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Aula 6 IDPP Direito Tributário

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INSTITUIÇÕES DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO
AULA – DIREITO TRIBUTÁRIO
INTRODUÇÃO
DESENVOLVIMENTO
- O Estado e sua atividade financeira 
- Conceito de tributo
- Normas tributárias
- Espécies de tributos
- Princípios tributários constitucionais 
- Competência tributária 
- Imunidades
- Obrigação tributária
- Sujeitos da obrigação tributária
CONCLUSÃO
____________________________________________________________________________
1. INTRODUÇÃO
O Direito Tributário é o conjunto das leis reguladoras da arrecadação dos tributos, bem como de sua fiscalização. Regula as relações jurídicas estabelecidas entre o Estado e contribuinte no que se refere à arrecadação dos tributos. Constitui uma barreira contra o arbítrio, que poderia ser demandado pelos governantes, na ânsia de querer usurpar toda e qualquer riqueza proveniente do indivíduo e da sociedade de forma ditatorial, vingativa, sem critérios, pois, apenas por meio da lei é que se pode criar ou aumentar impostos de forma racional, porque o Estado tem a obrigação de prever os seus gastos e a forma de financiá-los. 
A Constituição e o Direito Tributário
Na Constituição encontramos fundamentos básicos do direito tributário: os princípios que norteiam o todo o sistema, as garantias dos cidadãos frente o poder de tributar, a divisão da competência tributária e a partilha das receitas. 
A relação do Direito Tributário com os demais ramos do direito
Embora o ordenamento jurídico seja uno (conjunto de todas as regras), o direito é dividido em ramos, com vistas em propiciar um estudo segmentado de cada ramo. Temos, pois, dentre outros, os seguintes ramos: constitucional; tributário; penal; civil; trabalhista; administrativo; processual; comercial, ambiental. Tais ramos se relacionam, face à existência de regras comuns ou de regras de um dos ramos que produzem conseqüências jurídicas em áreas de outro. 
2. DESENVOLVIMENTO
- Conceito de Estado – Nação politicamente organizada.
- Finalidade do Estado – proporcionar o bem comum.
- Atividade Financeira – consiste no conjunto de atos que o Estado pratica na obtenção, na gestão e na aplicação dos recursos financeiros de que necessita para atingir seus fins.
Receita pública
O governo realiza a despesa pública para efetivar seu papel na sociedade, devendo, por outro lado, obter recursos que permitam esse gasto correspondente. Esses recursos, ou o dinheiro que entra nos cofres públicos, são denominados genericamente receitas públicas.
Assim como a despesa pública, a receita pública deve ser prevista em lei, indicando de onde será proveniente o conjunto de recursos para cobrir as despesas. A lei federal nº 4.320, de 17/03/1964, que veicula as normas gerais de direito financeiro aplicáveis aos governos federal, estadual e municipal, e define a organização e o controle de suas despesas, também trata das receitas. 
- Receitas Públicas Originárias – exploração dos próprios bens do Estado (venda de bens, locação, monopólios etc)
- Receitas Públicas Derivadas – Derivam do patrimônio dos particulares. O Estado aufere receita do patrimônio dos indivíduos, em razão da ordem política ou determinação legal. Como os tributos são majoritários, as receitas derivadas também são denominadas de “receitas tributárias”. 
O quadro anexo explica, de forma simplificada, a classificação da receita pública de acordo com a referida lei.
Leis Orçamentárias: 
- lei das diretrizes orçamentárias (LDO): tem a finalidade de nortear a elaboração dos orçamentos anuais, compreendendo aqui o orçamento fiscal, o orçamento de investimentos das empresas e o orçamento da seguridade social, de forma a adequá-los às diretrizes, objetivos e metas da administração pública, estabelecidos no plano plurianual. 
- lei orçamentária anual (LOA): programa as ações a serem executadas para viabilizar a concretização das situações contidas no plano plurianual e transformá-las em realidade, obedecida a leide diretrizes orçamentárias.
- lei do plano plurianual (PPA).: estabelece, por região, as diretrizes da Administração para as despesas relativas aos programas de duração continuada. Contém o planejamento geral do Governo a médio prazo. Nenhum investimento que ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual.
CONCEITO DE TRIBUTO
O conceito legal de tributo – É toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. (art. 3o do CTN).
Análise do conceito legal 
- caráter pecuniário – como prestação em moeda	;
- compulsoriedade dessa prestação - idéia com a qual o CTN buscou evidenciar que o dever jurídico de prestar o tributo é imposto pela lei, abstraída a vontade das partes que vão ocupar os pólos ativo e passivo da obrigação tributária;
- a natureza não sancionatória de ilicitude - o que afasta da noção de tributo certas prestações criadas por lei a título de multa;
- origem legal do tributo – a necessidade de tributo ser instituído por lei (princípio da legalidade);
- natureza vinculada – a atividade de cobrar tributos deve seguir exatamente a previsão legal
O conceito doutrinário de tributo
É a prestação pecuniária, não sancionatória de ato ilícito, instituída em lei e devida ao Estado ou a entidades não estatais de fins de interesse público (Luciano da Silva Amaro).
NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Constituição Federal;
Emendas à Constituição ( podem modificar o sistema tributário nacional, com limites;
Leis Complementares ( devem ser aprovadas por maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional;
Tratados e Convenções Internacionais ( é de competência privativa do Presidente da República, sujeito a referendo do Congresso Nacional por meio de Decreto Legislativo;
Leis Ordinárias ( atos especificamente criadores das principais obrigações tributárias; é fonte formal básica do Direito Tributário;
Leis Delegadas ( elaboradas pelo Presidente da República, que antes deve solicitar a delegação ao Congresso Nacional, que é dada por meio de Resolução;	
Decretos Legislativos ( servem para o Poder Legislativo aprovar atos do Poder Executivo, por exemplo, tratados e convenções internacionais;
Medidas Provisórias ( em caso de relevância e urgência, o Presidente da República pode adotar medidas provisórias, com força de lei, mesmo em matéria tributária.
Resoluções do Senado ( definir alíquotas máximas do imposto sobre transmissão causa mortis e doação, por exemplo.
Normas e Decretos complementares ( atos administrativos de competência exclusiva dos chefes do Executivo;
Decreto ( é inteiramente subordinado à Lei a que regulamenta; não pode contrariá-la, nem exceder ou restringir; são usados para aprovação de regulamentos;
Normas complementares 
atos normativos ( expedidos por autoridades administrativas;
decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa;
práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas (usos e costumes);
convênios ( que entre si celebram a União, os Estados, o DF e os municípios;
	HIERAQUIA DAS NORMAS JURÍDICAS
	1º PLANO
	Constituição Federal e Emenda Constitucional
	2º PLANO
	Lei Complementar
	3º PLANO
	Lei Ordinária, Código, Lei Delegada, Acordo ou Tratado Internacional, Decreto-Lei e Medida Provisória
	4º PLANO
	Decreto Legislativo, Resolução e Decreto
	5º PLANO
	Normas Complementares (Portarias, Instruções Normativas, Ordens de Serviço, Atos Declaratórios, Portarias, etc.)
ATENÇÃO:
São matérias reservadas exclusivamente à LEI :
instituir, extinguir, reduzir ou majorar tributos;
definir fato gerador da obrigação tributária principal;
fixar alíquotas ou base de cálculo de tributos;
cominar penalidades;
excluir, suspender ou extinguir crédito tributário
ESPÉCIES DE TRIBUTOS
Impostos – (art. 16 do CTN)– é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica relativa ao contribuinte. Para exigir imposto de um indivíduo não é necessário que o Estado lhe preste algo determinado.
Taxas – são tributos cujo fato gerador é configurado por uma atuação estatal específica referida ao contribuinte, o que pode consistir: a) no exercício regular do poder de polícia ou b) na prestação ao contribuinte ou a colocação à disposição deste, de serviço público específico e divisível (CF art. 145, II e CTN art. 77). 
- Taxa de Polícia – O poder de polícia consiste na atividade da administração pública, que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos” (art. 78 CTN). O Estado “policia” a atuação do indivíduo e por isto cobra a taxa (Ex: porte de arma, passaporte, licença para construir, alvará, taxa do IBAMA – Lei 10.165/2000). 
- Taxa de Serviço - Tem por fato gerador a atuação estatal consistente na execução de um serviço público, específico e divisível, efetivamente prestado ou posto a disposição do contribuinte (art. 145 II da CF). O art. 79 do CTN explicita o conceito. (Ex: custas judiciais, coleta de lixo).
Contribuição de Melhoria - A contribuição de melhoria (art. 145 III da CF) é um tributo cobrado quando da realização de uma obra pública, da qual decorra, para os proprietários de imóveis adjacentes, uma valorização (ou melhoria) de sua propriedade. 	
Empréstimo Compulsório - A Constituição prevê a possibilidade da instituição de empréstimos compulsórios pela União em duas situações: a) despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública e de guerra externa efetiva ou eminente (art. 148 I da CF); b) investimento público de caráter urgente e relevante interesse nacional, observado o princípio da anterioridade (art. 148 II); 
Contribuições especiais (art. 149 da CF) 
 - De intervenção no domínio econômico: destinam-se a instrumentar a atuação da União no domínio econômico, financiando os encargos pertinentes. (EX: Contribuição para o IBC e para o instituto do açúcar e do álcool - IAA). 	 
 - De interesse de categorias profissionais: destinam-se ao custeio das atividades das instituições fiscalizadoras e representativas de categorias profissionais, que exercem funções legalmente reputadas de interesse público. (Ex: OAB, CRC. CRM, CRE). 
- De Seguridade Social: visam custear o financiamento da seguridade social e são utilizadas como instrumento de atuação no campo social (Ex: contribuição para o INSS, PIS, COFINS, CSLL, CPMF). 
	
Tipo de Tributos
	Atividades específicas do governo
	Destino específico da arrecadação
	taxa
	sim
	sim
	contribuição de melhoria
	sim
	não
	imposto
	não
	não
	contribuição genérica
	não
	sim
	empréstimo compulsório
	não
	sim
PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS CONSTITUCIONAIS 
São regras explícitas ou implícitas na Constituição Federal que balizam ou limitam o poder de tributar. 	
- Princípio da legalidade: os tributos não poderão ser instituídos ou majorados, senão através de lei (art. 150 I da CF/88). Exceções ao princípio da legalidade	: alguns tributos podem ser majorados por meio de Decreto do Poder Executivo (IPI, Imposto de Importação, Imposto de Exportação e IOF), nos termos do § 1o do art. 153 da CF/88. Isto constitui uma aparente exceção ao princípio da legalidade, visto que a faculdade de alterar alíquotas será exercida “atendidas as condições e limites estabelecidos em lei”. 	- - - Princípio da anterioridade: é vedado cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou (art. 150 III “b”). Exceções ao princípio da anterioridade: a Constituição prevê exceções ao princípio da anterioridade: a) impostos de importação, exportação, IPI e IOF (art. 150 § 1o); b) empréstimo compulsório instituído para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade, de guerra externa ou sua iminência (art. 148 I); c) as contribuições sociais (art. 195 I), as quais estão submetidas a regra prevista no § 6o do art. 195 (noventa dias); d) o imposto extraordinário de guerra (art. 154, II).	 - - - Princípio da irretroatividade: a lei tributária não pode retroagir, isto é, não pode ser aplicada em relação a fatos geradores ocorridos antes do início de sua vigência (art. 150 III, “a” da CF/88). Exceções ao princípio da irretroatividade: A lei poderá ser aplicada em relação a fatos geradores ocorridos antes de sua vigência, se, em relação as penalidades, for mais favorável ao contribuinte/infrator (art. 106 do CTN). 
- Princípio da igualdade ou isonomia: a lei não poderá instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função exercida (art. 150, II da CF). Logo, poderá tratar diferentemente aos desiguais na exata proporção das desigualdades observados os seguintes requisitos: a) razoabilidade da discriminação, baseada em diferenças efetivas; b) existência de objetivo que justifique a discriminação c) nexo lógico entre o objetivo perseguido que permitirá alcançá-lo. 
- Princípio da capacidade contributiva: sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte. Proporção entre a capacidade de contribuir e a exigência fiscal (art. 145, § 1o).
- Princípio da vedação de confisco: veda o confisco no âmbito tributário. Está atrelado ao princípio da capacidade contributiva, impedindo que o tributo absorva parcela expressiva da renda ou do patrimônio dos contribuintes, sendo constatado, principalmente, pelo exame da alíquota e base de cálculo. (art. 150 IV).	
- Princípio da liberdade de tráfego: os tributos não poderão ser utilizados como limitadores do livre trânsito de pessoas ou bens dentro do território nacional (art. 150, V), ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias públicas. Veda-se, pois, a criação de autênticas barreiras fiscais entre Estados ou Municípios. 
- Princípios específicos para determinados impostos: alguns princípios, conforme prevê a CF são aplicáveis apenas em relação a determinados impostos. 
- Princípio da progressividade: consiste na majoração das alíquotas à medida que a base de cálculo é elevada e aplica-se em relação ao Imposto de Renda (art. 153, § 2o I), Imposto Territorial Rural - ITR (153 § 4o) e IPTU art. 156 § 1o. O ITR será progressivo de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas (Lei 9.393/96). O IPTU poderá ser progressivo de forma a promover a adequada utilização do solo urbano (art. 182 § 4º). Além disso, poderá ser progressivo em razão do valor do imóvel, e ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel ( art. 156 § 1º - Redação determinada pela EC 29/2000).
- Princípio da não-cumulatividade (ICMS e IPI): o valor tributário efetivamente devido é aquele que resulta da compensação, entre os tributos incidentes nas operações/serviços praticados pelo contribuinte, com as anteriores aquisições de bens e serviços, num determinado período. Aplica-se em relação ao ICMS (art. 155 § 2o I) e IPI (art. 153 § 3o, II). Evita o denominado “efeito cascata” na tributação. 	
- Princípio da seletividade (IPI e ICMS): as alíquotas serão fixadas de acordo com a essencialidade dos produtos ou mercadorias. Aplica-se facultativamente em relação ao ICMS (art. 155 § 2o III) e obrigatoriamente em relação ao IPI (art. 153 § 3o I ).
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 
A Competência tributária é a aptidão conferida às entidades estatais para criar, por meio de lei,os tributos, de acordo com o previsto na Constituição. Partilha de receitas é a distribuição entre a União, Estados e municípios das receitas dos impostos. Veja quadro das partilhas anexo.
Características da Competência
a) privativa ( cada pessoa política tem seus próprios tributos;
b) não caduca ( não está submetida a prazo para ser validamente exercitada (ex. impostos sobre grandes fortunas);
c) exercício facultativo ( a pessoa política é livre para criar ou não o tributo – exceção ICMS que é de exercício obrigatório;
d) não ampliável ( não pode ir além das raias constitucionais, só é possível alargamento por força constitucional, admite por emenda; 
e) irrenunciável ( (pode deixar de exercitar mas, não pode abrir mão em definitivo); O legislador de hoje não pode criar entraves para o de amanhã.
f) indelegável ( (não pode delegar o que recebeu por delegação, na verdade, o que se delega é a capacidade tributária).
Competência Tributária da União
- Impostos de Importação, Exportação, IPI, Imposto de Renda, IOF, ITR e Imposto sobre as Grandes Fortunas, previstos no art. 153.
- Imposto Extraordinário no caso de guerra e outros impostos não previstos na CF, mediante lei complementar, desde que não-cumulativos, e que não tenham fato gerador e base de cálculo previstos na CF (art. 154),
- empréstimos compulsórios (art. 148);
- contribuições especiais (art. 149 e 195);
- taxas e contribuições de melhoria. 	
Competência Tributária dos Estados e Distrito Federal
- ICMS, IPVA, ITCMD (CF art. 155); 
- taxas e contribuições de melhoria. 	
- contribuição social dos servidores (art. 149)
Competência Tributária dos Municípios
- IPTU, ISS, e ITBI (art. 156) 
- taxas e contribuições de melhoria. 	
- contribuição social dos servidores (art. 149).
Acima foi descrita a competência tributária prevista na Constituição Federal. Veja a relação completa e detalhes sobre o assunto nos quadros anexos.
QUADRO DE COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
	Competência da União
	Competência dos Estados, DF e Municípios
	- Impostos
- Taxas
- Contribuição de Melhoria
- Contribuições Sociais diversas
- Empréstimo Compulsório
- Tem competência tributária residual (pode criar novos tributos)
	- Impostos
- Taxas
- Contribuição de Melhoria
- Só Contribuição Social Previdenciária cobrada de seus servidores e em benefício deles.
- Não têm competência tributária residual 
IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS
Imunidade consiste na exclusão de competência da União, Estados, Distrito Federal e Municípios para instituir tributos relativamente a determinados atos, fatos e pessoas, expressamente previstas na Constituição Federal. Objetiva preservar da tributação valores considerados como de superior interesse nacional. 	
- Imunidade Recíproca (art. 150, VI, a). A União, os Estados e os Municípios não poderão cobrar impostos sobre o patrimônio, renda e serviços, uns dos outros, abrangendo as atividades das próprias pessoas políticas de direito público. 	 
- Imunidade dos Templos (art. 150, VI, b). As atividades religiosas podem ser exercidas sem a exigência de impostos. Visa preservar a liberdade de culto. 	
- Imunidade dos Partidos Políticos, suas Fundações, Sindicatos, Instituição de Educação e de Assistência Social (art. 150, VI, c). Estas pessoas jurídicas não sofrerão a exigência dos impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, se não tiverem finalidade lucrativa e atenderem os requisitos da lei, que, neste caso, segundo entendimento doutrinário é o art. 14 do CTN, cuja redação foi modificada pela LC. 104/2001, no sentido de impedir que as pessoas jurídicas referidas distribuam qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título. 	 
- Imunidade dos Livros, Jornais, Periódicos e Papel respectivo (art. 150, VI, d). Objetiva proteger a divulgação de idéias, conhecimentos, a livre expressão do pensamento. Mediante a desoneração de impostos, torna-se mais facilitada a confecção e a sua distribuição, independentemente do conteúdo de cada publicação. 
- Imunidade e contribuições sociais (art. 195 § 7o). A Constituição estabelece que são isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. Tais exigências, segundo entendimento doutrinário, seriam as previstas no art. 14 do CTN, considerando a nova redação dada pela LC 104/2001 
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
É a relação jurídica em virtude da qual o sujeito passivo tem o dever de prestar dinheiro ao Estado, ou de fazer, não fazer ou tolerar algo no interesse da fiscalização de tributos e o Estado tem o direito de constituir contra o particular um crédito.
- Obrigação principal – Obrigação de dar (moeda). Pagar impostos.
- Obrigação acessória – Obrigação de fazer, não fazer ou tolerar algo no interesse da fiscalização. Ex: escrituração de livros. 
- Fato Gerador: é uma situação definida em lei como necessária e suficiente à ocorrência da obrigação tributária. 
- Hipótese de incidência: a hipótese de incidência é a simples descrição, simples previsão da cobrança de tributo, enquanto o fato gerador é a concretização da hipótese, é a materialização do acontecimento previsto na lei.
- Base de cálculo: é a dimensão legal da materialidade do tributo. Deve guardar correlação lógica com a hipótese de incidência (está embutida na hipótese de incidência), se houver descompasso entre ambas nada poderá ser cobrado. (É elemento quantitativo). Ex.: IR, a hipótese de incidência é obter rendimentos e a base de cálculo é o quanto do rendimento anual.
- Alíquota: é o critério legal, normalmente expresso em % (percentagem), que conjugado à base de cálculo permite que se chegue ao montante devido. Não pode ser confiscatória (tributo confiscatório é o que retira do contribuinte o mínimo necessário para sua sobrevivência. A base de cálculo e a alíquota são fixadas pela pessoa política tributante. Ex: Alíquotas do IR quem recebe mensalmente de 1.372,82 até 2.743,25 paga 15% do salário e acima disso paga 27,5%.
SUJEITOS DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
- Sujeito ativo. É a pessoa jurídica de direito público titular da competência para exigir o tributo.
- Sujeito passivo – é a pessoa natural ou jurídica, obrigada a pagar o tributo.
- Contribuinte e responsável – contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com o fato gerador. Responsável – quando, sem ser contribuinte, sem relação pessoal e direta com o fato gerador, sua obrigação de pagar decorre de dispositivo expresso em lei.
- Convenções particulares – impossibilidade de serem opostas contra à Fazenda Pública (art. 123 CTN)
- Solidariedade – é a ocorrência de mais de uma credor ou mais de um devedor, na mesma relação obrigacional, cada qual com direito ou obrigado a dívida toda. Para o direito tributário importa a solidariedade passiva, a qual não comporta benefício de ordem (o direito à observância de uma ordem, de uma seqüência, quanto a cobrança da dívida. (art. 124. Parág. Único). 
- Capacidade Tributária Passiva. Independe da capacidade civil; de a pessoa estar impedida para o exercício das atividades; ou da pessoa jurídica estar regularmente constituída. 
- Domicílio Tributário – é o local onde a obrigação será cumprida. Em relação ao domicílio deverão ser observadas as seguintes regras: 
a) existem tributos (IPI/ICMS) cuja legislação específica exclui e a faculdade de escolha. 
b) nos demais tributos vigora a liberdade de escolha. 
c) a liberdade de escolha não pode impedir ou dificultar a fiscalização. 
d) ocorrendo esta hipótese, o domicílio poderá ser recusado e será aquele do lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem a obrigação. 
3. CONCLUSÃO
Exercícios
Bibliografia
MARTINS, Sérgio P. Instituições de Direito público e privado. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2005.
PINHO, Ruy Rebello. Instituições de Direito público e privado.24 ed. São Paulo: Atlas, 2004.	
Exercícios
1. Qual a definição de tributo?
2. Quais são as espécies de tributos?
3. Cite três princípios tributários constitucionais e respectivas definições.
4. Cite os impostos da União.
5. Cite os impostos dos Estados.
6. Cite os impostos dos Municípios.
7. Defina imposto.
8. Defina taxa.
9. Defina contribuição de melhoria.
10. Defina fator gerador.
11. Quais são os sujeitos da obrigação tributária?
12. O que é imunidade tributária?
13. A União pode extinguir um imposto estadual ou municipal? Justifique.
14. O que é capacidade contributiva? 
15. O que é competência tributária residual e quem a possui?
�
QUADRO DE CLASSIFICAÇÃO DAS RECEITAS ESTATAIS 
(Lei nº 4.320, de 17/03/1964)
	Receitas Públicas 
	Comentários
	
Receitas Correntes
	Não modificam o patrimônio do governo
	Receita tributária:
- impostos 
- taxas 
- contribuições de melhoria
- receita de contribuições 
	Recursos obtidos do patrimônio de particulares por meio de ação do governo com base na lei.
	Receita patrimonial 
	
Resultam da exploração dos bens do Estado. Ex: venda ou locação de imóveis 
	Receita agropecuária 
Receita industrial 
Receita de serviços 
	Obtidas pela atuação empresarial do governo
	Transferências correntes 
	Originadas em outras esferas de governo
	Receitas de capital
	Provoca variação no patrimônio do governo
	Operações de crédito 
	Decorrentes de endividamento do governo
	Alienação de bens 
	Recursos obtidos com a venda de bens
	Amortização de empréstimos concedidos 
	São pagamentos dos devedores ao governo
	Transferências de capital 
	Originadas em outras esferas de governo
	Outras receitas de capital 
	Justificativa de receitas adicionais
�
IMPOSTOS DA UNIÃO
 
	Sigla
	Denominação
	Observações
	II
	Imposto sobre a importação de produtos estrangeiros 
	Tem como finalidade controlar o comércio exterior e regular o mercado interno. O valor do imposto, conforme o interesse do governo na condução da política econômica, depende do produto e do período em que é cobrado. 
	IE
	Imposto sobre a exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados 
	Tem como finalidade controlar o comércio exterior e regular o mercado interno. O valor do imposto, conforme o interesse do governo na condução da política econômica, depende do produto e do período em que é cobrado. 
	IPI
	Imposto sobre produtos industrializados 
	Tem a finalidade de controlar a produção de bens ou produtos industrializados. O valor do imposto depende da essencialidade do produto e do período em que é cobrado.
	IOF
	Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários 
	Tem a finalidade de controlar o mercado financeiro. O valor do imposto depende da operação financeira e do período em que é cobrado. 
	IR
	Imposto sobre a renda de qualquer natureza 
	Tem a finalidade de chamar as pessoas naturais e as pessoas jurídicas para contribuir com a receita pública. Tem a finalidade de arrecadar receitas para fazer face às despesas da União. Utilizado como instrumento para promover o equilíbrio do desenvolvimento entre as diferentes regiões pela concessão de incentivos fiscais.
	ITR
	Imposto sobre a propriedade territorial rural 
	Tem a finalidade de chamar os proprietários ou possuidores de bens imóveis no perímetro rural para contribuir com a receita pública. Procura também estimular a utilização produtiva do imóvel. O valor do imposto depende da extensão territorial do imóvel rural. 
	 
	Imposto sobre grandes fortunas
	Ainda não instituído pelo governo federal, teria a finalidade de chamar as famílias ricas a participar da composição da receita pública. 
	
	Imposto extraordinário de guerra 
	São impostos que podem ser instituídos para o caso de o Brasil envolver-se em alguma guerra. Neste caso, vale o motivo da guerra para sua criação e cobrança. 
�
CONTINUAÇÃO DOS IMPOSTOS DA UNIÃO
	Sigla
	Denominação
	Observações
	 
	Imposto federal residual 
	Qualquer imposto que possa ser imaginado, diferente daqueles previstos na Constituição da República, pode ser instituído pelo governo federal. 
	 
	Empréstimo compulsório 
	Pode ser exigido basicamente para cobrir despesas extraordinárias resultantes de calamidade pública, guerra ou investimentos públicos urgentes. 
	CSSL
	Contribuição social sobre o lucro líquido 
	Tem como finalidade a arrecadação para cobrir despesas da seguridade social. O valor da contribuição depende do lucro obtido pelas empresas. 
	COFINS
	Contribuição para financiamento da seguridade social
	Tem como finalidade a arrecadação para cobrir despesas da seguridade social. O valor da contribuição depende do faturamento obtido pelas empresas.
	PIS
	Contribuição para o programa de integração social 
	Tem como finalidade a arrecadação para cobrir despesas da seguridade social. O valor da contribuição depende do faturamento obtido pelas empresas. 
	INSS
	Contribuição para o sistema de seguridade nacional 
	Tem como finalidade a arrecadação para cobrir despesas da seguridade social. O valor da contribuição depende do salário pago pelas empresas a seus empregados
ATENÇÃO: NÃO CONFUNDIR
	EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO
	IMPOSTO EXTRAORDINÁRIO
	Lei complementar
	Lei ordinária
	União institui
	União institui
	Quando ocorre:
para atender a despesas extraordinárias decorrentes de calamidade publica, de guerra externa ou sua iminência
no caso de investimento publico de caráter urgente e de relevante interesse nacional
	Quando ocorre:
a) na iminência ou no caso de guerra externa.
	Quando não se aplica o principio da anterioridade? 
Apenas no caso do inciso I do art. 148: para atender a despesas extraordinárias decorrentes de calamidade publica, de guerra externa ou sua iminência
	Não se aplica o princípio da anterioridade
�
IMPOSTOS DOS ESTADOS
	Sigla
	Denominação
	Observações
	ICMS
	Imposto sobre operações envolvendo circulação de mercadorias, sobre prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e sobre prestação de serviços de comunicações 
	Tem como finalidade controlar o comércio interno, a prestação de serviços de transporte e a prestação de serviços de telecomunicações. O valor do imposto, no caso de comércio de mercadorias, depende de sua essencialidade. Em geral, depende da origem e destino da mercadoria e da prestação de serviços.
	IPVA
	Imposto sobre a propriedade de veículos automotores 
	Tem como finalidade trazer para compor a receita pública o proprietário de um veículo de transporte. O valor do imposto depende do modelo, de seu ano de fabricação e de sua utilidade. 
	COFINS
	Contribuição para financiamento da seguridade social
	Tem como finalidade a arrecadação para cobrir despesas da seguridade social. O valor da contribuição depende do faturamento obtido pelas empresas.
	PIS
	Contribuição para o programa de integração social 
	Tem como finalidade a arrecadação para cobrir despesas da seguridade social. O valor da contribuição depende do faturamento obtido pelas empresas. 
	ITCMD
	Imposto sobre a transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou direitos 
	Tem como finalidade compor a receita pública através de atos de transferência de propriedade. O valor do imposto depende do valor transferido como herança ou doação
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IMPOSTOS DOS MUNICÍPIOS 
	Sigla
	Denominação
	Observações
	ISS
	Imposto sobre serviços de qualquer natureza 
	Tem como finalidade controlar a prestação de serviços não compreendidos pelo ICMS. O valor do imposto depende do valor do serviço prestado.
	IPTU
	Imposto sobre a propriedade territorial urbana 
	Tem a finalidade de chamar os proprietários ou possuidores de bens imóveis no perímetro urbano para contribuir com a receita pública. O valor do imposto depende do valor do imóvel urbanoe de sua utilização. 
	ITBI
	Imposto sobre a transmissão intervivos de bens imóveis 
	Tem como finalidade compor a receita pública através de atos de transferência de propriedade. O valor do imposto depende do valor do imóvel transferido.
REPARTIÇÃO DA RECEITA TRIBUTÁRIA
	Imposto
	Governo Federal 
	Governo Estadual 
	Governo Municipal 
	IR
	titular da competência 
	recebe parcela da arrecadação 
	recebe parcela da arrecadação 
	ITR
	titular da competência 
	recebe parcela da arrecadação 
	recebe parcela da arrecadação 
	IPI
	titular da competência 
	recebe parcela da arrecadação 
	recebe parcela da arrecadação
	Imposto Federal Residual
	titular da competência 
	recebe parcela da arrecadação 
	recebe parcela da arrecadação 
	IPVA
	 
	titular da competência 
	recebe parcela da arrecadação 
	ICMS
	  
	titular da competência 
	recebe parcela da arrecadação 
Observação. Pode ser notado que as contribuições genéricas não são repartidas pelo Governo Federal para outras esferas de Governo. Esta é uma das razões porque o Governo federal prefere instituir contribuições a novos impostos, porque estes deverão ter o produto de sua arrecadação dividido com os governos estadual e municipal.
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