Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CADERNO DE HOMEOPATIA Instruções práticas geradas por agricultores sobre o uso da homeopatia no meio rural 2010 Distribuição Gratuita 1 2 CADERNO DE HOMEOPATIA Instruções práticas geradas por agricultores sobre o uso da homeopatia no meio rural 3a Edição 2010 Elaboração: Produtores Orgânicos da Região da Vertente do Caparaó – Minas Gerais - Brasil Coordenação: Padre Jesus Moreira de Rezende Revisão: Maria do Carmo Cupertino (1a Edição) Fernanda Maria Coutinho Andrade (2a e 3a Edição) Elen Sonia Maria Duarte (2a e 3a Edição) Projeto Gráfico: Rosângela Maria E. de Carvalho (1a e 2a Edição) Marinei de Fátima Batalha de Lana (3a Edição) Distribuição (pedidos): Departamento de Fitotecnia / Vicente W. D. Casali Campus da Universidade Federal de Viçosa Viçosa - MG CEP: 36570-000 Tel.: (31) 3899-2613 – Fax: (31) 3899-2614 e-mail: vwcasali@ufv.br 3 UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA VIÇOSA – MINAS GERAIS BRASIL Esta publicação é integrante do: 1 – Programa de Extensão DFT/UFV – “Divulgação das Plantas Medicinais, da Homeopatia e da Produção de Alimentos Orgânicos”. 2 – Projeto CNPq 551372/2007-9 – “Homeopatia: Tecnologia Social das Famílias Agrícolas e do Ambiente”. 3 – Projeto FAPEMIG/CAG.APQ.6640.3.08/07 – “Divulgação das Plantas Medicinais, da Homeopatia e da Produção de Alimentos Orgânicos”. 4 – Projeto CNPq 558358/2009-8 – “Ensino e Partilha de Experiências em Plantas Medicinais, Homeopatia e Produção de Alimentos Orgânicos”. Patrocínio: • Convênio 1713 (Homeopatia) FUNARBE (Fundação Arthur Bernardes) – Vinculada à Universidade Federal de Viçosa. • Projeto FAPEMIG/CAG.APQ.6640.3.08/07 – “Divulgação das Plantas Medicinais, da Homeopatia e da Produção de Alimentos Orgânicos”. • Projeto CNPq 551372/2007-9 – “Homeopatia: Tecnologia Social das Famílias Agrícolas e do Ambiente”. • Projeto CNPq 558358/2009-8 – “Ensino e Partilha de Experiências em Plantas Medicinais, Homeopatia e Produção de Alimentos Orgânicos”. 4 CADERNO DE HOMEOPATIA TECNOLOGIA SOCIAL O PRÊMIO “FUNDAÇÃO BANCO DO BRASIL DE TECNOLOGIA SOCIAL EDIÇÃO 2003” certifica, que o “Uso da Homeopatia na Agricultura implementado pela Universidade Federal de Viçosa, é tecnologia social efetiva: soluciona o problema a que se propôs resolver, tem resultados comprovados e é reaplicável.” Essa tecnologia passa a fazer parte do BANCO DE TECNOLOGIAS SOCIAIS, localizado na página http://www.tecnologiasocial.org.br/ Brasília (DF), Junho de 2004. República Federativa do Brasil. Jacques de Oliveira Pena Jorge Werthein Presidente da Fundação Banco do Brasil UNESCO A HOMEOPATIA NÃO É EXCLUSIVAMENTE DOS MÉDICOS Conclusão do Procurador da República (Fernando de Almeida Martins, 29/01/2004) no processo do Conselho Fe- deral de Medicina contra o ensino e a prática da Homeopatia: A Homeopatia não é prática exclusiva dos médicos pois seus conhecimentos podem ser aplicados a outras áreas. A Universidade Federal de Viçosa, pela autonomia uni- versitária, pode ensinar, divulgar e pesquisar a Homeopatia. 5 LEITURA DESTE CADERNO Leia esse caderno todo, várias ve- zes, atento(a) nos detalhes e nas expli- cações. Faça grupos de estudos e estude esse caderno com vários(as) compa- nheiros(as). Não use as indicações, sem antes ter lido o caderno com- pletamente. Também na homeopatia a pressa é inimiga da plenitude/ perfeição. Se você não aprende com a história, a história se repete! Passado é lição, futuro é ação! LEMBRE-SE “A pessoa errada, com o méto- do certo, faz o errado”. “A pessoa certa, com o método errado, faz o certo”. É preciso estar consciente e atento(a). É preciso concen- tração. É preciso amor, paz e serenidade ao lidar com a home- opatia. Seja feliz...! Seja solidário(a)...! Viva com entusiasmo...! Filhos e Filhas de Deus...! 6 INTRODUÇÃO Com apoio da Universidade Federal de Viçosa, nós da Vertente do Caparaó, estamos apresentando nossas experiên- cias e nossas práticas de uso da Homeopatia durante 11 anos em nossa região. Em primeiro lugar tivemos cursos com Dr. Elton e com a Rosa. Em seguida fizemos nossas próprias des- cobertas. Participamos do evento de extensão “Curso de Ho- meopatia” promovido pela UFV. Chegamos a resultados surpreendentes sobre a aplicação prática da Homeopatia. Tudo isso com muita fé no Deus da vida e a vivência na prática comunitária. Todo ano temos nossos encontros sobre Qualidade de Vida, Plantas Medicinais e Homeopatia na Família Agrícola. Produtores Orgânicos da Região da Vertente do Caparaó, Minas Gerais, Brasil, 2003. 7 PEQUENO HISTÓRICO SOBRE A HOMEOPATIA A Homeopatia foi iniciada na Alemanha com o traba- lho de Samuel Hahnemann, que insatisfeito com sua profis- são de médico e com a pobreza das formas de tratamento das doenças pela alopatia, decidiu abandonar a medicina oficial. Descobriu pelos seus estudos em 1796, que “o seme- lhante cura o semelhante”, a primeira lei do tratamento que passou a desenvolver. As outras leis que regem a Homeopa- tia envolvem a experimentação de doses mínimas de subs- tâncias em organismos sadios e o teste de um preparado ho- meopático de cada vez. Exemplo de semelhança: o soro do veneno da cobra pode recuperar a pessoa picada por cobra. Hahnemann passou então a fazer experiências e descobriu as formas de fazer os preparados que chamou de homeopatias. A partir de 1816 além de diluir passou a agitar (sucussionar) denominando o processo “dinamização”. No Brasil a Homeopatia chegou em 1840. Porém, após a 2a Guerra Mundial (1939-1945), os laboratórios internacio- nais dominaram os mercados com produtos químicos (remé- dios de farmácia) e praticamente varreram da mente dos(as) brasileiros(as) as formas tradicionais de tratamento. Porém, a cultura foi preservada e a UFV na década de 90 iniciou a di- vulgação da Homeopatia (que passou a ser denominada “al- tas diluições” na ótica científica). A Homeopatia como prática popular tem base legal na Instrução Normativa nº 7 publicada no Diário Oficial da 8 União (19/05/99) que estabelece as normas da produção orgânica no Brasil e recomenda a aplicação da Homeopatia pelos produtores rurais. A Homeopatia no meio rural é tida como proposta libertadora e humanitária. As pessoas com conhecimento sobre Homeopatia podem acelerar a recons- trução empregando os recursos da própria natureza. O Ministério do Trabalho e do Emprego oficializou a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO 2002). Na pági- na n° 391 da CBO consta o código (3321-15) de ocupação do(a) Homeopata. A ocupação em Homeopatia é oficialmen- te reconhecida. A ocupação “Homeopata” é declarável ofici- almente em: RAIS, CAGED, Imposto de Renda, DIRPF, PNAD, IBGE. O(A) Homeopata deve respeitar os(as) profis- sionais que também se ocupam da Homeopatia: Veterinário, Agrônomo, Farmacêutico, Médico (a ocupação médico ho- meopata na CBO é código 2231-35), dentre outros. A Homeopatia não é exclusividade médica. 9 O SISTEMA HOMEOPÁTICO É regido por 4 leis (4 pilares da homeopatia): 1a lei – Semelhante cura Semelhante 2a lei – Experimentação nos organismos sadios 3a lei – Substância única 4a lei – Dose mínima (Preparados diluídos e sucussionados denominados “dinamizados”). Os preparados homeopáticos são empregados nos huma- nos, nosanimais, nos vegetais, no solo e na água. O modo de ação da Homeopatia, aplicada dentro da lógica de seus princí- pios, respeita e incentiva os processos de cura dos vegetais, animais e sistemas vivos. A Homeopatia estimula o sistema de defesa destes organismos de modo que resistam às doenças, aos insetos-praga e aos impactos dos fatores climáticos ou am- bientais. A Homeopatia promove o equilíbrio sem extinguir: vírus, fungos, bactérias, insetos e outros tipos de agentes. Frequentemente o meio rural está subordinado à imposi- ção dos agrotóxicos causando danos não apenas no momento presente, mas comprometendo a vida do planeta. O capitalis- mo irracional revela assim, sua ambição desmedida, privando a saúde da terra, da água, do ar, e a qualidade de vida de to- dos. Os banqueiros gostam de calcular muito e raciocinar pou- co. Por meio das experiências foi descoberto que a desvitali- zação do solo é resultado da intoxicação crônica (com agrotó- xicos principalmente) e da destruição. É resultado dos siste- mas convencionais de produção agropecuária que geram ali- 10 mentos intoxicados e, por conseguinte, indivíduos desvitaliza- dos. A família agrícola está adotando o sistema orgânico e a Homeopatia cada vez mais. A Homeopatia não é exclusividade médica. A Homeopa- tia foi oficializada como recurso da produção orgânica e agro- ecológica no Brasil, portanto é permitida a pessoas que respei- tam o ambiente e a vida. O preparado homeopático age cientificamente por Leis da Física. A partir da 12CH cientificamente os preparados ho- meopáticos não agem por nenhuma Lei da Química. O TRATAMENTO: COMO FAZER? Na Homeopatia não há do- enças e sim doentes. Se esta- mos enfraquecidos, sem reser- vas, teremos problemas porque nosso organismo está fraco e sem resistência. Exemplo: “Estou doente (baixa resistência) por isso pe- guei tuberculose”. No Sistema Homeopático não devemos tratar parte do corpo, mas sim tratar do corpo todo. Por exemplo: se você tem infecção no dedo do pé, não é seu pé apenas que está doente, mas é seu corpo. Então, temos que tratar do corpo, da totalida- de “mente e corpo”. 11 Doenças são desequilíbrios! O Sistema Homeopático visa restaurar/recuperar o equilíbrio da totalidade. Sintomas não são doenças por isso, quando tratamos os sintomas as do- enças continuam. A ciência da Homeopatia conflita com a estrutura mate- rialista e consumista imposta pelo capitalismo irracional e pe- los banqueiros que vêm dominando as sociedades humanas de vários países. A Homeopatia é ciência informacional, não mo- lecular e tem como base os preparados altamente diluídos e sucussionados (dinamizados). É preciso ser estudada visando sua compreensão e adoção, de modo que não seja praticada como nova fonte de insumos substitutivos dos químicos e dos agrotóxicos. Nem como medicamento comum da indústria. Ser homeopata (homem ou mulher) de plantas, de ani- mais (criação, serviços ou domésticos), do solo/água, implica em conhecimento, consciência, respeito e ética no agir. O(A) homeopata do meio rural interfere com os fenômenos naturais, com os seres vivos, com os sistemas vivos das matas e com os sistemas vivos do solo. Por isso temos reverência, disciplina, solidariedade e fraternidade, visando mudanças úteis ao bem comum. O homeopata rural vive o todo, a região, a proprieda- de. Entende a vida pulsando ao seu redor, nas plantas, ani- mais, solos e água, do mesmo modo que entende a vida de seus filhos e filhas. Ser homeopata do meio rural significa pensar e agir pela coletividade. Significa respeitar a eternidade dos processos vitais, qualquer que seja a crença ou denomina- ção religiosa do seu semelhante e das pessoas que habitam sua comunidade. 12 RESPONSABILIDADE DO(A) HOMEOPATA RURAL O homeopata rural é o semeador e o responsável pelo uso correto da Homeopatia. Ser homeopata rural significa estudar visando conhecer os princípios que regem a ciência e a tecnologia da Homeopatia aplicada aos processos orgânicos de produção e à vida. A partir do momento que qualquer homeopata rural inicia o processo terapêutico no seu campo de ação é necessário organização, administração, disciplina e respeito quanto a identidade de seus preparados, nome e potência. A Homeopatia depende de quem prepara, guarda e usa. A identidade dos preparados homeopáticos não é rastreável pelos processos químico-físicos predominantes. Quem elabora e usa preparados homeopáticos visando suas plantas, animais e sistemas vivos das propriedades rurais (unidades produtivas) deve ter este fato em mente. Se você preparou o vidrinho com a substância Estricnina (um dos maiores venenos naturais conhecido) então escreva no rótulo Estricnina 4CH. Assim, há segurança de uso por causa da alta diluição e do efeito terapêutico (químico) das poucas moléculas de Estricnina. Há segurança do efeito físico da impressão que a Estricnina deixa na água ou nos glóbulos do preparado 12CH. 13 COMO É FEITA A HOMEOPATIA? Fazer a homeopatia é fazer o preparado homeopático. A homeopatia é feita a partir de plantas (raiz, folha, fru- to, etc.), minerais, venenos, animais, etc. É preciso fazer a tintura (preparação básica, tintura- mãe). Modo de fazer a tintura: Usando como exemplo a Camomila. Pegar a planta devidamente limpa. No vidro escuro já es- terilizado, colocar 40% (quarenta por cento) da planta e 60% (sessenta por cento) de álcool de cereais (ou álcool de farmá- cia). Deixar “de molho” 10 a 14 dias. Após esse período, coar a tintura jogando fora as folhas ou raízes ficando apenas o lí- 14 quido. Quando for casca ou raiz: secar e deixar de molho 12 a 14 dias. Etiquetar (rotular) o vidro com o nome da sua prepa- ração básica (tintura) e a data. Modo de fazer a homeopatia: É necessário passar pela diluição e pela sucussão (dilui- ção + sucussão = dinamização). Pegar um vidro com capaci- dade de 30 mL, colocar 20 mL de álcool 70% (significa 3 par- tes de água limpa/pura em 7 partes do álcool de cereais) e 5 gotas da tintura (essa foi a fase de diluição). Logo em seguida fazer a sucussão que é simplesmente “bater” o vidro no mes- mo ritmo 100 vezes (100 sucussões). Assim, está feita a ho- meopatia 1CH. Ao fazer a dinamização 2CH é só pegar novo vidro colocar o álcool 70% (20 mL), colocar 5 gotas da 1CH e fazer a sucussão (é bater 100 vezes). Da 2CH faz a 3CH, da 3CH faz a 4CH, assim por diante. Rotular o vidro: nome do preparado, dinamização e data. Cuidados especiais ao fazer a homeopatia: 1 – Colher a planta fora da lua nova. Não colher em dias de chuva. Horário ideal: 7h às 10h. 2 – Após deixar de “molho”, coar a tintura, guardar em vidros escuros e bem tampados, de preferência tampa rosquea- da, ou passar papel alumínio ou papel bem escuro em volta do vidro. Não esqueça de rotular (identificar). 3 – Todos os vidros devem ser esterilizados (significa serem fervidos em água limpa/pura). 15 4 – Guardar os vidros com a tintura (preparação básica) ou com as demais homeopatias em local fresco, sempre no escuro, longe de computador, televisão, celular, cheiro forte dos produtos de limpeza. CUIDADOS AO FAZER, AO GUARDAR E QUANDO USAR AS HOMEOPATIAS 1 – Usar vidros cor âmbar (escura). Se usar vidro cla- ro (vidro comum) manter sempre envolvido com pa- pel escuro. As tinturas e preparados homeopáticos devem ficar sempre no es- curo. 2 – Não colocar em lugares com cheiro forte, nem usar naftalina em casa (a naftali- na é tóxica). 3 – Não deixar em cima de aparelhos elétricos (televisão, geladeira), nem perto de celu- lar ou computador. 4 – Esterilizar os frascos e vidros a serem usados. 5 – Usar águapura e limpa e álcool de cereais (ou álcool de farmácia). 16 6 – Água pura e limpa: pode ser a água destilada, ou a água fervida por alguns minutos. 7 – Não usar vasilhas de metal ou de alumínio. 8 – Não reutilizar frascos plásticos, ainda que seja com a mesma homeopatia. 9 – O pulverizador (bomba) deve ser novo, nunca usado an- tes com agrotóxicos. O pulverizador deve ficar separado e destinado somente às homeopatias. Deve ser marcado e identificado. 10 – Ao mudar de homeopatia, lavar cuidadosamente o pul- verizador com água. Na última lavagem usar álcool de modo que em todas as paredes internas do pulverizador o álcool tenha tido contato e tenha enxaguado. Observação: Tomando cuidado você garantirá o bom produ- to! Não esquecer que a Homeopatia trabalha com a “lei da semelhança”. Quanto mais o preparado homeopático se as- semelhar aos sintomas, mais possibilidades temos de acertar nos tratamentos. Os cursos de Homeopatia são fundamen- tais pois orientam. Vamos transformar as situações de doen- ças, em espaços de vida com abundância. Vamos retornar aos conhecimentos das plantas curativas cultivadas. A saú- de é o conjunto de ações que depende da alimentação, da água, das matas e da terra. Temos que nos educar. Traba- lhando juntos conseguiremos nos equilibrar, vencer as do- enças e promover a vida. 17 NOSÓDIOS São homeopatias feitas a partir do agente causador da doença ou do desequilíbrio. Exemplo: inseto-praga, fungo, bactéria e vírus. O nosódio vivo é preparado com agentes vivos, podendo ser aplicado somente nas dinamizações mai- ores que 5CH. Se envolver organismos que contaminam agressivamente adotar dinamizações acima de 12CH. Os nosódios têm grande potencial de aplicação no meio rural, em razão de serem preparados na própria propri- edade. São importantes pois propiciam autonomia e inde- pendência à família agrícola. O nosódio faz bom trabalho na planta, no animal e no sistema vivo que esteja fraco quanto ao desenvolvimento, ou mesmo esteja vulnerável. Quando há dificuldade em co- nhecer o preparado homeopático mais semelhante ao adoe- cimento de cada planta ou animal, o nosódio é o recurso que atende várias situações da unidade produtiva da família agrícola ou do sistema produtivo. NOSÓDIO DO INSETO-PRAGA Antes de fazer o nosódio leia primeiro “Cuidados ao fazer, ao guardar e quando usar as homeopatias” que está neste caderno. 18 Pegar os insetos vivos. A praga deve estar com toda sua força, com toda sua agressividade. Não use o inseto- praga morto ou enfraquecido. Pegar o inseto que ataca. Se for lagarta é com as lagartas que você vai fazer o nosódio. Fazer o nosódio de cada praga separado. Encontrar alguma medida (tampa, vidro pequeno) de aproximadamente “uma décima parte” do vidro grande que você vai usar. Com essa medida você calcula quantos inse- tos vivos você vai jogar dentro do álcool. Usar 9 partes do álcool por 1 parte da praga. Usar álcool 70%. Coloque o ál- cool no vidro. Coloque os insetos vivos no álcool. Tampar e escurecer o vidro. Deixar “de molho” (guardado) por 14 dias. Pode agitar até diariamente. Depois de 14 dias coar em pano limpo. Este suco dos insetos (a praga de suas plantas) é a tintura ou preparação básica. É da tintura que se faz a di- namização 1CH pegando um vidro com capacidade de 30 mL, colocando 20 mL de álcool 70% e colocando 5 gotas da tintura-mãe. Fazer a sucussão, ou seja, bater no mesmo ritmo 100 vezes. Assim, está feita a 1CH. Ao fazer a 2CH, pegar 20 ml de álcool 70% em outro vidrinho limpo, colo- car 5 gotas da 1CH e bater 100 vezes, assim está pronto a 2CH. Faça a 3CH com a 2CH e assim por diante. Rotular e guardar adequadamente. Aplicar a 6CH em pulverização da seguinte forma. Em um litro de álcool colocar 6 mL de nosódio do inseto-praga 6CH. Agitar o litro e retirar 100 mL colocando no pulveri- zador de 20 litros e completar com água e pulverizar. Leia neste caderno “Como utilizar a homeopatia nas plantas”. 19 SABER CUIDAR DA TERRA • Primeiro fazer a desintoxicação, ou seja, a correção do solo utilizando o preparado homeopático feito da própria terra. Também fazer a desintoxicação com o próprio adubo na formulação indicada em cada cultu- ra. • Cabe a cada pessoa ter a sua experiência própria. A dinamização mais indicada a pessoa vai descobrir no dia a dia. A mesma orientação homeopática do uso no ser humano pode ser adotada nos animais e nas plantas, basta ter sensibilidade e observar. Geralmen- te é a partir da 5CH. • Ao fazer a correção do solo, além da homeopatia fei- ta da terra, colocar junto as homeopatias Alumina e Calcarea phosphorica, ambas na 6CH. Estas homeo- patias são encontradas na farmácia homeopática ou conseguir a “mudinha” com as(os) companheiras(os) da homeopatia popular. • Fazer o diagnóstico completo da terra e dentro do possível recuperar e desintoxicar a terra onde você vai plantar. 20 HOMEOPATIAS E CALDAS NO CAFEZAL Toda lavoura de café pode ser tratada pelo preparado homeopático feito com o bicho mineiro, broca do café, ferrugem das folhas, ácaro vermelho, ou cer- cóspora. • No caso da Phoma utilizar a homeopatia Dulcamara, da 5CH até a 12CH. (Esta homeopatia pode ser en- contrada na farmácia homeopática). Ou conseguir a “mudinha” com companheiras(os) da homeopatia po- pular. • Contra o prejuízo do ácaro: começar pela correção do solo fazendo o preparado homeopático da própria ter- ra na 6CH. • A calda da palha de café mais o super magro são prá- ticas comuns visando a lavoura livre de venenos. • Caso queira aplicar mais de uma homeopatia na la- voura, na hora de preparar o pulverizador, colocar to- das juntas. Em 1 litro de álcool colocar 6 mL de cada homeopatia e balançar o vidro. Retirar 100 mL e co- locar junto com as caldas ou super magro no pulveri- zador. Completar com água. 21 • Começar a fazer o tratamento já no viveiro ou ao comprar as mudas de café utilizando Nux vomica ou Carbo vegetabilis 6CH para desintoxicar. Observação: Nas outras lavouras, em qualquer doença ou ataque severo de inseto, usar o nosódio da planta com a doença ou do inseto causador do desequilíbrio. HOMEOPATIAS UTILIZADAS NO TRATAMENTO DOS ANIMAIS • Arnica montana 6CH. Utilizada nos casos de reten- ção da placenta após o parto. É preventiva do estres- se e da hipertensão. Contribui com a descida do leite e com o parto normal. Também atua nos traumas (choque, susto, transtorno) do parto, das vacinas e das chicotadas. Modo de usar: 14 dias antes do parto e 14 dias depois do parto, 6 gotas por dia. Além disso, com a ajuda do regador, coloca-se 1 litro de água com 30 gotas de homeopatia e regar a “ração” (capim picado). • Anacardium orientale – Bezerrinhos que não querem desmamar. • Thuya 6CH – Mal de vacina e verrugas. • Natrum muriaticum 6CH – Vacas que ficam berran- do sentidas porque estão separadas do bezerro. • Ignatia – Se o bezerro tiver morrido. 22 • Nux vomica 6CH – Desintoxicação. • Arnica 3CH – Desinchar o local do leitão capado. • Staphilococum 200C – Cura a mastite (doença da mama) e pode ser usado como preventivo. • Mosca do chifre, carrapato, berne. Utiliza-se o nosó- dio feito em sua propriedade. As outras homeopatias podem ser adquiridas na farmá- cia homeopática ou com algum(a) companheiro(a) da ho- meopatia popular. PREPARADO HOMEOPÁTICO DA TERRA • No mínimo em 6 lugares diferentes coletar uma co- lher de solo na superfície (não precisa cavar). • Das 6 colheres coletadas fazer a mistura homogênea. Retirar uma parte de terra e colocar 5 partes de álcool 70% (usar vidro escuro). • Deixar de molho 14 dias. Assim está feita a tintura- mãe. • Fazer a dinamização 6CH e utilizarno solo. • É usado na correção do solo como se fosse calcário. • Fazer a pulverização no terreno molhado (após ter chovido) ou nas primeiras horas do dia. Observação: O vidro com a terra “de molho”, de prefe- rência deve ser escuro. Se o vidro é claro coloque papel alu- mínio impedindo que chegue luz no seu interior. 23 PREPARADO HOMEOPÁTICO “DA ÁGUA PARA ÁGUA” “Tão simples, como são simples as coisas de Deus.” Se a água estiver contaminada com agrotóxicos ou ou- tros agentes deve ser tratada. Em um vidro escuro com ca- pacidade de 30 mL, colocar 20 mL de álcool 70% (significa 3 partes de água limpa/pura em 7 partes de álcool de cere- ais), acrescentar 5 gotas de água contaminada e fazer a su- cussão 100 vezes obtendo a 1CH. De 3CH ou 4CH usar 60 gotas em 500 litros de água. Encher o garrafão e deixar vi- rado pingando gota a gota de minuto em minuto, na água que o animal ou a pessoa toma (poço, caixa d’água ou cor- rente). 24 PREPARADO HOMEOPÁTICO DE CINZA VEGETAL Tendo como exemplo o café, colher folhas sadias (lim- pas) e folhas doentes em diversas partes da lavoura (100 fo- lhas no mínimo). Deixar secar na sombra. Quando as folhas estiverem no ponto que pega fogo, queimar essas folhas e das cinzas fazer o preparado homeopático. Observação: No caso de hortaliças ou planta anual, pe- gar a planta toda até a raiz e seguir o mesmo procedimento. Preparado homeopático das cinzas: pegar um vidrinho escuro, colocar uma parte de cinza e 5 partes de álcool 70%, deixar de molho por 14 dias. Depois de 14 dias, coar a tintura em papel de filtro ou pano limpo. Estando pronta a tintura- mãe, fazer o preparado homeopático na dinamização 6CH se- guindo os mesmos procedimentos citados anteriormente. É usado na recuperação de plantas com baixa vitalidade. PREPARADO HOMEOPÁTICO DA MOSCA DO CHIFRE A mosca do chifre é muito difícil de ser controlada. No caso de alta infestação e de urgência fazer o nosódio. Pegar os insetos ainda vivos, colocar no álcool 70%, amassar e deixar de molho 24 horas. Fazer a 1CH e pingar várias gotas no lombo do animal fazendo um risco em toda sua extensão. 25 A quantidade de homeopatia utilizada é 30 gotas em 1 litro de água limpa, tanto ao pulverizar ou pingar no lombo do animal. Lembrar que o “de molho” de 24 horas é nos casos de urgência. Portanto o “de molho” deve continuar e completar os 14 dias. Fazer a homeopatia 6CH. Continuar o controle dando no sal (após ser misturado com açúcar) ou pulverizan- do. PREPARADO HOMEOPÁTICO DO CARRAPATO Pegar os carrapatos vivos, medir numa tampa de vidro, de modo que em 1(uma) parte de carrapatos se coloque 5(cin- co) partes de álcool 70%. Coloque o álcool 70% num vidro, de preferência escuro. Perfurar o carrapato vivo com um palitinho jogando imediata- mente dentro do álcool 70%, lembrando que eles devem estar bem vivos. Deixar 14 dias de “molho”. Depois, coar em pano limpo. O “suco” do carrapato é a tintura-mãe. É da tintura- mãe que se faz a 1CH. Pegar um vidro com capacidade de 30 mL, colocar 20 mL de álcool 70% e colocar 5 gotas da tintura- mãe. Fazer a sucussão, ou seja, bater no mesmo ritmo 100 ve- zes. Assim, está feito a 1CH. Ao fazer a 2CH, pegar 20 ml de álcool 70% em outro vidrinho limpo, colocar 5 gotas da 1CH sucussionar 100 vezes, assim está pronto a 2CH. A 3CH é fei- ta da 2CH e assim por diante. Dar a 6CH aos animais junto com o sal (após ter misturado em açúcar). Pode ser pulveriza- do, ou ser colocado na água. 26 PREPARADO HOMEOPÁTICO DO ADUBO Os adubos químicos esterilizam e contaminam a nossa mãe terra com o tempo de uso. Seguindo a lei “semelhante cura semelhante” o preparado homeopático feito do adubo, com a formulação mais usada em cada cultura, vai ser a al- ternativa visando desintoxicar a mãe terra. Assim ela vai nos dar frutos sadios. Pegar 1 parte de adubo químico na formulação deseja- da, por exemplo (20 : 5 : 20), e 5 partes de álcool 70% e deixar de molho por 14 dias em vidro escuro, coar e fazer até a dinamização 5CH (matriz) e pulverizar o solo com a 6CH. Dosagem por planta: Café de 1 mês = 10 ml Café de 1 ano = 50 ml Café de 2 anos = 70 ml Café de 3 anos = 100 ml Fazendo as comparações você pode tratar de modo se- melhante as outras plantas de lavoura. COMO UTILIZAR A HOMEOPATIA NOS ANIMAIS 1– Pode ser fornecida aos animais junto com o sal mineral. Forma de preparo (30 kg de sal mineral): 27 • 1 balde ou saco plástico novo e limpo • 1 quilo de açúcar cristal • 1 colher de pau • 1 pedaço de lona limpa • 30 quilos de sal mineral Primeiro você vai misturar no balde/saco limpo e com a colher de pau, 45 gotas do preparado homeopático que são pingadas sobre o açúcar cristal (1 quilo). Se for usar mais de um preparado homeopático você deve misturá-los ao mesmo tempo, no mesmo açúcar. Depois de bem misturado, espalhe o sal mineral na lona limpa. Jogue o açúcar sobre o sal mineral e misture bastante. Caso use 10 quilos do sal mineral misture com meio quilo de açúcar e 15 gotas de cada preparado homeopático. Não misture este sal com o sal comum. Se você vai dar qualquer preparado homeopático a poucos animais você pode pingar a homeopatia na espiga de milho (ou outro alimento) e dar direto. Observação: Não utilizar vasilha de alumínio no preparo, e não usar o açúcar que esteja úmido. 2 – Outra forma de oferecer aos animais é junto com a água utilizando gotejador, da seguinte forma: Pegar um frasco de um litro com água limpa, pingar 30 gotas de cada homeopatia que você deseja aplicar. 28 Colocar gotejador neste frasco de um litro. Fazer cair direto na caixa d’água onde os animais bebem. Repetir a dose até que seja feito o controle aos agressores indeseja- dos. 3 – Pode-se também pulverizar (banhar) o animal ou sim- plesmente pingar várias gotas fazendo um risco no lombo do animal. MANEJO DA HOMEOPATIA NOS ANIMAIS O manejo é feito dando o sal mineral aos animais nor- malmente como de costume. Por exemplo, ao controlar o carrapato dosar o produto mais intensamente. Assim que ocorrer o controle, basta fazer a manutenção repetindo a dose periodicamente. É importante lembrar que os produtos homeopatizados não contaminam a produção. Os animais ficam mais calmos e serenos, com o pelo brilhando mais. 29 COMO UTILIZAR A HOMEOPATIA NAS PLANTAS A dinamização normalmente é a 5CH ou 6CH. Pre- parar a homeopatia a ser utilizada na pulverização da seguinte forma: em um 1 litro de álcool colocar 6 mL de homeopatia, balançar o litro, retirar 100 mL colo- cando no pulverizador de 20 litros. A diluição do preparado homeopático é feita somente na hora de aplicar, colocando primeiro 100 mL do preparado homeopático e completando o pulveriza- dor de 20 litros com a água. A pulverização das homeopatias deve ser feita sem- pre de manhã, nas primeiras horas do dia, tão logo haja visibilidade no meio rural. Deve ser usado pulverizador novo e que seja somente das homeopatias. O pulverizador deve ser marcado/ identificado/pintado. Ao mudar de homeopatia, lavar cuidadosamente o pulverizador com água. Na última lavagem usar álco- ol de modo que em todas as paredes internas do pul- verizador o álcool tenha tido contato e tenha enxa- guado. 30 ALGUMAS EXPERIÊNCIAS COM HOMEOPATIA NA AGROPECUÁRIA Homeopatias no controle do bicho do figo, da goia- ba, do pêssego, etc: – Pegar as larvas, fazer o nosódio e pulverizar a planta (5CH ou 6CH). Também na horta: lagartas, pulgão da couve, formi- gas etc. – É só fazer o nosódio e pulverizar as plantas (5CH ou 6CH). Lagarta do cartucho do milho, vaquinha do feijão, ci- garrinha, etc. – Também fazer o nosódio (5CH ou 6CH). No caso de qualquerdoença da folha, fazer o prepa- rado homeopático da cinza vegetal da própria planta. Formiga lava-pé na batatinha: fazer o nosódio e a ho- meopatia do adubo (4 : 14 : 8). Pulverizar desde o plantio, de 14 em 14 dias. Se o problema é a formiga pretinha (parecida com a lava-pé) pulverizar o solo com Apis mellifica 5CH ou Belladona 5CH. Controle de Nematoides. Aplicar Cina 200C sobre folhas preventivamente (proporção 5%). Fonte: “Ho- meopatia Simples”, C. M. Bonato, UEM, Maringá – PR. 31 COLABORE COM A MELHORIA DESTE CADERNO 1 – Você deve apontar dúvidas / falhas / erros. 2 – Você deve sugerir novos preparados ou procedimentos. 3 – Você deve fazer qualquer sugestão! Entre em contato com o responsável pela distribuição (ver endereço neste caderno). Colabore com a divulgação deste caderno passando o endereço do distribuidor aos interessados em receber exem- plares. In Memorian Nossa irmã Rosa Maria Fortini mencionava frequente- mente a importância do caderno de homeopatia que o Padre Jesus Moreira de Rezende idealizou. Nesta 3a Edição é prestada a homenagem aos dois benfeitores. 32 À Homeopata Rural, Ao Homeopata Rural France Como dizia um poeta do MST “Aqui ninguém chora mais, Ninguém tira o pão de ninguém.” Acho que posso dizer: A terra onde o boi e o homem sofreram Agora tem arroz, feijão, mandioca, abóbora, coió... e tantas coisas mais, que não são mais tantas só porque essa terra também sofreu demais... e quase que deu tudo que tinha que dar! Mas.... a esperança é grande, Porque essa gente aqui tá aprendendo um outro jeito de plantar, de criar de cuidar do ambiente e das gentes de ter saúde, enfim. E é tão simples, como tudo que o Criador criou. O semelhante é que cura o semelhante! É só fazer experiência no corpo são, Usando um preparado de cada vez. Em doses mínimas e bem diluídas, Mas muito potentes. Aí, é só observar o processo E descobrir o caminho da cura verdadeira. Não é só suprimir sintomas, Mas conquistar o equilíbrio, a saúde, Das gentes e de tantas coisas boas, Que nesse mundo tem E que devem ser de todos Homens, mulheres, velhos ou crianças. 33 ANEXO 1 Orientações sobre homeopatia elaboradas durante o Pro- jeto CNPq CT-AGRO 20/05 – “Homeopatia: tecnologia social destinada à agricultura familiar”. (Fonte: Relatório Final do Projeto) HOMEOPATIA INDICAÇÕES Alumina Nos casos de solos ácidos, com baixo pH, intoxicados de alumínio. A combinação de Alumina com Calcarea phosphorica e a ho- meopatia do solo têm substituído a calagem. Apis mellifica Quando o desequilíbrio afeta a fase de acu- mular amido/açúcar na planta. Se há desor- ganização da planta quanto a crescer (quanti- tativa) ou desenvolver (qualitativa). Varieda- des pouco tolerantes ao calor, perda de ferti- lidade, queda de flores e frutos. Não usar quando a planta depende das abelhas na poli- nização. Em animais com alergia a picada de insetos. Arnica montana É o preparado homeopático mais indicado nos casos de estresse (choque do transplante, desbrotas, desbastes, colheitas que danificam os galhos, deficiência hídrica, danos repenti- nos por insetos/geadas). Em animais, no caso de retenção de placenta. Após o parto, con- tribui com a descida do leite. Também atua nos traumas (choque, susto, transtornos) do parto, das vacinas e das chicotadas. 34 Belladona Equilíbrio das formigas: aplicar (pulverizar) nas folhas (plantas do cultivo ou por onde a formiga caminha). Os resultados são: as for- migas cortam pedaços cada vez menores, o fungo vai diminuindo de volume, as formi- gas ficam cada vez mais lentas, a população de formigas vai diminuindo. Potência reco- mendada 30CH. Calcarea carbonica Plantas que não respondem à fertilidade. Ocorrência de clorose, mudas sensíveis ao frio e demora na emissão de novas raízes. Nos casos de desenvolvimento lento das plantas e do amarelecimento de folhas. Sua ação é lenta, portanto plantas lentas no cres- cimento ou no florescimento se enquadram mais no perfil desta homeopatia. Também indicada nos casos de compostagem lenta, com resíduos de difícil decomposição (alta relação C/N). Calcarea phosp- horica Plantas com caule fino e quebradiço, com deficiência no metabolismo do cálcio, com tombamento do caule. Casos de mudanças bruscas do clima e sobrecargas de produção. Carbo vegetabilis Quando há fraqueza geral. Após ataque de insetos, desfolhamento, em condições de de- ficiência hídrica, espaçamento adensado, aborto de flores, morte de gemas. Também recomendado aos animais muito prostrados e fracos. 35 Cuprum metallicum Quando as plantas estão intoxicadas com produtos à base de cobre ou ficam sem cres- cimento, sem desenvolvimento. Essa homeo- patia é recomendada na 30CH. Magnesia carbonica Nos cultivos com falta de vigor das plan- tas, dificuldades na absorção de nutrientes, excesso/deficiência de Mg ou Ca, intolerân- cia a temperatura baixa, ausência ou defici- ência na floração. Indicada quando se objeti- va a conservação da matéria orgânica e no caso dos resíduos disponíveis à composta- gem serem facilmente decomponíveis (baixa relação C/N). Natrum muriaticum Age nas plantas desidratadas e desminera- lizadas ou cloróticas. Quando há crescimento reduzido, áreas necróticas e folhas secando. Nos cultivos em solos salinos. Quando há murcha na ponta das folhas. Phosphorus É recomendado nos casos de excesso de transpiração por intolerância ao calor da es- pécie ou da variedade. Plantas exigentes, quando não adubadas adequadamente, res- pondem a Phosphorus com crescimento idêntico ao das plantas adubadas. Estimula o crescimento. Pulsatilla Se as hortaliças estão com a produção preju- dicada por causa do baixo número de semen- tes por fruto ou por intolerância ao local de cultivo, principalmente falta de ventilação. Estimula a frutificação. 36 Staphysagria Quando há prejuízos por excesso de pulgões, nematoides ou ácaros. Nos casos de sombre- amento e de frio. Após danos causados por perdas de folhas/ramos. Plantas enxertadas e animais de inseminação artificial. Nas infes- tações de pulgas em animais. Sulphur Quando há excesso de transpiração ou de luz. Nos casos de variedades muito exigentes em quantidades de nutrientes. Induz desinto- xicação de plantas, solos e animais. Coceiras e sarnas em animais. Florescimento. Thuya occidentalis Nos casos de ocorrência de “calosidades”, “verrugas” ou ventos (frios/quentes) que pre- judicam a planta. Em tumores. Após vacina- ção. TECNOLOGIAS A metodologia de experimentação participativa reali- zada com os alunos do Curso de Homeopatia (UFV) permi- tiu a obtenção rápida e integrada de resultados. Estimulou a criatividade e a realização de diversas experimentações. Ge- rou informações a serem utilizadas na produção e a indica- ção de novas preparações homeopáticas obtidas com recur- sos locais. Foram consideradas tecnologias aqueles resulta- dos citados pelo menos 2 vezes. As prospecções são as ex- periências relatadas apenas uma vez, mas que podem orien- tar pesquisas futuras. 37 TECNOLOGIAS GERADAS NAS EXPERIMENTAÇÕES DOS ESTUDANTES DO CURSO DE HOMEOPATIA (EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA) DA UFV PREPARADO HOMEOPÁTICO RESULTADO DA APLICAÇÃO Silicea Feijão – desenvolvimento normal da planta. Couve – raízes numerosas e longas, maior número de folhas vigorosas. Flor de seda branca (ornamental) – plan- ta mais desenvolvida com numerosas ra- ízes. Solo Alface – acelera o crescimento daplan- ta. Fava – plantas vigorosas e fortes. Feijão preto – melhor germinação. Sulphur Hibisco vermelho – aparência saudável, poucas raízes. Feijão – crescimento nor- mal com folhas e caules perfeitos. Rabanete – germinação mais rápida. Arnica montana Feijão amarelo – demora na germinação, folhas deformadas e amareladas, menor crescimento e menor floração. Picão preto – germinação lenta. Rabanete – germinação lenta. 38 EM 4 (Microrganismos Eficientes) Preparação na forma de nosódio vivo con- forme Roberto Costa Pitanga – plantas vigorosas, com folhas brilhantes, desenvolvimento excelente. Feijão – desenvolvimento com floração homogênea e as folhas heterogêneas. Chuchu – aspecto saudável plantas vigo- rosas. Roseira – brotação nova, vigor, rosas ti- veram tonalidade mais viva das cores. Feijão – força, vigor e resistência, cresci- mento normal e sementes bem formadas, heterogeneidade com excelente desen- volvimento, Chicória – grande crescimento porém ci- clo de vida mais curto. Rabanete – plantas mais crescidas. Tansagem Alecrim – plantas fortes e vigorosas. Estrume de gado Salvia officinalis – melhor desenvolvi- mento da planta, brotos com mudinhas, bom crescimento com várias brotações. Feijão Feijão – germinação rápida com bom de- senvolvimento posterior, plantas vigoro- sas. Folha de abacate Feijão – dificuldade na germinação, pos- teriormente planta bonita com vigor e as- pecto sadio. Cipó-mil-homens Feijão – caule longo com folhas defor- madas, enrugadas, um pouco queimadas, raízes finas, pouco desenvolvimento da planta, folhas enrugadas, raízes finas. Natrum muriaticum Proteção das pastagens e outros cultivos na 200C. 39 Homeopatia da tanajura Controle das formigas cortadeiras. Nosódio da abelha-cachorro Afugenta as abelhas das culturas. Nosódio do mosquito borrachudo Usado como repelente na 2CH. Apis mellifica 6CH Afugenta as abelhas das tachas ao fazer rapadura, e também dos cochos de ração nos currais. Apis mellifica e nosódio da abelha-cachorro No cultivo de maracujá afugenta as abe- lhas-cachorro tornando possível a poli- nização pela mangaba (mamangava). PROSPECÇÕES (Experiências relatadas apenas por um aluno do curso) • Nome do preparado homeopático. – Plantas tratadas: resultados obtidos. • Silicea – Feijão: germinação e desenvolvimento irre- gular da planta, caules e folhas heterogêneos. Cacau: germinação normal com baixo desenvolvimento. Fei- jão: germinação e desenvolvimento da planta padro- nizado, plantas mais vigorosas. • Estrume de gado – Milho: plantas robustas com fo- lhas firmes e mais verdes. Feijão: excelente desem- penho na germinação e no desenvolvimento da plan- ta. 40 • Sulphur – Milho: germinação e desenvolvimento hete- rogêneo, caules finos, coloração verde claro. Pimentão: atraso na germinação e plantas pouco desenvolvidas. Hibisco vermelho: planta vigorosa, exuberante e com muitas raízes. Picão preto: não favorável à germinação. • Ignatia amara – Feijão: plantas amareladas com pre- sença de lagartas. Feijão: amarelou. • Chamomilla – Feijão: plantas mais desenvolvidas, mais vigorosas, caule mais grosso e folhas maiores, maior germinação, conservação da umidade do solo. • Arnica montana – Macela: planta mais resistente com excelente brotação. Arruda: plantas danificadas, folhas amareladas queimadas e enrugadas. Café: as mudas que receberam o medicamento homeopático tiveram desenvolvimento mais rápido e vigoroso. • Urina de Vaca – Feijão: predisposição ao ataque de lesmas e lagartas, com desenvolvimento retardado de folhas e raízes. Camomila: plantas vigorosas. • Kali carbonicum – Feijão: crescimento acelerado, mais verde e mais resistente à seca. Rabanete e jiló: excelen- te germinação, desenvolvimento vigoroso da planta. • Phosphorus – Pingo de ouro: crescimento acentuado, cores intensas, folhas maiores, caule e raízes mais grossas, repeliu insetos. Feijão: crescimento excelente, caule grosso e folhas vigorosas. 41 • Tiririca – Couve: melhor enrai- zamento. Trigo: crescimento acentuado, folhas vigorosas. Ca- momila: plantas menos exuberan- tes com o caule fino. • Dulcamara – Feijão: crescimento normal. Alface: plantas homogê- neas com crescimento regular. • Carbo vegetabilis – Picão preto: germinação rápida. Rabanete: germinação mais rápida. • Caulophyllum – Picão preto: aumento da velocidade na germinação. Rabanete: germinação mais lenta. • Solo – Hortelã: plantas subdesenvolvidas. • Calcarea carbonica – Feijão: germinação e crescimen- to padronizados com folhas vigorosas e mais verdes. • Arsenicum album – Milho e feijão: boa germinação e desenvolvimento normal, planta vigorosa. • Chuchu – Feijão: maior crescimento com caule mais fino e menor resistência. • Belladona – Eucalipto: plantas sem resistência, com menos raízes secundárias e micorrizas, folhas amarelas e vermelhas. • Flor do Feijão – Feijão: caule mais fino e folhas ama- reladas. • Bugre – Feijão: plantas robustas. 42 • Natrum muriaticum – Tomate: excelente desempenho na germinação e grande vigor da planta. • Palha de Café – Feijão: crescimento atrasado, folhas pequenas, amarelas e sem vigor. • Zincum – Alface: plantas homogêneas com crescimen- to regular. • Lycopodium clavatum – Pimenta: aumento da resistên- cia e longevidade. • Cacau – Cacau: germinação vigorosa. • Cogumelo branco – Cacau: melhor germinação e grande vigor. • EM 4 (nosódio vivo) – Feijão: algumas plantas não de- senvolveram completamente porém as outras plantas ti- veram floração, folhas homogêneas, folhas amarelas com pintas. Chuchu: bom aspecto porém pouco vigor. Chicória: desenvolvimento mais lento. • Ferrugem do saião (nosódio vivo) – Saião: plantas ho- mogêneas sem a eliminação total de ferrugem, plantas heterogêneas no tamanho e na cor. • Pulgão da couve (nosódio vivo) – Couve: homogenei- dade, vigor no desenvolvimento, cor boa, os pulgões desapareceram em dois dias. • Ferrugem (nosódio vivo) – Café: controle da ferru- gem. • Lagarta (nosódio vivo) – Couve: controle de pulgão e maior número de folhas na planta. 43 • Coco (nosódio vivo) – Coco: aumento da resistência dos frutos, frutos não caíram. • Limão (nosódio vivo) – Limão: frutos saudáveis, cres- ceram e amadureceram o que não acontecia antes. • Broca (nosódio vivo) – Café: controle da broca do café. • Fungos (nosódio vivo) – Café: controle dos fungos. • Hibisco – Jiló: excelente desenvolvimento da parte aé- rea, solo ficou com aparência seca, raízes pequenas po- rém com caule resistente. • Mammillaria scheidweilerana (Mamilária) – Cactus: desenvolvimento irregular, algumas plantas com bro- tos. • Carqueja – Samambaia: desenvolvimento irregular, baixa resistência e perecimento das plantas. • Estrume de galinha – Pimenta: crescimento com gran- de floração. • Jambo – Milho e alho: emergência lenta, crescimento rápido, baixo desempenho geral da planta. • Tansagem – Sálvia: estímulo ao crescimento, emissão de brotos novos e ramificações, folhas pequenas. • Casca de laranja – Milho: plantas murchas, amarela- das, com raízes pequenas, finas e estagnadas, não so- breviveram. 44 • Pau magro – Pau magro: a única planta sobrevivente ficou com bom aspecto. • Natrum muriaticum – Eucalipto: cor apagada, reten- ção de água, folhas arredondadas. Camélia: os botões antes de abrirem secavam e caíam, depois do tratamen- to homeopático abriram belas flores. • Arnica – Palmito pupunha: as plantas com cor opaca amarela esverdeada foram reabilitadas Couve: estava isolada, afastada das outras, decaída com apenas dois pares de folhas após aplicação tiverammais força e mais dois pares de folhas novas. • Sulphur – Pinheiro: folhas levemente retorcidas, esti- mulou o crescimento. • Ferrum metallicum – Quiabo: folhas maiores e mais verdes, brotação mais bonita. • Silicea – Goiaba com crescimento paralisado: folhas mais grossas e saudáveis, brotação nova, caule mais re- sistente e sadio. • Staphysagria – Laranjeira com pulgões, poucas folhas com manchas pretas grudentas: con- trolou os pulgões, formou fo- lhas novas e vigorosas, caule limpo, galhos com brotos no- vos. 45 • Calcarea phosphorica – Planta ornamental com folhas amarelas que secavam e apodreciam: ace- lerou a renovação das folhas. • Apis mellifica – Café: melhorou a resistência dos grãos, contro- lou a queda prematura de grãos. • Nux vomica – Lírio da paz que recebeu aplicação de veneno contra mosquito da dengue e ficou com defor- mações nas folhas e flores queimadas: normalização to- tal da planta depois de um mês de uso do preparado ho- meopático. • Arnica, Borax, Calcarea carbonica – Hortência com planta pouco desenvolvida, folhas muito queimadas nas bordas: depois do tratamento as folhas queimadas caí- ram dando lugar a novas brotações mais resistentes, a planta ficou forte e saudável. • Carbo vegetabilis e Sulphur – Café: aumento de brota- ções, floração, produção, peso, conservação pós-colhei- ta. • Calcarea carbonica, Arnica montana e Chamomilla – Café: brotação mais vigorosa, folhas mais largas. Hor- taliças: aumentou a resistência e a produção. 46 ALGUMAS INDICAÇÕES DE PREPARADOS HOMEOPÁTICOS DESTINADOS AO SOLO • Nosódio - Recurso imediato que equilibra e estimula a reação do solo. • Adubo químico homeopatizado – Desintoxicação de adubações químicas sucessivas. • Alumina – Equilibra o alumínio e reduz a necessidade de calagem. • Magnesia carbonica e Calcarea carbonica – Conser- vação da matéria orgânica e ciclagem de nutrientes. • Sulphur – Desintoxicar o solo, “jogar fora” seus dese- quilíbrios e intoxicações. • Natrum muriaticum – Equilibrar os sais no solo. • Silicea e Ferrum – Auxiliar no processo de estrutura- ção dos solos. Os elementos como alumínio, ferro, mercúrio, arsênio, chumbo, podem estar presentes no solo em grandes concentrações ou como resíduos de agroquímicos aplicados nas lavouras. A homeopatia destes elementos é útil na desintoxicação dos solos contaminados. • Sais de Schussler – Nutrição do solo. 47 ALGUMAS INDICAÇÕES DE PREPARADOS HOMEOPÁTICOS EM GRÃOS ARMAZENADOS • Sulphur e Phosphorus – Contro- le de fungos. ALGUMAS INDICAÇÕES DE PREPARADOS HOMEOPÁTICOS DESTINADOS A ÁGUA • Nosódio – Equilíbrio imediato da água. • Plantas aquáticas despoluidoras – Exoneração. • Carbo vegetabilis – Despoluição das águas, de resíduos físicos, biológicos e químicos, porém precisa ser asso- ciado com outra homeopatia, por exemplo Nux vomica no caso de poluição química. Nos casos de dureza de Cálcio e Magnésio. • Nux vomica – Poluição química. • Pyrogenium – Eliminação de cheiros desagradáveis. • Escherichia colli – Equilíbrio dos microrganismos na água. • Ferrum metallicum e Silicea – No caso de excesso de ferro na água. 48 PLANTAS SIMILLIMUM De acordo com o princípio da similitude, em cada esta- do de desequilíbrio haverá alguma homeopatia mais indicada (o “simillimum”). PLANTA CARACTERÍSTICA NOME DA HOMEOPATIA Arnica montana Traumas por podas, colheitas, ventos e chuvas de granizo. Arnica montana Camomila Grande capacidade de captar o cálcio. Chamomilla officinalis Capim gordura Alimenta animais e insetos. Protege as lavouras de ações externas equilibrando fungos, ácaros, ferrugens. Melinis minutiflora Carvalho Árvore rica em cálcio. Au- menta a qualidade do compos- to. Quercus glandium spiritus Carvalho Árvore rica em cálcio com ex- pressivo conteúdo de potássio e enxofre. Do carvão é feito o preparado Carbo vegetabilis. Recupera plantas com baixa vitalidade. É despoluente. Em água com tóxicos deve ser as- sociada a Nux vomica. Carbo vegetabilis Cavalinha Desequilíbrios de Silicea. Re- cupera a fertilidade do solo. Equisetum arvense Dente de leão Equilibra o ácido silícico e a capacidade de absorver água. Taraxacum officinalis 4CH 49 Mil folhas Atua no carbono, nitrogênio e enxofre. Achillea millefolium Urtiga Rica em ferro, libera dióxido de ferro do solo. Urtiga dioica Valeriana Ativa o fósforo, revitaliza mi- crorganismos e minhocas. Valeriana officinalis Noz vômica Desintoxicação, descontami- nação, limpeza. Havendo feti- dez associar a Pyrogenium 8CH. Nux vomica RAZÕES DE VOCÊ APOIAR O USO DA HOMEOPATIA 1 – A homeopatia é a tecnologia da di- namização e não deixa resíduos. A ho- meopatia não polui! A homeopatia cau- sa equilíbrio, não extingue espécies, res- peita e harmoniza os ecossistemas. 2 – Na produção orgânica de alimentos é proibido usar agrotóxicos. Pode ser usada a homeopatia. Produtos orgâni- cos são mais lucrativos e saudáveis! Ninguém gosta de resí- duos de venenos (agrotóxico) nos alimentos. Na Agroecolo- gia a homeopatia é permitida. Quem adotou a homeopatia está humanamente feliz. 50 3 – A homeopatia significa: independência, sustentabilida- de, segurança alimentar (na agricultura familiar e empresa- rial), saúde da água/da terra/do ar/da gente, alimentos eco- lógicos. 4 – A homeopatia não é objeto de crença. Os fenômenos da homeo- patia são repetitíveis, são previsí- veis, são quantificáveis, são descri- tíveis e têm relação causa-efeito. A Homeopatia tem princípios, filoso- fia e metodologia próprios. O fun- damento da Homeopatia é a experi- mentação, portanto é ciência. PROJETO CNPQ/CT-AGRO 20/2005 – “HOMEOPATIA: TECNOLOGIA SOCIAL DESTINADA À AGRICULTURA FAMILIAR” Os Seres Vivos tratados com Homeopatia “O ambiente está melhor, aumentou os pássaros, anu, gavião e pássaros pequenos comendo todos juntos sem um agredir o outro. Aumentou os tatus, diversificou as plantas espontâneas. Colho sem gastar nada e sem gastar tempo, antes a renda era buscada quase toda trabalhando fora da propriedade.” Paulo Estevão Batista (Paula Cândido – MG) 51 “Acho que pra mim a Homeopatia é uma das alternativas mais certas para o futuro da vida toda equilibrada, da propriedade, por isso temos que tratar a propriedade como organismo vivo que faz parte de nossas vidas.” Primo Dalmásio (Nova Venécia – ES) “A meu ver, aprendi que qualidade de vida sem Homeopatia, Floral, Fitoterápicos, alimentação mais correta, não existe. O resto mantém o doente, doente.” Clemente de Oliveira Coelho (Barra de São Francisco – ES) “O proprietário tomando homeopatia passa a ter tranquilidade, não precisa agredir a natureza com agrotóxicos.” Marilene Amâncio Dutra (Sacramento – Manhuaçu – MG) “Com a Homeopatia consegui fazer o controle geral em toda a propriedade tendo a oportunidade também de trabalhar com prevenção.” Patrick Miranda Cardoso (Tombos – MG) “Eu encontro tempo de aguar, cuidar das plantas, eu aprendi o que é vida, antes eu era muito grossa com elas quando ia quebrar alguma planta, arrancar, não tinha muito sentimento na coisa e depois da Homeopatia eu chego ali peço licença, não tenho medo de falar da mãe terra com as pessoas, perdi o receio de comparar com nossas veias a questão da água.” Lizete Maria Mischiatti (Águia Branca – ES) 52 ANEXO 2 A) Preparados homeopáticos destinados ao tratamento local em animais. (Fonte Bibliográfica: “Homeopatia e Fitoterapia na Produção Orgânica”. Coopasul, julho/2001, Campinas do Sul – RS). HOMEOPATIA TRATAMENTO Apismellifica - Picada de inseto. - Inflamação do úbere (pré e pós-parto). Arnica montana - Inflamação por pancada. - Leite com sangue (pancada). Arsenicum album - Aves em geral. - Intoxicação causada por veneno. Belladona - Febre muito alta. Associar com Apis na in- fecção do casco e picada de escorpião. Bryonia - Problemas com ligamentos (osso a osso, músculo a músculo). Calcarea arsenicosa - Epilepsia. Calcarea carbonica - Paralisia do parto (quando não consegue levantar após o parto). Calcarea phosphorica - Consolidação de fraturas (mais rápida). Calcarea sulphurica - Abcessos que abrem e demoram a fechar. Carbo vegetabilis - Associar com Lycopodium e Pulsatilla nos casos de timpanismo (embuchamento). Chelidonium - Hepatite. China officinalis - Pós-operatório (tirar o efeito do anestési- co). 53 Crotallus horridus - Leptospirose, envenenamento por raticida, febre amarela. Gelsemium - Paralisia nas pernas. Hepar - Abcessos e infecção no útero. Ipeca - Nervosismo. Hypericum - Nervosismo. Lachesis - Picada de cobra, hemorragias (babesiose). Lilium tigrinum - Prolapso de útero e vagina. Nux vomica - Desintoxicação (alimentos estragados e pi- retroides). Phosphorus - Anti-hemorrágico (sangue no leite, pressão sanguínea). - Desintoxicação de organofosforados. Pulsatilla - Vacas que estão entrando em cio mas não mostram. Rhus toxicodendron - Tratamento de tendão. Ruta graveolens - Tratamento muscular. - Prolapso do útero. - Conjuntivite (“olho gordo”). Sepia - Prolapso no útero. Silicea - Associar com Hepar na drenagem de ab- cessos e cicatrização da pele. Staphysagria - Cicatrizante poderoso (pós-operatório). Thuya - Verrugas. Urtiga urens - Secar as vacas. Vipera - Nefropatia, hemorragia uterina, pele desca- mada. 54 B) Indicações de preparados homeopáticos em distúrbios comuns dos animais. (Fonte Bibliográfica: “Homeopatia e Fitoterapia na Produção Orgânica”. Coopasul, julho/2001, Campinas do Sul – RS). DISTÚRBIOS PREPARADOS HOMEOPÁTICOS INDICADOS Laringite Apis, Histaminum Bronquite Ipeca, Drosera ou associação de Coffea, Echinacea, Vincetoxicum e Sulphur Broncopneumonia Aconitum, Belladona, Hepar, Ipeca, Bryonia, Phosphorus Taquicardia Arnica, Aconitum, Arsenicum, Lachesis, Cactus Bradicardia Digitalis Hemorragia Phosphorus, Ipeca, Lachesis, Cinnamomum. Hemorragia por pancada – Arnica Infecção na boca (estomatite) Belladona, Rhus toxicodendron, Mercurius (aftosa), Nitricum acidum, Kreosotum, Borax Língua de pau (actinomicose) Kali iodatum, Hepar sulphuris Indigestão Lachesis, Nux vomica Acidose Nux vomica, Arsenicum album, Veratrum album Alcalose Nux vomica, Arsenicum album, Veratrum album Intoxicação alimentar Nux vomica, Arsenicum album, Carbo vegetabilis Cólica intestinal Colocynthis Timpanismo (vaca estufada) Nux vomica + Plumbum + Carbo vegetabilis (associados), Lycopodium, Pulsatilla 55 Prolapso do intestino reto Mercurius corrosivus, Lilium tigrinum Infecção renal Nux vomica, Colocynthis, Chamomilla, Belladona, Lycopodium, Hepar Paralisia da bexiga Arnica + Hypericum (associados), Dulcamara, Causticum Cálculo renal Berberis, Lycopodium, Acidum benzoicum, Calcarea carbonica Prolapso do útero Lilium tigrinum, Sepia Atonia uterina pós-parto Arnica, Sabina, Caulophyllum Prolapso uterino Arnica e Sabina Cisto no ovário Apis, Pulsatilla, Sepia, Aurum, Bufo rana, Platina, Lilium tigrinum, Lachesis, Sulphur Anestro Pulsatilla, Kali cabonicum, Ovarinum, Sepia Cio reduzido Aristolochia + Kali iodatum (associados) Cio prolongado Pulsatilla, Sepia Endometrite Sepia, Pulsatilla, Hepar Edema do úbere (úbere inflamado) Apis mellifica, Kali carbonicum Ausência de leite (segura o leite) Asa foetida, Argentum nitricum, Moschus, Ignatia, Natrum muriaticum, Pulsatilla, Phytolacca Sangue no leite Ipeca, Phosphorus, Lachesis, Belladona, Hamamelis Tumores de mama Conium, Phytolacca, Sulphur iodatum Rachadura nas tetas Arnica, Causticum, Graphites, Sulphur, Silicea, Arsenicum Inflamação das pálpebras Belladona, Arnica, Aconitum, Mercurius solubilis 56 Queda da pálpebra Aconitum, Dulcamara, Causticum, Rhus toxicodendron, Gelsemium Lacrimejamento Petroleum, Pulsatilla, Natrum muriaticum, Ledum palustre, Agaricus, Phoshoricum acidum Conjuntivite Belladona, Euphrasia, Aconitum, Ruta, Argentum nitricum, Mercurius corrosivus Papilomatose Causticum, Thuya, Dulcamara, Nitricum acidum, Calcarea carbonica Dermatite Belladona, Arnica, Apis, Cantharis, Mercurius solubilis, Silicea, Belladona + Apis Abcesso na pele Belladona, Mercurius solubilis, Silicea + Hepar Tétano Tetaninum, Ledum, Hypericum Vermes Abrotanum, Cina Ectoparasitas Sulphur, Mercurius solubilis, Graphites, Psorinum Queimaduras Arsenicum, Calendula, Cantharis Vômito Arsenicum, Ipeca, Nux vomica, Phosphorus, Pulsatilla, Tabacum Pré e pós- operatório ou Intervenções menos agressivas Gelsemium, Calendula, Hamamelis, Hypericum, Antimonium tartaricum, Aurum, Digitalis, Hepar, Silicea, Pyrogenium 57 COMO APLICAR HOMEOPATIAS NOS ANIMAIS Em casos agudos (situações repentinas) dar o prepa- rado homeopático na boca do animal, de forma direta ou com alimento, 5 gotas com intervalos de 2 horas. Em casos crônicos (situações antigas ou repetitivas) dar o preparado homeopático no alimento ou de for- ma direta, 3 gotas, 2 vezes ao dia. Bovinos: misturar 60 gotas em 400 gramas de açúcar cristal e depois juntar a 25 quilos de sal. Fornecer a mistura à vonta- de. COMO APLICAR HOMEOPATIAS NO MEIO RURAL Você pode seguir orientações dos livros e cadernos que têm objetivo social e humanitário. Todos os organismos vivos merecem ser bem tratados. A UFV com o apoio do CNPq (Conselho Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e da FAPEMIG (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais) publicou o livro “Acologia de Altas Diluições” contendo informações cientí- ficas sobre aplicação das homeopatias no meio rural (Famí- lia Agrícola, Plantas, Animais, Solos, Águas). Contato so- bre o livro: V. Casali – (31) 38991131; vwcasali@ufv.br 58 CADERNO DE HOMEOPATIA Distribuição gratuita (Limitada a disponibilidade de recursos) Pedidos a: Vicente W. D. Casali Universidade Federal de Viçosa/Fitotecnia Viçosa- MG Cep: 36570-000 Tel: (31) 3899-2613 Fax (31) 3899-2614 e-mail: vwcasali@ufv.br Ao solicitar exemplares do caderno, favor fornecer nome, endereço completo, cidade, CEP, perfil (informe se é agricultor(a), empresário(a), administrador(a) municipal, técnico, estudante, ou qualquer outra atividade). É permitido copiar. Desde que não seja vendida e não seja omitida nenhuma parte. Por prudência, consulte-nos se há nova edição deste caderno. No caso de citação bibliográfica mencionar: Rezen- de, J.M. (Coordenador). 59 PLANTAS SIMILLIMUM
Compartilhar