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Roteiro de Direito Eleitoral

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Roteiro de Direito Eleitoral 
 
ATENÇÃO: ESSE MATERIAL NÃO SUBSTITUI NEM LIMITA O ESTUDO DO 
MATERIAL DIDÁTICO INDICADO LOGO ABAIXO, É UM RESUMO, UM 
APANHADO GERAL, QUE DEVERÁ SERVIR TÃO SOMENTE COMO ROTEIRO 
DE ESTUDO, SEM O CONDÃO DE LIMITAR A MATÉRIA DE DIREITO 
ELEITORAL CONTIDA NO PLANO DE ENSINO DISPOSTO NA EXTRANET. 
 
MATERIAL DIDÁTICA E BIBLIOGRAFIA BÁSICA 
 
• MENDES, Gilmar Ferreira, COELHO, Inocêncio Mártires e BRANCO, Paulo 
Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. 7ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2012. 
• MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 28ª Ed. São Paulo: Atlas, 
2012. 
• SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 35ª Ed. 
São Paulo: Malheiros, 2012. 
 
 
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 
 
• BARROSO, Luis Roberto. Curso de Direito Constitucional contemporâneo. 
4a ed. São Paulo: Saraiva, 2014. 
• CANOTILHO, J.J. Gomes. Direitos Fundamentais Sociais. São Paulo, Saraiva, 
2010. 
• DAVID ARAUJO, Luiz Alberto e SERRANO NUNES JÚNIOR, Vidal. Curso de 
Direito Constitucional. 14ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2010. 
• MORAES, Alexandre de. Constituição do Brasil interpretada e legislação 
constitucional. 9a ed. São Paulo: Atlas, 2013. 
• BULOS, Uadi Lammegos; e FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves, Curso de 
Direito Constitucional, 7ª. Edição, São Paulo: Saraiva, 2012. 
 
Legislação Atinente (mais utilizada) 
 
Constituição Federal 
 
Lei 4.737 de 1965 – Código Eleitoral (Modificada pela Lei 13.165 de 2015) 
 
(Verificar o seguinte artigo para saber se o seu código está atualizado: 
Art. 240. A propaganda de candidatos a cargos eletivos somente é permitida 
após o dia 15 de agosto do ano da eleição.) 
 
Lei 9.504 de 1997 - Estabelece normas para as eleições. 
 
Lei Complementar 60 de 1990. 
 
 
 
 
 
Introdução ao Estado Democrático de Direito 
 
 
Princípio da Soberania Popular 
 
Soberania popular, de acordo com Uadi Lammêgo Bulos, “... é a qualidade 
máxima do poder extraída da soma dos atributos de cada membro da sociedade 
estatal, encarregado de escolher os seus representantes no governo por meio do 
sufrágio universal e do voto direto, secreto e igualitário” 
 
Base Legal: 
 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e 
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como 
fundamentos: 
 
I - a soberania; 
 
II - a cidadania 
 
III - a dignidade da pessoa humana; 
 
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
 
V - o pluralismo político. 
 
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes 
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. 
 
O principio da soberania popular se manifesta tanto quando o povo, diretamente, 
faz as leis (a exemplo do que ocorria na sociedade ateniense), como também 
quando o povo elege aqueles que agem em seu nome e sob sua vigilância 
imediata. 
 
A Soberania Popular não é exercida apenas pelo exercício do direito do voto: 
 
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, 
com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: 
I – plebiscito; 
II – referendo; 
III – iniciativa popular. 
 
(Constituição Federal) 
 
 
Princípio da Igualdade (Isonomia) 
 
No Direito Eleitoral aplica-se a igualdade material com mais força, ou seja, a 
isonomia aristotélica que consiste no brocardo de “tratar os iguais igualmente e 
os desiguais desigualmente, na medida de suas desigualdades”. 
 
O art. XXI, item 1, da Declaração Universal dos Direitos Humanos estabelece que: 
Toda pessoa tem o direito de tomar parte no governo de seu país, diretamente 
ou por intermédio de representantes livremente escolhidos. 
 
Já o art. 5º da Constituição estipula que: 
 
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se 
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à 
(...) igualdade (...). (igualdade formal) 
 
De acordo com a organização internacional União Interparlamentar, o Brasil 
ocupa a 146ª posição no ranking de participação das mulheres nos parlamentos. 
(fonte: JB online) 
 
A participação feminina na Câmara dos Deputados Federais não chega sequer a 
10% do total. 
 
O tratamento legal da matéria foi alterado substancialmente desde a edição da 
Lei no 12.034/2009 (A Lei da Reforma Eleitoral) que mudou a redação do 
sobrecitado parágrafo para dar-lhe o seguinte teor.” 
 
Do número de vagas resultante das regras previstas neste artigo, cada partido ou 
coligação preencherá o mínimo de 30% (trinta por cento) e o máximo de 70% 
(setenta por cento) para candidaturas de cada sexo.” 
 
 
Classificação dos Direitos Políticos 
 
Pedro Lenza: “Os direitos políticos nada mais são do que instrumentos por meio 
dos quais a CF garante o exercício da soberania popular, atribuindo poderes aos 
cidadãos para interferirem na condução da coisa pública, seja direta, seja 
indiretamente.” 
 
 
Direitos Políticos Positivos 
 
Sylvio Clemente da Motta Filho: “além disso, existem os direitos políticos 
positivos, cujo âmago é o direito de sufrágio e suas consequências, ladeado pelo 
direito de ser eleito, exercer sua atividade política e assumir encargos públicos. 
Direitos políticos negativos são os que importam na privação na qualidade de 
eleitor (cidadão)”. 
 
Alexandre de Moraes: “É um direito público subjetivo de natureza política, que 
tem o cidadão de eleger, ser eleito e de participar da organização e da atividade 
do poder estatal”. 
 
Divide-se, basicamente em capacidade eleitoral ativa e capacidade eleitoral 
passiva. 
 
- Capacidade eleitoral ativa – Votar; 
- Capacidade eleitoral passiva – Ser votado; 
 
 
Direito Políticos Negativos 
 
Armando Antonio Sobreiro Neto: “por direitos políticos negativos se entende o 
rol de disposições constitucionais que impõe óbice ao direito de participação no 
processo político (sufrágio ativo ou passivo) e ao direito de alcance às funções 
públicas. 
 
José Afonso da Silva: “São negativos precisamente porque consistem no conjunto 
de regras que negam, ao cidadão, o direito de eleger, ou de ser eleito, ou de 
exercer atividade político-partidária ou de exercer função pública. Trata-se das 
regras de inelegibilidade e de perda ou suspensão dos direitos políticos”. 
 
 
Órgãos e Composição da Justiça Eleitoral 
 
De acordo com os artigos 92, V, e 118, I a IV, da Constituição Federal, a Justiça 
Eleitoral é composta pelo Tribunal Superior Eleitoral, pelos Tribunais Regionais 
Eleitorais, pelos juízes eleitorais e pelas juntas eleitorais. 
 
 
 
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: 
 
(...) 
 
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais; 
 
(...) 
 
Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral: 
 
I - o Tribunal Superior Eleitoral; 
 
II - os Tribunais Regionais Eleitorais; 
 
III - os Juízes Eleitorais; 
 
IV - as Juntas Eleitorais. 
 
(Constituição Federal) 
 
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) 
 
Tem sede em Brasília e jurisdição em todo o território nacional, é composto de 
sete membros. 
 
Nos termos do art. 119, da Constituição Federal, a composição desse tribunal 
envolve: três juízes dentre os ministros do Supremo Tribunal Federal - STF; dois 
juiźes dentre os ministros do Superior Tribunal de Justiça - STJ; e dois juízes, 
nomeados pelo presidente da República e escolhidos dentre seis advogados 
indicados pelo STF. O presidente e o vice-presidente do TSE são eleitos dentre os 
ministros do STF, e o corregedor eleitoral é eleito dentre os ministros do STJ. 
 
Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, 
escolhidos: 
 
I - mediante eleição, pelo voto secreto: 
 
a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça; 
 
II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de notável saber 
jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal. 
 
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente dentre 
os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do 
Superior Tribunal de Justiça. 
 
(Constituição Federal) 
 
Tribunal Regional Eleitoral (TRE) 
 
Há um Tribunal Regional Eleitoral - TRE na capital de cada Estado e um no 
Distrito Federal. Assim como o Tribunal Superior Eleitoral, os Tribunais 
Regionais Eleitorais também são compostos por sete membros, conforme prevê 
o art. 120 da Constituição Federal. 
 
Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito Federal. 
 
§ 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão: 
 
I - mediante eleição, pelo voto secreto: 
 
a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça; 
 
b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça; 
 
II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal, 
ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal 
respectivo; 
 
III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de notável 
saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça. 
 
§ 2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente- dentre os 
desembargadores. 
 
(Constituição Federal) 
 
 
A escolha dos juízes que compõem os TREs ocorre da seguinte forma: 
 
a) dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça – TJ, 
escolhidos por esse tribunal; 
b) dois juízes dentre os juízes de direito, escolhidos, também, pelo TJ; 
c) um juiz federal indicado pelo Tribunal Regional Federal - TRF; 
d) dois juízes nomeados pelo presidente da República e escolhidos dentre 
seis advogados indicados pelo TJ; 
 
Juízes eleitorais 
 
A Justiça Eleitoral não tem juízes investidos de forma permanente na jurisdição 
eleitoral, dessa forma, quem exerce as funções eleitorais são juízes de direito 
designados pelo período mínimo de dois anos e máximo de quatro anos 
consecutivos. 
 
Diante disso, os juízes eleitorais são juízes de direito pertencentes à Justiça 
Estadual e designados pelo TRE para presidir as zonas eleitorais. Tais juízes 
exercem as funções eleitorais de modo cumulativo com a jurisdição comum. 
 
Juntas eleitorais 
 
Entende-se por juntas eleitorais os órgãos colegiados de atuação provisória 
constituídos 60 dias antes das eleições e extintos logo após o fim dos seus 
trabalhos. As juntas atuam tão somente nas fases finais do processo eleitoral e 
têm como trabalho principal a apuração e totalização dos votos. Nas eleições 
municipais, as juntas permanecem até a proclamação dos resultados das eleições 
e a diplomação dos eleitos. 
 
De acordo com o art. 36 do Código Eleitoral, as juntas contam com um juiz de 
direito (que geralmente é o juiz eleitoral e exerce a função de presidente) e com 
dois ou quatro membros titulares e dois suplentes (que serão cidadãos da 
comunidade que tenham reconhecidas suas qualidades e capacidade para 
desempenhar a atividade). 
 
Não podem ser nomeados como membros das juntas: 
a) candidatos, seu cônjuge e seus parentes, ainda que por afinidade, até o 
segundo grau, inclusive; 
b) dirigentes de partidos políticos; 
c) autoridades; agentes policiais; funcionários no desempenho de cargos de 
confiança do Executivo; 
d) Os que pertencerem ao serviço eleitoral; 
 
Devemos lembrar que as funções das juntas eleitorais estão diretamente 
relacionadas com a apuração de votos, ou seja, elas só funcionam plenamente em 
casos de uso da urna tradicional, o que demonstra que, atualmente, com o 
advento da urna eletrônica e da apuração informatizada, suas funções ficaram 
um pouco esvaziadas. Porém, independentemente disso, a competência para 
expedição dos diplomas dos prefeitos, vice-prefeitos e vereadores, ainda é da 
junta eleitoral, e o diploma é expedido pelo juiz eleitoral no papel de presidente 
da junta. 
 
Art. 36. Compor-se-ão as juntas eleitorais de um juiz de direito, que será o presidente, e de 2 
(dois) ou 4 (quatro) cidadãos de notória idoneidade. 
 
 § 1º Os membros das juntas eleitorais serão nomeados 60 (sessenta) dia antes da eleição, 
depois de aprovação do Tribunal Regional, pelo presidente deste, a quem cumpre também 
designar-lhes a sede. 
 
 § 2º Até 10 (dez) dias antes da nomeação os nomes das pessoas indicadas para compor as 
juntas serão publicados no órgão oficial do Estado, podendo qualquer partido, no prazo de 3 
(três) dias, em petição fundamentada, impugnar as indicações. 
 
 § 3º Não podem ser nomeados membros das Juntas, escrutinadores ou auxiliares: 
 
 I - os candidatos e seus parentes, ainda que por afinidade, até o segundo grau, inclusive, e 
bem assim o cônjuge; 
 
 II - os membros de diretorias de partidos políticos devidamente registrados e cujos nomes 
tenham sido oficialmente publicados; 
 
 III - as autoridades e agentes policiais, bem como os funcionários no desempenho de cargos 
de confiança do Executivo; 
 
 IV - os que pertencerem ao serviço eleitoral. 
 
(Lei 4.737 de 1965 – Código Eleitoral) 
 
Funções da Justiça Eleitoral 
 
A Justiça Eleitoral desempenha quatro funções: jurisdicional, administrativa, 
normativa e consultiva. 
 
Função jurisdicional 
 
A função jurisdicional, para solucionar os conflitos de interesses e zelar pela 
uniformidade das decisões da Justiça Eleitoral, se atém ao julgamento de casos 
referentes ao processo eleitoral, como por exemplo: pedidos de registro de 
candidatos; representações sobre propaganda eleitoral; ações para apuração de 
crimes eleitorais, captação ilícita de sufrágio, etc... 
 
Portanto, sempre for trazida alguma demanda à Justiça Eleitoral, esta exercitará 
sua função jurisdicional, por seus juízes que aplicarão, ao caso concreto, o 
direito. 
 
Função administrativa 
 
Essa função da Justiça Eleitoral desempenha papel relevante, pois os atos 
preparatórios das eleições são dispendiosos e consomem dinheiro, material e 
força de trabalho de inúmeros servidores. É a Justiça Eleitoral que administra 
todo o processo eleitoral, ou seja, é ela que prepara, organiza e administra todas 
as etapas a ele relacionadas. A função administrativa é caracterizada pela 
inexistência de conflito ou lide para ser resolvida. Logo, a função administrativa é 
responsável, dentre outras coisas, pelo alistamento de eleitores, emissão de 
título eleitoral, transferência de domicílio, fixação de local de votação, nomeação 
de mesários, apuração de votos e expedição de diplomas aos eleitos. 
 
Função consultiva 
 
Essa competência da Justiça Eleitoral encontra-se prevista nos artigos 23, XII, e 
30, VIII, do Código Eleitoral, e determina que o Tribunal Superior Eleitoral e os 
Tribunais Regionais Eleitorais devem responder a questionamentos sobre 
assuntos relacionados à matéria eleitoral. As questões formuladas não podem ter 
relação ou semelhança com casos concretos e devem ser respondidas pelo TSE, 
desde que feitas por autoridade com jurisdição federal ou órgão nacional de 
partido político, ou pelos Tribunais Regionais Eleitorais, desde que demandas 
por autoridade pública ou partido político. As respostas às consultas não 
vinculam outros tribunais ou juízes, contudo, na prática, são usadas como 
referência e fundamento para casossimilares. 
 
Art. 23 - Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior, 
 
 (...) 
 
 XII - responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas em tese por 
autoridade com jurisdição, federal ou órgão nacional de partido político; 
 
 (...) 
 
 
Art. 30. Compete, ainda, privativamente, aos Tribunais Regionais: 
 
(...) 
 
 VIII - responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas, em tese, por 
autoridade pública ou partido político; 
 
(...) 
 
(Lei 4.737 de 1965 – Código Eleitoral) 
 
Função normativa 
 
Refere-se à competência para expedir instruções para a fiel execução da 
legislação eleitoral. A resolução da Justiça Eleitoral apresenta natureza de ato-
regra, uma vez que cria situações gerais, abstratas e impessoais, modificáveis 
pela vontade do órgão que a produziu. A função normativa da Justiça Eleitoral é 
prevista no Código Eleitoral, no seu artigo 1o, parágrafo único, e nos artigos 23, 
IX, e 105, da Lei no 9.504/1975. 
 
Lei 4.737 de 1965 – Código Eleitoral 
 
Art. 1º Este Código contém normas destinadas a assegurar a organização e o exercício de direitos 
políticos precipuamente os de votar e ser votado. 
 
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral expedirá Instruções para sua fiel execução. 
 
(...) 
 
Art. 23 - Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior, 
 
(...) 
 
IX - expedir as instruções que julgar convenientes à execução deste Código; 
 
(...) 
 
 
 
Lei 9.504 de 1997 – Normas Gerais de Eleição 
 
Art. 105. Até o dia 5 de março do ano da eleição, o Tribunal Superior Eleitoral, atendendo ao 
caráter regulamentar e sem restringir direitos ou estabelecer sanções distintas das previstas 
nesta Lei, poderá expedir todas as instruções necessárias para sua fiel execução, ouvidos, 
previamente, em audiência pública, os delegados ou representantes dos partidos políticos. 
 
(...) 
 
 
 
O VOTO 
 
Características do voto. 
 
 
 O voto deve ser: 
 
a) direto; 
b) secreto; 
c) obrigatório; 
d) universal; 
e) periódico; 
f) com valor igual para todos; 
 
Com exceção da obrigatoriedade do voto, todas as demais características são 
imutáveis, eis que a doutrina majoritária entende que ganharam condição de 
cláusulas pétreas constitucionais (CF/88, arts. 14 e art. 60, § 4º, II, IV). 
 
Elementos Inerentes ao Exercício do Voto 
 
Direitos Políticos 
 
Os direitos políticos são aqueles que credenciam o cidadão para exercer o poder 
ou participar da escolha dos responsáveis pelo comando do Estado, conduzindo-
o ao progresso econônico e social. A aptidão para seu exercício se dá através do 
alistamento. 
 
A doutrina apresenta variados conceitos, senão vejamos: 
 
Capacidade Eleitoral 
 
A capacidade eleitoral é o segundo elemento inerente ao exercício do voto, haja 
vista ser a aptidão para a prática dos direitos políticos, sendo os de maior 
expressão o direito de votar e de ser votado. 
 
Para que o indivíduo tenha a capacidade eleitoral é necessário que ele seja 
brasileiro, nato ou naturalizado; maior de 18 anos, regra geral; estar habilitado 
para à prática dos atos da vida civil, como determina o art. 5° do Código Civil, Lei 
n° 10.406, de 10 de janeiro de 2002; estar no gozo dos direitos políticos e 
devidamente alistado perante à Justiça Eleitoral. 
 
A capacidade eleitoral é divida em ativa e passiva: 
 
Capacidade eleitoral ativa - Consiste na prerrogativa assegurada a cada cidadão 
de escolher, através do voto, os representantes que, durante certo período, 
conduzirão a chefia do Governo ou integrarão o Poder Legislativo. (...) A 
capacidade eleitoral ativa, que se visualiza no direito de votar (jus singuli), é 
adquirida através do alistamento eleitoral. 
 
Capacidade eleitoral passiva - se materializa no direito de ser votado (jus 
honorum). (...) Traduz-se na prerrogativa de o cidadão submeter seu nome à 
avaliação do eleitorado, por ocasião da escolha, através do processo eleitoral, 
daqueles que devem exercer funções eletivas. (...) Já a capacidade eleitoral 
passiva exige para sua aquisição, além do alistamento eleitoral, outros requisitos 
que são denominados “condições de elegibilidade” 
 
 
Sufrágio x Voto 
 
Inicialmente, cumpre ressaltar que sufrágio e voto são comumente empregados 
como sinônimos, contudo a Constituição Federal dá-lhes sentidos diferentes, haja 
vista ser o primeiro, o sufrágio, um direito público subjetivo de natureza política 
e o segundo, o voto, o instrumento de exercício daquele. 
 
Obrigatoriedade do voto 
 
Para quem o voto é obrigatório, o seu não-exercício implica sérias restrições, 
pois sem a prova de que votou na última eleição, pagou a respectiva multa ou 
justificou a ausência no prazo legal, não poderá o eleitor: 
 
Lei 4.737 de 1965 – Código Eleitoral 
 
Art. 7º O eleitor que deixar de votar e não se justificar perante o juiz eleitoral até 30 (trinta) dias 
após a realização da eleição, incorrerá na multa de 3 (três) a 10 (dez) por cento sobre o salário-
mínimo da região, imposta pelo juiz eleitoral e cobrada na forma prevista no art. 367. 
(Redação dada pela Lei nº 4.961, de 1966) 
 
§ 1º Sem a prova de que votou na última eleição, pagou a respectiva multa ou de que se justificou 
devidamente, não poderá o eleitor: 
 
I - inscrever-se em concurso ou prova para cargo ou função pública, investir-se ou empossar-se 
neles; 
 
II - receber vencimentos, remuneração, salário ou proventos de função ou emprego público, 
autárquico ou para estatal, bem como fundações governamentais, empresas, institutos e 
sociedades de qualquer natureza, mantidas ou subvencionadas pelo governo ou que exerçam 
serviço público delegado, correspondentes ao segundo mês subsequente ao da eleição; 
 
III - participar de concorrência pública ou administrativa da União, dos Estados, dos Territórios, 
do Distrito Federal ou dos Municípios, ou das respectivas autarquias; 
 
 IV - obter empréstimos nas autarquias, sociedades de economia mista, caixas econômicas 
federais ou estaduais, nos institutos e caixas de previdência social, bem como em qualquer 
estabelecimento de crédito mantido pelo governo, ou de cuja administração este participe, e com 
essas entidades celebrar contratos; 
 
 V - obter passaporte ou carteira de identidade; 
 
 VI - renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial ou fiscalizado pelo governo; 
 
 VII - praticar qualquer ato para o qual se exija quitação do serviço militar ou imposto de renda. 
 
Conforme se depreende do texto legal, não são aplicáveis a todos os eleitores 
que não estão quites com a Justiça Eleitoral, mas apenas àqueles que não estão 
quites por não terem votado ou justificado a ausência no prazo legal. 
 
Alistamento Eleitoral 
 
Alistamento eleitoral é a inscrição nacional que o cidadão faz perante a Justiça 
Eleitoral, comprovado todos os requisitos legais. 
 
 
Obrigatório Facultativo Proibido 
entre 18 e 70 
anos 
- maiores de 16 e menores de 18 
anos 
- analfabetos 
- maiores de 70 anos 
para estrangeiros e 
conscritos 
 
Propaganda Eleitoral 
 
Propaganda Eleitoral 
 
Conceito: 
 
TSE 
“o ato que leva ao conhecimento geral, ainda que de forma dissimulada, a 
candidatura, mesmo que apenas postulada, a ação política que se presente 
desenvolver ou as razões que induzam a concluir que o beneficiário é o mais apto 
ao exercício da função pública” (Ac. 15.732/MA, DJ de 7/5/1999, Rel. Min. 
Eduardo Alckmin) 
 
O Código Eleitoral traz apenas vedações relativas ao emprego de “meios 
publicitários destinados a criar, artificialmente, na opinião pública, estados 
mentais emocionais ou passionais” (art. 242), além da proteção da honra das 
pessoas (crimes de difamação calúnia e injúria –arts 324 a 326) e também de 
fatos sabidamente inverídicos – art. 323. 
 
Há de se notar, também, que por força da Lei 9504/97 que a liberdade de 
propaganda eleitoral é ampla, ou seja, não depende de licença ou obtenção de 
permissão municipal e autorização da Justiça Eleitoral, ressalvando-se outros 
limites que a Lei 12034/09 impõe, como o limite de tamanho da propaganda a 
0,5 m2. 
 
Prazo de início da propaganda eleitoral 
 
Deve iniciar dia 15 de agosto do ano de eleição (ATENÇÃO: Mudança do art. 240 
do CE), sob pena de ser considerada propaganda antecipada com multa de 
R$5.000,00 ou R$25.000,00 ou o equivalente ao custo da propaganda se o valor 
for maior. 
 
A propaganda eleitoral é proibida desde 48 horas antes do pleito até 24 horas 
depois. 
 
- A propaganda eleitoral deverá qualquer que seja a sua forma ou modalidade, 
mencionar sempre a legenda partidária e só poderá ser feita em língua nacional, 
não devendo empregar meios publicitários destinados a criar, artificialmente, na 
opinião pública, estados mentais, emocionais ou passionais 
 
Lei 4.737 de 1965 – Código Eleitoral 
 
Art. 240. A propaganda de candidatos a cargos eletivos somente é permitida após o dia 15 de 
agosto do ano da eleição. (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015) 
 
 Parágrafo único. É vedada, desde quarenta e oito horas antes até vinte e quatro horas depois 
da eleição, qualquer propaganda política mediante radiodifusão, televisão, comícios ou reuniões 
públicas. 
 
 Art. 241. Toda propaganda eleitoral será realizada sob a responsabilidade dos partidos e por 
eles paga, imputando-lhes solidariedade nos excessos praticados pelos seus candidatos e 
adeptos. 
 
 Parágrafo único. A solidariedade prevista neste artigo é restrita aos candidatos e aos 
respectivos partidos, não alcançando outros partidos, mesmo quando integrantes de uma mesma 
coligação. (Incluído pela Lei nº 12.891, de 2013) 
 
Art. 242. A propaganda, qualquer que seja a sua forma ou modalidade, mencionará sempre a 
legenda partidária e só poderá ser feita em língua nacional, não devendo empregar meios 
publicitários destinados a criar, artificialmente, na opinião pública, estados mentais, emocionais 
ou passionais. (Redação dada pela Lei nº 7.476, de 15.5.1986) 
 
Art. 243. Não será tolerada propaganda: 
 I - de guerra, de processos violentos para subverter o regime, a ordem política e social ou de 
preconceitos de raça ou de classes; 
 II - que provoque animosidade entre as forças armadas ou contra elas, ou delas contra as 
classes e instituições civis; 
 III - de incitamento de atentado contra pessoa ou bens; 
 IV - de instigação à desobediência coletiva ao cumprimento da lei de ordem pública; 
 V - que implique em oferecimento, promessa ou solicitação de dinheiro, dádiva, rifa, sorteio 
ou vantagem de qualquer natureza; 
 VI - que perturbe o sossego público, com algazarra ou abusos de instrumentos sonoros ou 
sinais acústicos; 
 VII - por meio de impressos ou de objeto que pessoa inexperiente ou rústica possa confundir 
com moeda; 
 VIII - que prejudique a higiene e a estética urbana ou contravenha a posturas municiais ou a 
outra qualquer restrição de direito; 
 IX - que caluniar, difamar ou injuriar quaisquer pessoas, bem como órgãos ou entidades que 
exerçam autoridade pública. 
 § 1º O ofendido por calúnia, difamação ou injúria, sem prejuízo e independentemente da ação 
penal competente, poderá demandar, no Juízo Civil a reparação do dano moral respondendo por 
êste o ofensor e, solidariamente, o partido político dêste, quando responsável por ação ou 
omissão a quem que favorecido pelo crime, haja de qualquer modo contribuído para êle. 
(Incluído pela Lei nº 4.961, de 4.5.1966) 
 § 2º No que couber aplicar-se-ão na reparação do dano moral, referido no parágrafo anterior, 
os artigos. 81 a 88 da Lei nº 4.117, de 27 de agôsto de 1962. (Incluído pela Lei nº 4.961, de 
4.5.1966) 
 § 3º É assegurado o direito de resposta a quem fôr, injuriado difamado ou caluniado através 
da imprensa rádio, televisão, ou alto-falante, aplicando-se, no que couber, os artigos. 90 e 96 da 
Lei nº 4.117, de 27 de agôsto de 1962. (Incluído pela Lei nº 4.961, de 4.5.1966) 
 
Propaganda em geral 
 
Na propaganda dos candidatos a cargo majoritário, que são presidente da 
República, governador, prefeito e senador, deverá constar, também, o nome do 
candidato a vice e dos suplentes de senador, de modo claro e legível, em tamanho 
não inferior a dez por cento do nome do titular (Lei nº 9.504/97, art. 36, § 4º). 
 
A propaganda distribuída na forma de folhetos, volantes e outros impressos não 
depende da obtenção de licença municipal ou de autorização da Justiça Eleitoral. 
Todo material de campanha eleitoral impresso (folders, folhetos, santinhos, 
cartazes, volantes, etc.) deve ser feito sob responsabilidade do partido, coligação 
ou candidato. Deve também conter o número de inscrição no Cadastro Nacional 
da Pessoa Jurídica (CNPJ) ou o número de inscrição no Cadastro de Pessoas 
Físicas (CPF) do responsável pela confecção, bem como de quem a contratou, e a 
respectiva tiragem para efeitos de prestação de contas (Lei nº 9.504/97, art. 38, 
§ 1º). 
 
Esse tipo de propaganda é permitido até as vinte e duas horas do dia que 
antecede a eleição (Lei nº 9.504/97, art. 39, § 9º). 
 
A fixação de adesivos em veículos particulares é permitida, pois os adesivos se 
enquadram no conceito de propaganda impressa de qualquer natureza ou 
tamanho (Res.-TSE nº 23.084, de 10.6.2009). 
 
Não depende de licença a realização de propaganda partidária ou eleitoral, em 
recinto aberto ou fechado, devendo ser feita a devida comunicação à autoridade 
policial, no mínimo, vinte e quatro horas antes de sua realização, apenas para 
que esta lhe garanta a prioridade contra quem deseje usar o local no mesmo dia 
e horário. 
 
Propaganda em bens particulares 
 
Independe de obtenção de licença municipal ou de autorização da Justiça 
Eleitoral a veiculação de propaganda eleitoral por meio da fixação de faixas, 
placas, cartazes, pinturas ou inscrições, desde que não excedam a quatro metros 
quadrados e que não contrariem a legislação eleitoral (Lei nº 9.504/97, art. 37, § 
2º). 
 
A veiculação de propaganda eleitoral em bens particulares deve ser espontânea e 
gratuita, sendo proibido qualquer tipo de pagamento em troca de espaço para 
essa finalidade. Se não houver a autorização do dono do imóvel, a propaganda se 
torna irregular, podendo o interessado requerer à Justiça Eleitoral que 
determine a sua retirada e, se for o caso, a restauração do bem. 
 
 
Propaganda em bens públicos e bens de uso comum 
 
É proibida a propaganda nos bens públicos, nos bens cujo uso dependa de cessão 
ou permissão do poder público e nos bens de uso comum do povo (Lei nº 
9.504/97, art. 37). 
 
Para fins eleitorais, são bens de uso comum todos os bens públicos de uso do 
povo e também aqueles a que a população em geral tem acesso, tais como: 
estradas, praças, postes de iluminação pública e sinalização de tráfego, viadutos, 
passarelas, pontes, paradas de ônibus, cinemas, clubes, lojas, centros comerciais, 
templos, ginásios, estádios, banca de revista, ainda que de propriedade privada 
(Lei nº 9.504/97, art. 37, § 4º). 
 
Propaganda nas sedes do Poder Legislativo 
Nas dependências do Poder Legislativo, a veiculação de propaganda eleitoral fica 
a critério da Mesa Diretora. 
 
Propaganda em vias públicas, árvores e jardins 
 
É permitida a colocação de mesas para distribuição de material de campanha e a 
utilização de bandeiras ao longo das vias públicas, desde que móveis e que não 
dificultem o bom andamento do trânsito de pessoas e veículos. (Lei nº 9.504/97, 
art. 37, § 6º). 
 
É proibida a propaganda nas árvores e nos jardins localizadosem áreas públicas, 
bem como em muros, cercas e tapumes divisórios, mesmo que não lhes cause 
dano (Lei nº 9.504/97, art. 37, § 5º). 
 
 
Propaganda por meio de alto-falante, comício, showmício e trio elétrico 
 
É permitido o funcionamento de alto-falantes ou amplificadores de som entre as 
oito e as vinte e duas horas, sendo proibidos a instalação e o uso desses 
equipamentos em distância inferior a duzentos metros: 
das sedes dos poderes Executivo e Legislativo da União, dos estados, do Distrito 
Federal e dos municípios; 
das sedes dos tribunais; 
das sedes dos quartéis e outros estabelecimentos militares; 
dos hospitais e casas de saúde; 
de escolas, bibliotecas públicas, igrejas e teatros, quando em funcionamento. 
(Lei nº 9.504/97, art. 39, § 3º) 
 
É permitida a realização de comícios com a utilização de aparelhagem de som 
fixa no local do comício, no horário compreendido entre as oito e as vinte e 
quatro horas (Lei nº 9.504/97, art. 39, § 4º). - § 4o A realização de comícios e a 
utilização de aparelhagens de sonorização fixas são permitidas no horário 
compreendido entre as 8 (oito) e as 24 (vinte e quatro) horas, com exceção do 
comício de encerramento da campanha, que poderá ser prorrogado por mais 2 
(duas) horas. 
 
É proibida a realização de showmícios ou evento assemelhado para promoção de 
candidatos, bem como a apresentação remunerada ou não de artistas com a 
finalidade de animar comício e reunião eleitoral (Lei nº 9.504/97, art. 39, § 7º). 
 
É proibido o uso de trio elétrico em campanhas eleitorais, exceto para a 
sonorização de comícios (Lei nº 9.504/97, art. 39, § 10). 
 
Propaganda mediante distribuição de brindes 
 
É proibida a confecção, utilização, distribuição por comitê, candidato, ou com a 
sua autorização, de camisetas, chaveiros, bonés, canetas, brindes, cestas básicas 
ou quaisquer outros bens ou materiais que possam proporcionar vantagem ao 
eleitor (Lei nº 9.504/97, art. 39, § 6º). 
 
Propaganda por outdoors, painel eletrônico, backlight e similares 
 
É proibida a utilização de outdoors (Lei nº 9.504/97, art. 39, § 8º). O TSE já 
estabeleceu que painel eletrônico, backlight ou similar são classificados como 
outdoors, portanto, caracterizam propaganda eleitoral irregular (Res.-TSE nº 
23.084 de 10.6.2009). 
 
A propaganda eleitoral mediante outbus ou busdoor é terminantemente 
proibida. Não pode ser veiculada em ônibus porque as empresas de ônibus são 
concessionárias de serviço público e elas são proibidas de fazer doação em 
dinheiro, ou estimável em dinheiro, a partido ou candidato (Res.-TSE nº 23.084 
de 10.6.2009). 
 
Igualmente proibida é a propaganda em táxis, pois se enquadra na mesma 
situação dos ônibus. 
 
Carreata, passeata e carro de som 
 
É permitido realizar caminhada, carreata, passeata ou usar carro de som que 
transite pela cidade, divulgando jingles ou mensagens de candidatos, até as vinte 
e duas horas do dia que antecede a eleição (Lei nº 9.504/97, art. 39, § 9º). 
 
Propaganda na imprensa escrita 
 
Até a antevéspera das eleições, são permitidas a divulgação paga e a reprodução 
na Internet do jornal impresso de até dez anúncios de propaganda eleitoral, por 
jornal, em datas diversas, para cada candidato, no espaço máximo, por edição, de 
um oitavo de página de jornal padrão e de um quarto de página de revista ou 
tabloide (Lei nº 9.504/97, art. 43). Deverá constar, de forma visível, o valor pago 
pelo anúncio (Lei nº 9.504/97, art. 43, § 1º). 
 
Propaganda assemelhada à propaganda pública 
 
É proibido, na propaganda eleitoral, o uso de símbolos, frases ou imagens 
associados ou semelhantes aos empregados por órgão de governo, empresa 
pública ou sociedade de economia mista (Lei nº 9.504/97, art. 40). 
 
Condições de elegibilidade 
 
As condições de elegibilidade estão previstas na Constituição Federal, art. 14, § 
3º: 
 
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, 
com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: 
 
(...) 
 
§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei: 
 
I - a nacionalidade brasileira; 
 
II - o pleno exercício dos direitos políticos; 
 
III - o alistamento eleitoral; 
 
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; 
 
V - a filiação partidária; Regulamento 
 
VI - a idade mínima de: 
 
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; 
 
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; 
 
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito 
e juiz de paz; 
 
d) dezoito anos para Vereador. 
 
De forma sucinta, é possível descrever sobre tais requisitos, senão, vejamos. 
 
1. Nacionalidade brasileira: Da necessidade de ser brasileiro, salvo o caso dos 
portugueses. Tal condição é feita no alistamento eleitoral, por isso, no próprio 
título já vir tal indicação. 
 
2. Pleno exercício dos direitos políticos: Causas de perda do exercício dos 
direitos políticos encontram-se no art. 15 da CF: O direito político refere-se à 
qualidade de votar e ser votado, de participar da vida cívica como cidadão pleno 
de uma sociedade, é ter o direito de participar das deliberações no âmbito 
público estatal. Há casos em que há perda, em outros a suspensão de tais 
direitos. 
 
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos 
de: 
 
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; 
 
II - incapacidade civil absoluta; 
 
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; 
 
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, 
VIII; 
 
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. 
 
 
· I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado: 
Cancelado o status de nacional tanto adquirido por estrangeiro, quanto por 
brasileiro nato, este perderá os direitos políticos. 
 
· II - incapacidade civil absoluta: Ou seja, os menores de 16 anos, conforme o Art. 
3 do Código civil. 
 
· III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus 
efeitos: Sendo tal suspensão dos direito políticos uma consequência imediata da 
pena, todo aquele que estiver em cumprimento de pena, terá tal punição, 
devendo o juízo penal comunicar ao eleitoral. Deve ser atentado ao fato de que a 
suspensão dos direitos políticos só termina quando do cumprimento total da 
pena, conforme Súmula nº9 do TSE. 
 
· IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos 
termos do art. 5º, VIII: Tais obrigações são comumente exemplificadas com o 
serviço militar obrigatório e o serviço de jurado. Assim, não cumprindo com a 
obrigação imposta pela Lei, a pessoa só terá novamente consigo os direitos 
políticos quando cumprir com o dever em mora. 
 
· V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º: A condenação em 
improbidade administrativa transitada em julgado poderá conter dispositivo que 
imponha a suspensão dos direitos políticos até o prazo de dez anos. 
 
 
NACIONALIDADE 
 
Paulo Bonavides: “é direito comum de quase todas as constituições, como 
primeira condição de capacidade política, o requisito do vínculo pessoal. Sendo a 
nacionalidade „condição mínima de vinculação ao país e à coisa pública‟”. 
 
É considerado nacional, isto é, pertencente à nação brasileira, aquele que se 
encontra dentro das hipóteses elencadas no art. 12 da Constituição Federal que 
prevê: 
 
 São brasileiros natos: 
 
a) Os nascidos em território brasileiro, ainda que de pais estrangeiros, desde que 
os pais não estejam a serviço de seu país; 
b) Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que 
qualquer deles esteja a serviçoda República Federativa do Brasil; 
c) Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que 
sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na 
República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a 
maioridade, pela nacionalidade brasileira. 
 
São brasileiros naturalizados: 
 
a) Aqueles que adquiriram a nacionalidade brasileira, exigindo-se dos originários 
de países de língua portuguesa apenas residência no Brasil por um ano 
ininterrupto e idoneidade moral; 
b) Os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes no Brasil há mais de 15 
anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a 
nacionalidade brasileira. 
 
Ressalte-se que a Lei Maior outorga aos portugueses com residência permanente 
no Brasil, se houver reciprocidade em favor dos brasileiros, os direitos inerentes 
a estes, sendo- lhes vedado, porém, o exercício dos cargos privativos dos 
brasileiros natos. Tais cargos são: presidente e vice-presidente da República, 
presidente da Câmara dos Deputados, presidente do Senado Federal, ministro do 
Supremo Tribunal Federal, cargos da carreira diplomática, oficial das Forças 
Armadas e ministro de Estado da Defesa (art. 12, § 3o, da Constituição Federal).1 
Pleno exercício dos direitos políticos 
 
Alistamento Eleitoral 
 
O Professor Cândido leciona que “o alistamento eleitoral, mais que mero ato de 
integração do indivíduo ao universo de eleitores, é a viabilização do exercício 
efetivo da soberania popular, através do voto, e, portanto, a consagração da 
cidadania”. 
 
Nenhum requerimento de inscrição eleitoral ou de transferência será recebido 
dentro dos cento e cinquenta dias anteriores à data da eleição. 
 
São ainda causas de cancelamento do alistamento eleitoral e da exclusão: – a 
suspensão ou perda dos direitos políticos; – a pluralidade de inscrição; – o 
falecimento do eleitor; e – o fato de o eleitor deixar de votar em três eleições 
consecutivas. A ocorrência de qualquer das causas enumeradas acarretará a 
exclusão do eleitor, que poderá ser promovida ex officio ou a requerimento de 
delegado de partido ou de qualquer eleitor. 
 
Domicílio Eleitoral 
 
É domicílio eleitoral o lugar de residência ou moradia do requerente, e, 
verificado ter o alistando mais de uma, considerar-se-á domicílio qualquer delas. 
Nesse sentido o TSE entende: “O conceito de domicílio eleitoral não se confunde 
com o de domicílio do direito comum, regido pelo Direito Civil. Mais flexível e 
elástico, identifica-se com a residência e o lugar onde o interessado tem vínculos 
políticos e sociais.” 
 
Art. 42. O alistamento se faz mediante a qualificação e inscrição do eleitor. 
 
Parágrafo único. Para o efeito da inscrição, é domicílio eleitoral o lugar de 
residência ou moradia do requerente, e, verificado ter o alistando mais de uma, 
considerar-se-á domicílio qualquer delas. 
 
 
Para o TSE, a definição de domicílio eleitoral abarca qualquer local com o qual o 
interessado tem vínculos políticos, sociais, familiares e patrimoniais. Em relação 
ao vínculo familiar, costuma-se considerar o parentesco até segundo grau(pais, 
filhos, irmãos e avós). 
 
Não se exige para a fixação do domicílio eleitoral sequer a residência. 
Perfeitamente possível, portanto, para o TSE, que o eleitor resida numa cidade e 
tenha domicílio eleitoral em outra. 
 
O domicílio eleitoral determinará o local onde o indivíduo votará e as eleições a 
que concorrerá. Assim, o candidato, para concorrer às eleições deverá possuir 
domicílio eleitoral na circunscrição pertinente por, ao menos, um ano antes do 
pleito (art. 9° da Lei 9.504/97). Candidatos a vereador, por exemplo, precisam 
ter domicílio eleitoral no município que está a eleger os integrantes da Câmara. A 
deputado estadual, federal e distrital e senador, no estado e no Distrito Federal. 
A presidente, em qualquer lugar do país. 
 
Se para o candidato o prazo de mudança de domicílio é de um ano, para o eleitor 
eventual transferência há de ser feita até 150 dias antes da eleição (art. 91 da 
LE). Somente será possível transferir o domicílio se o eleitor estiver quite com a 
Justiça Eleitoral (art. 61 do CE). O pleito de transferência deve ser feito ao juiz 
eleitoral do domicílio que se pretende ter. Só será admitida se satisfeitos os 
seguintes requisitos: a) transcurso de um ano do alistamento ou da última 
transferência (art. 55 do CE e art. 18 da Res. 21538/03 do TSE); b) residência 
mínima de três meses no novo domicílio declarada, sob as penas da lei, pelo 
eleitor (Lei n. 6996/82, art. 8º e art. 18, IV da Res. 21538/03); c) prova da 
quitação com a Justiça Eleitoral. 
 
Transferência de domicílio eleitoral 
 
Lei 4.737 de 1965 – Código Eleitoral 
 
Art. 55. Em caso de mudança de domicílio, cabe ao eleitor requerer ao juiz do novo domicílio sua 
transferência, juntando o título anterior. 
 
 § 1º A transferência só será admitida satisfeitas as seguintes exigências: 
 
 I - entrada do requerimento no cartório eleitoral do novo domicílio até 100 (cem) dias antes 
da data da eleição. (ATENÇÃO PARA O ART. 91 DA LEI 9504/97 QUE MUDA O ENTENDIMENTO 
DESSE PRAZO – apontamento nosso) 
 
 II - transcorrência de pelo menos 1 (um) ano da inscrição primitiva; 
 
 III - residência mínima de 3 (três) meses no novo domicílio, atestada pela autoridade policial 
ou provada por outros meios convincentes. 
 
 § 2º O disposto nos nºs II e III, do parágrafo anterior, não se aplica quando se tratar de 
transferência de título eleitoral de servidor público civil, militar, autárquico, ou de membro de 
sua família, por motivo de remoção ou transferência. (Redação dada pela Lei nº 4.961, de 1966 
 
 
Lei 9504/97 
 
Art. 91. Nenhum requerimento de inscrição eleitoral ou de transferência será recebido dentro 
dos cento e cinqüenta dias anteriores à data da eleição. 
 
 Parágrafo único. A retenção de título eleitoral ou do comprovante de alistamento eleitoral 
constitui crime, punível com detenção, de um a três meses, com a alternativa de prestação de 
serviços à comunidade por igual período, e multa no valor de cinco mil a dez mil UFIR. 
 
Domicílio eleitoral x domicílio civil 
 
Domicílio eleitoral e domicílio civil são conceitos distintos que possuem 
características próprias no Código Civil e no Código Eleitoral. Se para o primeiro, 
domicílio é o local em que a pessoa se estabelece com ânimo definitivo, 
admitindo até mesmo a possibilidade de múltiplos domicílios, caso a pessoa 
tenha mais de uma residência e alterne a moradia, na legislação eleitoral o 
conceito é diferente. O domicílio eleitoral, embora deva ser único, pode ser 
também o local em que o eleitor tenha vínculo profissional, familiar ou político. 
 
De acordo com Eduardo Alckmin, “Não é uma liberdade total. O eleitor deve 
demonstrar que ali ele possui o que a lei chama de residência ou moradia. O 
cidadão tem que ter uma presença física naquela localidade em que pretende se 
estabelecer como eleitor. Não pode simplesmente se ligar a uma cidade qualquer, 
por gosto ou opções pessoais e então ali ser eleitor. Ele tem que ter um vínculo”. 
 
 
 
Filiação Partidária 
 
A filiação partidária é o ato pelo qual um eleitor aceita, adota o programa e passa 
a integrar um partido político. Esse vínculo que se estabelece entre o cidadão e o 
partido é condição de elegibilidade, conforme disposto no art. 14, § 3º, V, da 
Constituição Federal. 
 
Nos termos do art. 16 da Lei dos Partidos Políticos (Lei nº 9.096, de 19 de 
setembro de 1995), só pode filiar-se a partido o eleitor que estiver no pleno gozo 
de seus direitos políticos. 
 
Para concorrer a cargo eletivo, o eleitor deve estar filiado ao partido há pelo 
menos seis meses antes da data fixada para as eleições, conforme dispõemos 
arts. 18 e 20 da referida lei (art. 9º da Lei nº 9.504/1997). 
 
As informações sobre relações oficiais de filiados a partidos políticos podem ser 
obtidas no site do TSE, assim como a emissão de certidão de filiação partidária. 
 
Inelegibilidade 
 
Inelegibilidades consistem “no obstáculo posto pela Constituição Federal ou por 
lei complementar ao exercício da cidadania passiva, por certas pessoas, em razão 
de sua condição ou em face de certas circunstâncias. É a negação do direito de 
ser representante do povo no Poder”. 
 
As inelegibilidades não prejudicam o exercício dos demais direitos políticos, 
inclusive o de votar, criar ou integrar partidos político, ou propor ação popular. 
Referem-se aos direitos políticos passivos. 
 
Inelegibilidades podem ser: 
 
Absolutas: Impedem os direitos políticos passivos para todos os cargos 
(inalistáveis e analfabetos). As causas de inelegibilidade absolutas “ensejam 
impedimento para qualquer cargo político-eletivo, independentemente de a 
eleição ser presidencial, federal, estadual ou municipal”, e consubstanciam- se, 
por exemplo, pela prática de abuso de poder econômico e político (art. 1°, I, “d”, 
da LC no 64/1990) ou, ainda, pela rejeição de contas relativas ao exercício de 
cargos ou funções públicas (art. 1°, I, “g”, da LC no 64/1990). 
 
Relativas: Apenas para certos cargos. (funcional e reflexa). 
 
As inelegibilidades relativas, por sua vez, causam impedimento apenas quanto a 
alguns cargos ou impõem restrições à candidatura. Em geral, são baseadas no 
critério funcional, tornando necessária a desincompatibilização para a disputa de 
cargo político-eletivo na circunscrição em que o servidor exerce suas funções4. 
Na hipótese, por exemplo, de um ministro de Estado ter interesse em se 
candidatar para os cargos de presidente ou vice- presidente da República, deverá 
se afastar definitivamente de seu cargo até seis meses antes das eleições. 
 
Constitucionais: Previstas diretamente na Constituição (analfabetos, dos 
estrangeiros, dos conscritos, a funcional, a reflexa e a dos militares não 
precluem) – Podem ser alegadas em qualquer fase do processo eleitoral por meio 
de impugnação ao pedido de registro e recurso contra a expedição do diploma. 
 
Legais (infraconstitucionais) : Provém de lei complementar que dá eficácia ao 
art. 14, § 9º da CF, precluem, ou seja, devem ser arguidas até a fase do registro da 
candidatura, exceto se forem causadas por fatos posteriores ao deferimento do 
registro. 
 
As inelegibilidades infraconstitucionais estão fixadas na Lei Complementar no 
64/1990 e podem ser classificadas em absolutas (art. 1°, I, “a” até “q”) e relativas 
(art. 1°, II a VII). 
 
Inelegibilidade x Perda e suspensão de direitos políticos 
 
Inelegibilidade apenas causa perda dos direitos políticos passivos, enquanto a 
perda ou suspensão abrange todos os direitos políticos. 
 
Inelegibilidade x Condições de elegibilidade 
 
A diferença básica entre inelegibilidade e condições de elegibilidade é que a 
segunda significa que o cidadão preencheu os requisitos constitucionais e legais 
para se candidatar a determinado cargo, enquanto as inelegibilidades funcionam 
como condições negativas, impeditivas do cidadão de se candidatar a qualquer 
cargo. 
 
(brasileiro, maior, eleitor, com mais de 35 anos, filiação partidária há pelo menos 
um ano, domiciliado por igual período no país) – tem condições de elegibilidade 
 
Porém se tiver sido Presidente por dois mandatos, é inelegível para o terceiro 
mandato. 
 
Distinções formais: 
 
Condições de elegibilidade: Previstas na CF e podem ser complementada por lei 
ordinária. 
 
Inelegibilidade: São previstas na CF e em lei complementar. 
 
 
Inelegibilidade e inabilitação para o exercício de função pública 
 
É a inabilitação para o exercício de função pública advinda de condenação por 
crime de responsabilidade, nos termos do art. 52, § único da CF ou da Lei 
1079/50 não tolhe os direitos políticos ativos, porém impede o acesso a 
qualquer cargo e função pública, não apenas as eletivas. 
 
Inelegibilidade funcional dos titulares do Poder Executivo 
 
O art. 14, § 5º da CF impede nova candidatura dos titulares do Poder Executivo 
que, pela segunda vez consecutiva estão ocupando o cargo. 
 
O vice que assume em caráter precário não se adequa a essa inelegibilidade. Já o 
vice que sucede não em caráter precário torna-se inelegível nos termos do 
supracitado artigo. 
 
A inelegibilidade reflexa 
 
De acordo com o art. 14, § 7º os parentes consaguíneos e afins até segundo grau 
são inelegíveis 
 
Incompatibilidades 
 
É incompatível que alguém exerça uma função pública e, sem se afastar dela, 
venha a se candidatar a algum cargo eletivo. 
 
Para se desincompatibilizar, o candidato a outro cargo deve renunciar aos 
mandatos até 6 meses antes do pleito (art. 14, § 6º). Tal não vale para a reeleição, 
segundo entendimento do STF. 
 
Inelegibilidades Constitucionais 
 
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, 
com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: 
 
(...) 
 
§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. 
 
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e 
quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um 
único período subseqüente.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997) 
 
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e 
do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes 
do pleito. 
 
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos 
ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado 
ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis 
meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. 
 
(...) 
 
Inelegibilidades Legais 
 
A CF não traz rol fechado de hipóteses de inelegibilidades, permitindo que lei 
complementar cuide disso, por exemplo: 
 
Lei Complementar 64/90 (Ficha Limpa), posteriormente 135/90. 
 
Suspensão de inelegibilidade 
 
A desconstituição da inelegibilidade se dá com a reforma da decisão 
condenatória. A suspensão é uma paralisação da eficácia da decisão condenatória 
em gerar inelegibilidade, enquanto se aguarda apreciaçãoo de recurso. 
 
Ação de Impugnação de Registro de Candidatura 
 
Tem como objetivo impedir que o impugnado obtenha o registro de sua 
candidatura. Se já obteve o registro, a procedência definitiva desta impugnação 
cancelará esse registro e, ainda, se o impugnado já estiver diplomado quando 
vier o trânsito em julgado da ação procedente, se declarará nula a diplomação, a 
eleição e o registro, impossibilitando o início ou a continuidade do exercício do 
mandato (art. 15, da LC 64/90). 
 
Lei Complementar 64/90 
 
Art. 15. Transitada em julgado ou publicada a decisão proferida por órgão colegiado que declarar 
a inelegibilidade do candidato, ser-lhe-á negado registro, ou cancelado, se já tiver sido feito, ou 
declarado nulo o diploma, se já expedido. (Redação dada pela Lei Complementar nº 135, de 
2010) 
 
São legitimados o Ministério Público, partidos (embora qualquer partido político 
tenha legitimidade para impugnar o registro de um candidato, ele só poderá 
fazê-lo isoladamente se não estiver inserido em nenhuma coligação, pois, do 
contrário, terá de fazê-lo por intermédio da coligação a que pertence. 
) , coligações e candidatos (basta que tenha sido escolhido pela convenção e 
tenha seu pedido de registro ajuizado, sendo, destarte, despicienda, o efetivo 
registro, logo, os candidatosà candidato podem impugnar). 
 
Competência: 
 
TSE: candidatura presidencial. 
 
TRE: candidatura a Senador, Governador, Deputado Federal, Deputado Estadual 
e Deputado Distrital. 
 
Juiz Eleitoral : Prefeito e Vereador. 
 
 
Lei Complementar 64/1990 
 
 Art. 2º Compete à Justiça Eleitoral conhecer e decidir as argüições de inelegibilidade. 
 
 Parágrafo único. A argüição de inelegibilidade será feita perante: 
 
 I - o Tribunal Superior Eleitoral, quando se tratar de candidato a Presidente ou Vice-
Presidente da República; 
 
 II - os Tribunais Regionais Eleitorais, quando se tratar de candidato a Senador, Governador e 
Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal, Deputado Federal, Deputado Estadual e 
Deputado Distrital; 
 
 III - os Juízes Eleitorais, quando se tratar de candidato a Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador. 
 
Ao analisar o Texto Constitucional e a Lei Complementar das inelegibilidades, é 
possível afirmar que existem três grupos de motivos que fundamentam a Ação 
de Impugnação de Registro de Candidatura, quais sejam: a) Falta de condição de 
elegibilidade (art. 14, § 3º) , b) causas de inelegibilidade (art. 14, § 4º a 8º e Lei 
Complementar 64/90 – Ficha Limpa) e c) ausência de requisito formal no pedido 
de registro de candidatura (art. 11 da Lei 9.504/97). 
 
Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME) 
 
A ação de impugnação de mandato eletivo é uma ação eleitoral, prevista na 
Constituição Federal, que tem por objetivo impugnar o mandato obtido com 
abuso de poder econômico, corrupção ou fraude. 
 
Constituição Federal 
 
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, 
com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: 
 
(...) 
 
§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias 
contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção 
ou fraude. 
 
§ 11. A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, 
na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé. 
 
(...) 
 
a) Abuso do poder econômico – abuso é algo que exorbita sua esfera de atuação, 
indo além do que permite o padrão comum; são fatos que privilegiam os 
detentores do poder econômico, levando muitos candidatos a serem eleitos pelo 
seu poder financeiro e não por suas propostas (deve ser entendido como o mau 
uso do poder econômico); 
 
b) Corrupção – Ocorre quando o candidato tenta obter o voto do eleitor através 
do oferecimento de vantagem, presente ou valor pecuniário, estorvando-o de 
livremente exercer o seu direito ao voto; 
 
c) Fraude – É o engano provocado por dolo, com a intenção deliberada de burlar 
a lei. Segundo o TSE, o conceito de fraude relaciona-se à votação, como, por 
exemplo, votar mais de uma vez ou alterar nos mapas as votações dos 
candidatos. Ou seja, a fraude corresponde ao uso de artimanha, astúcia, ardil ou 
artifício com o escopo de influenciar o resultado das eleições.

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