Buscar

CASOS DE PROCESSO CIVIL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

LUÍS EDUARDO
1.º CASO: A arrematação de imóvel em leilão judicial e os débitos anteriores de condomínio e IPTU
INDAGAÇÃO: Quais os argumentos jurídicos que podem ser utilizados pelo adquirente de imóvel arrematado, quando demandado em execução judicial para cobrança de débitos relacionados ao imóvel arrematado, principalmente débitos condominiais e tributos? O adquirente arrematante pode desistir da arrematação quando demandado na justiça por dívidas relacionadas ao imóvel arrematado? Os credores, a exemplo de condomínios ou o FISCO, podem ajuizar “embargos à arrematação” para impedir a aquisição do imóvel por terceiros e eventualmente reaver os créditos decorrentes de IPTU e outras taxas condominiais?
RESPOSTA: 
Cumpre salientar de imediato, que em regra, os gravames referidos, no caso, taxas condominiais ou tributos, constituem esses obrigações propter rem, ou seja, acompanham a coisa em caso do direito originário- direito de propriedade, no caso em tela- de tal obrigação ser transferido.
Vejamos o que dispõe o CTN:
Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação.
Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço.
No entanto, em face do desconhecimento do arrematante, este utilizar como argumentos em eventual ação de execução contra si, a falta de previsão dos ônus suscitados no edital da arrematação, e, em virtude da natureza de aquisição originária da arrematação, subentende-se que o bem estaria livre de qualquer ônus para poder ser transmitido, não se comunicando assim os seus gravames para o adquirente.
	Sobre a possibilidade de desistência do arrematante em caso de ser acionado judicialmente a resposta é positiva, o art. 903, § 4ºdo CPC/ 2015 assegura a possibilidade de interposição de ação autônoma na qual o adquirente/ arrematante figurará como litisconsorte necessário, e no parágrafo seguinte, inc. III assegura as possibilidades de desistência da arrematação em caso do mesmo vir a integrar o polo passivo de demanda judicial sobre o bem, devendo contudo, desistir no prazo de defesa da nova ação.
	Quanto à possibilidade de interposição de embargos de arrematação pelos credores, verifica-se que tal figura foi suprimida com a entrada em vigor do Novo CPC, aliás, mesmo quando da vigência do CPC antigo a ação cabível por parte dos credores seria os embargos de terceiro, haja vista, que os antigos embargos de arrematação eram destinados ao interesse do devedor. 	
2.º CASO: Advogado terá de indenizar por inclusão indevida de pessoas no polo passivo de ação executiva
INDAGAÇÃO: Por que razão os sócios da empresa não possuem legitimidade passiva para responder ao processo de execução judicial de honorários de sucumbência? O ordenamento jurídico permite a desconsideração da pessoa jurídica de forma independente na fase de cumprimento de sentença?
RESPOSTA: 
Os sócios não possuem legitimidade para figurar no polo passivo da demanda executiva, pois, conforme exposto, estes constituem uma sociedade limitada, ou seja, devem responder até o limite da quota parte que foi integralizada no capital social por cada um.
Outrossim, a desconsideração da personalidade jurídica prevista atualmente no CPC como um incidente com características próprias, deve ser a exceção, limitando-se a sua ocorrência aos casos em que há desvio de finalidade confusão patrimonial ou fraude, fatos estes que não se verificam no caso em análise, na verdade incorre em abuso de direito o advogado promovente. Desta forma, o incidente de desconsideração da personalidade jurídica finda coadunando-se com os entendimentos jurisprudenciais já existentes sobre o tema.
Por fim, quanto a permissão de desconsideração da personalidade jurídica de forma independente na fase de cumprimento de sentença, denota-se que o novo CPC em seu art. 134 dispõe: 
Art. 134: O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial.
Sendo assim, verifica-se que o incidente em questão constitui uma forma procedimental, independente da fase processual, própria e uniforme de desconsideração da personalidade jurídica, que na vigência do CPC antigo não existia, e, visa justamente, resolver as diversidades de procedimentos aplicadas anteriormente. Com isso, é garantida uma maior segurança ao sócio tendo este possibilidade de contraditório antes de ter reconhecida ou não a desconsideração em questão.
4.º CASO: Averbação de execução anterior à medida cautelar não viola efeito suspensivo do recurso especial
INDAGAÇÃO: As regras processuais sobre a “execução provisória” foram observadas? O deferimento da medida cautelar requerida pelo espólio atendeu aos requisitos legais? A averbação da certidão comprobatória do ajuizamento da execução pode ser considerada abusiva?
RESPOSTA:
Sim, as regras processuais foram observadas, haja vista, que nas instâncias inferiores o pedido das exequentes foi julgado procedente, levando em conta principalmente que a concessão de efeito suspensivo ao RE interposto pelo espólio de uma das executadas só foi concedida após decisão de relator no STJ depois de quatro meses decorridos da instauração no juízo a quo da execução provisória quanto à multa contratual.
Quanto ao deferimento de medida cautelar, verificamos ter este atendido aos requisitos legais, quais sejam os fundamentos de concessão de tutela provisória, ou seja, o inicio uma execução provisória no juízo a quo e o desenrolar de medidas de constrição sobre o patrimônio do espólio executado, poderiam sim, conferir situações de difícil reparação, haja vista, que se permanecesse o RE sem efeito suspensivo ensejaria uma hipótese de inicio de execução provisória sem a necessidade de segurança do juízo pelo exequente. Dessa forma, verifica-se a possibilidade de ser causado dano irreparável ao espólio, configurando-se com isso, os requisitos de periculum in mora e plausibilidade do pedido.
No caso da averbação da certidão, esta não pode ser considerada abusiva conforme a situação apresentada, tendo em vista, que não consiste em ato de constrição, além do mais o CPC preceitua que:
Art. 828. O exequente poderá obter certidão de que a execução foi admitida pelo juiz, com identificação das partes e do valor da causa, para fins de averbação no registro de imóveis, de veículos ou de outros bens sujeitos a penhora, arresto ou indisponibilidade. 
Assim vislumbra-se que é possível ao exequente a obtenção da certidão nos moldes acima previstos, ressaltando, que a instauração da execução provisória antecede em aproximadamente 4 meses a concessão de efeito suspensivo, além de ser uma das medidas que visa evitar uma eventual fraude a execução que não acarretará em prejuízos pecuniários ao espólio.
9.º CASO: Recursos públicos recebidos por entidade privada para prestação de serviços de saúde são impenhoráveis
INDAGAÇÃO: Essa decisão não fere o princípio de que a execução deve satisfazer os interesses do credor?
RESPOSTA:
A questão não está em ferir ou não o princípio de que a execução deve satisfazer o interesse do credor, mas sim, de que concomitante a este existem outros princípios norteadores do processo de execução entre eles o de menor onerosidade ao devedor. 
Outrossim, há também o fato de o diploma processual em vigor prever a impenhorabilidade de “recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social( redação do art. 833, IX e 649, IX de mesmo teor no CPC antigo)”, ou seja, vislumbra-se claramente a opção do legislador de regulamentar formas de se assegurar a continuidade de prestação dos serviços de saúde, etc. 
Portanto,como qualquer princípio em direito, o princípio da satisfatividade da execução conforme o interesse do credor não é de caráter absoluto e nem pode estar em desconformidade com o restante do ordenamento, devendo ser aplicado na medida em que não venha a ferir diretamente bem jurídicos de maior relevância para a efetivação de direitos fundamentais da coletividade.

Continue navegando