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@ G U I A D A O A B Questões para ADMINISTRATIVO Comentadas Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização Todos os direitos reservados. 1 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo QUESTÃO 01 - FGV - 2020 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXI - Primeira Fase Rafael, funcionário da concessionária prestadora do serviço público de fornecimento de gás canalizado, realizava reparo na rede subterrânea, quando deixou a tampa do bueiro aberta, sem qualquer sinalização, causando a queda de Sônia, transeunte que caminhava pela calçada. Sônia, que trabalha como faxineira diarista, quebrou o fêmur da perna direita em razão do ocorrido e ficou internada no hospital por 60 dias, sem poder trabalhar. Após receber alta, Sônia procurou você, como advogado (a), para ajuizar ação indenizatória em face A) da concessionária, com base em sua responsabilidade civil objetiva, para cuja configuração é desnecessária a comprovação de dolo ou culpa de Rafael. B) do Estado, como poder concedente, com base em sua responsabilidade civil direta e subjetiva, para cuja configuração é prescindível a comprovação de dolo ou culpa de Rafael. C) de Rafael, com base em sua responsabilidade civil direta e objetiva, para cuja configuração é desnecessária a comprovação de ter agido com dolo ou culpa, assegurado o direito de regresso contra a concessionária. D) do Município, como poder concedente, com base em sua responsabilidade civil objetiva, para cuja configuração é imprescindível a comprovação de dolo ou culpa de Rafael. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra A. a) Certa, porque se trata de uma concessionária, que como prestadora de serviço público deve responder pelos prejuízos causados independentemente de dolo ou culpa por parte do agente público (Rafael) causador do dano, consoante o art. 37, §6º, da CRFB/88: "Art. 37 (...) § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa." b) Errada, a responsabilidade do Estado é subsidiária e objetiva. Subsidiária porque ele somente irá responder pelos danos caso a concessionária não possua capacidade financeira para adimplir a dívida (art. 25, caput, da Lei 8.987/95). Objetiva porque, assim como a concessionária, o Estado responde pelos danos causados por seus agentes independentemente de comprovação de dolo ou culpa, resguardado o direito de regresso contra o responsável em ambos os casos (art. 37, §6º da CRFB). c) Errada, a responsabilidade de Rafael é subjetiva, dependendo de comprovação de dolo ou culpa. d) Errada, não cabe aos municípios, mas aos Estados a exploração direta, ou mediante concessão, dos serviços locais de gás canalizado, conforme o art. 25, § 2º da CRFB. Ainda, a caracterização de responsabilidade objetiva se dá independentemente de dolo ou culpa, a assertiva afirma o contrário. QUESTÃO 02 - FGV - 2020 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXI - Primeira Fase O Município Beta concedeu a execução do serviço público de veículos leves sobre trilhos e, ao verificar que a concessionária não estava cumprindo adequadamente as obrigações determinadas no respectivo contrato, considerou tomar as providências cabíveis para a regularização das atividades em favor dos usuários. Nesse caso, A) impõe-se a encampação, mediante a retomada do serviço pelo Município Beta, sem o pagamento de indenização. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização Todos os direitos reservados. 2 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo B) a hipótese é de caducidade a ser declarada pelo Município Beta, mediante decreto, que independe da verificação prévia da inadimplência da concessionária. C) cabe a revogação do contrato administrativo pelo Município Beta, diante da discricionariedade e precariedade da concessão, formalizada por mero ato administrativo. D) é possível a intervenção do Município Beta na concessão, com o fim de assegurar a adequada prestação dos serviços, por decreto do poder concedente, que conterá designação do interventor, o prazo, os objetivos e os limites da medida. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra D. Conforme previsto no artigo 32 da lei 8.987/1995, vejamos: Lei 8.987/1995: Art. 32. O poder concedente poderá intervir na concessão, com o fim de assegurar a adequação na prestação do serviço, bem como o fiel cumprimento das normas contratuais, regulamentares e legais pertinentes. Parágrafo único. A intervenção far-se-á por decreto do poder concedente, que conterá a designação do interventor, o prazo da intervenção e os objetivos e limites da medida. QUESTÃO 03 - FGV - 2020 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXI - Primeira Fase A autoridade competente, em âmbito federal, no regular exercício do poder de polícia, aplicou à sociedade empresária Soneca S/A multa em razão do descumprimento das normas administrativas pertinentes. Inconformada, a sociedade Soneca S/A apresentou recurso administrativo, ao qual foi conferido efeito suspensivo, sendo certo que não sobreveio qualquer manifestação do superior hierárquico responsável pelo julgamento, após o transcurso do prazo de oitenta dias. Considerando o contexto descrito, assinale a afirmativa correta. A) Não se concederá Mandado de Segurança para invalidar a penalidade de multa aplicada a Soneca S/A, submetida a recurso administrativo provido de efeito suspensivo. B) O ajuizamento de qualquer medida judicial por Soneca S/A depende do esgotamento da via administrativa. C) Não há mora da autoridade superior hierárquica, que, por determinação legal, dispõe do prazo de noventa dias para decidir. D) A omissão da autoridade competente em relação ao seu dever de decidir, ainda que se prolongue por período mais extenso, não enseja a concessão de Mandado de Segurança. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra A. O MS não seria para invalidar a penalidade de multa, mas sim contra a omissão da autoridade (superior hierárquico responsável pelo julgamento). Súmula nº 429 do STF: A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não impede o uso do MS contra omissão da autoridade. CF, art. 5º, XXXV - a lei não excluirá da apreciação do PJ lesão ou ameaça a direito; Lei nº 9.784/99, art. 59, § 1º Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso administrativo deverá ser decidido no prazo máximo de 30 dias, a partir do recebimento dos autos pelo órgão competente. § 2º O prazo mencionado no § anterior poderá ser prorrogado por igual período, ante justificativa explícita. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização Todos os direitos reservados. 3 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo QUESTÃO 04 - FGV - 2020 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXI - Primeira Fase Otacílio, novo prefeito do Município Kappa, acredita que o controle interno é uma das principais ferramentas da função administrativa, razão pela qual determinou o levantamento de dados nos mais diversos setores da Administração local, a fim de apurar se os atos administrativos até então praticados continham vícios, bem como se ainda atendiam ao interesse público. Diante dos resultados de tal apuração, Otacílio deverá A) revogar os atos administrativos que contenham vícios insanáveis, ainda que com base em valores jurídicos abstratos. B) convalidar os atos administrativos que apresentem vícios sanáveis, mesmo que acarretem lesão ao interesse público. C) desconsiderar as circunstâncias jurídicas e administrativas que houvessem imposto, limitado ou condicionado a conduta do agente nas decisões sobre a regularidade de ato administrativo. D) indicar, de modo expresso, as consequências jurídicas e administrativas da invalidação de atoadministrativo. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra D. A revogação, por ensejar um juízo de conveniência e oportunidade, é ato discricionário, recaindo a análise sobre o chamado “mérito administrativo”, tratando-se, pois, de um “controle de mérito”, que incide sobre atos válidos, sem quaisquer vícios. A possibilidade ou não de sanatória/convalidação é possível, desde que não haja prejuízo a 3ºs nem ao interesse público. Segue esquema: VÍCIO DE... - COMPETÊNCIA: sanável, salvo se competência material ou exclusiva; - FORMA: sanável, salvo se colocada como elemento essencial de validade; - FINALIDADE, FORMA e OBJETO: insanáveis. LINDB, art. 22, § 1º Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, serão consideradas as circunstâncias práticas que houverem imposto, limitado ou condicionado a ação do agente. LINDB, art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, decretar a invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar de modo expresso suas consequências jurídicas e administrativas. QUESTÃO 05 - FGV - 2020 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXI - Primeira Fase Maria foi contratada, temporariamente, sem a realização de concurso público, para exercer o cargo de professora substituta em entidade autárquica federal, em decorrência do grande número de professores do quadro permanente em gozo de licença. A contratação foi objeto de prorrogação, de modo que Maria permaneceu em exercício por mais três anos, período durante o qual recebeu muitos elogios. Em razão disso, alunos, pais e colegas de trabalho levaram à direção da autarquia o pedido de criação de um cargo em comissão de professora, para que Maria fosse nomeada para ocupá-lo e continuasse a ali lecionar. Avalie a situação hipotética apresentada e, na qualidade de advogado (a), assinale a afirmativa correta. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização Todos os direitos reservados. 4 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo A) Não é possível a criação de um cargo em comissão de professora, visto que tais cargos destinam-se apenas às funções de direção, chefia e assessoramento. B) É adequada a criação de um cargo em comissão para que Maria prolongue suas atividades como professora na entidade administrativa, diante do justificado interesse público. C) Maria tem estabilidade porque exerceu a função de professora por mais de três anos consecutivos, tornando desnecessária a criação de um cargo em comissão para que ela continue como professora na entidade autárquica. D) Não é necessária a criação de um cargo em comissão para que Maria permaneça exercendo a função de professora, porque a contratação temporária pode ser prorrogada por tempo indeterminado. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra A. Fundamentação legal: CF, art. 37, V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de (1) direção, (2) chefia e (3) assessoramento; CF, art. 41. São estáveis após 3 anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. Lei no 8.745/93, art. 2º Considera-se necessidade temporária de excepcional interesse público: [...] IV - Admissão de professor substituto e professor visitante; [...] § 1o A contratação de professor substituto de que trata o inciso IV do caput poderá ocorrer para suprir a falta de professor efetivo em razão de: [...] II - Afastamento ou licença, na forma do regulamento; ou [...] Art. 4º As contratações serão feitas por tempo determinado, observados os seguintes prazos máximos: [...] II - 1 Ano, nos casos dos incisos III e IV, das alíneas d e f do inciso VI e do inciso X do caput do art. 2o; [...] § único. É admitida a prorrogação dos contratos: [...] I - No caso do inciso IV, das alíneas b, d e f do inciso VI e do inciso X do caput do art. 2o, desde que o prazo total não exceda a 2 anos; [...] QUESTÃO 06 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXX - Primeira Fase Após comprar um terreno, Roberto iniciou a construção de sua casa, sem prévia licença, avançando para além dos limites de sua propriedade e ocupando parcialmente a via pública, inclusive com possibilidade de desabamento de parte da obra e risco à integridade dos pedestres. No regular exercício da fiscalização da ocupação do solo urbano, o poder público municipal, observadas as formalidades legais, valendo-se da prerrogativa de direito público que, calcada na lei, autoriza-o a restringir o uso e o gozo da liberdade e da propriedade privada em favor do interesse da coletividade, determinou que Roberto demolisse a parte irregular da obra. O poder administrativo que fundamentou a determinação do Município é o poder A) de hierarquia, e, pelo seu atributo da coercibilidade, o particular é obrigado a obedecer às ordens emanadas pelos agentes públicos, que estão em nível de superioridade hierárquica e podem usar meios indiretos de coerção para fazer valer a supremacia do interesse público sobre o privado. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização Todos os direitos reservados. 5 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo B) disciplinar, e o particular está sujeito às sanções impostas pela Administração Pública, em razão do atributo da imperatividade, desde que haja a prévia e imprescindível chancela por parte do Poder Judiciário. C) regulamentar, e os agentes públicos estão autorizados a realizar atos concretos para aplicar a lei, ainda que tenham que se valer do atributo da autoexecutoriedade, a fim de concretizar suas determinações, independentemente de prévia ordem judicial. D) de polícia, e a fiscalização apresenta duplo aspecto: um preventivo, por meio do qual os agentes públicos procuram impedir um dano social, e um repressivo, que, face à transgressão da norma de polícia, redunda na aplicação de uma sanção. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra D. Poder hierárquico: consiste no poder de estruturação e coordenação interna das pessoas jurídicas integrantes da AP, Direta e Indireta. Logo, o poder hierárquico é interno, existente dentro de cada entidade que compõe a AP, não se estendendo para fora da AP nem entre uma entidade adm. e outra. Poder disciplinar: trata-se do poder-dever de fiscalizar e aplicar sanções àqueles que, ligados por uma relação especial com o Estado, infrinjam normas adm., estatutárias ou contratuais que regulam esse vínculo próprio, a exemplo do agente público que comete irregularidades no exercício de suas funções, do particular que descumpre os termos de um contrato adm. com o Poder Público e do aluno de uma escola pública que não respeita as regras da instituição. Poder normativo ou regulamentar: cuida-se do poder de editar normas (administrativas) gerais e abstratas complementares à lei, para sua fiel execução, com efeitos erga omnes. Sem destinatários específicos e determinados, os atos normativos incidem sobre todos os fatos e situações previstos abstratamente na norma. Poder de Polícia: art.78, CTN: Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. (Redação dada pelo Ato Complementar nº 31, de 1966) Parágrafoúnico. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se Em sentido amplo, o poder de polícia designa todas as atividades restritivas dos direitos e interesses dos cidadãos realizadas pelo Estado, tanto administrativas quanto legislativas. Em sentido restrito, corresponde apenas à atividade adm. concreta de condicionamento ou restrição dos direitos e interesses dos cidadãos. Trata-se da noção de “Polícia Adm.”. QUESTÃO 07 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXX - Primeira Fase José, servidor público federal ocupante exclusivamente de cargo em comissão, foi exonerado, tendo a autoridade competente motivado o ato em reiterado descumprimento da carga horária de trabalho pelo servidor. José obteve, junto ao departamento de recursos humanos, documento oficial com extrato de seu ponto eletrônico, comprovando o regular cumprimento de sua jornada de trabalho. Assim, o servidor buscou assistência jurídica junto a um advogado, que lhe informou corretamente, à luz do ordenamento jurídico, que Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização Todos os direitos reservados. 6 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo A) não é viável o ajuizamento de ação judicial visando a invalidar o ato de exoneração, eis que o próprio texto constitucional estabelece que cargo em comissão é de livre nomeação e exoneração pela autoridade competente, que não está vinculada ou limitada aos motivos expostos para a prática do ato administrativo. B) não é viável o ajuizamento de ação judicial visando a invalidar o ato de exoneração, eis que tal ato é classificado como vinculado, no que tange à liberdade de ação do administrador público, razão pela qual o Poder Judiciário não pode se imiscuir no controle do mérito administrativo, sob pena de violação à separação dos Poderes. C) é viável o ajuizamento de ação judicial visando a invalidar o ato de exoneração, eis que, apesar de ser dispensável a motivação para o ato administrativo discricionário de exoneração, uma vez expostos os motivos que conduziram à prática do ato, estes passam a vincular a Administração Pública, em razão da teoria dos motivos determinantes. D) é viável o ajuizamento de ação judicial visando a invalidar o ato de exoneração, eis que, por se tratar de um ato administrativo vinculado, pode o Poder Judiciário proceder ao exame do mérito administrativo, a fim de aferir a conveniência e a oportunidade de manutenção do ato, em razão do princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. Alternativa "a": Errada. Mesmo em situações em que a motivação não se faz necessária, como na caso de dispensa de servidor ocupante de cargo em comissão (de livre nomeação e exoneração), se o ato for motivado e o motivo apresentado não for verdadeiro, o ato será inválido. Isto porque o administrador está vinculado aos motivos apresentados como fundamento para a prática do ato. Alternativa "b": Errada. Os cargos em comissão são destinados para a execução de atribuições de direção, chefia ou assessoramento e são de livre nomeação e exoneração pela autoridade competente. Ressalte-se que não há necessidade de qualquer motivação ou garantia de contraditório, caracterizando verdadeiro ato discricionário. Entretanto, caso a autoridade, no ato de exoneração, indique um motivo falso, o ato será passível de anulação. Alternativa "c": Correta. A ADMINISTRAÇÃO, AO JUSTIFICAR A PRÁTICA DO ATO ADMINISTRATIVO, FICA VINCULADA ÀS RAZÕES ALI EXPOSTAS, PARA TODOS OS EFEITOS JURÍDICOS, DE ACORDO COM O PRECEITUADO NA TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES. A motivação é que legitima e confere validade ao ato administrativo discricionário. Enunciadas pelo agente as causas em que se pautou, mesmo que a lei não haja imposto tal dever, o ato só será legítimo se elas realmente tiverem ocorrido (STJ, AgRg no RMS 32437/MG). Alternativa "d": Errada. Conforme mencionado no comentário da alternativa "b", O ATO DE EXONERAÇÃO DE SERVIDOR OCUPANTE DE CARGO EM COMISSÃO É DISCRICIONÁRIO. Todavia, em situações como a retratada no enunciado da questão, é possível a análise pelo Poder Judiciário posto que quando o motivo não corresponde à realidade, o ato possui vício de legalidade. QUESTÃO 08 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXX - Primeira Fase Determinado Estado da Federação passa por grave problema devido à superlotação de sua população carcerária, tendo os órgãos de inteligência estatal verificado a possibilidade de rebelião e fuga dos apenados. Visando ao atendimento do princípio constitucional da dignidade da pessoa humana e tendo em vista a configurada situação de grave e iminente risco à segurança pública, o ente federativo instaurou processo administrativo e, em seguida, procedeu à contratação, mediante inexigibilidade de licitação, de certa sociedade empresária para a execução de obras de ampliação e reforma de seu principal estabelecimento Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização Todos os direitos reservados. 7 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo penal. Diante das disposições da Lei nº 8.666/93, no que tange à obrigatoriedade de licitação, o Estado contratante agiu A) corretamente, diante da impossibilidade fática de licitação decorrente do iminente risco de rebelião e grave perturbação da ordem pública. B) corretamente, haja vista que, apesar de ser possível a licitação, seu demorado trâmite procedimental acarretaria risco à ordem social. C) erradamente, eis que as circunstâncias do caso concreto autorizariam a dispensa de licitação, observados os trâmites legais. D) erradamente, uma vez que a prévia licitação é obrigatória na espécie, diante das circunstâncias do caso concreto. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. Art. 24. É dispensável a licitação: XXXV - para a construção, a ampliação, a reforma e o aprimoramento de estabelecimentos penais, desde que configurada situação de grave e iminente risco à segurança pública. Inexigibilidade: não há possibilidade de competição, logo não tem como ter licitação. Dispensa: há possibilidade de competição, ainda que ocorra na modalidade dispensada. Nesse caso, existe a possibilidade de competição, mas não haverá licitação por haver expressa determinação legal. Lembrando que a dispensa pode ser dispensável (o administrador pode realizar a licitação, há discricionariedade) ou dispensada (o administrador não pode realizar licitação, há vinculação) QUESTÃO 09 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXX - Primeira Fase Determinada empresa pública estadual, com vistas a realizar a aquisição de bens necessários para o adequado funcionamento de seus serviços de informática, divulgou, após a devida fase de preparação, o respectivo instrumento convocatório, no qual indicou certa marca, que é comercializada por diversos fornecedores, por considerá-la a única capaz de atender ao objeto do contrato, e adotou a sequência de fases previstas na lei de regência. No curso da licitação, a proposta apresentada pela sociedade empresária Beta foi considerada a melhor, mas a sociedade empresária Alfa considerou que houve um equívoco no julgamento e apresentou recurso administrativo para impugnar tal fato, antes da habilitação, que não foi aceito. Foi dado prosseguimento ao certame, com a inabilitação da sociedade Beta, de modo que a vencedora foi a sociedade empresária Sigma, consoante resultado homologado. Considerando o regime licitatório aplicável às empresas estatais e as circunstâncias do caso concreto, assinale a afirmativa correta. A) Existe vício insanável no instrumento convocatório, pois é vedada a indicação de marca, mesmo nas circunstâncias apontadas. B) A homologação foiequivocada, na medida em que a empresa pública não observou a sequência das fases previstas em lei ao efetuar o julgamento das propostas antes da habilitação. C) O recurso da sociedade Alfa foi apresentado em momento oportuno e a ele deveria ter sido conferido efeito suspensivo com a postergação da fase da habilitação. D) A homologação do resultado implica a constituição de direito relativo à celebração do contrato em favor da sociedade empresária Sigma. COMENTÁRIOS: Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização Todos os direitos reservados. 8 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo Alternativa correta letra D. No caso apresentado pela questão foi dito que houve menção da marca por ser ela a "única capaz de atender ao objeto do contrato", assim percebe-se que se trata justamente da exceção prevista no art. 7º §5º. O recurso terá efeito suspensivo (art. 109, §2º) A homologação vincula tanto a Administração como o licitante, com vistas ao aperfeiçoamento do contrato. QUESTÃO 10 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXX - Primeira Fase A sociedade empresária Feliz S/A, após apresentar a melhor proposta em licitação para a contratação de obra de grande vulto, promovida por certa empresa pública federal, apresentou os documentos exigidos no edital e foi habilitada. Este último ato foi objeto de recurso administrativo, no qual restou provado que a mencionada licitante foi constituída para burlar a sanção que lhe fora aplicada, já que se constituíra por transformação da sociedade empresária Alegre S/A, com os mesmos sócios e dirigentes, mesmo patrimônio, igual endereço e idêntico objeto social. A sociedade empresária Alegre S/A, em decorrência de escândalo que envolvia pagamento de propina e fraudes em licitações, foi penalizada em diversos processos administrativos. Após os trâmites previstos na Lei nº 12.846/13 (Lei Anticorrupção Empresarial), diante do reconhecimento de haver praticado atos lesivos à Administração Pública, ela foi penalizada com a aplicação de multa e a declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública, pelo prazo de quatro anos. Diante dessa situação hipotética, assinale a afirmativa correta. A) A exclusão da sociedade empresária Feliz S/A da licitação em curso é legítima, pois, diante da transformação, subsiste a responsabilidade da sociedade Alegre S/A. B) O reconhecimento da responsabilização administrativa da sociedade empresária Alegre S/A, por ato lesivo contra a Administração Pública, dependia da comprovação do elemento subjetivo culpa. C) A penalização da sociedade empresária Alegre S/A impede a responsabilização individual de seus dirigentes; por isso, não pode ser estendida à sociedade Feliz S/A. D) A imposição da sanção de declaração de inidoneidade à sociedade empresária Alegre S/A deveria impedir a aplicação de multa por ato lesivo à Administração Pública pelos mesmos fatos, sob pena de bis in idem. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra A. Art. 4º, lei 12.846, vejamos: Dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira, e dá outras providências. Art. 4º - Subsiste a responsabilidade da pessoa jurídica na hipótese de alteração contratual, transformação, incorporação, fusão ou cisão societária. QUESTÃO 11 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXIX - Primeira Fase Virgílio é proprietário de um imóvel cuja fachada foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, autarquia federal, após o devido processo administrativo, diante de seu relevante valor histórico e cultural. O logradouro em que o imóvel está localizado foi assolado por fortes chuvas, que comprometeram a estrutura da edificação, a qual passou a apresentar riscos de desabamento. Em razão disso, Virgílio Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização Todos os direitos reservados. 9 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo notificou o Poder Público e comprovou não ter condições financeiras para arcar com os custos da respectiva obra de recuperação. Certo de que a comunicação foi recebida pela autoridade competente, que atestou a efetiva necessidade da realização de obras emergenciais, Virgílio procurou você, como advogado (a), para, mediante orientação jurídica adequada, evitar a imposição de sanção pelo Poder Público. Sobre a hipótese apresentada, assinale a opção que apresenta a orientação correta. A) Virgílio poderá demolir o imóvel. B) A autoridade competente deve mandar executar a recuperação da fachada tombada, às expensas da União. C) Somente Virgílio é obrigado a arcar com os custos de recuperação do imóvel. D) As obras necessárias deverão ser realizadas por Virgílio, independentemente de autorização especial da autoridade competente. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra B. Decreto-lei nº 25/37, vejamos: Art. 19. O proprietário de coisa tombada, que não dispuser de recursos para proceder às obras de conservação e reparação que a mesma requerer, levará ao conhecimento do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional a necessidade das mencionadas obras, sob pena de multa correspondente ao dobro da importância em que for avaliado o dano sofrido pela mesma coisa. § 1º Recebida a comunicação, e consideradas necessárias as obras, o diretor do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional mandará executá-las, a expensas da União, devendo as mesmas ser iniciadas dentro do prazo de 6 meses, ou providenciará para que seja feita a desapropriação da coisa. QUESTÃO 12 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXIX - Primeira Fase O Município Alfa planeja estabelecer uma parceria público-privada para a construção e operação do metrô, cujo contrato terá vigência de trinta e cinco anos. Como a receita com a venda das passagens é inferior ao custo de implantação/operação do serviço, o ente local aportará recursos como complementação da remuneração do parceiro privado. Sobre a questão, assinale a afirmativa correta. A) Como o parceiro privado será remunerado pela tarifa do serviço de transporte e por uma contrapartida do poder público, a concessão será celebrada na modalidade administrativa. B) A contrapartida do parceiro público somente pode se dar em dinheiro, não sendo permitido qualquer outro mecanismo, a exemplo da outorga de direitos em face da Administração Pública. C) A vigência do futuro contrato é adequada, mas, por se tratar de negócio com duração de trinta e cinco anos, não poderá haver prorrogação contratual. D) Independentemente da proporção da contrapartida do parceiro público frente ao total da receita auferida pelo parceiro privado, não haverá necessidade de autorização legislativa específica. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. Letra A – ERRADA: No caso em questão a modalidade é a Concessão Patrocinada (onde o poder público e o usuário vão arcar juntos); Letra B – ERRADA: Não é só em dinheiro Letra C - CORRETA Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização Todos os direitos reservados. 10 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo Mínimo 5 e Máximo 35 anos Letra D – ERRADA: A Concessão é feita mediante licitação na modalidade concorrência, precisa de autorização legislativa. QUESTÃO 13 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXIX - Primeira Fase O poder público, com fundamento na Lei nº 8.987/1995, pretende conceder à iniciativa privada uma rodovia que liga dois grandes centros urbanos. O edital, publicado em maio de 2018, previu a duplicação das pistas e a obrigação de o futuro concessionário desapropriar os terrenos necessários à ampliação. Por se tratar de projeto antigo, o poder concedente já havia declarado, em janeiro de 2011, autilidade pública das áreas a serem desapropriadas no âmbito do futuro contrato de concessão. Com base na hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta. A) O ônus das desapropriações necessárias à duplicação da rodovia não pode ser do futuro concessionário, mas sim do poder concedente. B) O poder concedente e o concessionário só poderão adentrar os terrenos necessários à ampliação da rodovia após a conclusão do processo de desapropriação. C) O decreto que reconheceu a utilidade pública dos terrenos caducou, sendo necessária a expedição de nova declaração. D) A declaração de utilidade pública pode ser emitida tanto pelo poder concedente quanto pelo concessionário. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. Decreto-lei nº 3.365/41, art. 10. A desapropriação deverá efetivar-se mediante acordo ou intentar-se judicialmente, dentro de 5 anos, contados da data da expedição do respectivo decreto e findos os quais este caducará. (Vide Decreto-lei nº 9.282/46). Neste caso, somente decorrido 1 ano, poderá ser o mesmo bem objeto de nova declaração. § único. Extingue-se em 5 anos o direito de propor ação que vise a indenização por restrições decorrentes de atos do Poder Público. Complementando: Lei nº 8.987/95, art. 18. O edital de licitação será elaborado pelo poder concedente, observados, no que couber, os critérios e as normas gerais da legislação própria sobre licitações e contratos e conterá, especialmente: XII - a expressa indicação do responsável pelo ônus das desapropriações necessárias à execução do serviço ou da obra pública, ou para a instituição de servidão adm. Decreto-lei nº 3.365/41, art. 15. Se o expropriante alegar urgência e depositar quantia arbitrada de conformidade com o art. 685 do CPC, o juiz mandará imiti-lo provisoriamente na posse dos bens; Decreto-lei nº 3.365/41, art. 6º A declaração de utilidade pública far-se-á por decreto do PR, Governador, Interventor ou Prefeito. Lei nº 8.987/95, art. 29. Incumbe ao poder concedente: VIII - declarar de utilidade pública os bens necessários à execução do serviço ou obra pública, promovendo as desapropriações, diretamente ou mediante outorga de poderes à concessionária, caso em que será desta a responsabilidade pelas indenizações cabíveis; QUESTÃO 14 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXIX - Primeira Fase O Ministério Público ajuizou ação civil pública por improbidade em desfavor de Felipe dos Santos, servidor público federal estável, com fulcro no Art. 10, inciso IV, da Lei nº 8429/92. O servidor teria facilitado a alienação de bens públicos a certa sociedade empresária, alienação essa que, efetivamente, causou lesão ao erário, sendo certo que, nos autos do processo, restou demonstrado que o agente público não agiu com dolo, mas com culpa. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização Todos os direitos reservados. 11 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo Com base na hipótese apresentada, assinale a opção que está em consonância com a legislação de regência. A) Felipe não pode sofrer as sanções da lei de improbidade, pois todas as hipóteses capituladas na lei exigem o dolo específico para a sua caracterização. B) É passível a caracterização da prática de ato de improbidade administrativa por Felipe, pois a modalidade culposa é admitida para a conduta a ele imputada. C) Não é cabível a caracterização de ato de improbidade por Felipe, na medida em que apenas os atos que atentam contra os princípios da Administração Pública admitem a modalidade culposa. D) Felipe não praticou ato de improbidade, pois apenas os atos que importam em enriquecimento ilícito admitem a modalidade culposa. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra B. Lei nº 8.429/92, art. 10: Constitui ato de improbidade adm. que causa lesão [dano] ao erário qualquer (1) ação ou (2) omissão, (a) dolosa ou (b) culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente: IV - Permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de mercado; DICA: Art. 9º ⇒ enriquecimento ilícito ⇒ dolo; Art. 10 ⇒ lesão ao erário ⇒ dolo ou culpa; Art. 11 ⇒ contra os princípios da AP ⇒ dolo. Benefício para mim ⇒ enriquecimento ilícito; Benefício para 3º ⇒ lesão ao erário; Benefício nem para mim, nem para 3º ⇒ contra os princípios da AP. QUESTÃO 15 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXIX - Primeira Fase Luciana, imbuída de má-fé, falsificou documentos com a finalidade de se passar por filha de Astolfo (recentemente falecido, com quem ela não tinha qualquer parentesco), movida pela intenção de obter pensão por morte do pretenso pai, que era servidor público federal. Para tanto, apresentou os aludidos documentos forjados e logrou a concessão do benefício junto ao órgão de origem, em março de 2011, com registro no Tribunal de Contas da União, em julho de 2014. Contudo, em setembro de 2018, a administração verificou a fraude, por meio de processo administrativo em que ficou comprovada a má-fé de Luciana, após o devido processo legal. Sobre essa situação hipotética, no que concerne ao exercício da autotutela, assinale a afirmativa correta. A) A administração tem o poder-dever de anular a concessão do benefício diante da má-fé de Luciana, pois não ocorreu a decadência. B) O transcurso do prazo de mais de cinco anos da concessão da pensão junto ao órgão de origem importa na decadência do poder-dever da administração de anular a concessão do benefício. C) O controle realizado pelo Tribunal de Contas por meio do registro sana o vício do ato administrativo, de modo que a administração não mais pode exercer a autotutela. D) Ocorreu a prescrição do poder-dever da administração de anular a concessão do benefício, na medida em que transcorrido o prazo de três anos do registro perante o Tribunal de Contas. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra A. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização Todos os direitos reservados. 12 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo Essa é mais uma daquelas questões onde aparecem o que eu chamo de "gatilhos" de indução ao erro. Identificando-o, bastaria o candidato pensar de forma contrária e o referido pensamento se coadunaria com o gabarito da questão. O gatilho de indução ao erro está no trecho no qual Luciana apresentou o registro “em setembro de 2011”. Com isso, o candidato ao ler as alternativas irá logo fazer a contagem dos 5 anos de praxe para ocorrer a decadência ou prescrição. Agora pensem um pouco, uma coisa que a Administração – Estado não gosta é de perder dinheiro. Com isso, na legislação brasileira, há diversos dispositivos que protegem o Estado de sofrer lesões nos seus cofres. A base da resposta está na própria lei. Vejamos: Lei nº 9.784/99. Art. 54. O direito da Administração Pública de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em 5 anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. Vejam o final: “SALVO COMPROVADA MÁ-FÉ”, ou seja, se ficar comprovada a MÁ-FÉ, a Administração Pública poderá anular atos administrativos a qualquer tempo, não sendo alcançada pelo fenômeno da decadência ou prescrição. QUESTÃO 16 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVIII - Primeira Fase Determinado Município fez publicar decreto de desapropriação por utilidade pública de determinada área, com o objetivo de construir um hospital, o que incluiu o imóvel de Ana. A proprietária aceitou o valor oferecido pelo ente federativo, de modo que a desapropriação se consumou na via administrativa. Após o início das obras, foi constatadaa necessidade, de maior urgência, da instalação de uma creche na mesma localidade, de modo que o Município alterou a destinação a ser conferida à edificação que estava sendo erigida. Ana se arrependeu do acordo firmado com o poder público. Diante dessa situação hipotética, na qualidade de advogado (a) de Ana, assinale a afirmativa correta. A) Ana deverá ajuizar ação de retrocessão do imóvel, considerando que o Município não possui competência para atuar na educação infantil, de modo que não poderia alterar a destinação do bem expropriado para esta finalidade. B) Cabe a Ana buscar a anulação do acordo firmado com o Município, que deveria ter ajuizado a indispensável ação de desapropriação para consumar tal modalidade de intervenção do estado na propriedade. C) O ordenamento jurídico não autoriza que Ana impugne a desapropriação amigável acordada com o Município, porque a nova destinação conferida ao imóvel atende ao interesse público, a caracterizar a chamada tredestinação lícita. D) Ana deverá ajuizar ação indenizatória em face do ente federativo, com base na desapropriação indireta, considerando que o Município não pode conferir finalidade diversa da constante no decreto expropriatório. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. Tredestinação: É quando a destinação final de um bem expropriado divergiu ou alterou-se da finalidade da qual se planejou inicialmente. Classificação: Licita / Ilícita Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização Todos os direitos reservados. 13 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo Licita: Por exemplo, desapropriou-se um bem para fazer uma escola, mas foi feito um hospital. Pode! Porque mesmo havendo alteração de finalidade do bem, existe ainda a busca pelo interesse público em atender a coletividade. Ilícita: Por exemplo, ia fazer uma escola, mas deu o terreno para fazer uma indústria de calçados. Não pode! Dica: Quando ocorrer a Tredestinação Ilícita, surge ai o direito a RETROCESSÃO pelo particular em pedir o bem de volta, em razão do desvio de finalidade pelo poder público. Diante da questão, não seria possível Ana Impugnar pois a Tredestinação é licita. QUESTÃO 17 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVIII - Primeira Fase Os analistas de infraestrutura de determinado Ministério, ocupantes de cargo efetivo, pleiteiam há algum tempo uma completa reestruturação da carreira, com o aumento de cargos e de remunerações. Recentemente, a negociação com o Governo Federal esfriou dado o cenário de crise fiscal severa. Para forçar a retomada das negociações, a categoria profissional decidiu entrar em greve, mantendo em funcionamento apenas os serviços essenciais. Com base na hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta. A) Compete à Justiça Federal – e não à Justiça do Trabalho – julgar a abusividade do direito de greve dos analistas de infraestrutura. B) A Administração Pública não poderá, em nenhuma hipótese, fazer o desconto dos dias não trabalhados em decorrência do exercício do direito de greve pelos servidores públicos civis. C) O direito de greve dos servidores públicos civis não está regulamentado em lei, o que impede o exercício de tal direito. D) O direito de greve é constitucionalmente assegurado a todas as categorias profissionais, incluindo os militares das Forças Armadas, os policiais militares e os bombeiros militares. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra A. CF, art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. [Art. 37, VII] [...] § 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei. O STF firmou o entendimento de que compete à Justiça Comum apreciar a abusividade de greve instaurada por agente público da APD, autárquica ou fundacional, ainda que se trate de empregado público (celetista). Assim sendo, no que diz respeito à greve de agente da APD [Administração Pública direta], autárquica ou fundacional, a competência sempre será da Justiça Comum, seja em relação a servidor público estatutário seja quanto a empregado público (celetista). Somente se o empregado público for de EP [Empresa Pública] ou de SEM [Sociedade de Economia Mista] é que a competência será da JT. [RE 846.854/SP, julgado em 01/08/2017 (repercussão geral) (Info 871). QUESTÃO 18 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVIII - Primeira Fase A União celebrou convênio com o Município Alfa para a implantação de um sistema de esgotamento sanitário. O Governo Federal repassou recursos ao ente local, ficando o município encarregado da licitação e da contratação da sociedade empresária responsável pelas obras. Após um certame conturbado, cercado de denúncias de favorecimento e conduzido sob a estreita supervisão do prefeito, sagrou-se vencedora a Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização Todos os direitos reservados. 14 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo sociedade empresária Vale Tudo Ltda. Em escutas telefônicas, devidamente autorizadas pelo Poder Judiciário, comprovou-se o direcionamento da licitação para favorecer a sociedade empresária Vale Tudo Ltda., que tem, como sócios, os filhos do prefeito do Município Alfa. Tendo sido feita perícia no orçamento, identificou-se superfaturamento no preço contratado. Com base na situação narrada, assinale a afirmativa correta. A) Não compete ao Tribunal de Contas da União fiscalizar o emprego dos recursos em questão, pois, a partir do momento em que ocorre a transferência de titularidade dos valores, encerra-se a jurisdição da Corte de Contas Federal. B) O direcionamento da licitação constitui hipótese de frustração da licitude do certame, configurando ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da Administração Pública e, por isso, sujeita os agentes públicos somente à perda da função pública e ao pagamento de multa civil. C) Apenas os agentes públicos estão sujeitos às ações de improbidade, de forma que terceiros, como é o caso da sociedade empresária Vale Tudo Ltda., não podem ser réus da ação judicial e, por consequência, imunes à eventual condenação ao ressarcimento do erário causado pelo superfaturamento. D) Por se tratar de ato de improbidade administrativa que causou prejuízo ao erário, os agentes públicos envolvidos e a sociedade empresária Vale Tudo Ltda. estão sujeitos ao integral ressarcimento do dano, sem prejuízo de outras medidas, como a proibição de contratar com o Poder Público ou receber incentivos fiscais por um prazo determinado. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra D. A questão buscou do candidato conhecimentos acerca da CF, art.37, §4° com a lei de Improbidade Administrativa (lei 8.429/92), art.10, VIII, que diz "Frustra a licitude de processo licitatório...”. Caracteriza ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário. A pena para essa modalidade de improbidade segundo a legislação supracitado, é a suspensão dos direitos políticos de 5 a 8 anos, multa civil em até 2 vezes o valor do dano, e proibição de contratar com o poder público ou receber incentivos fiscais por 5 anos. QUESTÃO 19 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVIII - Primeira Fase O Governo do Estado Alfa, para impulsionar o potencial turístico de uma região cercada de belíssimas cachoeiras, pretende asfaltar uma pequena estrada que liga a cidade mais próxima ao local turístico. Com vistas à melhoria do serviço público e sem dinheiro em caixa para arcar com as despesas, o Estado decide publicar edital para a concessão da estrada, com fundamento na Lei nº 8.987/95, cabendo ao futuro concessionário a execução das obras. Com base na hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta. A) O edital poderá prever, em favor da concessionária, outras fontes de receita além daquela oriundado pedágio; a renda adicional deve favorecer a modicidade tarifária, reduzindo a tarifa paga pelos usuários. B) Um grande investidor (pessoa física) pode ser contratado pelo poder concedente, caso demonstre capacidade de realização das obras. C) A concessão pode ser feita mediante licitação na modalidade tomada de preços, caso as obras necessárias estejam orçadas em até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais). D) O poder concedente não poderá exigir no edital garantias do concessionário de que realizará as obras a contento, dado que a essência do contrato de concessão é a delegação de serviço público. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra A. Lei nº 8.987/95: Art. 23. São cláusulas essenciais do contrato de concessão as relativas: Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização Todos os direitos reservados. 15 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo [...] V - Aos direitos, garantias e obrigações do poder concedente e da concessionária, inclusive os relacionados às previsíveis necessidades de futura alteração e expansão do serviço e consequente modernização, aperfeiçoamento e ampliação dos equipamentos e das instalações; § único. Os contratos relativos à concessão de serviço público precedido da execução de obra pública deverão, adicionalmente: [...] II - Exigir garantia do fiel cumprimento, pela concessionária, das obrigações relativas às obras vinculadas à concessão. QUESTÃO 20 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVIII - Primeira Fase Sávio, servidor público federal, frustrado com a ineficiência da repartição em que trabalha, passou a faltar ao serviço. A Administração Pública, após constatar que Sávio acumulou sessenta dias de ausência nos últimos doze meses, instaurou processo administrativo disciplinar para apurar a conduta do referido servidor. Tendo como premissa esse caso concreto, assinale a afirmativa correta. A) O processo administrativo disciplinar será submetido a um procedimento sumário, mais simples e célere, composto pelas fases da instauração, da instrução sumária - que compreende a indiciação, a defesa e o relatório - e do julgamento. B) A inassiduidade habitual configura hipótese de demissão do serviço público, ficando Sávio impedido de nova investidura em cargo público federal pelo prazo de cinco anos, a contar do julgamento. C) Na hipótese de ser imputada a pena de demissão a Sávio, é lícito à Administração Pública exigir depósito de dinheiro como requisito de admissibilidade do recurso administrativo, até mesmo como forma de ressarcir os custos adicionais que o poder público terá com o processamento do apelo. D) A falta de advogado constituído por Sávio no processo administrativo é causa de nulidade, tendo em vista que a ausência de defesa técnica prejudica o exercício da ampla defesa por parte do servidor arrolado. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra A. Trata-se de questão abordando o PAD sumário previsto no artigo 133 da Lei 8.112/90. O PAD sumário é aplicável na apuração de somente 3 (três) situações: I - Acumulação ilegal de cargos; II - Abandono de cargo, e III - inassiduidade habitual. Nos termos do parágrafo 7º do artigo 133 da Lei 8.112/90, o prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar submetido ao rito sumário não excederá 30 (trinta) dias, contados da data de publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por até 15 (quinze) dias, quando as circunstâncias o exigirem. QUESTÃO 21 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVIII - Primeira Fase O Município Sigma pretende realizar obras de restauração em uma praça e instalar brinquedos fixos de madeira para o lazer das crianças. A obra foi orçada em R$ 100.000,00 (cem mil reais), razão pela qual o ente federativo optou pela modalidade convite, remetendo o respectivo instrumento convocatório para três sociedades cadastradas junto ao registro pertinente e, para uma quarta, não cadastrada. Além disso, a carta-convite foi afixada em local apropriado para o conhecimento dos demais interessados. Na sessão de julgamento, compareceram apenas duas convidadas, certo que a sociedade Alfa apresentou a melhor proposta e preencheu os requisitos para a habilitação. Diante dessa situação hipotética, assinale a afirmativa correta. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização Todos os direitos reservados. 16 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo A) O Município Sigma não poderia ter se utilizado da modalidade convite para a situação descrita. B) A licitação é inválida, pois o resumo do instrumento convocatório deveria ser publicado em jornal de circulação no Município Sigma. C) Se o Município Sigma não justificar a presença de apenas duas licitantes, diante da existência de limitações de mercado ou pelo desinteresse dos convidados, deverá repetir o convite. D) Não é cabível realizar o convite de sociedades que não estejam cadastradas no registro pertinente. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. (A) O Município Sigma não poderia ter se utilizado da modalidade convite para a situação descrita. ERRADA. Lei nº 8.666/93: art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do artigo anterior serão determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratação: I - Para obras e serviços de engenharia: (Vide Decreto nº 9.412, de 2018) a) convite - até R$ 150.000,00; (Vide Decreto nº 9.412, de 2018) Decreto (federal) nº 9.412/18: art. 1º Os valores estabelecidos nos incisos I e II do caput do art. 23 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, ficam atualizados nos seguintes termos: I - para obras e serviços de engenharia: a) na modalidade convite - até R$ 330.000,00; (B) A licitação é inválida, pois o resumo do instrumento convocatório deveria ser publicado em jornal de circulação no Município Sigma. ERRADA. Lei nº 8.666/93: art. 22, § 3º Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 pela unidade adm., a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 horas da apresentação das propostas. (C) Se o Município Sigma não justificar a presença de apenas duas licitantes, diante da existência de limitações de mercado ou pelo desinteresse dos convidados, deverá repetir o convite. CORRETA. Lei nº 8.666/93: art. 22, § 7º Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos convidados, for impossível a obtenção do número mínimo de licitantes exigidos no § 3º deste artigo, essas circunstâncias deverão ser devidamente justificadas no processo, sob pena de repetição do convite. (D) Não é cabível realizar o convite de sociedades que não estejam cadastradas no registro pertinente. ERRADA. Lei nº 8.666/93: art. 22, § 3º Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 pela unidade adm., a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 horas da apresentação das propostas. QUESTÃO 22 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVII - Primeira Fase Após a contratação, sob o regime de empreitada por preço unitário, da sociedade empresária Faz de Tudo Ltda. para a construção do novo edifício-sede de uma agência reguladora, a Administração verifica que os quantitativos constantes da planilha orçamentária da licitação – e replicados pela contratada – são insuficientes para executar o empreendimento tal como projetado. Por isso, será necessárioaumentar as quantidades de alguns serviços. Em termos financeiros, o acréscimo será de 20% – que corresponde a R$ 2.000.000,00 – em relação ao valor inicial atualizado do contrato. Com base na situação narrada, assinale a afirmativa correta. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização Todos os direitos reservados. 17 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo A) O acréscimo de serviços poderá ser combinado apenas verbalmente, não sendo necessária sua redução a termo. B) Por se tratar de cláusula exorbitante, mesmo que a sociedade empresária Faz de Tudo Ltda. não concorde com o acréscimo, a alteração poderá ser determinada unilateralmente pela Administração. C) O contratado só está obrigado a aceitar os acréscimos de até 15% (quinze por cento) em relação ao valor inicial atualizado do contrato; superado esse limite, a alteração só pode ocorrer com o consentimento da sociedade empresária Faz de Tudo Ltda. D) Diante da deficiência do projeto básico, a Administração deve obrigatoriamente anular o contrato após serem oportunizados o contraditório e a ampla defesa à sociedade empresária Faz de Tudo Ltda. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra B. Prerrogativa de Direito Público (Cláusulas Exorbitantes) O Poder de alterar unilateralmente o contrato tem por escopo a melhor adequação as finalidades do interesse público. O art.65, I especifica os casos em que é cabível a alteração unilateral do contrato pela Administração. a) Quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos. (Alteração qualitativa) b) Quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos pela lei. (Alteração quantitativa) Os Limites para acréscimos ou supressão de obras, serviços ou compras: 25% do valor atualizado do contrato (Regra) art. 65, §1° lei 8.666/93. QUESTÃO 23 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVII - Primeira Fase No ano corrente, a União decidiu criar uma nova empresa pública, para a realização de atividades de relevante interesse econômico. Para tanto, fez editar a respectiva lei autorizativa e promoveu a inscrição dos respectivos atos constitutivos no registro competente. Após a devida estruturação, tal entidade administrativa está em vias de iniciar suas atividades. Acerca dessa situação hipotética, na qualidade de advogado (a), assinale a afirmativa correta. A) A participação de outras pessoas de direito público interno, na constituição do capital social da entidade administrativa, é permitida, desde que a maioria do capital votante permaneça em propriedade da União. B) A União não poderia ter promovido a inscrição dos atos constitutivos no registro competente, na medida em que a criação de tal entidade administrativa decorre diretamente da lei. C) A entidade administrativa em análise constitui uma pessoa jurídica de direito público, que não poderá contar com privilégios fiscais e trabalhistas. D) Os contratos com terceiros destinados à prestação de serviços para a entidade administrativa, em regra, não precisam ser precedidos de licitação. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra A. Questão sobre Empresa Pública e o art. 37, XIX da CF. O conceito de Empresa Pública aparece no art.3° da Lei 13.303/2016 que é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização Todos os direitos reservados. 18 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo Parágrafo único. Desde que a maioria do capital votante permaneça em propriedade da União, do Estado, do Distrito Federal ou do Município, será admitida, no capital da empresa pública, a participação de outras pessoas jurídicas de direito público interno, bem como de entidades da administração indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Vejamos os comentários por alternativa: A está certa porque há dois tipos de empresas públicas as de capital integral da União e as de capital majoritário da União e minoritários de Estados, Municípios e etc. B está errada pois como a EP realiza atividade de cunho econômico ela deve ser registrada em órgão competente mesmo tendo sido criada por lei. C está errada pois a administração direta e indireta possuí privilégios como a impenhorabilidade de bens, presunção de verdade e etc., na questão trabalhista a incidência do estatuto e não CLT (presumo que essa é a vantagem que a questão presume) D está errada porque via de regra é necessária licitação de acordo com a lei 8666. A confusão surge porque o TCU entendeu que não era necessário em casos em que se tratava da atividade fim. QUESTÃO 24 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVII - Primeira Fase Com a finalidade de contratar obras públicas relacionadas à melhoria da mobilidade urbana, o Estado X optou pela adoção do Regime Diferenciado de Contratação. Após a abertura das propostas, constatou-se que houve empate entre as sociedades Ômega S/A e Gama S/A, duas grandes empresas que atuam no setor de referência, sendo, a primeira, empresa brasileira e, a segunda, sociedade estrangeira com sede no Brasil. Considerando a ordem de critérios de desempate estabelecida na legislação específica, assinale a afirmativa correta. A) O Estado X deverá, de plano, proceder a sorteio para promover o desempate. B) A preferência por serviços realizados por empresa brasileira, em nenhum momento poderá ser utilizada como critério de desempate. C) As sociedades deverão ser consideradas vencedoras e ratear, igualmente, o objeto do contrato, mediante a constituição de consórcio. D) Os licitantes empatados poderão apresentar nova proposta fechada, em ato contínuo à classificação. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra D. Em virtude da lei de Regime Diferenciado de Contratação. Com fundamentação no art. 25 da Lei 12.462/2011. Art. 25. Em caso de empate entre 2 (duas) ou mais propostas, serão utilizados os seguintes critérios de desempate, nesta ordem: I - Disputa final, em que os licitantes empatados poderão apresentar nova proposta fechada em ato contínuo à classificação; QUESTÃO 25 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVII - Primeira Fase A sociedade empresária Beta assinou, na década de 1990, contrato de concessão de serviço de transporte público. Desde então, vem utilizando os mesmos ônibus no transporte de passageiros, não se preocupando com a renovação da frota, tampouco com o conforto dos usuários ou com o nível de emissão de poluentes. Em paralelo, com a natural evolução tecnológica, sabe-se que os veículos atualmente estão mais bem equipados, são mais seguros e, naturalmente, emitem menos poluentes. Com base no caso narrado, assinale a afirmativa correta. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização Todos os direitos reservados. 19 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo A) A renovação da frota visa a atender ao princípio da atualidade, que exige das concessionárias o emprego de equipamentos modernos. B) Constitui interesse público a utilização de ônibus novos, mais econômicos, eficientes e confortáveis; por isso, independentemente de lei autorizativa, pode o poder concedente encampar o contrato de concessão, retomando o serviço público. C) Se a concessionária desrespeitar os parâmetros de qualidade do serviço estabelecidos no contrato, a concessão poderá ser extinta unilateralmente pelo poder concedente, aplicando-se o instituto da rescisão. D) Ao fim da concessão, os veículos utilizados retornam ao poder concedente, independentemente de expressaprevisão no edital e no contrato. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra A. Princípio da atualidade: está expresso na Lei 8987, compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das instalações, bom como melhoramento e expansão do serviço público. Intervenção: Poder concedente poderá assumir temporariamente a execução de serviço, com a finalidade de assegurar sua adequada prestação e a fiel execução das normas, será feita por decreto. Encampação: retomada do serviço pelo Poder concedente durante o prazo de concessão, por motivo de interesse público, mediante lei autorizativa específica e após prévio pagamento da indenização. Caducidade: extinção do contrato por inexecução, total ou parcial. Rescisão: é de iniciativa do particular, somente por ação judicial, em razão de inadimplência da ADM. Reversão: transferência, em razão de extinção contratual, dos bens do concessionário para a concedente, conforme edital e contrato. QUESTÃO 26 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVI - Primeira Fase Maria foi aprovada em concurso para o cargo de analista judiciário do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, mas, após ter adquirido a estabilidade, foi demitida sem a observância das normas relativas ao processo administrativo disciplinar. Em razão disso, Maria ajuizou ação anulatória do ato demissional, na qual obteve êxito por meio de decisão jurisdicional transitada em julgado. Nesse interregno, contudo, Alfredo, também regularmente aprovado em concurso e estável, foi promovido e passou a ocupar o cargo que era de Maria. Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta. A) A invalidação do ato demissional de Maria não poderá importar na sua reintegração ao cargo anterior, considerando que está ocupado por Alfredo. B) Maria, em razão de ter adquirido a estabilidade, independentemente da existência e necessidade do cargo que ocupava, deverá ser posta em disponibilidade. C) Maria deverá ser readaptada em cargo superior ao que ocupava anteriormente, diante da ilicitude de seu ato demissional. D) Em decorrência da invalidade do ato demissional, Maria deve ser reintegrada ao cargo que ocupava e Alfredo deverá ser reconduzido para o cargo de origem. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra D. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização Todos os direitos reservados. 20 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo A reintegração é o retorno do servidor público estável, ao cargo que ocupava anteriormente, em virtude da anulação do ato de demissão. Invalidade da demissão do servidor estável por decisão judicial ou administrativa. O reintegrado será indenizado por tudo que deixou de ganhar. Basta que este agente seja detentor de cargo público efetivo. Vejamos o artigo 28 da lei Lei 8112/90: Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens. QUESTÃO 27 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVI - Primeira Fase Maria solicitou ao Município Alfa licença de localização e funcionamento para exercer determinada atividade empresarial, apresentando todos os documentos necessários para tanto. Contudo, transcorrido mais de ano do mencionado pedido, não houve qualquer manifestação por parte da autoridade competente para sua apreciação. Diante dessa situação, na qualidade de advogado, assinale a afirmativa que indica o procedimento correto. A) Não se pode adotar qualquer medida contra a inércia da autoridade competente, considerando que o princípio da razoável duração do processo não se aplica à via administrativa. B) Deve-se ajuizar uma ação popular contra a omissão da autoridade competente, diante do preenchimento dos respectivos requisitos e da violação ao princípio da impessoalidade. C) Deve-se impetrar mandado de segurança, uma vez que a omissão da autoridade competente para a expedição do ato de licença constitui abuso de poder. D) Deve-se impetrar habeas data diante da inércia administrativa, considerando que a omissão da autoridade competente viola o direito à informação. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. Vejamos o art. 5º da CF: Art. 5 XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; Art. 5 CF LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for AUTORIDADE PÚBLICA ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; Como se vê o mandado de segurança é cabível contra o chamado ato de autoridade, entendido como qualquer manifestação ou OMISSÃO do Poder Público, no desempenho de suas atribuições. Ressalta-se que não só as manifestações positivas, comissivas, são consideradas atos de autoridade, pois as omissões das autoridades também podem violar direito líquido e certo do indivíduo, legitimando a impetração do mandado de segurança. QUESTÃO 28 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVI - Primeira Fase Uma sociedade empresária, contratada pelo Estado para a construção de um prédio público, atrasa a entrega de uma fase do projeto prevista no edital de licitação e no contrato. Apesar disso, tendo em vista a situação financeira precária da sociedade empresária, causada pelo aumento dos custos dos insumos da construção, consoante peticionado por ela à Administração, o gestor público competente promove o pagamento integral da parcela não adimplida à sociedade empresária. Tendo em vista a situação acima, assinale a afirmativa correta. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização Todos os direitos reservados. 21 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo A) O pagamento feito pelo gestor é plenamente justificável em face da incidência na hipótese da teoria da imprevisão, que impõe ao Estado o ônus de recompor o equilíbrio econômico financeiro do contrato diante de fatos imprevisíveis. B) O gestor deveria ter instaurado processo administrativo para analisar a possibilidade de aplicação de sanção por inadimplemento e também a alegação da sociedade empresária de rompimento do equilíbrio econômico-financeiro do contrato, sendo vedado a ele determinar o pagamento da despesa sem a devida liquidação. C) O pagamento da parcela inadimplida seria justificável ainda que a sociedade empresária não comprovasse a imprevisibilidade do aumento de custos alegado, uma vez que o Estado assume o chamado risco ordinário derivado do aumento do custo dos insumos em decorrência das oscilações naturais do mercado. D) O pagamento incontinente da parcela inadimplida, tal como realizado pelo gestor, necessitaria ter sido feito com o abatimento da multa que deveria ter sido aplicada à sociedade empresária em razão do descumprimento contratual. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra B. O pagamento de despesa sem prévio empenho caracteriza ato de improbidade, da mesma forma que o pagamento de despesa antes de sua liquidação. A execução da despesa pública segue esta ordem: empenho, liquidação e pagamento. QUESTÃO 29 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVI - Primeira Fase Marcos, servidor do Poder Executivo federal, entende que completou os requisitos para a aposentadoria voluntária, razão pela qual requereu, administrativamente, a concessão do benefício ao órgão competente. O pedido foi negado pela Administração. Não satisfeito com a decisão, Marcos interpôs recurso administrativo. Tendo o enunciado como parâmetro e considerando o disposto na Lei nº 9.784/99, assinale a afirmativa correta. A) O recurso, salvo disposição legal diversa, tramitará por, no mínimo,três instâncias administrativas. B) O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, que, se não a reconsiderar, encaminhará o apelo à autoridade superior. C) O recurso e todos os atos subsequentes praticados pela Administração no âmbito do processo administrativo, em regra, devem apresentar forma determinada. D) Marcos somente poderá alegar questões de legalidade, como a incompetência da autoridade que proferiu a decisão, não lhe sendo permitido solicitar o reexame do mérito da questão apreciada. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra B. A - ERRADA. Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por três instâncias administrativas, salvo disposição legal diversa. B- CERTA. Art. 56 § 1o O recurso será dirigido à autoridade que PROFERIU a decisão, a qual, se NÃO A RECONSIDERAR no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior. C- ERRADA. PRINCÍPIO DO Informalismo: Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir D- ERRADA. Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de mérito. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização Todos os direitos reservados. 22 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo QUESTÃO 30 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVI - Primeira Fase Em uma movimentada rodovia concedida pela União a uma empresa privada, um veículo particular colidiu com outro, deixando diversos destroços espalhados pela faixa de rolamento. Um dos objetos deixados sobre a pista cortou o pneu de um terceiro automóvel, causando a colisão deste em uma mureta de proteção. Com base no fragmento acima, assinale a afirmativa correta. A) A concessionária deve responder objetivamente pelos danos causados, com fundamento na teoria do risco administrativo. B) Em nenhuma hipótese a concessionária poderá ser responsabilizada pelo evento danoso. C) A concessionária responde pelos danos materiais causados ao terceiro veículo, com fundamento na teoria do risco integral, isto é, ficou comprovado que o dano foi causado por culpa exclusiva de terceiro ou por força maior. D) O proprietário do terceiro automóvel só será reparado pelos danos materiais caso demonstre a culpa da concessionária, caracterizada, por exemplo, pela demora excessiva em promover a limpeza da rodovia. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra A. As Concessionárias de serviço público e as Permissionárias de serviço público não são integrantes da Administração Pública Direta ou Indireta. São pessoas jurídicas de Direito Privado, constituídas por particulares, e em razão de Concurso de Licitação são prestadoras de serviços públicos. Porém, estas também terão Responsabilidade Objetiva por prestarem serviços públicos e desde que o dano decorra desta prestação (Art. 37, § 6º, CF). O Estado sempre será o titular do serviço público podendo conceder ou permitir apenas a Execução desse serviço público. Por fim, o estado responde subsidiariamente, se possível exaurimento ao património da concessionaria. QUESTÃO 31 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVI - Primeira Fase Raul e Alberto inscreveram-se para participar de um concorrido concurso público. Como Raul estava mais preparado, combinaram que ele faria a prova rapidamente e, logo após, deixaria as respostas na lixeira do banheiro para que Alberto pudesse ter acesso a elas. A fraude só veio a ser descoberta após o ingresso de Raul e de Alberto no cargo, fato que ensejou o afastamento deles. Após rígida investigação policial e administrativa, não foi identificada, na época do certame, a participação de agentes públicos no esquema. Sobre os procedimentos de Raul e de Alberto, com base nas disposições da Lei de Improbidade Administrativa, assinale a afirmativa correta. A) Eles enriqueceram ilicitamente graças aos salários recebidos e, por isso, devem responder por ato de improbidade administrativa. B) Eles causaram prejuízo ao erário, consistente nos salários pagos indevidamente e, por isso, devem responder por ato de improbidade administrativa. C) Eles frustraram a licitude de concurso público, atentando contra os princípios da Administração Pública, e, por isso, devem responder por ato de improbidade administrativa. D) Eles não praticaram ato de improbidade administrativa, pois, no momento em que ocorreu a fraude no concurso público, não houve a participação de agentes públicos. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização Todos os direitos reservados. 23 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra D. Raul e Alberto não eram agentes públicos, nos termos do art. 2º da Lei de Improbidade Administrativa, à época da fraude. Lei nº 8.429/1992, Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior. A questão buscou confundir o candidato com o ato de improbidade administrativa previsto no art. 11 (atos que atentam contra os princípios da Administração Pública), V, da aludida lei. Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente: V - Frustrar a licitude de concurso público; QUESTÃO 32 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXV - Primeira Fase Em novembro de 2014, Josué decidiu gozar um período sabático e passou, a partir de então, quatro anos viajando pelo mundo. Ao retornar ao Brasil, foi surpreendido pelo fato de que um terreno de sua propriedade havia sido invadido, em setembro de 2015, pelo Município Beta, que nele construiu uma estação de tratamento de água e esgoto. Em razão disso, Josué procurou você para, na qualidade de advogado (a), traçar a orientação jurídica adequada, em consonância com o ordenamento vigente. A) Deve ser ajuizada uma ação possessória, diante do esbulho cometido pelo Poder Público municipal. B) Não cabe qualquer providência em Juízo, considerando que a pretensão de Josué está prescrita. C) Impõe-se que Josué aguarde que o bem venha a ser destinado pelo Município a uma finalidade alheia ao interesse público, para que, somente então, possa pleitear uma indenização em Juízo. D) É pertinente o ajuizamento de uma ação indenizatória, com base na desapropriação indireta, diante da incorporação do bem ao patrimônio público pela afetação. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra D. A desapropriação indireta será a transferência do patrimônio particular para o domínio estatal, sem a observância dos procedimentos legais. O fundamento legal para a desapropriação indireta está previsto no art. 35 do Decreto-Lei 3.365/41: “Os bens expropriados, uma vez incorporados à Fazenda Pública, não podem ser objeto de reivindicação, ainda que fundada em nulidade do processo de desapropriação. Qualquer ação, julgada procedente, resolver-se-á em perdas e danos. ” Desse modo, se o Poder Público veio a incorporar determinado patrimônio privado, conferindo-lhe destinação pública, restará apenas a propositura de ação judicial para a fixação da indenização. QUESTÃO 33 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXV - Primeira Fase A organização religiosa Tenhafé, além dos fins exclusivamente religiosos, também se dedica a atividades de interesse público, notadamente à educação e à socialização de crianças em situação de risco. Ela não está qualificada como Organização Social (OS), nem como Organização da Sociedade Civil de Interesse Este é um conteúdo exclusivo
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