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Apostila Meio Ambiente

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Apostila Meio Ambiente e Qualidade 
 
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PARTE I: MEIO AMBIENTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Professora: Ana Paula Delgado Machado 
 
 
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1. INTRODUÇÃO 
 
Os avanços e a importância da tecnologia para o conforto, bem-estar e a 
sobrevivência do homem são inegáveis nos tempos de hoje. Citando um biólogo 
brasileiro Warwick E. Kerr: “O homem pode conquistar novos nichos1, novos 
territórios, novos alimentos, sem necessidade de mutação e seleção natural, porque 
ele adicionou, ao processo evolutivo, duas novidades de capital importância: a 
Invenção e a Instrução; a primeira revelando problemas e criando outros, e a segunda 
inter-relacionando várias invenções e evitando que estas tenham de ser repetidas” 
(Branco, 1987). 
 
No entanto, este avanço tecnológico deve ser planejado de modo que as inovações 
sejam introduzidas à medida que forem necessárias para a adaptação do homem à 
evolução do meio e suas conseqüências avaliadas de modo que possa impedir o 
aparecimento de efeitos secundários danosos. 
 
Por exemplo, muitas cidades a substituição do bonde como meio de transporte 
coletivo pelo ônibus revelou-se pouco vantajosa devido ao maior espaço ocupado, e à 
maior poluição do ar. 
 
O crescimento das cidades e a industrialização fizeram com que aumentasse o 
volume de águas residuais. O tratamento destas águas não acompanhou o ritmo 
deste crescimento mesmo com a introdução de novas tecnologias nas indústrias. 
 
Outra preocupação do crescimento das cidades é a poluição dos solos, rios e mares. 
Vários outros exemplos podem ser citados. 
 
Dentro deste cenário, a Engenharia Ambiental vem surgindo e ganhando força, 
notadamente a partir da década de 70, como decorrência de uma necessidade maior 
de se preservar o Meio Ambiente, como forma de afastar os riscos da extinção 
humana. Observa-se hoje, que o progresso, o desenvolvimento tecnológico e 
industrial, o crescimento populacional e a urbanização acelerada, acabam por 
provocar profundas alterações aos ecossistemas naturais. Em muitos casos, as 
interferências que visam beneficiar o ser humano podem resultar em profundas 
modificações, causando sérios prejuízos ao Meio Ambiente. 
 
Proteger o ambiente... 
é proteger a nós mesmos, é preservar nossa qualidade de vida, elevando-a. 
É consequentemente, 
Propiciar a manutenção dos seres vivos: plantas, bichos, homens, ... 
 
 
 
 
 
 
1 Nicho ecológico é o modo de vida de cada espécie no seu habitat. Representa o conjunto de atividades que a espécie 
desempenha, incluindo relações alimentares, obtenção de abrigos e locais de reprodução, ou seja, como, onde e à custa de 
quem a espécie se alimenta, para quem serve de alimento, quando, como e onde busca abrigo, como e onde se reproduz. Numa 
comparação clássica, o habitat representa o "endereço" da espécie, e o nicho ecológico equivale à "profissão". 
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2. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
 
Desenvolvimento sustentável, definido como “aquele que atende as necessidades 
do presente sem comprometer a capacidade de as futuras gerações satisfazerem as 
suas necessidades”. 
 
Aspectos principais: 
� Crescimento econômico 
� Eqüidade social 
� Equilíbrio ecológico 
 
 
 
Principais questões ambientais globais: 
� O aquecimento da temperatura da terra; 
� A diminuição da quantidade de espécies vivas (perda da biodiversidade); 
� A destruição da camada de ozônio; 
� A contaminação ou exploração excessiva dos recursos do oceano; 
� Escassez, mau uso e poluição das águas; 
� A superpopulação da terra; 
� A baixa qualidade da moradia e a falta de saneamento básico; e 
� A degradação do solo e a destinação inadequada dos resíduos. 
 
 
Para isso, precisamos: 
� Zelar pelas bases da vida; 
� Perenizar os recursos naturais não-renováveis; 
� Buscar uma conciliação verdadeira com a ecosfera2; e 
� Conhecer e respeitar os limites que a natureza nos impõe. 
 
 
E para isso, precisamos: 
 
A) MUDAR OS PADRÕES DE CONSUMO 
 
 Enquanto a pobreza resulta grandemente em certos tipos de desgastes 
ambientais, um dos mais sérios problemas com que o planeta se depara 
atualmente é aquele associado aos padrões históricos não sustentáveis de 
consumo e produção, levando à degradação ambiental, agravamento da pobreza e 
do desequilíbrio no desenvolvimento dos países. 
 Medidas a serem tomadas em nível internacional para proteção e ampliação do 
meio ambiente necessitam levar totalmente em conta os atuais desequilíbrios nos 
padrões globais de consumo e produção. 
 
 
2A ecosfera é o sistema global da Terra, formado por todos os organismos da biosfera e caracterizado pelas relações que 
estabelecem entre eles e com o ambiente. 
 
Algumas ações propostas para proteger o meio ambiente: 
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1. Promover maior eficiência no uso de energia e recursos: 
 
� Promover a disseminação de tecnologias ambientais mais adequadas . 
� Promover pesquisas e desenvolvimento de tecnologias ambientalmente 
adequadas. 
� Assistir os Países em desenvolvimento no uso de tecnologias mais 
eficientemente e no desenvolvimento de tecnologias adequadas às suas 
circunstâncias específicas. 
 
 
2. Redução de geração de resíduos 
 
� Reduzir a geração de resíduos na fonte 
� Promover a reciclagem nos processos industriais. 
� Reduzir as embalagens desnecessárias de produtos. 
� Promover a introdução de produtos mais adequados ambientalmente. 
� O reaproveitamento consiste na utilização dos resíduos para subsidiar 
outras atividades 
1. Alimentação de animais domésticos (restos de alimentos) 
2. Produção de fertilizantes – compostagem (resíduos sólidos orgânicos) 
 
 
3. Tratamento e disposição dos resíduos 
 
� Promoção de sistemas adequados de tratamento e disposição de resíduos; 
� Ampliação da cobertura dos serviços de limpeza urbana. 
 
 
 
 
B) GARANTIR A SAÚDE HUMANA 
 
 Quase sempre o desenvolvimento urbano está associado a efeitos destrutivos no 
ambiente físico e na base de recursos necessários para o desenvolvimento 
sustentável. 
 Poluição ambiental em áreas urbanas está associada a excessivas taxas de 
morbidade (doenças) e mortalidade. 
 Superpopulação e moradias inadequadas contribuem para doenças respiratórias, 
turbeculose, meningite e outras doenças. 
 
 
Algumas ações propostas: 
 
1. Desenvolver tecnologias apropriadas de controle de poluição 
 
2. Desenvolver tecnologias apropriadas com base em análises de risco para a 
saúde. 
 
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3. Estabelecer procedimentos de avaliação de impacto na saúde e ambiente para 
o planejamento de novas instalações industriais e de geração de energia. 
 
4. Promover a introdução de tecnologias ambientalmente adequadas, nos setores 
industriais e de energia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O que fazer com tanto lixo? 
 REDUZIR 
 REUTILIZAR 
 RECICLAR 
 
 O homem é o único animal que produz lixo. 
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3. RESÍDUOS 
 
Resíduos são os resultados de processos de diversas atividades da comunidade de 
origem: 
� Industriais 
� Domésticos 
� Hospitalar HospitalarAgrícolas 
� Comercial 
� Agrícola 
� De serviços 
� Varrição Pública 
� Construção civil 
 
 
São várias as formas possíveis de se classificaro lixo. 
� por sua natureza física: seco e molhado; 
� por sua composição química: matéria orgânica e matéria inorgânica; 
� pelos riscos potenciais ou meio ambiente: perigosos, não-inertes; 
� por seu estado: sólido, gasoso e líquido; etc. 
 
Ficam incluídos nesta definição todos os resíduos gerados nos sistemas de 
tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de 
poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável seu 
lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d'água, ou aqueles líquidos que 
exijam para isto soluções técnicas e economicamente viáveis de acordo com a 
melhor tecnologia disponível. 
 
 
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 Comentário 
 
Em cada 100 quilos de lixo doméstico, encontramos: 
 
 
 
 
Países Matéria Papel e Plástico Vidro Metal Outros 
 orgânica papelão 
Brasil 52 28 6 3 5 6 
EUA 27 41 7 8 9 8 
Europa 30 25 7 10 8 20 
 
 
Produção e desperdício de comida no Brasil 
 
Produção Produto Perdas/ desperdícios 
 
Arroz 10.102 2.020 
Feijão 2.915 872 
Milho 31.938 6.387 
Trigo 3.623 181 
Alface 105 32 
Tomate 1.971 788 
Batata 2.118 501 
Banana 10.195 4.078 
Laranja 18.806 4.137 
Fonte: Coordenadoria de Abastecimento da Secretaria de Agricultura de São Paulo, com dados do IBGE. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3.1 Classificação do Lixo 
 
3.1.1 Quanto às características físicas: 
• Seco: papéis, plásticos, metais, couros tratados, tecidos, vidros, madeiras, guardanapos e 
tolhas de papel, pontas de cigarro, isopor, lâmpadas, parafina, cerâmicas, porcelana, 
espumas, cortiças. 
• Molhado: restos de comida, cascas e bagaços de frutas e verduras, ovos, legumes, 
alimentos estragados, etc... 
 
3.1.2. Quanto à composição química: 
• Orgânico: é composto por pó de café e chá, cabelos, restos de alimentos, cascas e 
bagaços de frutas e verduras, ovos, legumes, alimentos estragados, ossos, aparas e podas 
de jardim. 
• Inorgânico: composto por produtos manufaturados como plásticos, vidros, borrachas, 
tecidos, metais (alumínio, ferro, etc.), tecidos, isopor, lâmpadas, velas, parafina, cerâmicas, 
porcelana, espumas, cortiças, etc. 
 
3.1.3. Quanto à origem: 
• Domiciliar: originado da vida diária das residências, constituído por resíduo orgânico 
(restos de alimentos, tais como cascas de frutas, verduras, etc.), produtos deteriorados, 
jornais, revistas, garrafas, embalagens em geral, papel higiênico, fraldas descartáveis e 
uma grande diversidade de outros ítens. Pode conter alguns resíduos tóxicos. 
 
• Comercial: originado dos diversos estabelecimentos comerciais e de serviços, tais como 
supermercados, estabelecimentos bancários, lojas, bares, restaurantes, etc. 
 
• Serviços Públicos: originados dos serviços de limpeza urbana, incluindo todos os resíduos 
de varrição das vias públicas, limpeza de praias, galerias, córregos, restos de podas de 
plantas, limpeza de feiras livres, etc, constituído por restos de vegetais diversos, 
embalagens, etc. 
 
• Hospitalar: descartados por hospitais, farmácias, clínicas veterinárias (algodão, seringas, 
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agulhas, restos de remédios, luvas, curativos, sangue coagulado, órgãos e tecidos 
removidos, meios de cultura e animais utilizados em testes, resina sintética, filmes 
fotográficos de raios X). Em função de suas características, merece um cuidado especial 
em seu acondicionamento, manipulação e disposição final. Deve ser incinerado e os 
resíduos levados para aterro sanitário. 
 
• Portos, Aeroportos, Terminais Rodoviários e Ferroviários: resíduos sépticos, ou seja, 
que contém ou potencialmente podem conter germes patogênicos. Basicamente originam-
se de material de higiene pessoal e restos de alimentos, que podem hospedar doenças 
provenientes de outras cidades, estados e países. 
 
• Industrial: originado nas atividades dos diversos ramos da indústria, tais como: o 
metalúrgico, o químico, o petroquímico, o de papelaria, da indústria alimentícia, etc.
O lixo industrial é bastante variado, podendo ser representado por cinzas, lodos, óleos, 
resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papel, madeira, fibras, borracha, metal, escórias, 
vidros, cerâmicas. Nesta categoria, inclui-se grande quantidade de lixo tóxico. Esse tipo de 
lixo necessita de tratamento especial pelo seu potencial de envenenamento. 
 
• Radioativo: resíduos provenientes da atividade nuclear (resíduos de atividades com 
urânio, césio, tório, radônio, cobalto), que devem ser manuseados apenas com 
equipamentos e técnicos adequados. 
 
• Agrícola: resíduos sólidos oriundos das atividades agrícola e pecuária, como embalagens 
de adubos, defensivos agrícolas, ração, restos de colheita, etc. O lixo proveniente de 
pesticidas é considerado tóxico e necessita de tratamento especial. 
 
• Entulho: resíduos da construção civil: demolições e restos de obras, solos de escavações. 
O entulho é geralmente um material inerte, passível de reaproveitamento. 
 
 
 
 
 
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3.1.4. Quanto ao estado: 
 
=> Resíduos Sólidos 
Resíduos sólidos são materiais heterogêneos, (inertes, minerais e orgânicos) resultantes das 
atividades humanas e da natureza, os quais podem ser parcialmente utilizados, gerando, 
entre outros aspectos, proteção à saúde pública e economia de recursos naturais. Os 
resíduos sólidos constituem problemas sanitário, ambiental, econômico e estético. 
A sujeira despejada no ambiente aumentou a poluição do solo, das águas, do ar e agravou 
as condições de saúde da população mundial. O volume de lixo tem crescido 
assustadoramente. E uma das soluções imediatas seria reduzir ao máximo o seu volume e o 
consumo de produtos descartáveis, reutilizá-los e reciclá-los. 
Felizmente, para a Natureza e para o homem, os resíduos podem ser em geral, reciclados e 
parcialmente utilizados, o que traz grandes benefícios à comunidade, como a proteção da 
saúde pública e a economia de divisas e de recursos naturais. 
 
 
Os Resíduos sólidos podem ser divididos em grupos, como: 
 
a. Lixo Doméstico 
 
 
b. Lixo Comercial e Industrial 
 
 
c. Lixo Público: são os resíduos de varrição, capina, raspagem, entre outros, provenientes 
dos logradouros públicos (ruas e praças), bem como móveis velhos, galhos grandes, 
aparelhos de cerâmica, entulhos de obras e outros materiais inúteis, deixados pela 
população, indevidamente, nas ruas ou retirados das residências através de serviço de 
remoção especial. 
 
d. Lixo de Fontes Especiais: é aquele que, em função de determinadas características 
peculiares que apresenta, passa a merecer cuidados especiais em seu acondicionamento, 
manipulação e disposição final, como é o caso de alguns resíduos industriais antes 
mencionados, do lixo hospitalar e do radioativo. 
Com o crescimento acelerado das metrópoles, do consumo de produtos industrializados, e 
mais recentemente com o surgimento de produtos descartáveis, o aumento excessivo do lixo 
tornou-se um dos maiores problemas da sociedade moderna. Isso é agravado pela escassez 
de áreas para o destino final do lixo. 
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=> Resíduos Gasosos 
Os resíduos gasosos resultam das reações de fermentação aeróbia (desenvolvidos na 
superfície) e anaeróbia (nas camadas mais profundas); a fermentação anaeróbia dá origem a 
CO2e a CH4(metano), o qual pode ser aproveitado para a produção de biogás. 
 
 
=> Resíduos Líquidos 
Os resíduos líquidos também chamados lexiviado,variam de local para local e dependem 
de: 
• teor em água dos resíduos 
• isolamento dos sistemas de drenagem 
• clima (temperatura, pluviosidade, evaporação) 
• permeabilidade do substrato geológico 
• grau de compactação dos resíduos 
Os lexiviados tem elevada concentração de matéria orgânica, de azoto e de materiais tóxicos, 
pelo que deve ser feita a sua recolha e tratamento, de modo a impedir a sua infiltração no solo. 
Devido ao grande distância que normalmente os aterros sanitários se encontram, tornam 
muitas vezes inviável o acesso a esse tipo de destino final. A prática mais generalizada é o 
enterramento de resíduos em terrenos adjacentes, muitas vezes sem preparação, em solos 
inadequados e perto de espécies faunísticas e florística de elevada fragilidade, o que dá origem 
a focos de poluição e de contaminação localizados. 
 
3.1.5. Quanto a toxidade 
Entre os resíduos produzidos muitos podem ser considerados tóxicos: 
São considerados resíduos tóxicos as pilhas não-alcalinas, baterias, tintas e solventes, 
remédios vencidos, lâmpadas fluorescentes, inseticidas, embalagens de agrotóxicos e produtos 
químicos, as substâncias não biodegradáveis estão presentes nos plásticos, produtos de 
limpeza, em pesticidas e produtos eletroeletrônicos, e na radioatividade desprendida pelo 
urânio e outros metais atômicos, como o césio, utilizados em usinas, armas nucleares e 
equipamentos médicos. O cádmio, níquel, mercúrio e chumbo são os principais contaminantes. 
A separação adequada desses materiais é muito importante para evitar a contaminação do solo 
e dos lençóis freáticos. As pessoas devem tomar alguns cuidados básicos para embalar este 
tipo de resíduo: acondicionar em sacos plásticos bem fechados, guardá-los em local arejado e 
protegido do sol, das crianças e dos animais. Os materiais que podem ser reciclados são 
encaminhados as Centrais de Tratamento específicas. Os medicamentos vencidos, restos de 
tinta e verniz, e embalagens de inseticidas, que ainda não podem ser reciclados, ficam 
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armazenados no aterro industrial em condições adequadas, para evitar a contaminação do 
meio ambiente. Esses resíduos são tratados por meio de encapsulamento. 
Alguns contaminantes que conferem periculosidade aos resíduos são os seguintes: 
 
Cianureto ou Cianetos 
É o nome de qualquer composto químico que contém o grupo ciano, com uma ligação tríplice 
entre o átomo de carbono e o de nitrogênio. 
 
 É uma substância extremamente tóxica, um dos venenos mais letais conhecidos pelo homem. 
Possui um típico sabor amargo, lembrando amêndoas. O cianeto de hidrogênio é um gás 
incolor, e os cianetos de sódio e potássio são um pó branco. 
 
Metais pesados 
são metais quimicamente altamente reativos e bioacumuláveis, ou seja, os organismos não 
são capazes de eliminá-los. 
Os seres vivos necessitam de pequenas quantidades de alguns desses metais, incluindo 
cobalto, cobre, manganês, molibdênio, vanádio, estrôncio, e zinco, para a realização de 
funções vitais no organismo. Porém níveis excessivos desses elementos podem ser 
extremamente tóxicos. 
Outros metais pesados como o mercúrio, chumbo e cádmio não possuem nenhuma função 
dentro dos organismos e a sua acumulação pode provocar graves doenças, sobretudo nos 
mamíferos. 
Quando lançados como resíduos industriais, na água, no solo ou no ar, esses elementos 
podem ser absorvidos pelos vegetais e animais das proximidades, provocando graves 
intoxicações ao longo da cadeia alimentar. 
 
Ácidos 
Deveria ser prática normal a neutralização de resíduos ácidos, antes da sua disposição em 
trincheiras ou lagoas rasas, no aterro. É essencial que a capacidade de neutralização inerente 
ao lixo doméstico não seja excedida. Caso contrário, os metais pesados serão ressolubilizados 
e a atividade microbiana será inibida. Foi determinado que 1kg de lixo fresco poderá 
neutralizar 22g de ácido sulfúrico e 1kg de lixo decomposto será preciso para neutralizar 33g 
desse mesmo ácido. 
EX. O ácido sulfúrico concentrado tem ação corrosiva sobre os tecidos dos organismos vivos 
também devido à sua ação desidratante. Produz sérias queimaduras na pele. Por isso, é 
necessário extremo cuidado ao manusear esse ácido. 
As chuvas ácidas em ambiente poluídos com dióxido de enxofre contêm H2SO4 e causam 
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grande impacto ambiental. 
 
Óleos 
Muitas são as conseqüências do óleo misturado ao lixo. De acordo com a proporção podemos 
ter como efeito a falta de oxigênio no solo e consequentemente a redução de 
microorganismos. 
 
Nota: 
Nas águas as conseqüências não são menores. O potencial de devastação se estende para 
muito além das populações aquáticas. Tem também uma conseqüência social para a região e 
para as espécies de pássaros e outros animais que habitam a região. 
Um derramamento de petróleo no mar prejudica a vida marinha e também os mangues ao 
longo da costa. Ecossistemas de mangues saudáveis são capazes de armazenar água, filtrar a 
poluição e estabilizar a erosão nas bordas costeiras. Se uma quantidade grande de petróleo 
atingir os mangues, isso poderá matar a vegetação rasteira que fundamenta o ecossistema. 
 
Fenóis 
Os fenóis e seus derivados aparecem nas águas naturais através das descargas de 
efluentes industriais. Indústrias de processamento da borracha, de colas e adesivos, de 
resinas impregnantes, de componentes elétricos (plásticos) e as siderúrgicas, entre outras, 
são responsáveis pela presença de fenóis nas águas naturais. 
Os fenóis são tóxicos ao homem, aos organismos aquáticos e aos microrganismos que 
tomam parte nos sistemas de tratamento de esgotos sanitários e de efluentes industriais. 
Nas águas naturais, os padrões para os compostos fenólicos são bastante restritivos. 
Nas águas tratadas, os fenóis reagem com o cloro livre formando os clorofenóis, que 
produzem sabor e odor na água. Por este motivo, os fenóis constituem-se em padrão de 
potabilidade, sendo imposto o limite máximo bastante restritivo de 0,001 mg/L pela Portaria 
36 do Ministério da Saúde. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3.2. Classes dos Resíduos 
 
Classe 1 - Resíduos Perigosos: são aqueles que apresentam riscos à saúde pública e 
contaminação do meio ambiente, exigindo tratamento e disposição especiais em função de 
suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e 
patogenicidade. 
 
 
Classe 2 - Resíduos Não-inertes: são os resíduos que não apresentam periculosidade, 
porém não são inertes; podem ter propriedades tais como: combustibilidade, 
biodegradabilidade ou solubilidade em água. São basicamente os resíduos com as 
características do lixo doméstico. 
 
Classe 3 - Resíduos Inertes: são aqueles que, ao serem submetidos aos testes de 
solubilização (NBR-10.007 da ABNT), não têm nenhum de seus constituintes solubilizados 
em concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água. Isto significa que a água 
permanecerá potável quando em contato com o resíduo. Muitos destes resíduos são 
recicláveis. Estes resíduos não se degradam ou não se decompõem quando dispostos no 
solo (se degradam muito lentamente). Estão nesta classificação, por exemplo, os entulhos 
de demolição, pedras e areias retirados de escavações. 
 
Origem Possíveis Classes Responsável 
Domiciliar 2 Prefeitura 
Comercial 2, 3 Prefeitura 
Industrial 1, 2, 3 Gerador do resíduo 
Público 2, 3 Prefeitura 
Serviços de saúde 1, 2, 3 Gerador do resíduo 
Portos, aeroportos e terminais ferroviários 1, 2, 3 Gerador do resíduo 
Agrícola 1, 2, 3 Gerador do resíduo 
Entulho 3 Gerador do resíduo 
 
 
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 3.3 RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE 
 NBR 12.808 da ABNT 
 
� Classe A - Resíduos Infectantes 
 
 Tipo A.1 - Biológico: cultura, inóculo, mistura de microorganismos e meio de cultura 
inoculado proveniente de laboratório clínico ou de pesquisa, vacina vencida ou inutilizada, 
filtro de gases aspirados de áreas contaminadas por agentes infectantes e qualquer resíduo 
contaminado por estes materiais; 
 
 Tipo A.2 - Sangue e hemoderivados: com prazo de validade vencido ou sorologia 
positiva, bolsa de sangue para análise, soro, plasma e outros subprodutos; 
 
 Tipo A.3 - Cirúrgico: tecido, órgão, feto, peça anatômica, sangue e outros líquidos 
orgânicos resultantes de cirurgia, necropsia e resíduos contaminados por estes materiais; 
 
 Tipo A.4 - Perfurante ou cortante: agulha, ampola, pipeta, lâmina de bisturi e vidro; 
 
 Tipo A.5 - Animal contaminado: carcaça ou parte de animal inoculado, exposto a 
microorganismos patogênicos, ou portador de doença infecto-contagiosa, bem como 
resíduos que tenham estado em contato com estes; 
 
 Tipo A. 6 - Assistência a pacientes: secreções e demais líquidos orgânicos 
procedentes de pacientes, bem como os resíduos contaminados por estes materiais, 
inclusive restos de refeições. 
 
 
� Classe B - Resíduos Especiais 
 
 Tipo B.1 - Rejeito radioativo: material radioativo ou contaminado com radionuclídeos, 
provenientes de laboratório de análises clínicas, serviços de medicina nuclear e radioterapia; 
 
 Tipo B.2 - Resíduo farmacêutico: medicamento vencido, contaminado, interditado ou 
não utilizado; 
 
 Tipo B.3 – 
Resíduo químico perigoso: resíduo tóxico, corrosivo, inflamável, explosivo, reativo, 
genotóxico ou mutagênico. 
 
 
� Classe C -Resíduos Comuns 
 
 Todos aqueles que não se enquadram nos tipos A e B e que, por sua semelhança aos 
resíduos domésticos, não oferecem risco adicional à saúde pública. 
 
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4. TRATAMENTO DE RESÍDUOS 
 
 
4.1. Tratamento de Efluentes Líquidos 
 
 
Organização Mundial de Saúde: 
 
“Deve considerar-se que uma água está poluída, quando a sua composição 
ou o seu estado estão de tal modo alterados que já não reúnem as condições 
necessárias (propriedades físicas, químicas e biológicas) para as 
utilizações as quais estava destinada.” 
 
 
 
I. Tipos de despejos: Sanitários e Industriais. 
 
 
II. Principais Poluentes: 
� Substâncias Orgânicas Solúveis. 
� Diminuição da quantidade de oxigênio. 
� Geração de odores e sabor às águas. 
� Substâncias Tóxicas e Metais Pesados. 
� Nitrogênio e Fósforo: eutroficação (envelhecimento) de lagos e de pântanos. 
� Materiais refratários (detergentes não-biodegradáveis). 
� Óleos e gorduras. 
� Ácidos e Álcalis. 
� Materiais em suspensão. 
 
 
III. Tratamento: 
 
� PROCESSOS FÍSICOS: 
 Remoção de substâncias fisicamente separáveis dos efluentes: 
o Tratamento-Remoção de sólidos grosseiros 
o Remoção de sólidos finos e fibrosos (peneiras) 
o Remoção de areia e sólidos de densidade semelhante (caixa de areia) 
o Separação de óleo e gorduras. 
 
 
 
� PROCESSOS QUÍMICOS: 
Auxílio de produtos químicos: 
o Flotação- separação de partículas sólidas ou líquidas de baixa densidade, 
contidas em um líquido e com auxilio de injeção de ar. 
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o Decantação- remoção de partículas sólidas em suspensão, por ação da 
gravidade 
o Neutralização- é estabilizar o valor do pH. 
o Coagulação- formação de flocos por ação de coagulante, removidos por 
decantação ou filtração. (Exemplos de coagulantes: alumina, sulfato ferroso, 
cloreto férrico) 
o Floculação- processo onde a água recebe uma substância química chamada 
de sulfato de alumínio. Este produto faz com que as impurezas se aglutinem 
formando flocos para serem facilmente removidos. 
 
 
 
� PROCESSOS BIOLÓGICOS: 
Degradação de matéria-prima 
Realizada por microorganismos (chamados reatores biológicos) e consiste na 
transformação dos compostos orgânicos em substâncias mais simples (CO2, 
H2O, Nitrato, etc). 
Estes reatores são normalmente constituídos por microorganismos aeróbios, 
havendo por isso a necessidade de promover o seu arejamento. 
 
 
 
 
 
4.2. Tratamento de Resíduos Sólidos 
 
4.2.1. Reciclagem 
 
 
É muito antiga a prática de reciclagem de resíduos sólidos. Os utensílios metálicos são 
fundidos e remodelados desde os tempos pré-históricos. 
A reciclagem é umas das alternativas para o tratamento do lixo urbano e contribui 
diretamente para a conservação do meio ambiente. Ela trata o lixo como matéria-prima 
Apostila Meio Ambiente e Qualidade 
 
 18 
que é reaproveitada para fazer novos produtos e traz benefícios para todos, como a 
diminuição da quantidade de lixo enviada para aterros sanitários, a diminuição da 
extração de recursos naturais, a melhoria da limpeza da cidade e o aumento da 
conscientização dos cidadãos a respeito do destino do lixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apostila Meio Ambiente e Qualidade 
 
 19 
4.2.2. Aterro Sanitário 
O aterro sanitário é um processo de eliminação de resíduos sólidos bastante 
utilizados, pois é o modo mais barato de eliminar resíduos. 
Esse método consiste em armazenar os resíduos, dispostos em camadas, em locais 
escavados. Cada camada é prensada por máquinas, até alcançar uma altura de 3 
metros. Em seguida, é coberta por uma camada de terra e volta a ser comprimida. É 
fundamental escolher o terreno adequado (tipo de solo, coberto vegetal, regime 
hidrológico), para que não haja contaminação nem na superfície, nem nos lençóis 
subterrâneos. 
Uma vez depositados, os resíduos sólidos se degradam naturalmente por via biológica 
até a mineralização da matéria biodegradável, em condições fundamentalmente 
anaeróbias. 
O aterro sanitário é uma obra de engenharia que deve ser orientada por quatro 
objetivos: 
• diminuição dos riscos de poluição provocados por cheiros, fogos, insetos 
• utilização futura do terreno disponível, através de uma boa compactação e cobertura 
• minimização dos problemas de poluição da água, provocados por lixiviação 
• controle da emissão de gases (liberados durante os processos de degradação) 
 
Esse processo tem as seguintes vantagens e desvantagens: 
Vantagens Desvantagens 
Processo de baixo custo Longa imobilização do terreno 
Recuperação de áreas degradadas Necessidade de grandes áreas 
Flexibilidade de operação Necessidade de material de cobertura 
Não requer pessoal altamente especializado 
Dependência das condições climáticas 
Surgimento do Chorume: substância 
líquida decorrente da decomposição de 
material orgânico 
 
 
 
Um aterro sanitário é um reator biológico em evolução, que produz: 
• resíduos gasosos: CO2, metano, vapor d’água, O2, N2, ácido sulfúrico e sulfuretos 
• resíduos sólidos: resíduos mineralizados 
• resíduos líquidos: águas lexiviadas. 
 
Apostila Meio Ambiente e Qualidade 
 
 20 
4.2.3. Aterro Industrial 
 
 
Os Aterros Industriais destinam-se a receber resíduos 
sólidos que não sejam reativos, não inflamáveis e com baixa 
quantidade de solvente, óleo ou água. 
A construção do aterro obedece a rigorosas técnicas 
nacionais e internacionais de segurança, visando garantir 
proteção total ao meio ambiente. Adotam técnicas de confinamento dos resíduos através de 
geomembranas, drenagem, tratamento de efluentes, e poços de monitoramento do lençol 
freático. 
 
O aterro Industrial é classificado como qual ele foi licenciado a receber. 
- ATERRO CLASSE I 
 
Destina-se a resíduos industriaisperigosos, que após pré-tratamento se tornam não-reativos 
e não inflamáveis com baixo teor de solventes, óleos ou água. 
 
No aterro Classe I podem ser dispostos resíduos como lodo de estação de tratamento de 
efluentes, borra de retífica e de tintas, cinzas de incineradores, entre outros. 
 
Os cuidados ambientais tomados contemplam o sistema de impermeabilização com argila e 
dupla geomembrana de PEAD - que protege o solo e os lençóis de água subterrâneos do 
contato com os resíduos e com o efluente gerado, que ao ser captado pelo sistema de 
drenagem é encaminhado para tratamento. 
 
 Além disso, a extensão da frente de serviço do Aterro é coberta por uma estrutura metálica 
móvel que impede a incidência de chuvas na área de operação. 
 
 
 
- ATERRO CLASSE IIA 
Destina-se à disposição de resíduos industriais não-perigosos e não-inertes, e também para 
a disposição de resíduos domiciliares. 
Apostila Meio Ambiente e Qualidade 
 
 21 
 
Os Aterros Classe IIA possuem as seguintes características: impermeabilização com argila e 
geomembrana de PEAD, sistema de drenagem e tratamento de efluentes líquidos e gasosos 
e completo programa de monitoramento ambiental. 
 
- ATERRO CLASSE IIB 
Devido à característica inerte dos resíduos dispostos, o Aterro Classe IIB dispensa a 
impermeabilização do solo. Esse aterro possui sistema de drenagem de águas pluviais e um 
programa de monitoramento ambiental que contempla o acompanhamento geotécnico 
(movimentação, recalque e deformação) do maciço de resíduos. 
 
 
4.2.4. Incineração 
 
Decomposição Térmica via oxidação, com o objetivo de tornar um resíduo menos 
volumoso, menos tóxico ou atóxico, ou eliminá-lo. 
A incineração é um processo de combustão controlada (em instalação própria), que 
permite a redução em volume e em peso dos resíduos sólidos, em cerca de 90 a 60%. 
Os resíduos são transformados em gases, calor e materiais inertes (cinza e escórias 
de metal). 
 
Os grandes inconvenientes desse sistema são: 
• poluição do solo por cinzas e escórias 
• a poluição da água pelas águas de arrefecimento das escórias e de lavagem de 
fumos e pelas escorrimentos de solos contaminados 
• poluição do ar por cinzas voláteis e dioxinas; estas últimas têm um elevado teor 
tóxico e são agentes de doenças, nomeadamente hiperpigmentação da pele, 
danos no fígado, alterações enzimáticas, alterações no metabolismo dos lipídios, 
nos sistemas endócrinos e imunológico e feitos cancerígenos. 
 
Apostila Meio Ambiente e Qualidade 
 
 22 
INCINERADOR TRIBEL (Belford Roxo) 
 
 
4.2.5. Co-Processamento 
Tecnologia de destruição de resíduos industriais em fornos de clinquerização, 
aproveitando-os como substituto energético e/ou substituto de matéria-prima de 
maneira responsável e definitiva, sem a geração de cinzas e/ou passivos ambientais. 
Utilizado no Brasil desde o início da década de 90 e na Europa e Estados Unidos, 
desde 1970, o co-processamento não altera a qualidade do cimento e é praticado de 
forma segura tanto para os operadores dos fornos de cimento quanto para a o meio 
ambiente em torno da fábrica. 
Através do co-processamento, resíduos industriais são destruídos ao mesmo tempo 
em que são reaproveitados. Economizam-se assim recursos naturais, contribuindo 
para a preservação do meio ambiente. 
 
Vantagens do Co-Processamento: 
• Economia de recursos não renováveis (combustíveis fósseis e recursos naturais). 
• Emissões atmosféricas monitoradas. 
• Não gera passivos ambientais. 
• Destinação dos resíduos de forma segura e definitiva. 
 
 
 
Apostila Meio Ambiente e Qualidade 
 
 23 
 
4.3. TRATAMENTO DE RESÍDUOS GASOSOS 
 
“Existe poluição do ar quando a presença de uma substância, ou a variação importante 
na proporção de seus constituintes, é suscetível de provocar efeitos prejudiciais ou 
doenças, tendo em conta o estado dos conhecimentos científicos.” 
 
Principais causadores: 
 
� Veículos automotores, devido a emissão de: 
• monóxido e dióxido de carbono, 
• óxido de nitrogênio, 
• dióxido de enxofre e 
• hidrocarbonetos. 
 
� Refinarias de petróleo, indústrias químicas e siderúrgicas, fábricas de papel e cimento. 
Emissão de: 
• óxido sulfúricos e nitrogenados, 
• hidrocarbonetos, 
• enxofre, 
• diversos resíduos sólidos e metais pesados e 
• aerosóis. 
 
 
Principais conseqüências aos seres humanos: 
• distúrbios respiratórios, 
• alergias, 
• lesões degenerativas no sistema nervoso ou em órgãos vitais e 
• câncer. 
 
 
Principais conseqüências ao meio ambiente: 
• redução da camada de ozônio, 
• chuva ácida e 
• aquecimento global (efeito estufa). 
 
 
Formas de Controle: 
o Modificações no processo produtivo: matéria-prima, combustível, procedimentos 
operacionais, tecnologia. 
o Tratamento das correntes gasosas através de instalação ou modificação de 
equipamentos. 
 
 
 
 
Apostila Meio Ambiente e Qualidade 
 
 24 
COMENTÁRIO 
 
Efeito Estufa e o Aquecimento Global 
 
A Terra está se tornando mais quente. 
Os cientistas ambientalistas atribuem este aquecimento ao efeito estufa. Isto ocorre 
quando gases “estufa”, como o dióxido de carbono e o metano, sobem para a 
atmosfera e absorvem uma parte da radiação solar. Este calor é então refletido de volta 
para a Terra, aquecendo o planeta. Sem estes gases, o calor seria irradiado para o 
espaço. 
Uma certa concentração de gases estufa é necessário para manter a Terra aquecida. 
Recentemente, porém, a concentração de gases estufa cresceu rapidamente devido às 
atividades humanas – possivelmente levando ao aquecimento global. O gás estufa 
primário, o dióxido de carbono, é criado pela queima de fósseis. E hoje há mais dióxido 
de carbono presente na atmosfera do que nunca houve, porque as plantas e as 
árvores, que normalmente absorvem o dióxido de carbono e liberam oxigênio, estão 
sendo cortadas. O ozônio, outro gás estufa, também é criado pela poluição. 
Consequência: Elevação do nível do mar e alterações na quantidade de chuvas. 
 
 
 
 
 
Apostila Meio Ambiente e Qualidade 
 
 25 
 
Chuva Ácida 
 
A queima de carvão e combustíveis fósseis (derivados de petróleo) e a emissão de 
poluentes industriais, lançam dióxido de enxofre e de nitrogênio na atmosfera. Esses 
gases combinam-se com o hidrogênio presente na atmosfera sob a forma de vapor de 
água, onde a precipitação forma a CHUVA ÁCIDA. 
 
 
 
 
 
 
Redução da Camada de Ozônio 
 
Ozônio = filtro solar da Terra 
Gases, como os clorofluorcarbonos (CFCs), utilizados na fabricação de refrigeradores e 
principalmente aerossóis, destroem a camada de ozônio, provocando uma redução na 
camada protetora. 
 
Consequências: Câncer de pele, alterações em processos biológicos, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apostila Meio Ambiente e Qualidade 
 
 26 
 
5. O LABORATÓRIO É UMA UNIDADE 
GERADORA 
 
 
Inventário dos resíduos industriais: 
As indústrias, inclusive as que fabricam produtos químicos ou que as manipulam, 
devem declarar ao órgão estadual correspondente informações sobre geração, 
características, armazenamento, transporte e destinação de seus resíduos sólidos. 
 
• Quantidades relativamente pequenas de substâncias químicas em atividades 
não-produtivas 
 
• Estas atividades podem mudar com o tempo, gerando estocagem de produtos 
não mais utilizados 
 
• Uso contínuo e simultâneo de diversos procedimentos e produtos químicos num 
mesmo ambiente. 
 
 
 
Todo resíduo deve ser anotado em livro próprio e declarado à unidade responsável, 
para fins de:� Controle (volume, peso, quantidade, ...) 
� Transporte 
� Verba para destinação final 
� Intervenção em caso de necessidade 
� Contato com os responsáveis pela geração 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 27 
5. 1 Produtos Químicos Incompatíveis 
A lista abaixo contém uma relação de produtos químicos que, devido ás suas 
propriedades químicas, podem reagir violentamente entre si resultando numa explosão, 
ou podendo produzir gases altamente tóxicos ou inflamáveis. Por este motivo quaisquer 
atividades que necessitem o transporte, o armazenamento, a utilização e o descarte 
devem ser executados de tal maneira que as substâncias da coluna da esquerda, 
acidentalmente, não entrem em contato com as correspondentes substâncias químicas 
na coluna do lado direito Por causa do grande número de substâncias perigosas, 
relacionamos aqui apenas as principais. 
Substâncias Incompatível com 
Acetileno Cloro, bromo, flúor, cobre, prata, mercúrio 
Acetona Bromo, cloro, ácido nítrico e ácido sulfúrico. 
Ácido Acético 
Etileno glicol, compostos contendo hidroxilas, óxido de 
cromo IV, ácido nítrico, ácido perclórico, peróxidios, 
permanganatos e peróxidos, permanganatos e peroxídos, 
ácido acético, anilina, líquidos e gases combustíveis. 
Ácido cianídrico Álcalis e ácido nítrico 
Ácido crômico [Cr(VI)] 
Ácido acético glacial, anidrido acético, álcoois, matéria 
combustível, líquidos, glicerina, naftaleno, ácido nítrico, 
éter de petróleo, hidrazina. 
Ácido fluorídrico Amônia, (anidra ou aquosa)<><><><> 
Ácido Fórmico Metais em pó, agentes oxidantes. 
Ácido Nítrico (concentrado) Ácido acético, anilina, ácido crômico, líquido e gases inflamáveis, gás cianídrico, substâncias nitráveis. 
Ácido nítrico 
Álcoois e outras substâncias orgânicas oxidáveis, ácido 
iodídrico, magnésio e outros metais, fósforo e etilfeno, 
ácido acético, anilina óxido Cr(IV), ácido cianídrico. 
Ácido Oxálico Prata, sais de mercúrio prata, agentes oxidantes. 
Ácido Perclórico 
Anidrido acético, álcoois, bismuto e suas ligas, papel, 
graxas, madeira, óleos ou qualquer matéria orgânica, 
clorato de potássio, perclorato de potássio, agentes 
Apostila Meio Ambiente e Qualidade 
 
 28 
redutores. 
Ácido pícrico amônia aquecida com óxidos ou sais de metais pesados e fricção com agentes oxidantes 
Ácido sulfídrico Ácido nítrico fumegante ou ácidos oxidantes, cloratos, percloratos e permanganatos de potássio. 
Água 
Cloreto de acetilo, metais alcalinos terrosos seus hidretos 
e óxidos, peróxido de bário, carbonetos, ácido crômico, 
oxicloreto de fósforo, pentacloreto de fósforo, pentóxido de 
fósforo, ácido sulfúrico e trióxido de enxofre, etc 
Alumínio e suas ligas 
(principalmente em pó) 
Soluções ácidas ou alcalinas, persulfato de amônio e 
água, cloratos, compostos clorados nitratos, Hg, Cl, 
hipoclorito de Ca, I2, Br2 HF. 
Amônia Bromo, hipoclorito de cálcio, cloro, ácido fluorídrico, iodo, mercúrio e prata, metais em pó, ácido fluorídrico. 
Amônio Nitrato Ácidos, metais em pó, substâncias orgânicas ou combustíveis finamente divididos 
Anilina Ácido nítrico, peróxido de hidrogênio, nitrometano e agentes oxidantes. 
Bismuto e suas ligas Ácido perclórico 
Bromo 
 acetileno, amônia, butadieno, butano e outros gases de 
petróleo, hidrogênio, metais finamente divididos, carbetos 
de sódio e terebentina 
Carbeto de cálcio ou de 
sódio Umidade (no ar ou água) 
Carvão Ativo Hipoclorito de cálcio, oxidantes 
Cianetos Ácidos e álcalis, agentes oxidante, nitritos Hg(IV) nitratos. 
Cloratos e percloratos 
Ácidos, alumínio, sais de amônio, cianetos, ácidos, metais 
em pó, enxofre,fósforo, substâncias orgânicas oxidáveis 
ou combustíveis, açúcar e sulfetos. 
Apostila Meio Ambiente e Qualidade 
 
 29 
Cloratos ou percloratos de 
potássio 
Ácidos ou seus vapores, matéria combustível, 
(especialmente solventes orgânicos), fósforo e enxofre 
Cloratos de sódio 
Ácidos, sais de amônio, matéria oxidável, metais em pó, 
anidrido acético, bismuto, álcool pentóxido, de fósforo, 
papel, madeira. 
Cloreto de zinco Ácidos ou matéria orgânica 
Cloro 
Acetona, acetileno, amônia, benzeno, butadieno, butano e 
outros gases de petróleo, hidrogênio, metais em pó, 
carboneto de sódio e terebentina 
Cobre Acetileno, peróxido de hidrogênio 
Cromo IV Óxido Ácido acético, naftaleno, glicerina, líquidos combustíveis. 
Dióxido de cloro Amônia, sulfeto de hidrogênio, metano e fosfina. 
Flúor Maioria das substâncias (armazenar separado) 
Enxofre Qualquer matéria oxidante 
Fósforo Cloratos e percloratos, nitratos e ácido nítrico, enxofre 
Fósforo branco> Ar (oxigênio) ou qualquer matéria oxidante. 
Fósforo vermelho Matéria oxidante 
Hidreto de lítio e alumínio Ar, hidrocarbonetos cloráveis, dióxido de carbono, acetato de etila e água 
Hidrocarbonetos (benzeno, 
butano, gasolina, propano, 
terebentina, etc.) 
Flúor, cloro, bromo, peróxido de sódio, ácido crômico, 
peróxido da hidrogênio. 
Hidrogênio Peróxido Cobre, cromo, ferro, álcoois, acetonas, substâncias combustíveis 
Hidroperóxido de cumeno Ácidos (minerais ou orgânicos) 
Hipoclorito de cálcio Amônia ou carvão ativo. 
Iodo Acetileno, amônia, (anidra ou aquosa) e hidrogênio 
Líquidos inflamáveis Nitrato de amônio, peróxido de hidrogênio, ácido nítrico, peróxido de sódio, halogênios 
Apostila Meio Ambiente e Qualidade 
 
 30 
Lítio Ácidos, umidade no ar e água<><><><> 
Magnésio (principal/em pó) 
Carbonatos, cloratos, óxidos ou oxalatos de metais 
pesados (nitratos, percloratos, peróxidos fosfatos e 
sulfatos). 
Mercúrio Acetileno, amônia, metais alcalinos, ácido nítrico com etanol, ácido oxálico 
Metais Alcalinos e alcalinos 
terrosos (Ca, Ce, Li, Mg, K, 
Na) 
Dióxido de carbono, tetracloreto de carbono, halogênios, 
hidrocarbonetos clorados e água. 
Nitrato Matéria combustível, ésteres, fósforo, acetato de sódio, cloreto estagnoso, água e zinco em pó. 
Nitrato de amônio 
Ácidos, cloratos, cloretos, chumbo, nitratos metálicos, 
metais em pó, compostos orgânicos, metais em pó, 
compostos orgânicos combustíveis finamente dividido, 
enxofre e zinco 
Nitrito Cianeto de sódio ou potássio 
Nitrito de sódio Compostos de amônio, nitratos de amônio ou outros sais de amônio. 
Nitro-parafinas Álcoois inorgânicos 
Óxido de mercúrio Enxofre 
Oxigênio (líquido ou ar 
enriquecido com O2) 
Gases inflamáveis, líquidos ou sólidos como acetona, 
acetileno, graxas, hidrogênio, óleos, fósforo 
Pentóxido de fósforo Compostos orgânicos, água 
Perclorato de amônio, 
permanganato ou persulfato 
Materiais combustíveis, materiais oxidantes tais como 
ácidos, cloratos e nitratos 
Permanganato de Potássio 
Benzaldeído, glicerina, etilenoglicol, ácido sulfúrico, 
enxofre, piridina, dimetilformamida, ácido clorídrico, 
substâncias oxidáveis 
Peróxidos Metais pesados, substâncias oxidáveis, carvão ativado, 
Apostila Meio Ambiente e Qualidade 
 
 31 
amoníaco, aminas, hidrazina, metais alcalinos. 
Peróxidos (orgânicos) Ácido (mineral ou orgânico). 
Peróxido de Bário Compostos orgânicos combustíveis, matéria oxidável e água 
Peróxido de hidrogênio 3% Crômio, cobre, ferro, com a maioria dos metais ou seus sais, álcoois, acetona, substância orgânica 
Peróxido de sódio 
Ácido acético glacial, anidrido acético, álcoois 
benzaldeído, dissulfeto de carbono, acetato de etila, 
etileno glicol, furfural, glicerina, acetato de etila e outras 
substâncias oxidáveis, metanol, etanol 
Potássio Ar (unidade e/ou oxigênio) ou água 
Prata Acetileno, compostos de amônia, ácido nítrico com etanol, ácido oxálico e tartárico 
Zinco em pó Ácidos ou água 
Zircônio (principal/em pó) Tetracloretode carbono e outros carbetos, pralogenados, peróxidos, bicarbonato de sódio e água 
 
 
 
 
 
5.2. ESTOCAGEM DOS RESÍDUOS 
 
O grande número de problemas de estocagem em laboratório químico deve-se à 
diversidade de produtos químicos que devem ser estocados. A estocagem descuidada 
associada com a falta de planejamento e controle é um convite para acidentes pessoais 
e danos materiais. Por outro lado, uma área de estocagem cuidadosamente planejada e 
supervisionada pode prevenir muitos acidentes. Os produtos químicos que necessitam 
estocagem podem ser sólidos, líquidos e gasosos, podem estar contidos em 
embalagens de papel, plástico, vidro ou metal que podem ser caixas, garrafas, cilindros 
ou tambores. 
 
A natureza de cada produto pode ser considerada individualmente ou em relação a 
outros produtos estocados na mesma área. 
 
O tipo de recipiente adequado para líquidos inflamáveis depende em parte do volume 
estocado e da freqüência com que é manipulado. A quantidade de líquido inflamável em 
Apostila Meio Ambiente e Qualidade 
 
 32 
estoque deve ser a mínima necessária, sendo que grandes quantidades de inflamáveis, 
devem ser estocados em almoxarifados especiais. 
 
Deve haver no local de estocagem um sistema de drenagem para evitar, no caso de 
acidente, que o líquido inflamável escoe por baixo ou entre os outros tambores. Todos 
os drenos devem ser descarregados em um local seguro. Uma rede de hidrantes deve 
ser localizada de tal forma que todos os tambores possam ser atingidos com jatos. 
 
Quando for necessária a estocagem de grandes quantidades de inflamáveis em 
laboratórios, é necessário um sistema automático de “sprinklers”. Uma ventilação 
adequada para remoção dos vapores deve ser providenciada além de um sistema de 
drenagem de líquidos derramados, com descarga em local seguro. 
 
Embora seja prático, recipientes de vidro devem ser evitados na estocagem de líquidos 
inflamáveis. Pequenas quantidades de líquidos inflamáveis (menos de 20 litros podem 
ser estocados em latas devidamente rotuladas. Recipientes em aço inoxidável são mais 
adequados quando é considerada a pureza do inflamável). 
 
É proibido fumar nas imediações do local de estocagem. 
 
O equipamento elétrico deve atender aos requisitos de segurança específicos para o 
caso 
 
Quando os resíduos são estocados no próprio laboratório, algumas ações devem ser 
consideradas: 
 
� Área claramente delimitada 
� Nunca no chão ou na capela 
� Frascos adequados e etiquetados 
� Segregar incompatíveis 
� Coletores secundários para resíduos líquidos 
� Nunca deixe coletores abertos ou mal tampados 
� Não encher até a capacidade máxima 
� Apenas um coletor para cada tipo de resíduo 
� Limitar quantidade de estocagem, e pelo menor tempo possível 
� Kit anti-derramamento 
� Ficha de dados de emergência 
 
 
São comuns situações em que instituições de ensino e de pesquisa, laboratórios de 
análises bioquímicas e físico-químicas estocam quantidades indesejáveis de produtos 
químicos, tornando problemático o tratamento e a destinação final deste estoque, não 
apenas no aspecto técnico, mas também do ponto de vista econômico. São também 
comuns nesses casos a perda das informações contidas nos rótulos das embalagens 
como seu nome e fabricante. Isso passa a ser um problema, uma vez, que se torna 
necessário sua caracterização para posterior destinação final. 
 
 
Apostila Meio Ambiente e Qualidade 
 
 33 
 
 
 
Armazenamento inadequado de reagentes químicos 
em laboratório identificação 
Perda parcial de identificação em rótulos de reagentes 
químicos 
 
 
 
 
 
5.3. DESCARTE DOS RESÍDUOS 
 
Os resíduos devem ser estocados, para futuro descarte em local apropriado, em 
coletores específicos. 
 
Esses coletores de resíduos devem ter etiquetas resistentes ao tempo (sol, vapores, 
corrosivos, etc.), sendo de fácil acesso e entendimento por parte dos profissionais que 
manipulam esses coletores. 
 
A etiqueta deve conter a data do início da acumulação do rejeito. 
 
Os coletores devem ser mantidos fechados quando não estiverem sendo usados. 
 
O material de fabricação do coletor deve ser compatível com a natureza do material a 
ser estocado nele. 
 
 
 
Cenários acidentais 
 
Com o aumento da industrialização e da população, observa-se um aumento crescente 
na geração de resíduos sólidos industriais, especialmente nos grandes centros 
industriais. Esse fato tem acarretado em mais uma fonte potencialmente poluidora do 
meio ambiente, o que inclui a contaminação do solo, subsolo, águas superficiais, 
subterrâneas e do ar. 
 
Os acidentes ambientais envolvendo descarte de resíduos químicos ou de produtos 
químicos em vias públicas, disposição indevida sob o solo, bem como o armazenamento 
inadequado de produtos químicos em indústrias, galpões de armazenamento, massas 
falidas, terrenos baldios e instituições de ensino colocam em risco a saúde pública e ao 
meio ambiente 
Apostila Meio Ambiente e Qualidade 
 
 34 
. 
- 
 
 
 
 
 
Armazenamento em galpões 
 
Disposição de resíduos em terreno 
baldio 
Armazenamento de reagentes 
químicos em laboratório 
 
São inúmeros os casos atendidos por entidades públicas como Corpo de Bombeiros, 
Defesa Civil e órgãos ambientais envolvendo o abandono de tambores, bombonas, 
sacos plásticos e outras embalagens em margens de rodovias e seus acessos 
marginais, contendo resíduos químicos perigosos. Essas ocorrências são em geral 
comunicadas pela população local, porém sem a identificação de seus responsáveis ou 
da placa dos veículos que realizou o transporte clandestino. Isso dificulta o trabalho das 
autoridades, na medida em que não há quem responsabilizar pelos danos acarretados 
e por sua remoção do local e recuperação da área impactada. 
 
 
 
 
 
 
Descarte de tambores com resíduos 
químicos em terreno baldio 
Descarte de bombonas com 
resíduos químicos em área rural 
Descarte de resíduos químicos 
em sacaria 
 
 
Os resíduos químicos perigosos, tanto líquidos como sólidos ou produtos químicos 
descartados muitas vezes em função de roubo de carga, apresentam como principais 
riscos, a corrosividade, inflamabilidade, liberação de COV - compostos orgânicos 
voláteis, reatividade com água podendo provocar explosão, desprendimento de 
chamas ou de calor, formação de compostos, misturas, vapores ou gases perigosos. 
 
Esses resíduos, normalmente dispostos diretamente sobre o solo e em margens de 
córregos e represas, podem infiltrar-se no solo provocando a contaminação do meio 
incluindo em determinadas situações, o lençol freático. Essa situação torna-se mais 
grave quando os resíduos são enterrados em terrenos baldios em áreas periféricas dos 
grandes centros, e que somente são descobertos mediante denúncias da população ou 
Apostila Meio Ambiente e Qualidade 
 
 35 
quando são percebidos apenas os seus efeitos, como por exemplo, a redução da 
qualidade da água, os danos sofridos pela vegetação, ou em casos mais graves, o 
surgimento de doenças ou mesmo a contaminação em pessoas e animais. 
Dependendo da sua natureza química, os resíduos envolvidos causam a contaminação 
do ar provocando incômodos às populações circunvizinhas. Essa situação se agrava 
quando alguns resíduos são queimados, o que torna mais difícil a extinção do fogo por 
parte do corpo de bombeiros. Nesses casos há que se investigar o destino das águas 
utilizadas no combate ao incêndio. 
 
 
Incêndio em armazenamento contendo 
resíduos químicos 
 
As chuvas são agravantes em situações de emergência, por contribuírem no 
transporte dos poluentes para as camadas mais profundas dosubsolo, dependendo 
de sua natureza, como também para as águas subterrâneas e superficiais. 
 
As embalagens metálicas utilizadas para acondicionar resíduos químicos que são 
deliberadamente descartados em vias públicas, encontram-se normalmente em 
avançado estado de corrosão, as sacarias em más condições e as demais embalagens 
como latas, frascaria de laboratório, entre outras, em estado precário de 
acondicionamento. Os responsáveis por esses atos ilícitos, têm o devido cuidado na 
maioria das situações de retirar os rótulos das embalagens evitando assim o 
comprometimento da imagem da empresa procurando assim isentar-se de suas 
responsabilidades. 
 
Os resíduos químicos podem também serem dispostos de forma inadequada por meio 
de carga transportada sem qualquer embalagem, contida apenas pela unidade de 
transporte, seja ela um tanque, vaso, caçamba ou container-tanque. 
 
Nesse contexto destacam-se também algumas massas falidas, via de regra áreas 
industriais fechadas ou abandonadas nas quais no passado foram usadas substâncias 
nocivas e que ao encerrarem suas atividades deixaram para trás resíduos químicos 
perigosos armazenados de forma inadequada, muitas vezes lançados diretamente 
sobre o solo ou em condições precárias de armazenamento e muitas vezes com a 
ocupação humana nesses locais. 
 
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 36 
 
Empresa abandonada contendo resíduos químicos 
Outro agravante à saúde pública refere-se a tambores, bombonas e outros tipos de 
embalagens utilizados para armazenar produtos químicos perigosos e resíduos 
químicos que quando descartados em terrenos baldios, matagais e nas proximidades 
de aterros sanitários e lixões, fazem parte de uma espécie de economia informal dos 
moradores de favelas da periferia dos grandes centros industriais como São Paulo. 
 
Recolher tambores usados é fonte de renda para vários catadores de lixo. A 
contaminação pode ocorrer pelo simples contato com essas embalagens ou em 
situação mais grave quando se utiliza esses recipientes para armazenar água em suas 
residências. 
 
Dentre os diversos tipos de resíduos químicos usualmente descartados, destacam-se 
as borras de tintas e solventes, areia de fundição, borra de alumínio, solventes a base 
de acrilato, resíduos fenólicos, efluentes de banhos de galvanização, reagentes 
químicos para laboratório, óleo de transformador entre outros. 
 
 
 
 
 
 
Resíduo químico de borra de tinta Descarte de borra de alumínio Abandono de transformadores 
contendo ascarel 
 
 
 
 
 
 
 
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REQUISITO BÁSICO INICIAL
Nenhum tipo de resíduo pode ser
descartado na pia ou no lixo
comum,ou ainda
não deve ser deixado
evaporar para a
atmosfera.
 
 
 
 
 
RESÍDUO PERIGOSO
 
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SUBSTÂNCIAS QUE NÃO DEVEM SER DISPOSTAS 
NO SISTEMA DE ESGOTO SANITÁRIO 
 
 
� Acetona 
� Acetonitrila 
� Benzeno 
� Éter etílico 
� Tolueno 
� Xileno 
� Ácido perclórico 
� Ácido clorídrico 
� Ácido sulfúrico 
� Ácido nítrico 
� Ácido tricloroacético 
� Hidróxido de amônio 
� Hidróxido de sódio 
� Hidróxido de potássio 
� Arsênio 
� Bário 
� Cobre 
� Chumbo 
� Mercúrio 
� Molibdênio 
� Níquel 
� Ósmio 
� Tálio 
� Zinco 
� Fenol 
� Hidrazina 
� Cianetos 
� Sulfetos 
� Acrilamida 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 39 
5.4. Tratamento de Resíduos Laboratoriais 
 
 
Resíduos Sólidos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Resíduos Líquidos

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