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ANALISE DE CONJUNTURA POLITICA GOVERNO DILMA ROUSEFF

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA 
CIENCIA POLÍTICA E TEORIA GERAL DO ESTADO 
Camila Ventura de Lucena 
Eduarda de Oliveira Lucidório 
Letícia Aparecida Zanela 
Letícia Hemkemaier Duarte 
Luciara Vanderlinde Canadas 
 
ANÁLISE DE CONJUNTURA POLÍTICA DO GOVERNO DILMA ROUSSEFF A 
PARTIR DOS PENSADORES CLÁSSICOS 
 
1. DA CONJUNTURA ATUAL 
Realizando a análise, baseada em fatos da atualidade do cenário político 
brasileiro, concluímos que a estrutura organizacional da política seria o principio da 
desestabilização que resultou no caos econômico, político e social que se apresenta nesse 
momento. 
A estrutura da política atual se baseia na tripartição dos poderes e no 
presidencialismo de coalizão. Esse sistema encontra-se fragilizado, e mediante mudanças no 
cenário das alianças políticas e amplas divergências causadas por essas questões existe a 
vulnerabilidade à uma crise generalizada. O regime multipartidário, onde temos vários 
partidos assumindo o controle do governo brasileiro, também agrava o contexto, pois o jogo 
de interesses tende a predominar diante de situações de conflito. 
O PT (Partido dos Trabalhadores) apresentou no inicio do seu mandato um projeto 
político de esquerda, mas realizou uma aliança/ coligação com partidos de direita: Coligação 
com a Força do povo (PT/PMDB/PSD/PP/PR/PROS/PDT/PCdoB/ e PRB), caracterizada 
principalmente pela presença do PMDB, partido dominante no senado e câmara federal. 
Tendo como base a teoria do presidencialismo de coalizão, onde temos um país 
presidencialista que fragmenta o poder parlamentar em vários partidos e que necessita do 
apoio de uma maioria frequentemente contraditória em relação ao programa do partido no 
poder, constatamos como resultado conflitos ideológicos fruto das alianças formadas por 
forças políticas com objetivos distintos que com frequência travam uma violenta competição 
interna. 
No cenário brasileiro, com a base partidária de direita, o agravo da crise 
econômica, originária não só da ciclicidade com que ocorrem tais crises, mas também da má 
gestão do poder executivo, exerceu uma severa pressão da base para se cumprir uma agenda 
de direita sob a ameaça da retirada de apoio. Com o PMDB contrário as politicas do governo, 
sabendo que ele domina a presidência da câmara e do senado, além de ter a maior bancada nas 
duas casas, todas as pautas positivas do governo foram travadas na câmara - reforma política, 
por exemplo -, em contra partida pautas como a volta da CPMF e modificações no seguro 
desemprego e em outros direitos do trabalhador foram postas em votação rapidamente. 
Todas essas ações do governo, associadas com o agravo na crise econômica ainda 
sob um cenário de corrupção, desvios de verbas e fraudes políticas, gerou a intervenção do 
Poder Judiciário na política, ou seja, o fenômeno da judicialização da política, definido como 
um processo de transferência decisória dos Poderes Executivo e Legislativo para os 
magistrados e tribunais, denunciando uma crise institucional do sistema e colocando o 
judiciário como o responsável por decisões finais que normalmente seriam do 
legislativo/executivo. 
O contexto político, reflexo das ações do governo, frente ao modelo 
organizacional estabelecido para se fazer a política no Brasil, reflete na sociedade civil que 
vivencia os efeitos da conjuntura desestabilizada: mudanças nas políticas do governo, 
aumento dos impostos e a incerteza do futuro econômico do país, agregado ao forte jogo 
político de interesses pelo poder que influenciam suas ações. 
Outro fator que tem forte influencia no cenário político brasileiro, é a insatisfação 
atual dos brasileiros perante o governo, mediante aos escândalos de corrupção. Essas questões 
são relevantes para a reflexão também da ausência do estudo da ciência política pelo cidadão 
brasileiro; pela consciência do poder do voto e da escolha de seus representantes, da 
qualificação necessária para se exercer uma função de forte influencia e poder perante a 
sociedade. 
 
 
2. DOS PENSADORES CLÁSSICOS 
 
2.1 Maquiavel e a virtú nas estratégias politicas atuais 
É inegável que a eleição de Dilma, desde seu primeiro mandato, caracterizou-se 
mais por uma herança do mandato anterior, presidido por Luiz Inácio, do que por uma eleição 
pautada na confiança dos eleitores na pessoa da presidenta. 
Tem-se na figura de Lula um o governante dotado de virtú que Maquiavel 
colocava como necessário para a estabilidade política do Estado. Utilizando a figura de 
“homem do povo”, teve aí o um dos princípios maquiavélicos fundamentais para a construção 
de um governo em consonância com a sociedade civil: tenha o povo ao seu lado. Além disso, 
estabeleceu alianças políticas, colocadas nesta analise como um meio para chegar a fortuna, 
que, para serem contínuas, necessitavam de um líder de virtú, já que eram forças aliadas ao 
governo mas com interesses diferentes do mesmo. 
Com a eleição de Dilma, a conjuntura deparou-se com uma líder que já possuía a 
fortuna, que foi herdada de seu antecessor, mas que não possuía a virtú necessária para dar 
continuidade ao projeto politico mesmo tendo divergências na base aliada. 
 
2.2 Montesquieu e a república brasileira: a tripartição de poderes 
O sistema politico brasileiro atual se baseia na teoria tripartite de Montesquieu por 
não ter em seus representantes políticos um fundamento do pensador para que o governo seja 
propriamente político: a virtude, caracterizada pela supremacia do bem público sobre os 
interesses particulares. 
A separação dos poderes se justifica na afirmação de Montesquieu: “todo homem 
que tem Poder é levado a abusar dele; vai até encontrar os limites”, de forma que cada poder 
freie o outro, impedindo abusos de um sobre outro, abusos esses ocasionados pela falta de 
virtude. 
A partir da clara divisão entre os Poderes que caracterizam as funções básicas de 
um Estado organizado, podemos trazer para conjuntura atual a tese de que “um poder deve 
frear o outro em caso de abuso” na figura do impeachment. Os abusos que dão base para o 
impedimento da presidenta Dilma trazem em suas bases as pedaladas fiscais que caracterizam 
crime de responsabilidade. O poder legislativo juntamente com o judiciário exercendo seus 
papeis de fiscais do executivo, abriram o processo de impedimento do mandato. 
Além disso, com todos os escândalos de corrupção, ocorre o que podemos chamar 
de judicialização da politica. Com a crise ética do poder legislativo, movida pelo abuso e a 
falta de virtude, muitas ações que deveriam ser politicas são resolvidas no judiciário. 
Tomemos como exemplo o rito do processo de impeachment, que foi sujeito a aprovação do 
STF para adquirir legitimidade, assim como todo o resto do processo que, após a aprovação 
no senado federal, ainda carece de um parecer de determinado ministro do Supremo para que 
então seja efetivado. 
2.3 Rousseau e a democracia participativa para reforma política 
 Em Rousseau, para que haja a soberania do povo, precisamos aderir à 
democracia direta. Esta democracia é dada pela a participação de todos os cidadãos do 
Estado. Esse é o único jeito de todos serem representados e o bem comum ser garantido, 
segundo o filósofo. 
Rousseau também afirma que para haver democracia todos devem estar em 
condições de igualdade e que nenhum cidadão pode ser mais autoridade que os demais, 
igualdade essa que se daria principalmente na constituição das leis, que deveriam ser 
elaboradas pelo povo, de forma direta. 
A partir da ideia, explicitada no tópico anterior, de crise ética do legislativo, 
podemos concluir que apenas uma reforma politica com participação direta do povo seria 
uma solução concretapara o ajuste político e econômico do país, em que, além de achada a 
resposta para saída desse impasse, manter-se-ia preservada explicitamente a soberania 
popular, versada não somente nas palavras de Rousseau, mas também em nossa Constituição 
Federal, em seu artigo 1º “ Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de 
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição .”

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