos históricos, matemáticos e sociológicos. A diversidade da sociologia brasileira é explicada pelo estado da sociolo- gia em geral e sua situação no país. b) Resumo informativo ou analítico (NBR 6028): LABBENS, J. Sociologie au Brésil. Social Science in- formation, 1 (2):31-52, July 1962. Pesquisa da sociologia atual no Brasil constata que existe grande diversidade de pensamento entre os sociólogos, podendo-se distinguir três tendências principais: a) a corrente histórica, que busca na história e ciências auxiliares a explicação dos fenô- menos sociais. Os expoentes desta corrente são Tavares Bastos, Aníbal Falcão, Euclides da Cunha, Alberto Torres, Oliveira Viana e Gilberto Freire; b) a corrente teórica, que se inspira diretamente nas ciên- cias naturais e que pretende conferir à sociologia um mesmo “status”, realiza suas pesquisas, sobre- tudo em modelos matemáticos e epistemológicos. São autores representativos Pontes de Miranda e Mário Luiz; c) entre 1930 e 1940, apareceu uma nova tendência que tornou a sociologia no Brasil uma ciência realmente autônoma, com objetivos definidos 39Tema 1 | Metodologia Científi ca e Técnicas de Estudo sistematicamente, métodos particulares e uma teo- ria sociológica própria. Esta corrente é denominada corrente sociológica, e os principais nomes a ela as- sociados são Fernando de Azevedo, Emílio Willems e Florestan Fernandes. A diversidade da sociologia brasileira é explicada pelo estado da sociologia em geral e sua situação no país; d) a ausência de uma razoável tradição científica no domínio da sociologia e as pressões por outros círculos não têm permitido aos sociólogos estabelecer um sistema próprio de controle social capaz de impor um modelo comum de ação. Apesar da possibilidade de reunir uma doc- umentação copiosa, não há métodos padrões para relacionar e interpretar os dados. Palavras-chave: Pesquisa da sociologia. Corrente de pen- samento: histórica, teórica e sociológica. c) Resumo crítico (LAKATOS; MARCONI, 1991, p. 72-73): LAKATOS, Eva Maria. O trabalho temporário: nova forma de relações sociais no trabalho. São Paulo: Escola de Sociologia e Política de São Paulo, 1979. 2. v. (Tese de Livre-Docência). Traça um panorama do trabalho temporário nos dias atuais, nos municípios de São Paulo, ABC e Rio de Janeiro, relacionando as razões históricas, sociais e econômicas que levaram ao seu aparecimento e desenvolvimento. Divide-se em duas partes. Na pri- meira, geral, tem-se a retrospectiva do trabalho tem- porário. Partindo do surgimento da produção indus- trial, traça um panorama da evolução dos sistemas de trabalho. Dessa maneira são enfocados, do ponto de vista sociológico, as relações de produção através Metodologia Científi ca40 dos tempos. Esse quadro histórico fornece a base para a compreensão dos fatores sociais e econômi- cos que levaram à existência do trabalho temporário tal como é conhecido hoje no contexto urbano. A parte teórica permite também visualizar a realidade sócio-econômica do trabalhador temporário, condu- zindo, em sequência lógica, as pesquisas de campo apresentadas na segunda parte do trabalho. A parte essencial consiste em uma pesquisa realizada em três níveis: o trabalhador temporário, as agências de mão de obra temporária e as empresas que a utilizam. Ao abordar os três elementos atuantes no processo, a pesquisa cerca o problema e faz um levantamento profundo do mesmo. As técnicas utilizadas para a se- leção da amostra e coleta de dados são rigorosamen- te corretas do ponto de vista metodológico, o que dá à confiabilidade. As tabelas apresentadas confirmam ou refutam as hipóteses levantadas, permitindo que, a cada passo, se acompanhe o raciocínio que leva à conclusão do trabalho [...]. Esse material permite que se conheça em detalhes e se possa reproduzir o processo de investigação realizado. d) Resenha GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pes- quisa. São Paulo: Atlas, 1996. Antônio Carlos Gil é bacharel em Ciências Po- líticas e Sociais, licenciado em Ciências Sociais e em Pedagogia, Mestre e Doutor em Ciências Sociais pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Pau- lo. É professor de Métodos e Técnicas de Pesquisa no Instituto Municipal de Ensino Superior de São Ca- etano do Sul. É autor do livro Métodos e técnicas de pesquisa social. Nessa obra, primeiramente, o autor apresenta 41Tema 1 | Metodologia Científi ca e Técnicas de Estudo aos iniciantes, de maneira simples e acessível, os elementos necessários para a elaboração de proje- tos de pesquisa. Em segundo lugar, busca garantir ao profissional de pesquisa, bem como aos estudan- tes dos níveis mais avançados, inclusive dos cursos de pós-graduação, condições para a organização de conhecimentos dispersos, obtidos aolongo da vida acadêmica ou do contato direto com a prática de pesquisa. O livro é de caráter eminentemente prático, já que esclarece acerca dos procedimentos a serem ado- tados para elaboração de projetos referentes aos mais diversos tipos de pesquisa, como pesquisa bibliográfi- ca, pesquisa documental, pesquisa “ex-post-facto”, le- vantamento, estudo de caso, pesquisa-ação e pesquisa participante [...] O livro está longe de ser um “receituário”. Pro- cura ao longo de seus capítulos, tratar das mais diver- sas implicações teóricas que envolvem o processo de criação científica. 1.4.2 Fichamento Vejamos. Na finalização do estudo de um texto, é neces- sário que se faça a documentação das informações que podem ser feitas através do fichamento. O fichamento consiste na transcrição de informa- ções em fichas. A função do fichamento é colocar à disposição do pesquisador, de forma organizada e seletiva, um conjun- to de informações de obras já consultadas, imprescindí- veis para a elaboração de trabalhos acadêmicos. O fichamento é uma técnica que propicia economia de tempo e qualidade no estudo e na pesquisa, uma manei- ra de guardar o essencial de um texto, de maneira que tenha Metodologia Científi ca42 essas informações anotadas, sempre que precisar. Há três alternativas de fichamento: uma recomendada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que são as fi- chas; uma segunda alternativa, um pouco mais in- formal, que pode ser feita em cadernos A/Z, onde serão registrados os fichamentos; a terceira que é o arquivo do computador. As fichas podem ser organizadas por autor, por obra ou por assunto. É mais comum que o fichamento seja feito em fichas, mas com o desenvolvimento tecnológico e o aparecimento da informática, com sua capacidade de guarda e armazena- mento de informações, pode ser feito no computador, em arquivos, disquetes ou CDs. O armazenamento em arquivos no computador facilita no processo de elaboração dos tra- balhos acadêmicos. O fichamento depende de seu objetivo. Assim sendo, pode ser feita numa ficha a anotação de uma referência bibliográfica de um livro, a elaboração de um esquema, a transcrição de um parágrafo de um texto, a apreciação de uma obra, a elaboração de um resumo, etc. No caso do resumo, devem-se seguir os procedi- mentos de elaboração dos mesmos. As informações transcritas podem ser colocadas em um único lado ou nos dois lados da ficha, desde que permita a visualização e organização das informações. É um critério particular e depende do indivíduo ou de quem a solicita. Quando o fichamento for feito em mais de uma ficha, recomenda-se colocar a numeração, ao alto, à direita, apenas na frente de cada ficha. Os tamanhos das fichas são: 43Tema 1 | Metodologia Científi ca e Técnicas de Estudo PEQUENO 7,5 X 12,5 cm MÉDIO 10,5 X 15,5 cm GRANDE 12,5 X 20,5 cm Exemplo de ficha com um resumo indicativo: FRENTE DA FICHA (TAMANHO GRANDE 12,5 X 20,5 cm) RUIZ, João Álvaro. Método, Economia e Eficiência nos Estudos. In;______. Metodologia Científica: guia para eficiência nos estudos. São Paulo: Atlas, 1996. cap. 1, p. 19-33. Aprender a aprender na faculdade - quem ingressa numa faculdade precisa tirar o máximo proveito do curso que vai fazer. Tempo para estudar – o primeiro passo para estudar consiste em reorganizar a vida de maneira a abrir espaços para o estudo e planejar o seu tempo. Para descobrir tempo - a maneira mais prática de descobrir o tempo consiste em tomar uma folha de papel, anotar os diversos dias da semana, os diversos afazeres e os possíveis espaços ociosos. Programar a utilização do tempo – programar a utilização dos espaços/horas que possam ser reservadas para o estudo. Horário de preparação para aula – de posse do material de estudo o estudante deverá ler previamente a matéria que será desenvolvida durante a aula. Horário das revisões das aulas – é necessário fazer revisões, a imediata que se faz da aula anterior e as globalizadoras corresponde análise e síntese. O grande tempo de todo estudante – o grande tempo são as aulas. Como aproveitar o tempo das aulas - é preciso frequentá-las, levar consigo material adequado ao trabalho do dia, guardar Metodologia Científi ca44 VERSO DA FICHA silêncio exterior para não distrair os outros e silêncio interior não distraindo a si próprio, cordialidade de relacionamento: professor e aluno. Como aproveitar o tempo em reuniões de grupos – o estudo em equipe é muito proveitoso sob todos os aspectos. Aluna do 1º período do Curso de Geografia Noturno, turma 96A: Maria Maciel Santos Procedimentos gerais para a elaboração do resumo informativo, crítico e resenha digitada em editor de texto: papel branco, formato ofício – A4 (21 cm x 29,7 cm); as margens da folha devem ter 3 cm (esquer- da e superior) e 2 cm (direita e inferior); digitação na cor preta, em tamanho 12, nas fontes Times New Roman ou Arial; redação com impessoalidade, objetividade, clareza e concisão; único parágrafo (resumo informativo e críti- co), com parágrafos (resenha); espaçamento simples na referência bibliográfica; 45Tema 1 | Metodologia Científi ca e Técnicas de Estudo espaçamento 2 duplos, entre a referência bi- bliográfica e o conteúdo do resumo; espaçamento duplo no conteúdo do resumo (Texto); espaçamento 2 duplos, entre o texto e as pa- lavras-chave (resumo informativo); as “Palavras-chave”, separadas entre si por ponto e finalizadas também por ponto; colocar capa e folha de rosto: ver modelo; a organização da referência bibliográfica de acordo com as normas da ABNT NBR 6023. Para organização das referências consultar o site: http://www.unit.br/normasacademicas.asp (Normas para referências, citações e notas de rodapé). Apresentamos, abaixo, os aspectos gráficos e ta- manhos de fonte (indicados por T.F.) para elaboração do resumo. Metodologia Científi ca46 a) capa 47Tema 1 | Metodologia Científi ca e Técnicas de Estudo b) folha de rosto Metodologia Científi ca48 c) resumo informativo (texto - observe os aspec- tos gráficos) 49Tema 1 | Metodologia Científi ca e Técnicas de Estudo d) resenha (texto - observe os aspectos gráficos) Vocabulário e leitura eficiente Metodologia Científi ca50 TEXTO COMPLEMENTAR Muita gente lê mal porque não tem bom vocabulário e não tem bom vocabulário porque lê mal, o que se tor- na um círculo vicioso que deve converter-se em círculo virtuoso, para todo aquele que aspira atingir nível de crescimento cultural. O domínio cada vez mais amplo do vocabulário enrique- ce nossa possibilidade de compreensão e concorre para aumentar a velocidade na leitura. Mas como aumentar nosso vocabulário? Decorando algum dicionário? Quem o fez em seu tempo de estu- dante, em eras que não voltam mais, confessa que o trabalho era penoso; entretanto, acaba agradecendo aos professores exigentes de seu tempo. Mas o me- lhor recurso para aumentar o próprio vocabulário é, sem dúvida, a leitura. Como proceder ante uma palavra de sentido desconhe- cido, ou que assume sentido novo em determinado con- texto? Morgan e muitos outros recomendam a imediata consulta aos dicionários: “A primeira coisa é procurá-la num dicionário.” Por nossa parte, sugerimos que se ex- perimente não interromper a leitura ante um termo de sentido desconhecido; não raro, a sequência do texto deixará bem claro o sentido da palavra desconhecida; anote, pois, a palavra desconhecida em um papel avul- so, e continue a ler. Ao final de um capítulo, apanhe o dicionário para esclarecer todas as palavras anotadascomo desconhecidas e verifique o sentido que melhor se coaduna com o respectivo contexto. Assim, durante a se- gunda leitura, em que se sublinham as ideias principais e os pormenores importantes, todos os termos estarão claros e incorporados ao nosso vocabulário. Adote a su- gestão da consulta imediata ou a sugestão de não in- terromper a leitura cada vez que encontrar uma palavra desconhecida. O fundamental é que não se deve perder 51Tema 1 | Metodologia Científi ca e Técnicas de Estudo a oportunidade de enriquecer o próprio vocabulário pela preguiça da busca de palavras novas em algum dicioná- rio. Por certo, estaríamos prejudicando a compreensão do texto e impedindo o próprio crescimento cultural. Que dicionário consultar? Não se entende um estu- dante de nível superior que não tenha um bom dicio- nário comum da língua materna. Mas há certas pala- vras que, embora incorporadas à linguagem vulgar, conservam ou assumem sentido específico, definido pelas diversas ciências, como botânica, a biologia, a medicina, a filosofia, e assim por diante. Outras palavras não constam nos dicionários comuns, mas tão-somente nos dicionários de maior porte ou em dicionários técnicos das diversas áreas. O estudante deve adquirir um bom dicionário dentro de sua área de especialização. Entretanto, as faculdades mantêm bibliotecas ricas em fontes de consulta, com grande variedade de dicionários e enciclopédias à disposição de seus alunos. Não é preciso que cada um compre enciclopédias caríssimas para usar uma vez ou outra; com o dinheiro de uma enciclopédia de generalidades monta-se uma preciosa estante com obras da própria especialidade, inclusive com dicionários técnicos; e isto parece ser mais útil. RUIZ, João Álvaro. Vocabulário e leitura eficiente. In: ______. Metodolo- gia Científica: guia para eficiência nos estudos. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1996. p. 41-42. Trabalhos acadêmico-científi cos2 2.1 Pesquisa científica/Ética e Pesquisa 2.1.1 Pesquisa científica Vejamos. A metodologia é a maneira concreta de realizar a busca do conheci- mento desejado de forma racional e eficiente. Nesse contexto, essa busca de conhecimento pode ser realizada através da pesquisa. Segundo Andrade (2001, p. 121), a pesquisa pode ser definida como um conjunto de procedimentos sistemáticos baseado no raciocínio lógico que tem o objetivo de encontrar soluções para problemas propostos, mediante a utilização de métodos científicos. O êxito de uma pesquisa depende de certas qualidades intelectuais e sociais do pesquisador, tais como (GIL, 1991, p. 20): Conhecimento do assunto a ser pesquisado; Curiosidade; Criatividade; Integridade intelectual; Metodologia Científi ca54 Atitude auto-corretiva; Sensibilidade social; Imaginação disciplinada; Perseverança e paciência; Confiança na experiência; Ética. Podemos então apresentar a você algumas carac- terísticas da pesquisa. Quanto à natureza, a pesquisa pode constituir-se em: a) trabalho científico original: quando uma pes- quisa é realizada pela primeira vez, trazendo novos conhecimentos para a comunidade científica e para a sociedade; b) resumo de assuntos: quando a pretensão não é trazer novos conhecimentos, mas a prática metodoló- gica da pesquisa através de trabalhos publicados por outros autores. Neste tipo de pesquisa o objetivo é reu- nir, analisar e discutir conhecimentos e informações de trabalhos já existentes. Quanto aos meios para obtenção das informações temos: a) Pesquisa documental: quando são utiliza- dos documentos que ainda não receberam tratamento analítico, ou seja, quando a pesquisa é realizada a partir de fontes primárias; 55Tema 2 | Trabalhos acadêmico-científi cos b) Pesquisa bibliográfica: quando realizada a par- tir de fontes secundárias, ou seja, a pesquisa é desen- volvida através de material já elaborado: livros e artigos científicos; c) Pesquisa de campo: quando é realizada a partir de informações obtidas “em campo”, onde os fenôme- nos ocorrem em situação natural; d) Pesquisa de laboratório: quando as informa- ções são obtidas em laboratório, buscando-se produzir ou reproduzir o fenômeno estudado, em condições de controle. Quanto aos objetivos da pesquisa, pode-se classificá-las em: a) Pesquisa exploratória: constitui-se numa pesqui- sa preliminar, cujo principal objetivo é buscar informações sobre determinado assunto ou descobrir um tema para es- tudo. Através da pesquisa exploratória podemos, também, delimitar um tema, definir os objetivos ou formular as hi- póteses de uma pesquisa. Ela é considerada por alguns autores como um estudo inicial para realização de outro tipo de pesquisa; Exemplos: Processo de reprodução das abelhas; verificar se há impactos ambientais nos manguezais do município de Itaqui; realizar uma pesquisa bibliográfica para elaborar uma hipóte- se de pesquisa. b) Pesquisa descritiva: é realizada para descrever fe- nômenos ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Procura-se observar, registrar, analisar e interpretar os fenô- menos utilizando-se de técnicas padronizadas de coleta de dados como o questionário e a observação sistemática; Exemplos: Metodologia Científi ca56 Pesquisar sobre as características de um grupo social: distribuição por idade, sexo, procedência, nível de escolarida- de, estado de saúde etc. Pesquisar o nível de atendimento dos órgãos públicos de uma comunidade: condições de habi- tação, índice de criminalidade etc. Pesquisar sobre opiniões, atitudes e crenças de uma população. c) Pesquisa explicativa: é um tipo de pesquisa mais complexa, pois procura um conhecimento mais pro- fundo sobre o fenômeno estudado. O principal objetivo é identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos, procurando explicar a razão, o porquê das coisas. A pesquisa explicativa nas ci- ências naturais caracteriza-se pela utilização do método experimental e observacional nas ciências sociais. Exemplos: Pinga-se uma gota de ácido numa placa de metal para observar o resultado; verificar os efeitos da utiliza- ção de um determinado medicamento em um grupo sob controle; comprovar hipóteses na busca de leis e teorias. Quanto à abordagem na pesquisa, pode-se clas- sificá-las em: a) pesquisa quantitativa: quando a abordagem está relacionada à quantificação de dados obtidos mediante pes- quisa. Utiliza-se na pesquisa de recursos e técnicas esta- tísticas como: percentagem, média, moda, mediana, desvio padrão, coeficiente de correlação, análise de regressão, etc.; b) pesquisa qualitativa: quando não emprega procedimentos estatísticos na abordagem da pesqui- sa. É utilizada para investigar um determinado proble- ma de pesquisa, cujos procedimentos estatísticos não podem alcançar devido à complexidade do problema como: opiniões, comportamentos, atitudes dos indiví- duos ou grupo. 57Tema 2 | Trabalhos acadêmico-científi cos Conforme o enfoque nas diversas áreas das ciên- cias, há diferentes classificações de pesquisa. Não há um único referencial. A bibliografia sobre Metodologia Científica apresenta grande número de tipos de pesqui- sa. Quanto à obtenção de informações, Gil (1991, p. 45-62), apresenta a seguinte classificação: a) pesquisa bibliográfica: quando é desenvolvida a partir de material já publicado, constituído principal- mente de livros, artigos de periódicos e atualmente de material disponibilizado na Internet; b) pesquisa documental: quando elaborada a par- tir de materiais que não receberam tratamento analítico; c) pesquisa experimental: quando se determina um objeto de estudo, selecionam-se as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definem-se as formas de controle e de observação dosefeitos que a variável produz no objeto; d) pesquisa ex-post-facto: quando o “experimen- to” se realiza depois dos fatos; neste tipo de pesquisa são utilizados como experimentos situações que se de- senvolveram naturalmente e trabalha-se depois sobre elas como se estivessem submetidas a controles; e) levantamento: quando a pesquisa envolve a interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer e, mediante análise quantitativa, ob- têm-se as conclusões dos dados coletados; f ) estudo de caso: quando envolve o estudo profundo, detalhado e exaustivo de um ou poucos objetos de maneira que se permita o seu amplo co- nhecimento; Metodologia Científi ca58 g) pesquisa-ação: quando concebida e reali- zada em estreita associação com a resolução de um problema coletivo. Os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo; supõe uma forma de ação planejada, de caráter so- cial, educacional, etc.; É importante ressaltar que há diferentes for- mas de classificações de pesquisa. Não há um único referencial. A bibliografia sobre pesquisa científica apresenta grande número de classificações. Segundo Lakatos e Marconi (1999, p. 21), o critério para a classificação dos tipos de pesquisa depende do enfoque dado pelo autor e de interes- ses, condições, campos, metodologia, situações, ob- jetivos, objetos de estudo, etc. Os tipos de pesquisa nas diversas classifica- ções não são estanques. Uma mesma pesquisa pode estar, ao mesmo tempo, enquadrada em várias clas- sificações, desde que obedeça aos requisitos ine- rentes a cada tipo. Portanto, um pesquisador pode utilizar-se no estudo de um problema, por exemplo: a pesquisa bibliográfica, a pesquisa documental, a pesquisa de campo, a pesquisa descritiva e a abor- dagem quantitativa. Para a realização de uma pesquisa científica é de fundamental importância a utilização de métodos cientí- ficos e técnicas de pesquisa. 2.1.2 Ética e Pesquisa Pela Resolução 196/96 de 10 de outubro de 1996 que estabelece as Diretrizes e Normas Regula- mentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos no Brasil, o Ministério da Saúde (MS) via Conselho Nacional de Saúde (CSN) e Comissão Nacional de Éti- 59Tema 2 | Trabalhos acadêmico-científi cos ca em Pesquisa (CONEP) criou os Comitês de Ética e Pesquisa (CEPs) nas instituições que a realizam em todo o país, objetivando avaliar e autorizar projetos de pesquisa que envolva seres humanos, possibilitan- do ao mesmo tempo uma ação consultiva e educativa ao fomentar uma reflexão analítica e crítica em torno da ética nas ciências (BRASIL, 1996). Para tanto, foram estabelecidos princípios éti- cos que visaram o reconhecimento de valores e di- reitos, levando em conta a não maleficência, a be- neficência, a autonomia e a justiça, com o intuito de preservar a dignidade humana. Nessa perspectiva a referida resolução determinou, ainda, a garantia da responsabilidade do pesquisador, patrocinador e ins- tituição em dar assistência integral às complicações e danos provenientes dos riscos da pesquisa, inclu- sive indenizatórios, cumprindo assim uma destinação social e humanitária, com vantagens significativas e redução do ônus em termos gerais e em especial no que se refere aos grupos vulneráveis. Com o intuito de estabelecer critérios para o uso de seres humanos na pesquisa científica, criou também um mecanismo pautado na participação e aceitação vo- luntária dos termos da pesquisa, na forma de consen- timento informado em que o pesquisado por si ou seu representante, sabendo da natureza da mesma, conse- quências e riscos, aceita o tratamento proposto ou expe- rimentação, especificando seus dados de identificação e a manifestação legal da sua concordância em participar como sujeito da pesquisa. Constando ainda o seu grau de participação, bem como as prováveis dificuldades di- retas e indiretas que possam ocorrer durante a sua rea- lização, sob a denominação de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Cabe ao responsável pela pesquisa suspendê-la imediatamente, caso perceba a possibilidade de risco ou dano à saúde do sujeito envolvido, previsto ou não Metodologia Científi ca60 no referido termo, o qual, juntamente com o projeto de pesquisa proposto, deve ser enviado ao CEP, para apreciação e julgamento ético para somente, após apro- vação, ser colocado em prática. Com isso, o uso de seres humanos na pesquisa ficou obrigado ao cumprimento dessa resolução com a implantação dos CEPs em todo o território nacional, visando o atendimento a pesquisadores e a submis- são de projetos de pesquisa nas diversas áreas do conhecimento, atuando tanto na forma interdisciplinar quanto na transdisciplinar, considerando os valores e os preceitos éticos necessários, além de avaliar a documentação prevista ao seu desenvolvimento com o objetivo de proteger e adequar o bem-estar dos indivíduos pesquisados. Além disso, em 05 de agosto de 1997, o Plenário do Conselho Nacional de Saúde, amparado pela Lei no. 8.080 de 19 de setembro de 1990 e pela Lei 8.142 de 28 de dezembro desse mesmo ano, aprovou a Resolu- ção CSN251/97 estabelecendo as normas de pesquisa envolvendo seres humanos quanto ao uso de novos fármacos, medicamentos, vacinas e testes diagnósticos (BRASIL, 1997). Desse modo, a ética na pesquisa científica ampliou suas fronteiras aos vários campos do sa- ber pautando-se tanto no contexto da bioética (ética aplicada ao campo médico e biológico), quanto no da diversidade cultural da sociedade global, conside- rando, ainda, o Código de Ética e os direitos huma- nos consolidados nas Ciências Humanas, bem como os cuidados necessários à publicação dos resultados obtidos com a pesquisa, principalmente com o in- tuito de evitar conclusões constrangedoras e/ou hu- milhantes que possam de algum modo gerar confli- tos ou trazer prejuízos e inconvenientes aos sujeitos pesquisados. 61Tema 2 | Trabalhos acadêmico-científi cos 2.2 Pesquisa bibliográfica e normas de referên- cias, citações e notas de rodapé 2.2.1 Pesquisa bibliográfica Caro aluno, tendo em vista ser a pesquisa bibliográ- fica uma atividade de aprendizagem, produção e aprimora- mento do conhecimento e, bastante solicitada por profes- sores, resolvemos prestar maiores explicações a respeito dos procedimentos metodológicos para a sua elaboração. A pesquisa bibliográfica é realizada com o objeti- vo de explicar um problema através de referenciais escri- tos. Pode constituir-se como um trabalho em si mesmo ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental. Também é de grande importância no processo de elabo- ração e composição de monografias. Para a sua elaboração devemos percorrer as se- guintes fases: Escolha do tema Poderá ser da escolha do aluno ou indicado pelo pro- fessor, devendo levar em consideração o tempo disponível para realização da pesquisa, disponibilidade de material para consulta, interesse pelo assunto a ser trabalhado, relevância para o aprendizado, área de conhecimento e/ou sociedade. Delimitação do tema O tema não poderá ficar aberto ou vago. Deverá ser escolhido um aspecto do tema para ser trabalha- do. Assim sendo, na delimitação do tema é necessário definir sua extensão, profundidade e tipo de enfoque (biológico, pedagógico, estatístico, etc.). Também, deve- rá delimitá-lo no tempo e no espaço. Exemplo: Tema: Evasão escolar Delimitação do tema: A evasão escolar no ensino fundamental, no município de Aracaju, na década de 1970. Metodologia Científi ca62 Plano de trabalho Antes de iniciar a pesquisa, é necessária a ela- boração do plano de trabalho, que poderá ser provisó- rio. Nele deverá constar o direcionamento da pesquisa, apresentando os tópicos dos assuntos
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