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Transição cardiorrespiratória fetal para a neonatal – Resumo de Carlos Dória, MED UFS. Como os pulmões não são funcionais durante a vida intra-uterina, o sistema cardiovascular fetal é estruturalmente projetado de modo que o sangue seja oxigenado na placenta e desviado, em parte dos pulmões. No período pré-natal a oxigenação do feto se dá pela troca placentária com a mãe, órgão de baixa resistência vascular. O sangue oxigenado chega pela veia umbilical, a maior quantidade passa através do ducto venoso, vai para a veia cava inferior, onde desemboca no átrio direito. A partir daí o sangue é desviado ao átrio esquerdo através do forame oval, e a partir daí para o ventrículo esquerdo, onde é ejetado para as coronárias e para o sistema nervoso central. O sangue com pouco oxigênio vem da cava superior e passa ao coração direito, aonde daí aproximadamente 10% vai para a circulação pulmonar que no feto tem alta pressão, e 90% pela diferença de pressão flui pelo ducto arterioso para a aorta descendente, que retorna para a placenta pelas artérias umbilicais. Ao nascimento, com o estimulo da respiração e insuflação pulmonar, acontece uma redução da pressão arterial pulmonar, e assim o fluxo sanguíneo através do forame oval, e canal arterial diminui. O forame oval fecha precocemente funcionalmente entre a primeira e segunda hora de vida; O canal arterial tem fluxo reduzido após 10h, fechando-se completamente entre o terceiro e decimo dia de vida. O aumento da PO2 e queda nos níveis de PGE também estimulam o fechamento do ducto arterioso e transforma-se em ligamento arterioso. O ducto venoso tem seu fechamento funcional imediatamente após o nascimento, e o fechamento anatômico se completa em torno da terceira semana de vida.