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Campos vetoriais Um campo vetorial sobre R2 é uma função −→ F que associa a cada ponto (x, y) de um conjunto D ⊂ R2 um único vetor bidimensional −→F (x, y). O conjunto D é o domínio do campo vetorial −→F . Usualmente representamos os campos vetoriais desenhando os representantes dos vetores −→ F (x, y) cujo ponto inicial é o próprio ponto (x, y) para alguns pontos de D (claro que não conseguimos desenhar todos os vetores associados aos pontos de D, uma vez que D é um conjunto infinito de pontos). Com isso, temos uma viualização geométrica do comportamento do campo vetorial −→ F em D. Podemos escrever os vetores −→ F (x, y) em termos de suas componentes P e Q como −→ F (x, y) = (P (x, y), Q(x, y)) = P (x, y) −→ i +Q(x, y) −→ j onde P e Q são funções escalares de duas variáveis. Chamamos P e Q de funções componentes do campo vetorial. Se o domínio do campo vetorial não for dado, o consideramos como sendo o maior conjunto possível do plano no qual ambas as funções componentes P e Q estão definidas. Dizemos que o campo vetorial é contínuo se, e somente se, suas funções componentes P e Q são contínuas. Às vezes identificamos o ponto (x, y) ∈ D com o vetor −→x de coordenadas (x, y). Nesse caso, escrevemos −→ F (−→x ) ao invés de −→F (x, y) e enxergamos o campo vetorial −→F como uma função que associa a cada vetor bidimensional −→x um único vetor bidimensional −→F (−→x ). Exemplo 1. Desenhe o campo vetorial do R2 dado por −→ F (x, y) = (x,−y) = x−→i − y−→j . Observamos que o campo vetorial −→ F está definido em todo o R2. Vamos fazer uma tabela com alguns pontos do plano e suas imagens. (x, y) −→ F = (x, y) (0, 0) (0, 0) (1, 1) (1,−1) (1, 2) (1,−2) (2, 1) (2,−1) (1,−1) (1, 1) (1,−2) (1, 2) (−2, 1) (−2,−1) (−1,−1) (−1, 1) (−1,−2) (−1, 2) (−2,−1) (−2, 1) 1 Desenhando estes pontos e analisando o padrão de comportamento, observamos que o campo vetorial contínuo −→ F pode ser representado pela figura De forma completamente análoga, definimos um campo vetorial sobre R3 como sendo uma função−→ F que associa a cada ponto (x, y, z) de um conjunto E ⊂ R3 um único vetor tridimensional−→F (x, y, z). O conjunto E é o domínio do campo vetorial −→ F . Representamos estes campos vetoriais desenhando os representantes dos vetores −→ F (x, y, z) cujo ponto inicial é o próprio ponto (x, y, z) para alguns pontos de E e, com isso, conseguimos uma viualização geométrica do comportamento do campo vetorial −→ F em E. Podemos escrever os vetores −→ F (x, y, z) em termos de suas componentes P , Q e R como −→ F (x, y, z) = (P (x, y, z), Q(x, y, z), R(x, y, z)) = P (x, y, z) −→ i +Q(x, y, z) −→ j +R(x, y, z) −→ k onde P, Q e R são funções escalares de três variáveis. Chamamos P , Q e R de funções componentes do campo vetorial. Se o domínio do campo vetorial não for dado, o consideramos como sendo o maior conjunto possível do plano no qual ambas as funções componentes P , Q e R estão definidas. Dizemos que o campo vetorial é contínuo se, e somente se, suas funções componentes P , Q e R são contínuas. Às vezes identificamos o ponto (x, y, z) ∈ E com o vetor −→x de coordenadas (x, y, z). Nesse caso, escrevemos −→ F (−→x ) ao invés de −→F (x, y, z) e enxergamos o campo vetorial −→F como uma função que associa a cada vetor tridimensional −→x um único vetor tridimensional −→F (−→x ). Exemplo 2. Desenhe o campo vetorial do R3 dado por −→ F (x, y, z) = z −→ k . Observe que o campo vetorial está definido em todo R3 e que ele associa a cada ponto (x, y, z) ∈ R3 o vetor −→ F (x, y, z) = (0, 0, z), que é sempre perpendicular ao plano z = 0 (ou seja, ao plano xy). Além disso, a magnitude do vetor depende diretamente da altura do ponto com relação ao plano xy. Logo, à medida que nos afastamos do plano xy os vetores aumentam de comprimento. No plano xy temos z = 0 e, portanto, o campo vetorial associa o vetor nulo a cada ponto do plano xy. Concluímos assim que o campo vetorial contínuo −→ F pode ser desenhado como 2 Campos gradientes Um campo vetorial particularmente importante é o que chamamos de campo gradiente. Lembramos que se f é uma função escalar de duas variáveis, então para cada ponto (x, y) no qual a função possui derivadas parciais, podemos associar um vetor gradiente que é dado por ∇f(x, y) = fx(x, y) −→i + fy(x, y) −→j Assim, podemos ver ∇f como sendo um campo vetorial. Este campo vetorial é chamado de campo gradiente. De forma análoga, se f é uma função escalar de três variáveis, então para cada ponto (x, y, z) no qual a função possui derivadas parciais, podemos associar um vetor gradiente que é dado por ∇f(x, y, z) = fx(x, y, z) −→i + fy(x, y, z) −→j + fz(x, y, z) −→k Assim, podemos ver ∇f como sendo um campo vetorial, que é chamado de campo gradiente. Exemplo 3. Determine e desenhe o campo gradiente da função f(x, y) = x2 + y2. Temos que ∇f(x, y) = (2x, 2y) e o campo está definido em todo R2. Vamos fazer uma tabela com alguns pontos do plano e suas imagens. (x, y) −→ F = (x, y) (0, 0) (0, 0) (1, 1) (2, 2) (1, 2) (2, 4) (2, 1) (4, 2) (1,−1) (−2, 2) (1,−2) (2,−4) (−2, 1) (−4, 2) (−1,−1) (−2,−2) (−1,−2) (−2,−4) (−2,−1) (−4,−2) Desenhando estes pontos e analisando o padrão de comportamento, observamos que o campo vetorial contínuo ∇f pode ser representado pela figura 3 Exemplo 4. Determine e desenhe o campo gradiente da função f(x, y) = √ x2 + y2. Temos que ∇f(x, y) = ( x√ x2 + y2 , y√ x2 + y2 ) e o campo está definido em R2 \ {(0, 0)}. Observe que os vetores gradientes da função f são todos unitários e, portanto, todos tem comprimento 1. Vamos fazer uma tabela com alguns pontos do plano e suas imagens. (x, y) −→ F = (x, y) (1, 1) ( 1√ 2 , 1√ 2 ) (1, 2) ( 1√ 5 , 2√ 5 ) (2, 1) ( 2√ 5 , 1√ 5 ) (1,−1) ( 1√ 2 ,− 1√ 2 ) (1,−2) ( 1√ 5 ,− 2√ 5 ) (−2, 1) ( − 2√ 5 , 1√ 5 ) (−1,−1) ( − 1√ 2 ,− 1√ 2 ) (−1,−2) ( − 1√ 5 ,− 2√ 5 ) (−2,−1) ( − 2√ 5 ,− 1√ 5 ) Desenhando estes pontos e analisando o padrão de comportamento, observamos que o campo vetorial contínuo ∇f pode ser representado pela figura 4
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