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Contabilidade Prof. Ms. Geni Francisca dos Santos Vanzo Introdução: Contabilidade e Gestão Universidade Anhembi MorumbiIntrodução: Contabilidade e Gestão2 Introdução: Contabilidade e Gestão Introdução A origem e a evolução histórica da Contabilidade mostram, com clareza, que a sua finalidade de controle patrimonial está estritamente ligada à sua utilidade como instrumento de gestão. Contabilidade: origem e evolução histórica A Contabilidade, propriamente dita, surge nos primórdios da civilização juntamente com as primeiras necessidades do homem primitivo em controlar seu “patrimônio” - animais, ferramentas e outros pertences. Sua evolução está diretamente associada ao desenvolvimento do homem em sociedade. Desde os registros rudimentares, passando pelos grandes momentos da evolução humana, Revolução Agrícola, Revolução Industrial e Revolução Tecnológica, observa-se que a Contabilidade “acompanhou” o homem na sua trajetória evolutiva. É fácil constatar que na medida em que as relações comerciais evoluíram da simples “troca” para as transações on line em bolsas de valores ou de mercadorias e de futuros, a Contabilidade tem sido a linguagem utilizada para informar e controlar essas relações. Contabilidade uma Ciência Social Aplicada Reconhecida como Ciência Social pela Academia de Ciências da França, em 1834, a Ciência Contábil é responsável por registrar todas as transações ocorridas em uma organização, com ou sem fins lucrativos, com a finalidade de gerar informações financeiras que possibilitem o controle e a gestão do seu patrimônio. http://www.youtube.com/watch?v=MKHkCUPHXJk&feature=related Universidade Anhembi MorumbiIntrodução: Contabilidade e Gestão3 Tais registros, realizados por meio da aplicação de técnicas específicas, guardam os princípios teóricos que lhes asseguram a lógica e a confiabilidade próprias do seu caráter científico. As teorias contábeis evoluíram através dos tempos, passando por várias fases, dentro das “escolas” que as originaram. Entre as escolas do pensamento contábil, as que mais se destacaram foram: a escola italiana e a escola americana. Objeto da Contabilidade Um dos pressupostos básicos para que uma determinada área de estudos possa ser considerada uma ciência é que esta possua um objeto próprio para pesquisas e formulação de teorias embasadas em conhecimentos obtidos por meio da aplicação de metodologias racionais. A Contabilidade tem como seu objeto de estudos o “patrimônio das entidades”. Objetivo da Contabilidade O objetivo “científico” da Contabilidade é apresentar corretamente o patrimônio das entidades e apreender e analisar as causas das suas mutações. A correta apresentação do patrimônio remete ao objetivo “prático” da Contabilidade que pode ser expresso como sendo o de gerar informações de natureza econômica, financeira e física sobre o patrimônio das entidades e suas mutações, de forma a suportar as decisões que seus usuários precisem tomar a respeito desses patrimônios. Para saber mais consulte: http://www.nead.unama.br/site/bibdigital/pdf/artigos_revistas/248.pdf Universidade Anhembi MorumbiIntrodução: Contabilidade e Gestão4 Não se deve confundir o objetivo e o objeto da Contabilidade, por se tratar de coisas distintas. O objetivo representa a “finalidade” e o objeto é o meio, a origem da informação, o foco dos estudos da Contabilidade. Conceitos e Definições Contabilidade Os conceitos são abstratos, embora portadores de significado. Partindo-se desse princípio, pode-se inferir que a Contabilidade deve ser conceituada em função do que ela significa para as organizações ou, melhor dizendo, para a gestão das organizações. Trata-se de um instrumento do qual, independentemente do tipo ou porte, nenhuma organização pode prescindir, pois é a única fonte de informações sobre os respectivos patrimônios. Como já foi anteriormente abordado, o objetivo da Contabilidade é apresentar informações sobre o patrimônio das entidades, de forma a que estas sejam úteis ao processo de tomada de decisões por qualquer dos seus usuários. Assim, é possível afirmar que o conceito que melhor se aplica à Contabilidade é aquele que a define como sendo um instrumento gerador de informações úteis à tomada de decisões por parte dos seus usuários, sejam eles internos ou externos às organizações. Tais informações são geradas mediante a utilização de um conjunto de técnicas alicerçadas em princípios gerados pela aplicação prática das teorias contábeis. Patrimônio A concepção empírica de patrimônio o relaciona às riquezas de propriedade de uma pessoa. A primeira impressão que se apresenta quando se fala de patrimônio é a de posse Universidade Anhembi MorumbiIntrodução: Contabilidade e Gestão5 de bens ou riquezas. Com as organizações ou entidades, a concepção não é diferente, porém, é mais ampla. O patrimônio de uma entidade pode ser entendido como sendo um conjunto de bens, direitos e de obrigações para com terceiros, pertencente a qualquer tipo de pessoa natural ou jurídica, independentemente de sua finalidade incluir ou não a obtenção de lucro. Bens São diversas as definições para “bens”, dependendo do grau de detalhe que se pretende abordar. De acordo com Iudícibus, Marion e Pereira (2003, p. 31), “entende-se por bens as coisas úteis capazes de satisfazer às necessidades das pessoas e empresas”. Em Contabilidade, também é importante classificar os bens de acordo com o seu grau de tangibilidade: • Bens tangíveis: são bens palpáveis, cuja existência física é observável, também chamados de bens corpóreos. Exemplo: imóveis, veículos, equipamentos, dinheiro em caixa, estoques de mercadorias etc. • Bens intangíveis: são bens incorpóreos, não palpáveis, não constituídos de matéria. Exemplo: marcas, patentes etc. Pode-se, ainda, classificar os bens em: • Móveis: bens que podem ser movidos de lugar (máquinas, móveis etc.). • Imóveis: bens que não podem ser movidos de lugar (edifícios, terrenos etc.). • Semoventes: bens representados por seres vivos (animais em geral, integrantes do Ativo das entidades). Universidade Anhembi MorumbiIntrodução: Contabilidade e Gestão6 Direitos Algumas riquezas que estão em poder de terceiros, mas, sobre as quais se tem direitos de recebimento ou integração, também são consideradas como integrantes do patrimônio. Tais riquezas são denominadas, na Contabilidade, como “Direitos”. Por exemplo: duplicatas e títulos a receber, depósitos em contas bancárias etc. Obrigações Obrigações, como o próprio nome sugere, são compromissos a serem cumpridos com terceiros. Ao contrário dos direitos que representam riquezas a receber, as obrigações representam pagamentos a efetuar e, portanto, são redutoras da riqueza. Patrimônio Líquido O Patrimônio Líquido pode ser definido sob dois enfoques. a) Investimentos dos sócios: valores entregues/investidos pelos sócios na empresa para que ela os aplique em suas operações e os remunere mediante os resultados obtidos nessas operações, por meio da distribuição de lucros e/ou dividendos. b) Riqueza líquida ou Situação Líquida: valor do patrimônio/riqueza, líquido das obrigações com terceiros e representado pela seguinte equação: PL = BENS + DIREITOS - OBRIGAÇÕES Universidade Anhembi MorumbiIntrodução: Contabilidade e Gestão7 Princípios da Contabilidade Os Princípios de Contabilidade, de acordo com a Resolução CFC n° 750/93, com a redação atualizada pela Resolução CFC n° 1282/10, “representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional de nosso País”. A Resolução CFC n° 750/93 está disponível em: http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=1993/000750Todas as técnicas contábeis, particularmente as utilizadas na Contabilidade Financeira tomam como premissa básica as disposições dos Princípios de Contabilidade. Para a Contabilidade Gerencial, entretanto, a observância de tais princípios não é rigorosa, visto que esta tem objetivos específicos voltados para o auxílio ao processo decisório. A observância obrigatória dos princípios contábeis para o registro e o controle do patrimônio das entidades assegura o embasamento científico das informações geradas pela Contabilidade. Os Princípios de Contabilidade, de acordo com as normas do CFC retro citadas que já contemplam a preocupação com a harmonização com as normas internacionais de Contabilidade, são os seguintes: • Princípio da Entidade; • Princípio da Continuidade; • Princípio da Oportunidade; • Princípio do Registro pelo Valor Original; • Princípio da Competência; • Princípio da Prudência (ou Conservadorismo). Universidade Anhembi MorumbiIntrodução: Contabilidade e Gestão8 Princípio da Entidade O Princípio da Entidade reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência, nesta acepção, o Patrimônio da entidade não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários. Princípio da Continuidade O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância. Princípio da Oportunidade O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas. Princípio do Registro pelo Valor Original O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional, observando-se as seguintes base de mensuração, em graus distintos e combinadas: I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações; e Universidade Anhembi MorumbiIntrodução: Contabilidade e Gestão9 II – Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao patrimônio, os componentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações decorrentes dos seguintes fatores: a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das demonstrações contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na data ou no período das demonstrações contábeis; b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações da Entidade; c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações da Entidade. Os passivos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da Entidade; d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos; e e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais. Universidade Anhembi MorumbiIntrodução: Contabilidade e Gestão10 Princípio da Competência O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento, além de pressupor a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas. Princípio da Prudência O Princípio da Prudência, também conhecido como Conservadorismo, determina a adoção do menor valor para os componentes do Ativo e do maior para os do Passivo patrimoniais que alterem o patrimônio líquido. Pressupõe, ainda, o emprego de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais. Técnicas Contábeis As técnicas contábeis consistem no conjunto de procedimentos a serem adotados para que as informações contábeis possam ser geradas adequadamente. As principais técnicas contábeis são: • Escrituração: consiste no registro sistemático de todas as ocorrências que afetam o patrimônio das entidades; • Demonstrações contábeis ou Relatórios contábeis: são quadros técnicos elaborados com base nos registros escriturados; Universidade Anhembi MorumbiIntrodução: Contabilidade e Gestão11 • Auditoria: consiste na verificação, por meio de procedimentos específicos, da exatidão dos dados contidos nas demonstrações contábeis e nos respectivos documentos; • Análise de balanços: é o exame e a interpretação dos dados contidos nas demonstrações contábeis de forma a fornecer informações úteis aos respectivos usuários. • Consolidação de balanços: consiste na junção das demonstrações contábeis de uma empresa controladora com suas controladas, obedecendo a procedimentos específicos, com o objetivo de demonstrar a situação econômica e financeira do grupo de empresas. Além de registrar as transações já ocorridas, as técnicas contábeis permitem, também, que se realizem análises e projeções importantes no processo decisório dessas organizações. Usuários das Informações Contábeis São usuários das informações contábeis todos aqueles que delas necessitam para tomar qualquer tipo de decisão relacionada com a respectiva organização. Os usuários das informações contábeis podem ser internos ou externos à organização. Exemplo: Universidade Anhembi MorumbiIntrodução: Contabilidade e Gestão12 Os usuários internos, como a própria denominação sugere, são aqueles que utilizam as informações contábeis para tomar decisões internas à organização. Normalmente, tais usuários são gestores de níveis hierárquicos diversos. Os usuários externos são todos aqueles que não pertencem à organização, mas, que têm interesses diversos em seu desempenho. Relatórios Contábeis Denomina-se por Relatório Contábil qualquer demonstrativo elaborado de forma ordenada, resumida ou não, com base em dados processados pela Contabilidade. Tais relatórios ou informes têm como objetivo levar a informação contábil, de forma inteligível e útil,aos respectivos usuários. Os relatórios contábeis podem ser obrigatórios e não obrigatórios. Os relatórios não obrigatórios são todos aqueles elaborados para atender às necessidades específicas de usuários internos ou externos e que não são exigidos por lei comercial ou fiscal. Os relatórios contábeis obrigatórios são: • Balanço Patrimonial (BP); • Demonstração do Resultado do Exercício (DRE); • Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPAc) ou Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL); • Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC); • Demonstração do Valor Adicionado (DVA) – apenas para sociedades anônimas de capital aberto. Os relatórios contábeis obrigatórios são elaborados com base na escrituração contábil, sendo denominados como Demonstrações Contábeis ou Demonstrações Financeiras. Universidade Anhembi MorumbiIntrodução: Contabilidade e Gestão13 Algumas Demonstrações Financeiras não obrigatórias são muito importantes no processo decisório das empresas como, por exemplo, a Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos – DOAR e as Demonstrações Financeiras Orçamentárias. Outros relatórios financeiros / contábeis / sociais Alguns outros relatórios complementam as Demonstrações Contábeis obrigatórias e, embora não exigidas de entidades que não sejam sociedades anônimas ou regidas por legislações especiais, auxiliam o processo de análise e entendimento das informações contábeis de organizações de qualquer porte ou segmento econômico. São elas: • Relatório da Diretoria ou Relatório da Administração – fornece informações como dados estatísticos, indicadores de produtividade e outros índices de performance, nível de desenvolvimento tecnológico, planos de expansão, etc., que facilitam o entendimento das ações e planos da organização. • Notas Explicativas – são informações que têm por objetivo elucidar ou complementar dados não inteiramente transparentes das Demonstrações Contábeis ou, ainda, informar qualquer outro fato que possa ser importante para o entendimento da situação patrimonial da organização. • Parecer dos auditores – obrigatório para as companhias abertas e empresas de grande porte, é cada vez mais comum encontrar o parecer dos auditores compondo as Demonstrações Financeiras de outros tipos de organizações. O parecer de auditoria atesta que as Demonstrações foram elaboradas de acordo com os Princípios de Contabilidade e e representam adequadamente a situação patrimonial e financeira da organização, no período sob exame. Universidade Anhembi MorumbiIntrodução: Contabilidade e Gestão14 • Balanço Social – Outro relatório não obrigatório, mas que cada vez mais vem sendo divulgado pelas organizações. Embora a Demonstração do Valor Adicionado, que é uma demonstração obrigatória para as empresas de capital aberto, faça parte do relatório de Balanço Social, este relatório, em sua completude, não é exigido pela legislação. O Balanço Social contém diversas informações de caráter social e, algumas vezes, ambiental que demonstram a atuação da organização junto à sociedade como, por exemplo, dados sobre os investimentos em treinamento e outros benefícios aos empregados, ações de incentivo à cultura, esportes, saúde, educação, etc. junto à comunidade onde estão inseridas, entre outras. Estrutura Básica de Publicação das Demonstrações Contábeis Veja o Balanço Social (Relatório de Sustentabilidade) e as Demonstrações Contábeis da Petrobrás: http://www.petrobras.com.br/rs2009/ downloads/pt/relatorios.zip Acesse o link das Demonstrações Financeiras do Grupo Gerdau: http://www.gerdau.com.br/investidores/ informacoes-financeiras-Trimestres. aspx?Ano=2009&Trimestre=4 Universidade Anhembi MorumbiIntrodução: Contabilidade e Gestão15 Contabilidade e Gestão Contabilidade Geral ou Financeira e Contabilidade Gerencial A Contabilidade das organizações pode assumir denominações complementares, de acordo com os diferentes segmentos econômicos ao quais é aplicada ou, ainda, de acordo com os fins a que se destina. Por exemplo: • Contabilidade comercial – praticada pelas empresas comerciais; • Contabilidade industrial – praticada pelas indústrias; • Contabilidade do terceiro setor – praticada pelas entidades sem fins lucrativos; • Contabilidade rural ou agrícola – praticada pelas empresas agroindustriais; • Contabilidade tributária ou fiscal - destinada ao registro e controle dos impostos e contribuições; • Contabilidade de custos – destinada ao registro e controle dos custos das organizações etc. Apesar das diferentes denominações complementares, a Contabilidade não é diferente no que se refere aos seus princípios ou técnicas. Ela é essencialmente a mesma, com peculiaridades específicas a cada segmento ou finalidade. A Contabilidade que registra as ocorrências diárias da vida das organizações, registros estes que darão origem às Demonstrações Contábeis, independentemente de segmento econômico (comercial, industrial, rural etc.), é chamada de Contabilidade Geral ou Financeira. A modalidade contábil que se ocupa da elaboração de projeções e geração de informações para apoio à gestão das organizações é denominada Contabilidade Gerencial. Universidade Anhembi MorumbiIntrodução: Contabilidade e Gestão16 Destinada a registrar, de maneira ordenada e sistemática, todas as transações da organização, com o propósito de gerar informações sobre as mutações patrimoniais que sejam úteis aos seus diversos usuários, a Contabilidade Geral ou Financeira difere da Contabilidade Gerencial nos seguintes pontos: Contabilidade Geral ou Financeira Condiciona-se aos Princípios de Contabilidade e à normatização legal pertinente; registra os fatos já ocorridos; destina-se, principalmente, aos usuários externos (credores, fornecedores, governo, acionistas etc.), sendo obrigatória para todas as organizações; sua utilização no processo decisório é restrita a analise de fatos “passados”, o que nem sempre é útil ao gestor. Contabilidade Gerencial Faz uso das mesmas técnicas contábeis da Contabilidade Financeira, sem, no entanto subordinar-se aos Princípios de Contabilidade; tem como principal objetivo fornecer informações úteis e em tempo para a tomada de decisões; destina-se ao público interno da organização, tendo em vista o seu caráter gerencial; faz uso, para geração das informações, prioritariamente, de conceitos de “finanças” e de “custos”. Processo decisório das organizações As últimas décadas, em decorrência da chamada Revolução Tecnológica, têm registrado a necessidade de decisões rápidas e eficazes de todas as organizações, mesmo aquelas criadas sem a finalidade de obtenção de lucros. É o acirramento da concorrência que leva à constatação de que “quem chega primeiro, leva”. Nesse contexto, o processo decisório depende, cada vez mais, de informações confiáveis e dentro de tempo hábil. A Contabilidade é o único instrumento capaz de fornecer as informações de caráter econômico e financeiro necessárias a esse processo. Saiba mais sobre a utilização da Contabilidade como instrumento de gestão: PEDROSA, Carlos José. A contabilidade como instrumento de gestão. Disponível em: http://www.biblioteca.sebrae. com.br/bds/bds.nsf/ff9af6e19f6bb9fa03256c6 b00474272/2a92a94fcb65dfd703256f29004f b6a9/$FILE/NT000A0786.pdf. Universidade Anhembi MorumbiIntrodução: Contabilidade e Gestão17 Iudícibus e Marion (2009, p. 1) afirmam que a Contabilidade “coleta todos os dados econômicos, mensurando-os monetariamente, registrando-os e sumarizando-os em forma de relatórios ou de comunicados, que contribuem sobremaneira para a tomada de decisões”. Considerações finais A Unidade 1 objetivou oferecer uma visão geral da Contabilidade, destacando sua origem e evolução histórica, seu caráter científico,seus Princípios e técnicas e, sobretudo, a sua utilização como instrumento de gestão e controle dos patrimônios das entidades. Universidade Anhembi MorumbiIntrodução: Contabilidade e Gestão18 Bibliografia IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Curso de contabilidade para não contadores. 6 ed. São Paulo, Atlas, 2009. IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José C.; PEREIRA, Elias. Dicionário de Contabilidade. 2 ed. São Paulo, Atlas, 2003. PADOVEZE, Clóvis. Manual de contabilidade básica. 5 ed. São Paulo, Atlas, 2007. Contabilidade Prof. Ms. Geni Francisca dos Santos Vanzo Balanço Patrimonial: Representação Gráfica, Origem e Aplicações Universidade Anhembi MorumbiBalanço Patrimonial: Representação Gráfica, Origens e Aplicações2 Balanço Patrimonial: Representação Gráfica, Origens e Aplicações Balanço Patrimonial: representação gráfica A denominação Balanço remete ao conceito de equilíbrio, próprio da antiga balança de dois pratos, representando o equilíbrio existente entre o Ativo e o Passivo das entidades – o equilíbrio patrimonial. Representação gráfica Graficamente o equilíbrio patrimonial, ou seja, o Balanço Patrimonial é demonstrado da seguinte forma: Universidade Anhembi MorumbiBalanço Patrimonial: Representação Gráfica, Origens e Aplicações3 Ativo: Conceitos e Definições O Ativo representa as riquezas da entidade, todos os seus bens e direitos de sua propriedade que possam ser avaliados em moeda e que, fundamentalmente, representem benefícios presentes e/ou futuros para a entidade. A observância dos requisitos para que algo possa ser considerado como Ativo de uma entidade deve ocorrer “simultaneamente”, pois, se tal não ocorrer, não será um Ativo. (*) Contabilmente, os bens decorrentes de operações que transfiram à entidade os benefícios por eles gerados, seus riscos e controle, são considerados como de propriedade da empresa, mesmo que esta não se configure oficialmente. Exemplo: bens decorrentes de operações de leasing financeiro. Exemplos de bens e direitos: Universidade Anhembi MorumbiBalanço Patrimonial: Representação Gráfica, Origens e Aplicações4 Os bens e direitos incapazes de proporcionar benefícios futuros à entidade não podem ser considerados como Ativos como, por exemplo, bens que tenham se tornado obsoletos ou direitos não passíveis de conversão em dinheiro. Passivo: Conceitos e Definições O Passivo retrata as obrigações da entidade e se subdivide em dois grupos: o Passivo Exigível e o Patrimônio Líquido. Graficamente, todo o lado direito do Balanço Patrimonial é representado pelo Passivo, atendendo às disposições da Lei das S.A, entretanto, ao rigor da teoria contábil, somente as obrigações exigíveis é que o constituem. Passivo Exigível O Passivo Exigível, como o próprio nome sugere, representa as obrigações exigíveis, isto é, aquelas obrigações que podem ser reclamadas por terceiros. Tais obrigações também são denominadas como “Capital de Terceiros”. Quer saber mais sobre Ativos? Leia: http://www.eac.fea.usp.br/cadernos/ completos/cad28/Revista_28_parte_4.pdf Universidade Anhembi MorumbiBalanço Patrimonial: Representação Gráfica, Origens e Aplicações5 Patrimônio líquido O Patrimônio Líquido, como foi estudado na Unidade 1, representa os recursos investidos na entidade pelos proprietários. O investimento inicial é denominado de “Capital” que pode ser aumentado, seja pela injeção de novos recursos pelos proprietários, seja pelo aproveitamento de lucros ou reservas de lucros. O capital investido é empregado nas operações da entidade com intuito de geração de lucros, no caso de entidades com fins lucrativos (empresas), ou superávits para entidades que não visam lucros. Os lucros gerados pelas empresas são distribuídos para os proprietários ou reinvestidos nesta, podendo ser incorporados ao Capital inicial. Origens e Aplicações de Recursos Os recursos que viabilizam as operações de uma entidade têm origem, ou seja, são captados junto a terceiros (Capital de Terceiros – Passivo Exigível) ou junto aos sócios/ proprietários (Patrimônio Líquido). Universidade Anhembi MorumbiBalanço Patrimonial: Representação Gráfica, Origens e Aplicações6 As obrigações exigíveis nada mais são do que “financiamentos” de recursos a curto ou longo prazos, obtidos mediante a concessão de prazos para pagamentos por fornecedores, empréstimos bancários, valores de salários, impostos, contribuições sociais e outras obrigações, cujos valores permanecem em poder da entidade até os respectivos vencimentos. Os recursos obtidos junto a terceiros ou junto aos sócios (origens) são “aplicados” em riquezas da entidade, ou seja, em Ativos. Assim, graficamente, pode-se afirmar que o lado direito do Balanço Patrimonial – o Passivo representa as “origens dos recursos” e o lado esquerdo – o Ativo representa as “aplicações” desses mesmos recursos. Universidade Anhembi MorumbiBalanço Patrimonial: Representação Gráfica, Origens e Aplicações7 Capital e suas conotações Em Contabilidade, o termo Capital pode assumir diferentes conotações, de acordo com o seu fim. Por exemplo: O Capital Social é representado contabilmente, no Patrimônio Líquido, pela soma do Capital Subscrito com o Capital a Realizar ou a Integralizar. Exemplo: Suponha que no contrato social da empresa Luz Azul Comércio de Materiais Elétricos Ltda. esteja previsto um Capital Social de $ 100.000,00 a ser integralizado, em dinheiro, pelos seus dois sócios. Inicialmente, os sócios fizeram um depósito na conta corrente da empresa no valor de $ 70.000,00, sendo que o restante será integralizado, de acordo com a disponibilidade dos sócios, sem prazo determinado. Universidade Anhembi MorumbiBalanço Patrimonial: Representação Gráfica, Origens e Aplicações8 Neste caso, a conta Capital Social no Balanço Patrimonial de abertura da Luz Azul apresentaria a seguinte situação: Observe que o valor subscrito / comprometido no contrato social foi integralmente contabilizado. Entretanto, o valor ainda não realizado, isto é, o valor a integralizar, é contabilizado “reduzindo” o valor do capital subscrito, de forma a retratar o verdadeiro montante integralizado de $ 70.000,00. Universidade Anhembi MorumbiBalanço Patrimonial: Representação Gráfica, Origens e Aplicações9 Fixação de conceitos A constituição da empresa Luz Azul Comércio de Materiais Elétricos Ltda. foi feita com um capital subscrito de $100.000,00 conforme visto no exemplo anterior. Foi visto também que os sócios efetuaram um depósito na conta corrente da empresa no valor de $70.000,00. A representação gráfica do Balanço Patrimonial de abertura da empresa teria, aproximadamente, esta configuração: Destaques: 1. O valor de $ 70.000,00 na conta Bancos Conta Movimento é um Ativo, pois satisfaz as condições para ser assim classificado: • É um Direito • É de propriedade da empresa • É representável em moeda • É um benefício presente com condições de gerar benefícios futuros Importante Memorizar Note que para um lançamento do lado esquerdo do Balanço Patrimonial, ocorreu outro lançamento de mesmo valor do lado direito. Universidade Anhembi MorumbiBalanço Patrimonial: Representação Gráfica, Origens e Aplicações10 2. O valor do Capital Social é o investimento feito na empresa pelos proprietários e, portanto, deve figurar como Patrimônio Líquido no lado direito do Balanço Patrimonial chamado de Passivo, de acordo com a Lei das Sociedades por Ações. 3. O valor do Capital Subscrito - $ 100.000,00 - é aquele que foi pactuado no Contrato Social de constituição da empresa, retratando o compromisso assumido pelos sócios. 4. O valor do Capital a Integralizar - $ 30.000,00 – é o valor que faltaser integralizado pelos sócios. 5. O valor líquido do Capital Social é de $ 70.000,00, representando a contrapartida do depósito bancário efetuado pelos sócios na conta corrente da empresa e registrado na conta Bancos Conta Movimento. 6. O Capital Social representa uma “origem” de recursos (captação) decorrente do investimento dos sócios na empresa. 7. O recurso captado / originado do investimento dos sócios está “aplicado” no Ativo representado pela conta Bancos Conta Movimento. Considerações Finais Nesta Unidade foram estudados conceitos importantíssimos que servirão como estrutura para diversos outros conceitos que serão vistos nas próximas unidades. A representação gráfica do Balanço Patrimonial permite uma visão didática e prática dos dados patrimoniais e o seu entendimento é fundamental para a utilização desse importante demonstrativo contábil para fins gerenciais e de análise. Universidade Anhembi MorumbiBalanço Patrimonial: Representação Gráfica, Origens e Aplicações11 Por outro lado, a percepção dos conceitos de origens e aplicação de recursos também é fundamental para análise e interpretação dos dados relacionados ao endividamento da organização e da qualidade dos seus Ativos. Universidade Anhembi MorumbiBalanço Patrimonial: Representação Gráfica, Origens e Aplicações12 Bibliografia IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Curso de contabilidade para não contadores. 6 ed. São Paulo, Atlas, 2009. MARION, José Carlos. Contabilidade Básica. 7 ed. São Paulo, Atlas, 2004. PADOVEZE, Clóvis. Manual de contabilidade básica. 5 ed. São Paulo, Atlas, 2007. Contabilidade Prof. Ms. Geni Francisca dos Santos Vanzo Contas do Balanço Patrimonial e Ciclo Operacional Universidade Anhembi MorumbiContas do Balanço Patrimonial e Ciclo Operacional2 Contas do Balanço Patrimonial e Ciclo Operacional Plano de Contas Conceito Para que os registros contábeis possam ser realizados de forma ordenada, para fácil consulta e análise dos saldos das contas, bem como, para a elaboração dos relatórios contábeis, obrigatórios ou não, se faz necessária uma codificação adequada que possibilite agrupar as ocorrências semelhantes em um só lugar. Para tanto, elabora-se um Plano de Contas, de acordo com as características de cada organização e necessidades dos usuários. O Plano de Contas, portanto, é um agrupamento ordenado das contas utilizadas pela Contabilidade das entidades, constituindo-se em instrumento indispensável para o registro dos fatos contábeis. Codificação A codificação do Plano de Contas, assim como as contas que o comporão, segue uma estrutura básica determinada de acordo com as exigências das leis comerciais, porém, exceto para segmentos específicos da economia (financeiro, telecomunicações, eletricidade, seguros etc.), a nomenclatura das contas e a forma de codificação são livres. A estrutura básica para codificação do Plano de Contas está relacionada, particularmente, aos prazos e graus de liquidez das operações que serão registradas em cada conta. (Vide “Grupo de Contas”) Contas sintéticas e contas analíticas As contas que compõem o plano são sintéticas ou analíticas. As contas sintéticas sintetizam e totalizam as contas analíticas correspondentes. Universidade Anhembi MorumbiContas do Balanço Patrimonial e Ciclo Operacional3 Exemplo: Importância do Plano de Contas Um Plano de Contas bem elaborado, que contemple um número de contas adequado às necessidades dos usuários e das características do segmento econômico ao qual a organização pertence, com nomenclaturas que representem com fidelidade os respectivos conteúdos, é de fundamental importância para o correto registro dos fatos contábeis. A uniformidade dos registros contábeis, assim como o grau de abertura e detalhamento desses registros, de forma a atender com prontidão à necessidade de informações para os gestores depende, fundamentalmente, de um Plano de Contas adequadamente parametrizado. Considerando que as contas serão utilizadas por todos os departamentos da organização, figurarão nos livros contábeis e serão base para consulta por qualquer usuário interno ou externo que a elas possam ter acesso, pode-se inferir sobre a magnitude da importância do Plano de Contas. Funcionamento das contas Na sua elaboração, o Plano de Contas deverá contemplar, além do elenco de contas Universidade Anhembi MorumbiContas do Balanço Patrimonial e Ciclo Operacional4 que o compõe, um relatório detalhando o funcionamento de cada uma das contas, quando e porque são creditadas ou debitadas. Grupos de contas do Balanço Patrimonial A apresentação das contas do Balanço Patrimonial precisa ser facilmente entendida para possibilitar a sua análise por qualquer dos seus usuários. Assim, a aglutinação das contas em grupos com características específicas tem por objetivo esse entendimento, razão pela qual, guarda características básicas vinculadas a prazos de recebimento / vencimento, observando, para esse fim, no caso de Ativos, o conceito de “ciclo operacional”. Grupos de contas no processo de análise do Balanço Patrimonial As características dos grupos de contas permitem aos usuários das informações contábeis, particularmente os gestores, realizarem análises importantes para a tomada de decisões. Observe os grupos de contas assinalados no Balanço Patrimonial da Luz Azul Comércio de Materiais Elétricos Ltda.: Saiba Mais Para conhecer alguns modelos de Plano de Contas, acesse: http://www.portaltributario.com.br/ modelos/modelo_plano_contas_ entidade.htm Universidade Anhembi MorumbiContas do Balanço Patrimonial e Ciclo Operacional5 Os grandes grupos de contas que aparecem no Balanço Patrimonial são: • Circulante (Ativo e Passivo) • Não Circulante (Ativo e Passivo) • Patrimônio Líquido. Circulante: este grupo congrega as operações a receber (Ativo) ou a pagar (Passivo) num prazo curto. Não Circulante: este grupo congrega as operações a receber (Ativo) ou a pagar (Passivo) num prazo mais longo. No caso do Ativo, este grupo pode congregar bens e direitos não destinados à venda e que, portanto, têm caráter permanente, pois a organização pretende ficar com eles até que se tornem obsoletos ou totalmente desgastados. Patrimônio Líquido: este grupo congrega os investimentos dos proprietários, não exigíveis enquanto a organização estiver em funcionamento (em continuidade). Analisando o Balanço Patrimonial da Luz Azul, observa-se, por exemplo, que ela tem valores “disponíveis” no curto prazo (Ativo Circulante) e nada tem a pagar nesse mesmo prazo (Passivo Circulante), o que permite a tomada de diversas decisões decorrentes da sua capacidade de pagamento das obrigações de curto prazo, também denominada de “liquidez”. Universidade Anhembi MorumbiContas do Balanço Patrimonial e Ciclo Operacional6 O quadro a seguir resume as características básicas desses grupos de contas: Ciclo operacional Denomina-se como “ciclo operacional” o período de tempo que a organização leva para realizar a sua principal operação, de forma completa, isto é: elaboração, disponibilização ou comercialização e recebimento. O ciclo operacional de uma indústria, por exemplo, compreenderá o tempo que ela leva para produzir seus produtos, vende-los e receber as respectivas duplicatas, caso a venda tenha sido efetuada a prazo. Exemplo do ciclo operacional de uma indústria: Universidade Anhembi MorumbiContas do Balanço Patrimonial e Ciclo Operacional7 O ciclo operacional de uma organização será maior ou menor, de acordo com as características das suas operações. Uma empresa que compra e revende mercadorias à vista, por exemplo, terá um ciclo operacional mais rápido do que aquela que compra e revende mercadoriasfinanciadas ou, ainda, fabrique ou preste serviços com características de prazo maior para realização e recebimento. O ciclo operacional é considerado como de curto prazo quando o seu início e encerramento ocorre em até doze meses (Circulante). Quando maior que doze meses, assume-se o prazo da sua realização como sinônimo de curto prazo, embora o ciclo demore mais que doze meses para se completar. Há casos em que o ciclo operacional pode levar quatro anos ou mais para a sua conclusão. Universidade Anhembi MorumbiContas do Balanço Patrimonial e Ciclo Operacional8 Circulante e Não Circulante A classificação em Circulante e Não Circulante está diretamente relacionada ao prazo das operações ou do ciclo operacional da organização: • Circulante: até doze meses ou prazo do ciclo operacional, o que for maior; • Não Circulante: maior que doze meses. A denominação Circulante é dada em função de que esse grupo engloba operações que representam o “giro” das empresas, ou seja, operações relativamente rápidas envolvendo entradas e saídas de caixa. Grupos de contas do Ativo As contas são agrupadas no Ativo em ordem DECRESCENTE de liquidez, ou seja, de acordo com o prazo que as operações nelas registradas poderão ser transformadas em dinheiro, partindo-se do menor para o maior prazo. Universidade Anhembi MorumbiContas do Balanço Patrimonial e Ciclo Operacional9 Ativo Circulante Os principais subgrupos do Circulante no Ativo são: • Disponível ou Disponibilidades; • Aplicações financeiras; • Contas a receber; • Investimentos temporários; • Estoques; • Outros. Ativo não Circulante Os principais subgrupos do Não Circulante no Ativo são: • Realizável a longo prazo; • Investimentos; • Intangível; • Imobilizado. Contas redutoras do Ativo Algumas contas do Ativo têm a função de “deduzir” dos saldos de outras contas do mesmo grupo, valores que se destinam a ajustar esses saldos de forma a que, obedecendo ao Princípio da Prudência, os respectivos ativos sejam demonstrados pelo seu menor valor. Tais contas são chamadas de “redutoras” ou “retificadoras”. As principais contas redutoras do Ativo são: Provisão Para Devedores Duvidosos: destina-se a ajustar o saldo do grupo de contas a receber (Duplicatas a Receber, Clientes, Contas a Receber, Outros Créditos, etc.) pelo valor do possível não recebimento, estimado pelos gestores, com base no comportamento da inadimplência dos devedores. Universidade Anhembi MorumbiContas do Balanço Patrimonial e Ciclo Operacional10 Exemplo: Depreciação Acumulada / Exaustão Acumulada e Amortização Acumulada: corresponde, respectivamente, ao valor estimado de desgaste natural dos bens do Ativo Imobilizado (móveis, imóveis, equipamentos, etc.), da perda pela exploração de bens ou direitos sujeitos à exaustão (jazidas e outros ativos representativos de recursos naturais), e a redução do valor contábil dos ativos intangíveis. Exemplo: Universidade Anhembi MorumbiContas do Balanço Patrimonial e Ciclo Operacional11 Grupos de contas do Passivo As contas são agrupadas no Passivo, também, em ordem decrescente de liquidação, ou seja, de acordo com o prazo que as operações nelas registradas deverão ser pagas, partindo-se do menor para o maior prazo. Universidade Anhembi MorumbiContas do Balanço Patrimonial e Ciclo Operacional12 Passivo Circulante O grau de exigibilidade das obrigações não é tão facilmente classificável quanto o grau de liquidez das operações registradas no Ativo, visto que os vencimentos das obrigações de curto prazo, normalmente são muito próximos. Utiliza-se o bom senso, considerando-se os prazos, normalmente, praticados para as operações registradas em cada subgrupo. Os principais subgrupos do Passivo Circulante são: • Fornecedores; • Contas a pagar; • Impostos e contribuições a recolher; • Provisões para pagamentos a efetuar. Passivo não Circulante Os principais subgrupos do Passivo não Circulante são: • Financiamentos; • Títulos a pagar. Patrimônio Líquido Os principais subgrupos do Patrimônio Líquido são: • Capital; • Reservas de lucros; • Lucros ou prejuízos acumulados. Contas redutoras do Passivo Da mesma forma como acontece no Ativo, no Passivo e no Patrimônio Líquido algumas contas têm a função de “deduzir” dos saldos de outras contas do mesmo grupo, valores que se destinam a ajustar esses saldos de forma a que, obedecendo ao Princípio da Prudência Universidade Anhembi MorumbiContas do Balanço Patrimonial e Ciclo Operacional13 os respectivos passivos sejam demonstrados pelo seu maior valor. Tais contas são chamadas de “redutoras” ou “retificadoras”. As principais contas redutoras do Passivo são: Despesas a apropriar de empréstimos: corresponde ao valor dos encargos financeiros incluídos nos saldos de empréstimos ou financiamentos e cuja apropriação ao resultado como Despesa Financeira deve obedecer à respectiva competência. Exemplo: Capital a realizar: corresponde ao valor de capital social ainda não integralizado pelos sócios. Exemplo: Universidade Anhembi MorumbiContas do Balanço Patrimonial e Ciclo Operacional14 Considerações finais Na Unidade 3 foram abordados pontos importantes para o entendimento do processo de escrituração contábil que será estudado na Unidade 4, como também, conceitos básicos que irão subsidiar a análise do Balanço Patrimonial para fins de tomada de decisões a ser estudada na Unidade 7. Universidade Anhembi MorumbiContas do Balanço Patrimonial e Ciclo Operacional15 Bibliografia IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Curso de contabilidade para não contadores. 6 ed. São Paulo, Atlas, 2009. MARION, José Carlos. Contabilidade Básica. 7 ed. São Paulo, Atlas, 2004. PADOVEZE, Clóvis. Manual de contabilidade básica. 5 ed. São Paulo, Atlas, 2007. Contabilidade Prof. Ms. Geni Francisca dos Santos Vanzo Ciclos e Registros Contábeis Universidade Anhembi MorumbiCiclos e Registros Contábeis2 Ciclos e Registros Contábeis Ciclo e sistema contábil O ciclo contábil, que se inicia com a elaboração do Plano de Contas e termina com a elaboração dos relatórios contábeis, não se realiza sem a existência de um sistema contábil. O sistema contábil, por sua vez existe para viabilizar a execução do ciclo contábil. Sistema contábil Definição Marion (2004, p. 194) define o sistema contábil como sendo “o conjunto de atividades contábeis que engloba a compreensão da atividade empresarial (necessária para elaborar um plano de contas adequado), a análise e a interpretação de cada fato contábil isoladamente, a contabilização e a elaboração das Demonstrações Financeiras (...)”. Pode-se estender tal definição, como também faz o autor citado, para a produção dos demais relatórios contábeis, mesmo que de cunho gerencial, visto que o atendimento do objetivo da Contabilidade só se concretiza no momento em que tais informações são fornecidas de forma inteligível a todos os seus usuários. Constituição A constituição de um sistema contábil envolve diferentes tipos de recursos: humanos, tecnológicos, financeiros, etc., mas, a determinação da medida e do tipo de recursos necessários somente deve ocorrer depois de avaliadas todas as necessidades dos diferentes usuários das informações que serão geradas por esse sistema. Dentre essas necessidades, devem ser ainda consideradas outras variáveis, como prazos, periodicidade das informações e, sobretudo, o custo benefício envolvido. Neste ponto, vale a pena relembrar quais seriam os usuários das informações contábeis: Universidade Anhembi MorumbiCiclos e Registros Contábeis3 gestores, governos, fornecedores, credores, bancos, funcionários, sócios, acionistas, etc. Um sistema contábil pode ser manual, mecanizadoou eletrônico. Sistema Manual: utiliza recursos unicamente manuais para escrituração e controle, como: fichas, caneta, lápis, livros, etc. Sistema Mecanizado: utiliza uma máquina específica para lançamentos contábeis. Embora se assemelhe a uma máquina de escrever, a máquina de contabilidade possui outros recursos que possibilitam a elaboração simultânea do Livro Diário e da ficha Razão, exigidos pela legislação comercial. Sistema Eletrônico: utiliza recursos informatizados para o processamento de dados contábeis, podendo fazer parte de um sistema integrado de informações, otimizando o uso das informações contábeis para fins gerenciais. Ciclo contábil O ciclo contábil, conforme já comentado pressupõe a existência de um sistema contábil e o seu início ocorre com a elaboração de um plano de contas. O processo que compõe esse ciclo passa pelas seguintes etapas: • Elaboração do Plano de Contas; • Escrituração; • Elaboração Demonstrações Contábeis e demais relatórios não obrigatórios; • Análise e interpretação das Demonstrações Contábeis. Universidade Anhembi MorumbiCiclos e Registros Contábeis4 A elaboração do Plano de Contas já foi estudada na Unidade 2. Nesta Unidade será estudada a técnica de escrituração e os procedimentos necessários para o levantamento das Demonstrações Contábeis. Livros e Escrituração Contábil Livros contábeis Qualquer que seja o sistema contábil adotado (manual, mecânico ou eletrônico), a escrituração contábil deve ser feita em livros contábeis. Tais livros são obrigatórios, qualquer que seja o tipo ou porte da entidade. São eles: • Livro Diário • Livro Razão Universidade Anhembi MorumbiCiclos e Registros Contábeis5 Quando utilizados sistemas mecânicos ou eletrônicos as folhas do livro são substituídas por fichas ou relatórios que observam as características estipuladas para a escrituração manual, devidamente numeradas de forma mecânica ou tipográfica. Livro Diário O Livro Diário é utilizado para registro de todos os fatos contábeis, em ordem rigorosamente cronológica (dia, mês e ano). Registra, portanto, OFICIALMENTE, todas as transações de uma entidade. O Livro Diário deve ser encadernado e autenticado por órgão competente do Registro do Comércio, dentro do prazo e obedecendo às condições estipuladas pela legislação comercial e respectiva norma contábil. Livro Razão O Livro Razão corresponde ao agrupamento dos fatos contábeis em contas de mesma natureza, o que implica em afirmar que para cada uma das contas do Plano de Contas da entidade deverá ser criado um “Razão”. O Livro Razão precisa ser encadernado, sendo obrigatória a existência de um termo de abertura e de encerramento, devidamente assinado pelo contador responsável. Entretanto, não é exigida a sua autenticação junto ao órgão de Registro do Comércio. Quando um conta contábil envolve a existência de subcontas, o Razão assume duas diferentes formas: o Razão Sintético e o Razão Analítico. Por exemplo: Saiba Mais Quer saber mais sobre Livro Diário, consulte: http://www.portaldecontabilidade.com. br/obrigacoes/livrodiario.htm Universidade Anhembi MorumbiCiclos e Registros Contábeis6 A conta Bancos Conta Movimento engloba (é totalizadora) dos saldos das contas: Banco do Brasil, Banco Santander e Banco Itaú. Neste caso, haverá um Razão Sintético para a conta Bancos conta Movimento e um Razão Analítico para cada uma das respectivas subcontas. Universidade Anhembi MorumbiCiclos e Registros Contábeis7 Razonete Derivado do Livro Razão, o razonete é uma representação gráfica em forma de T muito utilizado pelos contadores e estudantes de contabilidade. É uma forma simplificada e didática do Razão que facilita o desenvolvimento do raciocínio contábil. Escrituração contábil A escrituração contábil, também conhecida como escrituração comercial ou mercantil compreende os registros contábeis realizados no Livro Diário. Todas as entidades estão obrigadas a manter a escrituração contábil, independentemente de esta ser exigida ou não pela legislação fiscal. Balanços sucessivos A metodologia de Balanços Sucessivos, originada na escola americana de Contabilidade, tem por objetivo promover a compreensão da técnica de escrituração contábil partindo de uma visão de conjunto dos relatórios contábeis, particularmente, do Balanço Patrimonial. Universidade Anhembi MorumbiCiclos e Registros Contábeis8 Entendendo o efeito das mutações do patrimônio já na sua configuração final no Balanço Patrimonial, fica mais simples visualizar o processo de acréscimo ou diminuição de Ativos e Passivos. Para aplicação dessa metodologia, vamos utilizar os seguintes fatos contábeis, isto é, as seguintes mutações ocorridas no patrimônio da empresa Luz Azul Comércio de Materiais Elétricos Ltda. Universidade Anhembi MorumbiCiclos e Registros Contábeis9 Balanços Sussessivos Analise o Balanço Patrimonial após cada uma das operações e constate quais foram as mutações ocorridas no patrimônio da Luz Azul Comércio de Materiais Elétricos Ltda. Operação 01: Operação 02: Operação 03: Operação 04: Universidade Anhembi MorumbiCiclos e Registros Contábeis10 Operação 05: Conclusões: • Quando existe um acréscimo de bens (veículos, móveis e estoque), ocorre um aumento no Ativo e, portanto, da riqueza da empresa. O mesmo ocorre quando existe o acréscimo de um direito (depósito bancário, crédito do financiamento). • Por outro lado, quando ocorre uma diminuição no valor de um bem ou direito (conta corrente, pela emissão de cheques), há uma diminuição do valor do Ativo. • Qualquer movimentação nos valores de bens os direitos causa mutações no Ativo (lado esquerdo do BP). • Quando se contrai uma obrigação, em decorrência de pagamentos a prazo (mercadorias, móveis e financiamento), há um crescimento do Passivo (lado direito do BP). • Todas as operações SEMPRE causaram mais de um efeito no Balanço Patrimonial, envolvendo, no mínimo duas contas. • Os totais de Ativo e de Passivo SEMPRE permanecem em equilíbrio, ou seja, o valor total do Ativo é sempre igual ao valor total do Passivo, em qualquer situação. Diante dessas conclusões já é possível tentar entender como se processa a técnica contábil mais difundida – o método das partidas dobradas. Universidade Anhembi MorumbiCiclos e Registros Contábeis11 Partidas dobradas A escrituração contábil é realizada utilizando-se o método das “partidas dobradas”. Método tradicional surgido no século XV, na Itália, tendo como precursor o Frei Luca Pacioli. O método das partidas dobradas consiste no fato de que, qualquer que seja a operação, SEMPRE haverá um débito e um crédito correspondente. O que significa afirmar que o saldo remanescente entre tais lançamentos deverá ser sempre zero. Exemplificando: Suponha que a empresa Luz Azul Comércio de Materiais Elétricos tenha realizado a compra de um computador para ser utilizado em sua loja pelo valor de $2.500,00. A compra foi feita à vista, mediante pagamento em cheque. Escrituração da operação utilizando-se razonetes: Lançamentos: Saiba Mais Se quiser conhecer a biografia do Frei Luca Pacioli consulte o site abaixo e baixe o livro “Luca Pacioli – um mestre do renascimento” http://www.cfc.org.br/uparq/Livro_ lucapacioli.pdf Analisando o fato contábil: Computador = bem de caráter permanente, pois a empresa tem a intenção de utilizá-lo em sua loja. Compra à vista = a Luz Azul efetuou o pagamento à vista e em cheque o que pressupõe um movimento em sua conta corrente, isto é, na sua conta Bancos Conta Movimento. Universidade Anhembi MorumbiCiclos e Registros Contábeis12 Balancete Patrimonial O Balancete Patrimonial, também chamado de Balancete de Verificaçãoconsiste em um relatório contábil, semelhante ao Balanço Patrimonial, porém, com todas as contas, sintéticas e analíticas, que sofreram movimentação dentro de um determinado período, inclusive as contas de resultado (Receitas e Despesas) que não aparecem no Balanço Patrimonial. O que diferencia o Balancete do Balanço Patrimonial, além do detalhamento das contas, é o fato de que no Balancete, observa-se os totais de débitos e créditos sofridos por uma conta dentro de um determinado período, assim como os seus saldos anterior e atual. Trata-se de um relatório que, como o próprio nome sugere, possibilita a verificação da exatidão dos lançamentos contábeis, isto é, da utilização do método das partidas dobradas, elaborado com base no Livro Razão. O Balancete de Verificação, na prática, é um pré-balanço. Serve de base para conferência e possíveis ajustes, antes do encerramento das contas de resultado e elaboração do Balanço Patrimonial. O Balancete Patrimonial pode servir, ainda, para divulgação da posição patrimonial da entidade, antes do fechamento do Balanço respectivo. Neste caso, deve conter nome, assinatura e número de registro do contador responsável pela sua elaboração. Considerações finais Nesta Unidade estudou-se a evolução do ciclo contábil com o objetivo de apreensão dos fundamentos da técnica contábil de escrituração, ponto de partida para a geração das informações, por meio dos relatórios e demonstrativos contábeis. A fixação dos conceitos estudados nesta Unidade exige a prática das técnicas abordadas, em particular, do método das partidas dobradas. Universidade Anhembi MorumbiCiclos e Registros Contábeis13 Bibliografia IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Curso de contabilidade para não contadores. 6 ed. São Paulo, Atlas, 2009. MARION, José Carlos. Contabilidade Básica. 7 ed. São Paulo, Atlas, 2004. PADOVEZE, Clóvis. Manual de contabilidade básica. 5 ed. São Paulo, Atlas, 2007. Contabilidade Prof. Ms. Geni Francisca dos Santos Vanzo Ciclos e Registros Contábeis Universidade Anhembi MorumbiCiclos e Registros Contábeis2 Ciclos e Registros Contábeis Objetivos da Unidade • Promover o conhecimento dos conceitos de “receita” e “despesa”; • Estudar os “regimes” que determinam o critério de apropriação das receitas e despesas; • Apresentar a estrutura dedutiva da Demonstração do Resultado; • Possibilitar o entendimento das nomenclaturas padrão utilizadas na Demonstração do Resultado; • Demonstrar como ocorre a apuração e a apropriação do resultado do exercício ao Balanço Patrimonial; • Verificar os efeitos do reinvestimento dos lucros nas empresas. Conceitos e Definições O resultado obtido por uma organização vai determinar a sua própria continuidade, pois qualquer organização só sobrevive mediante a obtenção de resultados positivos. Não significa dizer que a ocorrência eventual de resultados negativos, isoladamente, possa significar a descontinuidade de uma organização. Entretanto, neste caso, se faz ainda mais necessária a análise das respectivas causas para que estas possam ser corrigidas a tempo de não comprometer o seu futuro. O resultado das organizações, isto é, o valor que “sobra” após o cômputo de todas as receitas e despesas obtidas dentro de um determinado período de tempo, pode ser analisado por meio do exame atento da Demonstração do Resultado. Tal demonstrativo contábil é denominado Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, tendo em vista a obrigatoriedade de o seu levantamento ser anual, podendo, no entanto, ser elaborado a qualquer tempo, de acordo com as necessidades de informações dos respectivos usuários. Universidade Anhembi MorumbiCiclos e Registros Contábeis3 Antes de estudar a Demonstração do Resultado do Exercício, se faz necessário entender com propriedade o significado dos dois itens que a compõem – Receita e Despesa. Receita É chamado de “Receita” o valor obtido, pela entidade, na venda de bens, direitos, ou serviços. Sua obtenção, seja sob a forma de dinheiro ou de direitos a receber, geralmente, corresponderá a um aumento do ativo / riqueza. Exemplo: Receita de Venda de Mercadorias; Receita de Prestação de Serviços. A receita pode, também, derivar de juros recebidos e de outros ganhos eventuais como, por exemplo, receitas de aplicações financeiras ou receitas de juros cobrados nos recebimentos em atraso. Receita operacional e ganhos A receita resultante das operações da entidade, isto é, derivadas da realização das atividades para as quais esta foi criada, é denominada “Receita Operacional”. As demais receitas, não decorrentes da atividade da organização, serão chamadas de “ganhos”, visto que, além de serem eventuais, não têm caráter operacional. Exemplo: ganho na venda de ativo imobilizado. Despesas A “Despesa” representa a utilização ou o consumo de recursos (bens e serviços) no processo de geração de receitas. Na realidade, toda receita para ser gerada “consome” recursos. Por exemplo: a receita da venda de mercadorias exigiu o consumo de mão-de- obra, energia etc. A ocorrência de uma despesa é representada, no Balanço Patrimonial, pela diminuição de um Ativo ou pelo aumento de um Passivo. Por exemplo: o pagamento de uma despesa, à vista, vai gerar uma diminuição do Caixa; já o pagamento de uma despesa a prazo vai gerar uma obrigação, isto é, um Passivo. Universidade Anhembi MorumbiCiclos e Registros Contábeis4 Despesa operacional e perdas Uma despesa é considerada “operacional” quando decorre da realização das atividades para as quais a entidade foi criada. As demais despesas, não decorrentes da atividade da organização, serão chamadas de “perdas”, visto que são eventuais e não têm caráter operacional. Exemplo: perda na venda de ativo imobilizado. Regime de Conhecimento de Receitas e Despesas Regime de competência O regime de competência segue o Princípio da Competência, estudado na Unidade 1, e compreende as seguintes premissas básicas para reconhecimento de receitas e despesas: Receitas São reconhecidas no período em são GERADAS, independentemente de recebimento. Exemplo: Receita de Vendas de Mercadorias Despesas São reconhecidas no período em que forem CONSUMIDAS / INCORRIDAS / UTILIZADAS, independentemente de pagamento. Exemplo: Despesas Administrativas Universidade Anhembi MorumbiCiclos e Registros Contábeis5 Regime de caixa O regime de caixa consiste no cômputo das receitas, no resultado, somente quando efetivamente recebidas, e das despesas efetivamente pagas, representando, respectivamente, entradas e saídas de caixa. A utilização do regime de caixa tem caráter eminentemente gerencial (gestão do fluxo de caixa), podendo ser utilizado para fins fiscais, quando expressamente permitido pela legislação correspondente. Demonstração do Resultado do Exercício - DRE Forma dedutiva A Demonstração do Resultado do Exercício – DRE é um relatório contábil de caráter obrigatório que resume, de forma ordenada, as receitas e despesas da organização, dentro de um determinado período. A DRE é apresentada, no que se refere ao seu sentido “vertical” de forma dedutiva, isto é, subtraem-se as despesas das receitas correspondentes e obtém-se um resultado. Universidade Anhembi MorumbiCiclos e Registros Contábeis6 Modelo completo A DRE , assim como os demais demonstrativos contábeis, deverá conter, resumidamente, obedecendo-se a forma dedutiva, as contas necessárias a oferecer o nível de informação adequado a cada usuário. Portanto, cada segmento econômico (indústria, comércio, financeiro, etc.) poderá demonstrar seus resultados em modelos distintos de DRE. Entretanto, existe um modelo padrão a ser seguido, partindo da principal receita da entidade até o seu resultado líquidofinal. Universidade Anhembi MorumbiCiclos e Registros Contábeis7 Diferença entre a Receita Líquida e os Custos do Período Universidade Anhembi MorumbiCiclos e Registros Contábeis8 Universidade Anhembi MorumbiCiclos e Registros Contábeis9 Observação: As empresas sociedades anônimas devem divulgar, logo após a linha do Lucro Líquido, o valor do Lucro Líquido por Ação, que corresponde ao valor do Lucro Líquido dividido pelo número de ações da companhia. Exemplo de DRE: Universidade Anhembi MorumbiCiclos e Registros Contábeis10 Observação: A coluna relativa ao exercício de 20X1 foi preservada no exemplo, apenas a título de ilustração, visando enfatizar a necessidade de comparabilidade com o exercício imediatamente anterior, quando existir. Apuração e apropriação do resultado do exercício no Balanço Patrimonial Apuração do Resultado O resultado é apurado com base nos saldos das contas de Receitas e Despesas constantes do Balancete de Verificação das organizações. Quando o resultado assim apurado é positivo, isto é, as receitas foram maiores que as despesas do período e, em se tratando de uma empresa (organização com fins lucrativos), obteve-se Lucro. O Lucro apurado pela empresa pertence aos proprietários (sócios ou acionistas). Observando-se a ocorrência de saldo negativo, isto é, Prejuízo, os proprietários também deverão assumi-lo. Distribuição de lucros O lucro distribuído aos proprietários é denominado “Dividendo”. O valor do dividendo é calculado segundo o que dispuser o estatuto da companhia ou, na falta de menção explícita no referido estatuto, de acordo com as disposições da Lei das S.A. ou, ainda, conforme as disposições do contrato social, no caso dos demais tipos de sociedades. Consiste em boa prática administrativa que os proprietários reinvistam uma parte do lucro obtido na organização e, neste caso, o lucro não distribuído fica “reservado” para atender a futuras contingências ou para futuro aumento de capital, permanecendo no “giro” da empresa, isto é, aplicado no Ativo e gerando resultados futuros. Universidade Anhembi MorumbiCiclos e Registros Contábeis11 Apropriação dos resultados ao Balanço Patrimonial Apropriação e distribuição dos resultados Como foi estudado anteriormente, o Balanço Patrimonial, diferentemente do Balancete, não contém as contas de resultado (Receitas e Despesas) que são demonstradas, em separado, na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE. A transição do Balancete para o Balanço, usualmente chamada de “fechamento de balanço”, envolve alguns procedimentos contábeis específicos, a saber: • Transferência dos saldos das contas de resultado para uma conta transitória denominada Apuração de Resultado; • Transferência do saldo da conta Apuração de Resultado para a conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados, no Patrimônio Líquido; • Distribuição dos Lucros ou Prejuízos Acumulados para os proprietários e/ou constituição de Reservas de Lucros. Universidade Anhembi MorumbiCiclos e Registros Contábeis12 Suponha que a Luz Azul Instalações Elétricas Ltda., no encerramento de 20X2, tenha efetuado a seguinte distribuição do resultado do período: • Constituição de Reserva Legal de 5% sobre o Lucro Líquido do período, no valor de $110,00; • Provisão para pagamento de dividendos aos proprietários no valor de $525,00; • Constituição de Reserva para Contingências no valor de $1.000,00; • Permanência de $ 565,00 em Lucros ou Prejuízos Acumulados até que a Diretoria resolva por distribuir esse valor aos sócios ou aumentar o capital social. Efeitos do reinvestimento do lucro Analisando o Balanço Patrimonial da Luz Azul Instalações Elétricas Ltda., observa-se que: • Houve um crescimento nos Ativos (riqueza) da empresa, exatamente no valor do lucro do exercício - $ 2.200,00. • Esse lucro está no giro da empresa (Ativo Circulante), contribuindo para a sustentação das obrigações de curto prazo (Passivo Circulante), ou seja, para a sua liquidez. • Enquanto não forem pagos os dividendos, no valor de $525,00, ou distribuída a parte do lucro que permaneceu em Lucros ou Prejuízos Acumulados, no valor de $565,00, estes permanecerão no giro da empresa. O acréscimo de recursos aplicados no Ativo Circulante proporciona efeitos altamente positivos decorrentes do fato de que quanto maior for a liquidez da empresa, menos ela terá que captar recursos junto a terceiros (capital de terceiros), cujo custo, normalmente, não é baixo. Por outro lado, o lucro representa origem de recursos com custo ZERO para a empresa, o que significa dizer que o seu reinvestimento é uma das políticas mais saudáveis para a sustentabilidade do negócio. Saiba Mais Conheça um pouco mais sobre os diferentes conceitos de “Lucro” consultando: http://www.ceap.br/artigos/ ART06122007183423.PDF Universidade Anhembi MorumbiCiclos e Registros Contábeis13 Considerações finais Nesta Unidade foi possível estudar a apuração do resultado das organizações e a sua demonstração por meio da DRE – Demonstração do Resultado do Exercício. Foi possível, ainda, conhecer detalhes desse importante demonstrativo contábil, bem como, entender como se processa a incorporação do resultado ao Balanço Patrimonial e os efeitos do reinvestimento dos lucros em Ativos da própria empresa que os originou. Universidade Anhembi MorumbiCiclos e Registros Contábeis14 Bibliografia IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Curso de contabilidade para não contadores. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2009. MARION, José Carlos. Contabilidade Básica. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2004. . Contabilidade Prof. Ms. Geni Francisca dos Santos Vanzo Outras Demonstrações Contábeis Universidade Anhembi MorumbiOutras Demosntrações Contábeis2 Outras Demonstrações Contábeis Objetivos da Unidade • Apresentar outras Demonstrações Contábeis que complementam e esclarecem as informações do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício; • Apresentar o conteúdo e as funcionalidades da Demonstração dos Lucros ou prejuízos Acumulados e da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido; • Apresentar o conteúdo e as funcionalidades da Demonstração dos Fluxos de Caixa e da Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos; • Apresentar a Demonstração do Valor Adicionado. Conjunto de Demonstrações Contábeis Um conjunto completo de Demonstrações Contábeis ou Financeiras, como já estudado anteriormente, envolve as seguintes demonstrações: • Relatório da Diretoria ou Administração; • Balanço Patrimonial (BP); • Demonstração do Resultado do Exercício (DRE); • Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) ou Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL); • Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC); • Demonstração do Valor Adicionado (DVA); • Notas Explicativas às Demonstrações Financeiras (NE); • Parecer de Auditoria. Ressalve-se que o Relatório da Diretoria ou Administração, não é um relatório contábil, muito embora possa contemplar algumas informações extraídas da Contabilidade. Universidade Anhembi MorumbiOutras Demosntrações Contábeis3 O Balanço Patrimonial, por si só, assim como a Demonstração do Resultado do Exercício, muito podem informar sobre o patrimônio e o desempenho das organizações. Todavia, a análise conjunta destes dois demonstrativos com os demais que, oficialmente, compõem o rol de Demonstrações Financeiras exigidas para a publicação das sociedades anônimas de capital aberto é, indubitavelmente, muito mais eficaz e útil aos usuários, qualquer que seja a decisão a ser tomada sobre a organização, pelos usuários das informações contábeis. Vale ressaltar que, embora obrigatórias somente para as empresas sociedades anônimas de capital aberto,algumas dessas demonstrações são indispensáveis para a análise do desempenho e da saúde financeira e patrimonial das organizações de qualquer porte ou segmento econômico. Comparabilidade Todas as Demonstrações Contábeis deverão contemplar, quando houver, a comparabilidade com o exercício imediatamente anterior. Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) e Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) Conforme já estudado, após a apuração do resultado do exercício este é apropriado ao Balanço Patrimonial, por meio da conta Lucros ou Prejuízos Acumulados, que pode permanecer com saldo, mesmo após a distribuição dos lucros quando: • Não se tratar de empresas constituídas sob a forma de sociedades anônimas ou empresas de grande porte, de acordo com as disposições da Lei 11.638/07, e o lucro não for totalmente distribuído ou destinado à constituição de reservas; e Universidade Anhembi MorumbiOutras Demosntrações Contábeis4 • O saldo acumulado for negativo representando a existência de prejuízos acumulados. No caso de haver saldo na conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados, a movimentação desta conta durante o período deve ser evidenciada em demonstração que recebe o mesmo nome da conta. Exemplo: Tomando-se por base o Balanço Patrimonial da Luz Azul Instalações Elétricas Ltda., já elaborado, chega-se à seguinte DLPA: Observa-se que o saldo final do período na DLPA é o mesmo apresentado no Balanço Patrimonial e não poderia ser diferente, uma vez que o objetivo da demonstração é exatamente evidenciar a movimentação da conta no período, razão pela qual se parte do saldo no início do período, demonstra-se a movimentação sofrida pela conta e chega-se ao saldo final que figura no Balanço patrimonial. Universidade Anhembi MorumbiOutras Demosntrações Contábeis5 Constituição de Reservas de Lucros No exemplo anterior foi observada a constituição de somente duas Reservas de Lucros, entretanto, pode ocorrer a constituição de outras reservas, além da Reserva Legal e da Reserva para Contingências, cujos conteúdos serão a seguir caracterizados: Reserva legal A Reserva Legal é assim denominada por ser exigida pela Lei das S.A que determina que seja constituída, anualmente, uma reserva de 5% do lucro líquido do exercício. Esta reserva não excederá a 20% do capital social da organização. O objetivo da Reserva legal é assegurar a integridade do capital social, podendo ser utilizada somente para o seu aumento ou para compensação de prejuízos. Reserva estatutária A Reserva Estatutária, como o próprio nome sugere, é uma reserva constituída mediante as disposições do estatuto da companhia, observadas as determinações da legislação societária pertinente. Reserva para contingência A Reserva para Contingência é constituída mediante a aprovação, em Assembleia, de proposta da administração para sua constituição, tendo como objetivo preservar uma parte do lucro para fazer face à diminuição de lucros futuros em virtude de estimativas de perdas prováveis. A proposta deve contemplar a causa da perda prevista e a respectiva justificativa. Reserva orçamentária Constituída, também, mediante aprovação em Assembleia, a Reserva Orçamentária se destina a cumprir orçamento de capital para futura expansão da empresa. A proposta para retenção de lucros a títulos de reserva orçamentária deverá contemplar, além da respectiva Universidade Anhembi MorumbiOutras Demosntrações Contábeis6 justificativa, todas as fontes de recursos e aplicação de capital pelo prazo admitido pela legislação societária pertinente. Reserva de lucros a realizar A Reserva de Lucros a Realizar diz respeito à parcela do lucro líquido que ainda não foi realizada financeiramente. O objetivo desta reserva é evitar que sejam distribuídos lucros ainda não realizados. Dividendos Normalmente empregado quando se refere à distribuição de lucros de sociedades anônimas, o termo “dividendo” denomina a parcela do lucro a que fazem jus os acionistas, de acordo com o que foi estabelecido em estatuto ou, na falta de previsão neste, de acordo com a legislação societária (dividendo mínimo obrigatório). Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) Mais completa que a DLPA, a DMPL a inclui e substitui para todos os efeitos, isto é, a organização que optar por elaborar a DMPL não precisa elaborar a DLPA. A DMPL é obrigatória para as sociedades anônimas de capital aberto, de acordo com as determinações da Comissão de Valores Mobiliários – CVM, órgão que regulamenta as disposições legais para as empresas constituídas sob a forma de sociedades anônimas. A DMPL abrange todas as contas que compõe o Patrimônio Líquido da organização, evidenciando todas as movimentações ocorridas em cada uma delas, durante o período. Pela sua completude, a DMPL fornece um maior número de informações para a análise dos seus usuários. Universidade Anhembi MorumbiOutras Demosntrações Contábeis7 Exemplo: Observação: As contas em que não ocorreram movimentações foram mantidas para efeito de ilustração, entretanto, somente deverão figurar na DMPL as contas que tiveram movimentação no período, observando-se a necessidade de comparabilidade com o exercício imediatamente anterior, quando for o caso. Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) A DFC evidencia toda a movimentação financeira (fluxo = entradas e saídas de caixa) do caixa das organizações, discriminadas em três grupos distintos: • Fluxo das operações: correspondente às entradas e saídas de caixa decorrentes das atividades normais da organização (vendas, compras, despesas etc.); • Fluxo dos financiamentos: corresponde às entradas e saídas de caixa decorrentes dos financiamentos de recursos obtidos - próprios e de terceiros (empréstimos, financiamentos, aumentos de capital em dinheiro etc.); • Fluxo de investimentos: corresponde às entradas e saídas de caixa decorrentes dos investimentos efetuados pela organização (imobilizados, intangíveis, investimentos, ações Universidade Anhembi MorumbiOutras Demosntrações Contábeis8 etc.) Embora sua denominação explicite a palavra “Caixa”, esta engloba toda a disponibilidade financeira imediata da organização, isto é, abrange o caixa propriamente dito e os demais valores disponíveis*. A DFC é obrigatória para as sociedades anônimas de capital aberto, em substituição à Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos – DOAR, entretanto, nenhum tipo de entidade deveria prescindir dos benefícios que esta demonstração traz para fins decisoriais. Elaboraçao da DFC A DFC pode ser elaborada utilizando-se dois modelos distintos, de acordo com o desejo e a necessidade da organização: Direto e Indireto. • Direto: evidencia de forma simplificada os montantes de entrada e saída de recursos do caixa; • Indireto: evidencia quais foram as alterações no giro (Ativo Circulante e Passivo Circulante) da organização e que provocaram aumento ou diminuição no caixa, sem destacar diretamente as entradas e saídas de dinheiro. Exemplo: Abaixo, as Demonstrações dos Fluxos de Caixa da Cia. ABC, correspondentes a um mesmo período (20X1), elaboradas pelos métodos Direto e Indireto. Veja o desenvolvimento dos cálculos no Material Complementar a esta Unidade. * Caixa e Equivalentes de Caixa: O conceito de Caixa engloba todas as disponibilidades da organização registradas nas contas Caixa, Bancos conta Movimento e Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata. Equivalentes de caixa são todos os investimentos realizados pela organização e que sejam resgatáveis em até três meses, representando altíssima liquidez. Universidade Anhembi MorumbiOutras Demosntrações
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