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Direito Civil I OBRIGAÇÕES FACULTATIVAS

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OBRIGAÇÕES FACULTATIVAS
CONCEITO: é aquela que, tendo por objeto apenas uma obrigação principal, confere ao devedor a possibilidade de liberar-se mediante o pagamento de outra prestação prevista na avença, com caráter subsidiário (Sílvio Venosa). Não foi prevista expressamente pelo Código Civil, mas pode decorrer de convenção ou da própria lei (ex: art. 1.382).
EX: O locatário (inquilino) pode assumir a obrigação de fazer um seguro do imóvel locado ou, facultativamente, depositar determinada quantia em uma conta como garantia (caução) para cobrir as despesas por um eventual incêndio. Contudo, se não cumpre qualquer das obrigações, o locador somente poderá exigir o cumprimento da obrigação de fazer o seguro, enquanto o locatário n mjterá a opção de cumprir esta obrigação ou, se desejar, efetuar o depósito.
- Vista a obrigação facultativa pelo prisma do credor, que pode, tão-somente, exigir o objeto da prestação obrigatória, seria ela simples (um único objeto sendo exigido por um único credor de um único devedor). Observada pelo ângulo do devedor, que pode optar entre a prestação do objeto principal ou do facultativo, mostra-se ela como uma obrigação alternativa “sui generis”. (Álvaro V. de Azevedo).
PERECIMENTO DO OBJETO DA OBRIGAÇÃO
I) PERDA DO OBJETO PRINCIPAL:
-a) a perda da coisa principal sem culpa do devedor extingue a obrigação, ressalvado se o devedor quiser cumprir a obrigação subsidiária.
-b) a perda da coisa principal por culpa do devedor possibilitará ao credor o direito de pleitear o preço da obrigação principal mais perdas e danos, mas não o cumprimento da obrigação subsidiária. Há entendimento contrário4, no sentido de que, neste caso, seria cabível a exigência da obrigação subsidiária (neste sentido: Maria H. Diniz, Antunes Varela, Caio M. S. Pereira).
II) PERDA DO OBJETO SUBSIDIÁRIO: a perda do objeto da obrigação subsidiária não influência no dever do cumprimento da obrigação principal.
Exemplo: o devedor se obriga a entregar um touro, facultando-lhe, todavia, segundo a sua vontade, dar em substituição uma égua. O credor não poderá exigir o cumprimento da obrigação subsidiária (égua), e o desaparecimento do objeto principal (touro) implicará na extinção da obrigação, ressalvadas as situações de culpa do devedor.
CARACTERÍSTICAS:
pluralidade de objetos
dependência das obrigações (principal e acessória)
direito de opção do devedor
impossibilidade do credor exigir o cumprimento da prestação facultativa, salvo exceções defendidas por parte da doutrina.
A impossibilidade de cumprimento da obrigação principal (sem culpa) extingue a obrigação.
Somente o defeito na obrigação principal invalida a obrigação.
OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS X FACULTATIVAS:
-objeto = Na obrigação facultativa há apenas um objeto principal, que determina a natureza do contrato, e outro acessório, enquanto na alternativa todos os objetos são considerados principais antes da escolha.
-escolha = Nas obrigações facultativas a escolha será sempre do devedor, enquanto nas alternativas também poderá ser do credor.
-retratação = Nas obrigações alternativas é admitida a retratação no caso de erro, nas facultativas apenas se o devedor cumpriu a obrigação subsidiária.
- Impossibilidade originária: Se o objeto da obrigação principal for considerado impossível a obrigação estará extinta, nas alternativas, a impossibilidade de um dos objetos implicará na necessidade do cumprimento do outro.
Dúvida se a obrigação é alternativa ou facultativa: deve ser interpretada como facultativa, por ser mais favorável ao devedor (Washington de B. Monteiro). Em sentido contrário: Teixeira de Freitas.
1 - o credor a quem cabe fazer a escolha deve limitar seu pedido a um dos objetos da dívida, ainda que, no caso concreto, tenha havido danos a ambos os objetos, salvando-se parte de um e parte de outro. O credor pede o cumprimento de um dos objetos, com a complementação de uma indenização (Sílvio Venosa).
2- a escolha, uma vez efetuada, tem força retroativa, como se a obrigação fosse simples, desde a sua constituição(Washington de Barros Monteiro).
3 Impossibilidade concomitante: se a impossibilidade de ambas foi concomitante, há que se entender que ao credor foi outorgada a escolha de qual servirá para apuração do valor. (Renan Lotufo).
4 - concorrendo, entretanto, a culpa do devedor para o perecimento, não pode este beneficiar-se com a própria malícia, e, então, permite-se ao credor exigir o equivalente da obrigação principal com perdas e danos ou o cumprimento específico da obrigação supletória. (Caio Mario da Silva Pereira).

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