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PCEaD Programa de Capacitação em Educação a Distância Formação de Tutores PCEaD Formação de Tutores Alcantaro Corrêa Presidente do Sistema FIESC Sérgio Roberto Arruda Diretor Regional do SENAI/SC Antônio José Carradore Diretor de Educação e Tecnologia do SENAI/SC Marco Antônio Dociatti Diretor de Desenvolvimento Organizacional do SENAI/SC João Roberto Lorenzett Diretor do SENAI/SC – Florianópolis Sandro Volpato Faria Diretor Adjunto do SENAI/SC – Florianópolis PCEaD Formação de Tutores Florianópolis 2009 FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL DEPARTAMENTO REGIONAL DE SANTA CATARINA Gisele Umbelino Magrit Dorotea Döding Maristela de Lourdes Alves Nivia Aparecida de Azevedo Rozangela Aparecida Valle 2ª edição Equipe Técnica Beth Schirmer Coordenação Geral Cristiane Jaroseski Apoio Técnico Jordana Paula Schulka Diagramação e Projeto Gráfico Magrit Dorotea Döding Coordenação Maristela de Lourdes Alves Monitoria Realiza Soluções em Aprendizagem Design Instrucional, Ilustrações Contextual Serviços Editoriais Revisão ortográfica É autorizada a reprodução total ou parcial deste material, por qualquer meio ou sistema, desde que a fonte seja citada. Material em conformidade com a nova ortografia da língua portuguesa. SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL Departamento Regional de Santa Catarina www.sc.senai.br Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca do SENAI/SC – Florianópolis F723 Formação de tutores / Gisele Umbelino... [et al.]. 2. ed. – Florianópolis : SENAI/SC, 2009. 60 p. : il. color ; 28 cm – (Programa de Capacitação em Educação a Dis- tância – PCEAD). Inclui bibliografia 1. Ensino a distância - Tutoria. 2. Ensino a distância - Planejamento. 3. Professores - Formação. I. Umbelino, Gisele. II. SENAI. Departamento Re- gional de Santa Catarina. III. Série. CDU 371.13 Abertura do Módulo ................................ 09 Aula 1. Histórico da Tutoria .................... 11 Aula 2. A Função da Tutoria na EaD ....... 13 Aula 3. Tipos de Tutoria ........................ 21 Aula 4. Planejamento – Plano de Ensino... . 25 Aula 5. Interação com os Alunos ............ 29 Aula 6. Formas de Interação .................. 33 Aula 7. Etiqueta Virtual .......................... 37 Aula 8. Gerenciamento do Tempo .......... 41 Aula 9. Estratégias de Sucesso ............... 43 Aula 10. O Aluno ................................. 45 Aula 11. Evasão em Cursos a Distância .. 49 Aula 12. Avaliação Mediadora ............... 53 Fechamento do Módulo ........................... 57 Referências ............................................. 59 Sumário PCEaD Programa de Capacitação em Educação a Distância PC Ea D 8 A bertura do módulo PC Ea D 9 I Formação de Tutores I Objetivo Seja bem-vindo ao módulo Formação de Tuto- res. Neste módulo você conhecerá quais são as competências necessárias para as atividades de tutoria em Educação a Distância. Penso que seja exatamente isso que você está procurando. Certo? Então, vamos em frente! Para atingir o objeti- vo, você estudará as seguintes aulas: Aula 1: Histórico da Tutoria Aula 2: A função da Tutoria na EaD Aula 3: Tipos de Tutoria Aula 4: Planejamento – Plano de Ensino Aula 5: Interação com os Alunos Aula 6: Formas de Interação Aula 7: Etiqueta Virtual Aula 8: Gerenciamento do Tempo Aula 9: Estratégias de Sucesso Aula 10: O Aluno Aula 11: Evasão em Cursos a Distância Aula 12: Avaliação Mediadora Aulas Desenvolver as competências necessárias para as atividades de tutoria em Educação a Distância, a partir de embasamentos teórico/ prático. Agora que você já sabe o que vai estudar neste módulo, pode iniciar a primeira aula. Ah, você lembra do Gervázio? Ele estará conosco neste módulo. Abertura do Módulo PC Ea D 11 I Formação de Tutores I Olá! Na primeira aula você conhecerá a origem da tutoria. Vamos iniciar? Introdução Professor, qual é a origem da palavra tutor? A palavra tutor vem do latim tutorem que significa “protetor”, “defensor”. Li que sua origem está ligada ao sistema jurídico, como aque- le que tem autoridade, diante da lei, para amparar as pesso- as necessitadas. Sim, e tem mais história sobre o tutor. Vamos ver! Nos mosteiros da Idade Média, a figura do pedagogo era responsável por desempenhar funções de tutoria e de monito- ria junto aos alunos, pois auxiliavam nos aspectos pedagógi- cos e disciplinares dos noviços (MONROE, 1974). E, na Educação a Distância, como é vista a figura do tutor? Vamos descobrir? AULA 1: Histórico da Tutoria Histórico da Tutoria A Figura do Tutor na EaD Aplicada à Educação a Distância, a figura do tutor passa a ser a de um orienta- dor de aprendizagem do aluno que, frequentemente, necessita do docente ou de um orientador. PCEaD Programa de Capacitação em Educação a Distância PC Ea D 12 Histórico da Tutoria Interessante, não é mesmo? Resgatando a origem histórica do monitor e do tutor, você pode perceber o entrela- çamento histórico destas funções. Por conta desse entrelaçamento, o papel do moni- tor e do tutor ora se confunde ora apresenta especificações próprias, dependendo da estrutura institucional de cada curso. Retorno dado pelo tutor ou pelo monitor a cada questio- namento, dúvida ou comen- tário feito pelo aluno. São as instituições que definem internamente quais são as atribuições do tutor e do monitor, sendo que ambos são responsáveis, entre outras coisas, “por promover a interatividade, reduzir a distância interpessoal, fornecer o feedback, fomentar a participação de todos nas discussões, gerenciar conflitos e fornecer informações sobre o curso aos alunos”(MORAES, 2003). O sistema de acompanhamento é essencial para o desenvolvimento da autonomia dos alunos, na habilidade de estudar sozinho ou por meio das discussões em grupo e na busca de orientação quando sentir dificuldade em relação ao conteúdo ou à estrutura da EaD. Depois de saber mais sobre a origem da tutoria, como você descre- veria a função do tutor de um curso a distância? Quer saber mais sobre isso? Acompanhe a próxima aula. PC Ea D 13 I Formação de Tutores I AULA 2: A Função da Tutoria na EaD Olá! Você conhece a função do tutor em cursos a distância? Aqui, você estudará sobre isso. Acompanhe! A Função da Tutoria na EaD Veja, a função do tutor é definida a partir da estrutura organizacional e pedagógica do curso. Entretanto, a principal função de todo tutor é desenvolver estratégias para facilitar e mediar a aprendizagem dos alunos. Cabe ao tutor criar caminhos para que o aluno aprenda de forma autô- noma e colaborativa. Por que a tutoria é importante para a aprendizagem dos alunos? Na mediação pedagógica, você como tutor, deve apontar caminhos para que o aluno alcance os objetivos de aprendizagem. Cabe a você, também, familiarizar o aluno com o material didático oferecido, organizar uma agenda de ativida- des, estabelecer formas de comunicação por meio dos fóruns, chats e espaços colaborativos, indicar bibliografias que complementem o conteúdo apresen- tado no material didático, além de orientar o aluno no planejamento do seu estudo. Para que os cursos na modalidade a distância tenham qualidade é necessária a interação contínua entre os alunos e o tutor. Essa interação deve ser promovida constantemente de forma que você,como tutor, estabeleça um elo de proximi- dade e amizade com os alunos. A Função da Tutoria na EaD PCEaD Programa de Capacitação em Educação a Distância PC Ea D 14 A Função da Tutoria na EaD Interação Você pode promover a interação entre os alunos de diferentes formas. Pode ser por e-mail, telefone ou pelas ferramentas disponibilizadas no Ambiente Virtu- al de Aprendizagem. Você deve se fazer presente em todos os momentos! Atenção para a linguagem! Utilize uma linguagem direta, acessível e que instigue os alunos a conhecer mais, possibilitando organizar-se para realizar as leituras e as ativida- des solicitadas. Esse é também um meio valioso para o aprendizado dos alunos e para a permanência destes até o final do curso. Lembre-se que você, como tutor, constitui um elemento dinâmico e essencial Do latim cognitione, signi- fica a ação de adquirir um conhecimento por meio da percepção, seleção e significação das informa- ções provenientes do meio externo. no processo de aprendizagem, oferecendo aos alunos suporte cognitivo, motivacional, afetivo e social para que estes apresentem um desempenho satisfatório ao longo do curso. É importante que você tenha participação ativa em todo o processo. Por isso, estabeleça um vínculo de diálogo com os alunos e um traba- lho de parceria entre você e a equipe pedagógi- ca (PRETI, 1996). Segundo Garcia Aretio (2001), algumas qualidades são fundamentais para o profissional que vai exercer a função de tutoria. Conheça-as! Mas como você pode facilitar a interação entre os alunos? Veja a seguir! PC Ea D 15 I Formação de Tutores I A Função da Tutoria na EaD Maturidade emocional. Cordialidade. Capacidade empática de escutar e de aceitar. Capacidade para lidar com os ritmos individuais diferentes de seus alunos. Inquietude cultural, amplos interesses e capacidade de utilizar técnicas variadas de investigação e novos esquemas mentais para criar uma nova cultura indagadora e plena em procedimentos de criatividade. Liderança. Exercer o papel de tutor é uma atividade socialmente recompensadora. Os tutores normalmente sentem que muito aprendem sobre comunicação e que também têm a oportunidade de ampliar seus conhecimentos sobre os conteú- dos e sobre a área de atuação. O grande desafio do processo de tutoria é construir e manter uma interação que realmente suporte a aprendizagem. Numa sala de aula virtual, o tutor não tem como perceber os ges- tos, posturas e olhares dos alunos, tão visíveis numa sala de aula pre- sencial. Certo? Portanto, a virtualidade exige que você detecte outros sinais de participação como, por exemplo, a interação entre os alunos. Qualidades do Tutor Algumas qualidades são fundamentais para o profissional que vai exercer a função de tutoria, veja! PCEaD Programa de Capacitação em Educação a Distância PC Ea D 16 A Função da Tutoria na EaD Fique atento! A aprendizagem na EaD não pode ser pas- siva. Se o aluno não se manifesta no Ambiente Virtual, o tutor não tem como saber se o mesmo está “presente” no curso. Aprender – Processo Ativo O aluno deve tanto acessar o Ambiente Virtual quanto contribuir com as discussões propostas. Portanto, aprender é um processo ativo, no qual você e aluno interagem constantemente criando, assim, uma “rede de aprendi- zagem”, por meio da qual se forma uma rede de interação, essencial para a construção colaborativa do conhecimento (PALLOFF; PRATT, 2002). É importante que o aluno sinta sua presença ao longo do curso. Não somente na cobrança das atividades a serem entregues, nos feed- backs das avaliações ou para repassar recados e agendar atividades. Mais que isso, você deve estabelecer uma relação próxima aos alunos e isso significa que os alunos saberão que podem recorrer ao tutor a qualquer momento, sem medo de questionar ou participar. Essas sutilezas em relação à participação são uma forma de você diagnosticar a satisfação ou não do aluno em relação ao curso. A participação constante no Ambiente Virtual deve ser responsabilidade tanto do tutor quanto do aluno. Qualquer estratégia para atingir suas finalidades deve disponibilizar e gerenciar os conhecimentos de forma crítica, priorizando a educação para trabalhar os conteúdos de forma significativa e criando todas as condições para tornar os indivíduos gestores da informação. PC Ea D 17 I Formação de Tutores I A Função da Tutoria na EaD Uma pesquisa realizada na British Open University indicou o que os alunos buscam nas sessões de tutoria, mais especifica- mente, aquelas realizadas virtualmente. Essa pesquisa mostrou que o apoio que os alunos buscam nos serviços de tutoria não é totalmente de cunho acadêmico. Ele também tem um caráter socializador muito forte, que permite que o aluno construa uma relação mais próxima com o tutor e com seus colegas. Para os alunos pesquisados as sessões de tutoria devem oferecer: • exemplos de utilização dos materiais e sugestões de ativida- des; • estrutura, incentivo, prazos e metas; • aprendizagem a partir dos questionamentos, erros e acertos dos outros alunos; • reafirmação de que está no caminho certo e fazendo pro- gresso; • contato social com outros alunos (sessões de tutoria são fundamentais para o estabelecimento de uma relação de cole- guismo entre os alunos). (MORAES, 2006). A Afetividade O sentimento de afetividade, o diálogo, o companheirismo são aspectos que permitem uma identificação do grupo de alunos com o seu tutor, fazendo com que se rompa o isolamento que muitos alunos sentem ao participarem de um curso a distância. Um exemplo da importância da presença do tutor é eviden- ciado no texto a seguir: E quanto à afetividade, será que influencia na aprendizagem? PCEaD Programa de Capacitação em Educação a Distância PC Ea D 18 A Função da Tutoria na EaD O tutor também participa dos momentos de avaliação dos alunos no curso, de acordo com a estrutura da instituição. Niskier (1999 apud VIEIRA, 2003) aponta como função dos tutores na avaliação: É interessante observar que muitos tutores nunca estudaram à distância, haven- do, assim, a necessidade de uma capacitação desses profissionais numa forma similar àquela que será desenvolvida por ele posteriormente. Vivenciando um Ambiente de Aprendizagem Virtual, você terá condições de se apropriar das ferramentas utilizadas e planejar o uso delas para facilitar o aprendizado dos alunos de uma forma rica e diversificada, fazendo uso de todas as potencialidades que os recursos tecnológicos oferecem ao processo educativo. PC Ea D 19 I Formação de Tutores I A Função da Tutoria na EaD É importante destacar que você deve conhecer seus alunos, respeitando seus ritmos de aprendizagem e orientando conti- nuamente sua caminhada ao longo do curso. Acompanhar o Desenvolvimento do Aluno Os alunos não devem ver você como aquele que ensina, mas como aquele que faz a interação entre o aluno e o material didático por meio de situações desafiadoras que instiguem o aluno a analisar e a se posicionar diante de uma situação proposta. No processo de acompanhamento pedagógico é importante que você faça o registro de cada aluno, anotando todas as ações e percepções dos alunos ao longo da sua formação. Esse registro, muitas vezes denominado de portfolio, nada mais é que uma pasta na qual você fará o registro de todas as atividades de- senvolvidas pelo aluno e suas observações sobre o mesmo. É um acompa- nhamento sistematizado de cada aluno. Em síntese, compreende-se que no processo de acompanhamentoda aprendizagem do aluno, a função do tutor é: orientar, esclarecer, explicar, estimular, motivar, dirigir, supervisionar, facilitar, ajudar e avaliar (NISKIER, 1999). A mediação constante do tutor durante o desenvol- vimento do curso é determinante para o sucesso ou não do aluno que estuda a distância. PC Ea D 21 I Formação de Tutores I AULA 3: Tipos de Tutoria Olá! Nesta aula você estudará os tipos de tutoria. Você sabia que existem dois tipos? Quer conhecer? Então venha comigo! Tipos de Tutoria Tipos de Tutoria Como o professor Sampaio falou, na EaD existem, basicamente, dois tipos de tutoria. Tutoria Presencial Esta função pode acontecer em cursos semipresenciais, nos quais o tutor é o responsável por realizar encontros com sua turma de alunos, desenvolver estratégias para o estudo do conteúdo, além de aplicar provas e realizar todo o acompanhamento dos seus alunos. Realizam a tutoria em lo- cais chamados polos ou núcleos, localizados em diferentes cidades. É importante lembrar que, neste caso, o mesmo tutor acompanha a turma de alunos do início ao final do curso. Esse tipo de tutoria presencial é encontrado, com maior frequência, nos cursos de graduação a distância. Para co- nhecer um pouco mais sobre esse tipo de tutoria, você pode visitar a página da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), que oferece o curso de graduação em Pedagogia a Distância: <http://www.virtual.udesc.br>, e a página da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que oferece os cursos de Licenciatura em Física e Matemática a distância: <http://www.ead.ufsc.br>. PCEaD Programa de Capacitação em Educação a Distância PC Ea D 22 Tutoria Virtual O tutor virtual realiza a mediação pedagógica junto aos alunos por meio de um Ambiente Virtual de Aprendizagem e outros meios de comunicação, como: telefone e e-mail. Este tipo de tutoria é encontrado em praticamente todos os cursos a distância, muitas vezes, mesmo naqueles que oferecem encontros presenciais. Isso depende da estrutura do curso, como você viu anteriormente. Em instituições que oferecem 20% de seus cursos de graduação na modali- dade a distância, a interação entre alunos e tutores ocorre tanto virtualmente como presencialmente. Em geral, esse tutor é o professor da disciplina que utiliza os encontros presenciais para realizar avaliações e outras atividades em grupo e os momentos a distância para orientações e encaminhamentos de estudo dos conteúdos. Embora apresentem uma estrutura diferenciada, os dois tipos de tutoria reque- rem do profissional escolhido o comprometimento de contribuir, facilitar e mediar todo o processo de aprendizagem dos alunos. É a você que o aluno re- corre em seus momentos de dúvidas, inquietações, ansiedades, mesmo dispon- do de professores, monitoria e toda a equipe envolvida num curso a distância. Você, é sem dúvida, o mais procurado pelos alunos. Tipos de Tutoria PC Ea D 23 I Formação de Tutores I Tipos de Tutoria É importante chamar a atenção para um aspecto fundamental: em alguns cursos a distância existe a presença do tutor, do monitor e do professor da disciplina. Nesse caso, o aluno pode procurar tanto o tutor quanto o professor da disciplina para orientação de seus estudos. Esse professor pode ser o mes- mo que desenvolveu o conteúdo do material didático da disciplina ou outro professor contratado somente para o acompanhamento pedagógico no decor- rer da disciplina, independente de quem elaborou o material didático. É imprescindível que o tutor tenha uma formação especial em relação à mo- dalidade a distância nos seus aspectos didáticos-pedagógicos, conheça bem a proposta pedagógica do curso, tenha familiaridade com os recursos tecnológi- cos que serão utilizados na mediação com os alunos e tenha conhecimento dos conteúdos que serão trabalhados ao longo do curso. Não importa o quanto de experiência e de conhecimento teórico os profissionais envolvidos com a EaD tenham. Isso não basta se não houver uma articulação desse saber com a linguagem de EaD, de forma que toda a equipe possa desen- volver uma prática em sintonia com a proposta pedagógica do curso e o uso das tecnologias como meios para a aprendi- zagem dos alunos. Você concluiu mais uma aula e conheceu os tipos de tutoria. Na próxima aula, aprenderá sobre planejamento. Mas, antes, vamos praticar o que você aprendeu aqui. PC Ea D 25 I Formação de Tutores I AULA 4: Planejamento – Plano de Ensino Olá! Nesta aula você estudará sobre o Planejamento. Quer saber mais? Então venha comigo! Planejamento – Plano de Ensino Você deve saber que para planejar é essencial fazer um mapeamento de vários itens: objetivos, dificuldades previstas, oportunidades, recursos disponíveis (temporais, humanos e materiais), indicadores de controle de resultados. Assim como se planeja um curso, também se planejam as aulas. Agora que você conhece o conceito de planejar, vamos discutir sobre planejamento de aula. Planejamento – Plano de Ensino PCEaD Programa de Capacitação em Educação a Distância PC Ea D 26 Planejamento – Plano de Ensino Planejando uma Aula Assim como no planejamento de um curso, a aula também deve ter um obje- tivo, nesse caso, seria um objetivo específico, pois o curso apresenta objetivos gerais. Planejar uma aula significa: organizar conteúdos e materiais para atender às necessidades e expectativas dos alunos; pensar em criar uma certa “zona de desconforto” para que os alunos sejam instigados a avançar em direção aos objetivos estabelecidos; monitorar a participação e os resultados obtidos. Mas será que não basta planejar o curso? Por que planejar cada aula? Não basta! Sabe por quê? A aula é o momento em que o aluno materializa e concretiza seu processo de aprendizagem. Na Educação a Distância, o tempo dedicado a uma aula é sugerido, mas não é imposto, ao contrário da aula presencial, em que existe a pressão do grupo e o controle visual do professor. Nesse sentido, o planejamento da aula necessita de um rigor maior, pois é importante para: evitar dispersões; reduzir a procrastinação; contornar a impossibilidade de uma adequação imediata ou reformulação da aula em si para atender a demandas imediatas; evitar que se perca o objetivo do curso; possibilitar o desenvolvimento das competências e habilidades desejadas pelo aluno. É no momento do planejamento da aula que você pode, de maneira mais ampla, exercer sua criatividade, colocando por intermédio dos meios dispo- nibilizados, recomendações de leitura, experiências próprias, comentários, dinâmicas, exemplos. Procastinação: adiamento, delonga. PC Ea D 27 I Formação de Tutores I Tenho algumas “dicas” que podem ajudá-lo a planejar uma aula. Veja a seguir... Como Planejar uma Aula O planejamento da aula é decorrência do planejamento do curso. Cada aula é um ingrediente que se acrescenta para o bom resultado final. Vamos conhecer os passos do planejamento: define-se o objetivo; define-se o conteúdo; define-se o instrumento; define-se um indicador para avaliar se o objetivo foi atingido. É importante salientar que a avaliação pode ser realizada pelo próprio parti- cipante (autoavaliação), que tem autonomia para decidir se está pronto para partir para a próxima etapa. Concluída mais uma aula! Na próxima, você compreenderá melhor a interação na EaD. Planejamento – Plano de Ensino PC Ea D 29 I Formação de Tutores I Interação com os Alunos AULA 5: Interação com os Alunos Olá! Nesta aula vocêestudará o que significa interação e como realizar a interação com os alunos. Vamos em frente! Interação com os Alunos Segundo Picciano (2002), interação e presença são fundamentais para o desempenho do aluno em cursos a distância. Nesse caso, a presença seria a possibilidade de esquecer a mediação tecnológica e sentir-se realmente parte da experiência, presente. Presença é transparência. O desenvolvimento dos meios de comunicação leva ao surgimento de novas formas de interação e de relacionamentos sociais. Esse desenvolvimento “faz surgir uma complexa reorganização de padrões de interação humana através do espaço e do tempo” (THOMPSON, 1998, p. 77). Thompson (1998) analisa três tipos de interação: interação face a face, interação mediada e interação quase mediada. Você já ouviu falar ou, leu algo, sobre alguma dessas formas de interação? PCEaD Programa de Capacitação em Educação a Distância PC Ea D 30 Interação face a face Acontece em um “contexto de copresença” e onde os “partici- pantes estão imediatamente presentes e partilham um mesmo sistema referencial de espaço e de tempo”. É dialógica, o que facilita a comunicação. Interação mediada Acontece com a utilização de algum meio técnico, como o te- lefone, e-mail, etc. Existe uma separação entre os participan- tes que pode ser somente no espaço ou, também, no tempo. Interação quase mediada Descreve aquelas interações que acontecem mediadas pelos meios de comunicação de massa. É uma interação monoló- gica, pois somente os produtores enviam mensagens, que são recebidas mas que, na maioria das vezes, não são respondi- das de forma direta. Por exemplo: televisão, jornal, etc. A distância, em suas múltiplas dimensões, é apresentada como característica definidora da EAD e, ao mesmo tempo, o grande desafio para os profissionais da área. A sua superação, criando no aluno um senso de pertencimento, de proximida- de, de familiaridade com a forma de trabalhar e com a instituição, impulsiona as ações de EaD. Lembre-se que construir a proximidade do aluno com a instituição/organi- zação implica aceitação e compreensão das diversas dimensões da distância: física, temporal, dialógica. E quanto ao processo de mediação, qual interferência ele tem na interação a distância? Veja isso a seguir. Interação com os Alunos PC Ea D 31 I Formação de Tutores I Interação com os Alunos Você concluiu mais uma aula e conheceu a importância da interação do processo de aprendizagem a distância. Na pró- xima, você aprenderá sobre as diferentes formas de interação. Processo de Mediação O processo de mediação pode ser visto como a apropriação/adaptação das tecnologias e materiais utilizados no sentido de auxiliar ou facilitar o processo de aprendizagem do aluno. Nesse sentido, fica evidente o papel que irá exercer o tutor nesse processo, pois a estrutura aparece como uma ponte entre o aluno distante e a instituição/ organização de EaD. Interação é conceito-chave na EaD. Se educação for pensada como um pro- cesso de comunicação, a interação é, justamente, esse processo mediado por ferramentas diversas. Sua importância relaciona-se diretamente com o processo de aprendizagem e de socialização do aluno. Criar oportunidade de interação e/ou facilitar esse processo entre o aluno e a instituição e/ou colegas e/ou professores é o desafio colocado para você, tutor. Na verdade, todas as ações de apoio têm como foco o estímulo à intera- ção, à diminuição da distância, à mediação de processos. A compreensão dos conceitos de interação e interatividade é fundamental para a discussão dos papéis e funções dos agentes que atuam no apoio ao aluno a distância. PC Ea D 33 I Formação de Tutores I AULA 6: Formas de Interação Você já conhece as ferramentas que estarão à sua disposição para a mediação com os alunos? Então, venha comigo! Formas de Interação Nos cursos a distância é fundamental que algumas ferramentas de comuni- cação sejam disponibilizadas para que os alunos possam se comunicar com a tutoria, com a monitoria e com os colegas. É importante que o aluno saiba quais ferramentas estão à sua disposição e se sinta à vontade para escolher aquela com a qual se sentir mais confortável. Essa disponibilidade de ferramentas de comunicação é fundamental para que o aluno procure o tutor para orientação, relativização de dúvidas em relação ao conteúdo relacionadas à própria estrutura do curso, ou por outros motivos que julgar necessário. Conheça, agora, algumas ferramentas de comunicação ge- ralmente utilizadas na EaD. Telefone O contato por telefone permite uma aproximação mais direta e informal entre tutor e aluno. Possibilita, também, a troca imediata de informações, podendo evitar momentos de an- siedade do aluno durante os seus estudos. Embora o contato por e-mail seja o mais utilizado, muitos alunos gostam de “ouvir a voz” de seu tutor, para isso, algumas instituições dis- põem de um 0800 para os alunos. É importante que o tutor registre os contatos realizados com os alunos, pois o uso do telefone também faz parte do acompanhamento pedagógico. Formas de Interação PCEaD Programa de Capacitação em Educação a Distância PC Ea D 34 Formas de Interação Correio postal Muito usado no início da EaD, o correio postal vem cedendo espaço para ferramentas de comunicação informatizadas. Entretanto, para aqueles que não dispõem do acesso fácil à internet, o uso do correio postal é uma alternativa para o contato com o tutor. O inconveniente é a demora entre o envio e o recebimento da comunicação. Fax Este recurso é interessante quando o aluno precisa resolver uma questão urgente. Caso não tenha acesso à internet na- quele momento, o fax se torna uma opção rápida e eficiente para o aluno atender às suas necessidades. E-mail O correio eletrônico é uma das ferramentas de comunica- ção mais utilizadas na EaD para o diálogo entre o tutor e os alunos. Permite a troca de informações de maneira rápida e eficiente, desde que o aluno tenha acesso a este recurso. A vantagem do e-mail é a possibilidade de o tutor contatar to- dos os alunos ao mesmo tempo, pois, muitas vezes, é neces- sário enviar algum recado ou um comunicado urgente. AVA O Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) é, atualmente, o recurso mais utilizado na EaD, de forma concomitante e in- tegrada às ferramentas de interação, tais como fórum, chat, agenda, quadro de aviso, além de ferramentas que oferecem o acesso a outros materiais didáticos, como biblioteca, we- blioteca e a possibilidade de postar seus trabalhos em espa- ços colaborativos. Em geral, são esses os recursos utilizados no AVA, sendo que cada instituição customiza o software utilizado, de acordo com as necessidades e os objetivos pe- dagógicos do curso. Pessoalmente O aluno pode querer conhecer pessoalmente seu tutor. Essa iniciativa é muito comum nos alunos que estão frequentando pela primeira vez um curso a distância. Se a instituição ofe- recer tal possibilidade de contato, é interessante que o tutor esteja disponível e receptível para receber os alunos. PC Ea D 35 I Formação de Tutores I Além dessas ferramentas, há duas outras muito utilizadas na EaD para a interação entre tutor-alunos e alunos-alunos. Você sabe quais são? Vá em frente que você descobrirá. Usando o Fórum e o Chat O fórum e o chat são importantes em cursos a distância, mas apresentam especificidades próprias que, dependendo do planejamento do tutor, seu uso pode contribuir ou não para a aprendizagem colaborativa dos alunos. Vamos a cada uma delas? Formas de Interação Assíncrona signi- fica que a intera-ção não ocorre exatamente ao mesmo tempo. Fórum: é uma ferramenta de comunicação assíncrona, em geral disponível nos Ambientes Virtuais de Aprendizagem, que permite a discussão de tópicos relacionados aos conteúdos do curso e também para que os alunos possam se conhecer melhor e conversar sobre assuntos do seu cotidiano. É importante que você planeje antecipada- mente as questões que serão postas no fórum de forma que contem- ple os principais tópicos do conteúdo. Há alguma dica para trabalhar com o fórum? Veja a seguir! PCEaD Programa de Capacitação em Educação a Distância PC Ea D 36 Formas de Interação Chat: é uma ferramenta de comunicação síncrona, que significa comunicação em tempo real e, assim como o fó- rum permite uma comunicação direta entre tutor-alunos e alunos-alunos. Porém, o chat é um espaço usado mais para um bate-papo do que para uma discussão teórica. Isso não impede que o tutor também use o chat para esse fim, mas é difícil mediar um diálogo simultâneo com 25 alunos, por exemplo. Pela própria característica da ferramenta, é recomendável que o tutor divida a turma em pequenos grupos (de 6 a 7 alunos por grupo), se desejar realizar chats temáticos, ou pode agen- dar chats abertos, como um espaço de encontro social entre o grupo. Outra possibilidade de uso da ferramenta é o tutor agendar encontros com alguns alunos que tenham dúvidas de conteúdo em comum. Enfim, seja qual for a ferramenta que você utilizará na mediação pedagógi- ca, é fundamental planejar o seu uso. Além disso, é imprescindível conhecer suas potencialidades, como, quando e com qual finalidade devem ser usadas. Lembrando que de nada adianta disponibilizar as ferramentas no Ambiente Virtual, se as mesmas não forem utilizadas como meios facilitadores da apren- dizagem dos alunos. Entretanto, para você fazer uso das ferramentas disponibilizadas para interação com os alunos, é fundamental que aprenda a administrar o seu tempo destina- do à tutoria, de forma que o aluno não fique esperando por um contato seu, ou por retorno a uma dúvida encaminhada. Concluída mais uma aula! Na próxima, você conhecerá o tema: etiqueta virtual. PC Ea D 37 I Formação de Tutores I AULA 7: Etiqueta Virtual Assim como no mundo real existem algumas regras para a convivência pacífica entre as pessoas, o mundo virtual tam- bém está criando suas normas para manter a harmonia das relações. Sabia disso? Vá em frente e descubra! Etiqueta Virtual Agora, veja o que o mundo virtual está criando para manter a harmonia das relações. Confira a “NetEtiqueta”: não use a internet para enviar informações confidenciais; assine suas mensagens para facilitar a identificação; utilize famílias de letras comuns, que todos possuam e estejam habituados a ler: Times New Roman, Arial, Verdana; certifique-se de que o endereço utilizado está correto; ao enviar mensagens para mais de uma pessoa, utilize a linha “co” (cópia oculta), evitando que os endereços se esparramem pela internet; cite as fontes que você utilizou en- dereços, autores, produtores. Direitos autorais existem e devem ser respeitados; colabore para uma rede limpa – com- bata os spams e não envie mensagens para quem não as deseja; utilize antivírus atualizado; contenha a curiosidade – não olhe correspondência ou arquivos alheios; use o computador com responsabilidade social – não espalhe inverdades. Além dessas regras de etiqueta, observe também alguns cuidados ao fazer críti- cas e dar feedback. Etiqueta Virtual PCEaD Programa de Capacitação em Educação a Distância PC Ea D 38 Etiqueta Virtual Dando Feedback Construtivo Lembre-se que apesar de você trafegar em um mundo virtual, as pessoas são bem reais. Portanto, alguns cuidados são essenciais. Ao fazer comentários ou críticas, tome estes cuidados: fale baixo – utilize letras minúsculas ao escrever. O empre- go de caixa alta (letras maiúsculas) significa que você está gritando; contextualize rapidamente o tema, a reposta, o assunto à que se refere. A outra pessoa pode não se lembrar; seja gentil – trate a todos com respeito; cuidado com mensagens dúbias. É fácil ocorrerem ruídos na comunicação virtual, pois não existe o reforço da mensa- gem corporal. Seja objetivo; não queira dar sempre a última palavra. Se alguém já es- creveu e você concorda, não acrescente mais “pingos nos is”; não subestime o interlocutor. Cometer erros e enganos, ter dúvidas é comum. Algo que parece simples para você, para outra pessoa pode ser muito complicado – e vice-versa. Tudo é fácil depois que dominamos o assunto mas, até dominá- lo... Tente manter um diálogo transparente e que agregue conhecimentos importantes para o outro. Para estabelecer boas relações pela internet, fique conectado com essas dicas. Como podemos estabelecer relações virtuais duradouras? Suas relações virtuais poderão ser duradouras se houver res- peito mútuo e bases sólidas para uma boa comunicação. PC Ea D 39 I Formação de Tutores I Etiqueta Virtual Relações Virtuais Identifique a questão, o tema, e responda com objetividade; Seja amigável: as palavras têm poder. Trate as pessoas pelo nome, sempre que possível. Adote uma linguagem coloquial, mas em português correto. Evite termos muito técnicos e palavras em outras línguas. Se for necessário, coloque entre parênteses a tradução ou explique o significado. Respeite o momento do interlocutor: não é porque estão a distância que as pessoas deixam de ficar tristes, inseguras, com raiva, confusas ou com baixa autoestima. Tente detectar esses elementos para adequar suas colocações e não levar para o lado pessoal algum comentário casual. Seja leve. Evite enviar arquivos anexados e pesados, mensagens longas e confusas, que só fazem seu receptor perder tempo. Indique na linha assunto, objetivamente, qual o tema que será abordado. Com esses cuidados, você será um verdadeiro lord ou lady na internet... PC Ea D 41 I Formação de Tutores I AULA 8: Gerenciamento do Tempo Olá! Tudo bem? Então, dando sequência ao nosso estudo, vamos aprender agora sobre o Gerenciamento do Tempo. Interessado? Então, vamos adiante!! Gerenciamento do Tempo A necessidade de o tutor se envolver cada vez mais com o curso exige dele um gerenciamento do tempo para aperfeiçoar o uso das ferramentas disponíveis no Ambiente Virtual e estar “presente” junto aos alunos. Veja algumas sugestões que podem ajudar você a se organizar: acessar diariamente o Ambiente Virtual de Aprendizagem; ler todas as contribuições postadas no fórum e dar um feedback aos alunos, valorizando o que foi escrito e instigando para outros debates; responder aos e-mails en- viados pelos alunos, evitan- do acumular mensagens sem respostas; não deixar nenhuma dúvi- da do aluno sem resposta; se os alunos se mostram “quietos” no Ambiente, en- caminhe um e-mail convi- dando-os para algum debate; ao solicitar uma atividade, lembre o aluno da data de entrega e dos critérios de avaliação que serão utilizados; não acumule atividades que os alunos entregaram sem dar um retorno. Vá fazendo a avaliação conforme for recebendo as atividades; antes de iniciar sua atividade de tutoria, faça um plano de trabalho conten- do a duração do curso ou da disciplina em questão, as atividades que serão so- licitadas aos alunos e os prazos de entrega, as questões para os fóruns, agenda de chats, indicação de bibliografia complementar e o prazo para fechamento do curso ou da disciplina. Gerenciamento do Tempo PCEaD Programa de Capacitação em Educação a Distância PC Ea D 42 Esta aula foi breve,mas certamente importante para sua atu- ação como tutor. Na próxima, você estudará sobre estratégias de sucesso. Que interessante! Percebi que o planejamento é fundamental para me organizar, mas deve ser flexível, permitindo a con- tribuição dos alunos ao longo do processo. Além disso, é preciso conhecer o perfil dos alunos e suas expectativas em relação ao curso para que eu possa contemplá-las nas ações que desenvolverei. Gerenciamento do Tempo PC Ea D 43 I Formação de Tutores I AULA 9: Estratégias de Sucesso Estratégias de Sucesso Agora que você já sabe os fundamentos de um bom planeja- mento, conheça algumas estratégias que facilitam o processo de aprendizagem a distância. Estratégias de Sucesso Conheça, agora, algumas estratégias que facilitam o processo de aprendizagem a distância: propor problemas; estudos de caso; utilizar materiais gráficos (desenhos, fotos etc.); análises comparativas; exercícios dirigidos; aplicação de testes; elaboração de projetos; revisão bibliográfica. A escolha das estratégias deve ser orientada pelo interesse que provocam no aluno. Alguns são motivados por desafios (como testes). Outros gostam de discutir casos. Muitos preferem desenvolver projetos que possam aplicar na sua vida diária. Cabe a você, como tutor, sondar o interesse de cada participante para selecio- nar instrumentos que mobilizem os alunos. PCEaD Programa de Capacitação em Educação a Distância PC Ea D 44 Estratégias de Sucesso Agora que você já conhece importantes estratégias para que seu curso seja um sucesso, estudará na próxima aula sobre as características do aluno. PC Ea D 45 I Formação de Tutores I AULA 10: O Aluno Você conhecerá, nesta aula, as características do aluno de cursos a distância. Prossiga! O Aluno O aluno de cursos a distância possui muitas características em comum a de qualquer aluno: os processos de pensamento, de construção do conhecimento são os mesmos. No entanto, os desafios que enfrenta são diferentes – e não basta dominar a tecnologia para se tornar um bom aluno virtual! Seu papel na EaD, mais do que dominar informações e conteúdos, é desenvolver sua capaci- dade de “aprender a aprender”. Hoje, em face das radicais transformações tecnológicas e da superação cons- tante dos conhecimentos adquiridos por novos enfoques e descobertas, torna- se necessário uma aprendizagem continuada. Cabe ao educando, assim, assumir uma postura que contribua para a produção de novos conhecimentos, com um enfoque crítico e cidadão. Esse conceito do aluno on-line exige, em contrapartida, competências e habili- dades específicas. Conheça algumas a seguir. O Aluno PCEaD Programa de Capacitação em Educação a Distância PC Ea D 46 Proatividade Capacidade de agir antecipando-se às solicitações. Ou seja: não atuar somente em resposta ao que ocorre (como, por exemplo, para “apagar” incêndios, ou agir para resolver emergências). Consciência Perceber qual é o seu papel no processo da EaD, pois deve assumir responsabilidades que usualmente caberiam ao pro- fessor na educação presencial (veja o tópico disciplina, logo a seguir). Automotivação Conseguir manter o foco nos objetivos propostos para supe- rar os desafios que se apresentarem. Disciplina Assumir a responsabilidade por administrar seu tempo, ritmo de aprendizagem e até mesmo processos de avaliação, as- pectos geralmente administrados pelo professor na educação presencial. Autonomia Capacidade de atuar independentemente de pressões exter- nas, como colegas e/ou professores. Conectividade Saber realizar a conexão transversal entre diversos conteúdos e informações obtidos por meios também variados. Além disso, é importante que você conheça alguns aspectos importantes sobre o aluno adulto, veja a seguir. O Aluno PC Ea D 47 I Formação de Tutores I O Aluno Aluno Adulto Além das competências que você estudou, Peters (2001) afirma que é impor- tante conhecer alguns aspectos importantes sobre o aluno adulto. Sua experiência de vida muda a forma de encarar e avaliar os benefícios dos estudos. Harmonizar estudo e trabalho profissional é um desafio, pois a maioria dedica-se aos estudos em tempo parcial. Buscam um status socioeconômico mais elevado, em um contexto social cada vez mais competitivo. São mais qualificados, o que reflete na sua motivação e na atitude que apresentam em relação ao estudo. Para o aluno adulto, o estudo tem função diferente, estan- do inserido de forma objetiva e definida em seus planos de vida, atuais ou futuros. PC Ea D 49 I Formação de Tutores I AULA 11: Evasão em Cursos a Distância Você sabia que a evasão é um fator frequente nos cursos a distância? Conhecer as causas da evasão para poder evitá-la é nosso objetivo nesta aula. Veja a seguir. Evasão em Cursos a Distância A evasão é um fator frequente nos cursos a distância, o êxito do curso pode ser influenciado por fatores como: uma definição objetiva do programa, a utilização correta do material didático, o uso correto de meios apropriados que facilitem a interatividade entre professores e alunos e entre os alunos e a capacitação dos professores. Além desses pontos, a evasão pode também ser influenciada por necessidades individuais e regionais e pela avaliação do curso. Dessa maneira, a análise des- ses fatores pode ser preventiva na redução da evasão na EaD. Ainda sobre os motivos de evasão, Coelho (2002) apresenta que as principais suposições são: a falta da tradicional relação face a face entre professor e alunos, pois neste tipo de relacionamento julga-se haver maior interação e respostas afetivas entre os envolvidos no processo educacional; Evasão em Cursos a Distância PCEaD Programa de Capacitação em Educação a Distância PC Ea D 50 Evasão em Cursos a Distância Você sabia que em muitos cursos a distância, a desistência chega a ser superior a 50%? Preocupante não é mesmo? Vamos continuar. Alto Índice de Evasão É realmente alto o índice, e isso levanta a muitos questionamentos. Afinal, as vantagens parecem muitas: liberdade para decidir quando e como estudar, no ritmo que desejar, nenhuma pressão do grupo, nenhuma “vergonha” por erros cometidos... Pois são as mesmas vantagens que provocam a evasão: sem a pressão do grupo, o estímulo para a continuidade é reduzido. Além disso, uma completa liberda- de para administrar o próprio tempo exige alto grau de disciplina, uma habili- dade que nem todos desenvolveram. A alegação mais comum é falta de tempo, mas sabe-se que a falta de tempo encobre outros motivos. Para detectar as causas da evasão, é necessário investi- gar o planejamento tanto do curso quanto das aulas. insuficiente domínio técnico do uso do computador, principalmente da internet, ou seja, a inabilidade em lidar com as novas tecnologias cria dificul- dades em acompanhar as atividades propostas pelos cursos a distância como receber e enviar e-mail, participar de chats, de grupos de discussão, fazer links sugeridos, etc.; ausência de reciprocidade da comunicação, ou seja, dificuldades em expor ideias numa comunicação escrita a distância, inviabilizando a interatividade; a falta de um agrupamento de pessoas numa instituição física, construída socialmente e destinada, muitas vezes, à transmissão de saberes, assim como ocorre no ensino presencial tradicional, faz com que o aluno de EAD não se sinta incluído num sistema educacional. PC Ea D 51 I Formação de Tutores I Evasão em Cursos a Distância Os objetivos estão nítidos e interessamaos participantes? Os conteúdos são pertinentes, aplicáveis à prática diária? A progressão de dificuldades está bem ajustada (nem muito difícil, nem muito fácil)? Os instrumentos utilizados são atraentes (desenhos, exercí- cios, exemplos, leituras)? Há um equilíbrio entre autonomia e interatividade? Existem mecanismos de contato entre os participantes e um clima de afetividade? Os indicadores de resultado são estimulantes e construti- vos? Percebi que são essas as respostas que indicarão as causas da evasão e permitirão adotar estratégias corretivas. Correto? PC Ea D 53 I Formação de Tutores I AULA 12: Avaliação Mediadora Chegamos à última aula. Aqui você estudará mais um impor- tante assunto: avaliação. Vamos lá! Avaliação Mediadora Tanto na educação presencial quanto na educação a distância, muitos são os fatores que dificultam a superação da prática de avaliação tradicional, a qual já é tão criticada. Dentre esses fatores destaca-se a crença dos educadores na avaliação classificatória, ou seja, muitos deles defendem a mesma como sendo a garantia de um ensino de qualidade. No ponto de vista da avaliação tradicional, a classificação do aluno acontece por meio do processo corretivo, portanto, o conhecimento é mensurado de acordo com a quantidade de acertos e erros obtidos em uma determinada ati- vidade. Onde, ao término de um período, atribui-se médias finais aos alunos, classificando-os em aprovados ou reprovados. Já numa perspectiva de avaliação mediadora, a subjetividade não é considerada como um problema, mas como um elemento que pode ser trabalhado de forma positiva dentro do processo de aprendiza- gem. Pois, se cada ativida- de, ou opinião registrada pelo aluno no fórum, por exemplo, for considerada como sendo uma forma de o mesmo expressar o que realmente aprendeu, esse processo poderá transformar-se em uma grande corrente de aprendizagem, na qual cada tarefa é vista como mais um elo e não como um momento terminal. Dessa forma, o tutor poderá debater com os alunos os “erros” cometidos por eles e expor também as suas dúvidas quanto à interpretação dos mesmos, fazendo com que esse processo se torne um diálogo em que, tanto professor quanto aluno, posam expressar suas opiniões para, assim, buscarem aprimorar seus conhecimentos por meio da interação. Avaliação Mediadora PCEaD Programa de Capacitação em Educação a Distância PC Ea D 54 Com base nessas considerações, o que você pode concluir sobre a avaliação na Educação a Distância? Com suas explicações, pude perceber que na educa- ção a distância é praticamente impossível avaliar o aluno somente por meio de provas, ou trabalhos, visto que essa modalidade acontece em horários e realida- des totalmente diversos. Como Avaliar na EaD Por isso é necessário também avaliá-lo de acordo com a sua participação e interação, sejam elas nos fóruns, chats, grupos de discussões ou quaisquer que sejam as ferramentas utilizadas. Ou seja, o acompanhamento do processo de construção de conhecimento implica favorecer o desenvolvimento do aluno, orientá-lo nas atividades, oferecer-lhe novas leituras ou explicações, sugerir-lhe investigações, proporcionar-lhe vivências enriquecedoras e favorecedoras à sua ampliação do saber. Se o tutor valorizar efetivamente toda a produção do aluno, partindo de suas ideias ou dificuldades para o planejamento de novas ações educativas, estará “naturalmente” tornando-o participante do processo. Em vez de atribuir a pontuação tradicional por intermédio do certo ou errado, o tutor deve fazer comentários sobre as atividades dos alunos, auxiliando-os a localizar as dificuldades, oferecendo-lhes a oportunidade de descobrir melho- res soluções. Para Hoffmann (2003), é fundamental que o tutor utilize a avaliação durante todo o processo de ensino-aprendizagem, observando como o aluno está apreendendo o conhecimento, que dificuldades enfrenta, que reformulações em seu método de ensino devem ser feitas, etc. Ou seja, a avaliação passa a ser um instrumento de regulação da aprendizagem. Avaliação Mediadora PC Ea D 55 I Formação de Tutores I Avaliação Mediadora O que importa não é alcançar notas altas e obter os primeiros lugares, e sim a formação no sentido de um indivíduo capaz de descobrir alternativas para en- frentar o mundo atual e resolver de forma autônoma seus próprios problemas. A perspectiva de avaliação mediadora pretende, essencialmente, opor-se ao modelo do “transmitir-verificar-registrar” e evoluir no sentido de uma ação reflexiva e desafiadora do educador em termos de contribuir, elucidar, favore- cer a troca de ideias entre e com seus alunos, num movimento de superação do saber, transmitido a uma produção de saber enriquecido, construído a partir da compreensão dos fenômenos estudados. Professor e aluno buscando coor- denar seus pontos de vista, trocando ideias e reorganizando-as. Portanto, a avaliação só será eficiente e eficaz quando esta ocorrer de forma interativa entre professor e aluno, em que ambos caminham na mesma direção, em busca dos mesmos objetivos. PC Ea D 57 I Formação de Tutores I Fechamento do Módulo Você finalizou o módulo Formação de Tutores. No estudo de cada aula, você aprendeu importantes conceitos. Desejo que você aproveite e aplique estes conhecimentos atuando na Educação a Distância. Sucesso! Para concluir o módulo, realize a seguir a avaliação final. Avaliação do Módulo Para concluir o módulo, acesse o SENAI Virtual e realize a avaliação final. Fechamento do Módulo PC Ea D 59 I Formação de Tutores I COELHO, M. L. A. Evasão nos cursos de formação continuada de professores universitários na modalidade de educação a distância via Internet. Disponível em: <http://www.abed.org.br/publique/cgi/cgilua. exe/sys/start.htm?infoid=195&sid=102&UserActiveTemplate=4abed>. Acesso em: 15 dez. 2006. GARCIA, A. L. Educación a distancia hoy. Madrid: UNED, 1994. Dis- ponível em: <http://www.cciencia.ufrj.br/educnet/eduead.htm>. Acesso em: 19 set. 2006. HOFFMANN, J. M. L. Avaliação mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade. 20. ed. Porto Alegre: Mediação, 2003. MONROE, P. História da educação.10. ed. São Paulo: Editora Nacio- nal, 1974. MORAES, M. A monitoria como serviço de apoio na educação a dis- tância. 2004. 230 f. 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