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Avaliação da função hepática Luciana Wermelinger Serrão lwserrao@pharma.ufrj.br Faculdade de Farmácia - UFRJ Anatom ia do F ígado √ Maior órgão (1,5 kg) √ Localizado abaixo do diafragma, no quadrante superior direito do abdômen √ Suprimento sanguíneo duplo: • Veia porta →→→→ Sangue oriundo do baço e TGI • Artéria hepática →→→→ rico em O+2 (20%) Drenagem venosa (veias hepáticas direita e esquerda) →→→→ veia cava inferior. (Guyton et al., 2006) Localização Lóbulo hepático (Guyton et al., 2006) • Placas de células em modo radiado. • Contém de 50-100 mil lóbulos. Lóbulo hepático (Guyton et al., 2006) Sintética S intética S intética S intética M etabólica M etabólica M etabólica M etabólica � Lipídíos, carboidratos, amônia, fármacos, sais biliares (digestão) e bilirrubina. � Detoxicação � Albumina, outras proteínas plasmáticas e fatores da coagulação. � Síntese de colesterol e lipoproteínas � Angiotensinogênio, trombopoetina e IGF-1 Funções bioquím icas do fígado Excretora Excretora Excretora Excretora � Eliminação de substâncias do corpo, tais como: drogas, hormônio e outros Manifestações C lín icas das D isfunções hepáticas √ Icterícia→→→→ depósito de bilirrubina na pele, mucosas e esclera. http://adameducation.com �Fadiga, anorexia, mal-estar, emagrecimento e febre. Manifestações clín icas √ Distúrbios da hemostasia →→→→ alteração nos fatores de coagulação. - ↓↓↓↓ produção de fatores de coagulação √ Metabolismo prejudicado do estrogênio →→→→ hiperestrogenemia levando a eritema palmar e Ginecomastia. √ Hipertensão portal →→→→ obstrução ao fluxo sanguíneo em qualquer ponto da circulação porta. - sangramento das varizes esofágicas - ascite ���� líquido em excesso na cavidade peritonial. - síndrome hepatorrenal (↓↓↓↓ função renal →→→→ doença hepática) Manifestações clín icas Burts & Ashwood. Tietz Clinical Chemistry, 2001 Doenças hepáticas Lesão aguda direcionada ao hepatócito √ Hepatite viral aguda →→→→ 5 vírus (A, B, C, D, E), citomegalovírus e herpes simples - Hepatite A→→→→ contaminação da água ou dos alimentos - Hepatite B→→→→ transmitido por secreções corporais – sexuais ou parenterais; - Hepatite C →→→→ transmitido através do plasma – ↑↑↑↑ risco (drogas injetáveis ou transfusão sanguínea); Sinais Clínicos: Febre, náuseas e vômitos, fadiga, cefaleia, tosse e coriza, icterícia, urina escura e fezes claras. Hepatites agudas √ Hepatite tóxica →→→→ lesão direta do hepatócito por toxinas ou metabólitos tóxicos. - relacionada a dose do agente ingerido - ex: paracetamol (analgésico amplamente utilizado) √ Hepatite isquêmica →→→→ hipoperfusão hepática (Sepse grave ou insuficiência cardíaca) Lesão inflamatória persistente que atinge os hepatócito (+ 6 meses) - Atividade necroinflamatória - Fibrose (relacionada com risco de progressão para cirrose) √ Hepatite B e C crônica (90-70% casos) √ Esteatose hepática não-alcólica (NASH) →→→→ doença associada à gordura e inflamação no fígado em pacientes que não ingerem álcool. Hepatites crônicas Macrovesículas de gordura √ Hepatite autoimune→→→→ hepatite de progressão rápida. √ Doenças hereditárias→→→→ Hemocromatose, deficiência de α1- antitripsina e doença de Wilson. √ Doença hepática alcoólica →→→→ Fatores de risco incluem: duração e magnitude do abuso, sexo, a presença de uma co-infecção e o estado nutricional. Cirrose �Cirrose ���� Septo Fibroso, nódulos parenquimatosos e destruição da estrutura de todo o fígado. CAUSAS: • ÁLCOOL E HEPATITE B, C >90% casos • Obstrução biliar • Hemocromatose • Doença de wilson e Deficiência de α-1 antitripsina (1) Aumenta a mitose das células estreladas (2) Aumenta a produção de colágeno (3) Fígado fibrótico e nodular com comprometimento da circulação sanguínea Tumores hepáticos √ Quinto tipo de câncer mais comum no mundo; √ Cirrose presente na maioria dos casos; √ Principal fator de risco: infecção por vírus da hepatite B ou C; √ Diagnóstico laboratorial da função hepática é inespecífico, sendo necessária a avaliação de um marcador tumoral associados à exames de imagem. Carcinoma hepatocelular Carcinoma ↑ Alfafetoproteína Colestase→→→→ Bloqueio ou supressão do fluxo da bile, retendo-a dentro do sistema excretor. Classificadas como: intra-hepática ou extra-hepática. √ Cirrose biliar primária →→→→ distúrbio autoimune que acomete ductos biliares intra-hepáticos. √ Colangite esclerosante primária →→→→ doença inflamatória que afeta comumente os ductos biliares extra-hepáticos. √ Cálculos biliares →→→→ formação sólida na vesícula biliar, compostos por colesterol e sais biliares. Causando má absorção Vit. K. Doenças Colestáticas Avaliação bioquím ica da função hepática Categoria de Testes Medição no Soro Integridade do Hepatócito AST ALT Função excretora biliar Bilirrubina Total Bilirrubina Direta Bilirrubina Indireta ALP GGT Função de Síntese Albumina Tempo de Protrombina Hepatograma √ Conjunto de dosagens laboratoriais para auxiliar no diagnóstico Clínico. • Avaliação das enzimas hepáticas. • Albumina • Bilirrubinas • Coagulação Enzimas √ Enzimas liberadas por lesão hepática O PADRÃO e GRAU da elevação da atividade enzimática variam com o tipo da doença hepática: • Especificidade tecidual. • Distribuição dentro dos hepatócitos. • Velocidade (tempo) de remoção do plasma. • Quantidade de enzima presente. √ Fosfatase alcalina (ALP) →→→→ fígado, rins e osso. (t1/2 3 dias) √ γ-glutamil transferase (GGT) →→→→ túbulo renal proximal, fígado, pâncreas, intestino. (t1/2 7-10 dias� 28 dias ) Enzimas ASTm ASTm ASTm ASTc ALT ASTc ALT GGTGGT ALP ALP ASTc ALT HEPATÓCITO √ Alanina aminotransferase (TGP/ALT) →→→→ fígado (+++) e rim (citoplasmática) (t1/2 47 horas ) √ Aspartato aminotransferase (TGO/AST) →→→→ coração, fígado, músculo esquelético e rim. (citoplasmática e mitocondrial) (t1/2 17 horas e 87 horas) (Adaptado de Henry et al., 2008) Citoplasmáticas Membranas ALT √ Alanina aminotransferase (ALT) ou Transaminase Glutâmico Pirúvica (TGP) Alanina + ALT (SORO) α-cetoglutarato Piruvato Glutamato+ + LDH NADH + H+Piruvato Lactato + NAD+ Lactato desidrogenase VALOR DE REFERÊNCIA (37°°°°C) Soro: até 41 U/L λ 340 nm (BURTIS et al., 2008). � Dosagem AST √ Aspartato aminotransferase (AST) ou Transaminase Glutâmico Oxalacética (TGO) Aspartato + ASTα-cetoglutarato Oxaloacetato Glutamato+ + MDH NADH + H+Oxaloacetato Malato + NAD+ Malato desidrogenase VALOR DE REFERÊNCIA (37°°°°C): Soro ou Plasma: até 42 U/L λ 340 nm � Dosagem (BURTIS et al., 2008). GGT √ γ-glutamil transferase VALORES DE REFERÊNCIA (37°°°°C) Homens Mulheres 15 - 60 U/L 10 - 40 U/L (BURTIS et al., 2008). L-γ Glutamil-p-nitroanilida γ Glutamilglicilglicina p-nitroanilina Glicilglicina ALP Método do p-nitrofenol VALOR DE REFERÊNCIA (37°°°°C): Soro ou Plasma: 35 a 104 U/L (mulheres) e 40 a 129 U/L (homens) (hidrólise alcalina de grupamento fosfato - fosfatase alcalina) Λ 405 nm (BURTIS et al., 2008).Nitrofenil fosfato Nitrofenóxido NitrofenóxidoALP √ Diminuida na lesão hepática √ Não é específica √ Está dimunuida em: ●●●● distúrbios inflamatórios ●●●● desnutrição ●●●● síndrome nefrótica √ Úteis na avaliação da cronicidade e gravidade da lesão hepática Album ina plasmática SANGUE Líquido intravascularH2O Líquido intersticial H2O ����Albumina TECIDO Função da Albumina H2O SANGUE Líquido intravascular H2O HIPO Líquido intersticial H2O ����Albumina TECIDO Hipoalbuminemia���� EDEMA Método colorimétrico (verde de bromocresol) albumina + Verde de bromocresol Albumina + corante λ= 620 – 640 nm VALOR DE REFERÊNCIA: Soro: 3,5 a 5,5 g/dL Edemas� 2,0- 2,5 g/dL. Níveis aumentados� Diuréticos, desidratação, vômitos e diarréias. √ Medidas seriadas são usadas para determinar a função da síntese hepatica. √ Mais rápido que a albumina. √ Marcador mais importante da hepatite aguda. Tempo de protrombina (TAP) Avaliação do tempo de coagulação Colestase Doenças hepatocelulares Tempo prolongado Tempo prolongado Adm parenteral de Vit K Tempo prolongado Corrigido Via extrínseca Via intrínseca Fibrinogênio Fibrina fosfolipídeos fosfolipídeos TGI Intestino Urobilinogênios Microbiota intestinal fezes urina sangue (Robbins et al., 2005) √ Função metabólica BILIRRUBINA Bilirrubina não-conjugada (BI) Bilirrubina conjugada (BD) √ Correlação modesta com lesão hepática √ Útil na icterícia do neonato √ Medidas seriadas auxiliam na avaliação da gravidade da doença hepática aguda e crônica Bilirrubina plasmática Método diazo Bilirrubina conjugada (BD) + Ácido sulfanílico diazotado Azobilirrubina λ= 540 nm VALOR DE REFERÊNCIA : Soro RECÉM-NASCIDOS: 10 – 15 mg/dL nascidos pré-termo > 15 mg/dL nascidos a termo ADULTOS: até 0,2 mg/dL Bilirrubina conjugada VALOR DE REFERÊNCIA (BT) : Soro Bilirrubina total: até 1,0 mg/dL Bilirrubina total Bilirrubina total (BT) + Ácido sulfanílico diazotado Azobilirrubina λ= 540 nm Cafeína ou metanol + BI = BT - BD VALOR DE REFERÊNCIA (BI) : Soro Bilirrubina indireta: 0,2 - 0,8 mg/dL Bilirrubina não-conjugada (BI) BT = BI + BD Achados Laboratoriais nas Hepatopatias Doenças hepáticas AGUDA – laboratório �A alteração mais característica é a marcante elevação das aminotransferases (ALT e AST), que apresentam níveis acima de 10 X o limite superior do normal. �Nas hepatites virais, os níveis de ALT geralmente são mais elevados que os de AST. ALT (47 hrs) >> AST (17 horas) �A fosfatase alcalina (FA) e a gama-glutamil-transferase (g-GT) podem sofrer discreta elevação. �Nas formas ictéricas de hepatite existem uma elevação da bilirrubina total, à custa predominantemente do aumento da fração direta ou conjugada. � A albumina e atividade da protrombina (TAP) permanecem em níveis normais. Doenças hepáticas CRÔNICAS – laboratório �As aminotransferases (ALT e AST) são as mais importantes para o diagnóstico e acompanhamento das hepatites, nas hepatites crônicas, seu aumento é menos pronunciado 1-5 X �Normalmente o nível de ALT >> AST e a inversão deste padrão sugere doença avançada ou concomitância de lesão hepática pelo álcool (ASTm >> ALT). �A FA e a g-GT apresentam níveis normais ou discreta elevação. � Albumina e atividade de protrombina estão alteradas. �Os exames laboratoriais em pacientes com colestase revelam aumento sérico das enzimas canaliculares (Gamaglutamiltransferase - GGT e fosfatase alcalina) em graus variáveis. �Elevação das bilirrubinas predominantemente da fração conjugada (bilirrubina direta) e elevação dos níveis de colesterol. �Hipoalbuminemia pode ser observada em fases avançadas com cirrose estabelecida. �Entretanto, esses exames não permitem o diagnóstico da causa da colestase ou mesmo diferenciar entre colestase intra e extra-hepática. Doenças COLESTÁTICAS – laboratório Testes da função hepática anormal ALT gGT PA ALT gGT PA Doença hepatocelular Doença colestática Albumina normal Albumina normal Albumina diminuida Albumina diminuida Hepatite aguda Hepatite crônica Colestase aguda Colestase crônica Ultra-som ou colangiografia percutânea Colestase intra-hepática Colestase Extra-hepática (BURTIS et al., 2008).
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