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Roteiro de Direito Eleitoral ATENÇÃO: ESSE MATERIAL NÃO SUBSTITUI NEM LIMITA O ESTUDO DO MATERIAL DIDÁTICO INDICADO LOGO ABAIXO, É UM RESUMO, UM APANHADO GERAL, QUE DEVERÁ SERVIR TÃO SOMENTE COMO ROTEIRO DE ESTUDO, SEM O CONDÃO DE LIMITAR A MATÉRIA DE DIREITO ELEITORAL CONTIDA NO PLANO DE ENSINO DISPOSTO NA EXTRANET. MATERIAL DIDÁTICA E BIBLIOGRAFIA BÁSICA • MENDES, Gilmar Ferreira, COELHO, Inocêncio Mártires e BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. 7ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2012. • MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 28ª Ed. São Paulo: Atlas, 2012. • SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 35ª Ed. São Paulo: Malheiros, 2012. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR • BARROSO, Luis Roberto. Curso de Direito Constitucional contemporâneo. 4a ed. São Paulo: Saraiva, 2014. • CANOTILHO, J.J. Gomes. Direitos Fundamentais Sociais. São Paulo, Saraiva, 2010. • DAVID ARAUJO, Luiz Alberto e SERRANO NUNES JÚNIOR, Vidal. Curso de Direito Constitucional. 14ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2010. • MORAES, Alexandre de. Constituição do Brasil interpretada e legislação constitucional. 9a ed. São Paulo: Atlas, 2013. • BULOS, Uadi Lammegos; e FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves, Curso de Direito Constitucional, 7ª. Edição, São Paulo: Saraiva, 2012. Legislação Atinente (mais utilizada) Constituição Federal Lei 4.737 de 1965 – Código Eleitoral (Modificada pela Lei 13.165 de 2015) (Verificar o seguinte artigo para saber se o seu código está atualizado: Art. 240. A propaganda de candidatos a cargos eletivos somente é permitida após o dia 15 de agosto do ano da eleição.) Lei 9.504 de 1997 - Estabelece normas para as eleições. Lei Complementar 60 de 1990. Introdução ao Estado Democrático de Direito Princípio da Soberania Popular Soberania popular, de acordo com Uadi Lammêgo Bulos, “... é a qualidade máxima do poder extraída da soma dos atributos de cada membro da sociedade estatal, encarregado de escolher os seus representantes no governo por meio do sufrágio universal e do voto direto, secreto e igualitário” Base Legal: Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. O principio da soberania popular se manifesta tanto quando o povo, diretamente, faz as leis (a exemplo do que ocorria na sociedade ateniense), como também quando o povo elege aqueles que agem em seu nome e sob sua vigilância imediata. A Soberania Popular não é exercida apenas pelo exercício do direito do voto: Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: I – plebiscito; II – referendo; III – iniciativa popular. (Constituição Federal) Princípio da Igualdade (Isonomia) No Direito Eleitoral aplica-se a igualdade material com mais força, ou seja, a isonomia aristotélica que consiste no brocardo de “tratar os iguais igualmente e os desiguais desigualmente, na medida de suas desigualdades”. O art. XXI, item 1, da Declaração Universal dos Direitos Humanos estabelece que: Toda pessoa tem o direito de tomar parte no governo de seu país, diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos. Já o art. 5º da Constituição estipula que: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à (...) igualdade (...). (igualdade formal) De acordo com a organização internacional União Interparlamentar, o Brasil ocupa a 146ª posição no ranking de participação das mulheres nos parlamentos. (fonte: JB online) A participação feminina na Câmara dos Deputados Federais não chega sequer a 10% do total. O tratamento legal da matéria foi alterado substancialmente desde a edição da Lei no 12.034/2009 (A Lei da Reforma Eleitoral) que mudou a redação do sobrecitado parágrafo para dar-lhe o seguinte teor.” Do número de vagas resultante das regras previstas neste artigo, cada partido ou coligação preencherá o mínimo de 30% (trinta por cento) e o máximo de 70% (setenta por cento) para candidaturas de cada sexo.” Classificação dos Direitos Políticos Pedro Lenza: “Os direitos políticos nada mais são do que instrumentos por meio dos quais a CF garante o exercício da soberania popular, atribuindo poderes aos cidadãos para interferirem na condução da coisa pública, seja direta, seja indiretamente.” Direitos Políticos Positivos Sylvio Clemente da Motta Filho: “além disso, existem os direitos políticos positivos, cujo âmago é o direito de sufrágio e suas consequências, ladeado pelo direito de ser eleito, exercer sua atividade política e assumir encargos públicos. Direitos políticos negativos são os que importam na privação na qualidade de eleitor (cidadão)”. Alexandre de Moraes: “É um direito público subjetivo de natureza política, que tem o cidadão de eleger, ser eleito e de participar da organização e da atividade do poder estatal”. Divide-se, basicamente em capacidade eleitoral ativa e capacidade eleitoral passiva. - Capacidade eleitoral ativa – Votar; - Capacidade eleitoral passiva – Ser votado; Direito Políticos Negativos Armando Antonio Sobreiro Neto: “por direitos políticos negativos se entende o rol de disposições constitucionais que impõe óbice ao direito de participação no processo político (sufrágio ativo ou passivo) e ao direito de alcance às funções públicas. José Afonso da Silva: “São negativos precisamente porque consistem no conjunto de regras que negam, ao cidadão, o direito de eleger, ou de ser eleito, ou de exercer atividade político-partidária ou de exercer função pública. Trata-se das regras de inelegibilidade e de perda ou suspensão dos direitos políticos”. Órgãos e Composição da Justiça Eleitoral De acordo com os artigos 92, V, e 118, I a IV, da Constituição Federal, a Justiça Eleitoral é composta pelo Tribunal Superior Eleitoral, pelos Tribunais Regionais Eleitorais, pelos juízes eleitorais e pelas juntas eleitorais. Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: (...) V - os Tribunais e Juízes Eleitorais; (...) Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral: I - o Tribunal Superior Eleitoral; II - os Tribunais Regionais Eleitorais; III - os Juízes Eleitorais; IV - as Juntas Eleitorais. (Constituição Federal) O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Tem sede em Brasília e jurisdição em todo o território nacional, é composto de sete membros. Nos termos do art. 119, da Constituição Federal, a composição desse tribunal envolve: três juízes dentre os ministros do Supremo Tribunal Federal - STF; dois juiźes dentre os ministros do Superior Tribunal de Justiça - STJ; e dois juízes, nomeados pelo presidente da República e escolhidos dentre seis advogados indicados pelo STF. O presidente e o vice-presidente do TSE são eleitos dentre os ministros do STF, e o corregedor eleitoral é eleito dentre os ministros do STJ. Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos: I - mediante eleição, pelo voto secreto: a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça; II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal. Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça. (Constituição Federal) Tribunal Regional Eleitoral (TRE) Há um Tribunal Regional Eleitoral - TRE na capital de cada Estado e um no Distrito Federal. Assim como o Tribunal Superior Eleitoral, os Tribunais Regionais Eleitorais também são compostos por sete membros, conforme prevê o art. 120 da Constituição Federal. Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito Federal. § 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão: I - mediante eleição, pelo voto secreto: a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça; b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça; II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo; III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça. § 2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente- dentre os desembargadores. (Constituição Federal) A escolha dos juízes que compõem os TREs ocorre da seguinte forma: a) dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça – TJ, escolhidos por esse tribunal; b) dois juízes dentre os juízes de direito, escolhidos, também, pelo TJ; c) um juiz federal indicado pelo Tribunal Regional Federal - TRF; d) dois juízes nomeados pelo presidente da República e escolhidos dentre seis advogados indicados pelo TJ; Juízes eleitorais A Justiça Eleitoral não tem juízes investidos de forma permanente na jurisdição eleitoral, dessa forma, quem exerce as funções eleitorais são juízes de direito designados pelo período mínimo de dois anos e máximo de quatro anos consecutivos. Diante disso, os juízes eleitorais são juízes de direito pertencentes à Justiça Estadual e designados pelo TRE para presidir as zonas eleitorais. Tais juízes exercem as funções eleitorais de modo cumulativo com a jurisdição comum. Juntas eleitorais Entende-se por juntas eleitorais os órgãos colegiados de atuação provisória constituídos 60 dias antes das eleições e extintos logo após o fim dos seus trabalhos. As juntas atuam tão somente nas fases finais do processo eleitoral e têm como trabalho principal a apuração e totalização dos votos. Nas eleições municipais, as juntas permanecem até a proclamação dos resultados das eleições e a diplomação dos eleitos. De acordo com o art. 36 do Código Eleitoral, as juntas contam com um juiz de direito (que geralmente é o juiz eleitoral e exerce a função de presidente) e com dois ou quatro membros titulares e dois suplentes (que serão cidadãos da comunidade que tenham reconhecidas suas qualidades e capacidade para desempenhar a atividade). Não podem ser nomeados como membros das juntas: a) candidatos, seu cônjuge e seus parentes, ainda que por afinidade, até o segundo grau, inclusive; b) dirigentes de partidos políticos; c) autoridades; agentes policiais; funcionários no desempenho de cargos de confiança do Executivo; d) Os que pertencerem ao serviço eleitoral; Devemos lembrar que as funções das juntas eleitorais estão diretamente relacionadas com a apuração de votos, ou seja, elas só funcionam plenamente em casos de uso da urna tradicional, o que demonstra que, atualmente, com o advento da urna eletrônica e da apuração informatizada, suas funções ficaram um pouco esvaziadas. Porém, independentemente disso, a competência para expedição dos diplomas dos prefeitos, vice-prefeitos e vereadores, ainda é da junta eleitoral, e o diploma é expedido pelo juiz eleitoral no papel de presidente da junta. Art. 36. Compor-se-ão as juntas eleitorais de um juiz de direito, que será o presidente, e de 2 (dois) ou 4 (quatro) cidadãos de notória idoneidade. § 1º Os membros das juntas eleitorais serão nomeados 60 (sessenta) dia antes da eleição, depois de aprovação do Tribunal Regional, pelo presidente deste, a quem cumpre também designar-lhes a sede. § 2º Até 10 (dez) dias antes da nomeação os nomes das pessoas indicadas para compor as juntas serão publicados no órgão oficial do Estado, podendo qualquer partido, no prazo de 3 (três) dias, em petição fundamentada, impugnar as indicações. § 3º Não podem ser nomeados membros das Juntas, escrutinadores ou auxiliares: I - os candidatos e seus parentes, ainda que por afinidade, até o segundo grau, inclusive, e bem assim o cônjuge; II - os membros de diretorias de partidos políticos devidamente registrados e cujos nomes tenham sido oficialmente publicados; III - as autoridades e agentes policiais, bem como os funcionários no desempenho de cargos de confiança do Executivo; IV - os que pertencerem ao serviço eleitoral. (Lei 4.737 de 1965 – Código Eleitoral) Funções da Justiça Eleitoral A Justiça Eleitoral desempenha quatro funções: jurisdicional, administrativa, normativa e consultiva. Função jurisdicional A função jurisdicional, para solucionar os conflitos de interesses e zelar pela uniformidade das decisões da Justiça Eleitoral, se atém ao julgamento de casos referentes ao processo eleitoral, como por exemplo: pedidos de registro de candidatos; representações sobre propaganda eleitoral; ações para apuração de crimes eleitorais, captação ilícita de sufrágio, etc... Portanto, sempre for trazida alguma demanda à Justiça Eleitoral, esta exercitará sua função jurisdicional, por seus juízes que aplicarão, ao caso concreto, o direito. Função administrativa Essa função da Justiça Eleitoral desempenha papel relevante, pois os atos preparatórios das eleições são dispendiosos e consomem dinheiro, material e força de trabalho de inúmeros servidores. É a Justiça Eleitoral que administra todo o processo eleitoral, ou seja, é ela que prepara, organiza e administra todas as etapas a ele relacionadas. A função administrativa é caracterizada pela inexistência de conflito ou lide para ser resolvida. Logo, a função administrativa é responsável, dentre outras coisas, pelo alistamento de eleitores, emissão de título eleitoral, transferência de domicílio, fixação de local de votação, nomeação de mesários, apuração de votos e expedição de diplomas aos eleitos. Função consultiva Essa competência da Justiça Eleitoral encontra-se prevista nos artigos 23, XII, e 30, VIII, do Código Eleitoral, e determina que o Tribunal Superior Eleitoral e os Tribunais Regionais Eleitorais devem responder a questionamentos sobre assuntos relacionados à matéria eleitoral. As questões formuladas não podem ter relação ou semelhança com casos concretos e devem ser respondidas pelo TSE, desde que feitas por autoridade com jurisdição federal ou órgão nacional de partido político, ou pelos Tribunais Regionais Eleitorais, desde que demandas por autoridade pública ou partido político. As respostas às consultas não vinculam outros tribunais ou juízes, contudo, na prática, são usadas como referência e fundamento para casossimilares. Art. 23 - Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior, (...) XII - responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas em tese por autoridade com jurisdição, federal ou órgão nacional de partido político; (...) Art. 30. Compete, ainda, privativamente, aos Tribunais Regionais: (...) VIII - responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas, em tese, por autoridade pública ou partido político; (...) (Lei 4.737 de 1965 – Código Eleitoral) Função normativa Refere-se à competência para expedir instruções para a fiel execução da legislação eleitoral. A resolução da Justiça Eleitoral apresenta natureza de ato- regra, uma vez que cria situações gerais, abstratas e impessoais, modificáveis pela vontade do órgão que a produziu. A função normativa da Justiça Eleitoral é prevista no Código Eleitoral, no seu artigo 1o, parágrafo único, e nos artigos 23, IX, e 105, da Lei no 9.504/1975. Lei 4.737 de 1965 – Código Eleitoral Art. 1º Este Código contém normas destinadas a assegurar a organização e o exercício de direitos políticos precipuamente os de votar e ser votado. Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral expedirá Instruções para sua fiel execução. (...) Art. 23 - Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior, (...) IX - expedir as instruções que julgar convenientes à execução deste Código; (...) Lei 9.504 de 1997 – Normas Gerais de Eleição Art. 105. Até o dia 5 de março do ano da eleição, o Tribunal Superior Eleitoral, atendendo ao caráter regulamentar e sem restringir direitos ou estabelecer sanções distintas das previstas nesta Lei, poderá expedir todas as instruções necessárias para sua fiel execução, ouvidos, previamente, em audiência pública, os delegados ou representantes dos partidos políticos. (...) O VOTO Características do voto. O voto deve ser: a) direto; b) secreto; c) obrigatório; d) universal; e) periódico; f) com valor igual para todos; Com exceção da obrigatoriedade do voto, todas as demais características são imutáveis, eis que a doutrina majoritária entende que ganharam condição de cláusulas pétreas constitucionais (CF/88, arts. 14 e art. 60, § 4º, II, IV). Elementos Inerentes ao Exercício do Voto Direitos Políticos Os direitos políticos são aqueles que credenciam o cidadão para exercer o poder ou participar da escolha dos responsáveis pelo comando do Estado, conduzindo- o ao progresso econônico e social. A aptidão para seu exercício se dá através do alistamento. A doutrina apresenta variados conceitos, senão vejamos: Capacidade Eleitoral A capacidade eleitoral é o segundo elemento inerente ao exercício do voto, haja vista ser a aptidão para a prática dos direitos políticos, sendo os de maior expressão o direito de votar e de ser votado. Para que o indivíduo tenha a capacidade eleitoral é necessário que ele seja brasileiro, nato ou naturalizado; maior de 18 anos, regra geral; estar habilitado para à prática dos atos da vida civil, como determina o art. 5° do Código Civil, Lei n° 10.406, de 10 de janeiro de 2002; estar no gozo dos direitos políticos e devidamente alistado perante à Justiça Eleitoral. A capacidade eleitoral é divida em ativa e passiva: Capacidade eleitoral ativa - Consiste na prerrogativa assegurada a cada cidadão de escolher, através do voto, os representantes que, durante certo período, conduzirão a chefia do Governo ou integrarão o Poder Legislativo. (...) A capacidade eleitoral ativa, que se visualiza no direito de votar (jus singuli), é adquirida através do alistamento eleitoral. Capacidade eleitoral passiva - se materializa no direito de ser votado (jus honorum). (...) Traduz-se na prerrogativa de o cidadão submeter seu nome à avaliação do eleitorado, por ocasião da escolha, através do processo eleitoral, daqueles que devem exercer funções eletivas. (...) Já a capacidade eleitoral passiva exige para sua aquisição, além do alistamento eleitoral, outros requisitos que são denominados “condições de elegibilidade” Sufrágio x Voto Inicialmente, cumpre ressaltar que sufrágio e voto são comumente empregados como sinônimos, contudo a Constituição Federal dá-lhes sentidos diferentes, haja vista ser o primeiro, o sufrágio, um direito público subjetivo de natureza política e o segundo, o voto, o instrumento de exercício daquele. Obrigatoriedade do voto Para quem o voto é obrigatório, o seu não-exercício implica sérias restrições, pois sem a prova de que votou na última eleição, pagou a respectiva multa ou justificou a ausência no prazo legal, não poderá o eleitor: Lei 4.737 de 1965 – Código Eleitoral Art. 7º O eleitor que deixar de votar e não se justificar perante o juiz eleitoral até 30 (trinta) dias após a realização da eleição, incorrerá na multa de 3 (três) a 10 (dez) por cento sobre o salário- mínimo da região, imposta pelo juiz eleitoral e cobrada na forma prevista no art. 367. (Redação dada pela Lei nº 4.961, de 1966) § 1º Sem a prova de que votou na última eleição, pagou a respectiva multa ou de que se justificou devidamente, não poderá o eleitor: I - inscrever-se em concurso ou prova para cargo ou função pública, investir-se ou empossar-se neles; II - receber vencimentos, remuneração, salário ou proventos de função ou emprego público, autárquico ou para estatal, bem como fundações governamentais, empresas, institutos e sociedades de qualquer natureza, mantidas ou subvencionadas pelo governo ou que exerçam serviço público delegado, correspondentes ao segundo mês subsequente ao da eleição; III - participar de concorrência pública ou administrativa da União, dos Estados, dos Territórios, do Distrito Federal ou dos Municípios, ou das respectivas autarquias; IV - obter empréstimos nas autarquias, sociedades de economia mista, caixas econômicas federais ou estaduais, nos institutos e caixas de previdência social, bem como em qualquer estabelecimento de crédito mantido pelo governo, ou de cuja administração este participe, e com essas entidades celebrar contratos; V - obter passaporte ou carteira de identidade; VI - renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial ou fiscalizado pelo governo; VII - praticar qualquer ato para o qual se exija quitação do serviço militar ou imposto de renda. Conforme se depreende do texto legal, não são aplicáveis a todos os eleitores que não estão quites com a Justiça Eleitoral, mas apenas àqueles que não estão quites por não terem votado ou justificado a ausência no prazo legal. Alistamento Eleitoral Alistamento eleitoral é a inscrição nacional que o cidadão faz perante a Justiça Eleitoral, comprovado todos os requisitos legais. Obrigatório Facultativo Proibido entre 18 e 70 anos - maiores de 16 e menores de 18 anos - analfabetos - maiores de 70 anos para estrangeiros e conscritos Propaganda Eleitoral Propaganda Eleitoral Conceito: TSE “o ato que leva ao conhecimento geral, ainda que de forma dissimulada, a candidatura, mesmo que apenas postulada, a ação política que se presente desenvolver ou as razões que induzam a concluir que o beneficiário é o mais apto ao exercício da função pública” (Ac. 15.732/MA, DJ de 7/5/1999, Rel. Min. Eduardo Alckmin) O Código Eleitoral traz apenas vedações relativas ao emprego de “meios publicitários destinados a criar, artificialmente, na opinião pública, estados mentais emocionais ou passionais” (art. 242), além da proteção da honra das pessoas (crimes de difamação calúnia e injúria –arts 324 a 326) e também de fatos sabidamente inverídicos – art. 323. Há de se notar, também, que por força da Lei 9504/97 que a liberdade de propaganda eleitoral é ampla, ou seja, não depende de licença ou obtenção de permissão municipal e autorização da Justiça Eleitoral, ressalvando-se outros limites que a Lei 12034/09 impõe, como o limite de tamanho da propaganda a 0,5 m2. Prazo de início da propaganda eleitoral Deve iniciar dia 15 de agosto do ano de eleição (ATENÇÃO: Mudança do art. 240 do CE), sob pena de ser considerada propaganda antecipada com multa de R$5.000,00 ou R$25.000,00 ou o equivalente ao custo da propaganda se o valor for maior. A propaganda eleitoral é proibida desde 48 horas antes do pleito até 24 horas depois. - A propaganda eleitoral deverá qualquer que seja a sua forma ou modalidade, mencionar sempre a legenda partidária e só poderá ser feita em língua nacional, não devendo empregar meios publicitários destinados a criar, artificialmente, na opinião pública, estados mentais, emocionais ou passionais Lei 4.737 de 1965 – Código Eleitoral Art. 240. A propaganda de candidatos a cargos eletivos somente é permitida após o dia 15 de agosto do ano da eleição. (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015) Parágrafo único. É vedada, desde quarenta e oito horas antes até vinte e quatro horas depois da eleição, qualquer propaganda política mediante radiodifusão, televisão, comícios ou reuniões públicas. Art. 241. Toda propaganda eleitoral será realizada sob a responsabilidade dos partidos e por eles paga, imputando-lhes solidariedade nos excessos praticados pelos seus candidatos e adeptos. Parágrafo único. A solidariedade prevista neste artigo é restrita aos candidatos e aos respectivos partidos, não alcançando outros partidos, mesmo quando integrantes de uma mesma coligação. (Incluído pela Lei nº 12.891, de 2013) Art. 242. A propaganda, qualquer que seja a sua forma ou modalidade, mencionará sempre a legenda partidária e só poderá ser feita em língua nacional, não devendo empregar meios publicitários destinados a criar, artificialmente, na opinião pública, estados mentais, emocionais ou passionais. (Redação dada pela Lei nº 7.476, de 15.5.1986) Art. 243. Não será tolerada propaganda: I - de guerra, de processos violentos para subverter o regime, a ordem política e social ou de preconceitos de raça ou de classes; II - que provoque animosidade entre as forças armadas ou contra elas, ou delas contra as classes e instituições civis; III - de incitamento de atentado contra pessoa ou bens; IV - de instigação à desobediência coletiva ao cumprimento da lei de ordem pública; V - que implique em oferecimento, promessa ou solicitação de dinheiro, dádiva, rifa, sorteio ou vantagem de qualquer natureza; VI - que perturbe o sossego público, com algazarra ou abusos de instrumentos sonoros ou sinais acústicos; VII - por meio de impressos ou de objeto que pessoa inexperiente ou rústica possa confundir com moeda; VIII - que prejudique a higiene e a estética urbana ou contravenha a posturas municiais ou a outra qualquer restrição de direito; IX - que caluniar, difamar ou injuriar quaisquer pessoas, bem como órgãos ou entidades que exerçam autoridade pública. § 1º O ofendido por calúnia, difamação ou injúria, sem prejuízo e independentemente da ação penal competente, poderá demandar, no Juízo Civil a reparação do dano moral respondendo por êste o ofensor e, solidariamente, o partido político dêste, quando responsável por ação ou omissão a quem que favorecido pelo crime, haja de qualquer modo contribuído para êle. (Incluído pela Lei nº 4.961, de 4.5.1966) § 2º No que couber aplicar-se-ão na reparação do dano moral, referido no parágrafo anterior, os artigos. 81 a 88 da Lei nº 4.117, de 27 de agôsto de 1962. (Incluído pela Lei nº 4.961, de 4.5.1966) § 3º É assegurado o direito de resposta a quem fôr, injuriado difamado ou caluniado através da imprensa rádio, televisão, ou alto-falante, aplicando-se, no que couber, os artigos. 90 e 96 da Lei nº 4.117, de 27 de agôsto de 1962. (Incluído pela Lei nº 4.961, de 4.5.1966) Propaganda em geral Na propaganda dos candidatos a cargo majoritário, que são presidente da República, governador, prefeito e senador, deverá constar, também, o nome do candidato a vice e dos suplentes de senador, de modo claro e legível, em tamanho não inferior a dez por cento do nome do titular (Lei nº 9.504/97, art. 36, § 4º). A propaganda distribuída na forma de folhetos, volantes e outros impressos não depende da obtenção de licença municipal ou de autorização da Justiça Eleitoral. Todo material de campanha eleitoral impresso (folders, folhetos, santinhos, cartazes, volantes, etc.) deve ser feito sob responsabilidade do partido, coligação ou candidato. Deve também conter o número de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) ou o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do responsável pela confecção, bem como de quem a contratou, e a respectiva tiragem para efeitos de prestação de contas (Lei nº 9.504/97, art. 38, § 1º). Esse tipo de propaganda é permitido até as vinte e duas horas do dia que antecede a eleição (Lei nº 9.504/97, art. 39, § 9º). A fixação de adesivos em veículos particulares é permitida, pois os adesivos se enquadram no conceito de propaganda impressa de qualquer natureza ou tamanho (Res.-TSE nº 23.084, de 10.6.2009). Não depende de licença a realização de propaganda partidária ou eleitoral, em recinto aberto ou fechado, devendo ser feita a devida comunicação à autoridade policial, no mínimo, vinte e quatro horas antes de sua realização, apenas para que esta lhe garanta a prioridade contra quem deseje usar o local no mesmo dia e horário. Propaganda em bens particulares Independe de obtenção de licença municipal ou de autorização da Justiça Eleitoral a veiculação de propaganda eleitoral por meio da fixação de faixas, placas, cartazes, pinturas ou inscrições, desde que não excedam a quatro metros quadrados e que não contrariem a legislação eleitoral (Lei nº 9.504/97, art. 37, § 2º). A veiculação de propaganda eleitoral em bens particulares deve ser espontânea e gratuita, sendo proibido qualquer tipo de pagamento em troca de espaço para essa finalidade. Se não houver a autorização do dono do imóvel, a propaganda se torna irregular, podendo o interessado requerer à Justiça Eleitoral que determine a sua retirada e, se for o caso, a restauração do bem. Propaganda em bens públicos e bens de uso comum É proibida a propaganda nos bens públicos, nos bens cujo uso dependa de cessão ou permissão do poder público e nos bens de uso comum do povo (Lei nº 9.504/97, art. 37). Para fins eleitorais, são bens de uso comum todos os bens públicos de uso do povo e também aqueles a que a população em geral tem acesso, tais como: estradas, praças, postes de iluminação pública e sinalização de tráfego, viadutos, passarelas, pontes, paradas de ônibus, cinemas, clubes, lojas, centros comerciais, templos, ginásios, estádios, banca de revista, ainda que de propriedade privada (Lei nº 9.504/97, art. 37, § 4º). Propaganda nas sedes do Poder Legislativo Nas dependências do Poder Legislativo, a veiculação de propaganda eleitoral fica a critério da Mesa Diretora. Propaganda em vias públicas, árvores e jardins É permitida a colocação de mesas para distribuição de material de campanha e a utilização de bandeiras ao longo das vias públicas, desde que móveis e que não dificultem o bom andamento do trânsito de pessoas e veículos. (Lei nº 9.504/97, art. 37, § 6º). É proibida a propaganda nas árvores e nos jardins localizadosem áreas públicas, bem como em muros, cercas e tapumes divisórios, mesmo que não lhes cause dano (Lei nº 9.504/97, art. 37, § 5º). Propaganda por meio de alto-falante, comício, showmício e trio elétrico É permitido o funcionamento de alto-falantes ou amplificadores de som entre as oito e as vinte e duas horas, sendo proibidos a instalação e o uso desses equipamentos em distância inferior a duzentos metros: das sedes dos poderes Executivo e Legislativo da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios; das sedes dos tribunais; das sedes dos quartéis e outros estabelecimentos militares; dos hospitais e casas de saúde; de escolas, bibliotecas públicas, igrejas e teatros, quando em funcionamento. (Lei nº 9.504/97, art. 39, § 3º) É permitida a realização de comícios com a utilização de aparelhagem de som fixa no local do comício, no horário compreendido entre as oito e as vinte e quatro horas (Lei nº 9.504/97, art. 39, § 4º). - § 4o A realização de comícios e a utilização de aparelhagens de sonorização fixas são permitidas no horário compreendido entre as 8 (oito) e as 24 (vinte e quatro) horas, com exceção do comício de encerramento da campanha, que poderá ser prorrogado por mais 2 (duas) horas. É proibida a realização de showmícios ou evento assemelhado para promoção de candidatos, bem como a apresentação remunerada ou não de artistas com a finalidade de animar comício e reunião eleitoral (Lei nº 9.504/97, art. 39, § 7º). É proibido o uso de trio elétrico em campanhas eleitorais, exceto para a sonorização de comícios (Lei nº 9.504/97, art. 39, § 10). Propaganda mediante distribuição de brindes É proibida a confecção, utilização, distribuição por comitê, candidato, ou com a sua autorização, de camisetas, chaveiros, bonés, canetas, brindes, cestas básicas ou quaisquer outros bens ou materiais que possam proporcionar vantagem ao eleitor (Lei nº 9.504/97, art. 39, § 6º). Propaganda por outdoors, painel eletrônico, backlight e similares É proibida a utilização de outdoors (Lei nº 9.504/97, art. 39, § 8º). O TSE já estabeleceu que painel eletrônico, backlight ou similar são classificados como outdoors, portanto, caracterizam propaganda eleitoral irregular (Res.-TSE nº 23.084 de 10.6.2009). A propaganda eleitoral mediante outbus ou busdoor é terminantemente proibida. Não pode ser veiculada em ônibus porque as empresas de ônibus são concessionárias de serviço público e elas são proibidas de fazer doação em dinheiro, ou estimável em dinheiro, a partido ou candidato (Res.-TSE nº 23.084 de 10.6.2009). Igualmente proibida é a propaganda em táxis, pois se enquadra na mesma situação dos ônibus. Carreata, passeata e carro de som É permitido realizar caminhada, carreata, passeata ou usar carro de som que transite pela cidade, divulgando jingles ou mensagens de candidatos, até as vinte e duas horas do dia que antecede a eleição (Lei nº 9.504/97, art. 39, § 9º). Propaganda na imprensa escrita Até a antevéspera das eleições, são permitidas a divulgação paga e a reprodução na Internet do jornal impresso de até dez anúncios de propaganda eleitoral, por jornal, em datas diversas, para cada candidato, no espaço máximo, por edição, de um oitavo de página de jornal padrão e de um quarto de página de revista ou tabloide (Lei nº 9.504/97, art. 43). Deverá constar, de forma visível, o valor pago pelo anúncio (Lei nº 9.504/97, art. 43, § 1º). Propaganda assemelhada à propaganda pública É proibido, na propaganda eleitoral, o uso de símbolos, frases ou imagens associados ou semelhantes aos empregados por órgão de governo, empresa pública ou sociedade de economia mista (Lei nº 9.504/97, art. 40). Condições de elegibilidade As condições de elegibilidade estão previstas na Constituição Federal, art. 14, § 3º: Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: (...) § 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei: I - a nacionalidade brasileira; II - o pleno exercício dos direitos políticos; III - o alistamento eleitoral; IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; V - a filiação partidária; Regulamento VI - a idade mínima de: a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; d) dezoito anos para Vereador. De forma sucinta, é possível descrever sobre tais requisitos, senão, vejamos. 1. Nacionalidade brasileira: Da necessidade de ser brasileiro, salvo o caso dos portugueses. Tal condição é feita no alistamento eleitoral, por isso, no próprio título já vir tal indicação. 2. Pleno exercício dos direitos políticos: Causas de perda do exercício dos direitos políticos encontram-se no art. 15 da CF: O direito político refere-se à qualidade de votar e ser votado, de participar da vida cívica como cidadão pleno de uma sociedade, é ter o direito de participar das deliberações no âmbito público estatal. Há casos em que há perda, em outros a suspensão de tais direitos. Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; II - incapacidade civil absoluta; III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. · I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado: Cancelado o status de nacional tanto adquirido por estrangeiro, quanto por brasileiro nato, este perderá os direitos políticos. · II - incapacidade civil absoluta: Ou seja, os menores de 16 anos, conforme o Art. 3 do Código civil. · III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos: Sendo tal suspensão dos direito políticos uma consequência imediata da pena, todo aquele que estiver em cumprimento de pena, terá tal punição, devendo o juízo penal comunicar ao eleitoral. Deve ser atentado ao fato de que a suspensão dos direitos políticos só termina quando do cumprimento total da pena, conforme Súmula nº9 do TSE. · IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII: Tais obrigações são comumente exemplificadas com o serviço militar obrigatório e o serviço de jurado. Assim, não cumprindo com a obrigação imposta pela Lei, a pessoa só terá novamente consigo os direitos políticos quando cumprir com o dever em mora. · V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º: A condenação em improbidade administrativa transitada em julgado poderá conter dispositivo que imponha a suspensão dos direitos políticos até o prazo de dez anos. NACIONALIDADE Paulo Bonavides: “é direito comum de quase todas as constituições, como primeira condição de capacidade política, o requisito do vínculo pessoal. Sendo a nacionalidade „condição mínima de vinculação ao país e à coisa pública‟”. É considerado nacional, isto é, pertencente à nação brasileira, aquele que se encontra dentro das hipóteses elencadas no art. 12 da Constituição Federal que prevê: São brasileiros natos: a) Os nascidos em território brasileiro, ainda que de pais estrangeiros, desde que os pais não estejam a serviço de seu país; b) Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviçoda República Federativa do Brasil; c) Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira. São brasileiros naturalizados: a) Aqueles que adquiriram a nacionalidade brasileira, exigindo-se dos originários de países de língua portuguesa apenas residência no Brasil por um ano ininterrupto e idoneidade moral; b) Os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes no Brasil há mais de 15 anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. Ressalte-se que a Lei Maior outorga aos portugueses com residência permanente no Brasil, se houver reciprocidade em favor dos brasileiros, os direitos inerentes a estes, sendo- lhes vedado, porém, o exercício dos cargos privativos dos brasileiros natos. Tais cargos são: presidente e vice-presidente da República, presidente da Câmara dos Deputados, presidente do Senado Federal, ministro do Supremo Tribunal Federal, cargos da carreira diplomática, oficial das Forças Armadas e ministro de Estado da Defesa (art. 12, § 3o, da Constituição Federal).1 Pleno exercício dos direitos políticos Alistamento Eleitoral O Professor Cândido leciona que “o alistamento eleitoral, mais que mero ato de integração do indivíduo ao universo de eleitores, é a viabilização do exercício efetivo da soberania popular, através do voto, e, portanto, a consagração da cidadania”. Nenhum requerimento de inscrição eleitoral ou de transferência será recebido dentro dos cento e cinquenta dias anteriores à data da eleição. São ainda causas de cancelamento do alistamento eleitoral e da exclusão: – a suspensão ou perda dos direitos políticos; – a pluralidade de inscrição; – o falecimento do eleitor; e – o fato de o eleitor deixar de votar em três eleições consecutivas. A ocorrência de qualquer das causas enumeradas acarretará a exclusão do eleitor, que poderá ser promovida ex officio ou a requerimento de delegado de partido ou de qualquer eleitor. Domicílio Eleitoral É domicílio eleitoral o lugar de residência ou moradia do requerente, e, verificado ter o alistando mais de uma, considerar-se-á domicílio qualquer delas. Nesse sentido o TSE entende: “O conceito de domicílio eleitoral não se confunde com o de domicílio do direito comum, regido pelo Direito Civil. Mais flexível e elástico, identifica-se com a residência e o lugar onde o interessado tem vínculos políticos e sociais.” Art. 42. O alistamento se faz mediante a qualificação e inscrição do eleitor. Parágrafo único. Para o efeito da inscrição, é domicílio eleitoral o lugar de residência ou moradia do requerente, e, verificado ter o alistando mais de uma, considerar-se-á domicílio qualquer delas. Para o TSE, a definição de domicílio eleitoral abarca qualquer local com o qual o interessado tem vínculos políticos, sociais, familiares e patrimoniais. Em relação ao vínculo familiar, costuma-se considerar o parentesco até segundo grau(pais, filhos, irmãos e avós). Não se exige para a fixação do domicílio eleitoral sequer a residência. Perfeitamente possível, portanto, para o TSE, que o eleitor resida numa cidade e tenha domicílio eleitoral em outra. O domicílio eleitoral determinará o local onde o indivíduo votará e as eleições a que concorrerá. Assim, o candidato, para concorrer às eleições deverá possuir domicílio eleitoral na circunscrição pertinente por, ao menos, um ano antes do pleito (art. 9° da Lei 9.504/97). Candidatos a vereador, por exemplo, precisam ter domicílio eleitoral no município que está a eleger os integrantes da Câmara. A deputado estadual, federal e distrital e senador, no estado e no Distrito Federal. A presidente, em qualquer lugar do país. Se para o candidato o prazo de mudança de domicílio é de um ano, para o eleitor eventual transferência há de ser feita até 150 dias antes da eleição (art. 91 da LE). Somente será possível transferir o domicílio se o eleitor estiver quite com a Justiça Eleitoral (art. 61 do CE). O pleito de transferência deve ser feito ao juiz eleitoral do domicílio que se pretende ter. Só será admitida se satisfeitos os seguintes requisitos: a) transcurso de um ano do alistamento ou da última transferência (art. 55 do CE e art. 18 da Res. 21538/03 do TSE); b) residência mínima de três meses no novo domicílio declarada, sob as penas da lei, pelo eleitor (Lei n. 6996/82, art. 8º e art. 18, IV da Res. 21538/03); c) prova da quitação com a Justiça Eleitoral. Transferência de domicílio eleitoral Lei 4.737 de 1965 – Código Eleitoral Art. 55. Em caso de mudança de domicílio, cabe ao eleitor requerer ao juiz do novo domicílio sua transferência, juntando o título anterior. § 1º A transferência só será admitida satisfeitas as seguintes exigências: I - entrada do requerimento no cartório eleitoral do novo domicílio até 100 (cem) dias antes da data da eleição. (ATENÇÃO PARA O ART. 91 DA LEI 9504/97 QUE MUDA O ENTENDIMENTO DESSE PRAZO – apontamento nosso) II - transcorrência de pelo menos 1 (um) ano da inscrição primitiva; III - residência mínima de 3 (três) meses no novo domicílio, atestada pela autoridade policial ou provada por outros meios convincentes. § 2º O disposto nos nºs II e III, do parágrafo anterior, não se aplica quando se tratar de transferência de título eleitoral de servidor público civil, militar, autárquico, ou de membro de sua família, por motivo de remoção ou transferência. (Redação dada pela Lei nº 4.961, de 1966 Lei 9504/97 Art. 91. Nenhum requerimento de inscrição eleitoral ou de transferência será recebido dentro dos cento e cinqüenta dias anteriores à data da eleição. Parágrafo único. A retenção de título eleitoral ou do comprovante de alistamento eleitoral constitui crime, punível com detenção, de um a três meses, com a alternativa de prestação de serviços à comunidade por igual período, e multa no valor de cinco mil a dez mil UFIR. Domicílio eleitoral x domicílio civil Domicílio eleitoral e domicílio civil são conceitos distintos que possuem características próprias no Código Civil e no Código Eleitoral. Se para o primeiro, domicílio é o local em que a pessoa se estabelece com ânimo definitivo, admitindo até mesmo a possibilidade de múltiplos domicílios, caso a pessoa tenha mais de uma residência e alterne a moradia, na legislação eleitoral o conceito é diferente. O domicílio eleitoral, embora deva ser único, pode ser também o local em que o eleitor tenha vínculo profissional, familiar ou político. De acordo com Eduardo Alckmin, “Não é uma liberdade total. O eleitor deve demonstrar que ali ele possui o que a lei chama de residência ou moradia. O cidadão tem que ter uma presença física naquela localidade em que pretende se estabelecer como eleitor. Não pode simplesmente se ligar a uma cidade qualquer, por gosto ou opções pessoais e então ali ser eleitor. Ele tem que ter um vínculo”. Filiação Partidária A filiação partidária é o ato pelo qual um eleitor aceita, adota o programa e passa a integrar um partido político. Esse vínculo que se estabelece entre o cidadão e o partido é condição de elegibilidade, conforme disposto no art. 14, § 3º, V, da Constituição Federal. Nos termos do art. 16 da Lei dos Partidos Políticos (Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995), só pode filiar-se a partido o eleitor que estiver no pleno gozo de seus direitos políticos. Para concorrer a cargo eletivo, o eleitor deve estar filiado ao partido há pelo menos seis meses antes da data fixada para as eleições, conforme dispõemos arts. 18 e 20 da referida lei (art. 9º da Lei nº 9.504/1997). As informações sobre relações oficiais de filiados a partidos políticos podem ser obtidas no site do TSE, assim como a emissão de certidão de filiação partidária. Inelegibilidade Inelegibilidades consistem “no obstáculo posto pela Constituição Federal ou por lei complementar ao exercício da cidadania passiva, por certas pessoas, em razão de sua condição ou em face de certas circunstâncias. É a negação do direito de ser representante do povo no Poder”. As inelegibilidades não prejudicam o exercício dos demais direitos políticos, inclusive o de votar, criar ou integrar partidos político, ou propor ação popular. Referem-se aos direitos políticos passivos. Inelegibilidades podem ser: Absolutas: Impedem os direitos políticos passivos para todos os cargos (inalistáveis e analfabetos). As causas de inelegibilidade absolutas “ensejam impedimento para qualquer cargo político-eletivo, independentemente de a eleição ser presidencial, federal, estadual ou municipal”, e consubstanciam- se, por exemplo, pela prática de abuso de poder econômico e político (art. 1°, I, “d”, da LC no 64/1990) ou, ainda, pela rejeição de contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas (art. 1°, I, “g”, da LC no 64/1990). Relativas: Apenas para certos cargos. (funcional e reflexa). As inelegibilidades relativas, por sua vez, causam impedimento apenas quanto a alguns cargos ou impõem restrições à candidatura. Em geral, são baseadas no critério funcional, tornando necessária a desincompatibilização para a disputa de cargo político-eletivo na circunscrição em que o servidor exerce suas funções4. Na hipótese, por exemplo, de um ministro de Estado ter interesse em se candidatar para os cargos de presidente ou vice- presidente da República, deverá se afastar definitivamente de seu cargo até seis meses antes das eleições. Constitucionais: Previstas diretamente na Constituição (analfabetos, dos estrangeiros, dos conscritos, a funcional, a reflexa e a dos militares não precluem) – Podem ser alegadas em qualquer fase do processo eleitoral por meio de impugnação ao pedido de registro e recurso contra a expedição do diploma. Legais (infraconstitucionais) : Provém de lei complementar que dá eficácia ao art. 14, § 9º da CF, precluem, ou seja, devem ser arguidas até a fase do registro da candidatura, exceto se forem causadas por fatos posteriores ao deferimento do registro. As inelegibilidades infraconstitucionais estão fixadas na Lei Complementar no 64/1990 e podem ser classificadas em absolutas (art. 1°, I, “a” até “q”) e relativas (art. 1°, II a VII). Inelegibilidade x Perda e suspensão de direitos políticos Inelegibilidade apenas causa perda dos direitos políticos passivos, enquanto a perda ou suspensão abrange todos os direitos políticos. Inelegibilidade x Condições de elegibilidade A diferença básica entre inelegibilidade e condições de elegibilidade é que a segunda significa que o cidadão preencheu os requisitos constitucionais e legais para se candidatar a determinado cargo, enquanto as inelegibilidades funcionam como condições negativas, impeditivas do cidadão de se candidatar a qualquer cargo. (brasileiro, maior, eleitor, com mais de 35 anos, filiação partidária há pelo menos um ano, domiciliado por igual período no país) – tem condições de elegibilidade Porém se tiver sido Presidente por dois mandatos, é inelegível para o terceiro mandato. Distinções formais: Condições de elegibilidade: Previstas na CF e podem ser complementada por lei ordinária. Inelegibilidade: São previstas na CF e em lei complementar. Inelegibilidade e inabilitação para o exercício de função pública É a inabilitação para o exercício de função pública advinda de condenação por crime de responsabilidade, nos termos do art. 52, § único da CF ou da Lei 1079/50 não tolhe os direitos políticos ativos, porém impede o acesso a qualquer cargo e função pública, não apenas as eletivas. Inelegibilidade funcional dos titulares do Poder Executivo O art. 14, § 5º da CF impede nova candidatura dos titulares do Poder Executivo que, pela segunda vez consecutiva estão ocupando o cargo. O vice que assume em caráter precário não se adequa a essa inelegibilidade. Já o vice que sucede não em caráter precário torna-se inelegível nos termos do supracitado artigo. A inelegibilidade reflexa De acordo com o art. 14, § 7º os parentes consaguíneos e afins até segundo grau são inelegíveis Incompatibilidades É incompatível que alguém exerça uma função pública e, sem se afastar dela, venha a se candidatar a algum cargo eletivo. Para se desincompatibilizar, o candidato a outro cargo deve renunciar aos mandatos até 6 meses antes do pleito (art. 14, § 6º). Tal não vale para a reeleição, segundo entendimento do STF. Inelegibilidades Constitucionais Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: (...) § 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. § 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subseqüente.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997) § 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito. § 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. (...) Inelegibilidades Legais A CF não traz rol fechado de hipóteses de inelegibilidades, permitindo que lei complementar cuide disso, por exemplo: Lei Complementar 64/90 (Ficha Limpa), posteriormente 135/90. Suspensão de inelegibilidade A desconstituição da inelegibilidade se dá com a reforma da decisão condenatória. A suspensão é uma paralisação da eficácia da decisão condenatória em gerar inelegibilidade, enquanto se aguarda apreciaçãoo de recurso. Ação de Impugnação de Registro de Candidatura Tem como objetivo impedir que o impugnado obtenha o registro de sua candidatura. Se já obteve o registro, a procedência definitiva desta impugnação cancelará esse registro e, ainda, se o impugnado já estiver diplomado quando vier o trânsito em julgado da ação procedente, se declarará nula a diplomação, a eleição e o registro, impossibilitando o início ou a continuidade do exercício do mandato (art. 15, da LC 64/90). Lei Complementar 64/90 Art. 15. Transitada em julgado ou publicada a decisão proferida por órgão colegiado que declarar a inelegibilidade do candidato, ser-lhe-á negado registro, ou cancelado, se já tiver sido feito, ou declarado nulo o diploma, se já expedido. (Redação dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010) São legitimados o Ministério Público, partidos (embora qualquer partido político tenha legitimidade para impugnar o registro de um candidato, ele só poderá fazê-lo isoladamente se não estiver inserido em nenhuma coligação, pois, do contrário, terá de fazê-lo por intermédio da coligação a que pertence. ) , coligações e candidatos (basta que tenha sido escolhido pela convenção e tenha seu pedido de registro ajuizado, sendo, destarte, despicienda, o efetivo registro, logo, os candidatosà candidato podem impugnar). Competência: TSE: candidatura presidencial. TRE: candidatura a Senador, Governador, Deputado Federal, Deputado Estadual e Deputado Distrital. Juiz Eleitoral : Prefeito e Vereador. Lei Complementar 64/1990 Art. 2º Compete à Justiça Eleitoral conhecer e decidir as argüições de inelegibilidade. Parágrafo único. A argüição de inelegibilidade será feita perante: I - o Tribunal Superior Eleitoral, quando se tratar de candidato a Presidente ou Vice- Presidente da República; II - os Tribunais Regionais Eleitorais, quando se tratar de candidato a Senador, Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal, Deputado Federal, Deputado Estadual e Deputado Distrital; III - os Juízes Eleitorais, quando se tratar de candidato a Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador. Ao analisar o Texto Constitucional e a Lei Complementar das inelegibilidades, é possível afirmar que existem três grupos de motivos que fundamentam a Ação de Impugnação de Registro de Candidatura, quais sejam: a) Falta de condição de elegibilidade (art. 14, § 3º) , b) causas de inelegibilidade (art. 14, § 4º a 8º e Lei Complementar 64/90 – Ficha Limpa) e c) ausência de requisito formal no pedido de registro de candidatura (art. 11 da Lei 9.504/97). Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME) A ação de impugnação de mandato eletivo é uma ação eleitoral, prevista na Constituição Federal, que tem por objetivo impugnar o mandato obtido com abuso de poder econômico, corrupção ou fraude. Constituição Federal Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: (...) § 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude. § 11. A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé. (...) a) Abuso do poder econômico – abuso é algo que exorbita sua esfera de atuação, indo além do que permite o padrão comum; são fatos que privilegiam os detentores do poder econômico, levando muitos candidatos a serem eleitos pelo seu poder financeiro e não por suas propostas (deve ser entendido como o mau uso do poder econômico); b) Corrupção – Ocorre quando o candidato tenta obter o voto do eleitor através do oferecimento de vantagem, presente ou valor pecuniário, estorvando-o de livremente exercer o seu direito ao voto; c) Fraude – É o engano provocado por dolo, com a intenção deliberada de burlar a lei. Segundo o TSE, o conceito de fraude relaciona-se à votação, como, por exemplo, votar mais de uma vez ou alterar nos mapas as votações dos candidatos. Ou seja, a fraude corresponde ao uso de artimanha, astúcia, ardil ou artifício com o escopo de influenciar o resultado das eleições.
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