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DAD aula 09 improbidade administrativa

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Aula 09
Curso: Noções de Direito Administrativo p/ INSS (todos os cargos)
Professor: Cyonil Borges
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IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 
Olá, pessoal! 
A aula de hoje é sobre um assunto que é bem presente em provas da 
área jurídica: a improbidade administrativa. A Lei 8.429/1992 nos 
embasará, então, na condução do assunto. Tentaremos ser bem 
objetivos, e, sobretudo, apontaremos o que é imprescindível para a 
boa compreensão, ok? 
No mais, vamos para a aula. 
Grande abraço e uma boa leitura. 
Cyonil Borges. 
Observação: ao fim, uma pequena bateria de exercícios, com 
questões de Cespe e ESAF. 
 
 
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1. Definição de Improbidade Administrativa 
Bom, primeiro trabalho nessa parte da aula é definir, 
adequadamente, o que possa vir a ser entendido por ato de 
improbidade. 
O ato de improbidade é um ilícito da ordem CIVIL, conforme tem 
entendido a doutrina majoritária. Com efeito, nos termos do art. 37 
da CF/1988, 
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão 
a suspensão dos direitos políticos, a perda da função 
pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao 
erário, na forma e gradação previstas em lei, sem 
prejuízo da ação penal cabível. 
O trecho negritado acima é para realçarmos que, ALÉM DO 
PROCESSO POR IMPROBIDADE, o cometedor do ato de improbidade 
pode ser responsabilizado na esfera penal. Daí, a doutrina tem 
entendido que improbidade, em si, não é um crime, mas sim um 
ilícito de ordem civil-política. 
Carvalho Filho e Maria Sylvia Di Pietro apontam, contudo, que o ato 
de improbidade também pode ser entendido como ilícito de ordem 
política, já que implicará sanções em tal área (suspensão dos 
direitos políticos). 
A doutrina aponta, ainda, a profunda correlação havida entre a 
conduta proba e a moralidade. De fato, não que se falar de uma, sem 
se tratar de outra. Nesse quadro, já se pronunciou o STF (AP 409): 
³������D�SURELGDGH�DGPLQLVWUDWLYD�p�R�PDLV�LPSRUWDQWH�FRQWH~GR�
do princípio da moralidade pública. Donde o modo 
particularmente severo como a Constituição reage à violação 
dela, probidade administrativa, (...). 
O ato de improbidade é de gravidade tamanha, que o STJ sequer 
admite a aplicação do princípio da insignificância a ele. Em caso 
paradigmático, o Tribunal analisou a situação em que um Prefeito 
usou maquinário da Prefeitura para realização de serviços particulares 
que, ao tempo, importaram ínfimo prejuízo aos cofres públicos (R$ 
40,00). Além da pena restritiva de direito, o então prefeito sofreu a 
condenação da perda do mandato e inabilitação pelo prazo de cinco 
anos. A defesa ingressou com um pedido liminar em habeas corpus, 
apontando como autoridade coatora o Tribunal de Justiça estadual. 
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Para a defesa, o princípio da insignificância deveria ser aplicado ao 
caso, dada à modicidade. O STJ recusou argumentação, ementando 
seu entendimento da seguinte forma: 
(HC 148.765): 
PENAL. PREFEITO. UTILIZAÇÃO DE MAQUINÁRIO PÚBLICO. 
APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. 
IMPOSSIBILIDADE. 
1. Não é possível a aplicação do princípio da insignificância a 
prefeito, em razão mesmo da própria condição que ostenta, 
devendo pautar sua conduta, à frente da municipalidade, pela 
ética e pela moral, não havendo espaço para quaisquer desvios 
de conduta. 
2. O uso da coisa pública, ainda que por bons propósitos ou 
motivado pela "praxe" local não legitima a ação, tampouco lhe 
retira a tipicidade, por menor que seja o eventual prejuízo 
causado. Precedentes das duas Turmas que compõem a 
Terceira Seção. 
Desse julgado, restou a lição: o ato de improbidade é de tamanha 
repercussão para a boa imagem da Administração que, por mais que 
o prejuízo seja mínimo, não pode deixar de ser apurado, aplicando-se 
as sanções que a conduta determine. 
2. Sujeito Ativo da Improbidade 
Pela definição da Lei 8.429/1992, o agente público não é somente 
aquele que podemos qualificar como ³VHUYLGRU´, em sentido estrito, 
que pode cometer ato de improbidade. Com efeito, vejamos o que diz 
o art. 2º da Lei, ao conceituar agente público: 
³5HSXWD-se agente público, para os efeitos desta lei, 
todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou 
sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, 
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou 
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas 
HQWLGDGHV�PHQFLRQDGDV�QR�DUWLJR�DQWHULRU´�� 
Perceba que a LIA abrange todos aqueles que, com ou sem 
remuneração, com ou sem caráter de permanência nos quadros da 
Administração, sejam responsáveis pela execução dos fins da 
Administração. 
Todavia, além dos agentes públicos, terceiros também podem ser 
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sujeito ativo da pratica de ato de improbidade. Vejamos o conceito de 
terceiros, nos termos do art. 3º da Lei: 
³$V�GLVSRVLo}HV�GHVWD�OHL�VmR�DSOLFiYHLV��QR�TXH�FRXEHU��
àquele que, mesmo não sendo agente público, induza 
ou concorra para a prática do ato de improbidade ou 
dele se beneficie sob qualquer forma direta ou 
indireta´�� 
Mas, em prova, cuidado! O terceiro, ao ser beneficiado pela 
improbidade, só será responsabilizado se tiver agido com dolo 
(intencionalmente), enfim, tiver ciência da ilicitude do ato. Portanto, 
o terceiro que corrobora para o cometimento do ato de improbidade 
não será responsabilizado a título de culpa. 
Em suma: não é estritamente necessário que o sujeito ativo seja 
agente público para ser enquadrado como cometedor de 
improbidade. Basta tão só que ele seja abarcado pelo art. 3º, e, 
pronto, responderá por improbidade. Mas, detalhe: o particular, 
isoladamente, não poderá responder pelo cometimento de ato de 
improbidade. 
STJ/REsp 1155992 
PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. RÉU PARTICULAR. 
AUSÊNCIA DE PARTICIPAÇÃO CONJUNTA DE AGENTE PÚBLICO 
NO PÓLO PASSIVO DA AÇÃO DE IMPROBIDADE 
ADMINISTRATIVA. IMPOSSIBILIDADE. 
1. Os arts. 1º e 3º da Lei 8.429/92 são expressos ao prever a 
responsabilização de todos, agentes públicos ou não, que 
induzam ou concorram para a prática do ato de improbidade ou 
dele se beneficiem sob qualquer forma, direta ou indireta. 
2. Não figurando no polo passivo qualquer agente 
público, não há como o particular figurar sozinho como 
réu em Ação de Improbidade Administrativa. 
3. Nesse quadro legal, não se abre ao Parquet a via da Lei da 
Improbidade Administrativa. Resta-lhe, diante dos fortes 
indícios de fraude nos negócios jurídicos da empresa com a 
Administração Federal, ingressar com Ação Civil Pública 
comum, visando ao ressarcimento dos eventuais prejuízos 
causados ao patrimônio público, tanto mais porque o STJ tem 
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jurisprudência pacífica sobre a imprescritibilidade desse tipo de 
dano. 
4. Recurso Especial não provido. 
Atenta que, por não haver um agente público envolvido, não caberia 
o MP entrar com a ação de improbidade, restando, como via 
alternativa, a ação civil pública. 
E mais: nota, no caso de terceiro, que há duas situações que podem 
ser identificadas como ato de improbidade: induzir ou concorrer 
para o cometimento do ato, e, nesse caso, não é necessário o 
auferimento de qualquer vantagem patrimonial; e se beneficiar do 
ato de improbidade, direta ou indiretamente, o que exige, de algum 
modo, uma vantagem recebida. 
Interessante é que, por poderem ser beneficiadas pelo ato de 
improbidade, pessoas jurídicas também podem responder por tal 
espécie de ilícito, ainda que desacompanhadas de seus sócios. Há 
jurisprudência dos Tribunais Superiores sobre o tema. Já decidiu o 
STJ (REsp 1127143): 
5. A lei de improbidade administrativa aplica-se ao beneficiário 
direto do ato ímprobo, mormente em face do comprovado dano 
ao erário público. Inteligência do art. 3º da Lei de Improbidade 
Administrativa. No caso, também está claro que a pessoa 
jurídica foi beneficiada com a prática infrativa, na medida em 
que se locupletou de verba pública sem a devida 
contraprestação contratual. Por outro lado, em relação ao seu 
responsável legal, os elementos coligidos na origem não lhe 
apontaram a percepção de benefícios que ultrapassem a esfera 
patrimonial da sociedade empresária, nem individualizaram sua 
conduta no fato imputável, razão pela qual não deve ser 
condenado pelo ato de improbidade. 
Questão controvertida diz respeito à aplicação da LIA a agentes 
políticos. Para o STF, aqueles que se sujeitam à Lei de Crime de 
responsabilidade não se submetem às determinações da Lei 
de Improbidade, uma vez que os regimes de responsabilização 
distintos não podem concorrer entre si. Tal entendimento foi mantido 
pelo STF ao apreciar a Reclamação 2138: 
³2V� DWRV� GH� LPSURELGDGH� DGPLQLVWUDWLYD� VmR� WLSLILFDGRV� FRPR�
crime de responsabilidade na Lei 1.079/1950, delito de caráter 
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político-administrativo. Distinção entre os regimes de 
responsabilização político-administrativa. O sistema 
constitucional brasileiro distingue o regime de responsabilidade 
dos agentes políticos dos demais agentes públicos. A 
Constituição não admite a concorrência entre dois 
regimes de responsabilidade político-administrativa para 
os agentes políticos: o previsto no art. 37, § 4º (regulado 
pela Lei 8.429/1992) e o regime fixado no art. 102, I, c, 
(disciplinado pela Lei 1.079/1950). Se a competência para 
processar e julgar a ação de improbidade (CF, art. 37, § 
4º) pudesse abranger também atos praticados pelos 
agentes políticos, submetidos a regime de 
responsabilidade especial, ter-se-ia uma interpretação 
ab-rogante do disposto no art. 102, I, c, da CF. (...) Os 
Ministros de Estado, por estarem regidos por normas 
especiais de responsabilidade (CF, art. 102, I, c; Lei 
1.079/1950), não se submetem ao modelo de 
competência previsto no regime comum da Lei de 
Improbidade Administrativa (Lei 8.429/1992). (...) Ação de 
improbidade administrativa. Ministro de Estado que teve 
decretada a suspensão de seus direitos políticos pelo prazo de 8 
anos e a perda da função pública por sentença do Juízo da 14ª 
Vara da Justiça Federal ± Seção Judiciária do Distrito Federal. 
Incompetência dos juízos de primeira instância para processar e 
julgar ação civil de improbidade administrativa ajuizada contra 
agente político que possui prerrogativa de foro perante o STF, 
por crime de responsabilidade, conforme o art. 102, I, c, da 
Constituição. 5HFODPDomR�MXOJDGD�SURFHGHQWH�´ 
Muito bem. Então, os agentes políticos que cometam atos que 
possam ser tidos como de improbidade, mas que se sujeitam à Lei de 
Crimes de Responsabilidade a esta última se submetem. Nos demais 
casos de agentes políticos, a LIA é aplicada normalmente, como no 
caso dos Prefeitos: 
STJ: AgRg no REsp 1152717 
2. A Lei de Improbidade Administrativa (Lei 8.429/92) 
aplica-se a prefeito, máxime porque a Lei de Crimes de 
Responsabilidade (1.070/50) somente abrange as autoridades 
elencadas no seu art. 2º, quais sejam: o Presidente da 
República, os Ministros de Estado, os Ministros do Supremo 
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Tribunal Federal e o Procurador-Geral da República. 
Precedentes. 
Situação que muito já se discutiu no âmbito do STJ diz respeito aos 
magistrados, os quais, por serem considerados agentes públicos, 
independente de qual categoria, também se submetem à Lei 
8.429/1992. Vejamos o que nos diz o STJ (REsp 1127182): 
ADMINISTRATIVO. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. 
MAGISTRADOS. AGENTES POLÍTICOS VS. AGENTES NÃO 
POLÍTICOS. DICOTOMIA IRRELEVANTE PARA A ESPÉCIE. 
COMPATIBILIDADE ENTRE REGIME ESPECIAL DE 
RESPONSABILIZAÇÃO POLÍTICA E A LEI DE IMPROBIDADE 
ADMINISTRATIVA. CONCEITO ABRANGENTE DO ART. 2º DA LEI 
N. 8.429/92. 
1. Sejam considerados agentes comuns, sejam considerados 
agentes políticos, a Lei n. 8.429/92 é plenamente incidente em 
face de magistrados por atos alegadamente ímprobos que 
tenham sido cometidos em razão do exercício de seu mister 
legal. 
2. Em primeiro lugar porque, admitindo tratar-se de agentes 
políticos, esta Corte Superior firmou seu entendimento pela 
possibilidade de ajuizamento de ação de improbidade em face 
dos mesmos, em razão da perfeita compatibilidade existente 
entre o regime especial de responsabilização política e o regime 
de improbidade administrativa previsto na Lei n. 8.429/92, 
cabendo, apenas e tão-somente, restrições em relação ao 
órgão competente para impor as sanções quando houver 
previsão de foro privilegiado ratione personae na Constituição 
da República vigente. Precedente. 
3. Em segundo lugar porque, admitindo tratar-se de agentes 
não políticos, o conceito de "agente público" previsto no art. 2º 
da Lei n. 8.429/92 é amplo o suficiente para albergar os 
magistrados, especialmente, se, no exercício da função 
judicante, eles praticarem condutas enquadráveis, em tese, 
pelos arts. 9º, 10 e 11 daquele diploma normativo. 
4. Despiciendo, portanto, adentrar, aqui, longa controvérsia 
doutrinária e jurisprudencial acerca do enquadramento de 
juízes como agentes políticos, pois, na espécie, esta discussão 
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demonstra-se irrelevante. 
Percebe-se, portanto, que os sujeitos ativos dos atos de improbidade 
administrativa, não são somente os servidores públicos, mas todos 
aqueles que estejam abrangidos no conceito de agente público. 
Pelo conceito dado pela Lei, aqueles que desempenham atividades 
judicantes, os Magistrados (Juízes, em geral), podem, portanto, 
cometer atos de improbidade sim. 
Outro julgado interessante do STJ é o seguinte (REsp 1.249.531): 
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO 
ESPECIAL. OFENSA AO ART. 535DO CPC. INOCORRÊNCIA. LEI 
DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (LEI 8.429/92). 
APLICABILIDADE AOS MAGISTRADOS POR PRÁTICA DE ATOS 
NÃO JURISDICIONAIS. 
1. Trata-se na origem de agravo de instrumento apresentado 
pela ora recorrida em face da decisão que recebeu a inicial de 
ação civil pública apresentada ao argumento de que ela, 
enquanto juíza eleitoral, visando atender interesses de 
seu cônjuge, então candidato a deputado, teria escondido e 
retardado o andamento de dois processos penais eleitorais, nos 
quais a parte era parente e auxiliar nas campanhas eleitorais de 
seu marido. 
(...) 
3. É pacífico nesta Corte Superior entendimento segundo 
o qual magistrados são agentes públicos para fins de 
aplicação da Lei de Improbidade Administrativa, cabendo 
contra eles a respectiva ação, na forma dos arts. 2º e 3º da Lei 
n. 8.429/92. (...) 
4. Verifica-se que o ato imputado à recorrida não se encontra 
na atividade finalística por ela desempenhada. O suposto ato de 
improbidade que se busca imputar à recorrida não é a atitude 
de não julgar determinados processos sob sua jurisdição, fato 
este plenamente justificável quando há acervo 
processual incompatível com a capacidade de trabalho de um 
Magistrado ou de julgá-los em algum sentido, a uma ou a outra 
parte. Aqui, se debate o suposto 
retardamento preordenado de dois processos penais 
eleitorais em que figura como parte pessoa que possui 
laços de parentesco e vínculos políticos com o esposo da 
Magistrada, que concorria nas eleições de 2002 ao cargo 
de Deputado Federal, tendo o Ministério Público deixado 
claro que tais processos foram os únicos a serem retidos 
pela Magistrada. 
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5. As atividades desempenhadas pelos órgãos jurisdicionais 
estão sujeitas a falhas, uma vez que exercidas pelo homem, em 
que a falibilidade é fator indissociável da natureza humana. 
Porém, a própria estruturação do Poder Judiciário Brasileiro 
permite que os órgãos superiores revejam a decisão dos 
inferiores, deixando claro que o erro, o juízo valorativo 
equivocado e a incompetência são aspectos previstos no nosso 
sistema. Entendimento contrário comprometeria a própria 
atividade jurisdicional. 
6. O que justifica a aplicação da norma sancionadora é a 
possibilidade de se identificar o animus do agente e seu 
propósito deliberado de praticar um ato não condizente 
com sua função. Não se pode pensar um conceito de Justiça 
afastado da imparcialidade do julgador, sendo um indicador de 
um ato ímprobo a presença no caso concreto de interesse na 
questão a ser julgada aliada a um comportamento proposital 
que beneficie a umas das partes. Constatada a parcialidade 
do magistrado, com a injustificada ocultação de 
processos, pode sim configurar ato de improbidade. A 
averiguação da omissão injustificada no cumprimento 
dos deveres do cargo está vinculada aos atos funcionais, 
relativos aos serviços forenses e não diretamente à 
atividade judicante, ou seja, a atividade finalística 
do Poder Judiciário. 
7. Não se sustenta aqui que o magistrado, responsável pela 
condução de milhares de processos, deve observar 
criteriosamente os prazos previstos na legislação processual 
que se encontram em flagrante dissonância com a realidade das 
varas e dos Tribunais, sendo impossível ao magistrado, pelo 
elevado grau de judicialização do Brasil, cumprir com a 
celeridade necessária a prestação jurisdicional. Porém, no 
presente caso, a suposta desídia estaria 
vinculada, repise-se, à possível ocultação com o 
consequente retardamento preordenado de dois 
processos específicos, a fim de possibilitar a candidatura 
do esposo da requerida a eleições em curso. 
Os destaques foram feitos para que você note que a Juíza, no caso 
acima, estava NO DESEMPENHO DA ATIVIDADE JUDICANTE, a 
praticar atos de seu ofício. 
Perceba, ainda, que, para o relator do processo, não se trata de 
discutir o teor das decisões adotadas pela magistrada. Nisso, não 
incidiria a Lei de Improbidade. Trata-se, sim, de discutir A DESÍDIA 
PROPOSITADA NA RESOLUÇÃO DE PROCESSOS JUDICIAIS DO 
INTERESSE DO ESPOSO DA JUÍZA. Conclusão do relator: mesmo 
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se tratando de um juiz, no desempenho de tarefa judicante, caberia a 
aplicação da Lei de Improbidade, SEM SE CUIDAR DO TEOR DA 
DECISÃO. 
3. Sujeito Passivo do Ato de Improbidade 
O art. 1º, caput, da LIA, estabelece quais são as entidades que 
SRGHP� ³VRIUHU´� SRU� FRQWD� GR� DWR� GH� LPSURELGDGH�� RX� VHMD�� R� SROR�
passivo de tais atos. A Lei de Improbidade resguardar, então, toda 
administração direta e indireta, e aquelas em que o Estado haja 
concorrido com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou 
da receita anual. Nessas entidades e órgãos, temos os agentes 
públicos, logo, além da repercussão patrimonial, poderá haver perda 
da função pública. 
Já o parágrafo único do dispositivo prevê que estão, igualmente, 
sujeitos às penalidades da Lei os atos contra o patrimônio de 
entidades ou de órgãos em que o Estado concorra com menos de 
cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual. 
Contudo, nesse caso, as penalidades ficam limitadas à sanção 
patrimonial referente às contribuições dos cofres públicos. Nessas 
entidades não há como cogitarmos da existência de agentes públicos, 
por esse motivo, a repercussão é meramente patrimonial (não haverá 
perda de cargo e suspensão de direitos políticos). Exemplo de tais 
entidades: Serviços Sociais Autônomos, Organizações Sociais e 
outras. Porém como a LIA limita, no caso em exame, a sanção 
patrimonial à repercussão do ilícito a partir da contribuição dos cofres 
públicos, o que ultrapassar tal valor terá que ser buscado por outra 
espécie, que não uma ação de improbidade (uma ação civil pública). 
4. A Tipologia da Improbidade Administrativa 
Os tipos de improbidade são três, a saber: 
I) que importam enriquecimento ilícito: aqui, o fundamental é 
entender que o ato de improbidade importará auferir 
qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do 
exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade 
(art. 9º). 
II) que importam lesão ao erário: causar lesão ao erário em razão 
de qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje 
perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou 
dilapidação dos bens ou haveres público (art. 10º). Notaram o 
negrito? É para destacar a parte fundamental neste tipo de ato 
de improbidade? A PERDA PATRIMONIAL PARA O ERÁRIO. 
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III) que atentam contra princípios da Administração (art. 11). Bom, 
aqui, cremos, o texto é autoexplicativo. 
Antes de prosseguirmos nos exames dos casos próprios de 
improbidade, bom registrar que não é qualquer ilegalidade que 
deverá ser entendida como ato de improbidade, o qual é uma 
ilegalidade especificada. Esse é o entendimento do STJ (REsp 
1075882): 
ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA 
POR ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. AGENTES 
PENITENCIÁRIOS. AGRESSÃO CONTRA PARTICULAR. 
VIOLAÇÃO DO ART. 11 DA LEI 8.429/92. OFENSA AO 
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. CONDUTAQUE NÃO SE 
ENQUADRA, CONTUDO, NA LEI DE IMPROBIDADE 
ADMINISTRATIVA. RECURSO NÃO PROVIDO. 
(...) 
4. De acordo com Francisco Octávio de Almeida Prado 
(Improbidade Administrativa, Malheiros Editores, São Paulo, 
2001, p. 37), "A improbidade pressupõe, sempre, um desvio 
ético na conduta do agente, a transgressão consciente de um 
preceito de observância obrigatória". 
5. A improbidade administrativa, ligada ao desvio de 
poder, implica a deturpação da função pública e do 
ordenamento jurídico; contudo, nem toda conduta assim 
caracterizada subsume-se em alguma das hipóteses dos 
arts. 9º, 10 e 11 da LIA. 
6. Nesse sentido, Arnaldo Rizzardo (Ação Civil Pública e Ação de 
Improbidade Administrativa, GZ Editora, 2009, p. 350): "Não 
se confunde improbidade com a mera ilegalidade, ou com 
uma conduta que não segue os ditames do direito 
positivo. Assim fosse, a quase totalidade das 
irregularidades administrativas implicariam violação ao 
princípio da legalidade. (...) É necessário que venha um 
nível de gravidade maior, que se revela no ferimento de 
certos princípios e deveres, que sobressaem pela 
importância frente a outros, como se aproveitar da 
função ou do patrimônio público para obter vantagem 
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pessoal, ou favorecer alguém, ou desprestigiar valores 
soberanos da Administração Pública". 
7. In casu, o fato praticado pelos recorridos, sem dúvida 
reprovável e ofensivo aos interesses da Administração 
Pública, não reclama, contudo, o reconhecimento de ato 
de improbidade administrativa, apesar de implicar clara 
violação ao princípio da legalidade. Assim fosse, todo tipo 
penal praticado contra a Administração Pública, 
invariavelmente, acarretaria ofensa à probidade administrativa. 
8. Recurso não provido. 
Muito bem. Agora sim, vamos para os casos próprios de improbidade. 
4.1. Atos de Improbidade que Importam Enriquecimento 
Ilícito 
Em razão das penas de maior intensidade, podemos dizer que, na 
visão do legislador, esse é o ato de improbidade de maior gravidade. 
Examinemos, primeiro, o que diz o caput do art. 9º da Lei 
8.429/1992: 
Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando 
enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem 
patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, 
mandato, função, emprego ou atividade nas entidades 
mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente: 
Atenta que há algo muito próprio na hipótese que ora tratamos ± o 
recebimento de vantagem INDEVIDA por parte do infrator. Além 
disso, para o STJ é necessário o dolo por parte deste mesmo 
infrator: 
STJ/REsp 1347223 
3. No que tange à caracterização do ato enquanto conduta 
subsumível à Lei nº 8.429/92 - na modalidade de 
enriquecimento ilícito ± é certo que este Sodalício exige a 
presença de dois requisitos, quais sejam: (a) demonstração do 
dano causado à Administração e o consequente enriquecimento 
ilícito; e, (b) presença de elemento subjetivo, sendo exigida a 
presença de dolo. 
7HPRV� XPD� ³SHTXHQD´� OLVWD� GR� TXH� SRGH� FRQILJXUDU� HQULTXHFLPHQWR�
ilícito no art. 9º da LIA��3DUD�R�EHP�H�SDUD�R�PDO��D�OHLWXUD�³VHFD´�GR�
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dispositivo é obrigatória, para podermos entendê-lo. Vejamos, então, 
o que podem gerar enriquecimento ilícito: 
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou 
imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou 
indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou 
presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa 
ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das 
atribuições do agente público; 
II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para 
facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou 
imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas 
no art. 1° por preço superior ao valor de mercado; 
III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para 
facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o 
fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao 
valor de mercado; 
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, 
equipamentos ou material de qualquer natureza, de 
propriedade ou à disposição de qualquer das entidades 
mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de 
servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por 
essas entidades; 
V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta 
ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de 
azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou 
de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal 
vantagem; 
VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta 
ou indireta, para fazer declaração falsa sobre medição ou 
avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou 
sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de 
mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades 
mencionadas no art. 1º desta lei; 
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, 
cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza 
cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à 
renda do agente público; 
Aqui, uma pequena parada, em razão de um interessante julgado do 
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STJ acerca desse inciso (AREsp 187235) 
ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM 
RECURSO ESPECIAL. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. 
ENRIQUECIMENTO ILÍCITO. DESPROPORCIONALIDADE ENTRE 
RENDA E PATRIMÔNIO. NÃO COMPROVAÇÃO. REEXAME DE 
MATÉRIA FÁTICA. IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO REGIMENTAL 
NÃO 
PROVIDO. 
1. Para fins de caracterização do ato de improbidade 
administrativa previsto no art. 9º, VII, da Lei 8.429/92, cabe ao 
autor da ação o ônus de provar a desproporcionalidade entre a 
evolução patrimonial e a renda auferida pelo agente no 
exercício de cargo público. 
2. Infirmar os fundamentos do acórdão recorrido, no tocante à 
ausência de desproporcionalidade entre o patrimônio e a renda 
dos agravados, demandaria o reexame de matéria fática, o que 
é vedado em recurso especial, nos termos da Súmula 7/STJ. 
3. Agravo regimental não provido. 
Apesar do não provimento do recurso por conta de questão 
processual, há lição a se extrair do julgado: o ônus da prova por 
conta de aparente evolução patrimonial descabida é daquele 
que acusa. 
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de 
consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica 
que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por 
ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, 
durante a atividade; 
IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação 
ou aplicação de verba pública de qualquer natureza; 
X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta 
ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou 
declaração a que esteja obrigado; 
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, 
rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das 
entidades mencionadas no art. 1° desta lei;We
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XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores 
integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas 
no art. 1° desta lei. 
A doutrina considera que os casos acima não são exaustivos. Por 
exemplo, alugar bem público com valor a maior, alugar bem 
particular com valor a maior. Até o dinheiro que o agente receber 
SDUD�³QmR�YHU´�GHWHUPLQDGD�VLWXDomR�p�HQULTXHFLPHQWR�LOtFLWR��DVVLP��
HQULTXHFLPHQWR� LOtFLWR� QmR� TXHU� GL]HU� GH� IDWR� ³HQULTXHFHU´�� PDV� D�
³EROD´��D�³FDL[LQKD´��Mi�VmR�³HQULTXHFLPHQWR�LOtFLWR´�� 
4.2. Atos de Improbidade que Importam Prejuízo ao Erário 
O art. 10 da lei vem nos iluminar nesse momento. Ele diz: 
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa 
lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, 
que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, 
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das 
entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente: 
Notem que seja ato omissivo, doloso ou culposo, qualquer ação 
que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, dilapidação de 
bens, até mesmo desperdício de bem público, enquadra-se como ato 
de improbidade. O destaque maior para a modalidade culposa nessa 
espécie de ato de improbidade é para que se ressalte a posição do 
STJ (REsp 1364529): 
1. Para que seja configurado o ato de improbidade de que trata 
a Lei 8.429/99, "é necessária a demonstração do elemento 
subjetivo, consubstanciado pelo dolo para os tipos previstos nos 
artigos 9º e 11 e, ao menos, pela culpa, nas hipóteses do artigo 
10". 
A lista de atos que causam prejuízo ao erário é enorme. De qualquer 
forma, necessário lê-la. Mas, por sugestão, ao invés de expor outra 
infindável lista, como fizemos na hipótese anterior, remetemos ao 
final dessa aula, onde todos os casos estão expostos. Mas vamos 
tentar entender o que é, de fato, o ato de improbidade enquadrável 
na hipótese sub exame. 
Se você deixar de seguir uma formalidade para conceder um 
benefício a alguém, essa inobservância pode ser dada como ato que 
causa prejuízo. Assim, se você facilitar ou permitir que se obtenha 
dos cofres públicos qualquer vantagem pecuniária estará atentando 
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contra o patrimônio público. Até mesmo se você ordenar realização 
de despesas não autorizadas estará atentando contra o patrimônio 
público. 
No art. 10, que é onde a LIA cuida dos atos que importam prejuízo ao 
erário, a norma usa e abusa de verbos como: conceder, permitir, 
facilitar. Desse modo, quaisquer das ações que não observem as 
formalidades, ou que sejam negligentes, poderão ser consideradas 
ato atentatório contra o patrimônio público, lembrando que o 
patrimônio público não necessariamente estará nas mãos públicas, 
uma vez que se o ato praticado contra qualquer pessoa que receba 
ou administre dinheiro público causar prejuízos, estará enquadrado 
como improbidade. 
4.3. Atos de Improbidade que Atentam Contra Princípios da 
Administração Pública 
O art. 11 é responsável por nos fornecer a listagem (exemplificativa) 
de atos de improbidade ofensivos aos princípios da Administração 
Pública, enfim, violadores dos deveres de honestidade, 
imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições. Percebam: não 
se cita moralidade! 
Como a lista de casos aqui é menorzinha, vejamos o rol de atos que 
configuram lesão a princípios da administração pública, conforme o 
art. 11 da Lei 8.429: 
I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou 
diverso daquele previsto, na regra de competência; 
II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício; 
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão 
das atribuições e que deva permanecer em segredo; 
IV - negar publicidade aos atos oficiais; 
V - frustrar a licitude de concurso público; 
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo; 
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de 
terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida 
política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, 
bem ou serviço. 
Não sei se os(as) amigos(as) repararam, mas os atos de improbidade 
desta categoria não são, assim, tão graves quanto os anteriores. Bem 
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por isso, o STJ o considera uma espécie residual, para os atos de 
improbidade. Vejamos o julgado em que aquela Corte assenta a tese: 
(REsp 1075882): 
ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA 
POR ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. AGENTES 
PENITENCIÁRIOS. AGRESSÃO CONTRA PARTICULAR. 
VIOLAÇÃO DO ART. 11 DA LEI 8.429/92. OFENSA AO 
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. CONDUTA QUE NÃO SE 
ENQUADRA, CONTUDO, NA LEI DE IMPROBIDADE 
ADMINISTRATIVA. RECURSO NÃO PROVIDO. 
1. A Lei de Improbidade Administrativa visa a tutela do 
patrimônio público e da moralidade, impondo aos agentes 
públicos e aos particulares padrão de comportamento probo, ou 
seja, honesto, íntegro, reto. 
2. A Lei 8.429/92 estabelece três modalidades de improbidade 
administrativa, previstas nos arts. 9º, 10 e 11, a saber, 
respectivamente: enriquecimento ilícito, lesão ao erário e 
violação aos princípios norteadores da Administração Pública. 
3. A conduta prevista no art. 9º da LIA (enriquecimento ilícito) 
abrange, por sua amplitude, as demais formas de improbidade 
estabelecidas nos artigos subsequentes. Desta maneira, a 
violação aos princípios pode ser entendida, em 
comparação ao direito penal, como "soldado de reserva", 
sendo, aplicada, subsidiariamente, isto é, quando a 
conduta ímproba não se subsume nas demais formas 
previstas. 
5. Declaração de rendimentos 
Dentre as múltiplas determinações que constam da Lei 8.429/1992, 
uma ganha especial atenção em concursos da área fiscal. Vejamos: 
Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam 
condicionados à apresentação de declaração dos bens e valores 
que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada 
no serviço de pessoal competente. 
É bastante importante tal dispositivo, pois, adiante, a declaração de 
rendimentos, que deverá ser atualizada anualmente e na data em 
que o agente público deixar o exercício do mandato, cargo, emprego 
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ou função, permitirá o acompanhamento da evolução patrimonial do 
agente público. 
Para suprir a exigência, o agente público poderá apresentar cópia da 
declaração anual de bens apresentada à Receita Federal na 
conformidade da legislação do Imposto sobre a Renda e proventos de 
qualquer natureza, com as necessárias atualizações. 
E o legislador, por considerar a importância disso, determinou a 
demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras sanções 
cabíveis, ao agente público que se recusar a prestar declaração dos 
bens, dentro do prazo determinado,ou que a prestar falsa. 
Por fim, cumpre o que a declaração de rendimentos deverá 
compreender: imóveis, móveis, semoventes, dinheiro, títulos, ações, 
e qualquer outra espécie de bens e valores patrimoniais, localizado no 
País ou no exterior, e, quando for o caso, abrangerá os bens e 
valores patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos filhos e de 
outras pessoas que vivam sob a dependência econômica do 
declarante, excluídos apenas os objetos e utensílios de uso 
doméstico. 
6. Processo Administrativo e Judicial 
Do art. 14 a 23, a Lei de Improbidade traz importantes disposições 
acerca do rito administrativo e judicial para trato do assunto. Vamos 
às análises, então. 
A norma informa que qualquer pessoa poderá representar à 
autoridade administrativa competente para que seja instaurada 
investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade. O 
documento deve ser escrito (ou reduzida a termo), assinado, com a 
qualificação do representante, as informações sobre o fato e sua 
autoria e a indicação das provas de que tenha conhecimento. Caso 
estas formalidades não sejam observadas, a representação será 
rejeitada, em despacho fundamentado, o que, contudo, não impede 
a representação ao Ministério Público. 
Por outro lado, atendidos os requisitos da representação, a 
autoridade determinará a imediata apuração dos fatos que, caso se 
refiram a servidores federais, será processada, na esfera federal, na 
forma da Lei 8.112/1990. 
Se instaurado processo administrativo, a comissão responsável deve 
dar conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de 
Contas da existência da apuração, os quais caso queiram, podem 
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designar representante para acompanhar. 
O art. 7o estabelece importante providência cautelar: a possibilidade 
de que seja feita a indisponibilidade dos bens necessários à 
cobertura do prejuízo causado ao erário ou referentes aos que foram 
indevidamente acrescidos ao patrimônio do infrator. Mais uma vez, 
cumpre assinalar ± a indisponibilidade de bens não é medida 
punitiva, mas sim providência cautelar, que será tomada, para que 
se tenha eficácia em futura decisão de mérito de um processo 
judicial. Essa medida, assim como outras previstas no art. 161, 
devem ser adotadas judicialmente, a partir da ação do Ministério 
Público competente para a apuração. 
Bom registrar que, para o STJ, a medida constritiva de 
indisponibilidade recai sobre os bens necessários ao ressarcimento 
integral do dano, ainda que adquiridos anteriormente ao ato de 
improbidade ou até mesmo ao início de vigência da Lei 8.429, 
de 1992. 
E, ainda, para a mesma Corte, a possibilidade de indisponibilidade de 
bens não está condicionada à prévia manifestação dos réus, já 
que se trata de medida de natureza nitidamente cautelar. 
A Lei permite, ainda, o afastamento do agente público do 
exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da 
remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução 
processual (art. 20, parágrafo único). Neste caso, a medida pode ser 
adotada administrativamente. 
A ação judicial de improbidade é de rito ordinário, ou seja, seguirá 
os trâmites comuns de um processo dessa natureza. Deve ser 
proposta em 30 dias, pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica 
interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar. 
IMPORTANTE: quando o MP não intervir no processo como parte, 
 
1 O art. 16 prevê, ainda: sequestro dos bens do agente ou terceiro que tenha 
enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público, caso fundados 
indícios de responsabilidade; e, quando for o caso, a investigação, o exame e o 
bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado 
no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais. Esses pedidos são de 
competência do Ministério Público, não custa repetir. 
 
 
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atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade de 
todo o processo. 
É expressamente vedada a transação, acordo ou conciliação, em 
ações de improbidade. Para a Prof.ª 0DULD�6\OYLD�GL�3LHWUR��³a norma 
se justifica pela relevância do patrimônio público, seja econômico, 
seja moral, protegido pela ação de improbidade. Trata-se de 
aplicação do princípio da indisponibilidade do interesse público´� 
A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de dano ou 
decretar a perda dos bens acrescidos ilicitamente ao patrimônio do 
infrator, determinará o pagamento ou a reversão dos bens, conforme 
o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito. 
Bom registrar que a perda da função pública e a suspensão dos 
direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da 
sentença condenatória. Por outro lado, constitui crime a 
representação por ato de improbidade contra agente público ou 
terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente. A 
LIA quer evitar, portanto, denúncias vazias, utilizadas tão só com o 
intuito de prejudicar um agente público. Bem por isso, nestes casos, 
além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o 
denunciado pelos danos materiais, morais ou à imagem que houver 
provocado. 
Cabe reforçar que são imprescritíveis as ações de ressarcimento 
movidas pelo Estado contra servidores ou não, devido a prejuízos 
causados à fazenda pública (§ 5° do art. 37, CF). 
 
Em resumo: os ilícitos prescreverão, mas não as ações de 
ressarcimento, por força do §5º do art. 37 da CF/1988. 
No que se refere à prescrição, estabelece a LIA: 
Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções 
previstas nesta lei podem ser propostas: 
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I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de 
cargo em comissão ou de função de confiança; 
II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para 
faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço 
público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego. 
Entretanto, coisas que podem parecer simples, por vezes, não são... 
Exemplo disso é a interpretação do dispositivo acima, no caso de 
prefeitos reeleitos, que tenham cometido o ato tido por de improbidade 
em seu primeiro mandato. Então... A partir de quando será contado o 
prazo prescricional? Para o STJ, o prazo deverá começar a correr com o 
encerramento do segundo mandato, pois, a reeleição, embora não 
prorrogue simplesmente o mandato, importa em fator de continuidade 
da gestão administrativa2. 
Há outras disposições na Lei que dizem respeito ao andamento da 
ação de improbidade, mas por serem elas muito mais afetas ao 
Direito Processual, deixarão de ser aqui examinadas. 
7. Os Atos de Improbidade e as Sanções Aplicáveis 
Relembrando, inicialmente, que a própria Constituição Federal trata 
de improbidade administrativa, inclusive fixando, de modo genérico, 
sanções aplicáveis no caso de cometimento de ato de improbidade. 
Vejamos, mais uma vez, o §4º do art. 37 da CF/1988: 
Os atos de improbidadeadministrativa importarão a 
suspensão dos direitos políticos, a perda da função 
pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento 
ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem 
prejuízo da ação penal cabível. 
A partir do regramento constitucional, bem como a partir da Lei de 
improbidade fazer algumas observações, com relação às sanções ali 
previstas: 
Direito Políticos 
Não haverá perda ou cassação dos direitos políticos, mas sim 
suspensão destes, por um período que pode variar de três a dez 
anos, conforme a gravidade da conduta do infrator. 
Reitere-se que a Lei informa ser necessário o trânsito em julgado 
 
2
 Resp 1107833. 
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da sentença penal condenatória para que ocorra a suspensão dos 
direitos políticos e a perda da função pública (art. 20). Assim, essas 
duas sanções possíveis em razão do cometimento de improbidade 
não podem ser aplicadas administrativamente, mas tão só 
judicialmente. 
Perda da Função Pública 
Como destacado, pode ocorrer em razão de improbidade 
administrativa, mas depende do trânsito em julgado de sentença 
judicial condenatória. 
Indisponibilidade de bens 
É verdadeira ³PHGLGD�FDXWHODU´ e não penalidade, como vimos mais 
atrás. 
A decretação da indisponibilidade, todavia, não pode ser feita 
administrativamente, uma vez que depende da ação do 
Ministério Público para tanto (art. 7º, caput) 
Ressarcimento ao Erário 
Deve ser feito no exato valor do quantum do prejuízo ao erário. 
Registre-se que o dever de ressarcir o erário pode ser transmitido aos 
sucessores/herdeiros daquele que causar prejuízo ao erário até o 
limite do valor da herança recebida. 
Não é demais repetir que improbidade não é crime. Tanto assim 
que no trecho final do dispositivo constitucional, menciona-VH� ³sem 
prejuízo da ação penal cabível...´. Assim, deve-se buscar na 
legislação penal a capitulação (enquadramento) da conduta do 
agente em nos tipos de crime previstos por lá. 
Na aplicação da penalidade, o Juiz ou Tribunal incumbido do 
julgamento do processo levarão em conta a gravidade da conduta (o 
dano causado), bem como o proveito usufruído pelo agente, de forma 
a ajustar a penalidade à necessidade da reprimenda que o caso 
requereu. É nessa direção a jurisprudência do STJ (REsp 924439) 
ADMINISTRATIVO ± AÇÃO CIVIL PÚBLICA ± IMPROBIDADE 
ADMINISTRATIVA ± ART. 12 DA LEI 8.429/1992 ± PERDA DA 
FUNÇÃO PÚBLICA ± ABRANGÊNCIA DA SANÇÃO ± 
PARÂMETROS: EXTENSÃO DOS DANOS CAUSADOS E PROVEITO 
OBTIDO ± SÚMULA 7/STJ ± RETORNO DOS AUTOS À ORIGEM. 
1. Hipótese em que o Tribunal de origem deixou de condenar o 
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agente na perda da função pública, sob o fundamento de que o 
mesmo não mais se encontrava no exercício do cargo, no qual 
cometeu os atos de improbidade administrativa. 
2. A Lei 8.429/1992 objetiva coibir, punir e afastar da atividade 
pública todos os agentes que demonstraram pouco apreço pelo 
princípio da juridicidade, denotando uma degeneração de 
caráter incompatível com a natureza da atividade desenvolvida. 
3. A sanção de perda da função pública visa a extirpar da 
Administração Pública aquele que exibiu inidoneidade (ou 
inabilitação) moral e desvio ético para o exercício da função 
pública, abrangendo qualquer atividade que o agente esteja 
exercendo ao tempo da condenação irrecorrível. 
4. A simples configuração do ato de improbidade 
administrativa não implica condenação automática da 
perda da função pública, pois a fixação das penas 
previstas no art. 12 da Lei 8.429/1992 deve considerar a 
extensão do dano e o proveito obtido pelo agente, 
conforme os parâmetros disciplinados no parágrafo único desse 
dispositivo legal. Precedente do STJ. 
5. É indispensável que se faça uma valoração da 
extensão dos danos causados, bem como do proveito 
obtido pelo agente, ao aplicar a sanção de perda da função 
pública. Análise obstaculizada, em recurso especial, em razão 
da Súmula 7/STJ. 6. Recurso especial provido, para determinar 
o retorno dos autos à origem, para que se verifique a 
possibilidade de condenação do recorrido na perda da função 
pública. 
A aplicação das penalidades previstas na Lei 8.429/1992 
independem: 
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público; 
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle 
interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas. 
No caso do inc. I, por conta do ato de improbidade que importará 
lesão a princípios da Administração Pública. Já na hipótese II, a 
questão é de independência das instâncias ± os Tribunais de Contas 
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são cortes ADMINISTRATIVAS, às quais não se subordinam as 
instituições judiciais. 
Pois bem. Destaque-se, ainda, que a CF/1988 fala no dispositivo em 
forma e gradação previstas em Lei. Podemos traçar um quadro-
resumo das sanções decorrentes dos atos de improbidade, apontando 
as penalidades previstas na CF/1988, com as que prevê o art. 12 da 
Lei 8.429/1992: 
SANÇÕES PELA PRÁTICA DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 
 
Enriquecimento 
Ilícito 
Prejuízo ao 
erário 
Lesão a 
princípios 
Ressarcimento 
ao erário 
Aplicável Aplicável Aplicável 
Perda da 
Função 
Pública 
Aplicável Aplicável Aplicável 
Suspensão dos 
direitos 
Políticos 
De 8 a 10 anos De 5 a 8 anos De 3 a 5 anos 
Perda dos 
Bens 
acrescidos 
ilicitamente 
Deve ser aplicada 
Pode ser 
aplicada 
Pode ser 
aplicada 
Multa civil 
Até três vezes o 
valor do 
acréscimo 
patrimonial 
Até duas vezes 
o valor do dano 
Até 100 vezes 
a 
remuneração 
do cargo 
Proibição de 
contratar com 
o Poder 
Público 
SIM (por 10 
anos) 
SIM (por cinco 
anos) 
SIM (por três 
anos) 
 
Bom, pessoal, para facilitar a vida, segue resumo com tudo que há de 
mais importante que podemos catalogar a respeito de improbidade, 
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tendo por fundamento a Lei 8.429/1992, sobretudo: 
CONCEITO 
São atos de improbidade os atos 
praticados por qualquer agente 
público, servidor ou não, contra a 
administração direta, indireta ou 
fundacional de qualquer dos 
Poderes da União, dos Estados, 
do Distrito Federal, dos 
Municípios, de Território, de 
empresa incorporada ao 
patrimônio público ou de 
entidade para cuja criação ou 
custeio o erário haja concorrido 
ou concorra com mais de 
cinquenta por cento do 
patrimônio ou da receita anual. 
 
 
SUJEITO(S) ATIVO(S) 
(art. 1º) 
-Agente público, servidor ou não. 
1º) Reputa-se agente público, 
para os efeitos desta lei, todo 
aquele que exerce, ainda que 
transitoriamente ou sem 
remuneração, por eleição, 
nomeação, designação, 
contratação ou qualquer outra 
forma de investidura ou vínculo, 
mandato,cargo, emprego ou 
função nas entidades 
mencionadas no artigo anterior. 
2º) Mesmo não sendo agente 
público, aquele que induza ou 
concorra para a prática do ato de 
improbidade ou dele se beneficie 
sob qualquer forma direta ou 
indireta. 
 
SUJEITO(S) PASSIVO(S) 
- A administração direta, indireta 
ou fundacional de qualquer dos 
Poderes da União, dos Estados, 
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do Distrito Federal, dos 
Municípios, de Território, de 
empresa incorporada ao 
patrimônio público ou de 
entidade para cuja criação ou 
custeio o erário haja concorrido 
ou concorra com mais de 
cinquenta por cento do 
patrimônio ou da receita anual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
CARACTERÍSTICAS 
- Os agentes públicos de 
qualquer nível ou hierarquia são 
obrigados a velar pela estrita 
observância dos princípios de 
legalidade, impessoalidade, 
moralidade e publicidade no trato 
dos assuntos que lhe são afetos. 
- Ocorrendo lesão ao patrimônio 
público por ação ou omissão, 
dolosa ou culposa, do agente ou 
de terceiro, dar-se-á o integral 
ressarcimento do dano. 
- No caso de enriquecimento 
ilícito, perderá o agente público 
ou terceiro beneficiário os bens 
ou valores acrescidos ao seu 
patrimônio. 
- Quando o ato de improbidade 
causar lesão ao patrimônio 
público ou ensejar 
enriquecimento ilícito, caberá a 
autoridade administrativa 
responsável pelo inquérito 
representar ao Ministério Público, 
para a indisponibilidade dos bens 
do indiciado (que recairá sobre 
bens que assegurem o integral 
ressarcimento do dano, ou sobre 
o acréscimo patrimonial 
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resultante do enriquecimento 
ilícito). 
- O sucessor daquele que causar 
lesão ao patrimônio público ou se 
enriquecer ilicitamente está 
sujeito às cominações desta lei 
até o limite do valor da herança. 
- Qualquer pessoa pode 
representar a autoridade 
administrativa competente para 
que seja instaurada investigação 
destinada a apurar a prática de 
ato de improbidade. 
- As sanções independem de 
efetiva ocorrência de dano ao 
patrimônio público e da 
aprovação ou rejeição das contas 
pelo órgão de controle interno ou 
Tribunal de Contas. 
- perda da função pública e a 
suspensão dos direitos políticos 
só se efetivam com o trânsito em 
julgado da sentença 
condenatória. 
A autoridade judicial ou 
administrativa competente 
poderá determinar o afastamento 
do agente público do exercício do 
cargo, emprego ou função, sem 
prejuízo da remuneração, quando 
a medida se fizer necessária à 
instrução processual. 
- A aplicação das sanções 
previstas nesta lei independe: 
I - da efetiva ocorrência de dano 
ao patrimônio público; 
II - da aprovação ou rejeição das 
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contas pelo órgão de controle 
interno ou pelo Tribunal ou 
Conselho de Contas. 
ATOS DE IMPROBIDADE 
(ASSIM CONSIDERADOS) 
I - Atos de Improbidade 
Administrativa que Importam 
Enriquecimento Ilícito; 
II - Atos de Improbidade 
Administrativa que Causam 
Prejuízo ao Erário; 
III - Atos de Improbidade 
Administrativa que Atentam 
Contra os Princípios da 
Administração Pública. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DOS ATOS DE IMPROBIDADE 
ADMINISTRATIVA QUE 
IMPORTAM ENRIQUECIMENTO 
ILÍCITO (ART.9º): auferir 
qualquer tipo de vantagem 
patrimonial indevida em razão do 
exercício de cargo, mandato, 
função, emprego ou atividade nas 
I - receber, para si ou para 
outrem, dinheiro, bem móvel ou 
imóvel, ou qualquer outra 
vantagem econômica, direta ou 
indireta, a título de comissão, 
percentagem, gratificação ou 
presente de quem tenha 
interesse, direto ou indireto, que 
possa ser atingido ou amparado 
por ação ou omissão decorrente 
das atribuições do agente 
público; 
II - perceber vantagem 
econômica, direta ou indireta, 
para facilitar a aquisição, 
permuta ou locação de bem 
móvel ou imóvel, ou a 
contratação de serviços pelas 
entidades referidas no art. 1° por 
preço superior ao valor de 
mercado; 
III - perceber vantagem 
econômica, direta ou indireta, 
para facilitar a alienação, 
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entidades mencionadas nesta Lei. 
 
 
permuta ou locação de bem 
público ou o fornecimento de 
serviço por ente estatal por preço 
inferior ao valor de mercado; 
IV - utilizar, em obra ou serviço 
particular, veículos, máquinas, 
equipamentos ou material de 
qualquer natureza, de 
propriedade ou à disposição de 
qualquer das entidades 
mencionadas no art. 1° desta lei, 
bem como o trabalho de 
servidores públicos, empregados 
ou terceiros contratados por 
essas entidades; 
V - receber vantagem econômica 
de qualquer natureza, direta ou 
indireta, para tolerar a 
exploração ou a prática de jogos 
de azar, de lenocínio, de 
narcotráfico, de contrabando, de 
usura ou de qualquer outra 
atividade ilícita, ou aceitar 
promessa de tal vantagem; 
VI - receber vantagem econômica 
de qualquer natureza, direta ou 
indireta, para fazer declaração 
falsa sobre medição ou avaliação 
em obras públicas ou qualquer 
outro serviço, ou sobre 
quantidade, peso, medida, 
qualidade ou característica de 
mercadorias ou bens fornecidos a 
qualquer das entidades 
mencionadas no art. 1º desta lei; 
VII - adquirir, para si ou para 
outrem, no exercício de mandato, 
cargo, emprego ou função 
pública, bens de qualquer 
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natureza cujo valor seja 
desproporcional à evolução do 
patrimônio ou à renda do agente 
público; 
VIII - aceitar emprego, comissão 
ou exercer atividade de 
consultoria ou assessoramento 
para pessoa física ou jurídica que 
tenha interesse suscetível de ser 
atingido ou amparado por ação 
ou omissão decorrente das 
atribuições do agente público, 
durante a atividade; 
IX - perceber vantagem 
econômica para intermediar a 
liberação ou aplicação de verba 
pública de qualquer natureza; 
X - receber vantagem econômica 
de qualquer natureza, direta ou 
indiretamente, para omitir ato de 
ofício, providência ou declaração 
a que esteja obrigado; 
XI - incorporar, por qualquer 
forma, ao seu patrimônio bens, 
rendas, verbas ou valores 
integrantes do acervo patrimonial 
das entidades mencionadas no 
art. 1° desta lei; 
XII - usar, em proveito próprio, 
bens, rendas, verbas ou valores 
integrantes do acervo patrimonial 
das entidades mencionadas no 
art. 1° desta lei. 
 
 
 
I - facilitar ou concorrer por 
qualquer forma para a 
incorporação ao patrimônio 
particular,de pessoa física ou 
jurídica, de bens, rendas, verbas 
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ATOS DE IMPROBIDADE 
ADMINISTRATIVA QUE 
CAUSAM PREJUÍZO AO ERÁRIO 
(art.10): qualquer ação ou 
omissão, dolosa ou culposa, que 
enseje perda patrimonial, desvio, 
apropriação, malbaratamento ou 
dilapidação dos bens ou haveres 
das entidades referidas no art. 1º 
desta lei. 
ou valores integrantes do acervo 
patrimonial das entidades 
mencionadas no art. 1º desta lei; 
II - permitir ou concorrer para 
que pessoa física ou jurídica 
privada utilize bens, rendas, 
verbas ou valores integrantes do 
acervo patrimonial das entidades 
mencionadas no art. 1º desta lei, 
sem a observância das 
formalidades legais ou 
regulamentares aplicáveis à 
espécie; 
III - doar à pessoa física ou 
jurídica bem como ao ente 
despersonalizado, ainda que de 
fins educativos ou assistências, 
bens, rendas, verbas ou valores 
do patrimônio de qualquer das 
entidades mencionadas no art. 1º 
desta lei, sem observância das 
formalidades legais e 
regulamentares aplicáveis à 
espécie; 
IV - permitir ou facilitar a 
alienação, permuta ou locação de 
bem integrante do patrimônio de 
qualquer das entidades referidas 
no art. 1º desta lei, ou ainda a 
prestação de serviço por parte 
delas, por preço inferior ao de 
mercado; 
V - permitir ou facilitar a 
aquisição, permuta ou locação de 
bem ou serviço por preço 
superior ao de mercado; 
VI - realizar operação financeira 
sem observância das normas 
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legais e regulamentares ou 
aceitar garantia insuficiente ou 
inidônea; 
VII - conceder benefício 
administrativo ou fiscal sem a 
observância das formalidades 
legais ou regulamentares 
aplicáveis à espécie; 
VIII - frustrar a licitude de 
processo licitatório ou dispensá-lo 
indevidamente; 
IX - ordenar ou permitir a 
realização de despesas não 
autorizadas em lei ou 
regulamento; 
X - agir negligentemente na 
arrecadação de tributo ou renda, 
bem como no que diz respeito à 
conservação do patrimônio 
público; 
XI - liberar verba pública sem a 
estrita observância das normas 
pertinentes ou influir de qualquer 
forma para a sua aplicação 
irregular; 
XII - permitir, facilitar ou 
concorrer para que terceiro se 
enriqueça ilicitamente; 
XIII - permitir que se utilize, em 
obra ou serviço particular, 
veículos, máquinas, 
equipamentos ou material de 
qualquer natureza, de 
propriedade ou à disposição de 
qualquer das entidades 
mencionadas no art. 1° desta lei, 
bem como o trabalho de servidor 
público, empregados ou terceiros 
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contratados por essas entidades. 
XIV ± celebrar contrato ou outro 
instrumento que tenha por objeto 
a prestação de serviços públicos 
por meio da gestão associada 
sem observar as formalidades 
previstas na lei; 
XV ± celebrar contrato de rateio 
de consórcio público sem 
suficiente e prévia dotação 
orçamentária, ou sem observar 
as formalidades previstas na lei. 
DOS ATOS DE IMPROBIDADE 
ADMINISTRATIVA QUE 
ATENTAM CONTRA OS 
PRINCÍPIOS DA 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
(art. 11): qualquer ação ou 
omissão que viole os deveres de 
honestidade, imparcialidade, 
legalidade, e lealdade às 
instituições. 
I - praticar ato visando fim 
proibido em lei ou regulamento 
ou diverso daquele previsto, na 
regra de competência; 
II - retardar ou deixar de 
praticar, indevidamente, ato de 
ofício; 
III - revelar fato ou circunstância 
de que tem ciência em razão das 
atribuições e que deva 
permanecer em segredo; 
IV - negar publicidade aos atos 
oficiais; 
V - frustrar a licitude de concurso 
público; 
VI - deixar de prestar contas 
quando esteja obrigado a fazê-lo; 
VII - revelar ou permitir que 
chegue ao conhecimento de 
terceiro, antes da respectiva 
divulgação oficial, teor de medida 
política ou econômica capaz de 
afetar o preço de mercadoria, 
bem ou serviço. 
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DAS PENAS 
(art.12): 
Na fixação das 
penas previstas 
nesta lei o juiz 
levará em conta 
a extensão do 
dano causado, 
assim como o 
proveito 
patrimonial 
obtido pelo 
agente. 
 
LEI Nº. 
8.429/92 
 
Sanção 
Administrativ
a (art.12) 
Sanção Civil 
(art. 12) 
Sanção 
Política 
(art. 12) 
ART.9º: 
Atos que dão 
ensejo ao 
enriqueciment
o ilícito 
(Auferir 
qualquer tipo de 
vantagem 
patrimonial 
indevida em 
razão do 
exercício de 
cargo, mandato, 
função, emprego 
ou atividades 
mencionadas no 
art. 1º). 
- Perda da 
função pública; 
- Proibição de 
contratar com o 
Poder Público 
ou receber 
benefícios ou 
incentivos 
fiscais ou 
creditícios, 
direta ou 
indiretamente, 
ainda que por 
intermédio de 
pessoa jurídica 
da qual seja 
sócio 
majoritário, 
pelo prazo de 
- Multa civil 
de até 3 vezes 
o valor do 
acréscimo 
patrimonial; 
- Perda dos 
bens ou valores 
acrescidos 
ilicitamente ao 
patrimônio; 
- 
Ressarcimento 
integral do 
dano, quando 
houver. 
- Suspensão 
dos direitos 
políticos de 8 a 
10 anos. 
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10 anos. 
ART.10: 
Atos que 
geram prejuízo 
ao Erário 
(Qualquer ação 
ou omissão, 
dolosa ou 
culposa, que 
enseje perda 
patrimonial, 
desvio, 
apropriação, 
malbaratamento 
ou dilapidação 
dos bens ou 
haveres das 
entidades 
referidas no art. 
1º) 
- Perda da 
função pública; 
- Proibição de 
contratar com o 
Poder Público 
ou receber 
benefícios ou 
incentivos 
fiscais ou 
creditícios, 
direta ou 
indiretamente, 
ainda que por 
intermédio de 
pessoa jurídica 
da qual seja 
sócio 
majoritário, 
pelo prazo de 
5 anos. 
- Multa civil 
de até 2 vezes 
o valor do 
dano; 
- Perda dos 
bens ou valores 
acrescidos 
ilicitamente ao 
patrimônio, se 
concorrer esta 
situação; 
- 
Ressarcimento 
integral do 
dano. 
- Suspensão 
dos direitos 
políticos de 5 a 
8 anos. 
ART. 11: 
Atos que 
atentam 
contra os 
princípios da 
Adm. Pública 
(Qualquer ação 
ou omissão que 
viole os deveres 
de honestidade, 
imparcialidade, 
legalidade e 
lealdade às 
instituições). 
- Perda da 
função pública; 
- Proibição de 
contratar com o 
Poder Público 
ou receber 
benefícios ou 
incentivos 
fiscais ou 
creditícios, 
direta ou 
indiretamente, 
ainda que por 
intermédio de 
pessoa jurídica 
da qualseja 
sócio 
- Multa civil 
de até 100 
vezes o valor 
da 
remuneração 
percebida pelo 
Agente; 
- Perda dos 
bens ou valores 
acrescidos 
ilicitamente ao 
patrimônio, se 
concorrer esta 
situação; 
- 
Ressarcimento 
integral do 
- Suspensão 
dos direitos 
políticos de 3 a 
5 anos. 
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majoritário, 
pelo prazo de 
3 anos. 
dano, se 
houver. 
 
 
DOS PROCEDIMENTOS 
- Procedimento Administrativo 
- Procedimento Judicial. 
 
 
 
 
 
 
 
DO PROCEDIMENTO 
ADMINISTRATIVO 
 
- Qualquer pessoa poderá 
representar à autoridade 
administrativa competente para 
que seja instaurada investigação 
destinada a apurar a prática de 
ato de improbidade. 
- A representação, que será 
escrita ou reduzida a termo e 
assinada, conterá a qualificação 
do representante, as informações 
sobre o fato e sua autoria e a 
indicação das provas de que 
tenha conhecimento. 
- A autoridade administrativa 
rejeitará a representação, em 
despacho fundamentado, se esta 
não contiver as formalidades 
estabelecidas na lei. (a rejeição 
não impede a representação ao 
Ministério Público). 
- A comissão processante dará 
conhecimento ao Ministério 
Público e ao Tribunal ou Conselho 
de Contas da existência de 
procedimento administrativo para 
apurar a prática de ato de 
improbidade. 
- Havendo fundados indícios de 
responsabilidade, a comissão 
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representará ao Ministério Público 
ou à procuradoria do órgão para 
que requeira ao juízo competente 
a decretação do sequestro dos 
bens do agente ou terceiro que 
tenha enriquecido ilicitamente ou 
causado dano ao patrimônio 
público. 
- Quando for o caso, o pedido 
incluirá a investigação, o exame 
e o bloqueio de bens, contas 
bancárias e aplicações financeiras 
mantidas pelo indiciado no 
exterior, nos termos da lei e dos 
tratados internacionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DO PROCEDIMENTO JUDICIAL 
- A ação principal, que terá o rito 
ordinário, será proposta pelo 
Ministério Público ou pela pessoa 
jurídica interessada, dentro de 
trinta dias da efetivação da 
medida cautelar. 
- É vedada a transação, 
acordo ou conciliação nas 
ações de improbidade. 
-A Fazenda Pública, quando for o 
caso, promoverá as ações 
necessárias à complementação 
do ressarcimento do patrimônio 
público. 
-O Ministério Público, se não 
intervir no processo como parte, 
atuará obrigatoriamente, como 
fiscal da lei, sob pena de 
nulidade. 
- A propositura da ação prevenirá 
a jurisdição do juízo para todas 
as ações posteriormente 
intentadas que possuam a 
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mesma causa de pedir ou o 
mesmo objeto 
- A ação será instruída com 
documentos ou justificação que 
contenham indícios suficientes da 
existência do ato de improbidade 
ou com razões fundamentadas da 
impossibilidade de apresentação 
de qualquer dessas provas, 
observada a legislação vigente, 
inclusive as disposições inscritas 
nos arts. 16 a 18 do Código de 
Processo Civil. 
- Estando a inicial em devida 
forma, o juiz mandará autuá-la e 
ordenará a notificação do 
requerido, para oferecer 
manifestação por escrito, que 
poderá ser instruída com 
documentos e justificações, 
dentro do prazo de quinze dias. 
- Recebida a manifestação, o 
juiz, no prazo de trinta dias, em 
decisão fundamentada, rejeitará 
a ação, se convencido da 
inexistência do ato de 
improbidade, da improcedência 
da ação ou da inadequação da 
via eleita. 
- Recebida a petição inicial, será 
o réu citado para apresentar 
contestação. 
- Da decisão que receber a 
petição inicial, caberá agravo de 
instrumento 
- Em qualquer fase do processo, 
reconhecida a inadequação da 
ação de improbidade, o juiz 
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extinguirá o processo sem 
julgamento do mérito. 
A sentença que julgar procedente 
ação civil de reparação de dano 
ou decretar a perda dos bens 
havidos ilicitamente determinará 
o pagamento ou a reversão dos 
bens, conforme o caso, em favor 
da pessoa jurídica prejudicada 
pelo ilícito. 
DA PRESCRIÇÃO (art. 23) 
- As ações destinadas a levar a 
efeitos as sanções previstas 
nesta lei podem ser propostas: 
I - até cinco anos após o término 
do exercício de mandato, de 
cargo em comissão ou de função 
de confiança; 
II - dentro do prazo prescricional 
previsto em lei específica para 
faltas disciplinares puníveis com 
demissão a bem do serviço 
público, nos casos de exercício de 
cargo efetivo ou emprego. 
- As ações civis de ressarcimento 
ao erário são imprescritíveis (art. 
37, §5° CF/88). 
 
Por hoje, é só, então. 
Grande abraço e boa semana. 
Cyonil Borges 
 
 
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Questões de Fixação 
ESAF - FR (Pref RJ)/2010 
O princípio da moralidade administrativa, estabelecido no art. 37 da 
Constituição Federal, pode ser visto, também, sob o aspecto da 
probidade na administração pública, que tem especial destaque no § 
4º desse mesmo artigo, segundo o qual: 
I. as penas aplicáveis em casos de atos de improbidade 
administrativa são: a suspensão dos direitos políticos, a perda da 
função pública, a indisponibilidade de bens e o ressarcimento do 
erário; 
II. a gradação dessas penas deve ser feita por lei; 
III. a perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos 
são penas alternativas, não sendo lícito ao julgador aplicá-las 
cumulativamente; 
IV. a punição por ato de improbidade impede que se intente a ação 
penal pelos mesmos fatos; 
V. a indisponibilidade de bens restringe-se aos adquiridos com o 
produto do enriquecimento ilícito. 
Estão corretas: 
a) apenas as afirmativas I e II. 
b) apenas as afirmativas I, III, IV e V. 
c) apenas as afirmativas II, III e V. 
d) apenas as afirmativas I, II, III e V. 
e) as afirmativas I, II, III, IV e V.3 
(2013/CESPE/CNJ/Analista Jud.) Segundo jurisprudência do 
Superior Tribunal de Justiça (STJ), o reconhecimento de ato de 
improbidade administrativa, nos moldes previstos pela Lei de 
Improbidade Administrativa (Lei n.º 8.429/1992), requer o exercício 
de função específica (administrativa), não se admitindo sua extensão 
à atividade judicante.4 
ESAF - AFT/2006 
 
3
 Letra A. 
4
 ERRADO. 
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Curso Teórico de Direito Administrativo 
Profº Cyonil Borges 
 
Profº.

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