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Puberdade Masculina

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É difícil crescer...
A adolescência é uma etapa do desenvolvimento humano marcada por inúmeras transformações, que ocorrem tanto no aspecto físico como na esfera psicossocial. É caracterizada como um período que envolve um conjunto de papéis sociais com repercussão psicológicas diretamente relacionadas ao grupo social ao qual pertence e ao momento histórico em que vive; portanto, a adolescência é um fenômeno cultural. A puberdade, ou idade hebética, por sua vez, é a parte de um período transicional que existe entre os estados imaturo e adulto, durante o qual ocorre um conjunto de transformações físicas, de crescimento e amadurecimento do corpo, a fim de que o indivíduo atinja a capacidade reprodutiva.
A palavra Puberdade vem de “púbis” que, do latim “pubertate” e “púbis” significam “penugem; pelo”. Portanto, é um conjunto de transformações provocadas pela liberação de hormônios que estimulam o crescimento e a mudança de muitas partes do corpo, principalmente o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários relacionados com a reprodução. Não há idade definida para o início da puberdade, e tanto ela quanto a velocidade de desenvolvimento podem variar de criança para criança. Os meninos tendem a se desenvolver mais tarde que as meninas, e o processo, normalmente, demora mais tempo. A maioria deles começam a puberdade entre 9 e 14 anos de idade, com idade média de 12, e atingem a maturidade dentro de seis anos do início do período.
O evento principal da puberdade é o aumento da secreção dos hormônios que constituem o eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal, visto que é nessa fase em que o Hipotálamo completa seu período de maturação e passa a perceber que os hormônios gonadotrofina (GnRH), Folículoestimulante (FSH) e Luteinizante (LH) encontram-se em pequenas concentrações, semelhantes àquelas do período embrionário. Dessa forma, a secreção do hormônio hipotalâmico (GnRH) passa a ser pulsátil e, dessa forma, estimula o lobo anterior da hipófise, que aumenta a produção do folículoestimulante e do luteinizante para que estes atuem nas células de Sertoli e nas células de Leydig, respectivamente, e produzam os espermatozoides (gametas masculinos) e a testosterona (hormônio andrógeno ou masculino).
Esse processo é controlado pelo mecanismo de feedback negativo, que consiste em estimular ou inibir a produção de um hormônio de acordo com a ausência de outro; por exemplo, a ausência da testosterona realiza feedback com a hipófise, indicando que é necessária a estimulação das células de Leydig, a fim de que o hormônio seja secretado. O controle desse eixo, portanto, é feito por duas vias: A primeira é realizada pela testosterona em feedback com o hipotálamo e com o lobo anterior da hipófise, inibindo a secreção de GnRH e LH. Dessa forma, a testosterona atuará de maneira que o hipotálamo diminua a frequência e a amplitude dos pulsos do hormônio que secreta. A segunda via, por sua vez, consiste na produção de uma glicoproteína, a Inibina, pela célula de Sertoli, cuja função é inibir a secreção de FSH pela hipófise anterior, ou seja, atuar como indicadora da atividade espermatogênica dos testículos; dessa forma, as células produtoras dos espermatozoides sintetizam seu próprio inibidor de feedback. (Anexo 1)
A testosterona é um hormônio esteroide, derivado do colesterol, secretado pelas gônadas masculinas (testículos), que atua de forma importante na puberdade masculina, pois determina o desenvolvimento tanto de características masculinizantes quanto de anabolizantes. Nas características masculinizantes, os androgênicos agem desenvolvendo e mantendo uma função elevada nos tecidos e órgãos sexuais masculinos, além de outros tecidos sensíveis que sob sua influência adquirem características masculinas; algumas de suas funções são: Regulação do processo de diferenciação no feto da genitália masculina, tanto interna como externa; Estimulação do crescimento, desenvolvimento e função dos genitais masculinos; Estimulação do desenvolvimento piloso sexual e da glândula sebácea; Controle do desenvolvimento da laringe para engrossamento da voz; Estimulação do crescimento ósseo e fechamento da cartilagem epifisária; Iniciação e manutenção da espermatogênese; Manutenção da secreção das glândulas sexuais; Regulação das ações comportamentais masculinas, incluindo a libido. Nas características Anabolizantes, a testosterona: Favorecem a retenção de nitrogênio, potássio, magnésio, fósforo, sódio e enxofre; Aumentam a taxa metabólica corporal, determinando maior consumo de O2 e tornando mais elevados os requerimentos energéticos alimentares no sexo masculino (Aumento da eritropoiese – produção de hemácias – com maior número delas circulantes nos homens do que nas mulheres); Controle dos efeitos anabolizantes proteicos, incluindo o desenvolvimento muscular.
As mudanças no desenvolvimento de um menino também podem ser classificados de acordo com os estágios de Tanner, em que as datas de desenvolvimento só deve ser tomadas como uma média porque podem existir variações entre a idade e o desenvolvimento. Tanner UM - dos 9 aos 11 anos: alterações pré-puberais, estímulo do aumento da estatura pelas glândulas supra-renais; Tanner DOIS - 12 anos: aumento do tamanho dos testículos, escurecimento do escroto, aparecimento de pelos pubianos finos na base do pênis, diminuição da gordura corporal; Tanner TRÊS - 13 anos: crescimento e alongamento do pênis, continuação do crescimento dos testículos, engrossamento dos pelos, leve inchaço nas mamas, polução noturna, oscilações da voz; Tanner QUATRO - 14 anos: continuação do crescimento do pênis e do testículo, espalhamento dos pelos pelas partes internas das coxas, crescimento dos pelos na axila, mudança permanente da voz e aparecimento de acne; Tanner CINCO - 15 anos: os órgãos genitais apresentam aparência adulta, começa a aparecer a barba, há uma desaceleração na taxa de crescimento e há o aumento dos músculos. 
É durante a puberdade também, que a espermatogênese tem início e a partir daí se estende para toda a vida do homem. Esse processo é caracterizado como uma sequencia de eventos, através dos quais a célula precursora masculina, a espermatogônia, torna-se espermatozoide. A espermatogênese pode ser dividida em quatro fases: Fase de Proliferação/Multiplicação ou Germinativa: inicia-se durante a vida intrauterina, em que as células primordiais dos testículos, diploides, aumentam em quantidade por mitoses consecutivas e formam as espermatogônias; Fase de Crescimento: ocorre o aumento do volume citoplasmático das espermatogônias, as quais são convertidas em espermatócito I; Fase de Maturação: é rápida e corresponde ao período de ocorrência da primeira meiose, cada espermatócito I, portanto, origina dois espermatócitos II as quais são haploides, cada espermatócito II, por sua vez, por meio da segunda divisão meiótica origina quatro espermátides; e a Fase de Diferenciação ou Espermiogênese: momento em que as espermátides perdem grande parte do seu citoplasma e se convertem em espermatozoide. Esse processo dura em média 76 dias dos quais 64 ocorrem nos túbulos seminíferos dos testículos e 12 no epidídimo, e é influenciado pelo hormônio foliculoestimulante da adeno-hipófise.
As mudanças físicas da puberdade têm um significado importante para o adolescente, e o fato de lidar com essas transformações pode gerar conflitos emocionais diante de uma imagem corporal nova e desconhecida. Além disso, ela também é uma etapa evolutiva em que se cristaliza o processo de aquisição da individualidade e provoca uma ampla e profunda desestruturação de todos os níveis da personalidade, seguida de um processo de reestruturação, que passa por oscilações nas formas de eximir-se e apresentar-se, ao longo de vários anos. Portanto, é nessa fase que o adolescente começa a desenvolver sua identidade, personalidade, conceitos e ideias próprias, inicia a preocupação com o futuro e o interesse sexual junto com os sentimentos afetivos (amor, paixão, desejo, frustração, excitação e sedução), e por esses motivos começamalguns conflitos familiares, visto que as ideias começam a se opor, surgem os questionamentos e discordâncias das atitudes. 
Dessa forma, a adolescência exige mudanças estruturais e renegociação dos papeis nas famílias, que deixam de ser a fonte primária de afeto e passam a ser o centro de preparação para a entrada do adolescente no universo das responsabilidades e dos compromissos do mundo adulto. Portanto, a construção psicológica do adolescente tem em conta sua história pessoal, bem como suas novas competências sexuais cognitivas e sociais.
Durante a adolescência, há uma constante necessidade de autoafirmação e aceitação no cotidiano do adolescente, que em primeira instância, apoia-se na família e posteriormente, em um grupo de amigos, os quais fortalecem seu autoconceito. Portanto, há uma grande frustração quando é rejeitado por grupos ou pessoas específicas, o que pode culminar em comportamentos antissociais, psicopáticos e/ou violentos. Outro dado importante trata-se de sofrimentos derivados à rejeição pela aparência física e diferenças raciais, insatisfação com a aparência física, bem como constrangimento e tristeza pela identificação por apelidos.
Ser diferente é algo que o adolescente na maioria das vezes deseja pra si, entretanto quando as diferenças o caracteriza como “estranho” e não diferente, interferindo em sua autoestima, torna-se uma difícil questão de se lidar, e por vezes, o exclui do convívio social com os grupos. Esse aspecto é intensificado pelo bullying, caracterizado por formas de agressões intencionais repetidas, que causam angústia ou humilhação ao outro, cuja vítima é uma pessoa mais frágil, com algum traço ligeiramente destoante do modelo culturalmente imposto ao grupo etário em questão, traço este que pode ser físico ou emocional. 
Essas ações podem desencadear alguns problemas, tais como anorexia, bulimia, depressão, transtorno de pânico, crises de ansiedade e até mesmo o suicídio. Somadas a estas complicações, o aparecimento de acne (cravos e espinhas), gerado pelo aumento da secreção sebácea, a aquisição de DST’s, os problemas de coluna, a ginecomastia, o sobrepeso, a obesidade, problemas alérgicos, a depressão são as principais enfermidades do período da adolescência. No entanto, outros problemas de caráter hormonal também podem ocorrer nessa fase, e caracterizar a puberdade como precoce ou tardia, de acordo com o tempo que o hipotálamo gasta para tornar-se maduro.
Portanto, para compreender e cuidar desse período tão complexo, o médico Hebiatra é o profissional mais indicado, por ser especialista em adolescentes e atender jovens a partir dos 10 anos de idade. É um clinico geral com uma visão global do indivíduo desta faixa etária que faz o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento físico, das alterações hormonais, urológicas, ginecológicas, dermatológicas, ortopédicas e também as transformações psicossociais comuns nessa faixa etária. É também papel deste profissional orientar o seu paciente sobre o início da atividade sexual, que normalmente acontece nesse período, abordar as questões de prevenção de gravidez e DST’s, entendendo a implicação psíquica dessa vivência em fases meuito precoces da adolescência e a encorajá-lo a assumir as responsabilidades pelo cuidado com seu corpo em busca de um exercício sexual saudável e feliz.
Como se vê, a adolescência é um período de transição que marca as transformações sofridas pelas crianças a fim de que estas atinjam a idade adulta e as características reprodutivas, determinadas pelo processo universal da puberdade, o qual será vivido por todos os indivíduos, independente de cultura, classe social, nível educacional ou outras diferenças psicossociais. Cabe, portanto, aos adultos, lidar de forma flexível com esse período marcado por emoções intensas, vulnerabilidade ao sofrimento e, ao mesmo tempo, sensibilidade ao prazer e ao sucesso. 
Anexo 1
Eixo Hipotálamo-Hipófise 
Hipotálamo
 GnRH
Hipófise Anterior
	 FSH LH
	 Células de Sertoli	 Células de Leydig
	 Inibina Testosterona
Anexo 2
Espermatogênese

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