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Grupo: Luciana S. Fernandes Nilzete de Oliveira Juliana Fonseca Juliana S. Cruz Johnathan O. Cruz Camila Iunes Beatriz Ana Paula Sandra H. Pereira Karini Moreth Disciplina: Processo de Trabalho e Serviço Social Profª: Jociane S. Silva Princípio 10 Compromisso com a qualidade dos serviços Prestados á população e Com o aprimoramento Intelectual, na perspectiva Da competência profissional: Significado, limites e possibilidades Yolanda guerra Introdução Como resultado de lutas e conquistas da categoria, através de seus sujeitos individuais e coletivos, o atual Código de Ética Profissional tem sido o horizonte para o qual segmentos da categoria profissional têm se orientado na perspectiva da realização de um exercício profissional que atenda com competência às demandas profissionais, e que afirme compro-missos na construção de uma determinada sociedade. O nosso Código de Ética é um projeto que abrange os fundamentos teórico-metodológicos, nos permite uma leitura da realidade capaz de mostrar o significado social da profissão na nossa sociedade; carrega no seu interior um conjunto de princípios que descreve os valores que priorizamos, as formas políticas que reforçamos e atribui, de uma maneira coerente, uma determinada direção teórico-prática ao que fazemos no nosso cotidiano. Este projeto também se mantém como um processo em construção e ganha materialidade no enfrentamento das reais condições objetivas e subjetivas que configuram o cotidiano do exercício profissional. Dentro do Código de Ética nosso texto busca falar sobre o Princípio 10: “O compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com o aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência profissional”. Todo princípio deve partir da realidade e a ela retornar. Nenhum profissional pode efetivamente se colocar num patamar de competência sem que faça um esforço minucioso de buscar uma capacitação continua no sentido de qualificar o seu exercício profissional, seja ele na formulação/avaliação de políticas, seja na gestão/ execução dos serviços, seja na supervisão de estágio, seja na docência, seja na pesquisa ou dentre outras atribuições e competências. Aliais, discutir um princípio do Código de Ética só é possível se o remetermos á realidade. É nesta perspectiva, dentro do 10º princípio, que ressaltamos a necessidade da qualificação profissional , pois está condicionada-se aos princípios éticos e a uma direção política, crítica e contestatória, que nos orienta para um exercício que prioriza a qualidade do atendi-mento das demandas dos usuários, conver-tendo-as em demandas coletivas. A importância do aprimoramento intelectual para uma profissão como o Serviço Social: A profissão vem estabelecendo uma relação ambígua com o conhecimento teórico, uma relação de “amor e ódio”, o que influência a maneira pela qual o profissional dimensiona a relação teoria/prática. “Nesta trajetória, o conhecimento teórico, ao ser reconhecido pela profissão, passa a ser utilizado como parâmetro para medir a compe-tência profissional, ignorando não apenas os saberes interventivos e instrumentais, mas também as mediações da própria realidade e a legitimidade profissional acabam sendo consi-deradas como varáveis dependentes do seu roteiro teórico”. (NETTO, 1992) No entanto, o próprio modo de ser da profissão é causa desta resistência. Sendo o Serviço Social uma especialização do trabalho coletivo inserida na divisão do trabalho do mundo burguês, ele é travejado pela racionalidade da fragmentação entre os que planejam e os que executam. E assim, um certo anti-intelectualismo encontra-se presente na cultura da profissão, que se contrapõe a uma tendência ao teoricismo que é “a utilização das formulações teóricas como uma receita ou modelo a ser aplicado à realidade”. Outra característica importante da própria profissão está na sua natureza como profissão interventiva no campo do cotidiano, direci-onado a dar respostas às expressões da chamada “questão social”. Sabe-se que qualquer profissão somente é reconhecida na medida em que combina com as requisições da ação societária, caso contrário, corre o risco de ver seu exercício profissional esgotar suas possibilidades, perder seu signi-ficado sócio-profissional. Na perspectiva de uma capacitação continua e permanente, tal como proposto no nosso Código de Ética Profissional, não basta apenas promover uma recorrente e sistemática atua-lização profissional, o que por si só já poderia ser de grande importância. O que se espera, ou melhor, se exige, é uma formação que prepare-a tanto para que possa fazer a crítica da racionalidade posta na educação da qual sua formação é resultado, como também aprimorar os seus conheci-mentos numa determinada direção. Os profissionais fixam-se nos espaços sócio-ocupacionais, relacionam-se com o mercado e com os empregadores a partir de relações sociais à base da alienação que caracteriza a venda da força de trabalho por um salário e de um contrato que orienta um conjunto de regras e procedimentos. A condição de assalariamento do exercício profissional pressupõe o atendimento de demandas advindas dos empregadores, que via de regra confronta-se com as dos usuários e especialmente com as da profissão. Para limpar a própria alienação do trabalho e realizar os procedimentos de desalienação, faz-se necessário ao profissional suspender temporariamente seu cotidiano de trabalho, através de outras atividades que lhe permitam “oxigenar” a percepção que tem da instituição, das demandas, possibilidades e limites sócio-institucionais. São efetivamente momentos de intervalos que trazem a capacidade de nos colocar novamente em sintonia com a dimensão humano-genérica do nosso próprio ser. Sobre os fundamentos que devem ser priorizados: Para além da sua formação generalista, a assistente social necessita de aprofundamentos que lhe capacite operar em determinados espaços sócio-operacionais, o que requer conhecimentos sobre tais áreas em particular. Ela não alcançará seus objetivos se não conhecer os fundamentos da ordem burguesa (e sua estrutura), se não souber analisar o ambiente, captar as tendências do desenvolvimento histórico da sociedade, conhecer as táticas e estratégias sócio-profissionais e políticas mais adequadas ao momento. Assim, requer, portanto, conhecimento e saberes teóricos e investi-gativos (além dos instrumentais). Daí a luta por uma formação que confi-gure um perfil profissional crítico, compe-tente e comprometido ético e politica-mente, ou seja, um profissional capaz de compreender o significado social da sua intervenção em toda a sua plenitude, que saiba estabelecer compromissos político-ideológicos com o usuário, concebido como trabalhador e não como pobre. Neste entendimento, a idéia de competência e seus requisitos ultrapassam o horizonte do senso comum: aqui competência significa capacidade de responder às demandas por meio de um projeto. Assim, a capacitação deve formar profissionais críticos, competentes e comprometidos com projetos societários para o Brasil, tanto no âmbito profissional quanto com o seu envolvimento com as lutas e movimentos sociais, e com sujeitos coletivos (profissionais, sindicais e partidários). Competências e Compromissos Considerando que a formação intelectual integra os valores, as expectativas, ela direciona para a realização de projetos individuais e coletivos, para a construção de um tipo de sociedade. Isso porque o processo formativo vai além da transmissão de conhecimento, da apreensão das teorias sociais. Incorpora saberes interventivos, procedimentos e valores. O aprimoramento intelectual incide na qualidade dos serviços prestados, então se faz necessária a criação de espaços que oportunizem a formação em serviço tais como reuniões de estudo, supervisão técnica, supervisão de estágio, assessoria, consultoria, entre outros. Conclusão Se, de fato, a profissão de Assistente Social, tem como princípio o “compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com o aprimoramento intelectual”, e se este contribui para um exercício profissional competente, então tal aprimoramento passa a ser uma demanda do usuário, onde se faz necessária uma formação que desenvolva valores sócio-cêntricos e permita a construção de critérios para medir a qualidade dos serviços prestados. O enriquecimento da instrumentalidade do exercício profissional depende do aprimora-mento teórico-prático e político advindo de uma qualificação capaz de construir o perfil de um profissional crítico, competente e compromis-sado, profissional que, inspirado pela razão dialética, faça do seu exercício profissional uma possibilidade na construção de alternativas de superação da ordem social do capital.
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