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Prisões - Processo Penal I

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Prisão é o cerceamento da liberdade de locomoção, é o encerramento. O principio que rege e o principio da presunção de inocência ou não culpabilidade. Artigo 5º LXI.
Requisitos para prisão (mandado de prisão):
1 – Será lavrado pelo escrivão e assinada pela autoridade, que obrigatoriamente deve ser a competente, sob pena de ilegalidade manifesta da prisão.
2 – Designara a pessoa que tiver de ser preso pelo nome alcunha ou sinais de características, o que deve ser feito fato de forma clara e objetiva, para que se preserve a eficiência na execução.
3 – Indicara o valor da fiança, nas infrações que a comportem, evitando assim o cárcere em razão daqueles que tem direito a liberdade provisória.
4 – Será designado ao responsável pela execução da prisão.
Flagrante (art. 302 CPP) é o delito que ainda “queima”, ou seja, é aquele que esta sendo cometido ou acabou de sê-lo. A prisão em flagrante é a que resulta no momento e no local do crime. É uma medida restritiva de liberdade de natureza cautelar e caráter eminentemente administrativo, que não exige ordem escrita do juiz, porque o fato ocorre de inopino. (art. 5º, LXI, CF)
Flagrante próprio (inciso I): é surpreendido no momento do crime ou quando acaba de cometê-lo. A prisão deve ocorrer de imediato, sem o decurso de qualquer intervalo de tempo. (inciso II): é surpreendido quando acaba de cometer a infração, se consuma naquele momento. (exe.: acabou de roubar, nesse momento, foi pego retirando o som) Acabou de acontecer. 
Flagrante improprio (inciso III): é a perseguição do agente, logo após a prática do delito. A perseguição tem que ser continua. (exe.: enquanto durar a perseguição, não tem prazo de 24 horas).
Flagrante presumido ou ficto (inciso IV): é aquele em que o agente é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas ou objetos que façam presumir sua autoria. Essa espécie não exige perseguição. Bastam que a pessoa seja encontrada logo depois da prática do crime portando algo que a incrimine armas, objetos, instrumentos. (exe.: Alguém rouba o som do meu carro e eu vejo uma pessoa com o mesmo som e presumo que seja o meu objeto).
Flagrante esperado: Há a intensão criminosa, deve ser punida a tentativa. Sabendo o agente policial pelas investigações, que o delito vai ocorrer, aguarda no local adequado e na hora H, realiza a prisão em flagrante (exe.: a policia já sabia, chega antes e pegou o flagrante). É licito.
Flagrante forjado: É quando a autoridade policial cria uma cena de crime, colocando um objeto para incriminar alguém. É aquele armado, fabricado, realizado para incriminar pessoa inocente. Exe.: empregador que insere objetos nos pertences do empregado, acionando a policia para prendê-lo em flagrante furto, para com isso demiti-lo por justa causa. É ilícito. 
Flagrante retardado: É quando um agente esta infiltrado em rede criminosa e para captar mais informações, há o retardamento do flagrante. Obs.: 2 leis: lei de drogas (11.343/06) e lei de crimes organizados (12.850/12). É ilícito. 
Flagrante preparado: a autoridade policial monta o flagrante. Eu conduzo o sujeito para o cometimento do crime. Preparação de armadilha. Induz o crime, sumula 145 STF. Se o flagrante não for consumado não há crime.
Características do flagrante – Peculiaridade: 1 – Não precisa de mandado judicial. 2 – Qualquer pessoa do povo pode prender em flagrante. ((a) – Flagrante obrigatório: polícia – art. 301 CPP) ((b) – flagrante facultativo: povo).
Procedimentos: 1 – Conduzir: tem que conduzir o flagranteado. Conduzir o preso para autoridade policial. 2 – Auto de prisão em flagrante: o termo de depoimento de todos os envolvidos é um documento do qual o delegado colhe todos os depoimentos dos envolvidos (testemunhas, condutores, presos). 3 – Nota de culpa: Ciência ao preso dos seus direitos constitucionais. 4 – 24 horas: a partir do momento que prende, têm 24 horas para confeccionar esses dois documentos.
- Prisão que não cumpre esses procedimentos tem que ser relaxada por falta de formalidades que a lei exige. Relaxamento da prisão em flagrante: Pode homologar: o cara permanece preso, até segunda ordem. Pode relaxar: pode decretar que o cara poderá ser solto por falta de procedimento (auto de prisão e nota de culpa). Emite alvará de soltura, se a transmissão não for cumprida. Pode converter a prisão em flagrante para prisão preventiva.
Ao receber o auto de prisão em flagrante, de oficio art. 310 do CPP: (a) – Relaxar a prisão em flagrante ilegal; (b) – converter a prisão em flagrante em preventiva; (c) conceder liberdade provisória; 
Prisão preventiva: é a prisão cautelar mais ampla, sendo uma eficiente ferramenta de encarceramento durante toda a persecução penal, leia-se, durante o inquérito policial e na fase processual. Admita-se a decretação da preventiva até mesmo sem a instauração do inquérito policial, desde que o atendimento aos requisitos legais seja demostrado por outros elementos indiciários. A preventiva é medida de exceção, devendo ser interpretada restritiva, para compatibiliza-la com o principio da presunção da inocência. 
Pressupostos: para a decretação da preventiva é fundamental a demonstração de provas da existência do crime, revelando a veemência da materialidade e indícios suficientes da autoria ou de participação na infração. 
Prisão temporária: é a prisão de natureza cautelar, com prazo estabelecido de duração, cabível exclusivamente na fase do inquérito policial, objetivando o encarceramento em razão das infrações seletamente indicados na legislação.
Sentença: É o ato que põe fim ao processo no 1º Grau
Espécies: (a) Condenatória: É aquele que julga procedente a pretensão punitiva do Estado, ou seja, condena.  Mesmo que parte seja condenada, em parte;
 (b) Absolutória: É aquela que julga improcedente a pretensão punitiva do Estado, ou seja, absolve o réu.
 (c) Absolutória imprópria: É aquela que aplica ao réu uma medida de segurança.  Em caso de medida de segurança, para os inimputáveis, não se pode chamar de condenatória, pois não tem condenação;
 
(d) Homologatória: é sentença do juiz no juizado especial que homologa a transação penal em crimes de menor potencial ofensivo.   Existe a sentença homologatória, que serve para homologar acordo entre as partes.  Na maioria dos casos não cabe o acordo, pois os bens são indisponíveis, inalienáveis, intransferíveis.   É cabível em apenas no juizado especial.  Transação penal.
 (e) Declaratória: quando o juiz declara a extinção da punibilidade.  Art. 107, CP.
Princípio da Correlação
Tem que ter correlação com o que foi pedido.  Vínculo entre o que foi pedido e o exposto na sentença.  O pedido é o limite para a sentença.
Exceção: O MP na denúncia (início do processo) pede a condenação com base nas provas do inquérito, que não tem contraditório e amplo defeso.  No curso do processo, ao ouvir testemunhas e elementos provas, o MP muda o entendimento e pede absolvição nas alegações finais.  O pedido deve ser fundamentado.   
Mesmo que o MP mude de entendimento e peça a absolvição e a defesa também, o juiz pode proferir sentença condenatória (art. 385, CPP).  Só o Tribunal de MG entende que esse artigo é inconstitucional, por ofender ao princípio da correlação.  O juiz é o do livre convencimento motivado.
 O MP narra um fato e pede a condenação por outro.  Ex. Narra o furto e pede a condenação por roubo. O juiz condena pelo crime de furto.  “Emendatio Libelli” emenda da condenação.  Narrou o fato certo, mas tipificou o crime errado.  Ocorre apenas uma correção do tipo penal. O juiz vai condenar o que de fato ocorreu. A correção se dá ainda que seja prejudicial ao réu. (art. 383, CPP)
O MP narra um fato e pede a condenação adequada, a classificação jurídica está correta.  Ex. Narra um furto e pede a condenação por furto.  Durante o curso da instrução processual, demonstrou-se que o fato concreto ocorreu de outra forma.  Ex. o agente estava armado e ameaçou, ou seja, roubo.  “Mutatio Libelli” (art. 384, CPP).  O juiz intima o MP para fazer um aditamento na denúncia,alterando o fato.  Deve reabrir novo prazo para a defesa.

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