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Princípio da insignificância não se aplica ao contrabando de gasolina

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NOTÍCIAS 
DECISÃO: Princípio da insignificância não se aplica aos casos de contrabando de gasolina 
24/05/16 13:44 
 
DECISÃO: Princípio da insignificância não se aplica aos casos de contrabando de gasolina 
 
A 4ª Turma do TRF da 1ª Região confirmou sentença que condenou o réu, ora apelante, a três 
anos de reclusão em regime semiaberto pela prática do crime de contrabando de gasolina (art. 
334-A, § 1º, II, do Código Penal Brasileiro). A decisão, unânime, seguiu o voto do relator, 
desembargador federal I´talo Mendes. 
 
De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF), o acusado importou 
da Venezuela, de forma clandestina, 100 litros de combustível no interior do tanque do veículo 
que conduzia. Em Pacaraima (RR), ele foi abordado pela polícia que, ao abrir o porta-malas, 
notou a visível adulteração do tanque, que se encontrava fora do padrão de fábrica (capacidade 
de 45 litros), com vários pontos de solda, com tubulação com abraçadeira e mangueira, 
ocupando grande parte da mala do carro. 
 
Na apelação, a defesa do réu sustentou que a conduta não apresentou ofensividade relevante. 
Argumentou que o acusado não foi encontrado cruzando a fronteira com a Venezuela para 
aquisição de gasolina. “Não existe prova alguma que demonstre que o acusado objetivava 
vender combustível venezuelano no Brasil, pois como bem explanado em sede policial e 
processual, o acusado é mecânico, exerce atividade informal e que inclusive foi a Pacaraima 
prestar serviço”, defendeu. 
 
Ponderou que o município de Pacaraima, local onde o denunciado foi prestar serviço, não possui 
posto de gasolina, ficando o mais próximo localizado no município do Amajari, a 100 quilômetros 
da fronteira. Com esses argumentos, a defesa requereu ao TRF1 a desconstituição do crime de 
contrabando para o crime ambiental, bem como a aplicação do princípio da insignificância. 
Ressalte-se que a Lei nº 9.605/98, que dispõe sobre os crimes ambientais, também prevê o 
enquadramento da conduta do acusado como crime. 
 
Para o Colegiado, não se apresenta juridicamente possível a aplicação do princípio da 
insignificância a casos como este. Isso porque, nos termos da denúncia, a hipótese dos autos 
configura crime de contrabando de gasolina. “Não há que se cogitar na aplicação do princípio da 
insignificância nos crimes de contrabando”, afirmou o relator, em seu voto. 
 
O magistrado ressaltou que, na hipótese em questão, o interesse a ser protegido pela norma 
não é apenas o do arrecadador do Fisco consistente na não arrecadação de tributos, como se 
verifica no crime de descaminho, porque “em se tratando de contrabando, a pertinente 
objetividade jurídica reside, sobretudo, no direito de a Administração Pública controlar o ingresso 
e a saída de produtos no território nacional, seja por questões relacionadas à segurança, à 
saúde, ou à proteção do monopólio da União sobre a importação dos produtos e derivados do 
petróleo”. 
 
O relator ainda destacou que ficaram demonstrados nos autos a materialidade, a autoria e o 
elemento subjetivo do delito – o dolo – pelo qual o acusado foi condenado em primeiro grau de 
jurisdição. “Assim, não há que se falar na ausência, ou na insuficiência, de provas a embasar a 
prolação de uma sentença penal condenatória, nem, tampouco, na ausência de dolo ou na 
atipicidade da conduta”, explanou. 
 
Nesses termos, a Turma negou provimento à apelação. 
 
Processo nº: 0001636-21.2015.4.01.4200/RR 
Data do julgamento: 12/1/2016 
Data de publicação: 28/1/2016 
 
JC 
Assessoria de Comunicação Social 
Tribunal Regional Federal da 1ª Região 
 
Esta notícia foi visualizada 299 vezes. 
 
 
 Informação disponível em: http://portal.trf1.jus.br/portaltrf1/comunicacao-
social/imprensa/noticias/decisao-principio-da-insignificancia-nao-se-aplica-aos-casos-de-
contrabando-de-gasolina.htm

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