QUESTÕES RESOLVIDAS - CONSTITUCIONAL I

U ni v er s i dade do E s t ado da B a hi a ( U N E B ) D epa r t a m e nt o de T ec n o l o gia e C i ê n c ias Soc i a i s ( D T C S) \u2013 C a m p u s II I Cu rso de G ra d u a ção e m D i re it o - D i re it o Co n s t itu c i o n a l I ( T 02) D oce n te : Re gin a ldo da S i l va G o m es CO N T E Ú D O P A R CI A L D A TE R C E I R A AV ALI A ÇÃO DE A P R OV E I T AME N T O D A D I SCIP L I N A . D i sc e nt e : H ug o G abr ie l de C ar v a lho Ara ú jo Mat r í c ul a : 0011510034 Q u e s t ões : 1. Q u a is s ão as mud a n ças qu e a d o u t ri n a v is lum bra p a r a o co n s ti t u c ion a l is m o d o f uturo? N o f ut u ro, pode- se es per ar , de ac ordo c o m a dout r ina, um c o n s t itu c i o n a li s mo de m as i ad a m e nte hum a ni zado, h a j a vi s ta q u e, quest õe s co m o a eco n o m i a e a pr ópr i a pol í t i ca, a nt er i o r m e nt e t i das co m o de e xt r e m a re le v â n c i a, vee m , ao lo ng o do te mpo, se des v a ece n do n o ce n ár io m un d i a l , e o utr os a ss un t o s, in er e n tes à s m i nor i a s soc ia i s ( d i re t a m e nt e r e lac i o n ado s co m os d i r e i to s hum a n os e fun da me n t a i s de 3ª g e raçã o), v ee m g a nh a n do dest aq ue, t a is co m o : o s re l a c i o n ados a f o m e e a doe n ça, ao a v a n ço t ec n o l ó gi co e c i e nt íf i co, n o v o s rec urs os de co muni c aç ão e i nfor má t ic a, e os qu es t i o n a m e n t o s éticos r e l at i vos à e ng e nh a r i a g e nét i ca ( B U L O S, p. 97) . 2. Qu a i s s ão as con diçõe s q u e car act e ri z a m o f e n ô m e n o d a co n s t i t u c ion a l i z a ção d o D i r e i t o, s e gu nd o a d o u t ri n a? Com o co n stit u c i o n a l i zaçã o do D i r e i t o t e m o s a ex pa n são \u201c das n or m as con s t it u c i o n a i s \u201d e m re l açã o às n or ma s or d i n á r i a s (BA RR O SO , p. 352). Con t u do, o D i r e i t o C o n st i t u c i o n a l , e n q u a nto d i sc i p li na do Curs o de Di r e i t o, s ur gi u n o fi n a l do sé cul o X V I I I, m a i s pre c i sa me n t e e m 26 de set e mbr o de 1791, qu a n do a A s se m b le i a Con st ituint e f r a n cesa det e r mi no u às f ac uldade s de D i r e i t o que m i ni st r ass e m a ul as sobre a C on stit ui ção Fra n ce sa ( B U L O S, p. 55). E n t ret a nto, es te t e v e se u p r oces so de f o r m açã o t e m pos a nt es , n o q u e f i co u co n h ec i do co m o \u201cm o vi m e n t o do con s t it u c i o n a l i s m o \u201d , e st r ut u rado p e l as re v o lu çõ es fr a n ces a e a m e r i ca na, e, t e m pos depo i s, pe l o par la m e nta r is m o br i t â ni co. I n c l us i v e, f o i i n sp i r ada n o C onst i t u c io n a li s m o I ngl ês, a car ac t er í st i ca at u a l da C o n st ituiçã o co m o \u201c co nj un t o de n o r m a s j u r i d ica me n te i nstit ui do ra s de uma c o muni dade \u201d (F ER N A ND E S, p. 7). 3. Q u a l é a r e laç ão e n t r e o d i r e i t o co n s ti t u ci o n a l e o d ir e it o i n te rn ac ion a l pú b l ic o? D i r e i t o co n st i t u c io n a l é a c i ê nc i a q ue es t u da e de fi ne os m eca ni s m o s le gi s la t ivos de qu a l i dad e s u pr e m a, q u e ser ão ut i l i zado s co m o or g a niz adore s da es tr u t ura es tat a l e de l i m i t ado r es das re l a ções de poder ( BU L OS, p. 56). Port a nto, fi ca c l a ro q u e o D ir e i t o Con st itu c io n a l é um r a m o do D ir e it o Pú b li co , co m o de fi ne Ale x a n dre de Mora es (p. 1). Já o Dir e i t o I n t e r n ac i o n a l P ú b li co co n s i s te n o \u201c co m p l e x o d e n or m as j u r í d i cas r egul ador a s de r e l ações e n t r e E stados \u201d (TE LLE S J., p. 240 , gr i f o n os so). Co m is so, fi ca ní t i da a int e raçã o e ntr e e st e s do i s ra mos , po is , o c o n s t itu c i o n a l é o q u e a g e de n t r o dos l i m i t e s ( fí s ic o e j u r í d i co) do E st ado, a o pas so q u e o int e r n ac i o na l p ú b l i co f a z co m q u e aj a um a in te raçã o d i r e t a e n t r e um E s tado e ou t r o, o qu e poss i b i l i t a, co m o num p r oce ss o de s e l eção n a t u r a l , a pr epo n de râ n c i a do s pr inc í p i o s de m a i or v a l o r pr o soc i e t at e. 4. Qu ai s s ão os p ri n ci p a i s docum ent os hi st ór i cos ou decl araç ões de di rei t os q u e con t ri bu í r a m pa r a fo rm a r a co mpr e e n s ão atu al d e d i r e it os f und a m e n ta i s ? Magn a C ar ta (1215 ) ; Pet itio n o f Ri ght s ( 1628) ; H abe as Corp u s Act (1679 ); Bi l l of R i ght s (1689 ) (F ER N A N D E S, p. 9) ; D e c l ar ação de D ir e it os da V i r gíni a (1776 ) ; Pact o de Sa n Jose da C os ta R i ca (1969) ; H um a n R i ght s A ct ( 1998). 5. Q u a l é a r e le vân cia d o \u201ccas o Lüt h\u201d (1958, A l e m anh a ) p a r a o e s t u d o d o D i r e i t o C o n s ti t u c ion a l ? M os t r e s u a co mpr e e n s ão s ob r e as pri n cip a i s id e ias es b oç ad as n o c as o e se u jul ga m e n t o. O \u201c cas o Lüt h\u201d , propô s a o D ir e i t o, e m g er a l , e ao Poder J u d i c i ár io, e m pa r t i c ul ar , um a obs er v aç ão es pec i a l , po r a ss im d i ze r, a o D ir e i t o Const i t u c io n a l \u2013 pr i nc i p a lm e n te n o qu e t a ng e ao s d i re it os e gar a n t ia s f unda m e nt a i s. I s so de v e u- se, sob r et u do, ao f a to de o ent ão ac u sado ( Lü t h \u2013 e n tã o pres ide n te d o C lu be de I m p r e n sa de Ha mb u r g o) t er o se u di r e i t o de li ber dade de e x p res sã o ( fun da m e nt a l ) s u pr i m ido pe lo se u de v er de a gir conf o r m e o s bo n s cos t um e s n as re l açõe s i nter pes soa i s (or d i nár io \u2013 n o C ód ig o C i vi l A l e m ão da épo ca) , n a dec i são pr o fer i da pe l o t r i b un a l de p r i m e i r a i ns t â n c i a, q u e post e r i or m e nt e f o r a a nul ada por dec i s ão co n tr ár i a do T r i b un a l C on s t i t u c i o n a l F ede ra l ( úl t im a i nst â n c i a da j u s t i ça a l e m ã) ( B A RR O SO , p. 356). I ss o m ost r a q u e, n o a spec t o j ur i sp r u de n c ia l , h o uv e uma \u201cr e v o lu ç ão \u201d n o t rat a me n to dos pr in c íp i o s cons t itu c i o na i s, vi st o q u e, at é e nt ão, e st e s er a m , mui tas ve z es, s u bo rd in ados às mat é r i as o r d i n á r i a s, e m a l gun s c asos at é às e x t r ao rd in á r i as (BA R R O S O , p. X X ) . 6. Q u a l é o s ign if i ca d o e i mp o r tâ n c i a d as e xp r e s s õ es Lead i ng cas e e hard case p a r a o e s tu d o d o d i r e it o co n s tituci o n al? M e n ci on e e r e s um a ci n co cas os q u e te n h a m e s s a n atur e z a. L ead i ng case t ra ta- se da d ec i são pro f e r i da por um t r i b un a l de ju s t i ça, n a q u a l é es t abe l ec i do pa ra a j u r i spr u dê n c i a um n o v o para d igm a. Já o Ha rd case, t e n do ce rt a s i m i l ar i dade c o m o o u tr o e x e m p lo, t r at a - se t a mbé m de caso e m q ue h á e x c lus i vi d ade e m m at ér i a, o n de a L e i é o mi s sa o u d if us a e a j ur i sp r u dê n c i a é in s t á v e l , o j uiz de v e a gi r co m \u201c d i scr i c i o n a r i edade \u201d ( B A R R O S O apu d O scar V i l he n a V ie ir a ap u d H . L . A. H a rt , p. 278). N es t e se n t i do, é pos s í ve l des t aca r i núm e ros cas os q u e t ê m e ssa n at ur e z a \u201c d i ver s i f i c ada/ d i ver g e nt e \u201d . Do s q u a i s, pod e m os c i t a r : \uf0b7 A A D I n 815 - 3 (R e l . M in Mo re ir a A lv e s, e m 2 0.03.1996), n a qua l o S T F dec l ar a co m o um a \u201cim poss i b i l i dade j ur í d ic a \u201d o j ulg a me n to de \u201cações g e n é r i cas \u201d q u e q u es t i o n a m a inco n s t i t uc i o n a l i dade de n or m as c o n s t itu c i o n a is or igi n á r i as , po i s, a t es e da e xi st ê n c ia de hi e ra rq uia e n t re as n or m as con s t it u c i o n a i s ( co m o er a de f e n d ido n a re fer i d a A DI n ) , esbar ra v a n a car ac t e r í s t i ca d a própr ia C o n st i t ui ção F eder a l \u2013 de se r r ígi da ( B U L O S, pp. 270- 271); \uf0b7 O HC 82.424/ R S ( R e l . M in. More ir a A lv es, e m 17.09. 2003), n o q u a l o S T F n e g o u o p ed i do de h abeas co rp u s de um a ut or de um li vro n o q u a l co n t i nha m i d e i as a n t i ss e m i t as ( n e g a v a a e xi s t ê n c i a do h o l oc a u st o ). E s te f or a co n de n ado pe l o cr im e , in a fi a n çá v e l, de rac is m o (CF , ar t.5, X L II ), e o r ec u rs o u s ado e m su a ape l açã o f o i de q u e, se gun do a c iê n c i a g e n é t i ca, n ão e xis t e m \u201c r a ças \u201d dent r o da espé c i e hum a n a, por t a n t o, o cr i m e e m s i é q u e ser i a t i do co m o pr eco n ce i t o. Cont u do, v a le n do - se de t éc ni cas e pr inc í p ios de i nt e rpr etação da n or ma co n s t i t u c i o n a l, o S T F e x t ra iu o car á t er l e gí t im o da n or m a ju r í d ic a i ncr i m i nado ra , v a l e n do - se de pr i nc í p ios do s d i re it os hum a n o s num \u201ct r a n sc o nst i t u c i o na li s m o p l ur i d im e n s io n a l dos d ir e i t os hum a n os \u201d, abar ca n do as m a is d i v er sas t eor i a s e cas os do m undo a f o ra ( B U L OS , p. 95) . \uf0b7 A ACO 730/ R J ( R e l. M in . Joaq ui m B ar bosa , e m 11.11. 2005), na q u a l o S T F, por m a ior i a dos v o tos (1, co nt a n do co m o do re l at or ), dec la ro u s er poss í ve l as C PIs es ta d u a is det er m i nar e m a q u eb ra de s i gi l o ba n c ár i o, \u201c po i s ess a t ar e f a en q u ad ra- se n o bo jo das co m pet ê n c i as dos E s tados- m e mbr os \u201d (BU L O S , p. 576). \uf0b7 A ADI n 3.510/ D F ( R e l. M in. Car los A y re s B r i t t o, e m 29.05.2008), na q u a l é an a li s ad a a con st i t u c io n a li dade da L e i n º 11.105/2005, q u e asse gu ra a pes qui sa co m cé l ul as- t ro nco e m br i o nár i a , po n do e m c o nfl i t o do i s \u201cl ados \u201d do di r e i t o à vida : de um , o n a sc i t u ro, e, do ou t ro, o própr i o i n d i ví d u o dotado de per so n a li dade . N est e cas o, é de l i be r ado pe l o S T F q u e est a s pesq ui sa s \u201cn ão vi o l a m o d ir e i t o à vi da, t a m po u co a d igni dad e da pessoa hum a n a \u201d ( BU L OS , p. 532). C o m i ss o, n ão so me n te o s i st e m a j u r í d i co, co m o t a m b é m , pr in c i pa lm e nte, a soc i edade pode se ben e fi c iar co m es t a dec i são s u pre ma , h a j a vis ta q u e, co m o o própr i o M in . C e ls o de Me l l o, aco m pa nh a n do es t e cas o, de fi niu q u e a próp r i a pop ul ação post a à m a r g e m da vi d a, possa , por m e i o des ta g a ra n t i a, q u e se e n q ua dra per fe it a m e nte n a 3ª g er aç ão dos d ir e it os e g a ra n t i as fun da m e n t a i s, e x e rcer \u201c o d i re it o à b usc a da f e l i c i dade e ta m bé m o di r e i t o de vi ver co m d i gnidad e, d i r e i t o q u e ni ngu é m, abso lut a m e nte ni ngué m , pode s e r pr i vado \u201d . \uf0b7 O H C 76.060/ SC (R e l. M in. Sep úlv ed a P er t e n ce, e m 15.05.1998) , n o q ua l f o ra de l i ber ado q u e o pac i e nt e \u2013 s u pos to pa i q ue, por ma n dato j u d i c i a l , vi u - se obr i g ado a f a z er e x a me de D N A \u2013 t er i a o d i re it o, n ão de te r ass e gu rado se us pr in c íp i o s da i nt i m i dade e da i nt e gr i dade co r pora l, co m o for a ar gum e n t ado n a ar guiçã o do i m p et ra nte , mas s i m , de t e r s u a d i gni dade pr ese r v ada, vis t o q ue est e e x a m e co ns o li d ar- se - i a co m o pro v a s u pér fl ua, poi s, as co nt i da s n os a ut os er a m s uf i c i e n t e s par a a co n c lus ão do pr oc esso. ( C O ST A) 7. C o m b as e n as q u e s tões p r e ce d e n te s , q u e li ção p o d e se r e xtr a í d a d a d e cis ão d o Su pr e m o T r i bun a l F e d e r a l n o ple it o d e S i e gf r i e d E l l w a n ge r , ju l ga nd o o H abeas Corpus 82424, e m 17.09.2003? M os tr e s u a co mpr e e n s ão s ob r e a qu e s tão focad a n e ss e ca s o. N es t e cas o, a ss im co m o n o \u201c caso Lüt h\u201d o d i re i t o de l i be rda de de e x pre ssão fo i conf ro n tado co m o utr o, m as dest a v e z o d ir e i t o d iv er g e nte era de car áte r huma ní s t i co \u2013 sa lv a gu arda do p e l o pr inc í p i o da d igni dade da pe ss oa hum a na. Is so m os t r a q u e a pr eoc u paçã o d o Ju d i c i á r i o es t á cada v e z ma i s v o l t ada para os D ir e it os F un da m e nta is de T erc e i ra G er a ção, h aja vis t a q u e um a das f un da m e n t ações do mi nis tr o r e l a t or (Mor e ir a A l v es ) f o i ba sea da n a g ara nt i a de um a co nvivê n c i a pac íf i ca e igua li t á r i a e n t r e os c i dadãos , n o fut u ro. 8. Q u a l é a co nt r i b ui ção d os e s tu d os n o m i n ad os \u201cneoc onst i t u ci ona l i sm o l at i no-am er i cano \u201d p a r a o e s t ud o d o di r e i t o co n s tituci o n al? M os t r e s u a com pr e e n s ão d as i d e ias es b oçad as n e s ses e s t u d os . Pr im e ir o, t e m os o \u201cn eo co n st itu c io n a l i s m o l at i no- a m er i ca n o \u201d co m o um a ev o l uçã o do n eoco nst itu c io n a l i s m o \u2013 d i fe re nte m e nte da r e l ação e nt r e con s t it u c i o n a l i s m o e n eoco n s t i t u c i o n a li s mo. O u s ej a, h o uv e um p roces so de matur i dade das i de i a s c o n t i d a s n o s i st e ma a n te r i or , e e st as, co m o se sa be, for a m ine re ntes ao pr oces so de i n se rçã o de cont e ú do a xi o ló gi co n as co n s t i t ui ções (p r in c íp i os de \u201c j ust iç a \u201d ) . E e st a e v o l u ção aco n te ce u , sob re t u do, n o q u e se r e f e re à de m oc rac i a, d i fer e nt e m e nt e do pr in c í p io da li be rdade a nt er ior m e n t e co nj ug ado co mo o p il a r do co nst itu c io n a l i s m o. Poi s, n o n eoco n s t itu c i o n a li s mo l a t in o - a m er ic a n o, os pr i nc í p i o s de re pre se ntativi dade e l e gi t i m ida de são trad uzi do s e m um pod er c o n s t ituint e or i gi ná r i o q ue rec o nhece \u201c a pl ur a l i dade e pec ul i ar ida de de se u po v o \u201d (RIBE I R O). Pro v a d is t o, f o i a cr ia çã o das con s t it ui çõe s da B o l í vi a (2008) e do E q u ado r (2009), o n de, n a pr im e ir a, f o r a in se r i da n or ma n a q u a l c o n sa g r a a sa lv a guarda de pr inc í p ios próp r i o s da co m uni dade in d íge n a. 9. Q u a n t o aos p r i n c í p ios d a r a z oa bil i d a d e e d a p ro p o r ci o n a li d a d e , e xp l i c it e se u c onte ú d o, as car acte r í s t i cas , a d i s ti n ção e n t r e a m b os , h i p óte s es d e ap l i caç ão. O s pr i n c í p i os da r a z oab i l i d ade e da pr oporc io n a li dade são u sados n o D ir e i t o co m o in st r um e ntos de i n t er pr e t ação da n or ma , e a m bos, apesa r de m or f o l ó gi ca e hi st or i ca m e n te (o pr im e ir o t e m s u a or ige m n o s i s t e m a j u r íd i co a ngl o - sa x ão e r e m et e ao con ce it o de de vi do proc ess o l e g a l , ao pa ss o q u e o se gun do é as soc i ado ao s is t e m a j ur í d i co a l e m ão e te v e co mo pr inc i pa l desdob ra m e nt o o cr i t é r i o de a f er içã o da con s t it u c i o n a l i dade de det e r m i nadas le i s ) t e r e m s u as pa rt i c ul ar i dades , na prá t i ca j u r í d i ca sã o \u201cint e rca m b i á v e is \u201d , vi s to q u e \u201c abr i ga m os m es m os v a lor es s u bj ace nte s \u201d ( B A RR O SO , p. 305) : bo m se n so; p r u dê n c i a ; m oder ação. ( B UL OS , p. 451). U m a hi pó t ese de ap li c aç ão des t es p r in c íp i os n a cor ret a int e rpr e t ação da n or m a j u r íd i ca, se r i a n o cas o e m q u e h á o co nf ro nt o e nt re a \u201c a ut o n o mi a da v o n ta de pr ivada \u201d (CF, art s. 1º, IV e 170, cap u t) e a \u201c d i gni dade d a pess oa hum a n a \u201d (CF, art s . 1º, II I e 5º, § 1º ). E st e i m pas s e, por se tr at a r da ap li ca ção dos d i re it os f un da m e nt a i s n a s re l açõe s ent r e par t i c ul ar e s, é, de cer t o m odo, um ta nto q u a n to n or m a l , poré m, do i s caso s m er ece m se r des t acados , são e l e s : o cont r a t o de \u201c te r m o de aut or i zaçã o para u so de im a g e m\u201d, on de, m ui t a s v e z es, co m o e m \u201c re a li t y s h o w s \u201d , o co n cede n t e é s u b me t ido ao r i d í c ulo, f e r i n do su a p rópr i a d igni dade ; e m o ut r o caso, se n do est e v e r í d ic o (e co mum e nte u sado co m o o pr in c i pa l p r ec ede n t e do u so e f i ca z do s d ir e i t os e gar a n t ia s f un da m e n t a i s n as re la ções h or iz o n ta is ) , h o uv e um co nfl i t o e ntr e d u as pe ss oas, um a fí s i ca e o utr a j u r íd i ca, o n de a pr im e ir a e r a sóc io n a e mpr es a p ertine n te à se gun da, e f o i , se m as g ar a nt i as do \u201c de vi do pr oces so l e g a l \u201d , e x p ul so des t a ( R E n º 201819/ R J , R e l .ª M i n .ª E l l e n G r ac i e ). 10. E m qu e con s is te o \u201c devi do proce ss o l egal \u201d e se u s cor olá r ios am pl a defes a e cont radit ór i o ? O \u201c devi do proc ess o le g a l \u201d é um d i re i t o fun da m e n t a l ( C F, ar t . 5º, L I V ), um \u201c sob repr i nc í p io \u201d , sob re o q u a l todos o s de m a is d i re it o s fun da me n ta is re po u sa m , e, é por se u int e r m éd i o q u e \u201c a t oda pes soa de v er á ser co n ced i do o q ue lh e é de vi do \u201d (BU L OS , p. 667). V i st o i ss o, é e vi de nte q u e por s i só, es t e \u201c pr i n c í p i o m a i or \u201d n ão é capa z de as se gu rar o q u e o m es m o p ropõe- se a a m par ar . É por i s so q u e e xi s te m o s i n s t r ume n tos j ur í d i cos, q u e de ve m se r u sados por t odo e q u a l q u e r i n d iví d u o q u e est e j a e m um pr oces so l i t i gi oso, o n de o me s m o te nha qu e pro v a r qu e te ve d i re i t o l es ado o u de v er cum pr i do. E do i s des t es ins tr um e nt os \u2013 de n t re o ut r os, co m o os pr i nc í p i os do d u p l o g ra u de j ur i sd i ção, da ra z oab i l i dad e, do j ui z n at u r a l , etc . \u2013 são os pr i n c í p i o s da \u201c a mp l a def es a \u201d e do \u201cco n tr ad i t ó r i o \u201d , a m bo s as se gu ra dos pe l o ar t. 5º, in c is o LV, da C F. O pr im e ir o, co m o o n o m e s ug er e, é um a g a ra n t ia, pa ra q u a lq u er i n d i ví d u o q u e es t ej a se n do ac u sado j ur i d i ca m e nte , de se def e n der , de t odas as f or m a s poss í v e is l e g a lm e nte \u2013 i nc l u s i ve e x e rce n do o d ir e it o de fi ca r ca l ado (V . ST F, 1ª T ., H C 68.929 /SP, R e l . M i n . Cel so de Me l l o, e m 22.10.1991). O se gun do, de n o me i gua l m e n t e s uges t ivo, é o q u e con ce r n e às g ar a nt i as q u e um i nd i ví d u o li t i ga nt e poss ui de a gi r , ac u sa n do o u se def e n de n do, re spe i t a n do, l o gi ca m e n t e, os d i r e i t o s in d i vi d u a is e co l e t iv o s . (BU L OS, pp. 676- 679). 11. Inqu é ri to p ol i ci a l t a mb é m e s tá s u j e it o à o br iga t o r ie d a d e d o co n t radi tó rio? O i n q u ér it o po li c ia l n ão est á s uj e i t o à obr i g at or ie dade do cont ra d it ó r i o, ass i m def i ne Ped ro L e nz a (p. 789) , po i s o me s m o n ão é de fi ni do co m o um pr oced i m e nt o de acu s ação, m as s im , ad mi n i st rativo, co m o i nt ui t o de \u201c co lh e r pro v as sob re o f at o i nf r i nge n te da n or m a e s u a a u tor i a \u201d . C o n t u do, va l e de st aca r q u e as i nf o r m açõe s co l hi das e m i n q u é r i t os po l i c ia i s, se m f un da me n taç ão j u r íd i c a, n ão pode m se r vi r co m o f un da m e n t o e x c lu s i vo da co n de n açã o, po is é um a o f e nsa a o pr inc í p i o do co n tr ad i t ó r i o. 12. In a di mp l e nte e m co n t r at o d e fi n a n c ia m e nto co m a li e n ação f i du c iá r ia e s t á s u j e i to a pri s ão ci vi l? O i n ad i m p l e n te f i d u c i ár i o - de acor do co m D ec.- l e i n º 911/1969 - er a eq ui p ar ado ao depos i t ár io i nf i e l , pa r a fi ns d e pr is ão c i vi l . Co n t u do, após a S úmul a V in c ula n te n º 25 \u2013 e m co n co m i t â n c i a co m a r a t if i ca ç ão pe l o B r as il da C onv e n ç ão I nter a merica n a de D i r e i t o s H um a n o s (Pac t o de San Jo se da C ost a R i ca ) , ass im co m o dos R ec ursos Ex t raor d i nár i o s 466.343 e 349.70 - , fi co u - se e n te n d i do pe l o S T F q u e \u201c é i n cab íve l a pr i são c i vi l por q u a l q ue r m oda li dad e de depós it o \u201d ( G U I M A RÃ E S, p. 81) 13. No ju lga m e n to d e d ig n i t á ri os d a R e p úb l i ca h á o dup l o g r a u d e j uri s d i ção? O s f un c i o n á r i os do E s tado de \u201c a l t o es ca l ão \u201d poss u e m f oro pr i vi l e gi ado (s ão j ul gados pe l o ST F, n as inf r açõe s pe n a is co muns , e pe l o Se n ado, n o s cr i m e s de r espo n sab i l i dad e) ( G UIMAR Ã E S, p. 398) , o u s ej a, n ão h á o u t r o Tr i b un a l ao q u a l e s t es r éus pos sa m r ec o rr er . 14. À at u ação d o J úri s e b u s ca fo rtal e ce r i mp e di nd o o \u201c Pr o te s to p o r n ovo j úri \u201d. Q u e op i n ião s e p od e e xtr ai r d as li çõe s d o u t r i n á rias a r e s p e it o? O prot e st o po r n o v o j úr i e ra um ins tr um e nt o e x c l us i v o d a de f es a, n o q u a l o r é u poder i a re ivi nd i c a r um n o v o julga m e nto, ca so s u a co n de n açã o fos se rec lus ão , igu a l o u su pe r i or a 20 a n os. Co m a sa n ção da L e i n º 11.689/2008, t a l ins t r um e nto j u r íd i co t or n o u - se i nú t i l . A j u stif i cat i va d i s to f o i a m or os idade co m q u a l era m decor r idos os pr oces sos ( ST F ) , co n t u do, o q u e se co n s t at o u f o i, por pa rt e de a lgun s j u r is t a s, um a af r o n ta aos p r in c íp i os da a m p l a de f esa e do co n t r ad i tó r i o, coro lár i o s do de vido p r oces so l e g a l . (N ASCIM E N T O) ( G ER U D E ; A R A GÃ O ) . 15. É p os s íve l ad m i t i r pr ova i lí c it a p a r a le gít i m a d e fe s a d e d i r e it os ? O ar t . 157 do C PP esc l a rece q u e é il e g a l, por parte do ma gi s tr ado, a ad mi ss ão de pr ov a i l í c i t a n o proc esso pe n a l , se n do e st a, i m ed i a t a m e nt e após pro v ada a s u a or ige m i l í c i t a, dese ntr a nh ada do proce s so pe n a l. N a n oss a L e i Ma i or , est e fun da m e n t o e st á i nsc r i t o n o Tí t ulo q u e t rat a dos d ir e i t os e g a ra n t ia s fun da m e n t a i s, ma i s esp ec if i ca me n te n o a rt . 5º, i n c i so LV I, q ue e x p la n a : \u201csã o i nad m i ss íve i s, n o proc es so, a s pro v a s obt i das por m e ios i l íc it os \u201d . E n t ret a nto, é prec is o sa li e ntar q u e, j u r i spr u de n c i a l m e n t e, pr o v as obt i das por m e i os i l í c i t os j á f o ra m ace i t as e m ar gui ções de proc es sos, t e n do co m o pr ess u pos t o t eór i co, n o caso da de f esa, o pr in c íp i o da propor c io n a l i dade pr o re o (V . ST F , 1ª T ., H C 74.678 /D F, R e l . M i n. Mor e i r a A lv e s, e m 10.06.1997) , e, n o c aso da acu s ação, a l e gítim a de fes a de d i r e i t os hum a n os funda m e nta is (V . S T F, 1ª T ., R E 212.081- 2/ R O R e l . M i n. O ct a vi o G a l l ot i, e m 27.03.1998 ), que, de cer t o m odo, cabe n a f un da m e n t ação da ou t ra. A de m a i s, é, t a m bé m , co n s i der ada il í c it a, a obte n ção de pro v as l i c i t a m e n t e, der iva das de m e i os i l í c i t os ( V . ST F, H C 78.937, R e l . M i n. Ma u r íc i o Corr êa, e m 29.08.2003). 16. H á col i d ê n c ia e n t r e pr esunção de i nocênci a e p r i s õe s d e cau te la ( tem porár i a, fl agranci al , prevent i va, por pronúnc i a, por sent ença penden t e de re curs o ) o u i mpos s ib il i d a d e d e ap e lar s e m r e col h e r- s e p r e s o? D e acor d o co m o in c is o L V I I do ar t . 5º d a C o n st i t uiç ão Feder a l ( 1988), \u201c ni ngué m ser á co n s i d era do c ulpado at é o t râ n s it o e m j ulg ado de se nt e n ça pe n a l con de n a tór i a \u201d . O u se j a, ni ngu é m de v e ser co n de n ado, a m e n os q u e se ja m es g o ta das t odas as ar guiçõe s p r ó e co n t ra o ac usado. En tr e ta n to, m es mo não se n do in s er i do o n o m e do ré u n o ro l dos c ul pado s, o m e s m o pode se r pre so pr e ve n t i va m e nte, obs e r v adas as det er m i nações l e gi s lativas ( V . C PP, art s. 311 - 316). A l é m d is so, o acusa do, ant es , dev e r i a es t ar pres o para q u e f os se rec o nh ec i do o rec urso de ape l açã o ( V . L e i n º 11.243/ 2006; L e i n º 8.072/ 1990, ar t . 2º, § 2º), h oj e, ent r e t a n t o, o j ui z de v erá re co nh ecer o re cur so, m es mo q u e o in d i ví d u o e s t ej a li vr e, de acor do co m a Súmul a n º 347 do ST J. V a l e r es sa l t ar q u e, co m o f or a e nt e n d i do pe l o S T F ( 1ª T ., H C 71.933 - 3, R el . M i n . Ce l so de Me l l o, e m 08.11.1994; H C 74.382 - 0, R e l . M in . I l m a r G a l v ão, e m 21.0 8.1996 ) , o di r e i t o de a gu arda r e m l i b erda de n ão é ass e gur ado pe l a e xi st ê nc i a de rec u rso espec ia l pen de nte de j ul g a m e n t o, h aj a vi st a q u e es t e, de acor do co m o § 2º , do art . 27, da L e i n º 8.038/ 1990, n ão poss ui e fi cá c i a s u spe n s i va. ( B U L O S, p. 697 - 698 ) ( G U I MAR Ã E S , p. 604- 605). 17. Q u e é ação penal pri vada subsid i ária de ação penal púb lica ? A aç ão pe n a l pr iva da der i vada da p ú b l i ca é um m ec a ni s m o, g ar a nt i do pe lo in c is o L I X , do ar t . 5º, da L e i Ma i o r, q u e poss i b il it a, n a es f e ra pr iva da, o aj ui za m e nt o de ação pen a l i n e r t e n o M ini st é r i o P ú b l ico. E m o utr as pa l a vra s, é uma \u201cli m i t açã o d e um dos at os de s ober a ni a do M i ni s tér i o P ú b li co [ a d e fl a gr ação de p roces so cr i m i na l , m ed ia n te denún c ia o u q u e ix a, p e l o a j ui z a me n to da a ção pe n a l p ú b l ica ] \u201d ( B U L O S , p. 643). 18. E m r e l ação ao habeas corpus , r e s p ond a: qu e m é o s u j e i to p as s i vo? Q u e m é o s u j e i t o at ivo? É e xigi d o o j u s post ul andi ? Qu al é a d is tin ção e n t r e salvo condut o e al var á de sol t u ra? P ess oa jurí di ca p o d e s e r p ac ie n t e ou i mp e t r a n te d e H C ? N o ajui za m e nto de um do s (s e n ão \u201co \u201d ) re mé d i o s co n st ituc i o n a is m a is i m por ta n te s \u2013 o h abeas corp u s \u2013 , o s uj e i to a t i v o, aq u e l e q ue rec la ma , é q u e m so f re u ( par a o ind iví d u o pr eso, ca be rá o ha beas co rp u s repr es s i v o/ li be rat ó r i o \u2013 a l v a r á de so l t u r a), o u a c h a q u e e st á se n do a m eaça do de so f re r ( n e st e c aso, cabe o h abeas corp u s pr eve n t i v o \u2013 s a l vo co n d uto) , vi o l ê n c ia o u coação e m s e u d i re it o de ir e vi r ( li be rdade de l o co m oção ), por i l e g a li dade o u ab u so de pode r ( v . C F, art . 5º, LX V II I ). O utr os s i m , qu a l q u er pes soa, fí s i ca o u j u r í d i ca, o u at é m es mo o M ini s t ér io P ú b l i co, m ed ia n te pr ov oc ação, que de l i be r ar a e v e n t u a li dade des t es per ca l ços sobr e t er ce i r os, poder á, do m es m o modo, i m p et ra r t a l in s t r ume n to li ber a tór i o. ( LE NZ A , p. 806 ) ( B U L O S, p p. 720 e 722 ) . C om i s so, fi ca c l a ro q u e o suj e it o pass iv o des t a ação , aq u e l e q u e re ceb e ta l ped i do ( i m pet r ado), é o E s ta do \u2013 o Ju d i c i á r i o, d i ret a me n te, o u o M.P., m ed ia n te pr ov oc ação. O h abea s cor p us, a l é m de s er gratuit o ( C F, ar t. 5º, L X X V I I) , pod e se r i m pe t ra do por qu a l q u er pe ssoa , e m q u a i sq u e r c i rc un st â nc i as (a n a lf abe t o s, m e n or es de 18 a n os, es t ra ng e ir os , e tc .), por is t o, a i de i a de j u s pos t ul a n d i, co m o pre rr o g a t iv a do ad v o g ado ( G U I M A RÃ E S, p. 472), n ão se f a z n eces sár i a n o cas o co n c r et o.

QUESTÕES RESOLVIDAS - CONSTITUCIONAL I

UNEB

Direito Constitucional I

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