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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE PARASITOLOGIA E MICROBIOLOGIA DISCIPLINA PARASITOLOGIA GERAL CURSO ODONTOLOGIA PROFª. LUANNA SOARES DOENÇA DE CHAGAS Doença de Chagas • Classificação • Reino : Protista • Sub-reino: Protozoa • Filo: Sarcomastigophora • Sub-filo: Mastigophora • Classe: Zoomastigophorea • Ordem: Kinetoplatida • Família: Trypanosomatidae • Gênero: Trypanosoma Doença de Chagas • Características Gerais • O Trypanosoma cruzi é um protozoário agente etiológico da Doença de Chagas, tripanossomíase americana ou esquizotripanose • Protozoário e a doença foram descobertos pelo cientista Carlos Ribeiro Justiniano das Chagas em 14/04/1909 – menina Berenice Doença de Chagas • Características Gerais • Parasita heteroxeno • Tubo digestivo de triatomíneos (hemípteros hematófagos) • Sangue e nos tecidos de diferentes mamíferos (marsupiais –gambá; desdentados –tatu; quirópteros – morcego; roedores –rato; primatas –macaco; logomorfos–coelho; carnívoros –cão e gato) • Não infecta aves nem répteis Doença de Chagas • Características Gerais – Gênero Trypanosoma • Centenas de espécies no mundo • Grande variabilidade de hospedeiros vertebrados • Grande variabilidade de hospedeiros invertebrados Doença de Chagas • Epidemiologia • 18 países do continente americano • 16-18 milhões de indivíduos infectados • 20% -35% desenvolvem lesões no coração, esôfago, cólon e sistema nervoso periférico • 100-200mil novos casos por ano • 45mil mortes/ano • Brasil – 8milhões de habitantes – Grave problema médico-social Doença de Chagas • Distribuição da Doença de Chagas Doença de Chagas • Morfologia • O T. cruzi possui em seu ciclo biológico várias formas evolutivas – hospedeiros vertebrado e invertebrado Doença de Chagas • Morfologia Doença de Chagas • Cinetoplasto – Compartimento que contem DNA e vive dentro da mitocôndria Doença de Chagas • Epimastigota • Desenvolve-se na porção posterior do intestino médio do inseto • Dimensões variáveis • Cinetoplasto situado perto do núcleo • Reproduz-se por divisão binária Doença de Chagas • Relação Parasita-hospedeiro (Vetor) Doença de Chagas • Tripomastigota metacíclico • É a forma infectante encontrada no intestino posterior do inseto vetor • Mede cerca de 17µm • É fino e com cinetoplasto grande • Membrana ondulante estreita • Curto flagelo livre • Tem capacidade invasiva para atravessar mucosas e conjutiva ou penetrar pelas soluções de continuidade da pele Doença de Chagas • Tripomastigota sanguíneo • É capaz de infectar diferentes tipos celulares • Mede cerca de 20µm • Apresenta cinetoplasto grande e redondo • Flagelo representa 1/3 do comp. total • Formas finas: Penetram rapidamente nas céls do hospedeiro • Formas largas: penetram lentamente nas céls do hospedeiro e são bastante infectivas para os triatomíneos Doença de Chagas • As formas tripomastigotas são capazes de invadir diferentes tipos celulares: • Céls do Sistema fagocítico mononuclear • Céls musculares lisas, cardíacas e esqueléticas • Céls nervosas Doença de Chagas • Amastigota • É a forma encontrada dentro da célula parasitada • É ovóide e mede 4µm • Núcleo ovóide e compacto e cinetoplasto com aspecto de disco convexo-côncavo próximo ao núcleo • Multiplica-se por divisão binária • O ciclo intracelular dura de 5-6 dias Doença de Chagas Doença de Chagas Doença de Chagas • Distribuição dos vetores mais importantes Doença de Chagas • Classificação de acordo com a transmissão • Estercorários: Os parasitas desenvolvem-se na porção posterior do inseto vetor e são transmitidos nas fezes. Ex: T. cruzi • Salivários: Os parasitas desenvolve-se na porção anterior do inseto vetor e são transmitidos na saliva. Ex: T. brucei rhodesiensi, T. rangeli, T. brucei gambiensi Doença de Chagas • Ciclo Biológico Doença de Chagas • Transmissão Doença de Chagas • Transmissão Doença de Chagas • Transmissão Doença de Chagas • Sintomatologia • Fase Aguda • –Forma Aparente • –Forma Inaparente • Fase Crônica • –Forma Indeterminada • –Forma Cardíaca • –Forma Digestiva Doença de Chagas • Fase Aguda • A idade média em que se adquire a doença é de 4 anos • 85% dos casos agudos ocorre em crianças < 10 anos • Período de incubação: 5 a 14 dias da picada p/ a forma aguda, > 10 anos p/ forma crônica; 30 a 40 dias p/ aquisição transfusional • Apenas 10 a 30% dos que tem infecção por T.cruzi terão Doença de Chagas sintomática • Mortalidade de 12% na forma aguda, < 1% em outras formas Doença de Chagas • Fase Aguda - Aparente • Febre • Mal-estar • Linfonodomegalia • Edema de pálpebras (Sinal de Romanã) • Hepato e esplenomegalia (30-40%) • Problemas cardíacos • Diarréia • Fase Aguda Inaparente – Maioria dos Casos Doença de Chagas • Forma Crônica Indeterminada • Positividade de exames sorológicos e/ou parasitológicos • Ausência de sintomas e/ou sinais da doença • ECG normal • RX normais: coração, esôfago e cólons Doença de Chagas • Forma Crônica Cardíaca • Insuficiência Cardíaca • Arritmias e/ou distúrbios de condução • Tromboembolismo • Cardiomegalia • Morte súbita Doença de Chagas • Forma Crônica Digestiva • Alteração dos plexos nervosos que comandam as funções das vísceras • Alteração do tônus muscular e da motilidade • Miosites, ganglionite • Dilatações = megas Doença de Chagas • Diagnóstico Doença de Chagas • Diagnóstico Laboratorial Doença de Chagas • Diagnóstico Parasitológico Doença de Chagas • Tratamento • Benzonidazol • Parece inibir a síntese de DNA do parasita • Toxicidade frequente (Anorexia, cefaléia, dermatopatia, sonolência, náuseas, perda de peso, dores abdominais, vômitos) • Possui efeitos apenas contra as formas sanguíneas • 5-8mg/kg/dia, vo (até 60 dias) Doença de Chagas • Tratamento • ECG semestral (p/marcapasso) • Megaesôfago: dilatação endoscópica, esofagocardiectomia, ressecção com reconstrução • Megacólon: dieta, laxantes, colonoscopia, cirurgia Doença de Chagas • Profilaxia • A prevenção está centrada no combate ao vetor, o barbeiro, principalmente através: • 1) melhoria das moradias rurais a fim de impedir que lhe sirvam de abrigo • 2) melhoria das condições de higiene nas casas • 3) afastamento dos animais das casas • 4) O uso de inseticidas, indicado em zonas endêmicas • 5) Controle dos bancos de sangue
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