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SOCIEDADES ANÔNIMAS O art. 1.080 do CC apresenta esse tipo societário como aquele em que o capital social divide-se em ações, obrigando-se a cada sócio ou acionista somente pelo preço de emissão das ações que subscreveu ou adquiriu. CARACTERISTICAS: 1. Empresarial; 2. Predomina a impessoalidade; 3. Regida por um estatutoi aprovado na assembleia geral de constituição; 4. Identificação por meio de denominação seguida por “Sociedade Anônima” ou “Companhia”; 5. Capital social fracionado; 6. Responsabilidade limitada dos sóciosii. O estatuto é um elemento do contrato que além deste será composto por: a) Objeto Social. b) Capital Social e numero de ações. c) As vantagens concedidas ao acionista preferencial. d) Denominação social da Companhia. e) Endereço Social, prazo de duração e regras da administração. ESPÉCIES: A- Sociedade Anônima Fechada: são aquelas que captam recursos monetários numa negociação contratual particular, inexistindo transações no mercado mobiliário, sendo realizadas no mercado primárioiii. B- Sociedade Anônima Aberta: são aquelas que negociam suas ações no mercado mobiliário ou mercado secundárioiv, com subscrição pública que depende de registro de emissão pela CVM e intermediação de instituição financeira. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que é uma autarquia especial vinculada ao Ministério da Fazenda com atribuições para normatizar as operações mobiliárias, autorizar, mediante atos de registro, a emissão, por SAs abertas, de valores mobiliários no Mercado de Capitais e a negociação, pelos agentes dos valores mobiliários e fiscalizar as SAs abertas e os agentes que operam no mercado de capitais. CONSTITUIÇÃO: A constituição de uma sociedade anônima requer a obediência dos requisitos estabelecidos no art. 80 da LSA: I – Subscrição, pelo menos por duas pessoas, de todas as ações em que se divide o capital social fixado no estatuto. O art. 251 da LSA admite a constituição da companhia mediante escritura pública, tendo como único acionista uma sociedade brasileira, no caso se tratando de uma subsidiária integral; II – Realização, como entrada, de 10% no mínimo do preço de emissão das ações subscritas em dinheiro. Para as entidades financeira o mínimo é de 50%; III – Deposito em entidade financeira autorizada pela CVM, da parte do capital realizado em dinheiro; IV – Caso a companhia não venha a se constituir no prazo de seis meses da data do depósito, o banco restituirá as quantias depositadas diretamente aos subscritores. Subscrição é um ato mediante o qual uma pessoa assume a obrigação de contribuir para o capital da Cia. Nos termos previstos no estatuto, com dinheiro, bens ou direitos. Trata-se de um contrato de adesão que vincula o subscritor ao adimplemento de uma obrigação futura, implícita a condição de constituição da sociedade empresária. O pedido de emissão, na CVM, assinado pelo fundador e por uma instituição financeira, deve ser instruída com os seguintes elementos: estudo de viabilidade econômica e financeira; projeto do estatuto social; prospecto organizado e assinado pelos fundadores e pela instituição financeira intermediária. Sendo efetivada a subscrição em dinheiro o subscritos pagará a entrada e assinará a lista ou o boletim individual autenticado pela instituição autorizada a receber as entradas, qualificando-se na forma do art.85 da LSA. Feita a subscrição em bens, exigi-se uma avaliação feita por três peritos ou por empresa especializada. No caso de o bem ser um imóvel não será exigida escritura pública. Os fundadores e as instituições financeiras que participarem da constituição por subscrição pública responderão, no âmbito das respectivas atribuições, pelos prejuízos resultantes da inobservância de preceitos legais. Por outro lado, os fundadores responderão solidariamente pelo prejuízo decorrente de culpa ou dolo em operações anteriores a constituição. Quando se trata dos primeiros administradores, estes serão solidariamente responsáveis perante a companhia pelos prejuízos causados pela demora no cumprimento das formalidades da constituição, já a sociedade não responde neste aspecto. VALORES MOBILIARIOS São títulos de investimentos que a sociedade anônima emite para a obtenção dos recursos de que necessita. É investimento social oferecido ao público e, ao mesmo tempo, instrumento de captação de recurso pelas companhias. A companhia ao negociar esses valores mobiliários assume obrigações perante terceiros que ingressam com seu capital e lhes permitirão, no prazo determinado, reivindicar um direito de crédito contra a sociedade, entretanto, valores mobiliários não são títulos de créditos. São espécies de valores mobiliários: A) Partes beneficiárias – São títulos nominativos emitidos a qualquer tempo pelas companhias de capital fechado, negociáveis, sem valor nominal e não representativos do capital social. Quando de sua emissão, exige-se o registro em livros próprios, mantidos pela companhia. O prazo de duração desses valores mobiliários deverá ser fixado pelo estatuto e, sempre que estipular resgate, deverá ser criado um reserva especial para esse fim. Em se tratando de atribuições gratuitas não deverá ultrapassar 10 anos. B) Bônus de subscrição – São títulos nominativos e negociáveis, somente emitidos pelas companhias de capital autorizado, isto é, aquela autorizada para aumentar o capital social independentemente de reforma estatutária. Os acionistas da companhia gozarão de preferência para subscrever a emissão de bônus e esta deverá ser deliberada em Assembleia Geral, se o estatuto não atribuir ao Conselho de Administração. C) Debêntures – São títulos negociáveis emitidos pela companhia que conferem direito de crédito contra sociedade, nas condições estabelecidas na escritura de emissão e no certificado. Na verdade, trata-se de um contrato de mútuo, empréstimo publico contratado pela companhia que dele se utiliza para evitar endividamento no mercado financeiro. Apesar de as debêntures não apresentarem os requisitos essenciais dos títulos de crédito, mas existem como titulo executivo extrajudicial. Segundo a garantia oferecida aos credores as debêntures podem ser com garantia real com adimplemento mediante hipoteca ou penhor; com garantia flutuante que assegura garantia geral sobre o ativo da companhia; quirografária, isto é, sem garantia e Subordinada que atribui preferência ao patrimônio social inferior ao instituído as quirografárias. D) Ações – Correspondem a um titulo de investimento representativo de unidade do capital social da sociedade anônima. Representam frações de igual valor em que se divide o capital da companhia e ao seu titular é atribuída a condição de acionista titular de um regime próprio de direitos e deveres. Apresentam como características a indivisibilidade e a negociabilidade. No que se refere aos valores assumidos, as ações podem ter valor nominal, aquele que é resultado da divisão do capital social da companhia pelo numero de ações que ela emitiu; valor de negociação ou de mercado é resultado do livre confronto de vontade de quem aliena a ação e de quem deseja adquiri-la; Valor patrimonial é o resultado da divisão do patrimônio liquido da sociedade pelo numero de ações efetivamente distribuídas; valor de emissão que é atribuído pela companhia emissora a ação, a ser pago, a vista ou a prazo, pelo subscritor. Quanto a classificação as ações podem ser ordinárias, quando oferecem aos acionistas direitos patrimoniais; preferenciais, quando oferecem a seus titulares os direitos de propriedade na distribuição de dividendo, reembolso do capital e acumulação das preferências e vantagens; e de fruição queé aquela que resulta da distribuição ao acionista de quantias que lhe poderiam tocar no caso de liquidação da companhia. Quanto a forma de transferência podem ser nominativas quando o certificado está em nome do acionista e escritural cuja transferência se completa através do lançamento efetuado pela instituição depositária. CAPITAL SOCIAL É o volume de recursos monetários indispensáveis para que a companhia possa iniciar a sua atividade econômica. O seu montante corresponde ao que foi arrecadado como medida de contribuição dos que adquiriram as ações da companhia, trata-se de capitalização, isto é, aporte de recursos advindos da venda de ações que se incorporam ao capital social de forma definitiva, a companhia não tem obrigação de restituí-lo, cabe ao estatuto fixar o valor do capital social. RESERVA DE CAPITAL São fundos estabelecidos contabilmente em contas que expressam a sua constituição e a sua aplicação. A reserva legal, composta de 5% do lucro liquido, que não excederá 20% do capital social. A reserva de avaliação decorre do aumento de valor atribuído a elementos do ativo. A reserva de capital decorre da diferença entre o preço de emissão e o valor nominal da ação, do produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição, do premio recebido na emissão de debêntures, das doações e subvenções para investimentos e do resultado da correção monetária do capital realizado, enquanto não capitalizado. As reservas de capital só poderão ser utilizadas para absorver prejuízos que ultrapassam os lucros acumulados e reserva de lucro; resgatar, reembolsar ou comprar ações; resgatar partes beneficiárias; incorporar-se ao capital social e pagar dividendos de ações preferenciais. MODIFICAÇÃO DO CAPITAL SOCIAL A modificação do capital se dá por aumento ou diminuição. A primeira hipótese se efetiva mediante a subscrição de novas ações, exigindo que o capital social esteja integralizado em pelo menos ¾ do valor subscrito e que o preço de emissão das novas ações seja fixado sem diluição injustificada das ações antigas. Poderá haver ainda o aumento via capitalização de lucros ou reservas ou por meio de conversão de debêntures ou partes beneficiárias em ações. A redução do capital se verificará através de assembleia geral convocada para esse objetivo quando ocorrer a perda, até o montante do prejuízo acumulado ou excesso em relação a atividade. No caso de redução por iniciativa dos administradores, exige-se a elaboração de parecer do conselho fiscal para apreciação assemblear. A redução compulsória do capital ocorrerá se não houver a substituição do sócio que foi reembolsado a conta do capital sócia, e não a de lucros e reservas ou se as ações subscritas e não integralizadas forem declaradas caducas e inexistir lucros ou reservas suficientes para integralizá-las a companhia terá o prazo de uma ano para vendê-las. ACIONISTAS É o sócio das S/As, titular das ações emitidas. Sua obrigação principal é pagar o preço de emissão das ações que subscreve, nos termos do boletim de subscrição. O não cumprimento dessa obrigação o coloca em mora e será considerado remisso, cabendo a sociedade adotar a hipóteses do art. 107 da lei de sociedades anônimas. O voto é a manifestação de vontade do acionista em deliberação nas assembleias e, em regra, a cada ação ordinária corresponde a um voto. a) Acionista empreendedor são os interessados na exploração de atividade econômica; b) Acionista investidor são pessoas que identificam na ação da companhia uma oportunidade de ganhar dinheiro. ORGÃOS SOCIETÁRIOS Assembleia Geral – Corresponde a reunião dos acionistas, convocada e instalada de acordo com o estatuto para deliberação de matéria de interesse da sociedade. É o foro deliberativo máximo com poderes para resolver todas as metérias relativas ao objeto de exploração da sociedade e para tomar decisões sobre a defesa e o desenvolvimento de suas operações. Conselho de administração - é um órgão colegiado com atribuições deliberativas insuscetíveis de delegação. Exerce função de representar a sociedade e desempenha poderes de gestão. Diretoria – é o órgão executivo da companhia. Aos seus membros compete no plano interno dirigir a empresa e externamente, manifestar a vontade da pessoa jurídica na generalidade dos atos e negócios. Conselho fiscal – é o órgão de fiscalização da gestão da administração e de assessoramento da assembleia geral, na apreciação das contas dos administradores e votação das demonstrações financeiras da sociedade anônima. Administração da companhia – A administração da sociedade pode ser composta por pessoas naturais, acionistas ou não, por acionista participante do conselho de administração e por membro da diretoria. EXTINÇÃO DA SOCIEDADE A sociedade anônima será dissolvida de pleno direito pelo termino do prazo de duração, nos casos previstos no estatuto, por deliberação da assembleia geral, pela unicidade e não reconstituição no prazo de um ano e pela extinção da autorização. Por decisão judicial quando anulada a sua constituição em ação proposta por acionista, quando provado que não pode preencher o seu fim, em ação proposta por acionistas que representem 5% do capital e em caso de falência. Dar-se-á a extinção ainda ao encerramento da liquidação. i Art. 83. O projeto de estatuto deverá satisfazer a todos os requisitos exigidos para os contratos das sociedades mercantis em geral e aos peculiares às companhias, e conterá as normas pelas quais se regerá a companhia (lei das Sociedades Anônimas). ii Art. 1º A companhia ou sociedade anônima terá o capital dividido em ações, e a responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas. (LSA). iii O mercado primário é aquele em os valores mobiliários de uma nova emissão da companhia são negociados diretamente entre a companhia e os investidores – subscritores da emissão -, e os recursos são destinados para os projetos de investimento da empresa ou para o caixa. iv É o local onde os investidores negociam e transferem entre si os valores mobiliários emitidos pelas companhias. Nesse mercado ocorre apenas a transferência de propriedade e de recursos entre investidores. A companhia não tem participação. Portanto, o mercado secundário oferece liquidez aos títulos emitidos no mercado primário.
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