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AFAMENE
NETTO, Arlindo Ugulino.
PATOLOGI
PIGMENTOS E PIGMENTAÇÃO PATOLÓGICA
(Profº Raimundo Sales)
Pigmentos são substâncias que têm cor própria. No organismo humano há três classes de pigmentos: melanina, hemoglobina e derivados, lipocromos. Estes são considerados pigmentos endógenos, pois são produzidos através da atividade metabólica das próprias células do organismo, ao contrário dos pigmentos exógenos que alcançam o interior do organismo por via respiratória, digestiva ou quando inoculados através da pele, vindos já pré- formados do meio exterior.
A não ser pelo fato de serem dotados de cor, estes pigmentos e seus distúrbios metabólicos quase nada tem de comum entre si e são estudados em conjunto na patologia geral por motivos meramente didáticos.
OBS1: A grande variação de cores que se observa nos animais a nas plantas nem sempre depende da presença de pigmentos, isto é, de substâncias com cor própria. Muitas vezes, as cores são produzidas por difusão, reflexão e refração da luz. Os olhos azuis, por exemplo, não possuem nenhum corante azul; eles são a consequência da reflexão da luz nos humores do olho contra o fundo negro da retina. Aliás, é por um mecanismo semelhante que o céu é azul.
Os pigmentos orgânicos podem ser endógenos (melanina, hemoglobina e derivados, lipocromos) e exógenos (antracose, siderose, pigmentação medicamentosa, chumbo e tatuagens).
MELANINA	
A coloração normal da pele, dos pêlos e do olho é devida fundamentalmente à melanina, que é um pigmento acastanhado que aparece em negro quando mais concentrado. Contribuem, no entanto, para a coloração da pele: pigmentos exógenos amarelos, que são os carotenóides e também o tom vermelho dado pela hemoglobina oxigenada nos capilares e a coloração azulada da hemoglobina reduzida nas vênulas da derme.
A coloração da pele humana é relacionada ao número, tamanho, tipo e distribuição de partículas citoplasmáticas pigmentadas, denominadas melanossomas, que contêm um biocromo marrom, a melanina. Estas organelas especializadas são o produto de glândulas unicelulares exócrinas, os melanócitos, que repousam na membrana basal e projetam seus dendritos dentro da epiderme.
Os melanócitos são células secretoras de melanina presentes na camada basal da epiderme, juntos aos queratinócitos. São células neuroectodérmicas, derivadas da crista neural. A diferença entre a pele do negro e do caucasiano não está no número de melanócitos – que, aliás, é praticamente igual – mas sim, na ativação e capacidade destas glândulas em produzir melanina, que é maior nos negros. Na derme superficial ou profunda, frequentemente identificam-se macrófagos contendo pigmento melânico no citoplasma – os melanóforos ou melanófagos.
A pigmentação da pele humana é dividida em dois componentes:
Cor natural: cor básica da pele, que é a quantidade de pigmento melânico que surge de acordo com programas genéticos, sem ação da radiação solar.
Cor induzida: é a coloração que inclui a pigmentação melânica não permanente, que surge após uma exposição direta à radiação ultravioleta, a qual lesa células dessas regiões, que passam a produzir melanina para suprir e recobrir tal lesão e proteger esta epiderme.
A coloração da pele deriva de processo complexo que vai desde moléculas que são relevantes à síntese melânica até a pele como um sistema totalmente integrado. Os principais eventos incluem:
Migração dos melanoblastos da crista neural e sua diferenciação até a formação de malanócitos epidérmicos;
Formação de proteínas estruturais e de uma enzima, a tirosinase e sua posterior localização nos melanossomas dentro dos melanócitos;
Quando o melanócito é ativado (como por radiação solar), a tirosinase dá início à melanização dos melanossomas. A melanina se forma através dos seguintes passos a partir do aminoácido tirosina:
TIROSINA €DOPA €L-alanina €DOPAQUINONA €LEUCODOPACROMO €DOPACROMO €
5,6 DIIDROXIINDOL €MELANINA
Ocorre movimento dos melanossomos para os processos dendríticos do melanócito;
Transferência e incorporação dos melanossomas nos queratinócitos, que se faz por mecanismos ainda discutidos, isolados ou agregados.
Degradação de melanossomas dentro dos queratinócitos, que se faz através de lisossomas nestas células. Os próprios melanócitos são capazes, de maneira similar, de degradar melanossomos.
Arlindo
 
Ugulino
 
Netto
 
–
 
PATOLOGIA
 
–
 
MEDICINA
 
P4
 
–
 
2009.1
1
OBS²: As sardas são acúmulos isolados de excessos de melanina.
OBS³: É importante tomar nota que nem todos os pigmentos particulados de coloração marrom ou negra em nosso organismo devem ser considerados como melanina. Pigmentação com estas características, e designada como neuromelanina, está presente em neurônios do sistema nervoso central (como na substância negra e locus caeruleus), nas células da medula adrenal e em outros componentes do sistema cromafin e também nas próprias células que compreendem o sistema melânico. Os melanócitos também são encontrados nas leptomeninges e no olho (úvea e retina) e caracteristicamente estas células conservam o pigmento durante toda a sua existência.
A melanina da pele tem a função fundamental de proteção: protege a pele da ação lesiva dos raios solares, os quais, ao causar lesões na pele, induzem a produção de melanina para cobrir a área afetada. Além da influência dos raios ultra-violetas, os melanócitos recebem também influência hormonal e, evidentemente, genética. Este controle no homem se dá pela hipófise anterior, que secreta o hormônio estimulante de melanócitos. Este hormônio é muito semelhante, senão igual, à parte da molécula do ACTH e parece que é produzido juntamente e pelas mesmas células que produzem o ACTH. Por este motivo, tanto o ACTH quanto o hormônio estimulante de melanócitos sofrem uma ação repressora por parte dos hormônios corticais da supra-renal. Quando um processo patológico causa a destruição das supra-renais, aumenta a produção do hormônio estimulador de melanócitos e ocorre um progressivo escurecimento da pele, especialmente das partes expostas ao sol. Estas alterações caracterizam a doença de Addison, em que insuficiência da glândula supra-renal crônica ocorre por destruição das supra-renais seguida de hiperpigmentação.
DISTÚRBIOS DO METABOLISMO DO PIGMENTO MELÂNICO
Os distúrbios que envolvem o metabolismo da melanina podem ser classificadas em dois grandes grupos: quando ocorre formação excessiva e quando ocorre ausência ou formação deficiente da melanina. Ambas as classificações podem ser subdivididas em focais ou generalizadas.
Formação excessiva (hipercrômicas):
Sardas (focal): trata-se de o acúmulo de melanina que gera manchas que aparecem na pele clara após exposição aos raios solares, em que o excesso de pigmento produzido fica em parte retido, especialmente em células epiteliais e macrófagos.
Nevus melanocítico (focal): significa sinal benigno, comum em qualquer raça. Caracteriza-se pelo aglomerado de células melanocíticas (células névicas) neoplásicas, formando um pequeno nódulo. O nevus melanocítico pode ser intradérmico, juncional e composto.
Lentigo simples (focal): acontece uma hiperplasia de melanócitos, produzindo uma camada linear basal hiperpigmentada; é um quadro benigno que pode aparecer em qualquer idade, principalmente na infância. Na neurofibromatose e na síndrome de Albright, há o aparecimento de manchas “café com leite” em várias partes do corpo. Na neurofibromatose, uma condição em que aparecem múltiplas neoplasias derivadas dos nervos periféricos, as áreas hiperpigmentadas lembram a relação entre nervos e melanócitos. Na síndrome de Albright, há lesões ósseas que configuram uma displasia junto a vários distúrbios endócrinos. Na síndrome de Peutz-Jeghers, há pólipos do intestino com áreas hiperpigmentadas na mucosa oral e na mucosa labial.
Melanoma (focal): por definição, o melanoma (melanocarcinoma) é uma neoplasia maligna da pele que geralmente não evolui para metástase por não alcançar as vias linfáticas.
Doença de Addison(generalizada): insuficiência crônica da glandula supra-renal seguida de hiperpigmentação, partindo do pressuposto que as mesmas células que produzem ACTH produzem o hormônio estimulante de melanócitos. Quando o córtex da suprarenal é destruída, o ACTH, assim como o hormônio estimulante de melanócitos, aumentam de concentração por defeitos no feedback negativo.
Ausência ou formação deficiente:
o Vitiligo (focal): é uma doença não-contagiosa em que ocorre a perda da pigmentação natural da pele (a qual torna-se acrômica). Sua etiologia ainda não é bem compreendida, embora o fator autoimune pareça ser importante. Contudo, estresse físico, emocional, e ansiedade são fatores comuns no desencadeamento ou agravamento da doença. Patologicamente, o vitiligo se caracteriza pela redução no número ou função dos melanócitos em que, diferentemente do albinismo, os melanócitos estão ausentes na área acometida. Essa despigmentação ocorre geralmente em forma de manchas brancas (hipocromia) de diversos tamanhos e com destruição focal ou difusa. Pode ocorrer em qualquer segmento da pele, inclusive na retina (olhos). Os locais mais comuns são a face, mãos e genitais. Os pêlos localizados nas manchas de vitiligo se tornam esbranquiçados. O local atingido fica bastante
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