Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aula 00 Direito Administrativo p/ TRTs - Técnico Judiciário - Área Administrativa - Com videoaulas Professor: Daniel Mesquita Direito Administrativo p/ TRTs ʹ Técnico Judiciário ʹ Área Administrativa Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 00 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 98 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita AULA 00: Princípios SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO 2 2. CRONOGRAMA 4 3. INTRODUÇÃO À AULA INAUGURAL 6 4. CLASSIFICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS NO DIREITO ADMINISTRATIVO 6 5. PRINCÍPIOS BASILARES 10 5.1 PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O PARTICULAR 11 5.2 PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO 15 5.3 PRINCÍPIOS DO ART. 37, CAPUT, DA CF. 22 5.4 OUTROS PRINCÍPIOS CONSAGRADOS. 53 6. RESUMO DA AULA 69 7. QUESTÕES PARA FIXAÇÃO 71 8. REFERÊNCIAS 97 Direito Administrativo p/ TRTs ʹ Técnico Judiciário ʹ Área Administrativa Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 00 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 98 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 1. Apresentação Bem vindos ao curso de Direito Administrativo, preparatório para o Tribunal Regional do Trabalho ± TRT, para o cargo de Técnico Judiciário ± Área Administrativa. Aqui você verá somente questões de tribunais!!!! Meu amigo tenha isso em mente: SE VOCÊ ESTUDAR, VOCÊ VAI PASSAR E SE VOCÊ PASSAR, VOCÊ VAI SER CHAMADO! Hoje eu estou aqui desse lado, tentando passar o caminho das pedras pra você, mas lembre-se de que eu já estive aí, onde você está agora. Pra você me conhecer melhor, vou falar um pouco de mim. Meu nome é Daniel Mesquita, sou formado em Direito pela Universidade de Brasília (UnB) e pós-graduado em direito público. A minha vida no mundo dos concursos teve início em 2005, quando me preparei para o concurso de técnico administrativo ± área judiciária ± do Superior Tribunal de Justiça. Já nesse concurso, obtive êxito e trabalhei por dois anos no Tribunal, na assessoria de Ministro da 1ª Turma. Em seguida, passei para o concurso de analista do Tribunal Superior Eleitoral (CESPE/UnB), na quarta colocação. A partir daí, meu estudo foi focado para as provas de advogado público (AGU, procuradorias estaduais, defensorias públicas etc.), pois sempre tive como objetivo a carreira de Procurador de Estado ou do Distrito Federal. Nem tudo na vida são louros. Nessa fase obtive muitas derrotas e reprovações nos concursos. Desanimei por algumas vezes, mas continuei firme em meu objetivo, pois só não passa em concurso quem pára de estudar! E essa atitude rendeu frutos, logo fui aprovado no concurso de Procurador Federal ± AGU. Direito Administrativo p/ TRTs ʹ Técnico Judiciário ʹ Área Administrativa Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 00 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 98 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Continuei estudando, pois ainda faltava mais um degrau: Procuradoria de Estado ou do Distrito Federal. Foi então que todo o suor, dedicação, disciplina, renúncia e privações deram o resultado esperado, logrei aprovação no concurso de Procurador do Distrito Federal. Tomei posse em 2009 e exerço essa função até hoje. Não posso deixar de mencionar também a minha experiência como membro de bancas de concursos públicos. A participação na elaboração de diversas provas de concursos, inclusive para tribunais, me fez perceber o nível de cobrança do conteúdo nas provas, as matérias mais recorrentes e os erros mais comuns dos candidatos. Espero que a minha experiência possa ajudá-lo no estudo do direito administrativo. Vamos tomar cuidado com os erros mais comuns, aprofundar nos conteúdos mais recorrentes e dar a matéria na medida certa, assim como um bom médico prescreve um medicamento. Para que esse medicamento seja suficiente, ele deve atacar todos os sintomas e, ao mesmo tempo, deve ser eficiente contra o foco da doença. Isso quer dizer que não podemos deixar nenhum ponto do edital para trás. Além disso, buscarei usar muitos recursos visuais para que a apreensão do conteúdo venha mais facilmente. Para reforçar a aprendizagem, resumirei o conteúdo apresentado ao final de cada aula e apresentarei as questões mencionadas ao longo da aula em tópico separado, para que você possa resolvê-las na véspera da prova. Todos esses instrumentos você terá a sua disposição para encarar a batalha. Também gostaria de informá-los sobre o meu livro Direito Administrativo: 4001 Questões Comentadas CESPE, ESAF, FCC e FGV ! Direito Administrativo p/ TRTs ʹ Técnico Judiciário ʹ Área Administrativa Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 00 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 98 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Vocês podem adquiri-lo pelo site: http://www.editorametodo.com.br/produtos_descricao.asp?codigo_produto=2836 2. Cronograma Num concurso com muitos inscritos como esse, você não pode perder tempo e deve lutar com as armas certas. A principal arma para você vencer essa batalha é o planejamento. Direito Administrativo p/ TRTs ʹ Técnico Judiciário ʹ Área Administrativa Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 00 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 98 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Conteúdo do Curso DISPONÍVEL CONTEÚDO Disponível em 17/09/2015 Princípios básicos Aula 01 Disponível em 24/09/2015 Atos Administrativos. Aula 02 Disponível em 01/10/2015 Administração Pública. Aula 03 Disponível em 06/10/2015 Poderes Administrativos. Aula 04 Disponível em 07/10/2015 Serviços públicos. Aula 05 Disponível em 13/10/2015 Lei nº 8.429/92 (Lei de improbidade administrativa). Aula 06 Disponível em 14/10/2015 agentes públicos Aula 07 Disponível em 15/10/2015 Poderes e deveres do administrador público; Aula 08 Disponível em 20/10/2015 Licitação: princípios, modalidades e tipos. Aula 09 Disponível em 21/10/2015 Licitação: dispensa, inexigibilidade Aula 10 Disponível em 22/10/2015 Contratos Administrativos: conceito; características. Inexecução do contrato: causas justificadoras, conseqüências. Aula 11 Disponível em 27/10/2015 Responsabilidade civil do Estado: responsabilidade objetiva; reparação do dano. Aula 12 Disponível em 28/10/2015 Controle da Administração Pública. Direito Administrativo p/ TRTs ʹ Técnico Judiciário ʹ Área Administrativa Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 00 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 98 Twitter: @danielmqtFacebook: Daniel Mesquita Com base nesse cronograma, você já pode planejar o seu estudo, dividindo o tempo que você tem até a prova pelas matérias apresentadas. Dedique-se mais às matérias que tem maior peso e naquelas em que você não tem muito conhecimento. Faça uma escala de estudos e cumpra-a. Se você seguir essas dicas, não tem erro, você vai passar! 3. Introdução à aula Inaugural Nesta aula inaugural de Direito Administrativo para o concurso do TRT, vamos abordar um tema importante da matéria�� ³Princípios básicos´. Não se esqueça que, ao final, você terá um resumo da aula e as questões tratadas ao longo dela. Use esses dois pontos da aula na véspera da prova! Programe-se para ler os resumos na semana que antecede a prova. Lembre-se: o planejamento é fundamental. Chega de papo, vamos a luta! Sem mais delongas, vamos à luta! Rumo à aprovação! 4. Classificação dos princípios no Direito Administrativo Diógenes Gasparini divide a categoria dos princípios de acordo com a sua origem e aplicabilidade. A divisão feita pelo autor é a seguinte: Direito Administrativo p/ TRTs ʹ Técnico Judiciário ʹ Área Administrativa Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 00 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 98 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Válidos para qualquer ciência. válidos para um grupo de ciências valem só para uma ciência. Os princípios podem ser classificados ainda como implícitos e explícitos. Princípios explícitos: Encontram-se expressamente na Constituição Federal e também nas normas infraconstitucionais. Dessa forma, é possível que o princípio esteja expresso na Constituição, mas não necessariamente na norma infraconstitucional, e assim também ocorre de forma inversa. Exemplo de princípios expressos, ou explícitos: x Previstos no art. 37 da Constituição Federal: ONIVALENTES PLURIVALENTES MONOVALENTES Direito Administrativo p/ TRTs ʹ Técnico Judiciário ʹ Área Administrativa Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 00 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 98 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita LEGALIDADE IMPESSOALIDADE MORALIDADE PUBLICIDADE EFICIÊNCIA Princípios implícitos: Não estão expressos nas normas jurídicas, mas surgem em decorrência dos julgados, da necessidade do ordenamento jurídica. Ou seja, não está lá escrito, mas ele existe. O exemplo mais tradicional e importante de princípio implícito é o da segurança jurídica, que tem seu embasamento no art. 5º, XXXVI da Constituição Federal. Vejamos alguns exemplos de princípios implícitos: AUTOTUTELA FINALIDADE SEGURANÇA JURÍDICA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO MOTIVAÇÃO 1. (CESPE -2015- TRE-GO- Técnico Judiciário - Área Administrativa) O princípio da eficiência está previsto no texto constitucional de forma explícita. E X P L Í C I T I M P L Í C I T Direito Administrativo p/ TRTs ʹ Técnico Judiciário ʹ Área Administrativa Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 00 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 98 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Vimos: Exemplo de princípios expressos, ou explícitos: x Previstos no art. 37 da Constituição Federal: LEGALIDADE IMPESSOALIDADE MORALIDADE PUBLICIDADE EFICIÊNCIA Gabarito: Certo 2. (CONSULPLAN ± 2015 - TJ-MG - Titular de Serviços de Notas e de Registro) É correto afirmar que além dos princípios expressos no caput do art. 37 da Constituição Federal, a Administração Pública também se orienta pelos seguintes princípios: a) legalidade, autotutela, indisponibilidade, continuidade dos serviços públicos e segurança jurídica. b) supremacia do interesse público, autotutela, indisponibilidade, publicidade e continuidade dos serviços públicos. c) supremacia do interesse público, autotutela, indisponibilidade, continuidade dos serviços públicos e segurança jurídica. d) supremacia do interesse público, eficiência, indisponibilidade, continuidade dos serviços públicos e segurança jurídica. E X P L Í C I T Direito Administrativo p/ TRTs ʹ Técnico Judiciário ʹ Área Administrativa Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 00 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 98 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita A Administração Pública também se orienta pelos princípios da supremacia do interesse público, autotutela, indisponibilidade, continuidade dos serviços públicos e segurança jurídica. Perceba que a questão pede quais os princípios além dos que estão expressos no art. 37 da Constituição Federal, ou seja, os elencados na letra C. Gabarito: Letra C 3. (CESPE -2014 - TJ-SE-Titular de Serviços de Notas e de Registros) O princípio administrativo da autotutela é considerado um princípio onivalente. Não são todas as ciências que admitem o princípio da autotutela. 2V� SULQFtSLRV� RQLYDOHQWHV�� QDV� SDODYUDV� GH� &UHWHOOD� -~QLRU�� ´(VWHV princípios informam a matriz do pensamento humano e ordenam o próprio raciocínio e a sua harmonia consigo mesmo e com a realidade(...)Exp.: Princípio da identidade, princípio da contradição, o princípio do terceiro excluído e o princípio da razão suficiente. Estes princípios informam o próprio pensamento humano, próprio modo de SHQVDU�GR�KRPHP��LPSHGLQGR�D�SHUSOH[LGDGH��D�GHVRULHQWDomR�´� Gabarito: Errado. 5. Princípios basilares Direito Administrativo p/ TRTs ʹ Técnico Judiciário ʹ Área Administrativa Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 00 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 98 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Como vimos, os princípios basilares são o da supremacia do interesse público sobre o particular (ou princípio do interesse público) e o da indisponibilidade. Vamos a eles. 5.1 Princípio da supremacia do interesse público sobre o particular Por esse princípio, entendemos que sempre que houver conflito entre interesse público e o particular deve prevalecer o interesse público, que representa a coletividade. A supremacia do interesse público orienta todo o regime jurídico administrativo. Em decorrência desse princípio, a Administração Pública goza de poderes e prerrogativas especiais com relação aos administrados, o que faz com que o poder público possa atuar imediata e diretamente em defesa do interesse coletivo, fazendo prevalecer a vontade geral sobre a vontade individual. Diz-se, portanto, que a relaçãoentre Estado ± indivíduo é de verticalidade. As ordens do Estado se impõem aos indivíduos de forma unilateral. Isso não quer dizer que os entes públicos podem fazer o que bem entendem com os indivíduos. A supremacia não é absoluta, deve respeitar os direitos individuais e coletivos previstos na Constituição (p. ex.: liberdade, propriedade, devido processo legal, moradia, saúde etc) e devem ser exercidas sempre visando o interesse público. Direito Administrativo p/ TRTs ʹ Técnico Judiciário ʹ Área Administrativa Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 00 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 98 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Nunca se esqueça: o princípio da supremacia do interesse público sobre o privado é limitado também pela proporcionalidade, ou seja, o ato praticado pelo administrador só será legítimo se o meio utilizado por ele for adequado para atender ao fim perseguido. Se ele abusar, tomar uma medida gravosa ao administrado e desnecessária ou se escolher um meio inadequado, o princípio da supremacia não vai proteger esse administrador. Você já ouviu falar em interesse público primário? Existe interesse público secundário? Existe sim, meus caros, leia com atenção. O interesse público primário coincide com a realização de políticas públicas voltadas para o bem estar social. Pode ser compreendido como o próprio interesse social, o interesse da coletividade como um todo. O interesse público secundário decorre do fato de que o Estado também é uma pessoa jurídica que pode ter interesses próprios, particulares. Esses interesses existem e devem conviver no contexto dos demais interesses individuais. De regra, o interesse secundário tem cunho patrimonial. Por fim, não é a toa que o princípio da supremacia do interesse público é um princípio basilar do direito administrativo. É em razão do que existe o poder de polícia (que é ³R� SRGHU� GH� TXH� GLVS}H� D� administração pública para condicionar ou restringir o uso de bens e o exercício de direitos ou atividades pelo particular, em prol do bem-estar GD�FROHWLYLGDGH´ - Marcelo Alexandrino 2010, p. 239). Além disso, é em razão dele que se diz que o poder público tem a seu dispor as cláusulas exorbitantes e pode desapropriar bens particulares. Existe um princípio que pode ser considerado uma parceria da segurança jurídica, ou se você preferir, um desdobramento. Chama-se Princípio da proteção a confiança legítima. O princípio da proteção a confiança legítima é de origem alemã, é um acréscimo ao princípio da segurança jurídica. Direito Administrativo p/ TRTs ʹ Técnico Judiciário ʹ Área Administrativa Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 00 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 98 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Para que você entenda melhor preciso te contar uma historinha: Durante a época de separação entre a Alemanha Oriental e Alemanha Ocidental, uma viúva que morava na Alemanha oriental mudou-se para a Alemanha ocidental, arcando com todas as despesas da mudança, pela promessa de receber uma pensão que lhe era devida. Após a mudança esta viúva recebeu a pensão por um ano, decorrido este tempo sua pensão foi revogada, pois foi constatado que a viúva não preenchia todos os requisitos para o recebimento da pensão, com isto, a viúva ainda teria que devolver tudo o que recebeu. A questão foi levada ao Tribunal Administrativo Superior de Berlim, que inovou ao afirmar que o princípio da confiança deveria prevalecer sobre o princípio da legalidade. Isso que estou te contando é um tesouro que você deve guardar para a sua prova. A associação do princípio da segurança jurídica e da proteção à confiança encontra-VH� QR� FRQFHLWR� GDGR� SRU� 'L� 3LHWUR�� ³$� VHJXUDQoD� jurídica abrange um aspecto objetivo, que diz respeito à estabilidade das relações jurídicas, e um aspecto subjetivo, que abrange a ideia de SURWHomR�D�FRQILDQoD´�� Daqui podemos tirar mais uma conclusão: A proteção a confiança corresponde ao aspecto subjetivo da segurança jurídica. Em suma, podemos dizer que o princípio da proteção a confiança legítima permite que determinados atos administrativos antijurídicos, que aparentemente são legítimos e tenham seus efeitos se Direito Administrativo p/ TRTs ʹ Técnico Judiciário ʹ Área Administrativa Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 00 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 98 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita perpetuados, sejam analisados, fazendo com que ocorra uma manutenção dos destes atos. 4. (CESPE ± 2014 - TJ-SE -Titular de Serviços de Notas e de Registros) O princípio da proteção à confiança legitima corresponde a possibilidade de manutenção de atos administrativos inválidos. Como acabamos o princípio da proteção à confiança legítima é exatamente isso!!! A manutenção de atos administrativos inválidos. Gabarito: certo. 5. (CESPE ± 2014 -TJ-CE - Analista Judiciário - Área Administrativa) O princípio da proteção à confiança, de origem no direito norte-americano, corresponde ao aspecto objetivo da segurança jurídica, podendo ser invocado para a manutenção de atos administrativos inválidos quando o prejuízo resultante da anulação for maior que o decorrente da manutenção do ato ilegal. Primeiro erro já detectado! A origem do princípio da proteção à confiança é alemã, lembre-se da viúva! Segundo: A proteção a confiança corresponde ao aspecto subjetivo da segurança jurídica. Observe ainda que análise não é do que é mais ou menos prejudicial. O princípio da proteção à confiança legitima a possibilidade de manutenção de atos administrativos inválidos. Gabarito: Errado. Questão de concurso Direito Administrativo p/ TRTs ʹ Técnico Judiciário ʹ Área Administrativa Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 00 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 98 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Vamos agora ao princípio da indisponibilidade do interesse público? Não esmoreça, guerreiro! 5.2 Princípio da indisponibilidade do interesse público Esse princípio decorre da ideia de que os interesses da Administração não são de uma pessoa ou de um agente, mas de toda a coletividade. Por isso, eles não podem ser apropriados ou alienados por ninguém, pois não pertencem a ninguém de forma específica. 1DV�SDODYUDV�GH�%DQGHLUD�GH�0HOR� ������� S�� ����� QHP�PHVPR� ³R� próprio órgão administrativo que os representa não tem disponibilidade sobre eles, no sentido de que lhe incumbe apenas curá-los ± o que também é um dever ± na estrita conformidade do que predispuser a intentio legis´. Continua o autor, afirmando que a noção de administração opõe-se à ideia de propriedade. Importante ter em mente, que a Administração não é titular de qualquer interesse público. O titular desses interesses é o Estado, poiseste é constituído pelo povo e, como vimos, todo poder emana do povo. É a partir da indisponibilidade do interesse público que surgem os princípios da legalidade, da finalidade, da razoabilidade, da proporcionalidade, da motivação, da responsabilidade do Estado, da continuidade do serviço público, do controle dos atos administrativos, da isonomia, da publicidade e da inalienabilidade dos interesses públicos. Direito Administrativo p/ TRTs ʹ Técnico Judiciário ʹ Área Administrativa Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 00 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 98 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 6. (CESPE- 2015- TRE-GO- Técnico Judiciário - Área Administrativa) O regime jurídico-administrativo brasileiro está fundamentado em dois princípios dos quais todos os demais decorrem, a saber: o princípio da supremacia do interesse público sobre o privado e o princípio da indisponibilidade do interesse público. A supremacia do interesse público orienta todo o regime jurídico administrativo. O princípio da indisponibilidade do interesse público decorre da ideia de que os interesses da Administração não são de uma pessoa ou de um agente, mas de toda a coletividade. Vimos que destes princípios surgem os demais. Gabarito: Correto. 7. (CESPE ± 2013 ± TER/MS - Analista Judiciário) Decorrem do princípio da indisponibilidade do interesse público a necessidade de realizar concurso público para admissão de pessoal permanente e as restrições impostas à alienação de bens públicos. Como vimos, o princípio da indisponibilidade do interesse público decorre da ideia de que os interesses da Administração não são de uma pessoa ou de um agente, mas de toda a coletividade. Por isso, eles não podem ser apropriados ou alienados por ninguém, pois não pertencem a ninguém de forma específica. Desta forma, o concurso público seria uma forma de tratar todos igualmente e com impessoalidade, impedindo que a Administração contrate quem ela quiser, visto que o que deve prevalecer é o interesse público. Questões de concurso Direito Administrativo p/ TRTs ʹ Técnico Judiciário ʹ Área Administrativa Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 00 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 98 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Gabarito: Certo. 8. (CESPE - 2013 - TRT - 10ª REGIÃO (DF e TO) - Analista Judiciário - Área Judiciária) O princípio da supremacia do interesse público é, ao mesmo tempo, base e objetivo maior do direito administrativo, não comportando, por isso, limites ou relativizações. Não caiam nessa pegadinha! Nenhum princípio é absoluto! Portanto, afirmar que o princípio não comporta limites e relativizações será sempre um erro! Gabarito: errado. 9. (CESPE - 2012 - TJ-RR - Analista ± Processual) O princípio da supremacia do interesse público vincula a administração pública no exercício da função administrativa, assim como norteia o trabalho do legislador quando este edita normas de direito público. O princípio da supremacia do interesse público norteia não só a atividade do Poder Executivo, mas do Estado como um todo, inclusive do Poder Legislativo, pois nenhum agente ou órgão público pode visar primeiramente o interesse particular, mas sim o interesse público. Gabarito: correto. 10. (CESPE - 2012 - TCE-ES - Auditor de Controle Externo - Auditoria Governamental) Segundo o princípio da indisponibilidade, o agente público não dispõe livremente dos bens e do interesse público, devendo geri-los da forma que melhor atenda à coletividade. Exatamente! Tal princípio fundamenta as restrições a que a Administração Pública está sujeita (direitos dos administrados). Gabarito: certo. Direito Administrativo p/ TRTs ʹ Técnico Judiciário ʹ Área Administrativa Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 00 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 98 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 11. (FCC- 2014- TCE-RS Auditor Público Externo - Engenharia Civil)Os princípios que regem a Administração pública a) são aqueles que constam expressamente do texto legal, não se reconhecendo princípios implícitos, aplicando-se tanto à Administração direta quanto à indireta. b) podem ser expressos ou implícitos, os primeiros aplicando-se prioritariamente em relação aos segundos, ambos se dirigindo apenas à Administração direta. c) são prevalentes em relação às leis que regem a Administração pública, em razão de seu conteúdo ser mais relevante. d) dirigem-se indistintamente à Administração direta e às autarquias, aplicando-se seja quando forem expressos, seja quando implícitos. e) aplicam-se à Administração direta, indireta e aos contratados em regular licitação, seja quando forem expressos, seja quando implícitos. De maneira geral os princípios se aplicam a todos que compõe a Administração Pública, independentemente de sua classificação. Como OHWUD� ³D´� QmR� IH]� PHQomR� GRV� SULQFtSLRV� LPSOtFLWRV� D� DOWHUQDWLYD� HVWi� errada. Cada princípio tem a sua relevância, dessa forma um não prevalece sobre o outro. AlternaWLYD�³E´�HUUDGD� A doutrina é bastante divergente quanto a hierarquia entre princípios e normas, mas de forma geral não há hierarquia entre eles. /HWUD�³F´�HUUDGR� $�DOWHUQDWLYD�³H´�p�EDVWDQWH polêmica, a FCC forçou muito nessa questão, mas pode-se fundamentá-la com base no art. 37 da C.F. que GL]� TXH� ³A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios Direito Administrativo p/ TRTs ʹ Técnico Judiciário ʹ Área Administrativa Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 00 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 98 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita obedecerá aos princípios ���´�� QmR� FLWDQGR� RV� FRQWUDWRV� HP� UHJXODU� licitação. GabDULWR��/HWUD�³G´ 12. (FCC - 2008 - TCE-AL - Procurador) O regime jurídico administrativo possui peculiaridades, dentre as quais podem ser destacados alguns princípios fundamentais que o tipificam. Em relação a estes, pode-se afirmar que o princípio da a) supremacia do interesse público informa as atividades da administração pública, tendo evoluído para somente ser aplicado aos atos discricionários. b) supremacia do interesse público informa as atividades da administração pública e pode ser aplicado para excepcionar o princípio da legalidade estrita, a fim de melhor representar a tutela do interesse comum. c) legalidade estrita significa que a administração pública deve observar o conteúdo das normas impostas exclusivamente por meio de leis formais. d) indisponibilidade do interesse público destina-se a restringir a edição de atos discricionários, que só podem ser realizados com expressa autorização legislativa. e) indisponibilidade do interesse público destina-se a restringira atuação da administração pública, que deve agir nas hipóteses e limites constitucionais e legais. Resposta: Pessoal, indiretamente, essa é uma questão que nos remente ao princípio da legalidade associado ao da indisponibilidade do interesse público. Lembre-se de que TODOS os atos da Administração devem estar previstos em lei e essa regra não pode ser excepcionada sob o argumento de proteção ao interesse público. Direito Administrativo p/ TRTs ʹ Técnico Judiciário ʹ Área Administrativa Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 00 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 98 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 5HVSRVWD��OHWUD�³H´� 13. (FCC - 2012 - TJ-RJ - Comissário da Infância e da Juventude) O princípio da supremacia do interesse público a) informa toda a atuação da Administração Pública e se sobrepõe a todos os demais princípios e a todo e qualquer interesse individual. b) está presente na elaboração da lei e no exercício da função administrativa, esta que sempre deve visar ao interesse público. c) informa toda a atuação da Administração Pública, recomendando, ainda que excepcionalmente, o descumprimento de norma legal, desde que se comprove que o interesse público restará melhor atendido. d) traduz-se no poder da Administração Pública de se sobrepor discricionariamente sobre os interesses individuais, dispensando a adoção de formalidades legalmente previstas. e) está presente na atuação da Administração Pública e se consubstancia na presunção de veracidade dos atos praticados pelo Poder Público. Resposta: O Princípio da supremacia do interesse público orienta todo o regime jurídico administrativo. Porém, não é um princípio absoluto, devendo ser respeitado os direitos individuais e coletivos previstos na Constituição. Tampouco se sobrepõe aos demais princípios, lembrando que o princípio da supremacia do interesse público sobre o privado é limitado também pela proporcionalidade��$OWHUQDWLYD�³D´�HUUDGD� Você já percebeu que o princípio da supremacia está presente na aplicação da lei e na própria elaboração da lei (pois ambas as atividades são motoras do Estado). Também está correta a afirmação de que esse princípio sempre deve visar o interesse público, cROHWLYR��$OWHUQDWLYD�³E´� correta. Volto a dizer, a supremacia não é absoluta, deve respeitar os direitos individuais e coletivos previstos na Constituição, na norma Direito Administrativo p/ TRTs ʹ Técnico Judiciário ʹ Área Administrativa Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 00 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 98 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita legal, não podendo descumpri-la e nem dispensar nenhuma formalidade OHJDO��/HWUD�³F´�H�³G´ erradas. 2V�LQVWLWXWRV�DSRQWDGRV�QD�OHWUD�³H´�VmR�GLVWLQWRV��WHQGR�HP�YLVWD� a presunção de veracidade dos atos administrativos não se confunde FRP�R�SULQFtSLR�GD�VXSUHPDFLD�GR�LQWHUHVVH�S~EOLFR��/HWUD�³H´�HUUDGD�� *DEDULWR��/HWUD�³E´� 14. (FCC - 2010 - TRE-AM - Analista Judiciário - Área Administrativa) A respeito dos princípios básicos da Administração, é correto afirmar: a) Em razão do princípio da moralidade o administrador público deve exercer as suas atividades administrativas com presteza, perfeição e rendimento funcional. b) Os princípios da segurança jurídica e da supremacia do interesse público não estão expressamente previstos na Constituição Federal. c) A publicidade é elemento formativo do ato e serve para convalidar ato praticado com irregularidade quanto à origem. d) Por força do princípio da publicidade todo e qualquer ato administrativo, sem exceção, deve ser publicado em jornal oficial. e) O princípio da segurança jurídica permite a aplicação retroativa de nova interpretação de norma administrativa. Resposta: 2� LWHP� ³D´� HVWi� HUUDGR�� SRLV� WUD]� D� GHILQLomR� GR� SULQFtSLR� GD� eficiência. O item ³b´ está correto, o princípio da segurança jurídica não está no LIMPE �YHMD�TXH�R�HQXQFLDGR�GD�TXHVWmR�LQIRUPD�³SULQFtSLRV�EiVLFRV� GD�$GPLQLVWUDomR´�, está apenas no art. 2º da Lei 9.784/99 e, de forma reflexa, no art. 5º, XXXVI, da Constituição. Do mesmo modo, o princípio da supremacia do interesse público não está expresso na Constituição como princípio básico da Administração, ele está implícito no ordenamento jurídico. Direito Administrativo p/ TRTs ʹ Técnico Judiciário ʹ Área Administrativa Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 00 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 98 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 2� LWHP� ³F´� HVWi� HUUDGR�� SRLV� D� SXEOLFLGDGH� QmR� p� HOHPHQWR� formativo do ato, mas sim elemento que dá eficácia ao ato. Os elementos formativos do ato são: sujeito, motivo, objeto, forma e finalidade. 2�LWHP�³G´�WDPEpP�HVWi�HUUDGR��R�DWR�QmR�SUHFLVD�VHU�SXEOLFDGR�HP� jornal oficial para atender ao princípio da publicidade, o atendimento a este princípio pode se dar de diversas maneiras (p. ex: se a lei não exige a publicação em diário oficial, atenderá ao princípio da publicidade a fixação do ato em local público na repartição ou no site do órgão ou do ente público). 3RU�ILP��R�LWHP�³H´�p�HUUDGR��SRLV�R�SULQFtSLR�GD�VHJXUDQoD�MXUtGica proíbe a aplicação retroativa de nova interpretação de norma. Desse modo, o gabarito é a OHWUD�³E´� 5.3 Princípios do art. 37, caput, da CF. Passemos agora a tratar dos princípios do LIMPE. Passemos agora a tratar dos princípios do LIMPE, que são os princípios destacados no caput do art. 37 da Constituição. São eles: LEGALIDADE, IMPESSOALIDADE, MORALIDADE, PUBLICIDADE E EFICIÊNCIA. O art. 37 da Constituição é expresso ao informar que os princípios do LIMPE são aplicados a ³DGPLQLVWUDomR�S~EOLFD�GLUHWD e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito )HGHUDO�H�GRV�0XQLFtSLRV´. Direito Administrativo p/ TRTs ʹ Técnico Judiciário ʹ Área Administrativa Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 00 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 98 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Assim, os princípios do LIMPE são aplicáveis também às autarquias (e agências reguladoras), fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista, bem como nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e, ainda, em todos os níveis da federação, perante a União, Estados, Distrito Federal e Município. Desse modo, o Fórum de Barreiras ± BA (pertence ao Poder Judiciário da Bahia), ao fazer uma compra de impressora, deve observar os princípios do LIMPE. A PETROBRÁS (sociedade de economia mista), ao gerir o seu RH, deve observar os princípios do LIMPE. O INSS (autarquia federal), ao cuidar dos seus bens, deve atentar para esses princípios. O princípio da legalidade existe, justamente, para consagrar o princípio da indisponibilidade do interesse público. Se esse interesse não pode ser alienado pela Administração, ele deve ser curado, tratado, cuidado, promovido,nos termos da vontade geral e nos limites conferidos pelo povo. E como o povo confere limites aos atos da Administração? Por meio da edição de leis! É por isso que o princípio da legalidade significa a subordinação da Administração às imposições legais. Diferentemente das ações privadas dos indivíduos, em que ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei (autonomia da vontade), no princípio da legalidade da Administração Pública, esta só pode realizar, fazer ou editar o que a lei expressamente permite. Num Estado de Direito, as ações da Administração são definidas e autorizadas previamente pelo povo, por meio de leis aprovadas pela vontade geral. Na jurisprudência do STF, encontramos casos clássicos em que se decidiu com fundamento no princípio da legalidade. Dentre eles, no MS Direito Administrativo p/ TRTs ʹ Técnico Judiciário ʹ Área Administrativa Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 00 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 98 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita �������� R� 7ULEXQDO� GHFLGLX� TXH� ³D� DOWHUDomR� GH� DWULEXLo}HV� GH� FDUJR� S~EOLFR�VRPHQWH�SRGH�RFRUUHU�SRU�LQWHUPpGLR�GH�OHL�IRUPDO´�� Mas e se a lei não define exatamente como o administrador deve agir? Nesse caso, o gestor deve observar as demais fontes do direito administrativo. Ele não pode realizar o ato de modo ilógico ou incongruente. Deve se pautar nos princípios gerais da Administração para agir de modo razoável, escolhendo a melhor opção dentre as hipóteses oferecidas na legislação (princípio da razoabilidade). Toda competência conferida por lei deve obedecer a certo fim. Por isso o agir da Administração deve ser adequado ao que se pretende atingir, ou seja, deve haver uma correlação entre os meios adotados e os fins almejados (mais uma vez, o princípio da proporcionalidade se aplica). Tamanha a importância do princípio da legalidade para a Administração Pública que Di Pietro (2009, p. 63) afirma que os princípios fundamentais do direito administrativo são o da legalidade e o da supremacia do interesse público sobre o particular. Se a banca afirmar que esses são os princípios basilares do direito administrativo, a alternativa não estará errada, pois estará adotando a posição de Di Pietro. Entretanto, como vimos acima, a posição de Bandeira de Mello, no sentido de que os princípios basilares são a supremacia do interesse público sobre o particular e a indisponibilidade do interesse público, que vem sendo cobrado, pois é deste último que surge o princípio da legalidade. 15. (CESPE ± 2014 ± TC-DF ± ANALISTA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA) Acerca do regime jurídico administrativo, julgue o próximo Questões de concurso Direito Administrativo p/ TRTs ʹ Técnico Judiciário ʹ Área Administrativa Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 00 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 98 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita item. Em razão do princípio da legalidade, a administração pública está impedida de tomar decisões fundamentadas nos costumes. Acabamos de ver que os costumes também são fontes do direito administrativo, portanto podem ser usados nas decisões administrativas. Gabarito: Errado. 16. (CESPE-2011-TJ-ES-Analista Judiciário) O princípio da legalidade está relacionado ao fato de o gestor público agir somente de acordo com a lei. No âmbito da Administração Pública, em razão da própria indisponibilidade dos interesses públicos, o princípio da legalidade assume um teor mais restritivo, no sentido de que o administrador, em cumprimento ao princípio da legalidade, "só pode atuar nos termos estabelecidos pela lei." Item correto. Gabarito: certo. 17. (CESPE-2011-TRE-ES-Técnico Judiciário) Os princípios elencados na Constituição Federal, tais como legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, aplicam-se à administração pública direta, autárquica e fundacional, mas não às empresas públicas e sociedades de economia mista que explorem atividade econômica. As empresas públicas e as sociedades de economia mista também compõem a Administração Pública indireta. Por isso, a questão está errada. É só você fazer a leitura atenta do art. 37 da CF. Gabarito: Errado. 18. (FCC - 2013 - TRT - 12ª Região - Analista Judiciário) A respeito dos princípios básicos aplicáveis à Administração pública, considere: Direito Administrativo p/ TRTs ʹ Técnico Judiciário ʹ Área Administrativa Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 00 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 98 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita I. Uma das representações do princípio da eficiência pode ser identificada com a edição da Emenda Constitucional no 45/2004, que introduziu, entre os direitos e garantias fundamentais, a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. II. O princípio da supremacia do interesse público se sobrepõe ao princípio da legalidade, autorizando a Administração a impor restrições a direito individuais sempre que o interesse coletivo assim justificar. III. O princípio da segurança jurídica impede que a Administração reveja, por critério de conveniência e oportunidade, os atos por ela praticados, obrigando a submissão ao Poder Judiciário. Está correto o que consta em a) I, apenas. b) I, II e III. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I e III, apenas. Resposta: Vamos uma por uma. I ± a Emenda 45/2004, conhecida com a emenda da reforma do Judiciário, veio implementar várias mudanças almejando desafogar os tribunais e conferir maior celeridade aos processos. Os novos mecanismo implementados são um demonstração da tentativa de aumentar a eficiência da Administração judiciário; portanto, esse item está correto. II ± O princípio da legalidade não pode ser colocado de lado em favor de opções realizadas pelo Administrador sob o mero argumento de defesa do interesse público. Imagina a grande margem de arbitrariedade que essa medida poderia gerar! Questão errada, pessoal. III ± A Administração Pública pode rever seus ato respeitada de conveniência e oportunidade (revogação) e, quando houver nulidade Direito Administrativo p/ TRTs ʹ Técnico Judiciário ʹ Área Administrativa Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 00 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 98 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita (ilegalidade), caberá anulação. Além disso, nesse caso, não há submissão do Judiciário, pois este tem o poder de analisar a legalidade dos atos administrativos. 3RU�ILP��UHVSRVWD��OHWUD�³D´� 19. (FCC - 2012 - TRE-SP - Analista Judiciário) De acordo com a Constituição Federal, constituem princípios aplicáveis à Administração Pública os da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Tais princípios aplicam-se àsentidades a) de direito público, excluídas as empresas públicas e sociedades de economia mista que atuam em regime de competição no mercado. b) de direito público e privado, exceto o princípio da eficiência que é dirigido às entidades da Administração indireta que atuam em regime de competição no mercado. c) integrantes da Administração Pública direta e indireta e às entidades privadas que recebam recursos ou subvenção pública. d) integrantes da Administração Pública direta e indireta, independentemente da natureza pública ou privada da entidade. e) públicas ou privadas, prestadoras de serviço público, ainda que não integrantes da Administração Pública. Resposta: Além de muita atenção, observe que o enunciado pede DE ACORDO COM A C.F., é imprescindível que você tenha conhecimento desse artigo: *DEDULWR��/HWUD�³G´� Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: Direito Administrativo p/ TRTs ʹ Técnico Judiciário ʹ Área Administrativa Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 00 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 98 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 20. (FCC - 2012 - TCE-AP - Analista de Controle Externo) De acordo com a Constituição Federal, os princípios da Administração Pública aplicam-se a) às entidades integrantes da Administração direta e indireta de qualquer dos Poderes. b) à Administração direta, autárquica e fundacional, exclusivamente. c) às entidades da Administração direta e indireta, exceto às sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica. d) à Administração direta, integralmente, e à indireta de todos os poderes e às entidades privadas que recebem recursos públicos, parcialmente. e) à Administração direta, exclusivamente, sujeitando- se as entidades da Administração indireta ao controle externo exercido pelo Tribunal de Contas. Resposta: Essa questão tem grandes chances de cair na sua prova! Leia mais uma vez: *DEDULWR��/HWUD�³D´� 21. (FCC - 2012 - MPE-AP - Técnico Ministerial - Auxiliar Administrativo) O Prefeito de determinado Município, a fim de realizar promoção pessoal, utilizou-se de símbolo e de slogan que mencionam o seu sobrenome na publicidade institucional do Município. A utilização de publicidade governamental para promoção pessoal de agente público viola o disposto no artigo 37, § 1o, da Constituição Federal, ora Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: Direito Administrativo p/ TRTs ʹ Técnico Judiciário ʹ Área Administrativa Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 00 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 98 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita WUDQVFULWR�� ³$� SXEOLFLGDGH� GRV� DWRV�� SURJUDPDV�� REUDV�� VHUYLoRV� H� campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de DXWRULGDGHV�RX�VHUYLGRUHV�S~EOLFRV´� O fato narrado constitui violação ao seguinte princípio da Administração Pública, dentre outros: a) Eficiência b) Publicidade c) Razoabilidade d) Impessoalidade e) Supremacia do interesse público. Resposta: Essa é uma boa questão! Porque ele se referiu a publicidade, talvez o candidato fique confuso e pense em marcar a letra ³E´�� 3RUpP�� QmR� VH� HQJDQH�� 3HUFHED� TXH� R� slogan do município ficou pessoal, ou seja, foi ligada a uma figura pública, perdeu seu caráter genérico e neutro, tendo a impessoalidade sido afetada. 5HVSRVWD��OHWUD�³G´� 22. (FCC - 2013 - TJ-PE - Juiz) A Constituição Federal vigente prevê, no caput de seu art. 37, a observância, pela Administração Pública, do princípio da legalidade. Interpretando-se essa norma em harmonia com os demais dispositivos constitucionais, tem- se que a) os Municípios, por uma questão de hierarquia, devem antes atender ao disposto em leis estaduais ou federais, do que ao disposto em leis municipais. b) o Chefe do Poder Executivo participa do processo legislativo, tendo iniciativa privativa para propor certos projetos de lei, como aqueles sobre criação de cargos públicos na Administração direta federal. c) a extinção de cargos públicos, em qualquer hipótese, depende de lei. Direito Administrativo p/ TRTs ʹ Técnico Judiciário ʹ Área Administrativa Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 00 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 98 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita d) a Administração é livre para agir na ausência de previsão legislativa. e) é cabível a delegação do Congresso Nacional para que o Presidente da República disponha sobre diretrizes orçamentárias. Resposta: Vamos aprofundar nosso estudo sobre o princípio da legalidade? Letra (A). Não há hierarquia entre leis federais, estaduais e municipais. Logo, está INCORRETA. /HWUD��%���(VWi�GH�DFRUGR�FRP�R�DUW���������LQFLVR�,,��DOtQHD�³D´�� da CF. Logo, está CORRETA. Letra (C). Se forem cargos públicos vagos, pode ser por meio de decreto. Logo, está INCORRETA. Letra (D). A Administração só pode agir quando a lei autoriza. Logo, está INCORRETA. Letra (E). Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos (art. 68, §1º, inciso III, da CF). Logo, está INCORRETA. Resposta: letra B Segundo o princípio da impessoalidade a Administração não pode praticar qualquer ato com vistas a prejudicar ou beneficiar alguém, nem a atender o interesse do próprio agente, o agir deve ser impessoal, pois os agentes públicos devem visar, tão somente, o interesse público. Por isso que se diz que o princípio da impessoalidade se confunde com o da finalidade, pois ato administrativo que não visa o interesse público viola tanto o princípio da impessoalidade como o da finalidade. Direito Administrativo p/ TRTs ʹ Técnico Judiciário ʹ Área Administrativa Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 00 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 98 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Entretanto, outro aspecto do princípio da impessoalidade é exclusivo e inconfundível: esse princípio também informa que os atos realizados no âmbito da Administração não são praticados por Fulano, Beltrano ou Cicrano, mas pelo órgão ao qual o agente se vincula.23. (CESPE - 2013 - TRT - 10ª REGIÃO (DF e TO) - Analista Judiciário) Considere a seguinte situação hipotética. Determinado prefeito, que é filho do deputado federal em exercício José Faber, instituiu ação político-administrativa municipal que nomeou da seguinte forma: Programa de Alimentação Escolar José Faber. Nessa situação hipotética, embora o prefeito tenha associado o nome do próprio pai ao referido programa, não houve violação do princípio da impessoalidade, pois não ocorreu promoção pessoal do chefe do Poder Executivo municipal. De acordo com o princípio da impessoalidade, o ato não pode beneficiar terceiro e nem atender o interesse do próprio agente. Lembre-se o agir deve ser impessoal. Gabarito: Errado. 24. (CESPE - 2012 - TJ-RR - Administrador) O princípio da impessoalidade nada mais é do que o clássico princípio da finalidade, que impõe ao administrador público que só pratique o ato para o seu fim legal. Como vimos, o princípio da impessoalidade se confunde com o da finalidade, pois ato administrativo que não visa o interesse público viola tanto o princípio da impessoalidade. Gabarito ± Certo. Direito Administrativo p/ TRTs ʹ Técnico Judiciário ʹ Área Administrativa Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 00 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 98 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 25. (CESPE/2011/TJ-ES/Analista Judiciário) O princípio da impessoalidade trata da incapacidade da administração pública em ofertar serviços públicos a todos os cidadãos. Meu caro, o princípio da impessoalidade dispõe que a Administração não pode praticar qualquer ato com vistas a prejudicar ou beneficiar alguém, nem a atender o interesse do próprio agente, o agir deve ser impessoal, pois os agentes públicos devem visar, tão somente, o interesse público. Não existe essa definição dada pelo examinador. Item errado. Gabarito: Errado. 26. (CESPE/TCU/2007) O atendimento do administrado em consideração ao seu prestígio social angariado junto à comunidade em que vive não ofende o princípio da impessoalidade da administração pública. Por óbvio, essa assertiva contraria o princípio da impessoalidade e, em última análise, o princípio basilar da supremacia do interesse público sobre o privado, uma vez que o norte da Administração deve ser alcançar o interesse público e não satisfazer o indivíduo A ou B. Desse modo, o item está errado. Gabarito: Errado. As regras constitucionais que impõem a realização do concurso público para provimento de cargos na Administração Pública (art. 37, Direito Administrativo p/ TRTs ʹ Técnico Judiciário ʹ Área Administrativa Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 00 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 98 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita II) e a que determina que as contratações devem ser precedidas de licitação (art. 37, XXI) decorrem do princípio da impessoalidade. Em atenção ao princípio da impessoalidade, deve ser rechaçada toda forma de utilização de publicidade institucional para promoção pessoal de políticos. Se você está prestando um concurso em que a imprensa não tirará o olho de seus atos e das ações de seus colegas, qual dos princípios você acha que será mais explorado em sua prova? Isso mesmo, o princípio da moralidade! Então vamos lá. O princípio da moralidade impõe ao administrador o dever de sempre agir com lealdade, boa-fé e ética. Além de obedecer aos limites da lei, o gestor deve verificar se o ato não ofende a moral, os bons costumes, os princípios de justiça, de equidade e, por fim, a ideia de honestidade. O tema que mais vem sendo cobrado em concursos quanto ao princípio da moralidade é a Súmula Vinculante 13 do STF, que veda a prática do nepotismo na Administração Pública. A partir da edição dessa súmula restou consagrado o entendimento de que não é preciso de lei em sentido formal para se punir um indivíduo por nomear parentes para cargos públicos. Isso porque, essa Direito Administrativo p/ TRTs ʹ Técnico Judiciário ʹ Área Administrativa Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 00 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 98 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita prática viola frontalmente os princípios constitucionais da moralidade e da impessoalidade. Pela importância da SV nº 13, transcrevemos a sua redação: Como se vê, a súmula vinculante impede a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica para exercício de cargo em comissão, de confiança ou de função gratificada em qualquer órgão de quaisquer dos poderes e de quaisquer dos entes estatais. A súmula considera prática imoral a nomeação de parentes colaterais em até terceiro grau. São parentes de terceiro grau colateral o seu tio e o seu sobrinho. Veja a contagem dos graus: Pai Grau 1 Grau 2 Você Irmão Grau 3 Sobrinho ³$� QRPHDomR� GH� F{QMXJH�� FRPSDQKHLUR� RX� SDUHQWH� HP� OLQKD� UHWD�� colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada na Administração Pública direta e indireta, em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, compreendido R�DMXVWH�PHGLDQWH�GHVLJQDo}HV�UHFtSURFDV��YLROD�D�&RQVWLWXLomR�)HGHUDO�´ Direito Administrativo p/ TRTs ʹ Técnico Judiciário ʹ Área Administrativa Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 00 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 98 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Avô Grau 2 Grau 3 Pai Tio Grau 1 Você O texto veda, também, o nepotismo cruzado ao informar que a V~PXOD�DOFDQoD�DV�³GHVLJQDo}HV�UHFtSURFDV´, ou seja, a SV nº 13 veda a nomeação de um parente de Fulano, que é presidente da FUNASA, por exemplo, para o exercício de um cargo em comissão no INSS enquanto, ao mesmo tempo, Beltrano, que é parente do presidente do INSS, é nomeado para exercício de cargo em comissão na FUNASA. Muita atenção nesse ponto: após a edição da Súmula Vinculante em comento, o Supremo Tribunal Federal afirmou que ³a nomeação de parentes para cargos políticos não implica ofensa aos princípios que regem a Administração Pública, em face de sua natureza eminentemente política, e que, nos termos da Súmula Vinculante 13, as nomeações para cargos políticos não estão compreendidas nas hipóteses nela elencadas´� �5&/� ������ GLYXOJDGR� QR� ,QIRUPDWLYR� 67)� 524). Portanto, olho aberto, meus amigos: não ofende o princípio da moralidade a nomeação de parentes para o exercício de cargo político, como o de Secretário de Estado, Ministro, presidentede autarquia, etc. Outro enfoque do princípio da moralidade é que a sua inobservância constitui ato de improbidade administrativa (art. 37, § 4º, da CF). 0DV�R�TXH�VHULDP�³DWRV�GH�LPSURELGDGH´" A Lei nº 8.429/92 responde essa questão ao afirmar que constitui ato de improbidade: Direito Administrativo p/ TRTs ʹ Técnico Judiciário ʹ Área Administrativa Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 00 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 98 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita (a) auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade (= enriquecimento ilícito ± art. 9º); (b) qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres de entidades públicas (= causam prejuízo ao erário ± art. 10); (c) qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições (= atentam contra os princípios da Administração Pública ± art. 11). Apesar da redação clara da lei e da Constituição, que não excluem qualquer autoridade das sanções pela prática de improbidade, num julgamento pouco moralizador, o Supremo Tribunal Federal entendeu que o Presidente da República e os Ministros não respondem por improbidade administrativa com base na Lei 8.429/92 (RCL 2138: divulgado no Informativo STF nº 471, julgado em 13.06.2007). 3RU� RXWUR� ODGR�� R� 6XSHULRU� 7ULEXQDO� GH� -XVWLoD� HQWHQGH� TXH� ³os prefeitos podem ser processados por seus atos pela Lei nº 8.429/92´��5(63����������± AgRg, julgado em 21.06.2011). Outra interessante violação ao princípio da moralidade, foi o proferido pelo STF: ³(0(17$�� &2167,78&,21$/�� $'92*$'2�� (;(5&Ë&,2� '$� 352),662�� INCOMPATIBILIDADE. C.F., art. 5º, XIII; art. 22, XVI; art. 37. Lei 4.215/63, artigos 83 e 84. Lei 8.906/94, art. 28. I. - Bacharel em Direito que exerce o cargo de assessor de desembargador: incompatibilidade para o exercício da advocacia. Lei 4.215, de 1963, artigos 83 e 84. Lei 8.906/94, art. 28, IV. Inocorrência de ofensa ao art. 5º, XIII, que deve ser interpretado em consonância com o art. 22, XVI, da Constituição Federal, e com o princípio da moralidade administrativa imposto à Administração Pública (C.F., art. 37, caput). II. - R.E. não conhecido. (RE 199.088, rel. Min. Carlos Velloso, Segunda Turma, DJ 16.04.1999��´ Direito Administrativo p/ TRTs ʹ Técnico Judiciário ʹ Área Administrativa Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 00 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 98 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Sobre os princípios da impessoalidade e moralidade resolva as questões abaixo: 27. (CESPE ± 2014 - TJ-DF - Juiz de Direito Substituto) Considerando a relevância dos princípios do direito administrativo para atividade de administrador público, assinale a opção correta. a. O princípio da supremacia do interesse público vem sendo questionado pela doutrina, em especial, após a CF, que estabeleceu o Estado democrático de direito e assegurou direitos e garantias individuais acima dos interesses do Estado, não existindo, por outro lado, norma constitucional que respalde a permanência de tal princípio no ordenamento jurídico. b. O princípio da eficiência funciona como diretriz a ser seguida pelo administrador, mas não pode ser utilizado como parâmetro de controle externo pelo tribunal de contas para fins de verificação de regularidade dos atos e contratos celebrados pelos administradores públicos. c. A violação de princípios da administração pública, tais como da moralidade, da impessoalidade e da eficiência, caracteriza ato de improbidade administrativa, desde que comprovado o dolo, ainda que genérico, do agente. d. Na esfera de atuação do poder de polícia, não pode a administração pública efetuar a demolição de obra irregular de forma sumária, sem observar os princípios do contraditório e da ampla defesa, devendo haver a oitiva prévia do interessado. e. Estando o administrador diante de ato administrativo viciado, o princípio da segurança jurídica lhe confere a opção, observado o critério Questões de concurso Direito Administrativo p/ TRTs ʹ Técnico Judiciário ʹ Área Administrativa Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 00 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 98 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita de conveniência e oportunidade, de convalidar o ato se o vício for sanável, reconhecer a sua estabilização pelo decurso do tempo, modular os efeitos da anulação ou, ainda, invalidar o ato, com efeitos ex tunc. Como vimos, qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições (= atentam contra os princípios da Administração Pública ± art. 11). Isso nos remete aos princípios da Administração pública tais como a moralidade, a impessoalidade e a eficiência. Para os crimes que atentam conta os princípios da Administração Pública, tem que se comprovar o dolo do agente. Logo, o nosso gabarito fica letra C. 28. (CESPE - 2013 - TRT - 10ª REGIÃO (DF e TO) - Analista Judiciário) A nomeação, pelo presidente de um tribunal de justiça, de sua companheira para o cargo de assessora de imprensa desse tribunal violaria o princípio constitucional da moralidade. Exatamente como vimos na Súmula vinculante 13 do STF. Gabarito: Certo. 29. (CESPE ± 2014 ± TJ/SE ± ANALISTA JUDICIÁRIO ± DIREITO) Em consonância com os princípios constitucionais da impessoalidade e da moralidade, o STF, por meio da Súmula Vinculante n.º 13, considerou proibida a prática de nepotismo na administração pública, inclusive a efetuada mediante designações recíprocas ² nepotismo cruzado. A Súmula Vinculante 13 do STF, veda a prática do nepotismo na Administração Pública e como vimos também veda o nepotismo cruzado. Essa foi bem fácil. Gabarito: correta Direito Administrativo p/ TRTs ʹ Técnico Judiciário ʹ Área Administrativa Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 00 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 98 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 30. (CESPE - 2013 - TJ-DF - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador) Haverá ofensa ao princípio da moralidade administrativa sempre que o comportamento da administração, embora em consonância com a lei, ofender a moral, os bons costumes, as regras de boa administração, os princípios de justiça e a ideia comum de honestidade. Isso mesmo. Dispensa comentários, né? Gabarito: certo. 31. (CESPE-2011-TRE-ES-Técnico Judiciário) Contraria o princípio da moralidade o servidor público que nomeie o seu sobrinho para um cargo em comissão subordinado de nepotismo. É uma situação de nepotismo. Lembra da súmula que estudamos? ³se a autoridade nomear seu cônjuge, companheiro ou parente atéo 3º grau para ocupar cargo em comissão ou exercer função de confiança;´� Portanto, item correto. Gabarito: certo 32. (FCC/TRT 16/Oficial de Justiça/2014) O Diretor Jurídico de uma autarquia estadual nomeou sua companheira, Cláudia, para o exercício de cargo em comissão na mesma entidade. O Presidente da autarquia, ao descobrir o episódio, determinou a imediata demissão de Cláudia, sob pena de caracterizar grave violação a um dos princípios básicos da Administração pública. Trata-se do princípio da a) presunção de legitimidade. b) publicidade. c) motivação. d) supremacia do interesse privado sobre o público. Direito Administrativo p/ TRTs ʹ Técnico Judiciário ʹ Área Administrativa Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 00 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 98 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita e) impessoalidade Segundo o princípio da impessoalidade a Administração não pode praticar qualquer ato com vistas a prejudicar ou beneficiar alguém, nem a atender o interesse do próprio agente, o agir deve ser impessoal, pois os agentes públicos devem visar, tão somente, o interesse público. A nomeação da companheira visa beneficiar interesse próprio, violando o princípio da impessoalidade. Gabarito: E 33. (FCC 2014 TRT 16ª Região Técnico Judiciário ± Área Administrativa) Em julgamento proferido pelo Supremo Tribunal Federal, a Corte Suprema firmou entendimento no sentido de que assessor de Juiz ou de Desembargador tem incompatibilidade para o exercício da advocacia. Ao fundamentar sua decisão, a Corte explanou que tal incompatibilidade assenta-se, sobretudo, em um dos princípios básicos que regem a atuação administrativa. Trata-se do princípio da: a) supremacia do interesse privado. b) publicidade. c) proporcionalidade. d) moralidade. e) presunção de veracidade. Como acabamos de ver: ³(0(17$�� &2167,78&,21$/�� $'92*$'2�� (;(5&Ë&,2� '$� 352),662�� INCOMPATIBILIDADE. C.F., art. 5º, XIII; art. 22, XVI; art. 37. Lei 4.215/63, Direito Administrativo p/ TRTs ʹ Técnico Judiciário ʹ Área Administrativa Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 00 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 98 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita artigos 83 e 84. Lei 8.906/94, art. 28. I. - Bacharel em Direito que exerce o cargo de assessor de desembargador: incompatibilidade para o exercício da advocacia. Lei 4.215, de 1963, artigos 83 e 84. Lei 8.906/94, art. 28, IV. Inocorrência de ofensa ao art. 5º, XIII, que deve ser interpretado em consonância com o art. 22, XVI, da Constituição Federal, e com o princípio da moralidade administrativa imposto à Administração Pública (C.F., art. 37, caput). II. - R.E. não conhecido. (RE 199.088, rel. Min. Carlos Velloso, Segunda Turma, DJ 16.04.1999��´ *DEDULWR��/HWUD�³G´� 34. (FCC - 2012 - TST - Técnico Judiciário - Área Administrativa) Segundo a literalidade do caput do art. 37 da Constituição de 1988, a Administração pública obedecerá, entre outros, ao princípio da a) proporcionalidade. b) razoabilidade. c) igualdade. d) moralidade. e) boa-fé. Resposta: Para resolver essa questão, basta lembrar-se do LIMPE! M de moralidade. É o único princípio expresso que consta nas opções dadas. Resposta: letra D 35. (FCC - 2011 - TRE-AP - Analista Judiciário - Área Judiciária) A conduta do agente público que se vale da publicidade oficial para realizar promoção pessoal atenta contra os seguintes princípios da Administração Pública: a) razoabilidade e legalidade. b) eficiência e publicidade. c) publicidade e proporcionalidade. d) motivação e eficiência. e) impessoalidade e moralidade. Resposta: Direito Administrativo p/ TRTs ʹ Técnico Judiciário ʹ Área Administrativa Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 00 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 98 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Se o sujeito se valeu de publicidade oficial para promoção pessoal, esse ato viola o princípio da impessoalidade, a obra não é dele, mas do povo, feita em nome do povo e com o dinheiro do povo. Noutro giro, ao se valer do dinheiro público gasto na obra para se autopromover, o agente público pratica ato imoral, contrário à honestidade, violando, assim, o princípio da moralidade. Por isso, o gabarito é a OHWUD�³H´� 36. (FCC - 2011 - TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Técnico Judiciário - Área Administrativa) O Jurista Celso Antônio Bandeira de Mello apresenta o seguinte conceito para um dos princípios básicos da Administração Pública: De acordo com ele, a Administração e seus agentes têm de atuar na conformidade de princípios éticos. (...) Compreendem-se em seu âmbito, como é evidente, os chamados princípios da lealdade e boa-fé. Trata-se do princípio da: a) motivação. b) eficiência. c) legalidade. d) razoabilidade. e) moralidade. Resposta: Não é preciso muito esforço para concluir que o trecho de Celso Antônio trata da moralidade. O princípio da moralidade impõe ao administrador o dever de sempre agir com lealdade, boa-fé e ética. Além de obedecer aos limites da lei, o gestor deve verificar se o ato não ofende a moral, os bons costumes, os princípios de justiça, de equidade e, por fim, a ideia de honestidade. Assim, o gabarito é a letUD�³H´� Vamos em frente, passamos agora ao princípio da publicidade. Direito Administrativo p/ TRTs ʹ Técnico Judiciário ʹ Área Administrativa Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 00 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 98 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Nas palavras de Zannoni (2011, p. 45), o princípio da publicidade LPS}H�³WUDQVSDUrQFLD�DRV�DWRV�DGPLQLVWUDWLYRV��VRE�SHQD�GH� LQHILFiFLD�� ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas em OHL´�� Se todo poder emana do povo, nada mais lógico do que dar a mais ampla publicidade aos atos editados pela Administração Pública, seja por meio de boletins internos, por certidões, pelo diário oficial ou mesmo pela internet. É por isso que a Constituição traz em seu bojo o art. 5º, XXXIII: XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; Com se percebe da redação do dispositivo, em certos casos, a própria Constituição impõe o dever do sigilo. Como assim? A própria Constituição impõe o sigilo? Isso mesmo, em certos casos a CF impõe o sigilo. São eles: para proteger a intimidade do indivíduo (art. 5º, X) e para promover a segurança da sociedade e do Estado. Outro regramento constitucional relacionado ao princípio da publicidade é o direito dos indivíduos de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade
Compartilhar