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1 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO – PR - EG CURSO DE ENFERMAGEM SEMINÁRIO – SISTEMA DIGESTÓRIO DISCENTES: Arkylson da Silva Mendonça Cinara Guimarães Ferreira Darllyane Ferreira Santos Eliza Rhaquel Rodrigues Santos Fábio Barbosa de Sousa Hellen Flávia de Carvalho Gomes Jessica Guimarães Alves Martins Keyze Mirelly Carneiro da Silva Ferreira Luana Raissa de Lima Silva Railyne Leonardo Cruz Stefany Nóbrega de Moraes Suzana Carvalho de Sousa Pedrosa Yasmin Germana Alves Ferreira João Pessoa – PB 2016 2 SEMINÁRIO – SISTEMA DIGESTÓRIO Trabalho apresentado aos professores Catarina Maria F. G. A. Maia e Rodrigo Márcio Pessoa Marques, para obtenção da 3ª nota do componente curricular de anatomia humana do curso de enfermagem. João Pessoa – PB 2016 3 Dedicamos nosso trabalho e esforço à Deus, de quem recebemos todas as coisas e a nossa família, que nos incentivam e nos apoiam nesta carreira acadêmica. 4 Agradecemos aos nossos professores pela dedicação e esforço em nos ensinar e orientar em nossas dúvidas, pelas palavras de apoio e incentivo que renova nossas forças e esperanças. Também aos nossos pais, maridos, filhos, filhas e todos que, de alguma forma, contribuíram para a realização deste trabalho. 5 Porque melhor é a sabedoria do que joias, e de tudo o que se deseja nada se pode comparar a ela. (Provérbios 8:11) 6 INTRODUÇÃO O tubo digestório e os órgãos anexos constituem o sistema digestório. O tubo digestório mede aproximadamente de 10 a 12 metros de comprimento, é oco e se estende da cavidade oral ao ânus, sendo também chamado de canal alimentar. As estruturas do tubo digestório incluem: boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado (Duodeno; Jejuno e Íleo), intestino grosso (Ceco; Colo ascendente; Colo transverso; Colo descendente; Colo sigmoide) e o reto. Associadas ao tubo digestório estão as glândulas anexas e subdividem-se em glândulas salivares (Parótida; Submandibular; Sublingual), fígado, vesícula biliar e pâncreas. Os órgãos acessórios, nunca entram em contato direto com o alimento, eles produzem ou armazenam secreções que passam para o canal alimentar e auxiliam na decomposição química dos alimentos. A digestão é o conjunto das transformações químicas e físicas que os alimentos orgânicos sofrem ao longo de um sistema digestório, que tem a função de manter o suprimento de água, sais minerais e nutrientes do organismo, num fluxo contínuo. FUNÇÕES E AÇÕES DO CANAL ALIMENTAR Ingestão: Introdução de alimentos e líquidos na boca; Secreção: Liberação de água, ácidos, tampões e enzimas no lume (Espaço interior) do trato gastrointestinal; Mistura e Propulsão: A contração e o relaxamento alternados do músculo liso nas paredes do trato gastrointestinal misturam o alimento e as secreções, empurrando-os em direção ao ânus; Digestão: Processos químicos e mecânicos decompõem o alimento ingerido em partículas menores. Na digestão mecânica, os dentes cortam e trituram o alimento antes de ser deglutido. Na digestão química, grandes moléculas de carboidrato, lipídio, proteína e ácido nucleico, presentes no alimento, são fragmentadas em moléculas menores, por hidrólise; Absorção: Passagem de produtos digeridos do trato gastrointestinal para o sangue e linfa; Defecação: Os materiais digeridos que não foram absorvidos no processo pelo trato digestório deixam o corpo através do ânus e o material eliminado é chamado de fezes. 7 BOCA A digestão começa na cavidade oral, onde os alimentos são misturados à saliva, triturados e fragmentados pela ação da mastigação. Uma vez formado o bolo alimentar, este será então deglutido. As delimitações da boca são: Anterior = Lábios Lateral = Bochechas Inferior = Assoalho Da Boca Superior = Palato Duro Posterior = Istmo Das Fauces Divide-se em: Vestíbulo Cavidade oral propriamente dita VESTÍBULO Limitado anteriormente pelos lábios, lateralmente pelas bochechas e posteriormente pelos dentes e gengivas. A rima da boca é a abertura para o sistema digestório e para a cavidade oral. Com os dentes em posição de oclusão existe, posteriormente aos últimos dentes, uma comunicação com a cavidade própria da boca, o espaço retromolar. No vestíbulo e na cavidade própria da boca desembocam os ductos excretores das numerosas glândulas salivares menores e dos três pares de glândulas salivares maiores. Podemos ver: Bochechas – Duas estruturas associadas às Glândulas Parótidas: Papila Parotídea; Ducto Parotídeo. Lábios – Duas pregas da mucosa: Frênulo do Lábio Superior; Frênulo do Lábio Inferior. CAVIDADE ORAL O interior da cavidade oral é preenchido, em sua maior parte, pelo corpo da língua. Esta cavidade limita-se antero-lateralmente pelos dentes, superiormente pelo palato duro, 8 inferiormente pelo assoalho da boca e posteriormente pelo palato mole, que é fibromuscular. Palato Duro: É uma parede ou septo que separa a cavidade oral da cavidade nasal, formando o teto da boca. Essa estrutura importante torna possível mastigar e respirar ao mesmo tempo. O palato duro (A parte anterior do teto da boca), é formado pelas maxilas e palatinos e recoberto por uma túnica mucosa, formando uma parte óssea entre as cavidades oral e nasal. Atua com a língua na espremedura de alimentos como ponto de apoio. Para tanto, de ambos os lados da linha média encontram-se as pregas palatinas transversas, que atuam na trituração e retenção dos alimentos. Palato Mole: Forma a parte posterior do teto da boca, é uma partição muscular, em forma de arco, entre as partes oral e nasal da faringe, revestida por túnica mucosa, é flexível e móvel. Úvula: Durante a deglutição, o palato mole e a úvula são puxados para cima, fechando a parte nasal da faringe e impedindo que alimentos e líquidos deglutidos entrem na cavidade nasal. Lateralmente à base da úvula encontram-se duas pregas musculares que correm para baixo nas bordas laterais do palato mole: anteriormente, o arco palatoglosso estende-se até a parte lateral da base da língua; posteriormente, o arco palatofaríngeo estende-se até a parte lateral da faringe. As tonsilas palatinas estão situadas entre os arcos, e as tonsilas linguais, na base da língua. Na margem posterior do palato mole a boca se abre na parte oral da faringe, através das fauces. DENTES São órgãos rijos e esbranquiçados, implantados através das gonfoses dento alveolares, na maxila e mandíbula, responsáveis pela mastigação dos alimentos. Arco dental maxilar; Arco dental mandibular; Os dentes são compostos por: 9 Esmalte; Dentina; Cemento; Polpa Dental. Os seres humanos são classificados como HETERODÔNTICOS, ou seja, que tem os dentes diferenciados em: Incisivos; Caninos; Pré-molares; Molares. 10 Dentição decídua: 20 dentes (Incisivos; Caninos; Molares) Dentição permanente: 32 dentes (Incisivos; Caninos; Molares; Pré-Molares) Em cada dente são distinguidos a coroa, o colo e uma ou mais raízes. COROA: Parte visível, acima do nível das gengivas, é recoberto pelo esmalte. 11 COLO: É a junção constringida da coroa e da raiz, próximo à linha da gengiva. Região de união do esmalte com o cemento. Neste local a raiz está fixada ao dente (Junção dentogengival). RAIZ: Está situada no interior do alvéolo dental, uma depressão no processo alveolar da maxila ou mandíbula, e é recoberto pelo cemento. Por meio do periodonto a raiz é ancorada no osso alveolar. O ponto mais profundo do dente é o ápice da raiz do dente. No interior da cavidade pulpar está situada a polpa do dente, um tecido conectivo rico em vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos que suprem o dente. A dentição do ser humano é difiodonte, ou seja, desenvolvem-se duas dentições, uma dentição decídua e uma dentição permanente. O desenvolvimento e a erupção da primeira e segunda dentição são determinados cronologicamente com o crescimento do corpo. Em diferentes momentos ocorre a reabsorção das raízes dos dentes decíduos, processo chamado rizólise. LÍNGUA A língua é um corpo muscular com uma grande capacidade de deformação e localiza-se no assoalho da boca. Ela está envolvida essencialmente nas funções de mastigação e de deglutição, e possibilita a sucção e a fala. A língua é dividida em partes laterais simétricas por um septo mediano que se estende por todo o seu comprimento e está presa inferiormente ao hioide, ao processo estiloide do temporal e à mandíbula. Podem ser distinguidos músculos intrínsecos (musculatura própria) e músculos extrínsecos, que se originam no esqueleto e se irradiam para o corpo da língua. Músculos intrínsecos - originam-se e inserem-se no tecido conjuntivo dentro da língua e alteram o formato e o tamanho da língua na fala e na deglutição. Os músculos intrínsecos incluem os músculos longitudinal superior, longitudinal inferior, transverso da língua e vertical da língua; Músculos extrínsecos - se originam fora da língua (Presos aos ossos da área) e inseridos nos tecidos conjuntivos presentes na língua, incluem os músculos hioglosso, genioglosso e estilogrosso. Os músculos extrínsecos alteram a posição da língua. O sulco mediano divide a língua em metades direita e esquerda. O sulco terminal (em formato de V) forma o limite entre o corpo e a raiz, e divide em partes anterior e posterior. No vértice do sulco terminal, o epitélio de revestimento superficial se aprofunda para formar o forame cego da língua (local de onde a glândula tireóidea se invaginou a partir do ectoderma do assoalho da boca). A túnica mucosa da parte anterior é áspera, apresentando numerosas e pequenas papilas em partes visíveis macroscopicamente e que atuam nas sensações de tato e paladar. As papilas linguais, na região anterior, podem ser de quatro tipos: papilas circunvaladas anteriormente ao sulco terminal; papilas fungiformes, no dorso e margens da língua, filiformes, distribuídas pelo dorso e folheadas, nas margens da língua. 12 Em todas as regiões dos dois terços anteriores da língua podem ser percebidos os cinco tipos de sabores, mas com intensidades diferentes. Enquanto no ápice da língua se percebe mais o sabor doce, o sabor amargo é mais bem percebido em sua base. Na porção inferior podemos observar o frênulo da língua e as veias linguais. OBS: As veias linguais costumam apresentar-se varicosas em pacientes hipertensos. GLÂNDULAS SALIVARES As glândulas salivares são glândulas exócrinas responsáveis pela produção de saliva, fluído que possui funções digestivas, lubrificantes e protetoras e localizam-se no interior e também em torno da cavidade bucal. Associadas ao processo de mastigação estão as glândulas salivares menores e as glândulas salivares maiores. A ausência de saliva é conhecida como XEROSTOMIA, enquanto que sua produção excessiva é denominada SIALORRÉIA. GLÂNDULAS MENORES São representadas por pequenos corpúsculos espalhadas pelas paredes da boca. Classificam-se em: Labiais; Palatinas; Da bochecha; Linguais; Molares. 13 GLÂNDULAS MAIORES Grande parte da saliva é produzida pelas glândulas salivares maiores, que se situam além da túnica mucosa da boca, com ductos que levam à cavidade oral. Classificam-se em: Glândulas Parótidas: É a glândula mais volumosa, está localizada na parte lateral da cabeça, em uma escavação situada entre o ramo da mandíbula e o processo mastoideo do osso temporal, este espaço é denominado de compartimento parotídeo. Cada uma secreta saliva na cavidade oral via ducto parotídeo, que emerge da margem exterior da glândula, dirigindo-se horizontalmente na face externa do músculo masseter, logo após perfura o músculo bucinador para se abrir no vestíbulo oposto ao segundo dente molar maxilar superior. A parotidite epidêmica, corresponde a infecção viral e aguda da glândula parótida, e sialólitos são formações calcificadas que podem obstruir o ducto da glândula, impedindo a drenagem da saliva para a boca. Glândulas Submandibulares: São encontradas no assoalho da boca; situam-se medial e parcialmente abaixo do corpo da mandíbula e do músculo milo-hioideo, em uma escavação denominada FÓVEA SUBMANDIBULAR. Seus ductos, os ductos submandibulares, correm sob a túnica mucosa, em ambos os lados da linha mediana do assoalho da boca, e entram na cavidade própria da boca, lateralmente ao frênulo da língua, em nível da carúncula sublingual. As glândulas submandibulares representam as glândulas salivares mais acometidas por sialólitos, em razão da relação angulada existente entre a glândula e o seu ducto; Glândulas Sublinguais: São as glândulas de menor volume dentre as salivares. Estão localizados na face medial do corpo da mandíbula, acima da linha e do músculo milo-hioideo, em uma escavação denominada FÓVEA SUBLINGUAL. A saliva produzida pela sublingual desemboca no assoalho da boca, através de múltiplos ductos sublinguais maiores e menores. 14 FARINGE A faringe é uma estrutura funicular que se estende dos cóanos até o esôfago, posteriormente, e até a laringe, anteriormente. Estende-se desde a base do crânio (osso occipital) até o início do esôfago ou sexta vértebra cervical. É uma estrutura constituída por vários músculos estriados que participam do processo de deglutição – função que dá continuidade à mastigação – que ocorre na cavidade oral. É subdividida em três níveis: NÍVEL SUPERIOR - PARTE NASAL DA FARINGE; NÍVEL MÉDIO - PARTE ORAL; NÍVEL INFERIOR - PARTE LARÍNGEA. APENAS AS PARTES ORAL E LARÍNGEA PARTICIPAM DA CONDUÇÃO DO CANAL ALIMENTAR. 15 Os músculos de toda a faringe estão dispostos emduas lâminas, uma circular externa e uma longitudinal interna. Parte Nasal: situa-se posteriormente à cavidade nasal e estende- se até o palato mole. A parede posterior também contém a tonsila faríngea. Essa parte atua apenas na respiração; Parte Oral: situa-se posteriormente à cavidade oral e estende-se do palato mole, inferiormente, até o nível do osso hioide. Possui apenas uma abertura, as fauces, a abertura da cavidade oral. Essa parte da faringe possui funções respiratória e digestiva, atuando como uma passagem comum para o ar, alimento e líquidos. Dois pares de tonsilas, as tonsilas palatinas e as tonsilas linguais, são encontrados na parte oral da faringe; Istmo das fauces: Espaço estreitado, responsável por comunicar, a cavidade da boca com a faringe. Limites: Superior -> Úvula Laterais -> Arco Palatoglosso e Arco palatofaríngeo Inferior -> Dorso da língua Fossa Tonsilar -> Tonsila palatina Parte Laríngea: começa no nível do hioide, na sua extremidade inferior, abre-se no esôfago, posteriormente, e na laringe, anteriormente. Como a parte oral da faringe, a parte laríngea é uma via respiratório e digestiva. 16 ESÔFAGO O esôfago é um tubo muscular que une a faringe ao estômago e transporta os alimentos deglutidos. Possui 25 cm de comprimento e se situa posteriormente à traqueia. O esôfago começa na extremidade inferior da parte laríngea da faringe e passa pelo mediastino, anteriormente à coluna vertebral. Em seguida, atravessa o diafragma por uma abertura chamada de hiato esofágico e termina na parte superior do estômago. É nesse órgão que se iniciam contrações musculares involuntárias, que levam o alimento até o estômago. Essas contrações são denominadas de movimentos peristálticos e que ocorrem ao longo do tubo digestório. O esôfago é dividido em três porções: Porção Cervical: porção que está em contato íntimo com a traqueia; Porção Torácica: é a porção mais importante, passa por trás do brônquio esquerdo (Mediastino superior, entre a traqueia e a coluna vertebral); Porção Abdominal: repousa sobre o diafragma e pressiona o fígado, formando nele a impressão esofágica. O esôfago possui quatro estreitamentos: Cricóideo: produzido pelo músculo constríctor inferior da faringe; Aórtico: resultante da compressão do arco da aorta; Bronquial: decorrente da compressão do brônquio principal esquerdo; Diafragmático: ocorre quando dá passagem através do músculo diafragmático. Em cada extremidade do esôfago, a lâmina muscular da mucosa é levemente mais proeminente e forma dois esfíncteres - o esfíncter superior do esôfago (ESE), que consiste em músculo esquelético, e o esfíncter inferior do esôfago (EIE), que consiste em músculo liso. O (ESE) regula o movimento do alimento da faringe para o esôfago; o (EIE) regula o movimento do alimento do esôfago para o estômago. 17 PERITÔNIO O peritônio é a maior túnica serosa do corpo que reveste as paredes e vísceras do abdome. O peritônio é dividido em: Peritônio Parietal - que reveste a parede da cavidade abdominopélvica; Peritônio Visceral - que recobre alguns órgãos na cavidade. O pequeno espaço contendo líquido seroso lubrificante, que se localiza entre as partes parietal e visceral do peritônio, é chamado de cavidade peritonial. Alguns órgãos se situam na parede posterior do abdome e são recobertos por peritônio apenas nas suas faces anteriores; eles não se encontram na cavidade peritonial. Esses órgãos, incluindo rins, colos ascendente e descendente do intestino grosso, duodeno do intestino delgado e pâncreas são considerados retroperitoneais. O peritônio contém grandes pregas que se entrelaçam entre as vísceras, essas pregas ligam os órgãos uns aos outros e às paredes da cavidade abdominal. Além disso, também contém vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos que suprem os órgãos abdominais. Existem cinco pregas peritoniais principais: omento maior, ligamento falciforme, omento menor, mesentério e mesocolo. Omento Maior: a maior prega peritonial, pende em forma de pregas sobre o colo transverso e as alças do intestino delgado como um “avental gorduroso”; Ligamento Falciforme: prende o fígado à parede anterior do abdome e ao diafragma; Omento Menor: origina-se como uma prega anterior na túnica serosa do estômago e do duodeno, estendendo-se do estômago e duodeno até o fígado; Mesentério: liga o jejuno e o íleo, do intestino delgado, à parede posterior do abdome; Mesocolo: liga os colos sigmoide e transverso, do intestino grosso, à parede posterior do abdome. 18 ESTÔMAGO O estômago é um órgão oco, localizado na cavidade abdominal, comunicando-se com o esôfago e o intestino delgado. Encontra-se em posição intraperitonial no lado esquerdo da região superior do abdome, entre o lobo hepático esquerdo e o baço. Ele é amplamente recoberto pelo arco costal esquerdo, mas apresenta uma pequena área diretamente relacionada á parede abdominal. Mede 25 cm de comprimento por 25 cm de largura e tem capacidade de armazenamento de 1,5 litros. Comporta-se como reservatório transitório de alimentos e promove a mistura destes com o suco gástrico, convertendo-os em massa pastosa de consistência uniforme denominada QUIMO. O estômago possui quatro regiões principais: Cárdia: envolve a abertura superior do estômago; Fundo Gástrico: parte arredondada, superior e à esquerda do cárdia; Corpo Gástrico: porção principal do estômago; Pilórica: região do estômago que se conecta ao duodeno. Esta possui duas partes: Antro Pilórico: se conecta ao corpo do estômago; Canal Pilórico: que leva até o duodeno. Superfícies de contato: Parede Anterior: fígado, diafragma, parede abdominal; Parede Posterior: baço, rim, glândula suprarenal, pâncreas, mesocolo transverso. 19 O piloro se comunica com o duodeno do intestino delgado por meio de um músculo esfíncter liso, chamado de músculo esfíncter do piloro. A margem medial côncava do estômago é chamada de curvatura menor, e a margem lateral convexa, de curvatura maior. As comunicações são: Superior -> Esôfago -> Óstio Cárdico Inferior -> Duodeno -> Óstio Pilórico Os órgãos da região inferior do abdome são amplamente recobertos pelo omento maior, que está fixado á curvatura maior do estômago por onde é suprido através de artérias e veias. Além da proteção mecânica e do isolamento térmico, o omento maior atua também na secreção e absorção de líquido peritonial e possui funções imunológicas, uma vez que contém áreas de tecido linfático. O omento menor se estende entre o fígado, a curvatura menor do estômago e a parte superior do duodeno. O omento gastroesplênico liga a curvatura maior do estômago ao hilo do baço. As camadas do estômago estão estruturalmente preparadas para participar do processo digestivo: Mecânicos: por meio da sua musculatura especializada que realiza movimentos especiais; Exócrinos: participa dos processos digestivos químicos por meio de secreção para o lúmen gástrico de ácido e outras substâncias; Endócrino: produz e secreta hormônios para o sangue. 20 INTESTINO DELGADO O intestino delgado compreende a região imediatamente caudal ao esfincter pilórico atéo esfincter ileocecal. Possui comprimento entre 5 e 6 metros e 4 cm de diâmetro. É neste tubo que a maioria das enzimas digestivas atuam sobre as substâncias proveniente dos alimentos e onde ocorre a maior parte dos processos digestivos e absortivos. Nele também ocorrem processos de controle endócrino, pois produz e secreta hormônios para o sangue. O intestino delgado se divide em: DUODENO: mede de 25 a 30 centímetros de comprimento, inicia no músculo esfíncter do piloro do estômago e termina na flexura duodenojejunal; JEJUNO: mede aproximadamente 1 metro de comprimento e estende-se até o íleo; ÍLEO: mede cerca de 2 metros e une-se ao intestino grosso em um músculo esfíncter liso chamado de papila ileal. O jejuno e o íleo não são nitidamente subdivididos e se estendem da junção duodeno jejunal até a válvula ileocecal (transição para o intestino grosso). Esta válvula é responsável por evitar o refluxo do conteúdo do ceco para o íleo. DUODENO Como o duodeno se encontra fixado ao retroperitônio (com exceção do segmento inicial), sua posição é relativamente constante e ele é bem delimitado do restante do intestino delgado. É caracterizado pela presença de glândulas duodenais (ou glândulas de Brunner), secretoras de muco que, além de lubrificar a mucosa duodenal, a protege do ácido clorídrico. Divide-se em quatro segmentos: Parte Superior: é chamada de ampola, apresenta um encurvamento, a flexura superior do duodeno, e logo após muda de direção, sendo continuado pela parte descendente; Parte Descendente: É onde desemboca o ducto excretor do pâncreas juntamente com o ducto colédoco (Formam a ampola hepatopancreática) em uma proeminência da túnica mucosa duodenal (Papila maior do duodeno). Dois centímetros acima desta papila observa-se uma papila menor onde desemboca o ducto pancreático acessório. Possui outro encurvamento, a flexura inferior do duodeno, muda novamente sua direção, originando uma nova porção para o órgão; Parte Horizontal: Cruza transversalmente a passagem dos vasos mesentérico superiores e continua com a parte ascendente; Parte Ascendente: mantém o trajeto ascendente até terminar por uma brusca angulação, a flexura duodenojejunal. Essa flexão é mantida através do músculo suspensor do duodeno. 21 JEJUNO / ÍLEO O jejuno tem uma estrutura semelhante á do duodeno, mas sem as glândulas duodenais. No íleo as pregas circulares são mais esparsas do que em regiões superiores do intestino delgado. Esta porção do intestino delgado é caracterizada pela abundância de folículos (ou nódulos) linfoides, que atuam na defesa imunológica. Estes nódulos podem estar isolados ou formar grupos. A associação da localização, comprimento e mobilidade, faz com que as alças do jejuno / íleo possam sofrer alterações como, invaginação de uma valva na outra, torções e herniações. 22 INTESTINO GROSSO O intestino grosso, que mede aproximadamente 1,5 de comprimento e 6,5 de diâmetro, estende-se do íleo até o ânus. Está fixado à parede posterior do abdome por seu mesocolo, uma camada dupla de peritônio. Sua estrutura é relativamente homogênea ao longo do seu comprimento desempenhando as funções de absorção de água e eletrólitos (remove até 90% de líquido), produção de muco e formação do bolo fecal. Anatomicamente é dividido em: O ceco com o apêndice vermiforme; O colo (Ascendente, transverso, descendente e sigmóide); O reto com o canal anal. A abertura do íleo, no intestino grosso, é protegida por uma prega túnica mucosa, chamada de Papila Ileal, que permite a passagem das substâncias provenientes do intestino delgado para o intestino grosso. CECO E APÊNDICE VERMIFORME Suspenso abaixo da papila ileal está o ceco, uma pequena bolsa medindo aproximadamente 6 cm de comprimento. Preso ao ceco encontra-se um tubo contorcido, espiralado, medindo aproximadamente 8 cm de comprimento, chamado de apêndice vermiforme. O mesentério do apêndice, chamado de mesoapêndice, prende o apêndice à parte inferior do mesentério do íleo. No ceco encontramos o óstio ileocecal (Orifício de desembocadura do jejuno / íleo, localizado na parede medial do ceco, onde encontramos a válvula ileocecal). COLO ASCENDENTE Os colos ascendentes e descendentes são retroperitoniais; os colos transversos e sigmóide não. De conformidade com seu nome, o colo ascendente sobe no lado direito do abdome, chega à face inferior do fígado e curva-se abruptamente para a esquerda, para formar a flexura direita do colo ou flexura hepática. COLO TRANSVERSO O colo continua pelo abdome, em direção ao lado esquerdo, como o colo transverso. Curva-se abaixo da extremidade inferior do baço, no lado esquerdo, como a flexura esquerda do colo, e passa inferiormente, no nível da crista ilíaca, como o colo descendente. A flexura esquerda é, normalmente mais superior, mais aguda e menos móvel do que a flexura direita do colo. COLO DESCENDENTE Passa retroperitonealmente a partir da flexura esquerda do colo para a crista ilíaca esquerda, onde ele é contínuo com o colo sigmóide. 23 COLO SIGMÓIDE O colo sigmóide, começa próximo da crista ilíaca, projeta-se medialmente até a linha mediana e termina como o reto, aproximadamente no nível da terceira vértebra sacral. O colo sigmóide une o colo descendente ao reto. A terminação das tênias do colo, aproximadamente a 15cm do ânus, indica a junção reto-sigmóide. O RETO E O CANAL ANAL O reto, situa-se anteriormente ao sacro e ao cóccix. Os 2 a 3 cm terminais do reto são chamados de canal anal. A túnica mucosa do canal anal está disposta em pregas longitudinais chamadas de colunas anais que contém uma rede de artérias e veias. A abertura do canal anal para o exterior, chamada de ânus, é protegida por um esfíncter interno do ânus, de músculo liso (Involuntário), e um esfíncter externo do ânus (Voluntário). Normalmente, esses esfíncteres mantêm o ânus fechado, exceto durante a eliminação de fezes. FÍGADO E VESÍCULA BILIAR O fígado está, em sua maior parte, situado na região do abdome superior direito, porém ele se estende ao longo do epigástrio até o abdome superior esquerdo. Por isso ele se dispõe amplamente á frente do estômago. Localiza-se abaixo do músculo diafragma e ocupa grande parte do hipocôndrio direito, é a maior glândula do corpo humano pesando cerca de 1,5 kg e é o órgão central para o metabolismo do corpo. Em sua face inferior está a vesícula biliar, que representa o reservatório de sua secreção. A face superior do fígado e a superfície inferior do diafragma são firmemente unidas por tecido conjuntivo, de tal forma que o fígado não apresenta mobilidade isoladamente. Meios de fixação 1. Ligamento Falciforme; 2. Ligamento Redondo; 3. Ligamentos Triangulares; 24 4. Ligamento Coronário. O fígado está dividido para estudo anatômico em duas faces: Face Diafragmática Na vista ventral da face diafragmática podem-se identificar dois lobos: o lobo hepático maior (direito) e o lobo hepático menor (esquerdo). O ligamento falciforme estende-se da face inferior do diafragma, entre os dois lobos principais do fígado, até a face superior do fígado, ajudando a suspender o fígado na cavidade abdominal. Na margem livre do ligamento falciforme encontra-se o ligamento redondo do fígado, um resquício da veia umbilical do feto; esse cordão fibroso estende-se do fígado até o umbigo. Osligamentos coronários direito e esquerdo são extensões estreitas do peritônio parietal que prendem o fígado ao diafragma. Face Visceral A face visceral está voltada para as vísceras abdominais, nela identificamos os dois outros lobos: o lobo caudado e o lobo quadrado do fígado. A face visceral também contém a porta do fígado, para a entrada da artéria hepática própria e da veia porta do fígado e para a saída do ducto hepático comum. A vesícula biliar encontra-se diretamente aplicada sobre a face visceral do fígado, na fossa da vesícula biliar. O ducto colédoco projeta-se por traz do duodeno, em direção à cabeça do pâncreas, passando em seu interior. Após este trajeto, ele se une com o ducto pancreático. Ambos desembocam em conjunto na papila maior do duodeno, na sua parte descendente. A vesícula biliar é uma estrutura oca, com forma de pera, com função de concentrar e armazenar bile, com capacidade para cerca de 15 a 60 ml. Ela é dividida em corpo (corpo da vesícula biliar), contendo um fundo e o colo (colo da vesícula biliar). Ao colo se conecta o ducto excretor (ducto cístico), antes que ele se una com o ducto biliar principal do fígado para formar o ducto colédoco. 25 PÂNCREAS O pâncreas, uma glândula retroperitonial, medindo aproximadamente 12 a 15 cm de comprimento e 2,5 de espessura, situa-se posteriormente à curvatura maior do estômago. Apresenta uma porção endócrina (10% do volume) e outra exócrina (90 % do volume). Endócrina: secretam hormônios (insulina, glucagon.) para o sangue; Exócrina: secretam componentes aquosos e enzimáticos do suco pancreático para o duodeno. Devido a sua posição (posteriormente a outros órgãos e nas proximidades de vasos maiores), o acesso cirúrgico ao pâncreas é difícil. É dividido anatomicamente em: Cabeça: é a parte expandida do órgão, próximo da curva do duodeno; Corpo: encontra-se superiormente e à esquerda da cabeça, na parte central; Cauda: encontra-se superiormente e à esquerda da cabeça, na parte afunilada. Os sucos pancreáticos são secretados pelas células exócrinas em pequenos ductos que, finalmente, se unem para formar dois ductos maiores, o ducto pancreático e o ducto pancreático acessório. Estes, por sua vez, conduzem as secreções para o intestino delgado. O ducto pancreático é o maior dos dois ductos, na maioria das pessoas, o ducto pancreático se une ao ducto colédoco, a partir do fígado e da vesícula biliar, e entra no duodeno como um ducto comum chamado de ampola hepatopancreática. A ampola se abre em uma elevação da túnica mucosa do duodeno, conhecida como a papila maior do duodeno, que se situa aproximadamente 10 cm abaixo do músculo esfíncter do piloro do estômago. A passagem do suco pancreático e da bile pela ampola hepatopancreática até o intestino delgado é regulada por uma massa de músculo liso conhecida como músculo esfíncter da ampola hepatopancreática. O outro ducto do pâncreas, o ducto pancreático acessório, sai do pâncreas e se esvazia no duodeno, aproximadamente 2,5 cm acima da ampola hepatopancreática. 26 27 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS RUI CURI / JOAQUIM PROCÓPIO – FISIOLOGIA BÁSICA – 2009 F. PAULSEN E J. WASCHKE – SOBOTTA – ATLAS DE ANATOMIA HUMANA V.2 E V.3 – 2012 (23º EDIÇÃO) PROMETHEUS – ATLAS DE ANATOMIA HUMANA – PESCOÇO E ÓRGÃOS INTERNOS – 2007 GERARD J. TORTORA / BRYAN DERRICKSON – PRINCÍPIOS DE ANATOMIA E FISIOLOGIA – 2013 (12º EDIÇÃO)
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