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www.cers.com.br MINISTÉRIO PÚBLICO DO RIO DE JANEIRO Noções de Direito Administrativo – Simulado João Paulo Oliveira 1 1 – (FGV – 2015) Além dos princípios expressos previstos no art. 37, caput, da Constituição Fed- eral, a Administração Pública ainda se orienta por outras diretrizes que também se incluem em sua principiologia. Trata-se de regras gerais de pro- ceder da Administração e são denominados princípios reconhecidos ou implícitos. Dentre eles, de acordo com a doutrina de Direito Admin- istrativo, destaca-se o princípio da: A) publicidade, segundo o qual exige-se a ampla divulgação dos atos praticados pela Administração Pública, inclusive por parte do Poder Judiciário, que não pode restringir a publicidade dos atos proces- suais, nem mesmo quando a defesa da intimidade o exigir; B) pessoalidade, segundo o qual a Administração deverá levar em consideração as peculiaridades do caso concreto, como situação econômica, cultural e social do administrado, para praticar determinado ato administrativo em seu desfavor; C) autotutela, segundo o qual a Administração exerce o controle sobre os próprios atos, com a possibilidade de anular os ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos, independentemente de recurso ao Poder Judiciário; D) improbidade administrativa, segundo o qual os atos e contratos administrativos deverão ser pratica- dos da forma mais vantajosa para a Administração Pública, visando ao lucro e ao interesse público; E) continuidade dos serviços públicos, segundo o qual a Administração deve prestar diretamente os serviços públicos essenciais, vedada a delegação a particulares, a fim de evitar interrupções. 2 – (FGV – 2015) Dentre os elementos do ato ad- ministrativo, destaca-se a competência, que é o círculo definido por lei dentro do qual podem os agentes públicos exercer legitimamente sua ati- vidade. Como característica da competência, destaca-se a: A) derrogabilidade, segundo a qual a competência de um órgão pode, em regra, se transferir a outro por acordo entre as partes, ou por assentimento do agente da Administração, ou seja, apesar de fixada em norma expressa, a competência pode ser alterada; B) indelegabilidade, segundo a qual a competência de um agente ou órgão não pode, em qualquer hipótese, ser delegada a outro, ainda que haja norma posterior autorizativa, em respeito ao poder hierár- quico e ao princípio da estabilidade das relações ju- rídicas; C) improrrogabilidade, segundo a qual a incompetên- cia, em regra, não se transmuda em competência, ou seja, se um órgão não tem competência para certa função, não poderá vir a tê-la supervenientemente, a menos que a antiga norma definidora seja alterada; D) vedação de avocação, segundo a qual a com- petência de um agente ou órgão não pode ser trans- ferida à autoridade hierarquicamente superior para atrair para sua esfera decisória a prática de ato da competência natural de agente com menor hierar- quia; E) discricionariedade, segundo a qual a competência para a prática de determinado ato administrativo pode ser definida e alterada, caso a caso, de acordo com critérios de oportunidade e conveniência do chefe administrativo da repartição, mediante decisão fundamentada. 3 – (FGV – 2015) Advogado de determinada em- presa pública estadual, a pedido de um diretor da empresa, emite parecer sobre a viabilidade ju- rídica da celebração de um contrato na área de fomento à indústria criativa. De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, em especial em matéria de classificação do ato administrativo quanto ao critério dos efeitos, o parecer subscrito pelo advogado tem natureza de ato administra- tivo: A) constitutivo, que se caracteriza por alterar uma relação jurídica, criando, modificando ou extinguindo direitos; B) enunciativo, que se caracteriza por um juízo de valor, dependendo, ainda, de outros atos de caráter decisório; C) declaratório, que se caracteriza por alterar uma relação jurídica, declarando, modificando ou extin- guindo direitos; D) revogável, que se caracteriza por poder ser revogado apenas pela autoridade solicitante, caso não concorde com seu conteúdo; E) não autoexecutório, que se caracteriza por não poder ser executado enquanto não aprovado pela maioria dos integrantes da diretoria-geral. 4 – (FGV – 2014) Com relação às normas gerais de licitação, assinale a afirmativa correta. A) O leilão é a modalidade de licitação entre quais- quer interessados para a venda de bens imóveis in- servíveis para a Administração ou de produtos legal- mente apreendidos ou penhorados, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao da avaliação. B) A concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habili- tação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para ex- ecução de seu objeto. www.cers.com.br MINISTÉRIO PÚBLICO DO RIO DE JANEIRO Noções de Direito Administrativo – Simulado João Paulo Oliveira 2 C) O concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, devidamente cadastra- dos, atenderem às condições exigidas para cadas- tramento até o terceiro dia anterior à data do recebi- mento das propostas, observada a necessária quali- ficação. D) A licitação é dispensável quando, por quaisquer motivos, possa ser inviável a competição. E) A revogação é o afastamento do licitante do pro- cesso licitatório em razão de insuficiência de con- dições subjetivas para licitar. 5 – (FGV – 2015) Segundo a Lei nº 8.666/93, a con- corrência corresponde à modalidade de licitação entre: A) quaisquer interessados que, na fase inicial de ha- bilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para ex- ecução de seu objeto. B) interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para ca- dastramento até o terceiro dia anterior à data do rece- bimento das propostas, observada a necessária qual- ificação. C) interessados do ramo pertinente ao objeto, cadas- trados ou não, escolhidos e convidados, em número mínimo de três pela unidade administrativa. D) quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, con- forme critérios constantes de edital publicado na im- prensa oficial. E) quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. 6 – (FGV – 2015) A União celebrou contrato de obra pública com a construtora XYZ, vencedora de certame licitatório para a construção de uma rodovia federal que fará a ligação entre três Esta- dos da Federação. No curso da obra, a Admin- istração pretendeu acrescentar ao projeto duas alças de acesso a rodovias estaduais já ex- istentes, o que implicaria aumento de 15% do custo original do contrato, além da prorrogação do prazo de entrega da obra. A esse respeito, assinale a afirmativa correta. A) O acréscimo pretendido é possível, assim como a prorrogação do contrato, devido à alteração do pro- jeto pela Administração. B) O acréscimo pretendido é possível, mas não a prorrogação, que somente é admitida nas hipóteses de superveniência de fato excepcional ou impre- visível, estranho à vontade das partes C) Não é possível, após a celebração do contrato, al- teração no projeto para o acréscimo de itens não pre- vistos na fase de licitação e que impliquem acréscimo no valor contratual. D) O acréscimo pretendido supera o limite permitido às alterações nos contratos administrativos,não sendo, portanto, válida a alteração contratual. E) Após a celebração do contrato, não se admite, em nenhuma hipótese, a prorrogação dos prazos contra- tuais. 7 – (FGV – 2015) Com relação às garantias dos contratos administrativos, assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa. ( ) Em todo contrato administrativo deve haver pre- visão de ao menos um tipo de garantia, que, se não houver sido prevista no edital de licitação, deverá ser escolhida pela Administração Pública quando da cel- ebração da avença. ( ) O seguro-garantia, a fiança bancária e a hipoteca de bens imóveis, são modalidades de garantia dos contratos administrativos. ( ) A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída após a execução do contrato e, quando em dinheiro, atualizada monetariamente. As afirmativas são, respectivamente, A) V, V e V. B) F, F e V. C) V, F e V. D) F, V e V. E) F, V e F. 8 – (FGV – 2015) Maria José, servidora pública es- tadual ocupante do cargo de merendeira, preparou para o almoço dos alunos uma deliciosa galinha ao molho pardo. Ao servir aos alunos, Maria José informou-lhes que havia retirado to- dos os ossos da ave e que eles poderiam saborear a iguaria tranquilamente. Ocorre que o aluno Davidson, ao comer galinha, se engasgou com um pedaço de osso de oito centímetros, sof- rendo grave lesão em órgãos do sistema diges- tivo superior. Em razão das lesões, Davidson ajuizou ação indenizatória por danos materiais e morais em face: A) de Maria José, com base em sua responsabilidade civil objetiva, sendo necessária a comprovação do www.cers.com.br MINISTÉRIO PÚBLICO DO RIO DE JANEIRO Noções de Direito Administrativo – Simulado João Paulo Oliveira 3 elemento subjetivo, ou seja, de ter agido com dolo ou culpa; B) de Maria José e do Estado, de forma solidária, sendo necessária a comprovação de ter agido o agente público com dolo ou culpa; C) do Estado, que responde pelos danos causados por Maria José ao aluno de forma subjetiva, ou seja, com a necessidade de comprovação do elemento subjetivo na conduta do agente público; D) do Estado, que responde pelos danos causados por Maria José ao aluno de forma objetiva, ou seja, sem necessidade de comprovação do elemento sub- jetivo na conduta do agente público; E) do Estado, com base em sua responsabilidade civil subjetiva, sendo necessária a comprovação da conduta ilícita, dano, nexo causal e dolo ou culpa, com base na teoria do risco administrativo. 9 – (FGV – 2015) Lucas é empregado de uma em- presa pública estadual que presta determinado serviço público. No exercício de suas funções, Lucas conduzia carro oficial ao mesmo tempo em que mandava mensagem de texto por seu celular, ocasião em que não observou que o semáforo acendeu a luz vermelha. Ao avançar o sinal, o agente bateu no carro de João, causando-lhe da- nos materiais. No caso em tela, sobre a questão indenizatória, a empresa pública: A) não responderá pelos danos causados por seu agente, porque possui personalidade jurídica de direito privado, e Lucas arcará diretamente com a in- denização; B) não responderá pelos danos causados por seu agente, seja porque não integra a Administração Direta, seja porque Lucas não agiu com dolo; C) responderá pelos danos causados por seu agente de maneira subsidiária, ou seja, apenas arcará com a indenização caso Lucas seja insolvente, na forma da lei civil; D) responderá pelos danos causados, independente- mente da comprovação do dolo ou culpa de seu agente, assegurado o direito de regresso contra Lu- cas, porque agiu com culpa; E) responderá pelos danos causados, mediante a comprovação de ter agido seu agente com dolo ou culpa, caso em que será assegurado o direito de re- gresso contra Lucas. 10 – (FGV – 2015) Saulo, Prefeito Municipal, no exercício do mandato, no mês de junho de 2009, com vontade livre e consciente, revelou fato ou circunstância de que tinha ciência em razão das atribuições do cargo e que devia permanecer em segredo. Saulo exerceu o mandato eletivo até 31 de dezembro de 2012 e não foi reeleito, retor- nando suas atividades de empresário do ramo de posto revendedor de combustível. Em maio de 2015, o Ministério Público ajuizou ação civil pú- blica por ato de improbidade administrativa em face de Saulo, em razão do fato acima narrado. Em sua defesa preliminar, o agora ex-Prefeito alegou prescrição da pretensão estatal e inocor- rência de ato de improbidade administrativa porque não houve dano ao erário. De acordo com a Lei 8.429/92, os argumentos utilizados na defesa: A) merecem prosperar, eis que o dano ao erário é imprescindível para configuração do ato de im- probidade e porque a prescrição ocorreu em junho de 2014; B) merecem prosperar, eis que o dano ao erário é imprescindível para configuração do ato de im- probidade e porque a prescrição ocorreu em 31 de dezembro de 2012; C) merecem prosperar, eis que, apesar de o dano ao erário ser prescindível para configuração do ato de improbidade, a prescrição ocorreu em junho de 2014; D) não merecem prosperar, eis que o dano ao erário é prescindível para configuração do ato de im- probidade e porque a prescrição somente ocorreria em 31 de dezembro de 2017; E) não merecem prosperar, eis que o dano ao erário é prescindível para configuração do ato de im- probidade e porque a pretensão de imposição de todas as sanções pessoais pela prática de im- probidade é imprescritível. www.cers.com.br MINISTÉRIO PÚBLICO DO RIO DE JANEIRO Noções de Direito Administrativo – Simulado João Paulo Oliveira 4 GABARITO 1. C 2. C 3. B 4. B 5. A 6. A 7. D 8. D 9. D 10. D
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