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ORIGEMDO PERIODICO CIENTIFICO

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ORIGEM DO PERIÓDICO CIENTÍFICO
1 INTRODUÇÃO
Compreender o processo de desenvolvimento e produção de um artigo científico é fundamental para a propagação do conhecimento. Comunicar um estudo é uma etapa importante, pois gera novos conhecimentos e/ou corrobora ou refuta algum conhecimento pré-existente. É basicamente um processo de aprendizagem tanto do indivíduo que a realiza quanto da sociedade na qual este se desenvolve. Fazer uma comunicação é acreditar que você tem algo importante a dizer ou divulgar.
Para comunicar um estudo é importante à clareza da redação cientifica.  Idealmente, a clareza deveria ser a característica de qualquer tipo de comunicação; no entanto, quando alguma coisa está sendo dita pela primeira vez, a clareza é essencial.
A comunicação científica é um processo de duas mãos: um experimento científico não está completo se ele não foi publicado e entendido. A redação científica deve ser o mais simples possível.
Isto não quer dizer, por outro lado, que a redação científica não tenha uma linguagem adequada. A linguagem deve ser usada com precisão e cuidado, respeitando nomenclaturas ou terminologias para que haja a transmissão correta das idéias do autor. 
	A linguagem é a essência do pensamento e é imprescindível que pesquisadores e cientistas saibam aplicá-la de forma correta e adequada.
Ainda que a comunicação humana tenha milhares de anos, a comunicação científica é relativamente nova. Os primeiros seres humanos já sentiam a necessidade de se comunicar uns com os outros, e de transmitir seus conhecimentos para outras gerações, basta ver as pinturas rupestres. É claro que esta forma de transmissão era muito limitada, pois não havia a transmissão da informação. Esta transmissão só passou a ocorrer com a invenção do papiro (2000 A.C.), e mais tarde, do papel (105 D.C.). Ainda assim, os problemas da divulgação do material ainda existiam, e só começou a ser solucionado com a invenção da imprensa por Gutenberg em 1455. 
Com a invenção da impressa a transmissão do conhecimento tornou-se dinâmica e gerou outros formatos, além dos livros. A revista cientifica nasceu da necessidade de dar voz a inúmeros estudiosos que imprimiam suas idéias em papel e poder refutá-las com outros interessados. Os periódicos científicos e seus mecanismos de seleção e publicação são um marco na história da ciência. Por isso, é importante sabermos a sua origem. 
2 AS PRIMEIRAS REVISTAS CIENTÍFICAS
A história das publicações médicas inicia-se com o Renascimento (século 15). Foi neste período de alvorecer da ciência e desenvolvimento da tipografia que houve um aumento na produção de livros. O invento de Gutenberg barateou o livro, tornando a cultura acessível a um maior número de pessoas. Nos dois séculos seguintes mais de 300 mil livros foram produzidos e no século 18 mais de dois milhões de livros.
No século 16, com a melhora dos serviços de correspondência, vários cientistas começaram a transmitir suas idéias e/ou descobertas por meio de correspondência pessoal antes de publicarem em livros. As cartas eram enviadas pelos homens de ciência aos seus amigos onde relatavam suas descobertas mais recentes e circulavam em pequenos grupos de interessados que examinavam e discutiam criticamente. Sua divulgação era direcionada, uma vez que seus autores quase nunca as enviavam para aqueles que podiam refutar ou rejeitar suas teorias.
Outras formas de divulgação se davam por meio de Atlas ou Memórias. Estes consistiam em transcrições de descobertas que eram relatas durante as reuniões de uma sociedade e depois impressas onde serviam de consulta e referência aos membros da sociedade.
As cartas e os Atlas eram veículos de divulgação utilizados principalmente por membros dos colégios invisíveis ou colégios filosóficos. Estes grupos, assim chamados para se diferenciarem dos colégios universitários oficiais, serviram de base para a criação de sociedades e acadêmias científicas. O tema comum destas sociedades era adquirir conhecimento por meio de investigações cientificas. Os relatos e as conclusões destes encontros eram registrados e as cópias distribuídas como cartas ou Atlas a amigos que estavam envolvidos com as pesquisas. 
Estas novas formas de registro do conhecimento foram um importante passo para o surgimento do periódico científico. Os artigos eram mais breves e específicos que as cartas e os Atlas e resumiam todo o processo de investigação científica. Os artigos também eram considerados como formas provisórias de comunicação, pois a preferência ainda era a forma monográfica de livros impressos para registro definitivo da ciência.
A migração do livro para as revistas deu-se por dois motivos: a demora da publicação e o custo de sua produção.  O custo da produção comprometia a prioridade das descobertas. Para resolver este impasse os cientistas começaram a publicar as pesquisas em partes, assim os resultados logo apareciam ficando assegurada a prioridade da descoberta. 
Da publicação das pesquisas em partes para a publicação regular em fascículos, deu-se em importante passo para o surgimento dos periódicos científicos.
Os periódicos científicos pioneiros foram o “Journal dês Sçavants” na França em janeiro 1665 e, em março do mesmo ano, o “Philosophical Transactions of the Royal Society”. O jornal francês divulgava semanalmente catálogos de livros, necrológicos, informações sobre física e química, sentenças de tribunais seculares e eclesiásticos. Depois do terceiro número, em 30 de março do mesmo ano, a revista teve sua publicação suspensa temporariamente pelas autoridades francesas por publicar material ofensivo a Inquisição. Volta ser publicada em 1666 e, até 1792, entre impressões e interrupções, 111 volumes foram editados. Com a Revolução Francesa, sua publicação foi suspensa novamente sendo reativada em 1816 e continuando até os dias atuais. 
Já o periódico do Reino Unido é considerado o protótipo das revistas cientificas. Henry Oldenburg um dos dois secretários da sociedade, queria divulgar de forma mais ampla as observações e pesquisas dos membros da instituição. Após analisar o Journal dês Sçavans, os membros da sociedade queriam reproduzir um trabalho similar e concluíram que era necessário algo mais científico dando ênfase aos relatos de experimentos realizados pelos cientistas. Assim, foi criada a “Philosophical Transactions of the Royal Society” em 6 de março de 1665. Outra característica importante deste periódico foi adoção do processo de avaliação dos textos a serem divulgados (peer-review).
Esses dois periódicos deram início ao surgimento de revistas cientificas em outros países, de tal forma que no século 19, havia aproximadamente 500 revistas científicas no mundo. Hoje o crescimento da produção científica mundial conta com aproximadamente 100.000 títulos. Os periódicos científicos são considerados a memória da ciência.
	
	Curiosidade:
No Brasil, os periódicos científicos começaram a surgir em meados do século XIX, ou seja, dois séculos após o aparecimento dos exemplares europeus. A primeira publicação foi a Gazeta Médica do Rio de Janeiro, criada em 1862 e, a seguir, surgiu a Gazeta Médica da Bahia, em 1866. Entretanto, a primeira revista regularmente publicada no Brasil, em 1917, foram os Anais da Academia de Ciências, com o nome de Revista da Sociedade Brasileira de Ciências.

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