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Kaliane Oliveira Principais funções do fígado Metabólica: Síntese de proteínas plasmáticas (ex.: albumina) e fatores de coagulação (troponina); Desaminação de aminoácidos (formação da ureia); Conversão de amônia em ureia; Síntese de glicose e de glicogênio; Síntese de lipoproteínas; Conversão de ácidos graxos em cetonas (em casos de glicemia muito baixa). Órgão central da metabolização de nutrientes. Biotransformação: Hormônio e medicamentos/drogas; Hidroxilação, oxido/redução e conjugação (glicuronatos, sulfatos). Neutraliza os componentes tóxicos, evitando danos e transforma componentes para deixa-las viáveis. Excretória: Produção e excreção de bile, bilirrubina, colesterol, ácidos biliares e outros. Armazenamento: Glicogênio; Lipídeos; Aminoácidos; Vitaminas; Ferro e outros minerais. Sintomas de problemas no fígado Dor abdominal; Vômitos; Dor de cabeça; Coceira; Tontura; Cansaço; Fezes amareladas (mais característico); Diarreia. Alterações histopatológicas no fígado Necrose intralobular; Regeneração celular; Inflamação intralobular; Inflamação dos espaços intra-portais; Fibrose; Hepatócitos de citoplasma em vidro moído; Esteatose. Principais patologias hepáticas Hepatite viral, autoimune, alcoólica; Doença hepática gordurosa não alcoólica: esteatose hepática benigna até a esteatopatite não-alcóolica (NASH); Cirrose hepática; Insuficiência hepática crônica – encefalopatia hepática; Carcinoma hepatocelular; Hepatoxicidade causada por drogas. Hepatograma Também chamado de prova de função hepática, esse conjunto de exames de sangue é rotineiramente composto por: bilirrubinas, fosfatase alcalina, aminotransferase, albumina e tempo de protrombina, gama GT. Avaliam função (albumina e tempo de protombida) e lesão hepática (gama GT, bilirrubina, fosfatase alcalina, aminotransferase). Bilirrubinas Kaliane Oliveira A bilirrubina indireta é fruto da degradação das hemácias no baço, de lá ela cai no sangue, chegando ao fígado onde é transformada em direta (por conjugação) e forma a bile; A bilirrubina indireta é produzida pelo baço; A bilirrubina trata-se de uma partícula lipossolúvel transportada ligada a albumina; A bilirrubina direta é a que é transformada no fígado (glucoronida); A bilirrubina total é a soma da indireta com a indireta. A bilirrubina direta, geralmente é mais baixa do que a indireta, porque ela não cai na corrente sanguínea. A ictérica consegue ser visualizada quando há um aumento da bilirrubina direta. A bilirrubina indireta pode ser um problema quando aumenta no fígado porque não é metabolizada. Valores aumentados: Bilirrubina indireta: Doença que aumente a destruição das hemácias (hemólise), a transformação, no fígado, de bilirrubina indireta em direta está prejudicada, causando o acúmulo da indireta. Bilirrubina direta: O fígado não consegue eliminá-la, pode acontecer em casos de obstrução do colédoco, seja por pedra ou neoplasias, em casos de hepatite aguda pode ocorrer edema das vias biliares intra-hepáticas e dificuldade das células do fígado em excretar a bilirrubina direta. Bilirrubina total: O paciente costuma apresentar icterícia, a manifestação clinica da deposição de bilirrubina na pele. Quando a icterícia ocorre pelo aumento da direta, significa que ela não está conseguindo chegar aos intestinos. Fosfatase alcalina A fosfatase alcalina e a Gama GT são enzimas que se elevam quando há lesão das vias biliares. Valores elevados devido: Obstrução das vias biliares; Cirrose biliar primária; Colangite (infecção das vias biliares); Câncer das vias biliares; Drogas (corticoides, barbitúricos e fenitoína) FA > 4x (400 U/L ou 500 U/L = colestase; FA < 4x (400 U/L ou 500 U/L = lesão predominante hepática; Outras causas: gestação, crianças e doenças ósseas. Transaminases. Transaminases ou aminotransferases São enzimas presentes dentro das células do nosso organismo que são responsáveis Valores de referência: Bilirrubina direta: 0,0 a 0,4 mg/dL; Bilirrubina indireta: 0,2 a 0,8 mg/dL; Bilirrubina total: 0,2 a 1,2 mg/dL. Valor de referência: 40 a 129 U/L Kaliane Oliveira pela metabolização das proteínas. As duas principais aminotransferases são a AST (aspartato aminotransferase) e o ALT (alanina aminotransferase). Valores até 3x maiores que o limite são inespecificos; Lesões até 8x maiores que o valor limite sugerem doença hepática; Maiores que 1000 U/L são geralmente causadas apenas por hepatites virais, hepatites por drogas ou hepatite isquêmica. Além do valor absoluto das transaminases, pode ser comparado a relação entre os valores de AST e ALT: Normalmente AST/ALT = 0,8, ou seja, a ALT é ligeiramente maior que AST; Na hepatite por abuso de álcool, essa relação se altera e a AST passa a ser 2x maior que a ALT (AST/ALT = 2); Nos casos de cirrose, os valores costumam ficar semelhantes (AST/ALT = 1). Valores elevados devido: Hepatite viral; Cirrose; Esteatose hepática; Abuso de bebidas alcoolicas; Lesão hepática por drogas e medicamentos; Insuficiencia cardíaca; Isquemia do fígado (hepatite isquêmica); Câncer do fígado. Marcadores da função hepática Parâmetros laboratoriais – dosagem de proteínas: Albumina; Transferrina; Pré-albumina; Proteína carreadora de retinol; Fibronectina; Somatostatina. Podem avaliar a condição nutricional. A albumina pode diagnosticar uma nutrição crônica, a transferrina pode ser útil diante de uma intervenção nutricional para aumento de proteínas no sangue, Proteínas Vida média Uso clínico Limitações Albumina 14-21 dias Prognóstico de gravidade Hidratação, renal, hepática Transferrina 8-9 dias Prognóstico e monitoramento Alterações no metabolismo do ferro Pré- albumina 2 dias Monitoramento Renal e hepática Proteína carreadora de retinol 12h Prognóstico de gravidade Hepática, inflamação, vitamina A e zinco Limitações: Albumina: se o paciente estiver desidratado, o sangue está mais concentrado, assim, a proporção de sangue para a quantidade de albumina estará invalidada, porque torna-se impossível confirmar a desnutrição, já se ele estiver muito hidratado, a albumina pode estar diluída, podendo refletir em um falso positivo para a desnutrição. No caso de já haver um dano renal, ele é responsável pela proteinúria Valores de referências: AST / TGO até 37 U/L ALT / TGP até 41 U/L Kaliane Oliveira (eliminação), onde a principal proteína eliminada é a albumina e a pré-albumina. Danos hepáticos, por sua vez, podem interferir na formação da proteína; Transferrina: junto solicita o exame de um componente do ferro, porque a sua quantidade interfere na função da proteína; Pré-albumina: dano hepático interfere na sua produção e uma alteração na função renal pode aumentar o seu nível de eliminação; Proteína carreadora de retinol: diante de uma doença hepática, não está na sua quantidade adequada e em estado de inflamação também porque o fígado para a produção, na carência de vitamina A por ela ser carreadora de retinol e no zinco porque ela é repleta de zinco. Avaliação do estado nutricional proteico: Albumina reduzida em pacientes com doenças hepáticas ou com doenças inflamatórias agudas. Pré-albumina: se reduz em condições de DPE e em doenças hepáticas. Transferrina: devido ao seu tempo de vida, é mais sensível para desnutrição aguda e no controle de intervenções dietoterápicas. Proteína transportadora de retinol: índice muito sensível de restrição proteíca e/ouenergética. Somatomedina C ou IGF: peptídeo de baixo peso molecular, mediador da ação do hormônio do crescimento, a somatomedina C ou IGF-1, tem sido utilizada para avaliar a intensidade da resposta metabólica à agressão, sendo um bom parâmetro de seguimento nutricional. Avaliação da massa muscular corpórea: Índice creatinina-altura: indica degradação intensa do músculo esquelético. Aferida pela creatinina urinária. Valores de referências: Normal: >3,5 Depleção leve: 3,0 – 3,5 Depleção moderada: 2,4 -2,9 Depleção grave: <2,4 Valores de referências: Normal: 20 mg/dL Depleção leve: 10-15 mg/dL Depleção moderada: 5-10 mg/dL Depleção grave: <5mg/dL Valores de referências: Depleção leve: 150 - 200 mg% Depleção moderada: 100 – 150 mg% Depleção grave: <100mg% Valores séricos inferiores a 3 mEq/dL podem indicar desnutrição Valor de referência Homens 23 mg/kg / Mulheres 18mg/kg Depleção leve: 80 – 90% Depleção moderada: 60 – 80% Depleção grave: <50% Kaliane Oliveira Monitoração da terapia nutricional: Balanço nitrogenado: consiste no cálculo da diferença entre o nitrogênio introduzido e aquele eliminado, usado para avaliar o estresse metabólico, seguimento e monitorização do tratamento. Balanço nitrogenado positivo: quando a ingestão de nitrogênio é suficiente para substituir as perdas; Balanço nitrogenado negativo: ingestão inadequada de nutrientes e energia. Nitrogênio = 6,25 Marcadores inflamatórios Finalidade: diagnóstico e acompanhamento dos pacientes em tratamento; Marcadores positivos (elevação proporcional ao grau de inflamação/infecção): fibrinogênio, VHS, PCR, A1 – Antitripsina, Heptoglobina, Antagonista do R-IL1, Hepcidina, Ferritina, Proclacitonina, Amilóide sérico A – aumentam na fase aguda; Marcadores “negativos” (queda proporcional): albumina, transferrina, transtirretina – reduzem na presença de inflamações. Eles podem ser divididos em pró e antiinflamatório. IL-6: Citocina próinflamatória, envolvida no desenvolvimento da hiperinsulinemia e na Síndrome Metabólica, pois desempenha papel importante no metabolismo de carboidratos e lipídios e por aumentar a lipólise, com inibição da lipase lipoprotéica (LPL) e aumento da liberação de ácidos graxos livres e glicerol e redução da expressão do substrato do receptor de insulina-1 (IRS-1) e GLUT-4 nos tecidos muscular e hepático. Toda linhagem par é próinflamatória, a linhagem impar é antiinflamatório com exceção da IL-1. Fator de necrose tumoral – TNF: Citocina com ação autócrina, parácrina e endócrina. No adipócito, inibe a lipogênese, com diminuição da expressão da LPL, do transportador de glicose tipo 4 (GLUT-4) e da acetil-CoA sintetase, bem como um aumento da lipólise. Em obesos, há correlação inversa entre TNF-α e metabolismo da glicose. Proteína C reativa: Regulada por citocinas IL-6, TNF- α e IL-1. O PCR aumenta no processo inflamatório devido alterações lipídicas, hepáticas, hematológicas e hormonais. Valores de referência: Entre 0,3-1: obesidade, tabagismo, DM, HAS, sedentarismo, TRH, distúrbios do sono, fadiga crônica, etilismo, depressão, idoso; Entre 3-10: inflamação de baixo grau, obesidade ou resistência à insulina. Os níveis aproximadamente duplicam em infecções bacterianas e triplicam na presença de risco de doenças vasculares periféricas. Fibrinogênio: Correlaciona-se com os componentes da síndrome metabólica. Promove a trombose arterial venosa pela elevação da formação da fibrina, agregação plaquetária e viscosidade de plasma e, também, promove aterosclerose pela proliferação de células endoteliais e da musculatura lisa. Velocidade de sedimentação – VHS: Falso aumentado: hiperproteinemia (infecção, inflamação, neoplasias), anemia, autoaglutinação, macrocitose, hemólise, anemia falciforme; Falsa redução: esferócitos ou hemácias cremadas, microcitose; Kaliane Oliveira Maior sensibilidade: artrite reumatoide, doença inflamatória pélvica, endocardite bacteriana, artrite séptica, osteomielite, mieloma, paraproteinemias, mononucleose, otite média aguda, abcessos, lúpus, vasculites, doença inflamatória intestinal. VHS elevado com PCR normal provavelmente é falso positivo. Procalcitonina: Sintetizada principalmente pelas células C da tireoideBiomarcador de diagnóstico e prognóstico em sepse grave e choque séptico, com maior sensibilidade (maior marcador de gravidade); Diagnóstico de infecções, principalmente bacterianas, com consequente uso mais racional de antibióticos, diminuição do perfil de resistência e redução de custos em saúde. Mais sensível do que PCR.
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