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ECA - história, princípios, julgados, direitos, adoção e menor infrator

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DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Professora ANA CLAUDIA POMPEU TOREZAN ANDREUCCI
AULA 1
Manifestações legislativas no plano internacional
1921 – Convenção para a Repressão do Tráfico de Mulheres e Crianças (Genebra, 30/09/1921)
1924- Declaração de Genebra (Genebra, 26/03/1924) primeira menção expressa a direitos das crianças como tais.
1948 – Declaração Universal dos Direitos Humanos (ONU) destacou os cuidados especiais às crianças e à maternidade
1946 – Criação da Unicef – Fundo das Nações Unidas para a Infância
Criação com o objetivo de dar apoio às crianças e adolescentes vitimizados pela 2ª Grande Guerra Mundial. Atualmente encontra-se voltada para de promoções de direitos visando o pleno desenvolvimento de crianças e adolescentes. Presente em 191 países. Site www.unicef.org.br
1959 – Declaração Universal dos Direitos da Criança (ONU-UNICEF)
1969 – Convenção Americana sobre os Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica) Art .19 “Toda criança tem direito às medidas de proteção que a sua condição de menor requer por parte da sua família, da sociedade e do Estado”.
1979- Ano Internacional dos Direitos da Criança
1989 – Convenção Internacional sobre os Direitos das Crianças (20/11/1989)
Primeiro instrumento internacional que fixou um enquadramento jurídico.
Convenção de direitos humanos que possui o maior número de ratificações;
No Brasil foi ratificada pelo Decreto n. 99.710/90 de 24/09/1990.
Toda formada por cláusulas pétreas .
Declaração : afirmação de princípios de caráter moral
Convenção: forma coercitiva e comprometimento dos países signatários, bem como mecanismos de controle da implementação dos direitos e deveres.
Até 1900 – Final do Império e início da República 
Não se tem registro, até o início do século XX, do desenvolvimento de políticas sociais desenhadas pelo Estado brasileiro. As populações economicamente carentes eram entregues aos cuidados da Igreja Católica por meio de algumas instituições, entre elas as Santas Casas de Misericórdia. 
No Brasil, a primeira Santa Casa foi fundada no ano de 1543, na Capitania de São Vicente (Vila de Santos). Estas instituições atuavam tanto com os doentes quanto com os órfãos e desprovidos. O sistema da Roda das Santas Casas, vindo da Europa no século XIX, tinha o objetivo de amparar as crianças abandonadas e de recolher donativos.
1900 a 1930 – A República
O início do século XX foi marcado, no Brasil pelo surgimento das lutas sociais do proletariado nascente. Liderado por trabalhadores urbanos, o Comitê de Defesa Proletária foi criado durante a greve geral de 1917. 
O Comitê reivindicava, entre outras coisas, a proibição do trabalho de menores de 14 anos e a abolição do trabalho noturno de mulheres e de menores de 18 anos.
* 1923, foi criado o Juizado de Menores, tendo Mello Mattos como o primeiro Juiz de Menores da América Latina. 
*1927, foi promulgado o primeiro documento legal para a população menor de 18 anos: o Código de Menores (Código Mello Mattos)
José Cândido de Albuquerque Mello Mattos
Criador do primeiro Juizado de Menores da América Latina, no Rio de Janeiro, em 20 de dezembro de 1923. Em fevereiro de 1924, Mello Mattos tornou-se o primeiro juiz de menores da América Latina.
O primeiro código para a proteção da infância e da adolescência, promulgado em 12 de outubro de 1927, foi obra do jurista, tornando-se conhecido como Código Mello Mattos (Decreto nº 17.943-A). Voltava-se especialmente à regulação do trabalho de menores, a fim de coibir sua exploração.
No início dos anos 30, Mello Mattos foi eleito vice-presidente da Associação Internacional de Juízes de Menores, sediada em Bruxelas (Bélgica). Faleceu em 3 de janeiro de 1934.
O Código de Menores era endereçado não a todas as crianças, mas apenas àquelas tidas como estando em "situação irregular”:
Artigo 1º, a quem a lei se aplicava:
"O menor, de um ou outro sexo, abandonado ou delinquente, que tiver menos de 18 annos de idade, será submettido pela autoridade competente ás medidas de assistencia e protecção contidas neste Codigo." 
(grafia original) Código de Menores - Decreto N. 17.943 A – de 12 de outubro de 1927
O Código de Menores visava estabelecer diretrizes claras para o trato da infância e juventude excluídas, regulamentando questões como trabalho infantil, tutela e pátrio poder, delinqüência e liberdade vigiada. 
1930 a 1945 – Estado Novo
Até 1935, os menores abandonados e infratores eram, indistintamente, apreendidos nas ruas e levados a abrigos de triagem. 
*1940, Código Penal Brasileiro, maioridade penal aos 18 anos.
*1942 : Criação do SAM - Serviço de Assistência ao Menor. 
Órgão do Ministério da Justiça. que funcionava como um equivalente do sistema Penitenciário para a população menor de idade. Sua orientação era correcional-repressiva. 
O sistema previa atendimento diferenciado, sendo os reformatórios e casas de correção para adolescentes infratores e de patronatos agrícolas e escolas de aprendizagem de ofícios urbanos para menores carentes e abandonados.
O SAM é reconhecido por muitos autores como a primeira política pública estruturada para a infância e adolescência no Brasil. Surgem, também, nesta época, diversas casas de atendimento sob as ordens da primeira dama, ou seja, diretamente ligadas ao poder central.
1945 a 1964 - Redemocratização
*1946, promulgada a quarta Constituição brasileira.
*1950, foi instalado o primeiro escritório do UNICEF no Brasil, em João Pessoa, na Paraíba. O primeiro projeto realizado no Brasil destinou-se às iniciativas de proteção à saúde da criança e da gestante em alguns estados do nordeste do país. O SAM passa a ser considerado, perante a opinião pública, repressivo, desumanizante e conhecido como "universidade do crime". 
1964 a 1979 – Regime Militar
 1964 - Lei que criou a Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor (Lei 4.513 de 1/12/64)
A Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor tinha como objetivo formular e implantar a Política Nacional do Bem Estar do Menor, herdando do SAM prédio e pessoal e, com isso, toda a sua cultura organizacional. A FUNABEM propunha-se a ser a grande instituição de assistência à infância, cuja linha de ação tinha na internação, tanto dos abandonados e carentes como dos infratores, seu principal foco.
 1979 - Código de Menores (Lei 6697 de 10/10/79)
Revisão do Código de Menores de 27, não rompendo, no entanto, com sua linha principal de arbitrariedade, assistencialismo e repressão junto à população infanto-juvenil. Introdução do conceito de "menor em situação irregular“, sinônimo de infância em "perigo" e infância "perigosa". Objeto da Justiça de Menores. 
Década de 80 - Movimentos sociais e conquistas efetivas: 
* 1983 Pastoral da Criança -CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e movimentos sociais da Igreja Católica.
* 1985 Movimento Nacional dos Meninos e Meninas de Rua (MNMMR), São Bernardo do Campo.
A organização dos grupos em torno do tema da infância era basicamente de dois tipos: os menoristas e os estatutistas. Menoristas defendiam a manutenção do Código de Menores e regulamentação das crianças e adolescentes que estivessem em situação irregular (Doutrina da Situação Irregular). 
Estatutistas defendiam uma grande mudança no código, instituindo novos e amplos direitos às crianças e aos adolescentes, que passariam a ser sujeito de direitos e a contar com uma Doutrina de Proteção Integral. Grupo articulado e com capacidade de representação importante.
Criança e Adolescente como sujeitos de Direitos
Titulares de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo à proteção integral atribuída pelo Estatuto. Assegurados todos os instrumentos necessários para o desenvolvimento físico, mental, moral e espiritual, em condições de respeito, liberdade e dignidade
Década de 90 
*13 de Julho de 1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente
Documento de direitos humanos que contempla o que há de mais avançado na normativa internacional em respeito aos direitos da população infanto-juvenil. Estenovo documento altera significativamente as possibilidades de uma intervenção arbitrária do Estado na vida de crianças e jovens. A Comissão de Redação do ECA teve representação de três grupos expressivos: o dos movimentos da sociedade civil, o dos juristas (principalmente ligados ao Ministério Público) e o de técnicos de órgãos não governamentais.
ECA E SUA IMPLEMENTAÇÃO
Antonio Carlos Gomes da Costa, importante educador que participou ativamente da elaboração do ECA e defensor de teorias ligadas à educação e ao protagonismo juvenil em um texto intitulado “O Desafio da Implementação do Estatuto da Criança e do Adolescente”, denomina de salto triplo os três pulos necessários à efetiva implementação da lei. São eles:
Mudanças no panorama legal: os municípios e estados precisam se adaptar à nova realidade legal. Muitos deles ainda não contam, em suas leis municipais, com os conselhos e fundos para a infância.
Ordenamento e reordenamento institucional: colocar em prática as novas institucionalidades trazidas pelo ECA: conselhos dos direitos, conselhos tutelares, fundos, instituições que executam as medidas sócio-educativas e articulação das redes locais de proteção integral.
Melhoria nas formas de atenção direita: É preciso aqui “mudar a maneira de ver, entender e agir” dos profissionais que trabalham diretamente com as crianças e adolescentes”. Estes profissionais são historicamente marcados pelas práticas assistencialistas, corretivas e muitas vezes repressoras, presentes por longo tempo na historia das práticas sociais do Brasil.
AULA 2
INTERPRETAÇÃO CONSTRUTIVA DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: UMA QUESTÃO DE PRINCÍPIOS
Miguel Reale considera princípios como verdades ou juízos fundamentais que objetivam alicerçar e garantir um sistema de conceitos aplicáveis a uma dada porção da realidade, com força interpretativa pois agasalham valores dotados de significação e relevância jurídica. 
FASES: Paulo Bonavides considera que o status conferido aos princípios desenvolveu-se na história em três fases: 
 *Jusnaturalista: os princípios eram concebidos como ideais inspiradores e normas universais, advindos da lei divina e natural, considerados também como a expressão dos ideais e de justiça. 
 *Juspositivista: passam os princípios a integrar os textos normativos e os códigos visando preencher as lacunas das leis. Ressalta-se não serem dotados de superioridade em relação às leis, mas sim delas são derivados, cumprindo o seu papel de modo subsidiário, ou seja, só entram em ação no caso de lacunas legais. 
 *Pós-positivista: garante aos princípios o status de vértice do ordenamento jurídico, vinculando e integrando todo o sistema.
O PÓS-POSITIVISMO
Ronald Dworkin, americano e o alemão Robert Alexy são os responsáveis por inaugurar uma nova escola batizada de “pós-positivismo”, a qual concede aos princípios valor normativo e status diferenciado em contraponto a até então vigente tese da subsidiariedade principiológica em relação às normas. Nesta nova corrente, o gênero norma pressupõe duas espécies, as regras e os princípios.
PRINCÍPIOS E STATUS DIFERENCIADO
OS PRINCÍPIOS JURÍDICOS ocupam destacada posição na medida em que vinculam enunciados lógicos, genéricos e dotados de fundamentalidade, constituindo-se como vetores hermenêuticos para o intérprete Sua função transformadora e construtiva contribuem para a evolução, unidade e coesão do sistema jurídico. 
Possuem status diferenciado e galgam a categoria de normas indispensáveis para a arquitetura do sistema jurídico, balizando-o e calibrando-o, - para usarmos aqui uma expressão da lavra de Tércio Sampaio Ferraz Júnior – bem como garantindo ao intérprete uma abertura e ao mesmo tempo uma limitação com vistas a ofertar respostas otimizadas, fundamentadas e racionalmente definidas nos casos concretos.
Princípio da Proteção Integral
Art. 227 (CF/88)
 É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Art. 3º (ECA)
A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.
DIREITO À SOBREVIVÊNCIA - (VIDA, SAÚDE E ALIMENTAÇÃO)
DESENVOLVIMENTO PESSOAL E SOCIAL - (DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA, AO LAZER E À PROFISSIONALIZAÇÃO)
RESPEITO À INTEGRIDADE FÍSICA, MORAL E PSICOLÓGICA - (DIREITO À LIBERDADE, RESPEITO, DIGNIDADE E A CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA)
PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE
Art. 227 (CF/88)
 É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)
Art. 4º (ECA)
É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
Carta Magna de 1988 elege como um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, em seu art. 3º, inciso I a construção de uma sociedade livre, justa e solidária.
O legislador constituinte objetivou firmar como propósito da sociedade brasileira a instituição dos laços de solidariedade necessários à construção de uma sociedade livre, justa, desenvolvida, com a promoção do bem de todos e apartamento das desigualdades regionais
PRINCÍPIO DA PRIORIDADE ABSOLUTA
Art. 227 (CF/88)
 É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude.
- Prioridade orçamentária;
- Prioridade na formulação de Políticas Públicas;
- Não possibilidade de oposição pelo Estado do Princípio da Reserva do Possível 
- Princípio da condição peculiar de pessoa em desenvolvimento
Art. 6º, ECA
Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento.
PRINCÍPIO DOSUPERIOR INTERESSE OU MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA
Diretriz hermenêutica para interpretação;
*Art. 6º, ECA
Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento.
PRINCIPIOLOGIA DO ART. 100 DO ECA
Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários:  
I - condição da criança e do adolescente como sujeitos de direitos        
II - proteção integral e prioritária     
II - responsabilidade primária e solidária do poder público       
IV - interesse superior da criança e do adolescente       
V - privacidade        
VI - intervenção precoce       
VII - intervenção mínima      
VIII - proporcionalidade e atualidade      
 IX - responsabilidade parental        
X - prevalência da família        
XI - obrigatoriedade da informação        
XII - oitiva obrigatória e participação
AULA 3
Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer
CONVENÇÃO DOS DIREITOS DA CRIANÇA 1989 - Art.28
1. Os Estados Partes reconhecem o direito da criança à educação e, a fim de que ela possa exercer progressivamente e em igualdade de condições esse direito, deverão especialmente:
a) tornar o ensino primário obrigatório e disponível gratuitamente para todos;
b) estimular o desenvolvimento do ensino secundário em suas diferentes formas, inclusive o ensino geral e profissionalizante, tornando-o disponível e acessível a todas as crianças, e adotar medidas apropriadas tais como a implantação do ensino gratuito e a concessão de assistência financeira em caso de necessidade;
c) tornar o ensino superior acessível a todos com base na capacidade e por todos os meios adequados;
d) tornar a informação e a orientação educacionais e profissionais disponíveis e accessíveis a todas as crianças;
e) adotar medidas para estimular a freqüência regular às escolas e a redução do índice de evasão escolar.
2. Os Estados Partes adotarão todas as medidas necessárias para assegurar que a disciplina escolar seja ministrada de maneira compatível com a dignidade humana da criança e em conformidade com a presente convenção.
3. Os Estados Partes promoverão e estimularão a cooperação internacional em questões relativas à educação, especialmente visando a contribuir para a eliminação da ignorância e do analfabetismo no mundo e facilitar o acesso aos conhecimentos científicos e técnicos e aos métodos modernos de ensino. A esse respeito, será dada atenção especial às necessidades dos países em desenvolvimento.
CONVENÇÃO DOS DIREITOS DA CRIANÇA 1989 - Art. 29
1. Os Estados Partes reconhecem que a educação da criança deverá estar orientada no sentido de:
a) desenvolver a personalidade, as aptidões e a capacidade mental e física da criança em todo o seu potencial;
b) imbuir na criança o respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais, bem como aos princípios consagrados na Carta das Nações Unidas;
c) imbuir na criança o respeito aos seus pais, à sua própria identidade cultural, ao seu idioma e seus valores, aos valores nacionais do país em que reside, aos do eventual país de origem, e aos das civilizações diferentes da sua;
d) preparar a criança para assumir uma vida responsável numa sociedade livre, com espírito de compreensão, paz, tolerância, igualdade de sexos e amizade entre todos os povos, grupos étnicos, nacionais e religiosos e pessoas de origem indígena;
e) imbuir na criança o respeito ao meio ambiente.
2. Nada do disposto no presente artigo ou no Artigo 28 será interpretado de modo a restringir a liberdade dos indivíduos ou das entidades de criar e dirigir instituições de ensino, desde que sejam respeitados os princípios enunciados no parágrafo 1 do presente artigo e que a educação ministrada em tais instituições esteja acorde com os padrões mínimos estabelecidos pelo Estado.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009) (Vide Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
II - progressiva universalização do ensino médio gratuito; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;
IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de material didáticoescolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
§ 1º - O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
Direito Público Subjetivo são direitos que, “por inerentes e essenciais à personalidade humana, individual ou coletiva, sistema político algum pode denegar sob pena de ilegitimidade, são reconhecidos pelos princípios fundamentais da ordem jurídica interna e externa e proclamados e disciplinados por atos internacionais, por preceitos constitucionais e vpelas normas comuns (...) É da mais alta importância considerar-se que os direitos públicos subjetivos das pessoas e dos grupos, ou entes sociais, não se esgotam na categoria dos direitos cívicos ou políticos; antes, compreendem todos os poderes erigidos em direitos essenciais da personalidade, que a todos os poderes do Estado, ou dos Estados, se sobrepõem”. Ráo, Vicente.O Direito e a Vida dos Direitos. 3ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1991, p. 853
§ 2º - O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente.
§ 3º - Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela freqüência à escola.
.
EDUCAÇÃO NO BRASIL – ECA ( LEI 8069/90) E LDB ( LEI 9.394/1996)
1.EDUCAÇÃO BÁSICA (OBRIGATÓRIA E GRATUITA)
1.1 Educação Infantil ( Municípios) 
A) Creche : 0 a 3 anos de idade
B) Pré-escola: 4 a 5 anos de idade
1.2 Ensino Fundamental (Municípios, Estados e Distrito Federal)
A) Primeiras Séries: 1º ao 5º ano – 6 a 10 anos de idade
B) Séries Finais: 6º ao 9º ano – 11 a 14 anos de idade
Ensino Médio – 1º ao 3º ano – 15 a 17 anos de idade (Estados e DF)
2. EDUCAÇÃO SUPERIOR (UNIÃO)
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - direito de ser respeitado por seus educadores;
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores;
IV - direito de organização e participação em entidades estudantis;
V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência.
Parágrafo único. É direito dospais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais.
Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria;
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;
IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade; (VER NOVA REDAÇÃO DO ART. 208,IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adolescente trabalhador;
VII - atendimento no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua oferta irregular importa responsabilidade da autoridade competente.
§ 3º Compete ao poder público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsável, pela freqüência à escola.
Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino.
Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de:
I - maus-tratos envolvendo seus alunos;
II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares;
III - elevados níveis de repetência.
Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, experiências e novas propostas relativas a calendário, seriação, currículo, metodologia, didática e avaliação, com vistas à inserção de crianças e adolescentes excluídos do ensino fundamental obrigatório.
EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS:
PELA INCLUSÃO;
PELA NÃO DISCRIMINAÇÃO;
PELA SOLIDARIEDADE;
PELA MEDIAÇÃO;
PELA E PARA A PARA PAZ.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente: III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;
BULLYING é um termo ainda pouco conhecido do grande público. De origem inglesa e sem tradução ainda no Brasil, é utilizado para qualificar comportamentos agressivos no âmbito escolar, praticados tanto por meninos quanto por meninas. Os atos de violência (física ou não) ocorrem de forma intencional e repetitiva contra um ou mais alunos que se encontram impossibilitados de fazer frente às agressões sofridas. Tais comportamentos não apresentam motivações específicas ou justificáveis. Em última instância, significa dizer que, de forma “natural”, os mais fortes utilizam os mais frágeis como meros objetos de diversão, prazer e poder, com o intuito de maltratar, intimidar, humilhar e amedrontar suas vítimas. Formas:
Verbal (insultar, ofender, falar mal, colocar apelidos pejorativos, “zoar”)
Física e material (bater, empurrar, beliscar, roubar, furtar ou destruir pertences da vítima)
Psicológica e moral (humilhar, excluir, discriminar, chantagear, intimidar, difamar)
Sexual (abusar, violentar, assediar, insinuar)
Virtual ou Cyberbullying (bullying realizado por meio de ferramentas tecnológicas: celulares, filmadoras, internet etc.)
Estudos revelam um pequeno predomínio dos meninos sobre as meninas. No entanto, por serem mais agressivos e utilizarem a força física, as atitudes dos meninos são mais visíveis. Já as meninas costumam praticar intrigas, fofocas e isolamento das colegas. Podem, com isso, passar despercebidas, tanto na escola quanto no ambiente doméstico
ECA, CULTURA, DESPORTO E LAZER
Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os valores culturais, artísticos e históricos próprios do contexto social da criança e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade da criação e o acesso às fontes de cultura.
Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da União, estimularão e facilitarão a destinação de recursos e espaços para programações culturais, esportivas e de lazer voltadas para a infância e a juventude.
AULA 4
DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIGNIDADE
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis.
Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:
I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais;
Ir, vir e estar são expressões da liberdade de locomoção, que a CF prevê no art. 5°, XV, em sentido mais amplo do que o disposto no art. 16, I, do Estatuto. De fato, o dispositivo constitucional declara livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar; permanecer ou dele sair com seus bens. É a liberdade de ir e vir (viajar e migrar) e de ficar e de permanecer, porque nela se contém o direito de não ir, de não vir, de quietar-se. 
É necessário ter em conta, ainda, que a liberdade aí reconhecida não significa que a criança e o adolescente podem locomover-se nos logradouros públicos a seu simples alvedrio, pois estão sujeitos à autorização dos pais ou responsáveis, segundo seus critérios de conveniência e de educação. É liberdade que se volta especialmente contra constrangimentos de autoridades públicas e de terceiros, mas também contra os pais e responsáveis que, porventura, imponham à criança ou ao adolescente um constrangimento abusivo que possa ser caracterizado como uma situação cruel, opressiva ou de violência ou, mesmo, de cárcere privado, o que pode até dar margem ao exercício do direito de buscar refúgio e auxílio, previsto no inc. VII (infra). A criança não pode ser privada de sua liberdade em hipótese alguma, e o adolescente só o pode na forma prevista no Estatuto (art. 106).
Restrições. A criança e o adolescente só terão acesso às diversões públicas e espetáculos classificados como adequados à sua faixa etária, e a criança só poderá ingressar e permanecer nos locais de apresentação e exibição quando acompanhada dos pais ou responsáveis (art. 75); 
não podem entrar nem permanecer em locais que explorem jogos e apostas (art. 80); a criança não pode viajar para fora da comarca, onde reside, desacompanhada dos pais ou responsável, sem autorização judicial (art. 83); a criança e o adolescente não podem viajar para o Exterior desacompanhados dos pais ou responsável, sem autorização especial (arts. 84 e 85). 
O adolescente pode, ainda, ser privado de sua liberdade quando em flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária (art.106). Os comentários a estes dispositivos restritivos da liberdade da criança e dos adolescentes darão a medida correta e condições das restrições.
Proteção. Protegida por Habeas Corpus, concedido sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder (CF, art. 5°, LXVIII).
Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:
II - opinião e expressão;A criança e o adolescente devem sempre ser ouvidos, quando queiram, ou devem emitir sua opinião, nos assuntos que lhes digam respeito (arts. 28, § 1°, 45, § 2°, 111, V, 124, I-III e VIII, 161, § 2°, e 168).
 III - crença e culto religioso;IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;
III – crença e culto religioso: a liberdade de crença e de culto da criança e do adolescente é estreitamente conexa com a de sua família. Terceiros, autoridades, entidades e instituições não podem impor crenças e cultos às crianças e adolescentes, mas não se pode recusar aos pais o direito de orientar seus filhos religiosamente, quer para uma crença, quer para o agnosticismo. É um direito que lhes cabe, como uma faculdade do pátrio poder, mas especialmente em razão do dever que se lhes impõe de educar os filhos menores. No dever que incumbe à sociedade e ao Estado de assegurar, com a família, à criança e ao adolescente o direito à educação, nos termos do art. 227 da CF, não entra educação religiosa, a menos que o próprio interessado o requeira, como pode fazê-lo, exigindo aulas de sua religião nos horários normais das escolas públicas do ensino fundamental (CF, art. 210, § 1°), assim como também têm o direito à assistência religiosa na entidade civil de internação coletiva onde porventura estejam internados (arts. 94, XII, e 124, XIV; CF, art. 5°, VII). É evidente também que o direito dos pais ou de outros familiares na matéria não inclui o constrangimento ao filho que optou por outra crença que não a deles.
MP OBTÉM CONDENAÇÃO QUE PROÍBE BAUDUCCO DE FAZER VENDA CASADA
FABRICANTE AINDA TERÁ DE PAGAR R$ 300 MIL DE INDENIZAÇÃO POR CAMPANHA ABUSIVA
“O Tribunal de Justiça deu provimento a recurso do Ministério Público e condenou a Pandurata Alimentos Ltda., detentora da marca Bauducco, proibindo a empresa de condicionar a aquisição de um bem ou serviço à compra de algum de seus produtos, bem como de promover a venda casada ao público infantil por causa da campanha “É hora de Shrek”, lançada pela Bauducco para promover a venda dos biscoitos “Gulosos”. Durante a campanha, o consumidor deveria juntar cinco embalagens de produtos da linha “GULOSOS” e, nos pontos de “troca” indicados, entregá-los junto com R$ 5,00 para receber um dos cinco modelos de relógios com a figura do personagem do filme “Shrek”. Na ação, o MP fundamentou que tanto a campanha publicitária quanto a prática comercial da Bauducco foram abusivas. A campanha, segundo a Promotoria, caracterizou venda casada, o que é proibido pelo Código de Defesa do Consumidor. “A campanha publicitária em questão atrai toda a atenção do consumidor para o relógio do Shrek, de sorte a ser natural que tenha ele despertado um desejo específico de aquisição do relógio, independentemente dos “gulosos”, sustenta Cornacchioni na ação”. “Mas só pode comprar o relógio se antes adquirir alguns pacotes do biscoito ou bolo”. Vale dizer: a compra de pelo menos 5 pacotes de biscoito é condição sine qua non para a subseqüente compra do relógio”, complementa. No acórdão, o Relator Desembargador Ramon Mateo Junior reconheceu “essa prática é vedada pelo ordenamento jurídico brasileiro. O consumidor não pode ser obrigado a adquirir um produto que não deseja”, diz o acórdão.  Segundo a decisão, a publicidade “induzia as crianças a quererem os produtos da linha ‘Gulosos para poderem obter os relógios. Havendo 4 tipos de relógio à disposição, seriam 20 produtos adquiridos”.
No entendimento do TJ, “esse tipo de campanha publicitária, embora comumente utilizada, deve ser considerada abusiva e não normal”. O relator adverte: “É preciso mudar essa mentalidade de que aquilo que é corriqueiro é normal”. “Não é “bem assim”.”.
Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:
 V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação;
Essa liberdade harmoniza-se com o direito de a criança e o adolescente serem criados e educados no seio da família natural e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecentes (art. 19). Participar da vida familiar e comunitária é, assim, mais do que uma possibilidade que se reconhece à determinação livre da criança e do adolescente, porque é um direito subjetivo que requer prestações positivas e condições favoráveis e efetivas para o seu auferimento, sem distinção de qualquer natureza, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminações (CF, arts. 3", IV, 5", caput, e 227).
 VI - participar da vida política, na forma da lei;
O adolescente, mesmo, só adquire condições de capacidade para o exercício dessa liberdade após 16 anos de idade, quando se lhe reconhece a faculdade de alistamento eleitoral e de voto e também de filiação partidária (CF, art. 14, § 1° II, "c"; Lei Orgânica dos Partidos Políticos - Lei 5.682/71 - art. 64, § 3°).
Participação estudantil; Participação em Projetos de vivência política.
VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.
Esta liberdade caracteriza-se no direito que se reconhece à criança e ao adolescente de escapar a situações agressivas, opressivas, abusivas ou cruéis, buscando amparo fora do próprio meio familiar, onde tais situações intoleráveis e danosas se manifestem, consoante estatuem os arts. 87, III, 130 e 142. Ao Poder Público incumbe criar as condições necessárias para que a criança e o adolescente convivam em um meio familiar democrático e livre de violências e opressões. Assim prevê o art. 226, § 8, da CF: "O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações".
Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.
Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.
AULA 5
SAÚDE - EM NOME DA GESTANTE, DA MÃE, DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Convenção dos Direitos da Criança de 1989
Brasil Decreto n. 99.710 de 21 de novembro de 1990.
SAÚDE- Artigo 24
1. Os Estados Partes reconhecem o direito da criança de gozar do melhor padrão possível de saúde e dos serviços destinados ao tratamento das doenças e à recuperação da saúde. Os Estados Partes envidarão esforços no sentido de assegurar que nenhuma criança se veja privada de seu direito de usufruir desses serviços sanitários.
Práticas a serem efetivadas 
a) reduzir a mortalidade infantil;
b) assegurar a prestação de assistência médica e cuidados sanitários necessários a todas as crianças, dando ênfase aos cuidados básicos de saúde;
c) combater as doenças e a desnutrição;
d) assegurar às mães adequada assistência pré-natal e pós-natal;
e) assegurar que todos os setores da sociedade, e em especial os pais e as crianças, conheçam os princípios básicos de saúde e nutrição das crianças;
f) desenvolver a assistência médica preventiva, a orientação aos pais e a educação e serviços de planejamento familiar.
SAÚDE NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
(PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE/ UNIVERSALIDADE)
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (LEI 8069/90) 
Direito à Vida e à Saúde
Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.
CONCEITO DE SAÚDE FÍSICA E PSICOLÓGICA : SER EM DESENVOLVIMENTO E FORMAÇÃO INTEGRAL
A PROTEÇÃO DA GESTANTE OU MÃE
Art. 8º -Proteções destinadas à gestante ou à mãe
Atendimento pré e perinatal pelo SUS – SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE;
b) Preferencialmente atendida pelo mesmo médico ( proteção psicológica);
c) Assistência psicológica pós-natal para prevenir ou minorar o estado puerperal (proteção psicológica – Infanticído, art. 123 do CP) (Incluído pela Lei nº 12.010/2009);
d)Assistência psicológica para as que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010/2009) 
ALEITAMENTO MATERNO 
Art. 9º O poder público, as instituições e os empregadores propiciarão condições adequadas ao aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães submetidas a medida privativa de liberdade.
LICENÇA-MATERNIDADE DE 120 DIAS – ALEITAMENTO MATERNO ATÉ 180 DIAS, DOIS INTERVALOS NA JORNADA DE 30 MINUTOS CADA;
Art. 396 - Para amamentar o próprio filho, até que este complete 6 (seis) meses de idade, a mulher terá direito, durante a jornada de trabalho, a 2 (dois) descansos especiais, de meia hora cada um.
Parágrafo único - Quando o exigir a saúde do filho, o período de 6 (seis) meses poderá ser dilatado, a critério da autoridade competente.
OBSERVAÇÕES:
INTERPRETAÇÃO TELEOLÓGICA : AMAMENTAR – NUTRIR, ALIMENTAR 
( ALEITAMENTO MATERNO OU MAMADEIRA);
NORMA DE ORDEM PÚBLICA, NÃO TRANSIGÍVEL;
POSSIBILIDADE DA JUNÇÃO DOS DOIS PERÍODOS DE MEIA HORA.
LICENÇA-MATERNIDADE DE 180 DIAS – LEI N. 11770/08 - EMPRESA CIDADÃ-FACULTATIVO – COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA – NORMAS DE CONTRAPARTIDA- INEFICÁCIA
Programa Empresa Cidadão, proporcionou às empregadores a possibilidade de estender a licença maternidade em 60 (sessenta) dias, em troca de benefícios fiscais, deduzindo do imposto devido o valor pago durante os sessenta dias de salário maternidade.
RAZÕES DA INEFICÁCIA:
1)O art. 5º da lei 11.770/08, que restringe às empresas tributadas sob o regime de lucro real a concessão de benefícios fiscais, ou seja, todas as demais empresas que não sejam optantes do regime tributário pelo lucro real, apesar de poderem aderir ao Programa e estender a licença maternidade em sessenta dias, não teriam o benefício fiscal de abater o valor pago no período de extensão dos impostos devidos.
2) Questão cultural – Facultatividade - Insegurança no mercado de trabalho – oneração da empresa – não compreensão de que se trata de um benefício social.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE – CONVENÇÃO 103 - 180 DIAS DE AMAMENTAÇÃO – ALEITAMENTO MATERNO – AMPLIAÇÃO DA LICENÇA NO BRASIL
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 64/07, da senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN), já aprovada no Senado para ampliação da licença à gestante de 120 para 180 dias. A PEC, recebeu 62 votos favoráveis e nenhum voto contrário, está agora na Câmara.
A proposta altera a redação do inciso XVIII do artigo 7º da Constituição e estende a todas as trabalhadoras o benefício que havia sido concedido pela Lei 11.770/08 às funcionárias das empresas que aderissem ao Programa Empresa Cidadã. 
OBRIGAÇÕES DOS HOSPITAIS
Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, são obrigados a:
I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos;
II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e digital e da impressão digital da mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade administrativa competente;
III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no metabolismo do recém-nascido, bem como prestar orientação aos pais;
IV - fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamente as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato;
V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto à mãe.
SAÚDE E PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE NA COBERTURA E NO ATENDIMENTO
Art. 11. É assegurado atendimento integral à saúde da criança e do adolescente, por intermédio do Sistema Único de Saúde, garantido o acesso universal e igualitário às ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde. (Redação dada pela Lei nº 11.185, de 2005)
ATENDIMENTO ESPECIALIZADO AOS PORTADORES DE DEFICIÊNCIA
Art. 11. § 1º A criança e o adolescente portadores de deficiência receberão atendimento especializado.
GRATUIDADE E E ACESSO INTEGRAL 
Art. 11. § 2º Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente àqueles que necessitarem os medicamentos, próteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação.
PERMANÊNCIA E ACOMPANHAMENTO
Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde deverão proporcionar condições para a permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de internação de criança ou adolescente.
MAUS TRATOS E OUTROS
Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais. (Redação dada pela Lei nº 13.010, de 2014 – Lei Menino Bernardo - Bernardo Boldrini ( RS), apelidada de “Lei da Palmada”)
AMPARO À MÃE NA ENTREGA DE FILHOS PARA ADOÇÃO
Art. 13, Parágrafo único.  As gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção serão obrigatoriamente encaminhadas à Justiça da Infância e da Juventude. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
PREVENÇÃO INTEGRAL
Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de assistência médica e odontológica para a prevenção das enfermidades que ordinariamente afetam a população infantil, e campanhas de educação sanitária para pais, educadores e alunos.
Parágrafo único. É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias.
AULA 6
Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho
HISTÓRICO TRABALHO INFANTIL
1957 – Ratificação da Convenção 105 da OIT referente à Abolição do Trabalho Forçado
1973 – Ratificação da Convenção 138 da OIT, para o estabelecimento da idade mínima para admissão ao emprego
1988 – Constituição Federal
1990 – Ratificação da Convenção Internacional dos Direitos da Criança – ONU
1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente
1991 – Criação do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente - CONANDA
1994 – Criação do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, identificado como espaço de articulação e mobilização de diversos setores da sociedade brasileira
1996 – Criação do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – PETI
2000 – Ratificação da Convenção 182 da OIT, para proibição e eliminação da piores formas de trabalho infantil
2000 – Criação de Grupos Especiais de Combate ao Trabalho Infantil e de Proteção ao Trabalhador Adolescente - GECTIPAS 
2002 – Criação da Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil – CONAETI, coordenada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, com participação quadripartite, visa implementar a aplicação das disposições das Convenções nºs 138 e 182 da OIT
2004 – Publicação do Plano Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Trabalhador Adolescente
2008 – Decreto 6.481, que regulamenta as piores formas de trabalho infantil
Normas de Proteção do Trabalho da Criança e do Adolescente
Convenção dos Direitos da Criança (1989) – Art. 32
Constituição Federal (1988) – Art. 227, parágrafo 3º, incisos I e II
CLT, art. 402 a 441 
ECA, art. 60 a 69 
 IDADE ECA 
- Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, salvo na condição de aprendiz. (Vide CF/88)
ALTERAÇÃO EMENDA CONSTITUCIONAL N. 20/1998
ART. 7º, Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
(...)
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; (Redaçãodada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
PROTEÇÃO E LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada por legislação especial, sem prejuízo do disposto nesta Lei.
CONTRATO DE APRENDIZAGEM
Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação técnico-profissional ministrada segundo as diretrizes e bases da legislação de educação em vigor.
Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá aos seguintes princípios:
I - garantia de acesso e freqüência obrigatória ao ensino regular;
II - atividade compatível com o desenvolvimento do adolescente;
III - horário especial para o exercício das atividades.
Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é assegurada bolsa de aprendizagem.
Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, são assegurados os direitos trabalhistas e previdenciários.
CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO DE APRENDIZAGEM
Inscrição em curso de aprendizagem de formação técnico-profissional metódica desenvolvido sob orientação de entidade qualificada em formação técnico profissional metódica;
Frequência à escola.
CTPS assinada, contrato escrito e matrícula em curso de aprendizagem.
Vinculação do contrato de aprendizagem ao programa do curso de aprendizagem, que é de responsabilidade da entidade formadora.
5% a 15%: o limite máximo visa a evitar substituição de mão-de-obra;
Ocupações que demandam aprendizagem profissional;
RELAÇÃO DE APRENDIZAGEM CONTRATANTES E CONTRATADOS
CONTRATANTES:
Estabelecimentos de qualquer natureza, que tenham pelo menos sete empregados em ocupações que demandam aprendizagem;
Sociedades de economia mista e empresas públicas (concurso ou contratação indireta).
Exceção: micro empresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP),conforme art. 11 da Lei 9.841/97.
Órgãos públicos celetistas.
CONTRATADOS
Adolescentes de 14 a 18 anos – prioridade (art. 11, Decreto 5.598/05).
Jovens de 18 a 24 anos, com preferência para atividades proibidas para adolescentes (art. 11, § único, Decreto 5.598/05).
Pessoas com deficiência de qualquer idade.
FORMAÇÃO E APRENDIZAGEM
Serviços Nacionais de Aprendizagem;
Escolas Técnicas de Educação, inclusive Agrotécnicas (não há distinção entre entidades públicas e privadas);
Entidades Sem Fins Lucrativos (ESFL ou ONG).
Devem contar com estrutura adequada ao desenvolvimento dos programas de aprendizagem, de forma a manter a qualidade do processo de ensino, bem como acompanhar e avaliar os resultados.
As ESFL devem estar cadastradas no Cadastro Nacional da Aprendizagem e ter seus cursos validados.
ADOLESCENTE, TRABALHO E DEFICIÊNCIA
Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é assegurado trabalho protegido.
	
VEDAÇÕES AO TRABALHO
Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido em entidade governamental ou não-governamental, é vedado trabalho:
I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte;
II - perigoso, insalubre ou penoso;
III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social;
IV - realizado em horários e locais que não permitam a freqüência à escola.
Trabalho Noturno
É vedado o trabalho noturno (art. 7º, XXXIII, CF/88; art. 404, CLT; art. 67, I, ECA). 
Atividades urbanas: o horário noturno compreende o período das 22:00 às 5:00 horas (art. 404, CLT).
Atividades rurais: horário noturno é: das 20:00 às 4:00h, na pecuária e das 21:00 às 5:00h na lavoura (art. 7º, Lei 5.889/73). 
 Trabalho Insalubre ou Perigoso
É proibido o trabalho insalubre ou perigoso para a criança e o adolescente (art. 7º, XXXIII, CF; art. 405, I, CLT; art. 67, II, ECA). 
A Portaria 88, de 28/4/2009, da Secretária de Inspeção do Trabalho, estabelece, para fins do artigo 405, I, CLT, como locais e serviços perigosos ou insalubres, proibidos ao trabalho do menor de 18 anos, os descritos no item denominado “Trabalhos Prejudiciais à Saúde e à Segurança” (LISTA TIP), revogando, assim, a Portaria 20, de 13/9/2001.  
O Ministro do Trabalho poderá derrogar qualquer proibição, quando houver desaparecido parcial ou total o caráter perigoso ou insalubre que determinou a proibição (art. 410). O quadro será revisto bienalmente (art. 441). 
Trabalho Penoso
Trabalho penoso o é o realizado em condição incômoda ou difícil acarretando o cansaço físico e mental do trabalhador. 
O art. 7º, XXXIII, CF, não é explícito quanto à proibição do trabalho penoso para a criança e do adolescente. 
Omissão é suprida pelo ECA (art. 67, II), que veda os trabalhos perigosos, insalubres ou penosos.
O Decreto 6.481, de 12.6.2008, regulamenta os artigos 3º, alínea d, e 4º, Convenção 182, da OIT, que trata da proibição das piores formas de trabalho infantil e ação imediata para sua eliminação, aprovada pelo Decreto Legislativo 178, de 14.12.1999, e promulgada pelo Decreto 3.597, de 12.9.2000. 
Serviços Prejudiciais
O trabalho não poderá ser realizado em locais prejudiciais à sua formação, aos desenvolvimento físico, psíquico, moral e social e em horários e locais que não permitam a frequência à escola (art. 403, parágrafo único, CLT; art. 67, III e IV, ECA). 
Em locais ou serviços prejudiciais à sua moralidade (art. 405, II), entre eles:
a)prestado, de qualquer modo, em teatros de revista, cinemas, boates, cassinos, cabarés, dancings e estabelecimentos análogos ou em empresas circenses, em funções de acrobata, saltimbanco, ginasta e outras semelhantes. 
TRABALHO EDUCATIVO
Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho educativo, sob responsabilidade de entidade governamental ou não-governamental sem fins lucrativos, deverá assegurar ao adolescente que dele participe condições de capacitação para o exercício de atividade regular remunerada.
§ 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral em que as exigências pedagógicas relativas ao desenvolvimento pessoal e social do educando prevalecem sobre o aspecto produtivo.
§ 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho efetuado ou a participação na venda dos produtos de seu trabalho não desfigura o caráter educativo.
 Serviços Prejudiciais
É vedado ao empregador contratar criança ou adolescente em serviço que demande o uso de força muscular superior a 20 quilos (trabalho contínuo) ou 25 quilos (trabalho ocasional). 
Não se admite o labor em minas para crianças e adolescentes (art. 301).
É vedado o exercício da profissão de propagandista e vendedor de produfos farmacêuticos co menor de 18 anos (art. 3º, Lei 6.224/75).
O trabalho em ruas, praças e outros logradouros dependerão de autorização prévia do juiz para verificar se a ocupação é indispensável para a própria subsistência da criança.
O juiz poderá autorizar o trabalho desde que:
1)representação tenha fim educativo ou a peça de que participe não possa ser prejudicial à sua formação moral; 
2) se certifique ser a ocupação do menor indispensável à própria subsistência ou à de seus pais, avós ou irmãos e não advir nenhum prejuízo à sua formação moral (art. 406, caput, I e II);
b) de produção, composição, entrega ou venda de escritos impressos, cartazes, desenhos, gravuras, pinturas, emblemas, imagens e quaisquer outros objetos que possam, a juízo da autoridade competente, prejudicar sua formação moral;
c) consistente na venda, a varejo, de bebidas alcoólicas (art. 405, § 3º, CLT). 
Férias: As férias não podem ser fracionadas (art. 134, § 2º, CLT), bem como, para o empregado estudante, menor de 18 anos, as férias devem coincidir com as férias escolares (art. 136, § 2º). 
OBJETIVOS MAIORES
 Art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização e à proteção no trabalho, observados os seguintes aspectos, entre outros:
I - respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento;
II - capacitação profissional adequada ao mercado de trabalho.
TRABALHO INFANTIL ARTÍSTICO
O QUE DIZ O MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
PROIBIÇÃO: O trabalho artístico não é regulado por parâmetroslegais claros, havendo mesmo doutrinadores que afirmam não ser possível esse tipo de trabalho no País, com base no art. 7º, XXXIII da Constituição Federal de 1988. A Lei nº 6.533, de 24 de maio de 1978, que regulamenta a profissão de artista, não dispõe sobre esse assunto. 
EXCEÇÃO: A Convenção 138 da OIT, ratificada pelo Brasil, permite, em seu art. 8º, 1 e 2, que a autoridade competente conceda, por meio de permissões individuais, exceções à proibição de admissão ao emprego ou trabalho com idade aquém da mínima legal, para representações artísticas. Ressalva apenas que essas permissões devem limitar o número de horas do emprego ou trabalho autorizadas e prescrever as condições em que esse poderá ser realizado.
- ECA: O Estatuto da Criança e do Adolescente admite a participação de crianças e adolescentes em espetáculos públicos e seus ensaios desde que a autoridade competente observe entre outros pontos, as peculiaridades locais e o tipo de freqüência habitual ao local.
ESCOLA: "A CLT também impõe limites, pois estabelece em seu art. 405, parágrafo único, que o trabalho infanto-juvenil ‘não poderá ser realizado em locais prejudiciais à sua formação, ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social e em horários e locais que não permitam a freqüência à escola’."
- TRABALHO INFANTIL: Questionado se a utilização de crianças em apresentações artísticas, como novelas, comerciais e programas de TV, constitui trabalho infantil, o Ministério do Trabalho respondeu: "A princípio, configura-se, nesse caso, trabalho infantil e, portanto, proibido. Deve-se obter, previamente, a autorização do Juiz da Infância e da Juventude para que crianças atuem em apresentações artísticas".
 
- HORÁRIO: "Tanto a CLT como o ECA estabelecem que o horário de trabalho deve ser compatível com o horário escolar. Além disso, a Convenção 138 da OIT estabelece que a autoridade competente (Juiz da Infância e da Juventude) deve especificar o número de horas de trabalho".
 
- BEBÊS: Sobre a participação de bebês em atividades como novelas e comerciais, o Ministério do Trabalho informou que não há regulamentação quanto a esse tipo de participação. 
AULA 7 
CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
ADOÇÃO E AFETIVIDADE
OBJETIVOS DA ADOÇÃO NA ANTIGUIDADE
“velar pela continuidade da religião doméstica, pela salvação do fogo sagrado, pela continuação das oferendas fúnebres, pelo repouso dos manes dos antepassados. Como a adoção não tinha outra razão de ser além da necessidade de evitar a extinção do culto, seguia-se daí que não era permitida senão a quem não tinha filhos”. 
 Fustel de Coulanges – A cidade antiga
ADOÇÃO NO BRASIL - PRINCIPAIS DIPLOMAS LEGAIS
CÓDIGO CIVIL DE 1916:
Somente poderiam adotar os maiores de 50 anos,
ao menos de 18 anos mais velhos que o adotado, que não
possuíssem prole legítima ou legitimada. 
O adotante não poderia ter filhos. 
Objetivos: dar a oportunidade àquele que não pôde ou não
quis ter um filho, adotar uma criança, mantendo-se o
caráter que a adoção já possuía desde suas origens. 
A Lei nº 3.133 de 8 de maio de 1957 modificou os requisitos para a adoção:
Idade mínima do adotante 30 anos;
Diferença de idade entre adotante e adotado 16 anos;
 O casal adotante poderia ter filhos, exigindo-se a
comprovação de estabilidade conjugal por um período de
no mínimo cinco anos de matrimônio. 
Estabelecia ainda a Lei nº 3.133/57 que o parentesco resultante da adoção tinha efeitos apenas para o adotante e adotado. 
Com exceção do pátrio poder, que era transferido, os demais direitos e deveres em relação ao parentesco natural não se extinguiam. 
Na sucessão hereditária, o adotante tinha direito a apenas metade do quinhão a que tinham direito os filhos biológicos, segundo o artigo 1.605 do Código Civil, que foi revogado pelo artigo 227, § 6º da Constituição Federal de 1988, que proíbe qualquer distinção entre filhos legítimos ou legitimados.
Lei 4.655 de 2 de junho de 1965
 cuja única modificação importante que trouxe, ao instituto da adoção, foi a de permitir que fosse cancelado o registro de nascimento primitivo e substituído por outro, com novos dados. Mantiveram-se as exigências anteriores, ou seja, que os candidatos fossem casados, sem filhos, e de esterilidade comprovada .
Código de Menores - Lei nº 6.697 de 10/10/1979 
O art. 5º do Código de Menores preceituou que a proteção aos interesses dos menores sobrelevaria qualquer outro bem ou interesse juridicamente tutelado. Desta forma, concluiu-se que o legislador deixou de se preocupar com o bem-estar dos adotantes, como no princípio se fazia, para voltar a lei no (sic) interesse do adotado, favorecendo-o naquilo que fosse possível”. 
Lei 8069 de 13 de julho de 1990 (ECA). 
Código Civil de 2002
ECA – Alterações da Lei 12.010/2009
Inovações ou entraves?????
ADOÇÃO - E PRINCÍPIOS
MELHOR INTERESSE DOS ADOTANTES VERSUS MELHOR INTERESSE DO ADOTANDO
CONVIVÊNCIA FAMILIAR - E COMUNITÁRIA (ART. 19)
Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio da sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecentes.
CONCEITOS DE FAMÍLIA
FAMÍLIA NATURAL : comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes. (art. 25) 
FAMÍLIA EXTENSA OU AMPLIADA : se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade. (art. 25, parágrafo único)
FAMÍLIA SUBSTITUTA: se forma a partir da impossibilidade de criança ou adolescente permanecer, ainda que momentaneamente.
§ 3o  A manutenção ou reintegração de criança ou adolescente à sua família terá preferência em relação a qualquer outra providência, caso em que será esta incluída em programas de orientação e auxílio, nos termos do parágrafo único do art. 23, dos incisos I e IV do caput do art. 101 e dos incisos I a IV do caput do art. 129 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
PODER FAMILIAR
A falta ou carência de recursos materiais não constitui motivo para a perda ou a suspensão do poder familiar. A perda e a suspensão do poder familiar devem ser decretadas judicialmente, garantido o contraditório.
Causas (art. 22) – Abandono, maus tratos, omissão, atos contrários a moral e aos bons costumes.
Excepcional, irrevogável E INCADUCÁVEL, PLENA E CONSTITUÍDA POR MEIO DE SENTENÇA JUDICIAL. 
Esgotamento de todas as possibilidades na família natural ou extensa. 
PRINCÍPIO MAIOR: MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA
A adoção será deferida quando apresentar reais vantagens para o adotando e fundar-se em motivos legítimos. 
A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais. (Art. 227, parágrafo 6º, CF/88)
1. ADOÇÃO NACIONAL
1.1 Por brasileiros
a) Membros da família extensa ( exceção irmãos e ascendentes)
b) Terceiros
1.2 Estrangeiros residentes no país
a) Membros da família extensa( exceção irmãos e ascendentes)
b) Terceiros
2. ADOÇÃO INTERNACIONAL
2.1 Por brasileiros
a) Membros da família extensa ( exceção irmãos e ascendentes)
b) Terceiros
2.2 Por estrangeiros
a) Membros da família extensa ( exceção irmãos e ascendentes)
b) Terceiros
IDADES E ADOÇÃO
Idade do adotando – no máximo 18 anos à data do pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou tutela dos adotantes.
Idade do adotante – maiores de 18 anos, independentemente do estado civil
Diferença de idade do adotante e adotado – mínimo de 16 anos
E no caso de um casal em que um deles não têm 18 anos? Aplicação do princípio do melhor interesse da criança e reais vantagens ao adotando.
QUEM PODE ADOTAR
Adoção conjunta: casados civilmente ou mantenham a união estável com estabilidade da famíla.Divorciados, os judicialmente separados e os ex-companheiros: podem adotar conjuntamente, desde que acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do período de convivência e que seja comprovada a existência de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da guarda, que justifiquem a excepcionalidade da concessão.
IMPORTANTE: Não inovou a Lei 12.010/2009 acerca das adoções homossexuais.
Solteiros podem adotar
IMPEDIDOS DE ADOTAR
Os ascendentes e os irmãos do adotando.
Adotante tutor ou curador quando não prestadas as contas.
ADOÇÃO DE IRMÃOS
Art. 28, parágrafo 4º 
Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela ou guarda da mesma família substituta, ressalvada a comprovada existência de risco de abuso ou qualquer outra situação que justifique plenamente a excepcionalidade de solução diversa, procurando-se, em qualquer caso, evitar o rompimento dos laços fraternais.
ADOÇÃO DE ÍNDIGENAS OU QUILOMBOLAS
Art, 28 § 6o  Em se tratando de criança ou adolescente indígena ou proveniente de comunidade remanescente de quilombo, é ainda obrigatório: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
I - que sejam consideradas e respeitadas sua identidade social e cultural, os seus costumes e tradições, bem como suas instituições, desde que não sejam incompatíveis com os direitos fundamentais reconhecidos por esta Lei e pela Constituição Federal; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio de sua comunidade ou junto a membros da mesma etnia; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão federal responsável pela política indigenista, no caso de crianças e adolescentes indígenas, e de antropólogos, perante a equipe interprofissional ou multidisciplinar que irá acompanhar o caso. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
CADASTRO NACIONAL DE ADOÇÃO
O Cadastro Nacional de Adoção é uma ferramenta criada para auxiliar juízes das varas da infância e da juventude na condução dos procedimentos de adoção. Lançado em 29 de abril de 2008, o CNA tem por objetivo agilizar os processos de adoção por meio do mapeamento de informações unificadas.  O Cadastro possibilita ainda a implantação de políticas públicas na área. No Cadastro Nacional de Adoção (CNA), segundo dados de outubro de 2013, das 5,4 mil crianças e jovens para adoção, 4,3 mil (80%) estão na faixa etária acima de 9 anos. No banco de crianças disponíveis para adoção do DF, crianças com menos de 12 anos são minoria.
ADOÇÃO UNILATERAL
Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do outro, mantêm-se os vínculos de filiação entre o adotado e o cônjuge ou concubino do adotante e os respectivos parentes.
3 Hipóteses:
A) Quando no registro de nascimento constar apenas o nome do pai ou da mãe; (consentimento daquele que mantém a filiação);
B) Quando no registro contar o nome do outro pai ou mãe; (necessária a destituição do poder familiar)
C) Quando o pai ou mãe for falecido. (consentimento daquele que mantém a filiação)
ESTÁGIO DE CONVIVÊNCIA
Adoção Nacional: Prazo disposto pela autoridade judiciária e acompanhado pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política de garantia do direito à convivência familiar, que apresentarão relatório minucioso acerca da conveniência do deferimento da medida.
IMPORTANTE:  O estágio de convivência poderá ser dispensado se o adotando já estiver sob a tutela ou guarda legal do adotante durante tempo suficiente para que seja possível avaliar a conveniência da constituição do vínculo. A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a dispensa da realização do estágio de convivência. 
ADOÇÃO INTERNACIONAL
Obrigatório e nunca dispensável. Prazo mínimo de 30 dias a ser cumprido em território nacional.
ADOÇÃO PÓSTUMA OU POST MORTEM - ADOÇÃO E FALECIMENTO NO CURSO DO PROCESSO
Poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no curso do procedimento, antes de prolatada a sentença.
ADOÇÃO, VÍNCULO E REGISTRO, ART. 47
Sentença judicial, que será inscrita no registro civil mediante mandado do qual não se fornecerá certidão.
A inscrição com o nome dos adotantes como pais, bem como o nome de seus ascendentes.
O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o registro original do adotado.  Nenhuma observação sobre a origem do ato poderá constar nas certidões do registro. A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e, a pedido de qualquer deles, poderá determinar a modificação do prenome.  Se requerida pelos adotantes é obrigatória a oitiva do adotando. A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em julgado da sentença constitutiva, exceto na hipótese de adoção póstuma que terá força retroativa à data do óbito. 
DIREITO À IDENTIDADE BIOLÓGICA
Art. 48.  O adotado tem direito de conhecer sua origem biológica, bem como de obter acesso irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, após completar 18 (dezoito) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
Parágrafo único.  O acesso ao processo de adoção poderá ser também deferido ao adotado menor de 18 (dezoito) anos, a seu pedido, assegurada orientação e assistência jurídica e psicológica. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
ADOÇÃO INTUITU PERSONAE
Lei anterior – Não havia expressa vedação . Admitida pela Jurisprudência, com base na formação do vínculo e princípio do melhor interesse da criança.
Lei atual – Normatização minuciosa para submissão ao Cadastro de Adotantes.(art. 50 e parágrafos 1º até 14) 
POSSIBILIDADE DE ADOÇÃO INTUITU PERSONAE
 Art. 50, § 13
§ 13.  Somente poderá ser deferida adoção em favor de candidato domiciliado no Brasil não cadastrado previamente nos termos desta Lei quando: 
I - se tratar de pedido de adoção unilateral; 
II - for formulada por parente com o qual a criança ou adolescente mantenha vínculos de afinidade e afetividade; 
III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda legal de criança maior de 3 (três) anos ou adolescente, desde que o lapso de tempo de convivência comprove a fixação de laços de afinidade e afetividade, e não seja constatada a ocorrência de má-fé ou qualquer das situações previstas nos arts. 237 ou 238 desta Lei.
ENTENDIMENTOS JUDICIAIS
AI 70052586914, j. em 07.02.2013, 8ª C. Cível , RS
Foi deferida a guarda (visando adoção) de criança, aos cinco meses de idade, a um casal que já detinha a guarda de um irmão do infante. Entrega feita pela mãe. Inexistência de cadastramento tanto do casal quanto das crianças. Argumento central: interesse da criança, sobretudo pelo fato de permanecer junto ao irmão biológico. 
Resp. nº 1.172.067, j. em 18.10.2010, 3ª Turma 
O STJ, provendo o REsp, determinou que criança que fora entregue, diretamente, pela mãe, ao casal candidato à adoção, com eles permanecendo durante os primeiros 8 meses de vida, deveria assim ser mantida, pois já consolidados os vínculos. Casal não cadastrado. 
Resp. nº 1.347.228, j. em 06.11.2012, 3ª Turma 
O STJ, provendo o recurso, determinou que prosseguisse o pedido de adoção formulado por casal que tinha sob sua guarda, durante períodos que, somados, alcançavam cerca de DOIS anos, criança que lhes fora entregue ao nascer. Os requerentes, embora inscritos no CUIDA, não se encontravam em primeiro lugar na lista de adotantes. Afirmou-se que o cadastro de adotantes “não é dotado de caráter absoluto, mas, ao contrário, relativo, prevalecendo o interesse da criança – que deve, antes de mais nada, ser atendido”. 
MINISTÉRIO PÚBLICO SC -ORIENTAÇÃO INTERNA
1ª Tese Institucional: Obediência à fila do Cadastro Único Informatizado de Adoção e Abrigo (CUIDA). 
Metodologia criada para orientar o posicionamento do MPSC em questões jurídicas adversas. A decisão serve desugestão para a atuação de Procuradores e Promotores de Justiça e reflete o entendimento majoritário dos Membros da instituição acerca desse tema controverso. 
 A família adotante precisa ser preparada para entender o que é o processo de adoção e como funciona. O cadastro no CUIDA exige uma série de procedimentos comprobatórios da capacidade de adoção, a qual abrange cursos preparatórios, estudo psicossocial e comprovação de idoneidade. 
Outra justificativa é a de que o índice de desistência da adoção é muito maior nas famílias não cadastradas em relação àquelas habilitadas nos programas do CUIDA. A rejeição ocorre por falta de preparação da família que idealiza uma situação que nem sempre condiz com a realidade. 
DECISÃO STF -ADOÇÃO POR CASAIS HOMOSSEXUAIS
“A Constituição Federal não faz a menor diferenciação entre a família formalmente constituída e aquela existente ao rés dos fatos. Como também não distingue entre a família que se forma por sujeitos heteroafetivos e a que se constitui por pessoas de inclinação homoafetiva. Por isso que, sem nenhuma ginástica mental ou alquimia interpretativa, dá para compreender que a nossa Magna Carta não emprestou ao substantivo “família” nenhum significado ortodoxo ou da própria técnica jurídica. Recolheu-o com o sentido coloquial praticamente aberto que sempre portou como realidade do mundo do ser. Assim como dá para inferir que, quanto maior o número dos espaços doméstica e autonomamente estruturados, maior a possibilidade de efetiva colaboração entre esses núcleos familiares, o Estado e a sociedade, na perspectiva do cumprimento de conjugados deveres que são funções essenciais à plenificação da cidadania, da dignidade da pessoa humana e dos valores sociais do trabalho. Isso numa projeção exógena ou extramuros domésticos, porque, endogenamente ou interna corporis, os beneficiários imediatos dessa multiplicação de unidades familiares são os seus originários formadores, parentes e agregados. Incluído nestas duas últimas categorias dos parentes e agregados o contingente das crianças, dos adolescentes e dos idosos. Também eles, crianças, adolescentes e idosos, tanto mais protegidos quanto partícipes dessa vida em comunhão que é, por natureza, a família. Sabido que lugar de crianças e adolescentes não é propriamente o orfanato, menos ainda a rua, a sarjeta, ou os guetos da prostituição infantil e do consumo de entorpecentes e drogas afins. Tanto quanto o espaço de vida ideal para os idosos não são os albergues ou asilos públicos, muito menos o relento ou os bancos de jardim em que levas e levas de seres humanos abandonados despejam suas últimas sobras de gente. Mas o comunitário ambiente da própria família. (...)
Assim interpretando por forma não-reducionista o conceito de família, penso que este STF fará o que lhe compete: manter a Constituição na posse do seu fundamental atributo da coerência, pois o conceito contrário implicaria forçar o nosso Magno Texto a incorrer, ele mesmo, em discurso indisfarçavelmente preconceituoso ou homofóbico. Quando o certo – data vênia de opinião divergente – é extrair do sistema de comandos da Constituição os encadeados juízos que precedentemente verbalizamos, agora arrematados com a proposição de que a isonomia entre casais heteroafetivos e pares homoafetivos somente ganha plenitude de sentido se desembocar no igual direito subjetivo à formação de uma autonomizada família. “Entendida esta, no âmbito das duas tipologias de sujeitos jurídicos, como um núcleo doméstico independente de qualquer outro e constituído, em regra, com as mesmas notas factuais da visibilidade, continuidade e durabilidade.”
AULA 8
ATO INFRACIONAL
PRINCIPIOLOGIA DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO E O ART. 100, ECA
Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
 I - condição da criança e do adolescente como sujeitos de direitos        
II - proteção integral e prioritária     
II - responsabilidade primária e solidária do poder público       
IV - interesse superior da criança e do adolescente       
V - privacidade        
VI - intervenção precoce       
VII - intervenção mínima      
VIII - proporcionalidade e atualidade      
 IX - responsabilidade parental        
X - prevalência da família        
XI - obrigatoriedade da informação        
XII - oitiva obrigatória e participação
Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal (ART. 103, ECA)
Art. 228, CF/88 . São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial.
Penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei, devendo ser considerada a idade do adolescente à data do fato (ART. 104, ECA). O ato infracional praticado por criança corresponderão as medidas previstas no art. 101.
CRIANÇA ( 0 A 12 AN0S) – ATO INFRACIONAL –> MEDIDAS PROTETIVAS DO ART. 101, ECA
ADOLESCENTE (12 A 18 ANOS) – ATO INFRACIONAL –> MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS, ART. 112, ECA
ART.228 E REDUÇÃO MAIORIDADE PENAL :
Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial.
CLÁUSULA PÉTREA OU POSSIBILIDADE DE MODIFICAÇÃO PELA VIA DA EMENDA CONSTITUCIONAL?
Espetacularização da redução da maioridade penal versus índices oficiais de crimes cometidos por adolescentes.
Punição versus Educação.
Punição versus Justiça Restaurativa
CRITÉRIO PARA APLICAÇÃO DA MEDIDA: capacidade do adolescente, circunstâncias e gravidade da infração, vedada sob qualquer hipótese o trabalho forçado.
IMPORTANTE: Portadores de doença ou deficiência mental receberão tratamento individual e especializado, em local adequado às suas condições.
DIREITOS INDIVIDUAIS DOS ADOLESCENTES
1) Somente será privado de sua liberdade em flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, (Art. 106, ECA)
2)Tem direito à identificação dos responsáveis pela sua apreensão, devendo ser informado acerca de seus direitos. (Art. 106, parágrafo único, ECA)
3) O adolescente civilmente identificado não será submetido a identificação compulsória pelos órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de confrontação, havendo dúvida fundada (Art. 109, ECA)
4) A apreensão de qualquer adolescente e o local onde se encontra recolhido serão imediantemente comunicados à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada. (Art. 107, ECA)
5) A internação cautelar, antes da sentença, pode ser determinada pelo prazo máximo de 45 dias, descontado do prazo do cumprimento futuro da internação ( se for o caso). A decisão deverá ser fundamentada e basear-se em indícios suficientes de autoria e materialidade, demonstrada a necessidade imperiosa da medida. Medida e caráter excepcional. (Art. 108, ECA)
GARANTIAS PROCESSUAIS
Art. 110 e 111, ECA
Devido processo legal.
Pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante citação ou meio equivalente;
Igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com vítimas e testemunhas e produzir todas as provas necessárias à sua defesa;
Defesa técnica por advogado;
Assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, na forma da lei;
Direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente;
Direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qualquer fase do procedimento.
MEDIDAS DE PROTEÇÃO (Art. 101, ECA)
I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;
II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;
III - matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental;
IV - inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança e ao adolescente;
V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial;
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário

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