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Ritos especiais civeis 8 sem 2020

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Ritos Especiais Cíveis
28.08.2020 - Teoria Geral dos Procedimentos Especiais
Procedimento Comum
Procedimentos Especiais
· Processo de Conhecimento pode ter procedimento comum ou procedimentos especiais – tem por finalidade a busca de uma sentença de mérito. Condenatório, Declaratório ou Constitutivo. 
· Os procedimentos especiais estão dispostos no Título III do Livro I da Parte Especial do Código de Processo Civil. 
· As regras do procedimento comum aplicam-se subsidiariamente aos processos de procedimento especial. 
· Art. 318, CPC 
Espécies de Técnicas Procedimentais 
· A tutela jurisdicional é a prestação prestada pelo Estado quando provocado por meio de um processo, gerado em razão da lesão ou ameaça de lesão a um direito material, daí a expressão “tutela jurisdicional de direitos materiais”. 
· A tutela jurisdicional é dividia em tutela comum e tutela diferenciada. 
· Não exclusivamente como procedimento especial, mas no sentido de adequar uma técnica a uma violação ao direito material a fim de satisfazer o interesse dos jurisdicionados. 
· Ex: tutelas de urgência. Tutela preventiva. 
· A tutela comum é aquela prestada pelo procedimento comum, que serve como procedimento padrão oferecido pela lei. A razão pela qual a lei estabelece que certos procedimentos sejam especiais e outros não é a natureza material e não processual. 
· Assim, nem sempre o procedimento comum é capaz de solucionar de forma eficaz todas as espécies de crise de direito material que são levadas ao poder Judiciário por meio de processo. 
· A tutela diferenciada volta-se a atender as exigências do direito material apresentadas no caso concreto. O direito processual e o direito material, apesar de serem ciências autônomas, estão ligados de maneira indissolúvel, de forma que o processo serve como instrumento estatal de efetiva proteção ao direito material. 
· Como as várias crises de direito material tem diversas particularidades, é necessário adequar o procedimento no caso concreto para que a tutela jurisdicional seja efetivamente prestada. 
· Tutela jurisdicional diferenciada representa a adoção de procedimentos e técnicas procedimentais diferenciadas a luz das exigências concretas para bem tutelar o direito material. 
· Em regra, os procedimentos especiais previstos no CPC, tratam de matérias reguladas no CC, EX: consignação em pagamento, prestação de contas, ações possessórias, inventario. 
· Também existem procedimentos especiais que de alguma forma utilizem técnicas diferenciadas contra a complexidade e morosidade do procedimento comum, como é o caso do procedimento monitório, do mandado de segurança, etc. 
· Além disso, muitas vezes, não é criado um novo procedimento, mas adotadas técnicas procedimentais no procedimento comum que descartam fases procedimentais desnecessárias e incompatíveis com a celeridade processual. EX: A presunção relativa de veracidade dos fatos alegados pelo autor na revelia; a possibilidade de julgamento antecipado do mérito em razão da desnecessidade de produção de provas; CONTINUAR
· Portanto, existem procedimentos especiais e técnicas procedimentais previstas pelo legislador a par do procedimento comum, mas é preciso reconhecer que, por mais inventivo que seja o legislador, nunca será possível considerar todas as especialidades de todas as situações de direito material a exigirem um tratamento diferenciado no processo. 
· Desta forma, também contribui para a tutela diferenciada uma maior liberdade concedida pela lei para que o juiz possa realizar algumas adaptações no caso concreto para colocar o processo efetivamente a serviço do direito material. 
· Adaptação do procedimento: as partes e o juiz devem se libertar de esquemas processuais pré-moldados para, conforme o caso, adaptarem as técnicas processuais adequados aos diferentes perfis dos direitos materiais e aos sujeitos. 
· Art. 139, CPC 
· Respeito autorregramento da vontade: Liberdade – direito fundamental no Estado Democrático de Direito (CF, ART. 5º) 
· O respeito ao autoregramento da vontade está inserido no conteúdo de liberdade. 
· Respeito ao autorregramento da vontade: direito que qualquer pessoa tem de regular juridicamente seus interesses, ou seja, de fazer suas próprias escolhas (negociar, criar, estipular, se vincular, etc). 
Clausula geral de Negócio Jurídico Processual – art. 190, CPC
· Negócios processuais típicos: eleição de foro; calendário processual; suspensão do processo; modificação do réu; escolha consensual do perito; convenção sobre o ônus da prova e etc. 
· Negócios processuais atípicos: pacto de impenhorabilidade; pacto para não executar provisoriamente; pacto de exclusão da caução em execução provisória; pacto de mediação obrigatória ou de exclusão de mediação; legitimação extraordinária ativa e litisconsórcio necessário negociais etc. 
 04.09.2020 - Procedimentos Especiais de Jurisdição Contenciosa e Voluntária.
Na doutrina aquilo que o CPC diz que é especial deixe de ser especial. EX: liminares nas ações possessórias = tutelas de urgência (clausula geral)
· Procedimentos Civis de Jurisdição Contenciosa e Voluntária 
A mais tradicional das divisões da jurisdição é aquela estabelecida entre jurisdição contenciosa e voluntaria. 
A jurisdição tradicional é a contenciosa, sendo excepcional a voluntaria 
Art. 719, CPC 
Jurisdição: dá-se o nome jurisdição (do latim, “direito”, e dicere, “dizer”) ao poder que detém o Estado para aplicar o direito ao caso concreto, com o objetivo de solucionar conflitos de interesses e, com isso, resguardar a ordem jurídica e a autoridade da lei, alcançando a pacificação social. 
Segundo Francesco Carnelutti, a expressão lide retrata o conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida; tal expressão identifica-se com o vocábulo “litigio” e costuma ser usada quando alguém se refere a uma controvérsia levada ao juízo para a apreciação pelo Estado juiz. 
Para Candido Rangel Dinamarco, o conflito pode ser entendido como “a situação existente entre duas ou mais pessoas ou grupos, caracterizando pela pretensão a um bem ou situação da vida e a impossibilidade de obtê-lo; todavia, transcendendo a noção de lide, o conflito pode ser considerado de forma mais ampla. As relações interpessoais são marcadas como insatisfações (“estados psíquicos decorrentes da carência de um bem desejado”); o conflito seria a “situação objetiva caracterizada por uma aspiração e seu estado de não satisfação, independentemente de haver ou não interesses contrapostos. 
Características da Jurisdição: 
· Lide: é a existência do conflito de interesses que faz com que o interessado procure a Justiça Estatal, a fim de lhe pedir a solução. São os interesses conflitantes que exigem a substituição da vontade dos sujeitos em conflito pela vontade do Estado na pacificação social, a fim de atender a imparcialidade
· Inercia: em regra, nenhum juiz prestara a tutela jurisdicional senão quando provocado – art. 2º, CPC 
· Definitividade: somente as decisões judiciais adquirem, após certo momento caráter definitivo, não podendo mais ser modificadas. 
· Imperatividade: as decisões judiciais têm força coativa, e obrigam os litigantes. As decisões judicias são impostas aos litigantes, que devem cumpri-las. A sua efetividade depende da adoção de mecanismos eficientes de coerção, que imponham submissão aos que devem cumpri-las. 
· Substutividade: o Estado juiz na prestação da tutela jurisdicional, ele está substituindo a vontade das partes. 
ATIVIDADE JURISDICIONAL CRIATIVA: Notória dificuldade de a lei regular tudo e com precisão + novas técnicas de produção de leis (clausulas gerais e normas de conceito vago e/ou indeterminado) + complexidade dos fenômenos sociais. 
A CF exerce uma função de filtro – alterou a função do judiciário de medo aplicador do direito para criador de norma jurídica no caso concreto. 
A teoria da criatividade judicial exerce dupla função: 
a) Regula o caso concreto: cria normas individuais e concretas que estabelecerão o caso levado a sua cognição. 
b) Forma a ratio decidendi: a fundamentaçãoda decisão e os motivos que levaram a sua conclusão pode funcionar como precedentes para casos futuros análogos. 
ADAPTAÇÃO DO PROCEDIMENTO: As partes e o juiz devem se libertar de esquemas processuais pré-moldados para, conforme o caso, adaptarem as técnicas processuais adequadas aos diferentes perfis dos direitos materiais e aos sujeitos. 
ADAPTAÇÃO DO PROCEDIMENTO PELO JUIZ 
Art. 139, CPC 
Respeito autorregramento da vontade: Liberdade – direito fundamental no Estado Democrático de Direito (CF, ART. 5º) 
O respeito ao autoregramento da vontade está inserido no conteúdo de liberdade. 
Respeito ao autorregramento da vontade: direito que qualquer pessoa tem de regular juridicamente seus interesses, ou seja, de fazer suas próprias escolhas (negociar, criar, estipular, se vincular, etc). 
Clausula geral de Negócio Jurídico Processual – art. 190, CPC
CARACTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO VOLUNTARIA: 
Obrigatoriedade: apesar do nome “jurisdição voluntaria”, a doutrina entende que, em regra, essa jurisdição nada tem de voluntaria. 
A maioria das demandas de jurisdição voluntaria exige a participação do Poder Judiciário para que as partes obtenham o bem da vida pretendido. 
Essa obrigatoriedade é decorrência da previsão legal, significando uma opção do legislador em condicionar o efeito jurídico de determinadas relações jurídicas, em razão de seu objeto e/ou de seus sujeitos, a intervenção do juiz. 
A Lei 11.441/2007 passou a permitir o inventario, a partilha, a separação e o divórcio pela via administrativa, desde que preenchidos os requisitos da lei. 
Portanto, atualmente as partes poderão optar por obter o inventario, partilha, separação e divorcio perante o cartório de registro civil das pessoas naturais ou Poder Judiciário. 
Na jurisdição voluntaria está concentrada a maioria das ações constitutivas necessárias, nas quais existe uma obrigatoriedade legal de atuação da jurisdição. Entretanto, o inventario, a partilha, a separação e o divórcio não são mais casos de ações constitutivas necessárias, pois não há de se falar em obrigatoriedade. 
PRINCIPIO INQUISITIVO: O sistema processual na jurisdição contenciosa é um misto de sistema dispositivo e de sistema inquisitivo, com preponderância do sistema dispositivo. 
Na jurisdição voluntaria predomina o sistema inquisitivo, podendo ser observadas em determinadas realidades que não existem na jurisdição contenciosa: 
a) O juiz poderá dar início de oficio a determinadas demandas de jurisdição voluntaria, afastando-se o princípio da inercia da jurisdição, apesar do art. 720, CPC, prever que o procedimento de jurisdição voluntaria terá iniciativa por provocação do interessado, do MP, e da Defensoria Pública; 
b) Maiores podres instrutórios ao juiz, que poderá produzir provas mesmo contra a vontade das partes; 
c) O juiz poderá decidir contra a vontade de ambas as partes, o que é impossível na jurisdição contenciosa, na qual alguma das partes deverá ter sua pretensão acolhida, ainda que parcialmente. 
d) O juiz pode julgar utilizando-se de juízo de equidade. 
JUÍZO DE EQUIDADE 
Art. 723, CPC
Esse dispositivo consagra a possibilidade do juiz se valer de um juízo de equidade na solução das demandas de jurisdição voluntaria, reconhecendo-se certa discricionariedade do juiz. 
Para dos defensores da teoria da jurisdição voluntaria como uma atividade administrativa exercida pelo juiz, a previsão ora analisada afasta o princípio da legalidade, permitindo que o juiz resolva inclusive contra a letra da lei, desde que entenda ser sua decisão mais oportuna e conveniente, ou seja, sempre observando o que será melhor para as partes e para o bem comum. A fundamentação da decisão é relevante nessa situação como forma de justificar a não aplicação da lei. 
Minoritariamente existe doutrina que defende visão mais restritiva, entendendo que o juiz não está totalmente liberado da observância da legalidade, devendo levar em conta a oportunidade e conveniência somente quando a legalidade permitir. 
Art. 140, CPC 
PARTICIPAÇÃO DO MP COMO FISCAL DA ORDEM JURÍDICA 
Art. 721, CPC
Isto porque a presença do MP em determinadas de demandas é absolutamente desnecessária.
Art. 178, CPC 
ART. 722, CPC 
Como o dispositivo não qualifica a espécie de interesse que proporciona tal intimação, é possível supor que seja algo mais amplo que o interesse jurídico que motivaria seu ingresso como assistente. 
NATUREZA JURÍDICA DA JURISDIÇÃO VOLUNTARIA 
Para a teoria clássica, também chamada de teoria administrativista, a jurisdição voluntaria trata-se de mera administração pública de interesses privados, exercendo o juiz, portanto, uma atividade administrativa. 
Para a teoria revisionista, também chamada de jurisdicionalista, na jurisdição voluntaria o juiz também exerce atividade jurisdicional, apesar de contar com algumas peculiaridades que distinguem da jurisdição contenciosa. 
INEXISTÊNCIA DO CARÁTER SUBSTITUTIVO
Na jurisdição voluntaria não há caráter substitutivo considerando-se que o juiz não substitui a vontade das partes pela da lei quando profere sua decisão, tão somente integrando o acordo de vontade entre as partes para que possa gerar efeitos jurídicos. 
No entanto, ainda que a substitutividade possa ser considerada uma característica da jurisdição, sua inexistência não afasta a natureza jurisdicional da atividade desenvolvida pelo juiz, como ocorre na execução indireta. 
INEXISTÊNCIA DE APLICAÇÃO DO DIREITO AO CASO CONCRETO 
Na jurisdição voluntaria não há aplicação do direito material ao caso concreto para resolver o conflito existente entre as partes, isto porque não existe conflito. 
A sentença proferida pelo juiz apenas integra juridicamente o acordo de vontades das partes homologando-o, autorizando-o ou aprovando-o, o que permite que sejam produzidos os efeitos jurídicos previstos em lei e pretendidos pelas partes. 
Para a corrente clássica, a ausência da aplicação do direito material ao caso concreto evidencia a natureza administrativa da atividade judicial. Para Chiovenda, a jurisdição é entendida como a atuação da vontade concreta do direito objetivo. 
Para a corrente revisionista, como a jurisdição não se limita ao escopo jurídico, existindo ainda o educacional, social e político, e sendo todos eles alcançáveis na jurisdição voluntaria, não haverá como exclui-la da jurisdição. 
AUSÊNCIA DE LIDE 
Na jurisdição voluntaria não existe um conflito de interesse entre as partes. Ambas as partes pretendem obter o mesmo bem da vida; tem a mesma pretensão, mas precisam da intervenção do Poder Judiciário para que esse acordo de vontade produza os efeitos jurídicos almejados. 
O mais importante não é o conflito em si, mas a insatisfação das partes por terem sua pretensão resistida por uma exigência legal. Essa insatisfação jurídica é a mesma na jurisdição contenciosa e na voluntaria, e, por uma razão ou outra, resistência da parte contraria ou exigência legal de intervenção do juiz, a parte ou partes, que pretendem obter o bem da vida são obrigados a buscar o Poder Judiciário. 
A jurisdição voluntaria mais do que se afastar da lide, não utiliza como condição de sua atuação, significando dizer que, havendo ou não a lide, existirá necessidade de atuação judicial por meio da jurisdição voluntaria. 
NA JURISDIÇÃO VOLUNTARIA NÃO HÁ PARTES, MAS MERO INTERESSADOS 
Segundo a corrente clássica, na jurisdição voluntaria não há partes, somente interessados, porque nela só existem sujeitos, que pretendem obter um mesmo bem da vida e, portanto, não estão em situação antagônica da demanda judicial. 
NA JURISDIÇÃO VOLUNTARIA NÃO HÁ PROCESSO, MAS MERO PROCEDIMENTO: Afirma-se na doutrina administrativista que não existe processo na jurisdição voluntaria, mas mero procedimento. 
Esse entendimento é equivocado, pois existe processo, porque a regra na jurisdição voluntaria é a existência de uma relação jurídica processual que se desenvolve por meio de um procedimento em contraditório. 
Além disto, existe processo porque não existe só processo judicial, mas administrativo e legislativo. Logo, ainda que se dê a jurisdiçãovoluntaria natureza administrativa, isso não seria suficiente para concluir pela inexistência de processo, já que caracteriza processo administrativo. 
INEXISTÊNCIA DE COISA JULGADA MATERIAL: A teoria administrativista, sempre defendeu a ausência de coisa julgada material na jurisdição voluntaria e, como consequência, a inexistência de atividade jurisdicional desenvolvida pelo juiz. 
Entretanto, a melhor doutrina defende que a sentença proferida na jurisdição voluntaria não pode ser absolutamente instável, revogável ou modificável a qualquer momento e sob qualquer circunstância, por questão de segurança jurídica. 
Acolhendo a teoria que defende a existência de coisa julgada material nas decisões de mérito da jurisdição voluntaria, o CPC/15 não contém previsão legal nesse sentido, de forma que passará a aplicar nessa espécie de jurisdição as mesmas regras de coisa julgada material aplicáveis a jurisdição contenciosa. 
· Procedimentos Especiais previstos no CPC 
De jurisdição contenciosa: Arts. 539 até 718
De jurisdição voluntaria: Arts. 719 até 770
· Procedimentos Especiais previstos na legislação material extravagante 
Lei do Inquilinato
Lei de Alimentos
 11.09.2020 - DOS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS DE JURISDIÇÃO CONTENCIOSA 
DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS
· DA MANUTENÇÃO E DA REINTEGRAÇÃO DE POSSE – ARTS. 560 A 566, CPC
· DO INTERDITO PROIBITÓRIO – ARTS. 567 E 568, CPC 
São três as ações possessórias (ou interditos possessórios) previstas em nosso oreneanmento jurídico e o que as identifica é a pretensão do autor, de recuperar, conversar ou proteger a posse, objeto de agressões ou ameaças. 
· A reintegração de posse será cabível quando houver esbulho;
· A manutenção de posse será cabível quando houver turbação e; 
· O interdito proibitório será cabível quando houver ameaça ou o justo receio à posse; 
O interdito proibitório é a modalidade de tutela inibitória ou preventiva. 
Esbulho: pressupõe que a vítima desapossada do bem, que o perca para o autor da agressão. É o que ocorre quando há uma invasão. 
Turbação: pressupõe a pratica de atos materiais concretos de agressão a posse, mas sem desapossamento da vítima. É o que ocorre quando o agressor destrói o muro do imóvel da vítima; ou ingressa frequentemente para subtrair frutos ou objetos de dentro do imóvel. 
Ameaça: não há atos materiais concretos, mas o agressor manifesta a intenção de consumar a agressão. É o que ocorre quando aquele que tem a intenção de agressão fica na divisa do imóvel, armado, com outras pessoas, dando a entender que vai invadir. 
FUNGIBILIDADE: Entretanto, nem sempre nos casos concretos será fácil identificar quando há esbulho, turbação ou ameaça. Há casos em que uns podem classificar de uma maneira e outro de forma distinta. Passou a vir na reforma do Código de Processo Civil (73-2015), pois geralmente era observado dentro somente dos recursos. Não exige do autor que tenha que alterar o pedido . 
Art. 554, CPC
AÇÃO POSSESSÓRIA MULTITUDINÁRIA 
Os §§ 1º ao 3º do art. 554, CPC disciplinam a ação possessória multitudinária, na qual diversas pessoas figurarão no polo passivo da demanda, como acontece com ações de reintegração de posse em razão do esbulho promovido por grupos como o MST. 
O Código de Processo Civil dispõe que devem ser citados pessoalmente os ocupantes que forem encontrados e os demais por edital, mas se a área for tida como inacessível, não se permitindo a realização de citação pelo oficial de justiça, todos os ocupantes serão citados por edital. Jurisprudência: citação das pessoas mesmo que não haja a qualificação deles ainda. 
CUMULAÇÃO DE PEDIDOS 
O art. 327, CPC, autoriza, genericamente, a cumulação de pedidos nos processos em geral, desde que os pedidos sejam compatíveis entre si; que o juízo tenha competência para julgar todos e que os procedimentos sejam os mesmos. 
Ainda quando haja diferentes procedimentos, admita-se a cumulação desde que o autor observe, em relação a todos o comum, quando possível. 
A cumulação ao pedido possessório é restrita aos pedidos descritos no art. 555, do CPC. 
Art. 555, CPC
A cumulação é restrita aos pedidos descritos no art. 555, CPC, apenas para as ações possessórias que seguem o procedimento especial, mas nada impede que o autor formule, por exemplo, pedido possessório cumulado com rescisão contratual, desde que o procedimento adequado seja o comum. 
O CPC de 2015 inova ao estabelecer, no § único do art. 555, que o autor pode requerer a imposição de medida necessária e adequada para evitar nova turbação ou esbulho ou cumprir a tutela provisória ou final, dentro da linha de atipicidade das medidas executivas do inciso IV do artigo 139, do art. 297 e dos arts. 536 a 538 do CPC. Por exemplo: nada impede o juiz de aplicar multa coercitiva para inibir novo esbulho. 
NATUREZA DÚPLICE 
Para alguns autores esse dispositivo atribui, as possessórias, caráter dúplice, pois autoriza o réu a formular pedidos contra o autor, na contestação, sem reconvir (ação processualmente dúplice). 
Outros autores entendem como dúplice a ação cuja defesa contem implicitamente uma pretensão, independentemente de pedido expresso formulado pelo réu. É o que ocorre com as ações declaratórias (ação materialmente dúplice). EX: ação de investigação de paternidade. 
O reu poderá cumular, na contestação, os pedidos indicados no art. 555, CPC, o possessório; o de reparação de danos; o de indenização de frutos e a aplicação de medida coercitiva para evitar novas agressões a posse ou compelir ao cumprimento de tutela final. Não pode pedir liminar, já que o procedimento só permite que seja postulada pelo autor. 
Em razão da natureza dúplice, em regra não caberá reconvenção nas ações possessórias, em razão da falta de interesse de agir – ou processual – já que ela é desnecessária. Entretanto, admite-se que o réu formule pedido contra o autor, nos termos do art. 343, CPC, mas não esteja dentro daqueles do art. 555, CPC. Por exemplo: o réu pode reconvir para postular rescisão ou anulação de contrato. 
Art., 343, CPC Não se admite que nas ações possessórias se alegue ou se discuta propriedade. 
As ações possessórias têm como causa de pedir a posse, seguindo normalmente o procedimento especial. 
As ações petitórias têm como causa de pedir a propriedade, seguindo normalmente o procedimento comum. 
Art. 557, CPC
Portanto, na pendencia da ação possessória, desde o seu ajuizamento até o transito em julgado, não se admite ação de reconhecimento de domínio, envolvendo as mesmas partes. 
A proibição é temporária, de forma que concluída a ação possessória, aquele que quiser propor a ação dominial poderá fazê-lo. Mas, se o fizer pendente a ação possessória, o processo será extinto sem resolução de mérito.
PROCEDIMENTO DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS
Existem 2 tipos de procedimentos: 
a) A de força nova
b) A de força velha 
A ação possessória de força nova é aquela intentada dentro do prazo de ano e dia, a contar da data do esbulho ou turbação. 
O procedimento especial será observado nas ações possessórias de força nova, ajuizadas até um ano e dia após a agressão à posse. 
O que caracteriza a ação possessória de força nova á o procedimento especial, em que há a possibilidade de liminar própria, com requisitos específicos. 
Se o autor propuser ação possessória depois de ano e dia, ela observará o procedimento comum. 
 18.09.2020 - COMPETÊNCIA 
Se a ação possessória tiver por objeto bem móvel – a competência será o domicilio do réu – art. 46, CPC 
Se tiver por objeto bem imóvel – a competência será do foro da situação da coisa – art. 47, §2º, CPC – regra das ações reais imobiliárias
LEGITIMIDADE 
Ativa: possuidor que alega ter sido esbulhado, turbado ou ameaçado. O proprietário não terá legitimidade, salvo se discutir a posse. 
Qualquer tipo de possuidor, direto ou indireto, natural ou civil, justo ou injusto. 
Em caso de morte, a legitimidade passará a seus herdeiros e sucessores – art. 1207, CC – A ação possessória poderá ser ajuizada pelo espolio – caso não tenha havido partilha de bens – representado pelo inventariante, quanto pelos herdeirosEm caso de sucessão entre vivos – por cessão dos direitos possessórios, o cessionário terá legitimidade para defender a posse, já que lhe é facultado unir a sua posse à de seu antecessor (art. 1289, CC).
Passiva: é daquele que perpetrou a agressão a posse, ou seja, do autor do esbulho, turbação ou da ameaça. Se tiver falecido, do espolio ou herdeiros. 
Art. 1212, CC 
PETIÇÃO INICIAL 
Além dos requisitos do art. 319, CPC, o autor deve preencher os requisitos do art. 561, CPC 
Art. 561, CPC
A causa de pedir – o autor deve descrever com clareza em que consiste ou consistia em sua posse, e de que maneira se verificou o esbulho, turbação ou ameaça. 
O pedido, o autor deve indicar com precisão o bem objeto da pretensão para que, em caso de acolhimento do pedido, seja possível cumprir o mandado de reintegração ou manutenção de posse.
O valor da causa deve ser o do bem reclamado.
LIMINAR: consiste na possibilidade de o juiz determinar, de plano, a reintegração ou manutenção de posse; ou no caso do interdito proibitório, fixar a multa preventiva. 
 A liminar pode ser deferida de plano ou após a audiência de justificação 
A finalidade da audiência de justificação previa, é dar ao autor a oportunidade de produzir provas dos requisitos da medida. 
A expedição do mandado de manutenção ou de reintegração pode ser concedida liminarmente, antes da oitiva do réu. Haverá contraditório diferido. 
Designada a audiência de justificação previa, o réu será citado, porem o prazo de 15 dias para a resposta não fluirá da juntada dos autos do mandado devidamente cumprido, mas da intimação do réu sobre a decisão que apreciou a liminar, concedendo-a ou denegando-a.
Art. 562, CPC
Art. 563, CPC 
A medida prevista no art. 562, CPC, é uma tutela de evidencia, adiantando os efeitos da sentença de mérito em razão da alta probabilidade da existência do direito. 
Não se trata de uma tutela de urgência, porque não tem como fundamento a urgência ou periculum in mora. 
Nada impede, porém, a concessão de tutela antecipada após o prazo de um ano e um dia, desde que presentes os requisitos do art. 562 e 300 do CPC. 
Art. 564, CPC
Da decisão que conceder ou que indeferir a liminar, caberá agravo de instrumento (art. 1015, I, CPC).
Art. 1015, CPC
CONTESTAÇÃO 
O prazo para contestação será de 15 dias, a partir da juntada do aviso de recebimento ou mandado de citação cumprido, quando não houver justificação prévia; ou a partir da intimação do réu a respeito da decisão sobre a liminar, se a audiência tiver sido realizada.
Em razão da natureza dúplice das ações possessórias, a reconvenção só será admitida para pretensões distintas daquelas enumeradas no art. 555 do CPC. Por exemplo: para pedir a resolução ou anulação de um contrato.
A única particularidade do procedimento especial é a fase inicial, até a contestação. A partir dela o procedimento será o comum.
•Em caso de acolhimento do pedido, o juiz determinará a expedição do mandado de reintegração ou manutenção de posse, já que a sentença é executiva lato sensu.
Tem prevalecido no STJ o entendimento de que o direito de retenção por benfeitorias nas ações possessórias, sob pena de preclusão, tem que ser reconhecido na fase de conhecimento, pois não havendo fase executiva subsequente, mas apenas expedição de mandado possessório, não haverá outra oportunidade para que o réu alegue (REsp 649.296/DF, publicado no DJE de 06 de novembro de 2006, Rel. Min. César Asfor Rocha).
Peculiaridades do Interdito proibitório:
· O interdito proibitório é diferente das demais ações possessórias, pois trata-se de procedimento preventivo e não repressivo. Pois, não houve agressão à posse, mas apenas ameaça.
· Nesse caso, o autor não pedirá expedição de mandado possessório, mas requererá a fixação de multa suficientemente amedrontadora, que desanime o réu a perpetrar a agressão que ele ameaça realizar.
· A ameaça que dá ensejo ao interdito é a séria, que provoque temor fundado de agressão injusta à posse.
Deferida a liminar na ação de interdito proibitório, caso o réu cometa turbação ou esbulho, haverá duas consequências:
Por força do princípio da fungibilidade, o juiz, ao final, concederá ao autor a reintegração ou a manutenção de posse; e
O réu incorrerá na multa, que poderá ser executada nos mesmos autos, observando-se as regras do art. 537 do CPC.
AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO – ART. 539 E SS, CPC
A ação de consignação em pagamento tem natureza predominante declaratória, prevalecendo no STJ o entendimento de que nela pode discutir a existência da dívida e o seu valor, ainda que para isso seja indispensável interpretar cláusulas contratuais.
Não é fenômeno do direito processual. A consignação é um mecanismo previsto na lei civil; representa uma forma de extinção da obrigação efetivada por meio de deposito judicial ou em estabelecimento bancário, da coisa devida, a fim de liberar o devedor de sua obrigação e para que ele não incida em mora.
O devedor se vale da consignação para desonerar-se quando esteja em dificuldades para o fazer, seja porque o credor recusa-se a receber ou dar quitação; seja porque está em lugar inacessível ou ignorado; seja ainda porque existem dúvidas fundadas a respeito de quem deve legitimamente receber o pagamento. 
Art. 335, CC 
Esse rol do art. 335, do CC não é taxativo, de forma que a consignação é possível sempre que o devedor quiser pagar e houver algum óbice para que o faça. 
Vale ressaltar que a consignação não se dá apenas na hipótese de prestação pecuniária, sendo possível consignar coisas certas ou incertas, moveis ou imóveis, fungíveis ou infungíveis. 
Ex: consignação das chaves de um imóvel, que o devedor pretende restituir e o credor se recusa a receber. 
Se a prestação for pecuniária, poderá o devedor ou 3° optar por realizar a consignação extrajudicial ou judicial:
a) Extrajudicial: que tem início com o deposito em banco, oficial onde houver (§1° do art. 539, CPC) mas ocorrendo recusa expressa e escrita do valor depositado, terá o devedor ou 3° que promover a ação de consignação - § 3°, art. 539, CPC. 
Cabe destacar que compete ao devedor ou terceiro efetuar o depósito extrajudicialmente, em momento anterior a propositura da ação de consignação em pagamento, nada obsta que o devedor ou terceiro prefira desde logo a efetivação do deposito judicialmente. 
b) Judicial: proposta a ação de consignação em pagamento, o devedor ou terceiro requererá o deposito da quantia devida, a ser efetuada no prazo de 5 dias contados do deferimento – inciso I do art. 542, CPC)
LEGITIMIDADE
A legitimidade ativa cabe ao devedor; se tiver falecido, o espolio, enquanto não tiver havido a partilha, ou os herdeiros, depois dela; ou ao terceiro, interessado ou desinteressado, desde que o faça por conta e em nome do devedor – legitimação extraordinária – mas somente o terceiro interessado se sub-roga nos direitos do credor – art. 305, CC
A legitimidade passiva é do credor, seus sucessores ou herdeiros; ou dos possíveis credores quando a hipótese disser respeito a dúvida quando ao legitimo titular do credito.
DEPOSITO 
A consignação pressupõe que o devedor ofereça ao credor determinada quantia ou bem, para o cumprimento de sua obrigação. É necessário que ele efetive o deposito do dinheiro ou da coisa oferecida. 
Se o objeto da consignação for pagamento em dinheiro, o deposito pode ser judicial ou extrajudicial; se for determinada coisa, só cabe o deposito judicial. 
CONSIGNAÇÃO EXTRAJUDICIAL 
A dejudicialização é uma tendência
O deposito extrajudicial só é permitido quando tratar-se de obrigação em dinheiro, devendo ser realizado no local do pagamento, em estabelecimento bancário oficial e, na ausência deste, em estabelecimento bancário particular – art. 539, §1°, CPC
O deposito é opção do devedor que, antes de ingressar em juízo, pode depositar o valor em estabelecimento bancário situado no lugar do pagamento, em conta com correção monetária, cientificando o credor por carta com aviso de recebimento. 
O credor tem prazo de 10 dias, contados da data de retorno do aviso de recebimento, para manifestarrecusa por escrito ao estabelecimento bancário em que o deposito foi efetivado.
Não havendo recusa no prazo, o devedor estará liberado da obrigação, ficando o dinheiro depositado a disposição do credor. 
Quando houver recusa no prazo, o devedor ou qualquer legitimado, deverá ajuizar ação de consignação no prazo de um mês, contados da data em que tomou ciência da recusa do credor, devendo instruir a petição inicial com prova do depósito e da recusa.
Caso a ação seja proposta no prazo, o deposito fica sem efeito e o valor deverá ser levantado pelo devedor. Isso não impede de propor, oportunamente, ação de consignação em pagamento. 
Proposta ação de consignação judicial no prazo de um mês, o devedor estará livre das consequências da mora, como dos juros, salvo se ela for julgada improcedente. 
Nota-se que a opção pela via judicial não está condicionada ao prévio deposito extrajudicial.
CONSIGNAÇÃO JUDICIAL 
O deposito judicial se efetiva através do ajuizamento da ação de consignação em pagamento, nos termos dos arts. 539 a 549, CPC
A petição inicial deve apresentar os requisitos dos arts. 319 e 320 do CPC, além de um requerimento de deposito de quantia ou da coisa devida (exceto se já foi depositada extrajudicialmente) e de um requerimento de citação do réu para levantar o deposito ou oferecer contestação. 
O deposito deve ser efetivado no prazo de 5 dias, contado do deferimento da inicial, sob pena de extinção do processo sem resolução do mérito. 
Em se tratando de coisa, o autor requererá a nomeação de depositário, para eventual recusa do credor em recebe-la (arts. 341 a 343 do CC)
O valor da causa corresponderá ao valor devido ou ao valor da coisa devida. 
Efetuando o deposito, o réu será citado para apresentar contestação no prazo de 15 dias e, se quiser, reconvenção (mesmo que a ação de consignação em pagamento seja considerada declaratória, tendo em vista o que estabelece a sumula 258 do STF). 
O demandado deverá alegar em contestação as matérias arroladas no art. 544, do CPC (que não houve recusa ou mora em receber a quantia ou coisa devida; foi justa a recusa; o deposito não foi efetuado no prazo ou lugar do pagamento; o deposito não é integral), mas é perfeitamente possível discutir a existência e o valor do debito. 
Alegada a insuficiência do deposito, o credor (demandado) deverá indicar o montante que entenda devido, a fim do devedor (demandante) exercer o direito de complementação do deposito em 10 dias. 
Na ação de consignação em pagamento é possível a realização de deposito parcial para discutir a parcela controvertida
Julgado procedente o pedido ou se houver recolhimento jurídico do pedido (credor recebe e der quitação), o juiz extinguira a obrigação e condenará o credor – réu ao pagamento de custas e honorários advocatícios. 
A sentença proferida em ação de consignação em pagamento tem, em regra, natureza declaratória. 
No acolhimento do pedido do autor, haverá declaração e extinção da obrigação em razão da suficiência do deposito realizado. 
Na rejeição do pedido haverá declaração de que o deposito realizado não é apto a extinguir a obrigação 
Excepcionalmente, a sentença terá natureza condenatória, quando o réu alegar insuficiência do deposito e o autor não completa-lo em 10 dias, caso em que o juiz irá condena-lo a pagar a diferença apurada. 
Tratando-se de consignação fundada em dúvida sobre quem deva receber, seu procedimento é cindido em 2 fases: 
Na primeira, o juiz analisa a adequação, suficiência e pertinência do deposito e, se for o caso, extingue a obrigação do autor. 
Na segunda, decide o destino a ser dado a quantia depositada. 
Dentre o possível desfecho após a citação dos possíveis credores temos: 
Se nenhum dos credores comparecer, se impõe a extinção da obrigação por sentença, julgando-se o pedido procedente e arrecadando-se a quantia como bem de ausente. 
Se apenas um deles comparecer e comprovar a condição de credor, o pedido será julgado procedente. 
Comparecendo todos os corréus e aceitando de forma unanime o deposito, o autor será liberado da obrigação, de modo que o objeto do processo ficara restrito a titularidade do credito em relação aos demais corréus. 
Aquele que não for considerado credor deverá arcar com o ônus da distribuição do custo do processo. 
Se todos impugnarem o deposito, com base na alegação de insuficiência, abre-se nova oportunidade de complementação do valor pelo devedor, nos termos do art. 546, CPC. 
AÇÃO DE EXIGIR CONTAS – ART. 550, e ss, CPC – PROCEDIMENTO ESPECIAL
Ao contrário do CPC/73, que previa o procedimento especial, tanto para a ação de quem tem o direito de exigir contas, quanto para ação de quem tem a obrigação de prestar contas, o CPC/2015 prevê a existência de um procedimento especial apenas para a ação de exigir contas. 
A ação de exigir contas será proposta por quem se afirma ser titular do direito de exigi-las. É o caso por exemplo, só sócio que propõe ação de prestação de contas em face do outro sócio, responsável pela administração da sociedade; do sucessor que exige a prestação de contas do inventariante; do condômino que exige a prestação de contas do sindico. 
O procedimento da ação de exigir contas normalmente apresenta duas fases: 
a) Na primeira, se decide a respeito da obrigação de prestar contas, salvo se o réu presta-las espontaneamente; e 
b) Na segunda, caso realmente exista a obrigação, as contas são analisadas, podendo ocorrer condenação ao pagamento do saldo credor. 
Na 1° fase do procedimento, o autor apresentara uma petição inicial, que deve preencher os requisitos gerais dos arts. 319 e 320 dos CPC, e os requisitos especifico, quais sejam, as razoes pelas quais o autor exige as contas, conforme documentos comprobatórios dessa necessidade, se estes existirem - §1°, art. 550, CPC
Não sendo caso de indeferimento da inicial ou improcedência liminar do pedido, o réu ser citado para prestar as contas ou contestar, no prazo de 15 dias. 
Há autores que admitem a apresentação simultânea da prestação de contas e contestação. 
Se o réu permanecer inerte, o juiz poderá, conforme o caso, julgar antecipadamente o mérito, nos termos do art. 355, CPC, finalizando a 1° fase do procedimento. 
Se o réu contestar, haverá o julgamento conforme o estado do processo, para que o juiz profira uma decisão a respeito do dever de prestar contas, pondo fim a 1° fase do procedimento, nos termos do art. 354, CPC. 
Se o réu prestar contas espontaneamente, o juiz não precisará decidir sobre estas, encerrando-se a 1° fase do procedimento. 
Se o réu descumprir a decisão judicial prolatada na 1° fase do procedimento e não prestar contas no prazo de 15 dias, o autor terá o direito de apresentar as contas e o réu não poderá impugna-las, competindo ao juiz decidir, após a produção pericial, se indispensável. 
Na 2° fase do procedimento, o objeto da demanda é a apuração das contas. Assim, prestada as contas pelo réu, em 15 dias, espontaneamente ou em cumprimento a decisão judicial prolatada em 1° fase, o juiz ouvira o autor, no prazo de 15 dias. O autor poderá:
Acatar as contas apresentadas pelo réu, quando então ocorrera o julgamento conforme o estado do processo; ou 
Rejeita-las, apresentando impugnação de forma fundamentada, com referência expressa aos lançamentos questionados. Nesse caso, o juiz estabelecerá prazo razoável para que o réu apresente documentos justificativos dos lançamentos individualmente impugnados, seguindo-se o julgamento conforme o estado do processo. 
Portanto, além da decisão a respeito do dever de prestar contas, o juiz também deve decidir quanto ao saldo do credor. 
Declarada a existência do dever de prestar contas, - art. 552, CPC – a sentença apurara o saldo a favor de algumas das partes e constituirá título executivo judicial. Como o saldo pode apontar como credor ou devedor tanto o autor como o réu, o dispositivo consagra a natureza dúplice da ação. 
16.10.2020 - AÇÃO DE DIVISÃO E DEMARCAÇÃO DE TERRAS PARTICULARES – ART. 569 E SS, CPC 
A ação demarcatória é proposta pelo proprietário em face de seu confiantecom o objetivo de constrange-lo a, com ele, demarcar prédios, aviventar rumos apagados, fixar novos limites ou renovar marcos destruídos ou arruinados – caput do art. 1.297 do CC e inciso I do art. 569, CPC
Somente o proprietário está legitimado a postular a demarcação do terreno. Aquele que tiver apenas a posse não poderá fazê-lo, salvo se pretender exclusivamente a demarcação da posse. 
A ação divisória é proposta pelo condômino em face dos demais condôminos para exigir-lhes a divisão da coisa comum ou estremar os quinhões – caput do art. 1321 do CC e inciso II do art. 569 do CPC 
A ação de divisão pressupõe que o imóvel em condomínio seja divisível. Caso contrário, a extinção da comunhão será feita pela alienação judicial da coisa, procedimento especial de jurisdição voluntaria, nos termos do art. 730 do CPC. 
Seja qual for o número dos condôminos, o legislador facilitou a extinção da comunhão, de forma que a divisão pode ser requerida por apenas um deles, ainda que todos os restantes, em maioria, prefiram manter-se em comunhão. Também não permitiu que seja convencionado a indivisão por tempo não superior a cinco anos, suscetível, porém, de prorrogação ulterior – art. 1320, CC. 
A ação demarcatória e a ação divisória podem ser propostas em qualquer tempo, não existindo prazo prescricional, porque a demarcação e a divisão são direitos potestativos. 
A demarcação e a divisão podem ser feitas de forma amigável, por escritura pública, desde que os interessados sejam maiores, capazes e estejam de acordo quanto à forma como elas se efetivarão. 
Ambas podem ser totais ou parciais. 
Caráter dúplice: qualquer das partes poderia pedir demarcação ou a divisão, razão pela qual as ações demarcatórias e divisórias são materialmente dúplices, vale dizer, as defesas contem pretensões implícitas. Assim, a improcedência para o autor equivale a uma procedência para o réu, ainda que este não formule pedido expresso. 
Natureza jurídica: Direito real imobiliário, também. 
· O direito a demarcação é espécie de direito de vizinhança 
· A divisão está ligada a extinção da propriedade comum 
Competência: as ações de demarcação e divisão só poderão ser processadas e julgadas no foro de situação da coisa. Como regra, é de competência absoluta. 
Legitimidades ativa e passiva: 
Somente o proprietário está legitimado a postular a demarcação de seu terreno. No polo passivo figurarão os confinantes. 
O condômino é o legitimado ativo na ação de divisão. E os demais condôminos integrarão o polo passivo da demanda. 
Cumulação de demandas: trata-se de cumulação própria, porque o juiz pode acolher mais de uma pretensão, mas sem fases sucessivas, primeiro a demarcatória, depois a divisória. 
Isto porque enquanto não estabelecidos os limites do bem, não se poderá dividi-lo de modo adequado. 
Na ação demarcatória, os condôminos são citados para assumir o polo ativo, na qualidade de litisconsortes necessários, e os confinantes, o polo passivo. Encerrada a demarcatória, e iniciada a divisão, os demais condôminos, que até então haviam figurado o polo ativo, passarão a integrar o polo passivo, e os confinantes não mais participarão da relação processual, já que não tem interesse na divisão. 
As duas fases das ações de divisão e de demarcação 
O procedimento da ação de demarcação e de divisão desdobra-se em duas fases: 
Uma contenciosa que se encerra com a sentença, na qual o juiz decidirá se o autor tem ou não o direito a demarcação ou a divisão, e se será necessária e 
Outra “executiva” ou de cumprimento de sentença, em que serão realizadas as operações essenciais para tornar efetiva a demarcação ou a divisão, ou seja, serão tomadas as providencias técnicas destinadas a concretizar o que ficou determinado na fase contenciosa. 
Não há propriamente execução, já que a sentença é meramente declaratória, mas sim a efetivação daquilo que foi determinado na fase contenciosa. 
AÇÃO DEMARCATÓRIA 
É real e imobiliária, por isso, será competente absolutamente o foro da situação do imóvel, razão pela qual eventual incompetência pode ser declarada de oficio. 
Somente o proprietário está legitimado a postular a demarcação de seu terreno. 
Caso o imóvel tenha vários donos, o requerimento será feito por um ou mais dos condôminos, e os demais serão intimados, para, querendo, intervir no processo (litisconsórcio ativo unitário e necessário). 
Além de cumprir os requisitos do art. 319, do CPC, a petição inicial será instruída com os títulos de propriedade, indicará o imóvel pela situação e denominação e descreverá os limites por construir, aviventar ou renovar. 
A falta do título de propriedade é causa de extinção do processo sem resolução do mérito, caso o vício não seja sanado no prazo de 15 dias (art. 321 do CPC) – indeferimento da inicial. 
Todos os confinantes da linha demarcada serão citados porque figurarão como réus – litisconsórcio necessário. 
Em regra, a citação dos réus se dará pelo correio para qualquer comarca do pais, com aviso de recebimento, exceto nas hipóteses do art. 247, do CPC (quando o citando foi incapaz; pessoas de direito público; residir em local não atendido pela entrega de correspondência; quando o autor justificadamente requerer de outra forma). 
Já a citação por edital se dará apenas nas hipóteses no inciso III do art. 259 (em qualquer ação em que seja necessária, por determinação legal, provocação, para a participação do processo, de interessados incertos ou desconhecidos), não sendo necessária quando o réu residir em outra comarca e o autor conhecer seu endereço. 
Se os réus forem casados ou vivam em união estável, comprovada nos autos, a citação deverá ser feita a ambos os cônjuges ou companheiros, em litisconsórcio necessário, dada a natureza real da ação, salvo se o regime de bens for o da separação absoluta. 
Feita as citações, terão os réus o prazo comum de 15 dias para apresentação da resposta, e começará a fluir da data em que for juntado aos autos o aviso de recebimento ou mandado de citação cumprido, observando o disposto no §1º do art. 231 do CPC
Os réus poderão contestar, mas não reconvir, em face do caráter dúplice da ação demarcatória, cuja a defesa pressupõe pretensão demarcatória implícita. 
Ressalta-se que pode ser proposta reconvenção, desde que o pedido não seja de demarcação. 
Apresentada a contestação, será observado o procedimento comum. 
Não apresentada a contestação, o juiz julgara antecipadamente o mérito, nos termos do art. 355, II do CPC, salvo se a contestação não produzir os efeitos da revelia. 
Antes de proferir a sentença, o juiz nomeara um ou mais peritos, que farão o levantamento do traçado da linha demarcanda. 
Em regra, o procedimento especial da demarcação exige a produção de prova pericial, que pode ser dispensada “tratando-se de imóvel georreferenciado, com averbação no registro de imóveis” art. 573, CPC. 
A produção da prova pericial seguira o procedimento previsto nos art.s 464 a 480 e 580 do CPC, sendo que o perito pode ser nomeado pelo juiz ou escolhido consensualmente pelas partes. 
Caso não haja indefinição entre os limites dos imóveis, nem rumos a traçar ou aviventar, a ação será julgada improcedente. 
Se a sentença for de procedência, o juiz declarara a linha demarcanda
A sentença encerra a fase de conhecimento do procedimento demarcatório (pode também extinguir o processo sem resolução do mérito, se ocorre uma das situações previstas no art. 485, CPC) 
O recurso cabível contra essa sentença é a apelação, no prazo de 15 dias, recebida nos efeitos devolutivo e suspensivo. 
Encerrada a primeira fase do procedimento demarcatório, com o transito em julgado da procedência, terá início a fase executiva ou de cumprimento de sentença, com a demarcação propriamente dita – art. 582, CPC 
O perito fará os trabalhos de campo e elaborará as plantas e os memoriais descritivos, colocando os marcos necessários para estremar os imóveis. A linha divisória será, então, percorrida por ele, que conferirá sua exatidão, juntando aos autos um relatório. 
As partes serão ouvidas em 15 dias, fazendo,se for o caso, correções. Será lavrado um auto contendo a discriminação minuciosa dos limites demarcandos, assinado pelo juiz e pelo perito. 
Em seguida, será proferida uma sentença, meramente homologatória da demarcação, contra qual poderá ser oposta apelação, recebida apenas no efeito devolutivo – arts. 1.009 e 1.012, §1º, inciso I do CPC
AÇÃO DIVISÓRIA 
É real e imobiliária, por isso será competente absolutamente o foro da situação do imóvel, razão pela qual eventual incompetência pode ser declarada de oficio. 
Além de cumprir os requisitos do art. 319 do CPC, a petição inicial será instruída com a prova da titularidade do domínio. O imóvel a ser divido precisa estar descrito e individualizado, com o apontamento dos seus limites, características e situação. 
Também deve conter o nome dos demais condôminos, sua qualificação e a área ocupada por eles, com as respectivas benfeitorias. 
A falta do título de domínio é causa de extinção do processo em resolução do mérito caso o vício seja sanado em 15 dias –art. 321 do CPC. 
Em regra, a citação dos réus se dará pelo correio para qualquer comarca do pais, com aviso de recebimento, exceto nas hipóteses do art. 247, do CPC (quando o citando foi incapaz; pessoas de direito público; residir em local não atendido pela entrega de correspondência; quando o autor justificadamente requerer de outra forma). 
Já a citação por edital se dará apenas nas hipóteses no inciso III do art. 259 (em qualquer ação em que seja necessária, por determinação legal, provocação, para a participação do processo, de interessados incertos ou desconhecidos), não sendo necessária quando o réu residir em outra comarca e o autor conhecer seu endereço. 
Feita as citações, terão os réus o prazo comum de 15 dias para apresentação da resposta. 
Os réus poderão contestar, mas não reconvir, em face do caráter dúplice da ação divisão. 
Ressalta-se que pode ser proposta reconvenção, desde que o pedido não seja de divisão. 
Apresentada a contestação, será observado o procedimento comum. 
A sentença terá efeito declaratório, impugnável por apelação recebida no duplo efeito. 
Encerrada a primeira fase do procedimento divisório, com transito em julgado da sentença de procedência, terá início a segunda fase, com divisão propriamente dita. 
Depois do transito em julgado da sentença, iniciam-se os trabalhos de efetiva divisão, feitos também por um ou mais peritos, nomeados pelo juiz ou escolhidos, de comum acordo, pelas partes. 
Cada condômino será intimado para, em 10 dias, apresentar os seus títulos sobre a coisa, se ainda não tiver feito e formular seus pedidos de quinhão. 
Superado esse prazo, o juiz dará 15 dias para os coproprietários se manifestem sobre os títulos e pedidos dos demais. 
Não havendo impugnação, o juiz determinará a divisão do imóvel
Se houver impugnação, o juiz decidirá em 10 dias sobre os pedidos e títulos a serem atendidos. 
Os peritos proporão, em laudo fundamentado, a forma de divisão do imóvel, “devendo consultar, quanto possível, a comodidade das partes, respeitar, para adjudicação a cada condômino, a preferência dos terrenos contíguos as suas residências e benfeitorias e evitar o retalhamento dos quinhões em glebas separadas”. 
Sobre o laudo, as partes serão ouvidas no prazo comum de 15 dias, e o juiz deliberará sobre a divisão. 
Em cumprimento ao que foi decidido, o perito procederá a demarcação dos quinhões, observada as regras dos arts. 584 e 585 do CPC
Depois de assinado o auto de divisão pelo juiz e pelo perito, o magistrado proferirá sentença homologatória, da qual caberá apelação no efeito devolutivo 
A sentença que homologa a divisão deve ser levada a registro no Cartório de Registro de Imóveis, para que adquira validade erga omnes. 
Questoes: a)Quando a ação de consignação em pagamento se fundar em dúvida sobre quem deva legitimamente receber o pagamento e comparecendo apenas um pretendente, é correto afirmar, de acordo com o Novo Código de Processo Civil, que o juiz: decidirá de plano. (art. 548, II, CPC:... “II - comparecendo apenas um, o juiz decidirá de plano...)
b)Sobre a ação de consignação em pagamento, prevista no Novo Código de Processo Civil, assinale a alternativa incorreta: Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o pagamento, o autor deverá permanecer inerte até a manifestação de possíveis titulares (547, CPC).
c) Na ação interposta por aquele que pretende exigir a prestação de contas, conforme a disposição do CPC, se o réu não negar a prestação de contas, é incorreto afirmar que, em consequência: as contas serão, desde logo, apresentadas pelo autor, em dez dias, sendo julgadas segundo o prudente arbítrio do juiz;
23/10/2020 - AÇÃO MONITÓRIA 
 *art 700 á 702, CPC.
Conceito: A ação monitória é uma tutela jurisdicional situada entre a tutela de conhecimento e a tutela executiva, que objetiva abreviar o caminho para a formação de um título executivo judicial. Trata-se de uma tutela jurisdicional diferenciada, sumaria, de evidencia e com contraditório diferido. É um instrumento processual de que pode utilizar-se o credor de quantia certa, ou de obrigação de entrega de coisa fungível ou infungível, de bem móvel ou imóvel, ou de obrigação de fazer ou não fazer, que possua documento escrito sem força executiva, para exigir o adimplemento da obrigação.
OBS: a ação monitória não é uma ação de execução, é apenas uma ação de conhecimento que produz mais rapidamente o título executivo. A vantagem da acao monitória é que se não houver oposição do devedor, chega – se com maior presteza á execução. 
EXCEÇAO: caso o credor tenha documento escrito comprovando a dívida, ele não está obrigado a utilizar a ação monitória, podendo valer-se das ações tradicionais de conhecimento, como a ação de cobrança, pelo procedimento comum.
Natureza Juridica: é uma nova espécie intermediária entre o processo de conhecimento e o execução. 
REQUISITOS: art 700
“PROVA ESCRITA” – PROVA DOCUMENTAL OU PROVA DOCUMENTADA (ORAL) 
Súmulas: 299, 247,233, 384,531,504,STJ.
Procedimento da ação moratória: a)legitimado ativo credor
b)legitimado passivo devedor
Competencia: feita de acordo com as regras do código. 
Peticao Inicial: preenche os requisitos do art 319 e 320, CPC. O valor da causa deve corresponder ao da dívida corrigida, com juros vencidos até o ajuizamento da ação ou ao valor do bem. 
Expediçao do mandado monatório e citatório: (art 701) Sendo evidente o direito do autor, o juiz deferirá a expedição de mandado de pagamento, de entrega de coisa ou para execução de obrigação de fazer ou de não fazer, concedendo ao réu prazo de 15 (quinze) dias para o cumprimento e o pagamento de honorários advocatícios de cinco por cento do valor atribuído à causa. No prazo de 15 dias, o réu poderá pagar ou entregar a coisa, embargar, não cumprir a obrigação ou ainda não embargar. 
Parte contraria – contraditório diferido 
Cognição sumaria – tutela de evidencia
Verossimilhança – fumus boni iuris
30/10/2020 - EMBARGOS DE TERCEIROS
Conceito: são acoes de conhecimento que livra de constrição judicial injusta bens que foram apreendidos em um processo no qual o seu proprietário ou possuidor não é parte. O terceiro pode ajuizar a ação de embargos de terceiros com a finalidade de evitar a constrição judicial. 
Requisitos: a) existência de um ato ou apreensão judicial ( os embargos pressupõem sempre a existência de outra acao em que a constrição esteja indevida, os embargos podem ser distribuídos por dependência ao juízo principal da acao) 
b)que o embargante seja proprietário ou possuidor da coisa ( podem ser fundados em propriedade ou posse)
c) que seja terceiro
Demanda principal tenha uma decisão judicial de constrição de bens (ex: penhora, arresto) esse bem é do terceiro, não de quem é o devedor/executado. 3º que tem sua posse/propriedade constrita de seus bens, pode opor embargos de terceiro, e o juiz suspensaeste ato de constrição.
13/11/2020 – AÇÕES DE FAMÍLIA
*art 693 e ss
Conceito: aplica – se para processos contenciosos, de divorcio, separação reconhecimento e extinção de união estável, guarda, visitação e filiação. Não se aplica apenas para procedimentos de jurisdição voluntária de divorcio e separação consensual. 
Ação de alimentos: visa sobre o interesse da criança ou do adolescente com previsão na lei n5478/68, para ação de alimentos e o Estatuto da Criança e do Adolescente. 
Procedimento: recomendação de que todos os esforços sejam empreendidos para solução consensual da controvérsia, como forma de evitar o litigio entre as partes, e o juiz deve dispor do auxilio profissional de outras áreas de conhecimento e pode determinar a suspensão do processo. Não há o rito especial das ações de família a possibilidade das partes de se oporem á realização da audiência de mediação e conciliação, após a audiência de conciliação e mediação, o réu, é citado com 15 dias de antecedência. A citação é feita sempre na pessoa do réu e as partes devem comparecer acompanhadas por seu advogado e devem aplicar o principio da instrumentalidade das formas no caso da ausência de comparecimento do advogado ou do defensor publico. 
Realizada a audiência de mediação e conciliação sem que tenha havido acordo, o processo seguirá o procedimento comum, passando a fluir o prazo de contestação para o réu, art. 355 e ss, CPC.
Divórcio e separação consensual, extinção consensual da união estável e alteração do regime de bens do matrimonio: 
	Divorcio 
	Separação 
	Termino do vinculo conjugal 
	Termino da sociedade conjugal 
	Fim dos deveres de coabitação e fidelidade, bem como ao regime de bens, pondo fim ao casamento.
	Fim dos deveres de coabitação e fidelidade, bem como ao regime de bens sem, no entanto, dissolver o casamento.
	Permite a celebração de novo casamento com medida definitiva 
	Não permite a celebração de novo casamento com medida temporária 
	Caso as pessoas divorciadas desejem ficar novamente juntas, precisam se casar novamente.
	Pode-se optar, a qualquer tempo, por restabelecer a sociedade conjugal ou pela sua conversão definitiva em divorcio.
 
OBS: a separação põe fim á sociedade conjugal, mas não ao vinculo do casamento, assim, permite o futuro restabelecimento da sociedade conjugal. 
OBS 2: ao extinguir o vinculo, não permite uma reconciliação e o restabelecimento da união. 
Os arts. 731 e ss do CPC disciplinam que para que o procedimento do divórcio e separação consensuais; extinção consensual da união estável e alteração do regime de bens do matrimônio seja viável, três requisitos sempre deverão estar presentes, quais sejam: 
a) ambos os cônjuges manifestem o consentimento, perante o juízo;
b)ambos estejam de acordo com o termino do casamento, da sociedade conjugal, da união estável ou com a alteração do regime;
c) o acordo preserve adequadamente os interesses dos filhos ou de um dos cônjuge. 
Homologada a separação a sentença será averbada no Registro Civil e também no Cartório de Registro de Imóveis. 
Açao de alimentos: são as verbas devidas para a manutenção de uma de uma pessoa que não tem condições de prover a própria sobrevivência. E a fixação dos alimentos depende da comprovação de sua necessidade e da possibilidade do alimentante. 
Procedimento: a inicial deve ser endereçada perante o juízo do domicilio ou residência do alimentando. 
27.11.2020 – Ação de Interdição 
* art 474,ss,CPC
Todo homem é capaz de direitos e obrigações, mas nem todo homem possui o poder de exercer os próprios atos da vida civil.
Incapacidade: pode ser absoluta ( menor de 16 anos) ou relativa ( maior de 16 e menor de 18 anos). Quando acaba a maioridade, cessa a incapacidade. 
EXCEÇAO: se o indivíduo completar 18 anos e estiver presente alguma hipótese de incapacidade, é necessário ocorrer a interdição. 
Interdição: possui a finalidade de declarar a incapacidade absoluta ou relativa das pessoas que não podem sozinhas exercer os atos da vida civil. 
EXCECAO: caso a pessoa deficiente seja considerada capaz, para era é instituído a curatela, em processo de interdição, quando for necessário. 
OBS: Lei 13.146/2015. 
Procedimento da Interdição: deve ser requerida pelo cônjuge, companheiro, parentes ou tutores, ou ainda pelo representante da entidade em que se encontra o interditando, no foro do domiciliado do interditando, na Vara de Família, porém, se não houver, pode ser feito na Vara Cível. A própria pessoa pode requerer a interdição. Caso haja urgência, o juiz pode nomear um curador provisório ao interditando, compete ao autor indicar também o momento em que a incapacidade se revelou.
Petição Inicial: art 319,CPC, o legitimado deve juntar o comprovante de parentesco, casamento ou união estável, e indicar os fatos em que fundamenta o pedido, especificando os motivos para interditar aquela pessoa. Na inicial deve conter o laudo médico. Na audiência, o juiz o examinará, buscando extrair impressões a respeito de seu discernimento, sua capacidade e aptidão para gerir seus negócios, e, após a audiência, o interditando poderá́ impugnar o pedido, no prazo de quinze dias, constituindo advogado para defendê-lo, se não conseguir um advogado, será nomeado um curador especial que poderá realizar a impugnação a pretencao por negatival geral. Compete as partes e ao MP formular os quesitos e indicar os assistentes técnicos. O laudo não vinculará o juiz, podendo ele formar sua convicção com base em outros elementos ou fatos provados nos autos. 
Encerrada a prova pericial, o juiz designará audiência de instrução e julgamento, quando for necessário, A sentença deverá ser inscrita no Oficial de Registro Civil, para que dela se dê conhecimento geral, e publicada na rede mundial de computadores, no sítio do tribunal a que estiver vinculado o juízo e na plataforma de editais do Conselho Nacional de Justiça, onde permanecerá por seis meses, e publicada pela imprensa local e pelo órgão oficial por três vezes, com intervalo de dez dias. Do edital, constarão os nomes do interdito e do curador, a causa da interdição e os limites da curatela. Contra a sentença cabe o recurso de apelação sem efeito suspensivo. Acolhido o pedido, a interdição será levantada, total ou parcialmente, conforme o grau de capacidade do interdito, devendo ser feita a publicação da sentença e seu registro no Oficial de Registro Civil.
OBS: a falta de defesa não produz efeito de revelia. 
OBS 2: a sentença de interdição possui efeitos ‘ex nunc’.
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