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PRAGMÁTICA DA COMUNICAÇÃO HUMANA: a organização da interação humana Álvaro Rebouças Fernandes Introdução • A organização da interação humana entendido como comunicação e relações interpessoais; • Comunicação e interação compreendidos como sistemas complexos que possuem regras e propriedades; • Família como sistema complexo de interações. A interação como sistema • Ludwig von Bertalanffy – Teoria Geral dos Sistemas; • Os modelos conceituais da teoria geral dos sistemas podem ser aplicados a fenômenos físicos, biológicos e sociais, mesmos que sejam fenômenos distintos. • “A teoria geral dos sistemas define sistema como um complexo de elementos em interação”(Miermont, 1994, p.545). Definição de um sistema • “Sistema é um conjunto de objetos com as relações entre os objetos e entre os atributos, em que os objetos são os componentes ou partes do sistema, os atributos são as propriedades dos objetos e as relações dão coesão a sistema todo” (Hall e Fagen. In:Watzlawick, 2003, p.109). • Objetos são pessoas comunicando com pessoas ou pessoas em relação com outras pessoas. • Sistema é uma interação com dois ou mais comunicantes que estão definindo a todo tempo a natureza de suas relações. Meio e subsistema • “Para um dado sistema, o meio é o conjunto de todos os objetos em cujos atributos uma mudança afeta o sistema e também daqueles objetos cujos atributos são pelo comportamento do sistema” (Hall e Fagen. In:Watzlawick, 2003, p.109). • Os elementos ou os objetos em interação são as partes do sistema chamado de subsistemas. Características de um sistema • Possuem muitos subsistemas; • Estão inseridos em metassistemas mais vastos; • Interação entre sistemas e subsistemas; • Retroalimentações negativas e positiva; • Homeostase (equilíbrio do sistema) e Homoeorrese (capacidade de adaptação à mudança); • Sistema aberto e fechado; • Caixa preta: entradas e saídas do sistema em um espaço e tempo; • Os indivíduos comunicantes são vistos em relações horizontais e verticais com pessoas e sistemas. (Miermont, 1994). As propriedades dos sistemas abertos • Globalidade: “Toda parte de um sistema está relacionada de tal modo com as demais partes que uma mudança numa delas provocará uma mudança em todas as partes e no sistema total”(Watzlawick, 2003, p.112). • Interação Não-Somativa: “Um sistema não pode ser considerado a soma de suas partes”(p.113). • Retroalimentação: “é uma interação particular de um sistema e seu ambiente, no decorrer da qual certas informações sobre os resultados de uma ação são enviados à entrada do sistema sob forma de dados” (Miermont, 1994, p.474). As propriedades dos sistemas abertos • Eqüifinalidade: “Em termos simples, este princípio de eqüifinalidade significa que os mesmos resultados podem brotar de diferentes origens, porque a natureza da organização é que é definida” (Watzlawick, 2003, p.115). • Lei da Imprevisibilidade; • “O sistema é, pois, a sua própria e melhor explicação”p.116). Sistemas interacionais em desenvolvimento • Sistema estáveis ou em “estado permanente”; • As relações em desenvolvimento são “aquelas que são (1) importantes para ambas as partes e (2) duradouras” (Watzlawick, 2003, p.118). • Por que é que uma dada relação existe? Ou se mantém? • Como e não por que; • Comunicação, globalidade, retroalimentação, eqüifinalidade e interação. Sistemas interacionais em desenvolvimento • Limitação da comunicação: “numa seqüência comunicacional, toda e qualquer troca de mensagens restringe o número dos possíveis movimentos seguintes”. • Jogo interpessoal: “Um lance modifica a configuração do jogo nessa fase (...) alterando todo o curso do jogo” (Watzlawick, 2003, p.120). Sistemas interacionais em desenvolvimento • Regras de relação são leis implícitas que definem para os participantes a natureza de suas relações; • Don D. Jackson afirmou que as famílias são caracterizadas como um sistema governado por regras; • As famílias como sistemas homeostático de interações composto de regra implícitas e tacitamente aceitas pelos membros; Sistemas interacionais em desenvolvimento • A família como sistema interacional possui algumas características: 1. Globalidade; 2. Não-somatividade; 3. Retroalimentação e homeostase; 4. Calibração e funções escalonadas. Sistemas interacionais em desenvolvimento 1. Globalidade: “O comportamento de todo o indivíduo, dentro da família, está relacionado com (e depende do) comportamento de todos os outros. Todo o comportamento é comunicação e é influenciado por outros” (Watzlawick, 2003, p.122). Sistemas interacionais em desenvolvimento 2. Não-somatividade: “A análise de uma família não é a soma das análises dos seus membros individuais. Existem características do sistema, isto é, padrões de interação, que transcendem as qualidades dos membros individuais...” (Watzlawick, 2003, p.123). Sistemas interacionais em desenvolvimento 3. Retroalimentação e homeostase: “As admissões (ações dos membros da família ou do meio) no sistema familiar são influenciadas e modificadas pelo sistema” (Watzlawick, 2003, p.126). “ Todas as famílias que permanecem unidas devem se caracterizar por um certo grau de retroalimentação negativa, a fim de suportar as tensões impostas pelo meio e pelos membros individuais” (Watzlawick, 2003, p.131). Sistemas interacionais em desenvolvimento • “Contudo, também existe aprendizagem e crescimento na família e é exatamente aí que um modelo homeostático puro mais erra, pois esse efeito estão mais próximos de retroalimentação positiva” (Watzlawick, 2003, p.131). Sistemas interacionais em desenvolvimento • Calibração – Regulagem; • Funções escalonada – mudanças na calibração que produzem uma melhor adaptação do sistema; • “Aplicando este modelo à vida ou padrões sociais mais amplos, como a imposição do cumprimento da lei, sugerimos que existe uma calibração do comportamento habitual ou aceitável, as regras de uma família ou a leis de uma sociedade, dentro dos quais os indivíduos ou os grupos costumam funcionar” (Watzlawick, 2003, p.133). Conclusão • Interação humana como sistema de comunicação; • Os sistemas interacionais são o foco natural de estudos dos fenômenos comunicacionais; • A limitação e o desenvolvimento das regras familiares demonstram que a família é um sistema governado por regras como afirma Don D. Jackon. Bibliografia MIERMONT, J. e cols. Dicionário de Terapias Familiares: Teoria e Prática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994. WATZLAWICK, P., BEAVIN, J. H. & JACKSON, D. D. Pragmática da Comunicação Humana. São Paulo: Cultrix, 2003.
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