Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Caso Concreto 10 Caso Concreto 1 Tema: Democracia dos Antigos e dos Modernos Esparta, ou Lacedemônia, localizava-se na península do Peloponeso, na planície da Lacônia. Foi fundada no século IX a.C., às margens do rio Eurotas, após a união de três tribos dóricas. Esparta tem sido considerada muito justamente o protótipo da cidade aristocrática. Politicamente, Esparta organizava-se sob uma diarquia, ou seja, uma monarquia composta por dois reis, que tinham funções religiosas e guerreiras. As funções executivas eram exercidas pelo Elforato, composto por cinco membros eleitos anualmente. Havia também a Gerúsia, composta por 28 membros da aristocracia, com a idade superior a 60 anos, que tinham funções legislativas e controlavam as atividades dos diarcas. Na base das estruturas políticas, encontravam-se a Ápela ou assembleia popular, formada por todos os cidadãos maiores de 30 anos, que tinham a função de votar leis e escolher os gerontes. Já Atenas, situava-se na Ática, apresenta uma paisagem movimentada, onde colinas e montanhas parcelam pequenas planícies. A ocupação inicial da Ática se fez com os arqueus, seguidos posteriormente por jônios e eólios. Em termos políticos, Atenas conservou a monarquia por muito tempo, até que foi substituída pelo arcontado. O arcontado era composto por nove arcontes cujos mandados eram anuais. Foi criado também um conselho - o aerópago - composto por eupátridas, com a função de regular a ação dos arcontes. Estabeleceu-se assim o pleno domínio oligárquico. Veremos como no século V, período de seu maior desenvolvimento, funcionava essa admirável democracia ateniense que representa a maior realização política da Antigüidade, e quais as suas instituições fundamentais. O regime político de Atenas, pela primeira vez, o conceito puro de democracia se estabelece, assenta sobre a igualdade dos cidadãos em face da lei. Aos poucos, os últimos vestígios de privilégio vão desaparecendo, e ficam de fora as mulheres, os estrangeiros e os escravos, isto é, muitas pessoas ficavam de fora dessa democracia. Além de se encarnar nos usos e costumes que o exercício das liberdades e o sentimento de igualdade tornam mais compassivos e humanos, ela se encontra garantida na lei que lhe proíbe que lhes seja dada à morte pelo seu senhor, punindo, severamente, as sevícias e os maus tratos. Sem ser perfeito, o funcionamento da democracia em Atenas está assegurado pela adequada formação dos seus órgãos políticos. De fato, tanto quanto é possível, a vontade popular, isto é, a soberania do povo, encontrou nas instituições democráticas de Atenas a forma se exprimir e exercer. Diante do texto, podemos verificar que Atenas tinha uma “democracia excludente”. Tal argumento se sustenta no fato das mulheres, estrangeiros e menores de 18 anos não terem direito à participação política. Esses grupos sociais, mesmo compondo a grande maioria da população, não votavam ou participavam das instituições representativas. Indaga-se: Qual a diferença entre a democracia dos antigos, e a dos modernos? A diferença reside no fato de que as mulheres e os menores de dezoito anos (falando especificamente do Brasil de hoje) têm direito à participação política, através do voto para escolha de seus representantes, bem como fazendo parte do governo, elegendo-se para cargos eletivos. Isso caracteriza um traço marcante da democracia, que é a igualdade entre as classes sociais. Caso Concreto 2 Tema: Totalitarismo - Fascismo Leia os textos a seguir: a) O Estado, segundo o Mein Kampf, não é evidentemente o Estado liberal, vazio de conteúdo moral, desprovido de todo imperativo, de todo absoluto, entregue aos apetites de múltiplos partidos, que por sua vez encobrem interesses particulares. É um Estado que possui uma missão, um Estado ético, que depende de um Absoluto. É um Estado antiliberal, antiparlamentar, antipartidos, um Estado fundado sobre o princípio e a mística do Chefe, do Condutor (Fuhrer) e cujo motor é um Partido único, intermediário entre as massas e o Chefe. É um Estado radicalmente antimarxista (embora afirmando-se antiburguês), antiigualitário, hierárquico e corporatiivo, obstinado, enfim, em nacionalizar, em tornar não grosseiramente nacionais, mas agressivamente “nacionalistas” as massas que o marxismo judeu queria desnacionalizar, internacionalizar. (As grandes obras políticas de Maquiavel aos nossos dias, Jean-Jacques Chevallier) b) A doutrina fascista recusa a concepção do Estado agnóstico, privado de substância própria, com objetivos particulares e alheio à vida dos cidadãos. Ao contrário do Estado democrático, o Estado fascista não pode permitir que as forças sociais sejam abandonadas a si mesmas. O fascismo compreendeu que as massas que, por tão prolongado tempo, permaneceram estranhas e hostis ao Estado deviam ser unidas e enquadradas no Estado. É por essa razão que o Estado fascista é não somente um Estado de autoridade, mas, além disso, um Estado popular, como nenhum outro jamais o foi. Não é um Estado democrático, no sentido antigo dessa expressão, porque não dá a soberania ao povo, mas é um Estado eminentemente democrático, no sentido de que adere estreitamente ao povo, de que está em constante contato com ele, de que penetra a massa por mil caminhos, guia-a espiritualmente, sente-lhe as necessidades, vive-lhe a vida, coordena-lhe a atividade. Segundo a concepção totalitária do fascismo, o Estado deve presidir e dirigir a atividade nacional em todos os seus setores. Nenhuma organização, quer política, quer moral, quer econômica, pode subsistir fora do Estado. (ROCCO. A transformação do Estado In BURON, Thirry&GAUCHON, Paschoal. Os fascismos). Este texto foi escrito por um adepto do fascismo italiano em 1931 e expressa a concepção fascista do Estado, que incorpora em si todas as instituições e sufoca os indivíduos e as entidades sociais autônomas. Como afirmava o líder do Partido Fascista Italiano, Benito Mussolini: “para o fascista, tudo está no Estado, e nada de humano nem de espiritual existe fora do Estado”. A leitura dos textos acima sugere alguns fundamentos essenciais do fascismo em suas manifestações na Alemanha e na Itália. Identifique-os. Fascismo é uma forma de radicalismo político autoritário nacionalista que ganhou destaque no início do século XX na Europa. Os fascistas procuravam unificar sua nação através de um Estado totalitário que promove a mobilização em massa da comunidade nacional, confiando em um partido de vanguarda para iniciar uma revolução e organizar a nação em princípios fascistas. Hostil à democracia liberal, ao socialismo e ao comunismo, os movimentos fascistas compartilham certas características comuns, incluindo a veneração ao Estado, à devoção a um líder forte e uma ênfase em ultranacionalismo, etnocentrismo e militarismo. O fascismo vê a violência política, a guerra, e o imperialismo como meios para alcançar o rejuvenescimento nacional e afirma que as nações e raças consideradas superiores devem obter espaço deslocando aquelas consideradas fracas ou inferiores, como no caso da prática fascista modelada pelo nazismo. O fascismo tomou emprestado teorias e terminologias do socialismo, mas aplicou-as sob o ponto de vista que o conflito entre as nações e raças fosse mais significativo, do que o conflito de classes e teve foco em acabar com as divisões de classes dentro da nação. Defendeu uma economia mista, com o objetivo principal de conseguir autarquia para garantir a auto-suficiência, e a independência nacional através de protecionista e políticas econômicas intervencionistas. O fascismo sustenta o que é, às vezes, chamado de Terceira posição entre o capitalismo e o socialismo marxista. Abaixo, seguem alguns dos elementos constitutivos: • Uma ética civil, fundada em total dedicação à comunidade nacional, sobre adisciplina, a virilidade, a camaradagem e o espírito guerreiro; • Um Estado de partido único que tem a tarefa de prover a defesa armada do regime, a seleção de seus quadros de direção e organização das massas no interior do estado, em um processo de mobilização permanente de emoção e da fé; • Organização corporativa da economia que suprime a liberdade sindical, amplia a esfera de intervenção do Estado, e visa alcançar, por princípios de tecnocracia e solidariedade, a colaboração dos "setores produtivos" sob o controle do regime, para alcançar seus objetivos de poder, ainda preservando a propriedade privada e as divisões de classe.
Compartilhar