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Cidadania e sociedade

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CIDADANIA E SOCIEDADE
Tema: Sociedade e Diversidade
CENTRO UNIVERSITÁRIO
LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, nº 1.040, Bairro Benedito
89130-000 - INDAIAL/SC
www.uniasselvi.com.br
Curso sobre Cidadania e Sociedade
Centro Universitário Leonardo da Vinci
Autora
Ana Clarisse Alencar Barbosa
Organização
Elisabeth Penzlien Tafner
Meike Marly Schubert
Sonia Adriana Weege
Tatiana Milani Odorizzi
Reitor da UNIASSELVI
Prof. Hermínio Kloch
Pró-Reitoria de Ensino de Graduação a Distância
Prof.ª Francieli Stano Torres
Pró-Reitor Operacional de Ensino de Graduação a Distância
Prof. Hermínio Kloch
Diagramação e Capa
Letícia Vitorino Jorge
Revisão
Joice Carneiro Werlang 
José Roberto Rodrigues
1
Sociedade e Diversidade
Cidadania e Sociedade
Copyright © UNIASSELVI 2015. Todos os direitos reservados.
EmEnta 
Conceitos de diversidade cultural e desigualdade social da diversidade humana. 
Construção e Reconstrução do saber aprendido.
SOCIEDaDE E a DIVERSIDaDE
1 IntRODUÇÃO
Vamos iniciar o nosso tópico apresentando algumas definições e conceitos a respeito 
dos problemas sociais ocasionados pela diversidade que gera diferenças entre coisas e seres, 
que por consequência geram os mais diversos preconceitos, desigualdades e conflitos sociais.
Vamos reconhecer a necessidade e a essencialidade da inclusão como uma forma de 
democratização das relações sociais, principalmente na emancipação e na sutileza do trato 
com o outro, seja em relação aos “iguais” ou entre iguais e diferentes, o que significa apenas 
uma concepção criada para diferenciar pessoas ou grupos sociais que, de alguma forma, ainda 
não foram incluídos no contexto social.
2 COnCEItOS DE DIVERSIDaDE CULtURaL E DESIGUaLDaDE SOCIaL
A diversidade cultural e a desigualdade social, apesar de terem conceitos distintos, 
desempenham uma ampla relação entre seus termos, isto é, quanto maior for a diversidade 
cultural, maior será a desigualdade social. 
A diversidade cultural brasileira se deu pelo processo de miscigenação entre brancos, 
índios e negros e foi marcada por uma série de crenças, hábitos, costumes e conceitos 
contraditórios, alimentando assim uma discussão permanente a respeito dos direitos e deveres 
dos seres humanos. Principalmente no combate aos preconceitos remanescentes e oriundos 
dessa relação, que perdurou por séculos, trazendo sérias consequências a uma imensa 
população de oprimidos, incluindo-se aí os negros, os índios, os pobres, os portadores de algum 
tipo de deficiência, tipos de preferências, relações e diferenças sexuais, doenças crônicas, 
dentre outras formas de relações consideradas por uma boa parte da sociedade como algo 
fora da normalidade e, por esse motivo, não aceitável.
3 DIVERSIDaDE CULtURaL E DESIGUaLDaDE SOCIaL
A diversidade no contexto cultural significa uma grande quantidade de coisas, ações, 
pensamentos, ideias e pessoas que se diferenciam entre si dentro de grupos sociais ou dentro de 
uma mesma sociedade, e os mesmos são passíveis de discussão, apelos, protestos, discórdia 
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Cidadania e Sociedade
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e geralmente acabam em conflitos, chegando até às desigualdades sociais. 
Por isso, a presença da diversidade no acontecer humano nem sempre garante 
um trato positivo dessa diversidade. Os diferentes contextos históricos, sociais 
e culturais, permeados por relações de poder e dominação, são acompanhados 
de uma maneira tensa e, por vezes, ambígua de lidar com o diverso. Nessa 
tensão, a diversidade pode ser tratada de maneira desigual e naturalizada 
(GOMES, 2007, p. 19).
No entanto, existem pontos de vista convergentes e pontos de vista divergentes, ambos 
discriminatórios, um no sentido positivo e outro no sentido negativo, isto é, no primeiro caso, 
trata-se daquilo que já foi estipulado pela sociedade como regras relacionadas com bom senso; 
já no segundo caso, são ações que não condizem com a ordem preestabelecida através 
das leis, normas e regras que regulam e inibem o que podemos definir como procedimentos 
absurdos. Portanto, a desigualdade social tem os seus princípios pautados nas tendências e 
nas diferenças de cada indivíduo. Vejamos:
A pobreza: é uma condição que faz parte de um determinado grupo de pessoas que 
vivem à margem da sociedade, que são carentes dos recursos existentes, como moradia, 
alimentação, situação financeira etc. O que, na visão de alguns autores, é a condição que mais 
degrada o ser humano e a que mais se aproxima e se identifica como um fator ou um elemento 
causal do desequilíbrio econômico e da desigualdade social.
Raça: trata-se da discriminação social, o que é muito presente nos dias de hoje por 
alguns grupos inescrupulosos que agridem com palavras ou pela violência física pessoas que 
não são da mesma etnia, não têm a mesma cor da pele, ou são de diferentes religiões ou, até 
mesmo, por causa de seu comportamento sexual. 
Esses indivíduos, apesar de viverem no século XXI, onde existe um processo de evolução 
tecnológica e humana, mesmo assim são discriminados e violentados por sua maneira de 
ser, principalmente por grupos radicais. Podemos citar como exemplo o que aconteceu com 
os judeus, conhecido como o holocausto, ou o caso da África do Sul, que teve repercussão 
mundial, também conhecido como segregação racial (Apartheid), o que significa separação 
entre negros e os brancos das classes dominantes.
DICA
S!
Sugerimos que você assista ao filme Mandela, que fala sobre a 
vida do ex-presidente da África do Sul e líder da luta contra o 
Apartheid. O filme tem como diretor Justin Chadwick.
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Como podemos perceber, o preconceito, a discriminação e o descaso com algumas 
pessoas têm ocasionado uma série de sofrimento e dor, principalmente para aquelas que são 
rejeitadas por uma grande parte da sociedade, onde as mesmas são julgadas e condenadas 
ao mesmo tempo, após serem classificadas como diferentes, porém, diferentes no sentido 
tendencioso e pejorativo, e muitas vezes essas pessoas são taxadas e rotuladas como 
pervertidas, no caso dos homossexuais, e frágeis, no caso das mulheres. Vejamos:
Mulher: infelizmente, as estatísticas comprovam que apesar das várias leis existentes, 
no caso específico da Lei Maria da Penha, instituída para a proteção da integridade da mulher 
brasileira contra casos de violências domésticas, ainda existem casos absurdos de desrespeito 
à dignidade humana, não discriminando raça, religião ou posição social.
Homossexualidade: é o comportamento sexual entre pessoas do mesmo sexo, e para 
alguns indivíduos esse tipo de comportamento fere as normas de conduta universal. No entanto, 
já existem projetos no Congresso Nacional que criminalizam certas atitudes discriminatórias 
contra essa parcela da sociedade, o que significa um avanço na busca de um espaço alternativo, 
o que é perfeitamente compreensivo em uma sociedade cultural democrática.
De acordo com Silva (2007, p. 133), “[...] os diferentes grupos sociais, situados em 
posições diferenciadas de poder, lutam pela imposição de seus significados à sociedade mais 
ampla”.
Assim, é fundamental que percebamos as diferenças e desigualdades não de forma 
natural, mas como uma construção histórica possível de ser desestabilizada em sua forma 
rígida, para ser transformada em algo que possa ser identificado e reconhecido como base 
para a construção de relações interpessoais mais democráticas dentro da sociedade, isto é, 
devemos pensar e repensar o seu conceito histórico e a sua trajetória futura, pois, de acordo 
com Gomes (2007, p. 22): 
A diversidade cultural varia de contexto para contexto. Nem sempre aquilo que julgamos 
como diferençasocial, histórica e culturalmente construída recebe a mesma interpretação nas 
diferentes sociedades. Além disso, o modo de ser e de interpretar o mundo também é variado e 
diverso. Por isso, a diversidade precisa ser entendida em uma perspectiva relacional. Ou seja, 
as características, os atributos ou as formas ‘inventadas’ pela cultura para distinguir tanto o 
sujeito quanto o grupo a que ele pertence dependem do lugar por eles ocupado na sociedade 
e da relação que mantêm entre si e com os outros. 
Portanto, o caráter multicultural de nossas sociedades revela-se hoje temática quase 
obrigatória nas discussões sobre sociedade e sobre educação. Porém, refletir sobre a 
diversidade exige um posicionamento crítico diante de uma realidade cultural e racialmente 
miscigenada, assunto que, apesar de já ter sido discutido anteriormente, achamos prudente e 
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Sociedade e Diversidade
Cidadania e Sociedade
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viável inserir neste parágrafo outra opinião, que confirma as anteriores a respeito do processo 
de miscigenação. 
Não podemos esquecer que essa sociedade é construída em contextos históricos, 
socioeconômicos e políticos tensos, marcados por processos de colonização e dominação. 
Estamos, portanto, no terreno das desigualdades, das identidades e das diferenças (GOMES, 
2007, p. 22).
E ainda segundo Gomes (2003, p. 73):
O reconhecimento dos diversos recortes dentro da ampla temática da diversidade cultural 
(negros, índios, mulheres, portadores de necessidades especiais, homossexuais, entre outros) 
coloca-nos frente a frente com a luta desses e outros grupos em prol do respeito à diferença. 
Coloca-nos também diante do desafio de implementar políticas públicas em que a história e a 
diferença de cada grupo social e cultural sejam respeitadas dentro das suas especificidades, 
sem perder o rumo do diálogo, da troca de experiências e da garantia dos direitos sociais. A 
luta pelo direito e pelo reconhecimento das diferenças não pode se dar de forma separada e 
isolada e nem resultar em práticas culturais, políticas e pedagógicas solidárias e excludentes.
No entanto, a diversidade e a diferença dizem respeito não somente aos sinais que 
podem ser vistos a olho nu, mas também aquelas que são construídas socialmente ao longo 
de um processo histórico, tendo as mesmas os seus pontos divergentes e convergentes, que 
são construídos através das relações sociais e, principalmente, nas relações de poder e de 
submissão, e para algumas pessoas, nem sempre esse posicionamento é entendido dessa 
forma. 
Como nos diz Carlos Rodrigues Brandão (1986 apud GOMES, 2007, p. 25), “por diversas 
vezes, os grupos humanos tornam o outro diferente para fazê-lo inimigo”. 
Pensar na diversidade cultural é pensar em sociedade, que envolve pensamento, 
ideia, ação e mudanças, isto é, significa pensar não apenas no reconhecimento do outro, mas 
pensar na relação entre o eu e o outro, pois, quando consideramos o outro estamos também 
considerando a nossa história, o nosso grupo e o nosso povo, mas não apenas como um 
simples padrão de comparação, e sim em sua totalidade.
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Sociedade e Diversidade
Cidadania e Sociedade
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FIGURA 5 - DIVERSIDADE CULTURAL
FONTE: Disponível em: <http://
educacaobilingue.com/2010/01/17/
indigena/>. Acesso em: 12 fev. 2014.
Nesta perspectiva, percebemos que “somos todos iguais como seres humanos. Por isso 
devemos combater qualquer forma de discriminação e de arrogância, agindo solidariamente uns 
com os outros”. (AQUINO et al., 2002, p. 16). O ser humano veio ao mundo não somente para 
compor ou contribuir para o povoamento da Terra, mas para ser útil, participativo, democrático, 
ético, moral e solidário para com os seus semelhantes. 
Essas são as diversas opções existentes, que além de motivadoras, também servem 
como estímulo na adaptação do ser humano, bem como no seu processo de desenvolvimento 
pessoal frente às diversidades existentes no universo, que poderíamos denominá-las de um 
conjunto de atos e fatos diferentes entre si que formam a sociedade como um todo. Para Saji 
(2015, p. 13), “o tema diversidade é bastante amplo. Sua abordagem vai desde definições 
restritas às questões de raça, etnia e gênero, até as mais abrangentes, que consideram como 
diversidade qualquer diferença individual entre as pessoas”.
AUT
OAT
IVID
ADE �
Chegou sua vez!
Escreva o seu conceito para Diversidade.
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Assim, a diversidade faz parte da natureza das coisas existenciais, sendo elas a 
diversidade relacionada com a situação socioeconômica, com a diversidade cultural, onde as 
mesmas foram se transformando em essência no decorrer dos tempos, principalmente em 
se tratando das diferenças relacionadas às diferentes raças e suas manifestações culturais, 
incluindo-se aí a sua descendência, que, por consequência, deixam de fazer parte da cultura 
original e passam a fazer parte de outra cultura produzida para atender a uma demanda 
econômica. 
Como foi o caso da cultura da cana-de-açúcar, explorada pelos grandes latifundiários, 
gerando um longo período de uma relação conflitante e tumultuada entre o poder destes 
grupos de exploradores e a submissão dos negros, dos índios, das mulheres, das crianças e 
adolescentes. 
Nenhum povo que passasse por isso como sua rotina de vida, através de séculos, 
sairia dela sem ficar marcado indelevelmente. Todos nós, brasileiros, somos carne da carne 
daqueles pretos e índios supliciados. Todos nós brasileiros somos, por igual, a mão possessa 
que os supliciou. A doçura mais terna e a crueldade mais atroz aqui se conjugaram para fazer 
de nós a gente sentida e sofrida que somos e a gente insensível e brutal, que também somos. 
Descendentes de escravos e de senhores de escravos, seremos sempre servos da malignidade 
destilada e instalada em nós, tanto pelo sentimento da dor intencionalmente produzida para 
doer mais, quanto pelo exercício da brutalidade sobre homens, sobre mulheres, sobre crianças 
convertidas em pasto de nossa fúria (RIBEIRO, 1995, p. 120).
Então, caro acadêmico! Existe uma diversidade de coisas diferentes e uma diversidade 
de pessoas diferentes em todos os seus aspectos. A esse tipo de diversidade denominamos 
de diversidade cultural, o que significa na prática o relacionamento comunitário, ou melhor, 
o relacionamento em diferentes comunidades, podendo este relacionamento contribuir 
significativamente no sentido cooperativo ou na geração de conflitos, que são chamados de 
conflitos sociais. 
Portanto, são essas diferenças que geram o princípio da desigualdade social, que vão 
além das características humanas, ultrapassando o bom senso, descaracterizando o princípio 
da igualdade e do amor ao próximo, modificando ou alterando outros princípios considerados de 
grande importância para as questões relacionadas com o respeito, a dignidade, a reciprocidade 
e as boas práticas das relações humanas no contexto social. 
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Qual o seu conceito para desigualdade social?
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Acadêmicos! É preciso que haja um basta nesta triste trajetória de descaso e 
discriminação entre os seres humanos, principalmente frear os impulsos daqueles mais 
exaltados, que ferem com palavras e atos e cada vez mais maculam a imagem e obscurecem 
a identidade do indivíduo, como pessoa e como cidadão com direitos e deveres. Dessa forma, 
contribuindo para o desenvolvimento econômico e social. Isso é cidadania, isso é respeito e é 
também uma forma de inclusão social.
Sendo assim, a desigualdade significa não só a diferença existente entre pessoas ou 
coisas que compõem o universo, mas significa também a diferença no tratamento e no respeito 
para com o outro. Nesse caso, estamos nos referindo à desigualdade humana, que na maioria 
das vezes está caracterizada pelo preconceito e pelos diversos tipos de violências e pelas suas 
relações conflitantes dentro do contexto social. Exemplo: a desigualdade socioeconômica, as 
desigualdades raciais, a falta de segurança, a falta de acesso à moradia, ao saneamento básico, 
dentre outras formas de exclusão social. Muitas vezes, essas diferenças são ocasionadas pela 
falta de oportunidade, excluindo até o mais digno do ser humano, o que não deixa de ser uma 
forma preconceituosa de relação e convivência social.
Aquino et al. (2002, p.34-35) afirmam que:
Toda vez que julgamos uma pessoa, um grupo ou mesmo um povo sem co-
nhecê-los, estamos usando de preconceito. [...]. O termo preconceito significa 
o conjunto de opiniões formadas antecipadamente sobre o outro, sem levar em 
conta suas qualidades ou suas capacidades. Os preconceituosos têm atitudes 
intolerantes com as pessoas que são diferentes deles. Julgam-se superiores 
e, por isso, desvalorizam e desrespeitam outras pessoas. Preconceito e into-
lerância andam sempre juntos.
São atitudes que acontecem no dia a dia, por meio de atos, gestos ou pala-
vras que tentam diminuir, rebaixar os modos de ser, agir e sentir dos outros. 
E, algumas vezes, elas ocorrem sem que as percebamos com clareza, até 
senti-las na própria pele – por exemplo, quando não somos aceitos por alguém 
ou por um grupo. Neste caso, somos vítimas de um preconceito aberto, direto 
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e explícito. E isso já aconteceu com todos nós, de um modo ou de outro. Mas 
há também o preconceito indireto, implícito, como as piadas de mau gosto, 
que ofendem as pessoas só por causa de sua raça, nacionalidade, sexo e 
outras características.
Ainda com relação aos preconceitos, segundo a denominação de inclusão e exclusão social, 
estas são pautadas e divididas em grupos ou classes sociais, que, por sua vez, são classificadas 
hierarquicamente de acordo com o seu poder aquisitivo, sua relação social, diferenças culturais, a 
cor da pele, sexualidade, etnia, deficiências físicas, idade, crenças etc. 
Portanto, a diversidade humana (pessoas diferentes) deveria ser um instrumento de 
unificação dos seres, diferentemente das desigualdades sociais, que significam que nem todos 
têm as mesmas oportunidades, o que em grande parte se deve às diversas formas de preconceito. 
Alguns deles, no modo de ver do seu praticante, lhe soam como se isso fosse uma espécie de elogio 
ao próximo. Exemplo: E aí, negão!? Essa expressão, que parece simples, é uma forma disfarçada 
de discriminação. “Algumas expressões corriqueiras que falamos sem pensar são carregadas de 
preconceito”. (AQUINO et al., 2002, p. 44).
Aquino et al. (2002, p. 44) trazem mais exemplos: “é o caso de determinadas expressões 
preconceituosas, como: os negros que têm ‘almas brancas’, os homossexuais que parecem ‘pessoas 
normais’, os idosos que parecem ‘jovens’, os obesos que são ‘engraçados’, as pessoas pobres que 
são ‘limpas’. E assim por diante”.
 
Como sabemos, o descaso e as práticas discriminatórias em relação a essas pessoas, 
que fazem parte, assim como todos nós, de um mesmo espaço planetário, não deveriam existir, 
mesmo porque a diferença existente entre os seres de todas as espécies faz parte de um processo 
natural, ou melhor, da natureza das coisas existentes. E os seres humanos vão além das diferenças, 
pois nós somos dotados de raciocínio e discernimento para avaliar e distinguir o certo do errado, 
comportamento esse que deveria ser institucionalizado pelas tradições, pelos valores éticos e 
morais, sem a necessidade de uma imposição legal, como é o caso da Declaração Universal dos 
Direitos Humanos.
No entanto, parece que pouco têm efeito as leis que reprimem essas práticas discriminatórias, 
preconceituosas e racistas, visto que, infelizmente, parece existir uma autorrejeição por parte de 
algumas pessoas ou grupos que ainda mantêm certos padrões de comportamento que não mais 
condizem com a realidade dos padrões atuais e universais, dos direitos constituídos e com o 
processo democrático, com as leis de proteção às crianças, aos idosos, aos negros, às mulheres, 
aos indígenas, aos deficientes físicos, entre outros. São seres humanos que sofrem discriminação e 
negação de direitos que estão incluídos na Declaração Universal dos Direitos Humanos, conforme 
citado no parágrafo acima.
 
Nesta perspectiva, não se desconsidera que as diferenças existam e estejam 
colocadas socialmente, porém, elas não significam, necessariamente, exclusão 
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social. Por exemplo, a condição de raça, gênero, religião, entre outras, não 
seria elemento de exclusão, mas de diferenciação entre as pessoas, não as 
tornando ‘desiguais’. As pessoas são diferentes umas das outras e isto nada 
tem a ver com privilégios. Assim, racismos e preconceitos se fundamentam no 
entendimento da diferença/diversidade como desigualdade. Nestes termos, as 
pessoas e os grupos sociais têm o direito a ser iguais quando a diferença os 
inferioriza e o direito a ser diferentes quando a igualdade os descaracteriza. 
(SANTOS apud MARQUES, 2009, p. 68).
 
Portanto, para que possamos entender e discursar sobre o conceito de diversidade, não 
é tão fácil como parece, pois é preciso nos aprofundarmos sobre o seu real significado e a sua 
real importância no equilíbrio natural e social, na relação homem-natureza, e principalmente 
na relação entre seres humanos, tanto no que diz respeito à tolerância e ao respeito mútuo 
entre seres da mesma espécie, bem como a compreensão e o sentimento solidário, que são 
a base do princípio da igualdade.
Sem diversidade, não há estímulos para pensar diferente, não há estímulos para pensar 
no princípio da igualdade. Portanto, pensar diferente é o caminho para viver e compreender 
o sentimento solidário que devemos ter. Apesar de que, no dia a dia, relacionar-se com as 
inúmeras diferenças humanas e sociais do mundo atual nem sempre traz harmonia.
Assim, seguindo o raciocínio de Aquino (2002) o problema é o seguinte: se todas as 
pessoas são únicas e especiais a seu modo, quem haveria de ser “mais” ou “melhor” do que o 
outro? Em outras palavras, somos únicos como indivíduos, e porisso somos diferentes, somos 
iguais como seres humanos. A isso se dá o nome de equidade. Convém lembrar que ser igual 
não é ser idêntico. Ao contrário, somos semelhantes, embora diversos.
Afinal de contas, em que nos diferenciamos uns dos outros? A resposta é obvia: em 
praticamente tudo. A começar pela nossa história de vida, passando pelas características 
biológicas (raça, cor, sexo), até as de cunho social (escolaridade, condição econômica, opções 
políticas etc.). Mas, mesmo sendo únicos, continuamos a pertencer à mesma espécie, a raça 
humana. Por essa razão, não há seres humanos “superiores” ou “inferiores”. Cada um é especial 
a seu modo. Só teremos um convívio democrático e pacífico se tratarmos o outro da mesma 
forma que gostaríamos de ser tratados.
FONTE: Aquino et al. (2002) 
Todos esses conceitos fazem parte de uma cultura geral, ou seja, da construção e da 
desconstrução do processo de desenvolvimento humano, e da sua própria sobrevivência. 
A cultura é, pois “o conteúdo da construção histórica da humanidade dos seres humanos, 
humanizando-os ou desumanizando-os” (SOUZA, 2002, p.53). Mas o principal objetivo do 
nosso estudo é justamente conscientizar os nossos acadêmicos rumo a uma reflexão mais 
humanista a respeito das nossas ações e na superação definitiva da desigualdade social, o 
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que diz respeito ao cidadão e à sua relação com o meio em que ele vive, onde o respeito pelas 
diferenças forma o espírito da academia e a humanização social. 
Com base no que foi dito e analisado até aqui, nos parece que o ponto de partida 
para a solução, pelo menos de parte dos problemas raciais, das diferenças, da exclusão e 
da inclusão social, pode estar na educação de base, ou seja, se o aluno tiver uma educação 
inicial que possa motivá-lo a ultrapassar essas barreiras. A partir daí, ele poderia formar uma 
base sólida para que pudesse ingressar na faculdade melhor preparado, o que sem dúvida é 
parte integrante para o seu desenvolvimento profissional e pessoal. 
DICA
S!
Você quer descansar um 
pouco, sem deixar de 
refletir sobre o conteúdo? 
Ass i s ta ao f i lme “O 
Visitante”, para contribuir 
com seus estudos.
Sinopse: Walter, solitário 
professor universitário, 
tem 62 anos e já não 
encontra prazer na vida. 
Ao viajar a Nova York 
para uma conferência, 
encontra o casal Tarek e 
Zainab, imigrantes sem 
documentos, morando 
em seu apartamento. Eles 
não têm para onde ir, e 
Walter acaba deixando 
que fiquem. Para retribuir, 
o talentoso Tarek ensina 
Walter a tocar o tambor 
africano e os dois ficam 
amigos. Quando a polícia prende o jovem e decide deportá-lo, 
Walter faz de tudo para ajudá-lo, com uma garra que há muito 
não sentia. Surge então a mãe de Tarek em busca do filho e um 
improvável romance tem início.
FONTE: Disponível em: <http://www.interfilmes.com/filme_21106_o.
visitante.html>. Acesso em: 10 mar. 2014.
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4 InCLUSÃO ESCOLaR E SOCIaL Da DIVERSIDaDE
Acadêmicos! Já compreendemos o caráter plural de nossas sociedades e as complexas 
relações estabelecidas socialmente. Diante disso, percebemos que vivemos em uma sociedade 
dividida em classes, onde a luta pela manutenção ou superação das divisões sociais é constante.
Nesse sentido, lutamos em favor da inclusão escolar, em favor de currículos mais 
inclusivos, abertos às diferenças sociais, psíquicas, físicas, culturais, religiosas, raciais e 
ideológicas, no intuito de respeitar o caráter plural da nossa sociedade, contribuindo para 
formar sujeitos autônomos, críticos e criativos, aptos a compreender como as coisas são e 
por que são assim. 
O principal objetivo é a possibilidade da mudança, da construção de uma ordem social 
mais justa e menos excludente. Sendo isto um legado do presente para as gerações futuras, o 
que pode ser uma prática aprendida e reproduzida a partir da família e da escola, que são os 
agentes formadores de opinião, e que juntamente com a sociedade, esses mesmos agentes 
irão definir o sucesso ou o fracasso no contexto social. 
5 InCLUSÃO ESCOLaR E SOCIaL Da DIVERSIDaDE HUmana
Acadêmico! A inclusão escolar tem sido mal interpretada tanto por parte da escola, 
seja ela comum ou especial, quanto dos profissionais da educação. “O certo, porém, é que 
os alunos jamais deverão ser desvalorizados e inferiorizados pelas suas diferenças, seja nas 
escolas comuns, seja nas especiais” (MANTOAN, 2006, p. 190).
Ainda com base neste raciocínio, “[...] a educação escolar não pode ser pensada nem 
realizada senão a partir da ideia de uma formação integral do aluno – segundo suas capacidades 
e seus talentos – e de um ensino participativo, solidário, acolhedor”. (MANTOAN, 2006a, p. 9). 
Mas, reverter o que historicamente foi construído é difícil, implica em construir alternativas que 
possibilitem a emancipação social dos diferentes sujeitos, fazendo uma clara opção política 
por um compromisso contra as discriminações, as desigualdades e o respeito à diversidade 
cultural. O que, de acordo com Mantoan (2006a, p. 9, grifo da autora), trata-se de um trabalho 
de ‘ressignificação’ do papel da escola com professores, pais e comunidades interessadas, 
bem como de adoção de formas mais solidárias e plurais de convivência. Para terem direito à 
escola, não são os alunos que devem mudar, mas a própria escola!”. E a autora continua: “O 
direito à educação é natural e indisponível. Por isso, não faço acordos quando me proponho a 
lutar por uma escola para todos, sem discriminações, sem ensino à parte para os mais e para 
os menos privilegiados”. (MANTOAN, 2006a, p. 9)
Dessa forma, a escola pode fazer o anúncio da construção de novos tempos na 
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educação, contribuindo para formar alunos não conformistas, e sim, questionadores, reagentes 
e competentes, aptos a rejeitar valores celebrados pela nova ordem mundial, como o egoísmo 
e o individualismo. Mantoan (2006a, p. 14) nos coloca que, seja ou não “uma mudança radical, 
toda crise de paradigma é cercada de muita incerteza e insegurança, mas também de muita 
liberdade e ousadia para buscar outras alternativas, novas formas de interpretação e de 
conhecimento [...] para realizar a mudança”.
Mudança essa que é direito expresso na Constituição Federal de 1988. A Constituição 
respalda em seu artigo 206, inciso I, que o ensino será ministrado em “igualdade de condições 
para o acesso e permanência na escola”. Portanto, temos que entender que: 
Ao garantir a todos o direito à educação e ao acesso à escola, a Constituição 
Federal não usa adjetivos. Por essa razão, toda escola deve atender aos 
princípios constitucionais sem excluir nenhuma pessoa em decorrência de 
sua origem, raça, sexo, cor, idade ou deficiência. Apenas esses dispositivos 
já bastariam para que não se negasse a qualquer pessoa, com ou sem defici-
ência, o acesso à mesma sala de aula que qualquer outro aluno (MANTOAN, 
2006a, p. 26-27).
Percebe-se então que os discursos precisam ser revistos, compreendendo a diversidade 
humana como algo positivo, liberto de olhares preconceituosos, possibilitando a valorização 
pela cultura do outro. Portanto, a inclusão 
[...] exige uma mudança de mentalidade e de valores nos modos de vida e é 
algo mais profundo do que simples recomendações técnicas, como se fos-
sem receitas. Requer complexas reflexões de toda a comunidade escolar e 
humana para admitir que o princípio fundamental da educação inclusiva é a 
valorização da diversidade, presente numa comunidade humana. (STRIEDER; 
ZIMMERMANN, 2014, p. 146)
E na sequênciaos autores continuam afirmando que a escola: 
Foi e continua sendo um espaço de padronizações ao promover a construção 
de conhecimentos com pouco significado, formalizado, pronto, sem relação 
e sentido com a vida dos seres humanos que lá estão, sejam alunos ou do-
centes. Ela é construtora de pensamentos, ações e movimentos que denotam 
igualdade e repetição. 
É importante a escola oportunizar vivências capazes de desconstruir a realidade 
do igual, da repetição, para valorizar a diferença, acreditando na diversidade 
da vida, das cores, sabores e movimentos. (STRIEDER; ZIMMERMANN, 
2014, p. 148)
Assim, falar sobre inclusão escolar e/ou social é falar sobre a conscientização humana 
na democratização das relações entre os povos e os demais indivíduos que fazem parte 
do contexto social como um todo, independentemente de credo, raça, poder aquisitivo ou 
posição social, visto que fazemos parte de uma mesma sociedade e as diferenças fazem parte 
integrante do equilíbrio social e da própria espécie humana. No entanto, fica aqui a indagação: 
quais as oportunidades que estão sendo oferecidas pelos agentes sociais a essa massa de 
desamparados e excluídos do sistema social?
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De acordo com texto publicado no livro “Ética e cidadania: construindo valores na escola 
e na sociedade”, desenvolvido pelo Ministério da Educação, a escola pode e deve ser um ponto 
de partida na formação de cidadão e cidadã comprometidos com a construção dos valores 
éticos e morais, tanto no contexto escolar, como no âmbito das relações sociais.
Aprender a ser cidadão e cidadã é, entre outras coisas, aprender a agir com 
respeito, solidariedade, responsabilidade, justiça, não violência; aprender a 
usar o diálogo nas mais diferentes situações e comprometer-se com o que 
acontece na vida da comunidade e do país. Esses valores e essas atitudes 
precisam ser aprendidos e desenvolvidos pelos estudantes e, portanto, podem 
e devem ser ensinados na escola.
Para que o(a)s estudantes possam assumir os princípios éticos, são neces-
sários pelo menos dois fatores:
- que os princípios se expressem em situações reais, nas quais o(a)s estudantes 
possam ter experiências e conviver com a sua prática; 
- que haja um desenvolvimento da sua capacidade de autonomia moral, isto 
é, da capacidade de analisar e eleger valores para si, consciente e livremente.
Outro aspecto importante desse processo é o papel ativo dos sujeitos da 
aprendizagem, estudantes e docentes, que interpretam e conferem sentido aos 
conteúdos com que convivem na escola, a partir de seus valores previamente 
construídos e de seus sentimentos e emoções (LODI; ARAÚJO, 2006, p. 69)
Com relação aos agentes citados nos parágrafos anteriores, também concordamos 
que a partir da inclusão escolar, principalmente no tocante à educação básica, ela deveria ser 
um espaço voltado para a harmonização da convivência social e não simplesmente uma mera 
reprodução de saberes. Onde, na maioria das vezes, esses saberes são direcionados apenas 
para produzir agentes econômicos, dando pouca ou quase nenhuma ênfase às questões 
relacionadas com a ética e as características comportamentais do ser humano, como uma 
forma de equilíbrio no convívio das relações sociais, o que já é um processo discriminatório e de 
exclusão, ou, no mínimo, uma forma de omissão do próprio sistema de ensino, principalmente 
com relação aos índios e negros.
A luta travada em torno da educação do campo, indígena, do negro, das co-
munidades remanescentes de quilombos, das pessoas com deficiência, tem 
desencadeado mudanças na legislação e na política educacional, revisão de 
propostas curriculares e dos processos de formação de professores. Também 
tem indagado a relação entre conhecimento escolar e o conhecimento produ-
zido pelos movimentos sociais. (GOMES, 2007, p. 32)
E na continuação o autor chega às seguintes conclusões:
A diversidade é muito mais do que o conjunto das diferenças. Ao entrarmos 
nesse campo, estamos lidando com a construção histórica, social e cultural 
das diferenças a qual está ligada às relações de poder, aos processos de co-
lonização e dominação. Portanto, ao falarmos sobre a diversidade (biológica e 
cultural) não podemos desconsiderar a construção das identidades, o contexto 
das desigualdades e das lutas sociais. 
A diversidade indaga o currículo, a escola, as suas lógicas, a sua organização 
espacial e temporal. No entanto, é importante destacar que as indagações 
aqui apresentadas e discutidas não são produtos de uma discussão interna à 
escola. São frutos da inter-relação entre escola, sociedade e cultura e, mais 
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precisamente, da relação entre escola e movimentos sociais. Assumir a diver-
sidade é posicionar-se contra as diversas formas de dominação, exclusão e 
discriminação. É entender a educação como um direito social e o respeito à 
diversidade no interior de um campo político. (GOMES, 2007, p. 41)
Assim, é através dos movimentos sociais que podemos melhorar o sistema educacional 
e corrigir as distorções sociais, que são frutos de um processo longo que vem se arrastando 
através dos tempos, onde pouco ou quase nada tem sido feito como forma de reparar ou pelo 
menos minimizar os seus efeitos negativos e na reparação dos erros cometidos. Portanto, é 
de extrema necessidade a inserção e a interação de todos os seres humanos, independente 
de suas características ou condições sociais.
Para Stainback (1999), a total inclusão de todos os membros da humanidade, 
de quaisquer raças, religiões, nacionalidades, classes socioeconômicas, cul-
turas ou capacidades, em ambientes de aprendizagem e comunidade, pode 
facilitar o desenvolvimento do respeito mútuo, do apoio mútuo e do aprovei-
tamento dessas diferenças para melhorar nossa sociedade. É durante seus 
anos de formação que as crianças adquirem o entendimento das diferenças, 
o respeito e o apoio mútuos em ambientes educacionais que promovem e 
celebram a diversidade humana.
A construção de sociedades e escolas inclusivas, abertas às diferenças e à 
igualdade de oportunidades para todas as pessoas, é um objetivo prioritário 
da educação nos dias atuais. Nesse sentido, o trabalho com as diversas 
formas de deficiências e uma ampla discussão sobre as exclusões geradas 
pelas diferenças social, econômica, psíquica, física, cultural, racial, de gênero 
e ideológica, devem ser foco de ação das escolas. Buscar estratégias que se 
traduzam em melhores condições de vida para a população, na igualdade de 
oportunidades para todos os seres humanos e na construção de valores éticos 
socialmente desejáveis por parte dos membros das comunidades escolares é 
uma maneira de enfrentar essas exclusões e um bom caminho para um trabalho 
que visa à democracia e à cidadania (ARAÚJO, 2007, p. 16-17).
Portanto, as mudanças comportamentais e as inclusões sociais relacionadas com todos 
os povos não podem e não devem ser somente responsabilidade da família e das instituições de 
classes, mas também de responsabilidade das escolas inclusivas e dos seus agentes sociais. 
Neste sentido, reafirmamos que a inclusão escolar 
Só será viável se o professor e toda a comunidade escolar mudarem seu jeito 
de lidar com a diferença, via aceitação de formas relacionais de afetividade, 
de escuta e de compreensão, suspendendo juízos de valores como pena, 
repulsa e descrença. Uma mudança como desejo interior, porque algo interior 
nos diz que vale a pena mudar (STRIEDER; ZIMMERMANN, 2014, p. 148).
E quando falamos em mudanças, estamos nos referindo a uma mudança estrutural, onde 
todas as partes se relacionam, interagem e se complementam para a harmonização do todo, 
que por sua vez é partede uma estrutura maior, que podemos chamar de estrutura social, que 
é composta, dentre outras, pela escola, família, igreja, governo com suas políticas públicas, 
instituições financeiras, jurídicas e organizações sociais propriamente ditas, as ONGs. Como 
podemos perceber, tudo isso constitui um grande desafio rumo a uma mudança significativa. 
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Então, acadêmico, você acredita que ainda existe perspectiva e 
esperança de dias melhores? 
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Vejamos o que nos propõem os autores Assmann e Sung (2000, p. 103): 
A esperança humana, da qual estamos falando, é um horizonte de futuro tecido 
com desejo. Não o desejo de um único indivíduo, nem o desejo de subir na 
‘escada do sucesso’ segundo os parâmetros da eficiência do mercado regendo 
todos os aspectos da nossa vida, mas o desejo do reconhecimento mútuo e 
respeitoso entre pessoas e grupos sociais, o desejo de uma vida mais digna 
e prazerosa para todos\as. O desejo de um mundo onde caibam muitos e 
muitos mundos. 
E concluindo o seu pensamento:
É esse horizonte de esperança que nos mostra, nos revela, a mesquinhez e 
a irracionalidade de uma sociedade centrada na exclusão e insensibilidade, 
e a desumanidade de uma vida humana voltada para negar a sua condição 
humana.
Horizonte de esperança não é algo que se toma dentre as ofertas do merca-
do, nem pode ser produzido individualmente. Como todo horizonte de com-
preensão, ele deve ser tecido no diálogo, na construção de uma linguagem 
e esperanças comuns. Por isso, um horizonte de esperança que nos abra e 
nos interpele para a sensibilidade solidária só pode ser fruto de um desejo de 
dialogar com os\as que estão dentro e fora da sociedade, do nosso mundo (o 
mundo de cada um, o mundo de cada grupo social). Diálogo que pressupõe 
o reconhecimento mútuo. (ASSMANN E SUNG, 2000, p. 103)
O que Assmann e Sung (2000) nos esclarecem é que o ser humano precisa, em primeiro 
lugar, se conscientizar do seu papel na sociedade, e que isso não pode ser uma ação única e, 
sim, uma ação conjunta, como um grande suporte em prol da democratização solidária. Essa 
E, por estas e outras razões, nos parece que a sociedade está caminhando no rumo certo. 
solidariedade deve trazer benefícios tanto para o indivíduo quando analisado separadamente, 
quanto na sua convivência em sociedade, ou seja, a relação do indivíduo com ele mesmo ou 
no convívio social. E na sequência os autores analisam com muita propriedade o resultado 
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ocasionado por esse processo de interação: 
Quando imergimos nesse horizonte, descobrimos algumas verdades humanas 
básicas. A descoberta da minha condição humana não se dá fora do reconhe-
cimento da condição humana (da dignidade humana) dos que estão ‘dentro e 
fora’ da sociedade. Eu não posso me descobrir como pessoa humana se não 
‘descobrir’ o\a outro\a, o\a diferente, como participante da mesma condição 
humana. É o reconhecimento do\a diferente como ‘igual’, isto é, coparticipante 
da mesma condição humana, que me possibilita encontrar comigo mesmo. 
Na década de 70 havia uma propaganda que mostrava um menino e uma 
menina, cada um olhando dentro do short de banho do\a outro\a. Acima do 
desenho, a frase: ‘Ah! Descobri a diferença!’ É a descoberta de que existe um 
sexo diferente na mesma espécie humana, que me faz descobrir que eu sou 
um ser sexuado, masculino ou feminino. (ASSMANN E SUNG, 2000, p. 104)
E para finalizar, os autores fazem um breve resumo a respeito das relações de convivência 
e de reciprocidade humana, principalmente para aqueles que possam ter algumas dificuldades 
para entender a complexidade a respeito da inclusão social e escolar da diversidade humana. 
Em resumo, tentar encontrar-se consigo mesmo e realizar-se como ser humano 
negando o\a outro\a que lhe revela e lhe lembra as suas angústias e medos 
inerentes à sua condição humana é um caminho trágico, no sentido grego 
desse conceito, isto é, não como destino, mas como tomada de consciência 
de um desafio radical que parte da nossa condição humana. A única forma de 
nos realizarmos como seres humanos é reconhecendo e assumindo a nossa 
condição humana. É isto que nos possibilita vivermos as alegrias da vida, mas 
também os momentos tristes e angustiantes. Esse assumir a nossa condição 
humana pressupõe o reconhecimento do(a) outro(a) que nos lembra das nos-
sas inseguranças. Este reconhecimento mútuo só é possível se cultivarmos 
e vivermos a sensibilidade solidária e o horizonte de esperança. Educar para 
a esperança é uma das chaves para educar para a sensibilidade solidária. 
(ASSMANN E SUNG, 2000, p. 104)
 
Mas, estamos nos referindo ao processo de educação e aprendizagem, e já ficou 
evidente que esse é o caminho. No entanto, é preciso levantar algumas bandeiras e eliminar 
algumas barreiras, principalmente as do descaso, da arrogância e da intolerância, que são 
ações que principiam e dão origem ao preconceito e à desigualdade social, que, pelo visto, 
parece povoar e circular por quase todas as fases da questão educacional. A começar pelas 
dificuldades de acesso à educação de base, ou pela falta de espaço adequado, não só em 
termos de locomoção e acesso, mas, principalmente, para aquelas pessoas com certo grau 
de dificuldades. 
Com relação às dificuldades de acesso, estas parecem não ser privilégio somente 
daqueles com alguma deficiência física, mas de todos aqueles motivados por razões 
circunstanciais, sejam elas pela distância, pelas condições de transporte ou, ainda, pelo 
descaso das autoridades, que deveriam ser os mentores, incentivando e facilitando o acesso às 
escolas da rede pública e privada, oferecendo escolas e ensino de qualidade, com professores 
qualificados e comprometidos com o processo educacional. Isto evitaria, pelo menos em parte, a 
desagregação, a degradação e o êxodo escolar, onde o abandono ou o afastamento de alunos 
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das salas de aulas podem ter diversos motivos, muitos deles justificados pelas condições 
precárias de algumas escolas, bem como a falta de compromisso e atitude das autoridades, 
a improbidade administrativa, o desvio de verbas, dentre outras formas de descaso da coisa 
pública. 
Observe, acadêmico, que ainda existe uma série de problemas a serem resolvidos 
nas instituições escolares. De acordo com Prieto (2006, p. 33), “as instituições escolares, 
ao reproduzirem constantemente o modelo tradicional, não têm demonstrado condições de 
responder aos desafios da inclusão social e do acolhimento às diferenças, nem de promover 
aprendizagens necessárias à vida em sociedade [...]”.
Acadêmicos, percebemos que os que mais sofrem com essa situação de penúria são 
os menos afortunados, os que não possuem as mínimas condições de frequentar uma escola 
particular, ou os deficientes físicos, que, muitas vezes, além das condições financeiras, também 
lhes faltam as condições principais ao acesso e permanência no âmbito escolar.
6 COnStRUÇÃOE RECOnStRUÇÃO DO SaBER aPREnDIDO 
Assim, de acordo com o que foi aprendido até agora, podemos afirmar que a diversidade, 
as diferenças, a identidade, a exclusão e a inclusão, quando reparadas na sua desarmonia 
social, representam partes integrantes da vida em comunidade, onde são introduzidas as 
mudanças necessárias ao desenvolvimento social e, ao mesmo tempo, produzidas outras 
formas de relacionamentos, outras formas de diversidade, ou até mesmo outras maneiras e 
meios de abordagens no processo de interação do eu com o outro. Isso faz parte integrante 
da natureza humana, ou seja, um estado em movimento, de renovação e de mudanças. 
Dessa maneira, a sociedade continuará a produzir saberes e realidades relativas, 
seja em relação à diversidade existente, seja em relação ao comportamento humano na 
convivência social, ou na interação da pessoa com ela mesma, com os outros, bem como, as 
abordagens relacionadas aos contrastes da vida cotidiana, caracterizadas pelas desigualdades 
sociais. Portanto, estas verdades continuarão a ser questionadas, até que outras verdades as 
sobreponham. 
Assim, a exclusão e a inclusão social das diferenças são formas de construção e 
desconstrução de uma variedade de elementos históricos e atuais, distintos e circunstanciais 
e que, muitas vezes, vão além da nossa compreensão. 
 Caros acadêmicos, de acordo com o que vimos, percebemos que uma das verdades 
absolutas é que: sempre haverá o eu e o outro, e esse outro será sempre diferente do eu, e 
essa diferença continuará sendo o fio condutor responsável pela diversidade cultural e pelos 
diversos tipos de conflitos sociais, seja no sentido negativo ou no sentido positivo.
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