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A unidade e completude do ordenamento jurídico e sua coerência CORRETO

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A unidade e completude do ordenamento jurídico e sua coerência,
segundo André Franco Montoro
O ordenamento jurídico é o conjunto de normas e princípios jurídicos, ditados pelo poder público, no qual as normas e leis são obrigatórias e tem por finalidade proteger os interesses e relações de todos os cidadãos. Entre eles, o próprio Estado, com a intenção de manter a ordem social e política, aplicando normas que visam o bem estar social. Para que o ordenamento funcione corretamente, ele deve apresentar unidade, completude e coerência.
Dessa forma, o que é então a unidade do Direito?
Em um conjunto de normas, existe ordem, sendo que, a forma como estão ordenadas é como elas se relacionam, isso é o conceito de unidade. A unidade é o fator essencial para a sustentação do conjunto de normas. Para isso é necessária uma norma fundamental, a norma suprema. Esta será responsável por toda a unidade do ordenamento, dando validade a existência de todas as normas e criando um sistema hierarquizado. Dito isso, a unidade do Direito é a hierarquia que as normas jurídicas seguem; em que as normas de hierarquia inferior devem estar de acordo com as normas de hierarquia superior. O Direito positivo, segundo Kelsen, é constituído por um conjunto de normas superpostas, em que cada uma tira seu valor jurídico da camada superior.
A “Pirâmide de Kelsen” ilustra essa hierarquia:
Norma Hipotética Ideal 
Válido é uma qualidade do ato ou negócio jurídico que se realizou atendendo aos requisitos exigidos por lei, sendo assim, a constituição é o topo regendo todas as outras normas. Já a vigência é a validade formal de uma norma, significando que ela foi elaborada por órgão competente em obediência aos procedimentos legais. A vigência não é uma qualidade própria da norma, pois ela não é válida em si por depender de sua relação com outra, reveladora da competência do órgão emissor e do processo para sua elaboração.
“Esse sistema é dotado de uma unidade interna, porque todas as normas podem ser atribuídas a uma fonte única, que é a norma fundamental. O direito positivo, segundo Kelsen, é constituído por um conjunto de camadas jurídicas superpostas, em que cada uma tira seu valor jurídico da camada imediatamente superior. Assim, os "contratos' (normas contratuais) têm sua validade fundada nas "leis" (normas legais). A lei, por sua vez, se fundamenta na "Constituição" política do país (norma constitucional). E esta, numa "norma fundamental", que é a constituição ideal aceita pela opinião pública da nação.
Para estabelecer a validade das regras de direito e das instituições jurídicas, Kelsen afasta qualquer preocupação com sua justiça ou valor. Não lhe interessa o conteúdo das normas, mas apenas seu aspecto “formal” de subordinação à regra fundamental.” (MONTORO, 2006:307).
“O direito não é um sistema de normas de igual hierarquia, situadas, por assim dizer, umas ao lado das outras. Mas uma ordem graduada ou hierarquizada, em que cada norma fundamenta sua validade em outra superior, até chegar à norma fundamental.” (MONTORO, 2006:392).
 “Com razão, observou Brethe de La Gressaye, tais positivistas, que só crêem nas realidades sensíveis, inventaram o mito da consciência coletiva, fazendo metafísica sem o saber. Da mesma forma, na doutrina de Kelsen, todas as normas do sistema jurídico são hierarquicamente subordinadas à norma constitucional, e esta a uma norma hipotética ideal, que se considera extraída da sociedade e expressa pelo poder público. E, assim, esse positivismo acaba por basear todo o direito não em um fato positivo, mas numa norma, hipotética e vaga.” (MONTORO, 2006:309).
Quanto à completude do Direito, esta pode ser definida pela inexistência de lacunas. Uma lacuna é a falta de norma jurídica para uma situação que o Direito, teoricamente, deveria abranger. Montoro expressa em seu livro, utilizado nesse trabalho como bibliografia, que no ordenamento ocorrem lacunas, mas que estas não estão presentes do sistema jurídico, pois, neste ocorrem outras fontes que dão condições, além dos textos legais, para que essas falhas sejam solucionadas. Assim sendo, o aplicador das normas do Direito fica munido de elementos para solucionar todos os casos.
“O estudo da interpretação do direito nos leva naturalmente ao problema das lacunas da lei.
Existem "vazios" ou "lacunas" no direito?
Para aqueles que reduzem o direito aos preceitos dos códigos e das leis escritas, não há dúvida de que existem lacunas em qualquer ordenamento jurídico, pois a lei não pode prever todas as situações presentes e futuras.
Houve época em que vigorou o preceito de que, na falta de disposição legal ajustada ao caso, o juiz devia abster-se de julgar. Non liquet era a fórmula a ser então empregada pelo magistrado, ao verificar que não dispunha de elementos suficientes para decidir. Hoje essa solução é inadmissível. “Quando a lei for omissa – determina o art. 4.º da Lei de Introdução ao Código Civil -, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito”. Podem existir lacunas na lei, mas não no sistema jurídico, porque este possui outras fontes, além dos textos legais, e, por isso, fornece ao aplicador do direito elementos para solucionar todos os casos. Na omissão da lei, cabe-lhe encontrar ou mesmo criar uma norma especial para o caso concreto. Trata-se, então, não apenas, propriamente, da “interpretação” de uma norma preexistente, mas de “integração” de uma norma ao ordenamento jurídico.” (MONTORO, 2006:441).
“A moderna concepção do ordenamento jurídico, como um conjunto hierarquizado de normas escritas e não escritas, parece incompatível com a existência de "lacunas" ou "vazios" jurídicos.
Teria a ordem jurídica previsto todas as situações possíveis?
Explicitamente, não. Mas contém elementos e fixou processos que permitem a solução de todos os casos, por "interpretação", propriamente dita, ou mediante o recurso da "integração".
Em qualquer hipótese, o juiz está obrigado a decidir a questão que lhe é regularmente submetida, a exercer a "jurisdição", a dizer o direito (jurisdicere).
Qual o processo a ser seguido?
Se existe norma legal ou costumeira (costume jurídico) aplicável ao caso, a tarefa do juiz é de simples interpretação e aplicação. 
Não havendo essa norma, a tarefa do juiz é de verdadeira "integração" da ordem jurídica; deve procurar e fixar a norma aplicável ao caso. Para isso deve recorrer a dois elementos: a analogia e os princípios gerais do direito.” (MONTORO, 2006:442).
Por fim, o que é a coerência do direito?
A coerência do direito define que não deve existir antinomia, ou seja, conflito entre as normas. Uma norma é coerente quando condiz com as demais sem que precise revogar uma para que a outra seja pertinente. Referente a solução dos conflitos gerados pela antinomia de duas normas válidas, aponta-se a existência de quatro âmbitos distintos de validade: “Toda norma jurídica tem, assim, um âmbito temporal, espacial, material e pessoal, dentro dos quais ela tem vigência ou validade” podendo ser solucionada pelos critérios: hierárquico, cronológico e da especialidade.
Alguns casos de antinomia são: uma norma proibindo e a outra ordenando o cumprimento do fato (contrariedade), uma que ordena e a outra que deixa o livre arbítrio e uma que permite e outra que proíbe (contraditoriedade). 
“É claro que, havendo incompatibilidade entre dois textos de lei, prevalece o mais recente e considera-se implicitamente revogado o anterior.” (MONTORO, 2006:453).

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