Buscar

direito administrativo princípios

Prévia do material em texto

Versão Condensada
DIREITO ADMINISTRATIVO
Princípios explícitos da 
administração pública
   2
A L F A C O N
Sumário
Princípios explícitos da administração pública ������������������������������������������������������������ 3
1� Conceito������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 3
2� Princípios constitucionais do direito administrativo ��������������������������������������������������������������������������������������������� 4
2.1 Princípio da legalidade: ...................................................................................................................................................... 4
2.2 Princípio da impessoalidade ..............................................................................................................................................5
2.3 Princípio da moralidade .....................................................................................................................................................7
2.4 Princípio da publicidade ....................................................................................................................................................9
2.5 Princípio da eficiência ......................................................................................................................................................10
Princípios explícitos da administração pública  3
A L F A C O N
Princípios explícitos da administração pública
1. Conceito
Para a doutrina administrativista, os PRINCÍPIOS SÃO REGRAS GERAIS, são fontes basilares do Direito. Representam 
mais do que uma simples orientação: sua observância é cogente, ou seja, é de cumprimento obrigatório. São os alicerces 
do Direito Administrativo.
Eles são tão importantes que o professor Celso Antônio Bandeira de Mello afirma em uma obra sua que:
“Violar um princípio é muito mais grave que transgredir uma norma. A desatenção ao princípio implica ofensa 
não apenas a um específico mandamento obrigatório, mas a todo o sistema de comandos. É a mais grave forma 
de ilegalidade ou inconstitucionalidade, conforme o escalão do princípio violado, porque representa insurgência 
contra todo o sistema, subversão de seus valores fundamentais, contumélia irremissível a seu arcabouço lógico 
e corrosão de sua estrutura mestra.”
Observação� Esse é um assunto muito cobrado em prova e deve ser analisado com muito carinho por você, candidato, 
pois, por se tratar de um tópico que vem sendo explorado em concurso público pelas bancas há muito tempo, devemos 
nos esforçar ao máximo para não errar nenhuma questão. Por essa razão, vamos estudar profundamente cada princípio.
Neste momento, apresento a você a definição de “princípio” na visão dos grandes mestres do Direito Administrativo.
CONCEPÇÃO DE CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO
“Princípio é, pois, por definição, mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição fun-
damental que se irradia sobre diferentes normas, compondo-lhes o espírito e servindo de critério para exata 
compreensão e inteligência delas, exatamente porque define a lógica e a racionalidade do sistema normativo, 
conferindo-lhes a tônica que lhe dá sentido harmônico.”
CONCEPÇÃO de José dos Santos Carvalho Filho
“Princípios administrativos são os postulados fundamentais que inspiram todo o modo de agir da Administração 
Pública. Representam cânones pré-normativos, norteando a conduta do Estado quando no exercício de ativi-
dades administrativas.”
CONCEPÇÃO de José Cretella Júnior
“Princípios de uma ciência são as proposições básicas, fundamentais, típicas que condicionam todas as estru-
turações subsequentes. Princípios, neste sentido, são os alicerces da ciência.”
Princípios explícitos da administração pública  4
A L F A C O N
2. Princípios constitucionais do direito administrativo
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Art� 37� A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
2.1 Princípio da legalidade:
Sua definição é bem concisa. Significa que a Administração Pública, direta ou indireta, só pode praticar as condutas 
autorizadas em lei.
É interessante observar neste princípio o fato de que, no Brasil, temos três poderes: o EXECUTIVO, que administra; o 
JUDICIÁRIO, que julga, e o LEGISLATIVO, que exerce a chamada função legiferante, que consiste em criar as leis. O 
LEGISLATIVO tem seus representantes eleitos pela população e, como são os responsáveis por fazer as leis, é possível 
afirmar que o princípio da legalidade existe para afirmar que a Administração Pública vai fazer aquilo que o POVO quer, 
visto que, em suma, é o próprio povo que elege o Poder Legislativo, produtor de nossas leis.
Durante um bom tempo a doutrina afirmava existirem dois princípios da legalidade dentro da Constituição Federal: um 
estampado no art. 5º, inciso II, e outro no art. 37, caput. A doutrina moderna batizou o princípio da legalidade do parti-
cular (art. 5º, inciso II) como princípio da autonomia da vontade. Aconselho você a ter cuidado para não confundir os 
conceitos em prova, pois o PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DA VONTADE indica que o particular pode fazer tudo isso desde 
que não haja uma lei proibitiva; e o PRINCÍPIO DA LEGALIDADE obriga a Administração a fazer aquilo que consta na lei.
art. 5º, inciso II, da Constituição Federal
Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.
Extraímos o entendimento de que o particular, diante de uma lacuna legislativa, pode FAZER TUDO, diferentemente 
do que está disposto para a Administração Pública – esta, diante de uma lacuna legislativa, NÃO PODERÁ ATUAR.
• REGRA PARA O PARTICULAR
 ͫ Pode fazer tudo o que a lei não proíbe;
 ͫ Autonomia de vontade;
 ͫ Lacuna legislativa = PERMISSÃO.
• REGRA PARA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
 ͫ Só pode fazer o que a lei determinar;
 ͫ Subordinada à lei;
 ͫ Lacuna legislativa = PROIBIÇÃO.
Quero chamar sua atenção para algo relativamente novo na doutrina, mas que já tem sido cobrado em provas. É o cha-
mado princípio da juridicidade ou bloco de legalidade.
Quando falamos em legalidade, a doutrina sempre fez questionamentos sobre a Administração Pública ser restrita ou 
ampla, ou seja, se haveria a obrigatoriedade de observar somente a lei em seu sentido estrito ou todo o arcabouço 
jurídico do país. O que esse princípio afirma é que se deve dar observância à totalidade do ordenamento jurídico, e 
não apenas a determinadas normas.
Assim, o agente público está vinculado não só à lei e aos princípios jurídicos, mas também aos atos administrativos 
gerais pertinentes àquela situação concreta em que a Administração se encontra, exigindo dela uma atuação ainda 
mais restrita�
Para corroborar essa visão, temos a Lei nº 9�784/99, em seu art� 2º, parágrafo único, inciso I, que exige da Adminis-
tração “uma atuação conforme a LEI e O DIREITO”�
Princípios explícitos da administração pública  5
A L F A C O N
2.2 Princípio da impessoalidade
O princípio da impessoalidade estabelece um dever de IMPARCIALIDADE, de NEUTRALIDADE no exercício da função 
administrativa. Esse princípio impede discriminações negativas e privilégios oferecidos a particulares quando no 
exercício dessa função, tendo em vista que a atuação pública deve ser objetiva, e não subjetiva.
Para o professor Hely Lopes Meirelles, o princípio da impessoalidade é sinônimo de princípio da finalidade.
“O princípio da impessoalidade, referido na Constituição/88 (art. 37, caput), nada mais é que o clássico 
princípio da finalidade, o qual impõe ao administrador público que só pratique o ato para o seu fim legal. 
E o fim legal é unicamente aquele que a norma de Direito indica expressa ou virtualmente como objetivo 
do ato, de forma impessoal.”(MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 42 ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2016. p. 97.)
Toda a atuação da Administração Pública deve ser caracterizada pela impessoalidade, mas é possível observar sua 
plenitude em algumas atuações específicas. Veja os exemplos:
• LICITAÇÃO: procedimento formal realizado para escolher a proposta mais vantajosa e casos de contratação para 
obras, serviços, compras e alienações.
• CONCURSO PÚBLICO: processo seletivo que permite o acesso a emprego ou cargo público de modo amplo e 
democrático. É um procedimento impessoal em que se assegura igualdade de oportunidades a todos os interes-
sados em concorrer ao exercício das atribuições oferecidas pelo Estado. A este incumbirá identificar e selecionar 
os mais adequados mediante critérios objetivos�
A doutrina majoritária analisa esse princípio sob três VERTENTES (aspectos):
1º Vedação a que o agente público se promova à custa da administração pública.
2º Como determinante da FINALIDADE PÚBLICA de toda a atuação administrativa.
3º Teoria do órgão.
• 1º ASPECTO
Nos termos da Constituição Federal, em seu art. 37, § 1º, pode-se dizer que o princípio da impessoalidade veda a vin-
culação de atividades da Administração à pessoa dos administradores, evitando que os estes utilizem a propaganda 
oficial para promoção pessoal.
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Art� 37� A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, 
também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter 
educativo, informativo ou de orientação social, dela NÃO PODENDO constar nomes, símbolos ou imagens que 
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
Para reforçar ainda mais essa proibição, temos a Lei do Processo Administrativo (Lei nº 9.784/99), em seu art. 2º, 
parágrafo único, inciso III, segundo a qual:
Art� 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoa-
bilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Parágrafo único� Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:
[...]
III – objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades;
Princípios explícitos da administração pública  6
A L F A C O N
Importantíssimo!
No art. 37 da Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB/88), a palavra PUBLICIDADE é utilizada no 
sentido de propaganda, e sua violação atinge o princípio da impessoalidade. É muito comum em provas de 
concurso as bancas quererem induzir o candidato a marcar a opção em que se afirma que tal conduta tem nexo 
com o princípio da publicidade.
NÃO CAIA NESSA PEGADINHA!
• 2º ASPECTO
A finalidade de todo e qualquer ato administrativo será sempre o INTERESSE PÚBLICO, portanto, todo ato que se apartar 
desse objetivo será NULO por desvio de finalidade.
Mas o que é o desvio de finalidade?
Resposta: Sua manifestação ocorre quando um ato é praticado por agente ou órgão competente, porém é evidente na 
prática do ato que a verdadeira finalidade pública a que a própria lei determina não foi atingida.
Em seu art� 2º, parágrafo único, alínea e, a Lei de ação popular (Lei nº 4.717/65) afirma:
e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita 
ou implicitamente, na regra de competência.
O desvio de finalidade é tão sério que é tido como vício insanável, não admitindo convalidação (conserto do ato). O 
único caminho a ser tomado diante de sua constatação é a anulação do ato.
• Exemplos reais de provas de concurso público de desvio de finalidade:
 ͫ Ato de remoção quando é aplicado no sentido não de remanejar o servidor público, e sim de puni-lo.
 ͫ Construção de uma estrada em determinado trajeto somente para valorizar fazendas do governador.
 ͫ Ordem de prisão executada durante o casamento de inimigo do delegado.
 ͫ Desapropriação de um imóvel de um inimigo político.
 ͫ Remoção de policial civil para delegacia no interior a fim de afastá-lo da namorada, filha do governador.
3º ASPECTO
A TEORIA DO ÓRGÃO, também chamada de TEORIA DA IMPUTAÇÃO VOLITIVA, do professor alemão Otto Gierke, 
sustenta que o agente público atua em nome do Estado, titularizando um órgão público, de modo que a atuação ou o 
comportamento do agente no exercício da função pública é juridicamente atribuído, ou seja, imputado ao Estado.
Resumindo, os atos administrativos praticados pelo agente não são imputados a ele mesmo, e sim à ENTIDADE POLÍ-
TICA (administração direta), à ENTIDADE ADMINISTRATIVA (administração indireta) ou até mesmo a ENTIDADES que 
atuam em COLABORAÇÃO com o Estado nas quais ele atua.
OBSERVAÇÃO� A nossa CRFB/88 adotou essa teoria de forma expressa em seu art. 37, § 6º.
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Art� 37� A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, 
também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
[...]
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos RESPON-
DERÃO pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso 
contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
Princípios explícitos da administração pública  7
A L F A C O N
Nesse caso, a impessoalidade existe pelo fato de os atos, apesar de serem praticados pelo agente, não serem dele 
propriamente, sim da pessoa jurídica que ela integra.
Outra peculiaridade que advém da TEORIA DO ÓRGÃO ocorre quando uma pessoa é investida em cargo público e não 
possui todos os requisitos necessários para ocupá-lo. Nesse caso, sua investidura foi ilegal (temos o chamado agente 
de fato), mas seus atos serão considerados VÁLIDOS porque os atos não são dele, mas da instituição pública�
2.3 Princípio da moralidade
Esse princípio exige uma atuação ética, proba, honesta dos agentes da administração pública. Tal atuação é conhecida 
como moralidade administrativa.
A moralidade administrativa é diferente da moral comum. O princípio da moralidade administrativa NÃO IMPÕE o dever 
de atendimento conforme a moral comum conhecida pela sociedade.
Ela exige respeito a padrões éticos, de boa-fé, decoro, lealdade, honestidade e probidade incorporados pela prática 
diária ao conceito de boa administração.
Portanto, não se deve confundir a moral comum com a moral administrativa. Enquanto aquela está pautada na noção do 
certo e errado para a sociedade, esta se encontra intrinsecamente ligada à boa ou má administração. Para o Direito 
Administrativo, deve-se analisar a moral administrativa.
Certas condutas, ainda que não obrigatórias pela lei, passam a fazer parte dos comportamentos socialmente espera-
dos de um bom administrador público, incorporando-se, assim, ao conjunto de condutas que o Direito torna exigíveis.
Para a moralidade administrativa, não basta o agente público cumprir formalmente a lei – ele tem que observar tanto 
a letra como o objetivo da lei. Assim, aquilo que é legal se filiará ao que é ético, motivo pelo qual a doutrina afirma que 
o princípio da moralidade complementa o princípio da legalidade.
• NEM TUDO QUE É LÍCITO É MORAL
No âmbito do Poder Legislativo, os responsáveis pelo aumento do subsídio são os próprios parlamentares. O aumento 
do valor dos respectivos subsídios por eles mesmos pode até ser um ato legal, no entanto, se aumentarem acima do 
normal, estarão indo de encontro (contra)ao princípioda moralidade.
A CRFB/88 levou tão a sério a moralidade administrativa na conduta de seus agentes que impôs algumas penalidades 
a quem agir contrariamente a ela. E isso está positivado no art. 37, § 4º, da nossa Carta Magna.
Como é um assunto muito abordado em provas, vamos memorizar: CRFB/88 art. 37 §4º. Utilizando o método mne-
mônico (Paris), temos:
Os atos de improbidade administrativa importarão na:
 ͫ Perda da função pública;
 ͫ Ação penal cabível;
 ͫ Ressarcimento ao erário;
 ͫ Indisponibilidade dos bens;
 ͫ Suspensão dos direitos políticos.
OBSERVAÇÕES� Quero fazer duas observações:
• A primeira é de que qualquer questão de prova em que se afirmar que os atos de improbidade implicarão a cas-
sação de direito políticos, deve ser marcada como errada, pois a Constituição proíbe tal medida:
constituição DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Art� 15� É vedada a cassação de direitos políticos [...]
• A segunda é a observância em relação à troca de afirmação que as bancas adoram fazer quanto à suspensão 
dos direitos políticos e à perda da função pública. É muito comum as provas de concurso público inverterem 
os termos, por exemplo, afirmarem que é possível a pena de perda dos direitos políticos e de suspensão da 
função pública�
Princípios explícitos da administração pública  8
A L F A C O N
• ATENÇÃO PARA O CORRETO, QUE É:
 ͫ SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS;
 ͫ PERDA DA FUNÇÃO PÚBLICA�
• SÚMULA VINCULANTE Nº 13
O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), ao editar a referida súmula vinculante no ano de 2008, teve por objetivo 
VEDAR O NEPOTISMO, que consiste na nomeação de cônjuge companheiro, parentes em linha reta colateral e inclu-
sive aqueles por afinidade até o terceiro (3º) grau, e também vedar as nomeações e designações recíprocas para 
cargos comissionados de natureza administrativa. Essa proibição tem amparo jurídico nos princípios da moralidade 
e impessoalidade.
 ͫ QUEM SÃO OS PARENTES OATÉ 3º GRAU?
Resposta: As relações de parentesco estão positivadas no Código Civil de 2002, nos artigos 1.591 a 1.595. Para 
simplificar nossos estudos, grave assim:
LINHA RETA
1º grau: pai, mãe e filho/filha.
2º grau: avô, avó e neto/neta.
3º grau: bisavô, bisavó e bisneto/bisneta.
PARENTES COLATERAIS
2º grau: irmão/irmã. (a)
3º grau: tio/tia e sobrinho/sobrinha
4º grau: primo/prima (OBS! NÃO EXISTE PRIMO DE 1º GRAU.)
PARENTES POR AFINIDADE
1º grau: sogro/sogra
 ͫ 2º grau: cunhado/cunhada
Conclusão: posso nomear meu primo ou prima para um cargo comissionado de natureza administrativa.
Você pode perguntar: Por que no estudo do Direito Administrativo preciso saber a linha de parentesco do Código Civil? 
Simples, porque temos a sumula vinculante nº 13.
O importante agora é saber quais são os tipos de cargos comissionados que nós temos no ordenamento jurídico 
brasileiro. Existem duas naturezas nos cargos comissionados, e eles podem ser de natureza política ou de natureza 
administrativa.
Importantíssimo!
A súmula vinculante nº 13 só atinge os cargos comissionados de natureza administrativa. Assim, o SUPREMO 
TRIBUNAL FEDERAL (STF) referendou a possibilidade de que QUALQUER PARENTE pode ser nomeado para car-
gos comissionados de natureza política, como os de ministros de Estado e secretários estaduais e municipais.
leitura da Súmula Vinculante Nº 13
Viola a CFRB/88 a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, 
até o 3º grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo 
de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de 
função gratificada na Administração Pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos estados, 
do Distrito Federal e dos municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas.
Princípios explícitos da administração pública  9
A L F A C O N
2.4 Princípio da publicidade
O princípio da publicidade pode ser definido como o dever de divulgação oficial dos atos administrativos. A Adminis-
tração Pública tem o dever de informar a sociedade sobre a prática dos atos administrativos, garantindo, assim, uma 
atuação transparente por parte do Poder Público.
É por conta desse princípio que os atos administrativos são publicados em órgãos de imprensa ou afixados em locais 
determinados das repartições administrativas, ou, ainda, mais modernamente, divulgados nos sites oficiais dos órgãos 
públicos na internet.
importante!
• PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE NÃO É ABSOLUTO.
Ao se ver diante de uma questão de prova em que se afirma que TODOS OS ATOS são publicados, o candidato deverá 
marcar tal opção como errada, pois o princípio da publicidade não é absoluto. Podemos afirmar, como exceção à regra, 
o sigilo das propostas exigido na Lei de licitações (Lei nº 8.666/93), assim como o sigilo exigido no procedimento 
administrativo conhecido como inquérito policial nos termos do Código de Processo Penal vigente no país. Esses atos 
são de natureza administrativa, porém serão sigilosos justamente para garantir sua eficácia. A própria CRFB e a Lei de 
Processo Administrativo no âmbito federal respaldam essa exceção.
constituição DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Art� 5º
XXXIII Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse 
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo 
sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
Lei nº 9.784/99
Art� 2o� A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoa-
bilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Parágrafo único� Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:
[...]
V – divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição;
A doutrina afirma também que o princípio da publicidade engloba dois subprincípios do Direito Administrativo, a saber:
• Princípio da transparência: dever de prestar informações de interesse dos cidadãos e de não praticar condutas 
sigilosas, via de regra;
• Princípio da divulgação oficial: exige a publicação do conteúdo dos atos praticados atentando-se para o meio 
de publicidade definido pelo ordenamento ou consagrado pela prática administrativa.
 ͫ JURISPRUDÊNCIA DO STF: em relação ao programa A Voz do Brasil, o Supremo julgou que não se considera 
atendida a obrigação de publicidade com a simples divulgação do ato administrativo no referido programa.
Para finalizarmos o estudo do princípio da publicidade, ainda precisamos comentar que ele apresenta duas vertentes 
no ordenamento jurídico: a primeira é a TRANSPARÊNCIA aos atos da administração, já estudada, e a segunda é a de 
dar EFICÁCIA aos atos administrativos.
Podemos citar como exemplo a homologação de concurso público, que, de acordo com a CRFB, tem prazo de vali-
dade de até dois anos, podendo ser prorrogado por igual período. Mas lembre-se: esse prazo começa a contar da 
homologação feita em Diário Oficial.
Princípios explícitos da administração pública  10
A L F A C O N
2.5 Princípio da eficiência
Acrescentado no art. 37, caput, da CRFB pela Emenda nº 19/98, o princípio da eficiência foi um dos pontos principais 
da Reforma Administrativa, cujo objetivo foi implementar o modelo de ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA “GERENCIAL”, com 
vistas a alcançar melhores resultados na atuação estatal. Antes da supracitada emenda, nossa Administração Pública 
apresentava uma visão burocrática.
O princípio de eficiência traz a ideia de presteza, perfeição, rendimento funcional, redução de desperdícios, quali-
dade, rapidez e produtividade.
A doutrina analisa esse princípio sob duas óticas:
1ª ÓTICA
• ATUAÇÃO DO AGENTE: o agente público, no desempenho de sua função, deve buscar a satisfação do interesse 
da coletividade sempre com presteza,perfeição e rendimento funcional.
 ͫ Pensando nessa obrigatoriedade, a CRFB determinou a aprovação na avaliação especial de desempenho, que 
ocorre durante o estágio probatório, como requisito para ganhar a tão sonhada estabilidade, que se dá após 
três anos de efetivo exercício.
 ͫ Temos também a chamada avaliação periódica de desempenho, à qual o servidor será submetido depois de 
ganhar sua estabilidade. Caso o servidor não continue sendo eficiente, a CRFB respalda ao respectivo órgão 
público a possibilidade de exonerar esse servidor.
 ͫ Como regra, a CRFB veda o acúmulo de cargos públicos, porém a própria Carta Maior traz exceções, quais 
sejam, para dois cargos de professor, a de um cargo de professor com outro técnico ou científico, e a de 
dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas, DESDE QUE 
haja compatibilidade de horário, justamente para manter a eficiência no desempenho das atribuições do cargo.
 ͫ OBSERVAÇÃO: Nas provas que cobram jurisprudência, é importantíssimo o entendimento atual do SUPREMO 
TRIBUNAL FEDERAL sobre o acúmulo de horas, que é de sessenta horas semanais. No tocante aos profissionais 
da área da saúde, não incide essa limitação.
Recurso Ordinário em Mandado de Segurança (RMS) Nº 34.608
Segundo o ministro Gilmar Mendes: “a Constituição Federal possibilita a acumulação de cargos na área de saúde 
quando há compatibilidade de horários e que o inciso XVI do artigo 37 não faz qualquer restrição à carga 
horária das atividades acumuláveis diante da possibilidade de conciliação, nem exige que agentes públicos 
preencham requisitos referentes a deslocamento, alimentação e repouso”. “‘O efetivo cumprimento da jornada de 
trabalho respectiva – em cada um dos cargos acumulados – constitui atribuição específica do setor de recursos 
humanos responsável’.”
2ª ÓTICA
• ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO: para que o agente possa desempenhar bem suas atribui-
ções com presteza, perfeição e rendimento funcional, a INSTITUIÇÃO precisa fornecer os meios adequados para 
que o servidor possa alcançar melhores resultados na prestação de serviços públicos.
Para finalizarmos o estudo desse princípio tão importante, é preciso dizer que ele está ligado diretamente com o princípio 
da economicidade (art. 70 da CRFB), de acordo com o qual se deve buscar a prestação do serviço público de modo 
mais simples, mais rápido e mais econômico, incrementando o conhecido “melhor custo/benefícios” da atividade 
da Administração.
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Art� 70� A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da 
administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, ECONOMICIDADE, aplicação das subvenções e 
renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle 
interno de cada Poder.
	Princípios explícitos da administração pública
	1. Conceito
	2. Princípios constitucionais do direito administrativo
	2.1 Princípio da legalidade:
	2.2 Princípio da impessoalidade
	2.3 Princípio da moralidade
	2.4 Princípio da publicidade
	2.5 Princípio da eficiência

Continue navegando

Outros materiais