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Dos Crimes contra a Liberdade Individual codigo penal comentado

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2 
 
 
 
 
 
 
 
2010 
http://codigopenalcomentado.wordpress.com 
CÓDIGO PENAL 
COMENTADO 
 
Capítulo VI 
Dos crimes contra a Liberdade Individual 
AUTOR: Dr. Victor Travancas - Advogado 
CAPÍTULO VI 
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL 
 Abrange os artigos 146 a 154 do Código Penal. O legislador visou proteger a liberdade jurídica, considerada na 
liberdade de autodeterminação, de locomoção e livre disposição do individuo. 
 Os crimes previstos neste capítulo se exaurem com a própria lesão a liberdade, não se exigindo para a 
tipificação qualquer resultado ulterior, prevendo-se para estes casos especiais, forma qualificada ou concurso material 
de delitos. 
SEÇÃO I 
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL 
Constrangimento ilegal 
Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe 
haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei 
permite, ou a fazer o que ela não manda: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
Aumento de pena 
§ 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, quando, para a execução do 
crime, se reúnem mais de três pessoas, ou há emprego de armas. 
§ 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à violência. (Concurso 
Material) 
§ 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo: (EXCLUDENTES DA TIPICIDADE) 
I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu 
representante legal, se justificada por iminente perigo de vida; 
II - a coação exercida para impedir suicídio. 
“Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei” (CF, art. 5º, II) 
Sujeito ativo - Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do constrangimento ilegal. 
Sujeito passivo - É indispensável que possua capacidade de autodeterminação. 
Para que haja constrangimento ilegal é necessário que seja ilegítima a pretensão do sujeito ativo, ou seja, que o sujeito 
ativo não tenha o direito de exigir da vítima determinado comportamento - porque se tiver o direito estará incurso no 
crime de exercício arbitrário das próprias razões. 
O sujeito para realizar o tipo, pode empregar violência, grave ameaça ou qualquer outro meio capaz de reduzir a 
resistência do ofendido. 
Trata-se de delito subsidiário, constituindo-se elemento de vários tipos penais. 
Só existe a conduta dolosa. 
Caso tenha objetivo econômico passaremos ao crime de extorsão. (Art. 158 do CP) 
É delito material. Consuma-se no momento em que a vítima faz ou deixa de fazer alguma coisa. E, tratando-se de 
delito material, em que pode haver fracionamento das fases de realização, admite a tentativa, desde que a vítima não 
realize o comportamento desejado pelo sujeito ativo por circunstâncias alheias a sua vontade. 
A ação penal é PÚBLICA INCONDICIONADA. 
No caso de emprego de arma, teremos o concurso material do crime de constrangimento ilegal com o crime previsto na 
lei de armas, uma vez que com a edição desta lei específica o porte e uso da arma passou a ter pena isoladamente maior 
do que o aumento previsto na qualificador do tipo em estudo. 
LEI 10.826/2003 
Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido 
 Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, 
emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, 
sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar: 
 Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. 
 Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver registrada em 
nome do agente. 
Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito 
 Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que 
gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição 
de uso proibido ou restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar: 
 Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. 
 Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: 
 I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou artefato; 
 II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido ou 
restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz; 
 III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou em desacordo com 
determinação legal ou regulamentar; 
 IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal 
de identificação raspado, suprimido ou adulterado; 
 V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou explosivo a criança 
ou adolescente; e 
 VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de qualquer forma, munição ou explosivo. 
Ameaça 
Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio 
simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação. 
A ameaça se diferencia do constrangimento ilegal (art. 146 do CP), porque neste o agente busca uma conduta positiva 
ou negativa da vítima e aqui, na ameaça, o sujeito ativo pretende tão somente atemorizar o sujeito passivo. 
SUJEITO ATIVO - Qualquer pessoa 
SUJEITO PASSIVO - Pessoa com capacidade de entedimento. 
Trata-se de CRIME SUBSIDIÁRIO, constituindo meio de execução do constrangimento ilegal, extorsão, etc. 
A ameaça tem que ser verossímil, por obra humana, capaz de instituir receio, independente de causar ou não dano real a 
vítima. 
Trata-se de CRIME FORMAL, não sendo necessário que a vítima sinta-se ameaçada. 
Consuma-se a ameaça no instante em que o sujeito passivo toma conhecimento do mal prenunciado, independentemente 
de sentir-se ameaçado ou não (crime formal). Contudo, é possível a TENTATIVA, quando a ameaça é realiza por escrito. 
Só é punível a título de dolo. Sendo posição vencedora em nossos Tribunais a de que o delito exige ânimo calmo e refletido, 
excluindo-se o dolo no caso de estado de ira e embriaguez. 
A ação penal é pública, porém somente se procede mediante REPRESENTAÇÃO. 
 
Seqüestro e cárcere privado 
Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro ou cárcere privado: 
Pena - reclusão, de um a três anos. 
§ 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos: 
I - se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior 
de 60 (sessenta) anos; (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005) 
II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital; 
III - se a privação da liberdade dura mais de 15 (quinze) dias. 
IV - se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos; (Incluído pela Lei nº 
11.106, de 2005) 
V - se o crime é praticado com fins libidinosos. (Incluído pela Lei nº 11.106, de 2005) 
§ 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da detenção, grave 
sofrimento físico ou moral: 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
SUJEITO ATIVO: Qualquer pessoa. 
SUJEITO PASSIVO: Qualquer pessoa. 
O CRIME DE SEQUESTRO É PERMANENTE. 
O consentimento do ofendido exclui o crime. Ex: retiro espiritual. 
Diferença entre SEQUESTO e CÁRCERE PRIVADO? 
No seqüestro a vítima tem maior liberdade de locomoção (vítima presa numa fazenda). Já no cárcere privado,a vítima vê-
se submetida a uma privação de liberdade num recinto fechado, como por exemplo: dentro de um quarto ou armário. 
Qual a diferença entre DENTENÇÃO E RETENÇÃO? 
Na detenção priva-se a vítima da liberdade, levando ela para algum lugar. Já na retenção impede-se a vítima de sair de 
um determinado lugar. 
A DURAÇÃO DA PRIVAÇÃO DA LIBERDADE É IRRELEVANTE. 
O crime só é punido a tipo de DOLO. 
São delitos MATERIAIS e PERMANENTES, uma vez que o tipo descreve a conduta e o resultado. 
É possível a TENTATIVA. 
A AÇÃO PENAL É PÚBLICA INCONDICIONADA. 
Observe-se que na causa de aumento (§1º, II) relativo à internação da vítima, deve existir o DOLO DE SEQUESTRAR 
camuflando o seqüestro com a internação. 
Aqui é necessário distinguir o DOLO DE SEQUESTRAR, da conduta relacionada aos Arts. 22 e 23 da Lei 3.688/41 
(contravenções penais) relativo à contravenção conhecida como INTERNAÇÃO IRREGULAR. 
Art. 22. Receber em estabelecimento psiquiátrico, e nele internar, sem as formalidades legais, pessoa apresentada como 
doente mental: 
 Pena – multa, de trezentos mil réis a três contos de réis. 
 § 1º Aplica-se a mesma pena a quem deixa de comunicar a autoridade competente, no prazo legal, internação que 
tenha admitido, por motivo de urgência, sem as formalidades legais. 
 § 2º Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa de quinhentos mil réis a cinco contos 
de réis, aquele que, sem observar as prescrições legais, deixa retirar-se ou despede de estabelecimento psiquiátrico 
pessoa nele, internada. 
 Art. 23. Receber e ter sob custódia doente mental, fora do caso previsto no artigo anterior, sem autorização de 
quem de direito: 
 Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis. 
Já no caso do fim libidinoso (previsto no § 1º, V) nunca é demais lembrar que abrange homem ou mulher, uma vez que o 
tipo “rapto” foi revogado pela lei 11.106/2005. 
ATENÇÃO. O tipo diz respeito ao fim libidinoso. E esgota-se na finalidade. Contudo, se o agente praticar o ato sexual, 
responderá em concurso material de crimes: Sequesto + Estupro. Neste caso, aplicar-se a o seqüestro do caput, sem o 
aumento de pena pelo fim libidinoso para que não incorra em bis idem. 
DETALHE. Preliminarmente quem seqüestra não quer matar, já que se seqüestra pessoa viva. Contudo, se a pessoa for 
maltratada e não morrer (§ 2º) a pena será de 2 a 8 anos. Já se a morte for culposa a pena será menor do que os maus 
tratos. Incoerência. 
Redução a condição análoga à de escravo 
Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a 
trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de 
trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída 
com o empregador ou preposto: (Redação dada pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) 
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena correspondente à 
violência. (Redação dada pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) 
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) 
I - cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de 
retê-lo no local de trabalho; (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) 
II - mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos ou 
objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho. (Incluído pela Lei nº 
10.803, de 11.12.2003) 
§ 2o A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido: (Incluído pela Lei nº 10.803, 
de 11.12.2003) 
I - contra criança ou adolescente; (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) 
II - por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem. (Incluído pela Lei nº 
10.803, de 11.12.2003) 
 
Também conhecido, como CRIME DE PLÁGIO - sujeição de uma pessoa ao domínio de outra. 
Embora o agente não prenda a vítima diretamente, ele cria condições adversas para que ela não manifeste a sua vontade. 
O consentimento do ofendido é IRRELEVANTE, uma vez que a situação de liberdade do homem constitui interesse 
preponderante do Estado. 
O fato só é punível a título de DOLO. 
Trata-se de crime PERMANENTE. 
Admite-se a TENTATIVA. 
NÃO CONFUNDIR este tipo com o art. 203 - relativo a frustração de direitos trabalhistas - Isso não é exatamente o mesmo 
que reduzir a condições análogas a de escravo. 
Art. 203 - Frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado pela legislação do trabalho: 
Pena - detenção de um ano a dois anos, e multa, além da pena correspondente à violência. (Redação dada pela Lei nº 
9.777, de 29.12.1998) 
§ 1º Na mesma pena incorre quem: (Incluído pela Lei nº 9.777, de 29.12.1998) 
I - obriga ou coage alguém a usar mercadorias de determinado estabelecimento, para impossibilitar o desligamento do 
serviço em virtude de dívida; (Incluído pela Lei nº 9.777, de 29.12.1998) 
II - impede alguém de se desligar de serviços de qualquer natureza, mediante coação ou por meio da retenção de seus 
documentos pessoais ou contratuais. (Incluído pela Lei nº 9.777, de 29.12.1998) 
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou 
portadora de deficiência física ou mental. (Incluído pela Lei nº 9.777, de 29.12.1998) 
Já o §2º, II não se relaciona com o crime de racismo previsto na lei 7716/89. 
AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA. 
 
SEÇÃO II 
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO 
Violação de domicílio 
Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade 
expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências: 
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. 
§ 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o emprego de 
violência ou de arma, ou por duas ou mais pessoas: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à violência. 
§ 2º - Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por funcionário público, fora 
dos casos legais, ou com inobservância das formalidades estabelecidas em lei, ou com abuso 
do poder. 
§ 3º - Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em suas 
dependências: 
I - durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar prisão ou outra 
diligência; 
II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali praticado ou na 
iminência de o ser. 
§ 4º - A expressão "casa" compreende: 
I - qualquer compartimento habitado; 
II - aposento ocupado de habitação coletiva; 
III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade. 
§ 5º - Não se compreendem na expressão "casa": 
I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a 
restrição do n.º II do parágrafo anterior; 
II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero. 
Protege-se a Inviolabilidade Constitucional. 
Constituição Federal: art. 5, XI - “a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento 
do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou durante o dia, por 
determinação judicial.” 
O tipo tem que ser analisado levando-se em conta a norma constitucional. 
SUJEITO ATIVO: Qualquer pessoa. 
SUJEITO PASSIVO: Quem tem o direito de admitir ou excluir alguém de sua casa. 
Para haver PERMANÊNCIA é necessário que entrada tenha sido licita, permitida. 
Trata-se de Crime de mera conduta, porque se protege o aspecto psicológico de quem mora na casa, e não a casa em si. 
O nome “casa” também abrange escritórios, consultórios (localde trabalho), local onde se exerce o animus domicili, 
como saveiros, barcos ou quartinhos. 
A jurisprudência não agasalha no conceito de “casa” - a boléia do caminhão ou os locais usados por mendigos para 
dormir em calçadas ou locais públicos. 
DIREITO DE CONVIVÊNCIA. CASAL. Em igualdade de condições prevalece a vontade que proibir. Ex. Marido proíbe a 
permanência de amigo da esposa no apartamento onde mora o casal. 
O STF entende que não há crime na entrada do amante da esposa infiel no lar conjugal, com o consentimento daquela e na 
ausência do marido, para fins amorosos. (RTJ, 47/734) 
DIREITO DE CONVIVÊNCIA. FILHOS. No caso dos filhos, enquanto menores, prevalece a vontade dos pais. Depois de maiores, 
podem receber os amigos em casa. 
DIREITO DE INTIMIDADE. Empregados. Não se reconhece. 
PROPRIEDADES COMUNS. Não há qualquer restrição quando o espaço é comum. Contudo, em áreas comuns reservadas, o 
assunto será regido pelo Regimento Interno. 
Em locais de grande extensão, preserva-se tão somente para os efeitos do tipo - o local onde se exerce a intimidade. Ex. 
Grande fazenda, neste caso protege-se a intimidade da casa sede onde ficam as pessoas. 
Elemento normativo do tipo: se eu permito, exclui-se a tipicidade. 
CABE TENTATIVA - inclusive para tentar permanecer. 
Não há violação de domicílio em casa abandonada. Contudo, não se pode confundir casa abandonada, com casa 
temporariamente desabitada. Ex. Casa de praia. 
AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA. 
SEÇÃO III 
DOS CRIMES CONTRA A 
INVIOLABILIDADE DE CORRESPONDÊNCIA 
 Violação de correspondência 
 Art. 151 - Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência fechada, dirigida a 
outrem: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. (Artigo revogado) 
NORMA EM VIGOR 
VIOLAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIA (LEI 6.538/78) 
 Art. 40º - Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência fechada dirigida a outrem: 
 Pena: detenção, até seis meses, ou pagamento não excedente a vinte dias-multa. 
Sonegação ou destruição de correspondência 
§ 1º - Na mesma pena incorre: 
I - quem se apossa indevidamente de correspondência alheia, embora não fechada e, no todo 
ou em parte, a sonega ou destrói; (REVOGADO) - Em vigor o Art. 40, § 1º da Lei 6.538/78, com o mesmo 
texto. 
Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica ou telefônica 
II - quem indevidamente divulga, transmite a outrem ou utiliza abusivamente comunicação 
telegráfica ou radioelétrica dirigida a terceiro, ou conversação telefônica entre outras pessoas; 
(REVOGADO pelo Art. 10 da lei 9.296/96). 
Lei 9296/96 
Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática, ou quebrar 
segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei. 
Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa. 
III - quem impede a comunicação ou a conversação referidas no número anterior; 
IV - quem instala ou utiliza estação ou aparelho radioelétrico, sem observância de disposição 
legal. (REVOGADO pelo Art. 70 da lei 4.117/62). 
§ 2º - As penas aumentam-se de metade, se há dano para outrem. 
§ 3º - Se o agente comete o crime, com abuso de função em serviço postal, telegráfico, 
radioelétrico ou telefônico: 
Pena - detenção, de um a três anos. 
§ 4º - Somente se procede mediante representação, salvo nos casos do § 1º, IV, e do § 3º. 
VER: Lei 6.538/78 e Lei 9.296/96 
Trata-se de um artigo muito prejudicado com a edição de novas leis. 
Protege-se a inviolabilidade constitucionalmente protegida da Correspondência. 
O bem jurídico protegido é a liberdade de comunicação do pensamento. 
A violação precisa ser de CORRESPONDÊNCIA FECHADA e feita INDEVIDAMENTE. A violação legítima é permitida. 
Contudo, o agente não precisa abrir a carta, neste caso PROTEGE-SE O CONTEÚDO. 
Não configura o delito a leitura de carta cujo envelope se encontra aberto, porque neste caso aquele que escreveu a 
carta previamente já renunciou tacitamente ao seu direito de ter em segredo o conteúdo da mesma. 
Torna-se se crime impossível quando o agente não entende a linguagem enigmática, caso a carta seja com este tipo de 
escrita. 
SUJEITO ATIVO - qualquer pessoa. 
SUJEITO PASSIVO - Dupla subjetividade passiva. Remetente e destinatário. 
É possível que um cego ou um analfabeto, apalpando por exemplo, cometa o crime, tomando conhecimento do conteúdo da 
carta. 
SÓ É PUNÍVEL A TÍTULO DE DOLO. 
O erro de tipo exclui a tipicidade. Ex. Abrir carta de terceiro pensando ser para si. 
Os pais podem abrir a correspondência dos filhos menores? Sim. 
O marido pode abrir a correspondência da mulher? Não. Reserva de Intimidade ( Damásio entende que Sim, porque 
haveria comunhão de interesses.) 
O Administrador pode abrir a correspondência do falido ou em recuperação judicial? Sim. 
O diretor pode violar a correspondência do preso? Via de regra, NÃO. Mas, como não existe direitos fundamentais 
absolutos, excepcionalmente, fazendo-se um juízo de ponderação de valores, é possível que o diretor intercepte a 
correspondência do preso para salvaguardar direitos maiores. 
Crime Comum, Simples, Instantâneo, Comissivo e de Mera Conduta. Admite-se a TENTATIVA. 
AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA A REPRESENTAÇÃO. 
Vale a pena anotar que é crime a interceptação não autorizada judicialmente de conversações telefônicas. Contudo, a 
autorização judicial - na forma da lei 9.296/96 é causa excludente da tipicidade. 
O crime de interceptação consuma-se no momento da simples interceptação, não sendo mais necessário, como era à 
época do CP, a divulgação das informações. 
Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas (1), de informática ou telemática, ou 
quebrar segredo da Justiça (2), sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei. 
SUJEITO ATIVO: (1) Crime Comum - Qualquer Pessoa (2) Delito Próprio - Juiz, MP, Concessionária... 
SUJEITO PASSIVO: Crime de dupla subjetividade passiva, os interlocutores. 
Nos casos de interceptação telefônica, a AÇÃO PENAL É PÚBLICA INCODICIONADA. 
Correspondência comercial 
Art. 152 - Abusar da condição de sócio ou empregado de estabelecimento comercial 
ou industrial para, no todo ou em parte, desviar, sonegar, subtrair ou suprimir 
correspondência, ou revelar a estranho seu conteúdo: 
Pena - detenção, de três meses a dois anos. 
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação. 
Específico para correspondência empresarial. 
Trata-se de Crime Próprio. 
SUJEITO ATIVO: Sócio ou Empregado de estabelecimento comercial ou Industria. 
SUJEITO PASSIVO: A Pessoa Jurídica - a Industria ou o estabelecimento comercial que teve sua correspondência 
desviada, sonegada, subtraída, suprimida ou revelada. 
O tipo prevê, também, ocultamento de correspondência. Ação Penal é Pública condicionada a Representação. 
SEÇÃO IV 
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS 
Divulgação de segredo 
Art. 153 - Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de documento particular ou de 
correspondência confidencial, de que é destinatário ou detentor, e cuja divulgação possa 
produzir dano a outrem: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
§ 1º Somente se procede mediante representação. (Parágrafo único renumerado pela Lei nº 
9.983, de 2000) 
§ 1o-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou reservadas, assim definidas em lei, 
contidas ou não nos sistemas de informações ou banco de dados da Administração 
Pública: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
§ 2o Quando resultar prejuízo para a Administração Pública, a ação penal será 
incondicionada. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)Preservar-se o SIGILO. 
SUJEITO ATIVO: Detentor ou destinatário do segredo. 
Ficam fora da proteção penal as confidências obtidas por meio verbal, uma vez que o título protege claramente o 
conteúdo de DOCUMENTOS. 
Crime FORMAL. Consuma-se no momento da realização da CONDUTA. Deve ser capaz de provocar dano, mesmo que não 
provoque. Admite a tentativa. 
AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA A REPRESENTAÇÃO, salvo quando se tratar de segredo cuja revelação cause prejuízo 
a Administração Pública. 
Violação do segredo profissional 
Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência em razão de função, 
ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação. 
Protege-se o segredo profissional. 
Crime PRÓPRIO. 
Crime FORMAL. 
AÇÃO PEMAL PÚBLICA CONDICIONADA A REPRESENTAÇÃO.

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