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( Aula1)Cópia de Direito Constitucional II Organização do Estado brasileiro.pptx

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Direito Constitucional II
Unidade II – Organização do Estado brasileiro
2. 1. Princípios fundamentais do Estado brasileiro; 
2.2. Regras de organização do Estado;
2.3. Elementos integrantes da Federação brasileira; 
2.3.1. A União
2.3.2. Os Estados-Membros;
2.3.3. Os Municípios;
2.3.4. O Distrito-Federal;
2.3.5. Os Territórios.
2.1. Os Princípios Fundamentais do Estado
Os princípios fundamentais do Estado brasileiro estão localizados nos artigos 1º/4º da Constituição Federal, conforme expõe o Título I – Dos Princípios Fundamentais.
Dispõe o art. 1º: 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos...
A expressão “República Federativa do Brasil” reúne:
A forma adotada para o governo, in casu, como visto, a República.
Nesse passo, cumpre asseverar que são Formas de Governo a Monarquia e a República.
A monarquia tem como principais características:
a) A hereditariedade dos governantes;
b) A vitaliciedade dos mandatos;
c) Inexistência de representação popular;
d) Irresponsabilidade do governante (ausência de prestação de contas).
Já a república é marcada pela:
a) A eletividade dos governantes;
b) A temporariedade dos mandatos;
c) Representatividade popular;
d) Responsabilidade do governante (dever de prestação de contas).
Logo, a teor do art. 1º da CF, a forma de governo é a República.
A forma de Estado, também conforme o art. 1º, é a Federação.
Como formas de Estado temos:
As Confederações, onde as unidades confederadas são ligadas umas às outras por um vínculo contratual, de forma que, cessada a vontade que as uniu, podem dissolver-se, pois elas mantém suas soberanias intactas.
Já a federação é uma união indissolúvel de Estados-Membros, os quais, por sua vez, são dotados de autonomia.
O princípio da indissolubilidade do vínculo federativo – que caracteriza a federal - tem 2 (duas) finalidades básicas:
 preservar a unidade nacional; e,
 necessidade de descentratização.
É inadmissível qualquer pretensão de separação de um Estado-Membro, do Distrito Federal ou de qualquer Município da Federação, inexistindo em nosso ordenamento jurídico o direito de secessão.
A mera tentativa de secessão (separação) , no caso do federação brasileira, já autoriza a intervenção federal, conforme aduz o art. 34, I, da CF/88, in verbis:
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
I - manter a integridade nacional;
Por oportuno, impede aduzir que há dois tipos de Federações:
Federação centrípeta: é aquele formada por agregação de Estados que abrem mão da soberania e se unem em busca das vantagens da centralização (Exemplo: EUA)
Federação centrífuga: é aquele formada por desagregação de um Estado unitário que se descentraliza, com a instituição da repartição de competências entre unidades federais autônomas. Exemplo: Brasil.
Ainda cumpre citar a existência dos Estados unitários, que podem ser divididos em Estados unitários puros ou Estados unitários descentralizados administrativamente
Como asseveram Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino: 
“O Estado será unitário (ou simples) se existir um único centro de poder político no respectivo território. A centralização política em uma só unidade de poder é a marca desse Estado. È o que ocorre no Uruguai, por exemplo, em que só existe um centro de poder político (nacional), que se estende por todo a população, controlando todas as coletividades regionais e locais.
O Estado unitário pode assumir a feição de Estado unitário puro ou estado descentralizado administrativamente.
O Estado unitário puro (ou centralizado) é aquele em que as competências estatais são exercidas de maneira centralizada pela unidade que concentra o poder político. A centralização do exercício do poder é, pois, a característica dessa forma de Estado unitário.
O Estado unitário descentralizado administrativamente (ou regional) é aquele em que as decisões estão concentradas no poder central, mas a execução das políticas adotadas é delegada por este a pessoas e órgãos criados para esse fim administrativo.
Ainda aduze,m os renomados doutrinadores que predominam, modernamente, os Estados unitários descentralizados.
Já o nome do país é Brasil.
Além de ser uma República Federativa, o nosso Estado, ainda conforme o caput do art. 1º, é um Estado democrático de direito, isto é, ser Estado de direito significa dizer que o direito se impõe a todos, devendo governantes e governados obedecê-lo.
Já a expressão “democrático” significa dizer que todos devem participar do governo, prevalecendo, é certo a vontade da maioria, mas os direitos das minorias deve ser respeitado.
Dentre as principais características da democracia podem ser citadas:
A liberdade do povo para votar;
A divisão de poderes;
Controle popular da vontade dos governantes.
Em contraposição à democracia, temos a autocracia, na qual os destinatários das normas e da política não participam da sal produção, conforme aduzem Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino. A vontade preponderante não é a do povo, mas dos governantes que a impõem aos demais.
2.2.2. Fundamentos do Estado brasileiro.
Os fundamentos do Estado brasileiro são (art. 1º):
- a soberania;
 a cidadania;
 a dignidade da pessoa humana;
 os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
 o pluralismo político.
2.2.3. Poder e divisão de poderes no Estado brasileiro.
Em nosso Estado, todo poder emana do povo, que o exercerá diretamente ou por meio de representantes (CF, art. 1º, parágrafo único).
A Constituição vigente deixa claro que:
- embora o poder pertença ao povo, deve ser exercido por meio de representantes;
 há institutos pelos quais o povo exerce diretamente o poder; e,
- os representantes do povo devem ser eleitos.
Na medida em que estabelece o exercício do poder por representantes do povo, reforça o sistema da democracia indireta, porém, a própria Constituição ameniza tal princípio, permitindo o exercício do poder, em certas circunstâncias, diretamente pelo povo, configurando a democracia semidireta ou participativa, que adotamos. 
O povo exerce diretamente o poder por meio de:
 plebiscito;
 referendo; e,
 iniciativa popular, conforme asseveram os arts. 14, I a II e 61, § 2º da CF/88, in litteris:
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.
Por sua vez, acerca da repartição dos poderes, preceitua o art. 2º da CF/88:
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Assim, adotamos a tripartição dos Poderes, que, embora independentes, devem ser harmônicos . O que indica a presença do dito sistema de freios e contrapesos ou controle de poder pelo poder.
2.2.4. Objetivos do Estado brasileiro
São objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil (CF, 3º):
 construir uma sociedade livre, justa e solidária;
 garantir o desenvolvimento nacional;
 erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
 promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 
2.2.5. Princípios que regem as nossas relações internacionais
- independência nacional;
- prevalência dos direitos humanos;
 autodeterminação dos povos;
 não-intervenção;
- igualdade entre os Estados;
- defesa da paz;
- solução pacífica dos conflitos;
- repúdio ao terrorismo e ao racismo;
- cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
- concessão de asilo político.
2.2.6. Repartição de Competências:
A Constituição estabelece a competência de cada um dos entes federativos. A repartição de competência está intimamente ligada à predominância do interesse.
- União: Cuidará de matérias de interesse geral.
-
Estados: Cuidarão de matérias de interesse regional
- Municípios: Cuidarão de matérias de interesse local.
Distrito Federal: Cuidará de matérias de interesse regional e local.
2.3. Elementos integrantes da Federação brasileira; 
2.3.1. A União
A União, conforme bem explicita o professor Alexandre de Moraes: “é entidade federativa autônoma em relação aos Estados-membros é municípios, constituindo pessoa jurídica de Direito Público Interno, cabendo-lhe exercer as funções de soberania do Estado brasileiro. Não se confundindo com o Estado Federal , este sim pessoa jurídica de Direito Internacional e formado pelo conjunto de União, Estados-membros, Distrito Federal e municípios . Ressalte-se , porém, que a União poderá agir em nome próprio, ou em nome de toda Federação, quando , neste último caso, relacionam-se internacionalmente com os demais países.
Tal representação trata-se de atribuição exclusiva da União, pois os demais entes integrantes não dispõem dessa competência.
Como dito, é autônoma, pois possui capacidade de auto-organização, autogoverno, auto-administração e autolegislação, configurando a autonomia financeira, administrativa e política.
Em síntese: a União, conforme estabelece a Constituição Federal, tem seus bens (art. 20), suas competências (arts. 21, 22, 23 e 24), e responde pela integridade nacional, intervindo nos Estados, no Distrito Federal ou nos Municípios localizados em Território Federal para mantê-la (arts. 34 e 35). É autônoma e soberana. Tem interesse nacional e internacional, pois representa a totalidade dos Estados brasileiros (tem personalidade jurídica). 
Bens da União:
- Os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos (art. 20, I da CF).
- As terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei (art. 20, II da CF):
As terras devolutas (terras vazias) situadas na faixa de fronteira (faixa de 150 Km largura ao longo das fronteiras terrestres voltadas para defesa do território nacional) são bens públicos dominicais pertencentes à União. As demais, desde que não tenham sido trespassadas aos Municípios, são de propriedade dos Estados.
- Os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais (art. 20, III da CF).
- As ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as áreas referidas no art. 26, II (art. 20, IV)
- Os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva (art. 20, V da CF).
Zona econômica exclusiva: Compreende uma faixa que se estende das 12 às 200 milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base que servem para medir a largura do mar territorial (art. 6º da Lei 8617/93).
Plataforma continental: Compreende o leito e o subsolo das áreas submarinas que se estendem além do seu mar territorial, em toda a extensão do prolongamento natural de seu território terrestre, até o bordo exterior da margem continental, ou até uma distância de 200 milhas marítimas das linhas de base, a partir das quais se mede a largura do mar territorial, nos casos em que o bordo exterior da margem continental não atinja essa distância (art. 11 da lei 8617/93).
- O mar territorial (art. 20, VI da CF): Compreende uma faixa de 12 milhas marítimas de largura, medida a partir da linha baixa-mar do litoral continental e insular, tal como indicada nas cartas náuticas de grande escala, reconhecidas oficialmente no Brasil (art. 1º da lei 8617/93).
“A zona contígua brasileira compreende uma faixa que se estende das 12 às 24 milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base que servem para medir a largura do mar territorial” (art.4º da lei 8617/93).
- Os terrenos de marinha e seus acrescidos (art. 20, VII da CF).
- Os potenciais de energia hidráulica (art. 20, VIII da CF).
- Os recursos minerais, inclusive os do subsolo (art. 20, IX da CF).
- As cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos (art. 20, X da CF).
- As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios (art. 20, XI da CF).
“É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União, participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração” (art. 20, §1º da CF). 
Regiões administrativas:
A União, para efeitos administrativos, poderá articular sua ação em um mesmo complexo geoeconômico e social, visando a seu desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais (art. 43 da CF).
2.3.2. Os Estados-membros.
Os Estados são pessoas jurídicas de direito público interno e, conforme aduzem os professores Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino: “...são os entes típicos do estado Federal; são eles que dão a estrutura conceitual da forma de Estado federado, como uma união de estados autônomos.”
2.3.2.1. Características:
Como dito, os Estados são autônomos, pois possuem capacidade de auto-organização, autogoverno e autoadministração.
Auto-organização e auto normatização (art. 25 da CF): Os Estados, como manifestação do Poder Constituinte Derivado Decorrente, outorgado pelo Poder Constituinte Originário, organizam-se e regem-se pelas constituições e leis que adotarem, cumprindo os princípios existentes na Constituição Federal.
O art. 11 do ADCT assim determinou aos Estados-membros:
“Cada Assembléia Legislativa, com poderes constituintes, elaborará a Constituição do Estado, no prazo de um ano, contado da promulgação da Constituição Federal, obedecidos os princípios desta”.
Segundo Alexandre de Morais, os Estados devem observar os princípios constitucionais estabelecidos, sensíveis e extensíveis.
a) princípios constitucionais estabelecidos (ou organizatórios): 
O prof. José Afonso da Silva denominou-os de princípios estabelecidos e Raul Machado Horta de princípios centrais.
São de cumprimento obrigatório, cuidando-se de normas centrais dispersas no texto da Constituição Federal que cuidam de limitar, vedar ou proibir ações indiscriminadas do Poder Constituinte Derivado Decorrente.
Não se trata de tarefa fácil identificá-los, sendo certo que a finalidade deles é garantir a homogeneidade do ordenamento.
Assim, os ditos princípios estabelecidos se alojam nas normas constitucionais federais sobre repartição de competências, sistema tributário, organização dos poderes, direitos sociais, ordem econômica, educação, família e cultura, matérias essas todas dispersas no texto constitucional federal.
Nesse sentido, os princípios estabelecidos se referem aos alicerces informadores do regime político, tais como: a república, o presidencialismo, as condições de elegibilidade; os princípios que limitam a competência dos Estados-membros, como a definição da competência exclusiva, privativa, comum e concorrente; às normas de pré-organização do Estado brasileiro, área econômica, tributária e direitos fundamentais.
b) Princípios constitucionais sensíveis.
Denominados por Pontes de Miranda, eles são assim chamados porque têm especial relevância para o ordenamento jurídico, e, afrontados, acarretam intervenção do Governo Federal nos Estados, consistindo na 1ª ação direta de controle de constitucionalidade do ordenamento surgida na Constituição de 1934. Encontram-se dispostos no art. 34, VII, da CF.
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime
democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
c) Princípios constitucionais extensíveis.
São normas comuns à União, aos Estados-membros, ao Distrito Federal e aos Municípios, visando promover a integração dos entes que compõem a federação brasileira de forma simétrica (princípio da simetria). 
Exemplos:
 - forma de investidura em cargos eletivos (art. 77 da CF)
Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997).
- o processo legislativo (art. 59 da CF):
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:
I - emendas à Constituição; II - leis complementares; III - leis ordinárias; IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias; VI - decretos legislativos; VII - resoluções.
- Preceitos ligados à Administração pública (art. 37 da CF):
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998).
- os orçamentos (art. 165 e seguintes da CF):
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I - o plano plurianual; II - as diretrizes orçamentárias; III - os orçamentos anuais.
Além da capacidade de auto-organização, os Estados-membros, dentro das suas autonomias possuem capacidade de autogoverno, autoadministração e autolegislação.
Capacidade de Autogoverno:
 Encontra-se no arts. 27, 28 e 125 da CF/88.
Tal capacidade confere aos Estados-membros o poder de escolher diretamente seus representantes nos Poderes Legislativo (art. 27 da CF) e Executivo (art. 28 da CF), sem qualquer vínculo de subordinação hierárquica ou mesmo de tutela por parte da União. 
 Já o Poder Judiciário (art. 125 da CF) é o órgão técnico.
Nesse passo, cumpre citar que o Poder Legislativo Estadual é unicameral, ou seja, formado por uma única câmara, sendo a casa onde se congregam os deputados estaduais eleitos pelo sistema proporcional para um mandato de 4 (quatro) anos, denominada de Assembléia Legislativa. 
O número de deputados estaduais corresponde ao triplo da representação do Estado na Câmara do Deputados, fixada em Lei Complementar, segundo dispõe o art. 41, § 1º, da CF, aplicando a seguinte regra: nº de deputados estaduais = 3 x o nº deputados federais. Caso atingido o nº de 36 deputados estaduais, serão acrescidos tantos deputados estaduais quanto forem o nº de deputados federais acima de 12 (Exceção: nº de deputados estaduais = 36 + número de deputados federais – 12). 
No caso de Goiás, temos 17 (dezessete) Deputados Federais e 41 Deputados Estaduais.
 Conforme art. 28 da CF: 
“A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de quatro anos, realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em primeiro de janeiro do ano subseqüente, observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de1997), 
O art. 77 da CF, acima referido, dispõe sobre as regras para eleição do do Presidente e do Vice-Presidente da República. 
Nos termos do art. 125, caput e parágrafo 1º, da CF/88, os estados-membros organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos na Constituição Federal, sendo a competência dos tribunais definida na Constituição do Estado, cabendo ao Tribunal de Justiça do Estado a iniciativa do projeto de lei de organização judiciária.
Capacidade de Autoadministração: Os Estados têm competências legislativas e não-legislativas próprias (art. 25, §1º, da CF), assim, os Estados-membros se autoadministram no exercício de suas competências administrativas, legislativas e tributárias definidas na Constituição Federal, estando ínsito nessa derradeira competência um mínimo de recursos. 
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição.
§ 1º - São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição.
Regiões metropolitanas, microrregiões e aglomerados urbanos :
 Conforme art. 25, § 3º, da CF: “Os Estado poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções políticas de interesse público.”
Para o prof. José Afonso da Silva, as regiões metropolitanas podem ser caracterizadas como conjunto de municípios limítrofes, ligados por certa continuidade urbana, que se reúnem em volta de um município-pólo.
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As Microrregiões são grupos de municípios limítrofes com certa homogeneidade e problemas administrativos comuns, cuja sedes não sejam unidas por continuidade urbana.
Mapas das microrregiões do Estado de Goiás , segundo IBGE, de acordo com a resolução - PR nº 11 de 05/06/90.
1 - São Miguel do Araguaia
2 - Rio Vermelho
3 - Aragarças
4 - Porangatu
5 - Chapada dos Veadeiros
6 - Ceres
7 - Anápolis
8 - Iporá
9 - Anicuns
10 - Goiânia
11 - Vão do Paranã
12 - Entorno de Brasília
13 - Sudoeste de Goiás
14 - Vale do Rio dos Bois
15 - Meia Ponte
16 - Pires do Rio
17 - Catalão
18 - Quirinópolis
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As aglomerações urbanas, ainda conforme o o prof. José Afonso da Silva, são áreas urbanas de municípios limítrofes sem um pólo, ou mesmo uma sede.
Requisitos Constitucionais comuns às regiões metropolitanas, microrregiões e aglomerações urbanas:
a) Lei complementar federal;
b) Conjunto de municípios limítrofes; e
c) Finalidades: organização, planejamento e execução de funções públicas de interesse comum.
2.3.2.2. Bens dos Estados-membros:
Dispõe o art. 26 da CF que são bens dos Estados-membros:
As águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;
As áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros;
 As ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
As terras devolutas não compreendidas entre as da União.
Formação dos Estados-membros:
O art. 18, §3º, da CF estabelece que: “Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito e do Congresso Nacional, por meio de lei complementar”.
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2.3.3. Municípios
Os Municípios são pessoas jurídicas de direito público interno, dotados de autonomia política e administrativa, podem se autoconstituir e possuem competências constitucionais próprias, sendo alçado pela constituição à categoria de entidade federal de 3º grau, sendo que parte da doutrina não concorda com essa posição, alegando que:
a) Os Municípios não tem representatividade no congresso nacional;
b) Os Municípios não são passíveis de intervenção federal; e
c) ) Os Municípios dependem, para sua criação, de Lei Complementar estadual. 
Características:
São autônomos, pois possuem capacidade de auto-organização, autogoverno e autoadministração.
Auto-organização:
Os Municípios organizam-se através de Lei Orgânica, votada em 2 turnos, com interstício mínimo de 10 dias e aprovada por 2/3 dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos na Constituição Federal
e na Constituição estadual e os preceitos estabelecidos no art. 29 da CF (art. 29 da CF). Antes de 1988, os Municípios de determinado Estado eram regidos por uma única Lei Orgânica estadual. Para o professor José Afonso da Silva a Lei Orgânica é uma espécie de Constituição estadual.
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Nesse passo, é certo que a Constituição Federal de 1988 garantiu ao aos Municípios o poder de se auto-organização por meio da elaboração de suas Leis Orgânicas, contudo, segundo o prof. Pedro Lenza, isso não significa necessariamente que tal fato configure manifestação do Poder Constituinte Derivado Decorrente, conforme abaixo se vê:
“Nesse sentido, Noemia Porto estabelece: “o poder constituinte derivado decorrente deve ser de segundo grau , tal como acontece com o poder revisor e o poder reformador, isto é, encontrar sua fonte de legitimidade direta na Constituição Federal. No caso dos Municípios , porém, se descortina um poder de terceiro grau, porque mantém relação de subordinação com o poder constituinte estadual e o federal, ou em outras palavras, observa necessariamente dois graus de imposição legislativa constitucional . Não basta, portanto, ser componente da federação, sendo necessário que o poder de auto-organização decorra diretamente do poder constituinte originário. Assim, o poder constituinte decorrente, conferido aos Estados-membros e ao Distrito Federal , não se faz na órbita dos municípios””. 
Capacidade de Autogoverno:
Os Municípios estruturam o Poder Executivo e Legislativo sem ingerência da União e do Estado-membro.
“I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo o País;”
Os Municípios não dispõem de Poder Judiciário próprio, sendo mobiliados pelo Poder Judiciário dos estado a que pertencem .
Capacidade de Autoadministração (art. 30 da CF):
Os Municípios têm competências legislativas e não-legislativas próprias. 
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Capacidade de Autoadministração (art. 30 da CF):
Os Municípios têm competências legislativas e não legislativas estabelecidas no art. 30 da CF/88.
“Art. 30. Compete aos Municípios:
I - legislar sobre assuntos de interesse local;
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamental; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população;
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.”
 
-
Formação de Municípios:
Conforme art. 18, § 4º, CF/88:
“A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por lei complementar federal e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos estudos de viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei.”
Requisitos para a formação de Municípios:
- Divulgação de estudo de viabilidade municipal
Aprovação por plebiscito da população municipal:
O plebiscito será convocado pela Assembléia legislativa.
- Lei complementar federal, a qual determinará o período para criação, incorporação, fusão e desmembramento de Municípios.
- Lei estadual.
 
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2.3.4.Distrito Federal
O Distrito Federal, conforme determina a Constituição Federal de 1988, é entidade federativa autônoma, ou seja possui capacidade de auto-organização e normatização própria, autogoverno e autoadministração.
Capacidade de Auto-organização.
O art. 32 da CF dispõe que:
“O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger- se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição.”
Capacidade de Autogoverno.
Materializa-se na eleição do Governador, do Vice Governador e dos Deputados Distritais, nos termos dos §§ 2º e 3º do art. 32 da CF/88, estruturando, dessa forma, o Poder Executivo e Legislativo.
“§ 2º - A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas as regras do art. 77, e dos Deputados Distritais coincidirá com a dos Governadores e Deputados Estaduais, para mandato de igual duração.
§ 3º - Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o disposto no art. 27.
Art. 27. O número de Deputados à Assembléia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze.”
-
 Quanto ao Poder Judiciário, nos termos do art. 21, XIII, da CF/88, competirá privativamente à União organizar e mantê-lo, afetando parcialmente a autonomia do Distrito Federal.
Também compete à União organizar e manter o Ministério Público e a Defensoria Pública do Distrito Federal. (art. 21, XIII da CF); além de organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio (art. 21, XIV da CF). 
A esse propósito dispõe também o art. 32, § 4º da CF/88:
“Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, das policias civil, militar e do corpo de bombeiros militar.” 
Outrossim, compete à União legislar sobre organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal, e suas organizações administrativa (art. 22, XVII da CF).
Capacidade de Autoadministração:
O Distrito Federal tem competências legislativas e não legislativas próprias. 
“§ 1º - Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios.”
Brasília, vale frisar, é a Capital Federal, a teor do art. 18, § 1º, da CF/88, o que difere da Constituição de 69, que estabelecia o DF como a capital da federação. 
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 Quanto ao Poder Judiciário, nos termos do art. 21, XIII, da CF/88, competirá privativamente à União organizar e mantê-lo, afetando parcialmente a autonomia do Distrito Federal.
Também compete à União organizar e manter o Ministério Público e a Defensoria Pública do Distrito Federal. (art. 21, XIII da CF); além de organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio (art. 21, XIV da CF). 
A esse propósito dispõe também o art. 32, § 4º da CF/88:
“Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, das policias civil, militar e do corpo de bombeiros militar.” 
Outrossim, compete à União legislar sobre organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal, e suas organizações administrativa (art. 22, XVII da CF).
Capacidade de Autoadministração:
O Distrito Federal tem competências legislativas e não legislativas próprias. 
“§ 1º - Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios.”
Brasília, vale frisar, é a Capital Federal, a teor do art. 18, § 1º, da CF/88, o que difere da Constituição de 69, que estabelecia
o DF como a capital da federação.
Por oportuno, cabe colacionar aresto proferido pelo excelso STF, acerca da personalidade do Distrito Federal, proferido na ADI nº 3.756, in verbis:
EMENTA: CONSTITUCIONAL. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. IMPUGNAÇÃO DO INCISO II DO § 3º DO ART. 1º, BEM COMO DOS INCISOS II E III DO ART. 20 DA LEI COMPLEMENTAR Nº 101, DE 04 DE MAIO DE 2000 
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 2. O Distrito Federal é uma unidade federativa de compostura singular, dado que: a) desfruta de competências que são próprias dos Estados e dos Municípios, cumulativamente (art. 32, § 1°, CF); b) algumas de suas instituições elementares são organizadas e mantidas pela União (art. 21, XIII e XIV, CF); c) os serviços públicos a cuja prestação está jungido são financiados, em parte, pela mesma pessoa federada central, que é a União (art. 21, XIV, parte final, CF). 3. Conquanto submetido a regime constitucional diferenciado, o Distrito Federal está bem mais próximo da estruturação dos Estados-membros do que da arquitetura constitucional dos Municípios. Isto porque: a) ao tratar da competência concorrente, a Lei Maior colocou o Distrito Federal em pé de igualdade com os Estados e a União (art. 24); b) ao versar o tema da intervenção, a Constituição dispôs que a "União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal" (art. 34), reservando para os Municípios um artigo em apartado (art. 35); c) o Distrito Federal tem, em plenitude, os três orgânicos Poderes estatais, ao passo que os Municípios somente dois (inciso I do art. 29); d) a Constituição tratou de maneira uniforme os Estados-membros e o Distrito Federal quanto ao número de deputados distritais, à duração dos respectivos mandatos, aos subsídios dos parlamentares, etc. (§ 3º do art. 32); e) no tocante à legitimação para propositura de ação direta de inconstitucionalidade perante o STF, a Magna Carta dispensou à Mesa da Câmara Legislativa do Distrito Federal o mesmo tratamento dado às Assembléias Legislativas estaduais (inciso IV do art. 103); f) no modelo constitucional brasileiro, o Distrito Federal se coloca ao lado dos Estados-membros para compor a pessoa jurídica da União; g) tanto os Estados-membros como o Distrito Federal participam da formação da vontade legislativa da União (arts. 45 e 46). 
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 2.3.5. Territórios Federais
Os Territórios Federais atualmente não constituem entes integrantes da Federação brasileira, como no caso dos Estados-membros e dos municípios, condição essa que eles dispunham na vigência da Constituição de 1969.
Assim, hoje, os Territórios Federais são descentralizações administrativo-territoriais da União.
Os Territórios Federais dispõem de personalidade jurídica, mas não possuem autonomia política. 
A partir de 1988, não existem mais territórios no Brasil.
A própria Constituição Federal, no Atos das Disposições Constitucionais Transitórias, transformou em Estados-membros os antigos territórios de Roraima e Amapá (art. 14) e reincorporou Fernando de Noronha ao Estado de Pernambuco (art. 15.
Contudo, a Constituição Federal estabelece a possibilidade de criação de Territórios Federais, sua posterior transformação em Estados-membros ou sua reintegração ao Estado-membro de origem no termos do art. 18,§ 2º, da CF/88
“§ 2º - Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar.”
“§ 3º - Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.”
Criado o Território Federal, caberá a lei ordinária dispor sobre sua organização administrativa e judiciária, a teor do art. 33 da CF:
“Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios.” 
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Compete à União organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública dos Territórios (art. 21, XIII da CF), bem como sua organização administrativa (art. 22, XVII da CF).
Divisão dos Territórios em Municípios:
Diferentemente do Distrito Federal, os territórios podem ser divididos em Municípios (art. 33, §1º da CF)
“§ 1º - Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos quais se aplicará, no que couber, o disposto no Capítulo IV deste Título”.
Demais características dos Territórios
a) As contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso Nacional, com parecer prévio do Tribunal de Contas da União (art. 33, §3º da CF).
b) Nos Territórios Federais com mais de 100.000 habitantes, além de Governador, haverá órgãos judiciários de 1a e 2a instância, membros do Ministério Público e defensores públicos federais (art. 33, §3º da CF).
c) O governador do Território será escolhido pelo Presidente da República e seu nome deverá ser aprovado previamente pelo voto secreto pelo Senado Federal, após arquição (art. 52, III, c, da CF)
d) Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se não houver divisão em municípios, estes também (art. 147, da CF)
e) Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições cometidas aos juízes federais caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei (art. 110, parágrafo único da CF. 
f) Cada Território elegerá quatro Deputados (art. 45, § 2º, da CF/88). 
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