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Romance regionalista
Os romances regionais surgiram na primeira metade do século XIX. A intenção dessas obras literárias era a apresentação de costumes e cenários que ficaram de fora do acervo relacionado ao romantismo. Ademais, o romance regional buscou retratar diferentes aspectos de cada região do país e a imensa diversidade cultural observada em terras brasileiras.
O interior e suas grandes paisagens foi um dos objetos de retratação do romance regionalista. A imagem da pátria brasileira acabou sendo redesenhada pela literatura a partir de diferentes romancistas que representaram essa vertente.
Nesse período histórico, o país ainda firmava a sua própria identidade de nação independente. Para tal, valorizou-se a aparição de mitos que contavam essa história. A criação de personagens heroicos, com valores e princípios bem definidos, fazia chegar ao leitor um verdadeiro sentimento de patriotismo.
Se o índio teve seu momento marcante na literatura, um outro personagem ganhava espaço com o romance regionalista: o homem sertanejo.
E assim foi, com autores como José de Alencar, Alfredo d’Escaragnolle Taunay, Franklin Távora e Bernardo Guimarães. Os especialistas em Literatura também ressaltam que mesmo com essa nova vertente, o interior brasileiro ainda era retratado com alguns traços do período romântico tão cultivado pelos europeus.
Nesse sentido, os clássicos do romance regionalista eram muito absorvidos por grupos da classe média das grandes cidades. Até mesmo os jornais e folhetins acabavam publicando ou discutindo tais obras. Esse período contribuiu, inclusive, para a maior venda desse produto intelectual.
Saiba um pouco sobre as principais obras
Confira algumas das principais produções do período regionalista: O Ermitão de Muquém (1864) e O Garimpeiro (1872) de Bernardo Guimarães; Inocência (1872), de Visconde de Taunay; O Gaúcho (1870) e O Sertanejo (1875), de José de Alencar; O Cabeleira (1876), Franklin Távora.
As obras de José de Alencar que foram publicadas nesse período podem ser classificadas como romances de fazenda. Há toda uma descrição da vida no campo que, nesse período, começava a receber influência da cidade. São elas: O Tronco do Ipê e Til.
O romance intitulado Inocência, de Visconde de Taunay, é um misto de romantismo e regionalismo. Fala do amor impossível. O personagem, Cirino, atuava em uma farmácia e se promulgou médico. Já a “musa” conhecida como Inocência era a representação do povo sertanejo, da região do Mato Grosso, moradora de uma fazenda. Choque de valores são muito bem retratados nesse romance, que inclusive trouxe personagens europeus para o centro dos acontecimentos.
Franklin Távora, escritor cearense e autor clássico O Cabeleira adotou um grito de rebeldia contra os representantes da literatura do Rio Grande do Sul. Há, como em todas as áreas, uma rixa entre profissionais do mesmo ramo. Távora alegava que os autores brasileiros não se desligavam das influências europeias e que era preciso valorizar mais os aspectos regionais. Em O Cabeleira, foram explorados temas como cangaço, banditismo, migrações, miséria e a seca que tanto marca algumas regiões brasileiras.
Tais temas foram muito bem explorados, posteriormente, por autores consagrados na literatura brasileira: Graciliano Ramos, Jorge Amado, dentre outros.
Fonte: http://www.colegioweb.com.br/literatura/o-que-e-um-romance-regionalista.html#ixzz3q5QchPgQ
Romance
É a narração mais conhecida, além de ser a preferida entre os leitores. A estrutura desse tipo de narrativa é complexa, já que não acomoda apenas um núcleo, mas várias tramas se desencadeiam durante a narração da história principal.
Chama-se romance porque se tornou conhecido a partir do Romantismo, apesar de a sua raiz é de antes, do Realismo. Os romances realistas são mais fiéis a esse tipo de texto, tanto na sua estrutura quanto no tipo de abordagem, na crítica social, na descrição minuciosa, etc.
Segundo Hegel, o Romance seria a epopéia burguesa moderna. Essa denominação se dá ao fato de o Romance ter se firmado logo depois do crescimento da industrialização no séc. XVIII, momento em que a epopéia era sufocada, e no qual o Romance ascendeu, substituindo-a. A obra que é considerada o primeiro romance por alguns é Dom Quixote de La Mancha de Miguel de Cervantes, escrita em 1600. Apesar de essa ter sido uma tentativa de Cervantes de Parodiar a novela de Cavalaria, a obra ficou tão conhecida que deu margem ao crescimento desse tipo de narrativa, que como já foi dito veio substituir o gênero em decadência: a epopéia.
Todo Romance se organiza a partir de uma trama, ou seja, em torno dos acontecimentos que são organizados em uma seqüência temporal. A linguagem utilizada em um Romance é muito variável, vai depender de quem escreve, de uma boa diferenciação entre linguagem escrita e linguagem oral e principalmente do tipo de Romance.
Romance Regionalista: Aborda questões sociais a respeito de determinadas regiões do Brasil, destacando características de cada região, linguajar típico da região muitas vezes é utilizado no Romance e as personagens são pessoas que vivem longe das cidades.
http://romanceregionalistaparajovens.blogspot.com.br/
Introdução
O romantismo regionalista surgiu durante o século XIX, inicialmente nas obras de José de Alencar, Bernardo Guimarães, Visconde de Taunay e Franklin Távora. A temática principal observada nesses textos é a vida rural da sociedade da época em determinadas regiões do Brasil, desde o extremo Sul, o interior fluminense, o planalto paulista e até o Nordeste.
Esse tipo de prosa tem como projeto a consolidação da identidade nacional através da representação das angústias, comportamentos, costumes e valores de uma sociedade rural totalmente oposta aos padrões da corte. Os territórios nacionais narrados nos romances regionalistas eram idealizados e retratados com um tom heróico, a fim de formar uma imagem grandiosa e valorizar os espaços brasileiros em relação aos moldes europeus, que ainda influenciam muito a região litoral.
Caracteristicas da Narrativa
Os autores dos romances regionalistas começaram as suas carreiras publicando suas obras primeiramente na forma de folhetins. Conforme o interesse do público crescia, eles juntavam os capítulos e os organizam em um livro, acrescentando a ele somente a sua origem.
A maior parte dos romances publicados em língua portuguesa tinha suas origens vindas de Portugal, mas os autores brasileiros contribuíram para a criação de obras com as suas próprias características.
Os romances regionalistas eram geralmente dedicados aos moradores de classe média dos centros urbanos, como o Rio de Janeiro. Alguns romances tinham trechos que ajudavam os leitores a compreender por que o brasileiro rural não tinha gosto para os romances românticos, já que viviam distantes das influências européias e não viam o conhecimento como algo precioso e necessário, mas como algo perigoso. Além disso, muitos deles associavam os livros a má influencia que estes poderiam ter sobre as moças de família.
Nos romances regionalistas, o território nacional era apresentado de forma idealizada. Os autores tentavam criar uma imagem grandiosa do Brasil através dos cenários que apareciam nesse tipo de narrativa. A partir das características geográficas brasileiras, conseguimos perceber a imensidão dos pampas gaúchos, os aspectos exóticos do interior de Minas Gerais e a natureza única do sertão nordestino.
Pinturas Regionalistas
Autores e obras Regionalistas
José de Alencar (1829-1877)
Nascido no Ceará, exerceu cargos políticos durante sua vida da qual passou grande parte na cidade do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Principais obras de Romance Regionalista:
O Sertanejo (1875)
O Gaúcho (1870)
Til (1872)
O Tronco de Ipê (1871)
Franklin Távora (1842-1888)
Cearense, atuou politicamente e cumpriu a função de transitor do romantismo para o realismo.
Principais obras de Romance Regionalista:
Um Casamento no Arrabalde (----)
O Cabeleira (1876)
O Matuto (1878)O Sacrifício (----)
Visconde de Taunay (1843-1899)
Membro da elite do Rio de Janeiro, foi defensor da abolição e exerceu cargos militares e políticos ao longo de sua vida.
Principais obras de Romance Regionalista:
Inocência (1872)
A Retirada da Laguna (1871)
Bernardo Guimarães (1825-1884)
Nascido em Minas Gerais, promoveu, ao longo de sua vida, críticas ao celibato e exerceu cargos jurídicos
Principais obras de Romance Regionalista:
O Ermitão de Muquém (1869)
O Garimpeiro (1872)
O Ceminarista (1872)
A Escrava Isaura (1875)
O Pão de Ouro (1879)
Características das obras e principais autores
José de Alencar
(Sul)
Nesse tipo de romance Alencar se destaca por apresentar heróis regionais ou históricos em suas obras, ele também critica a presença dos portugueses, mas reconhece o valor dessa cultura na formação do pais. Caracteriza-se por revelar um quadro muito próximo da realidade, com uma natureza muito exuberante e menor foco nas mulheres.“Quando os seres habitam as estepes americanas, sejam homem, animal ou planta, inspiram nelas uma alma pampa. Tem grandes virtudes essa alma. A coragem, a sobriedade, a rapidez são indígenas de savana.” - trecho de O Gaúcho
Franklin Távora
(Nordeste)
Grande defensor do regionalismo, acreditava na visão separatista das culturas brasileiras (norte e sul). Desse modo, dava importância à necessidade do conhecimento das diferentes regiões para escrever sobre elas. Por conta disso, criticava a produção de Alencar, que, segundo ele, abordava o Brasil como um todo e, portanto não era digno de imprimir um caráter nacional. A maioria de suas obras se passavam em Pernambuco durante o século XVIII e revelavam elementos desconhecidos sobre o norte.“Proclamo uma verdade irrecusável. Norte e sul são irmãos, mas são dois. Cada um há de ter uma literatura sua, porque o gênio de um não se confunde com o de outro.”
Visconde de Taunay
(Centro- oeste)
É reconhecido como o mais equilibrado dos românticos regionalistas pelo seu senso de observação e análise e grande conhecimento das terras brasileiras. Desse modo, não dá grande importância aos sentimentos, sendo o mais realista possível. Em suas obras se caracteriza pela presença do falar colonial, o que as torna naturais e populares. Por ser tradicional, dá muito valor à honra e outros valores europeus.“Quando o sertanejo vai ficando velho, quando sente os membros cansados e entorpecidos, os olhos já enevoados pela idade, os braços frouxos para manejar a machadinha que lhe da o substancial palmito ou o saboroso mel de abelhas, procura então quem o queira para esposa, alguma viúva ou parente chegada, forma casa e escola, e prepara os filhos e enteados para a vida aventureira e livre que tantos gozos lhe deram outrora.” - trecho de Inocência
Bernardo Guimarães
Tido atualmente como um autor clichê e criticado por sua falta de originalidade, deu início a esse tipo de romance. A partir da fórmula que criou (herói nobre + patife + heroína apaixonada = conflitos até um final feliz) ganhou muita popularidade e suas obras são caracterizadas pela sua simplicidade e graciosidade.“[...]nasceu a linda e infeliz Isaura. Todavia, como para indenizá-la de tamanha desventura, uma santa mulher, um anjo de bondade, curvou-se sobre o berço da pobre criança e veio ampará-la à sombra de suas asas caridosas.” - trecho de A escrava Isaura
Contexto Histórico
O Brasil na década de 30 passava por uma série de mudanças visando à urbanização, porém ao mesmo tempo em que São Paulo e Rio de Janeiro se expandiam e modernizavam e tinham seus costumes influenciados pela cultura européia já a sociedade rural mantinha traços arcaicos.
Essa também era a época em que romances eram publicados em folhetins, portanto os autores mostrariam esse lado mais rural brasileiro, afastado do centro imperial que preservava a cultura e costumes anteriores para o centro que estava se expandindo.
Folhetim:
Capítulos publicados, semanalmente, quinzenalmente ou mensalmente no jornal que juntos compõe um romance. Eram histórias de emoção onde autores usavam estratégias novelísticas para captar o interesse do leitor, como a habilidade de finalizar o capítulo em um momento de suspense. Os
Personagens normalmente são jovens estudantes e moças, assim como os seus leitores.
Postado por Magic Book às 11:03 Nenhum comentário: 
Obras
Por Romance Regionalista, entende-se a literatura que tem seu foco em determinada região do Brasil, visando descrevê-la de forma mais superficial ou mais profunda, a fim de deixar clara as diferenças entre os costumes das áreas urbanas e das áreas sertanistas. Vejamos exemplos de obras regionalistas para entendermos melhor suas características literais.
O Gaúcho foi publicado em 1870, e foi o primeiro livro no qual Alencar tentou retratar o Brasil focalizando apenas em ambientes brasileiros, afastados dos rumores da corte. Leia um trecho da obra:
Trecho de O gaúcho
Como pode-se perceber, o romance regionalista revela nesta obra o interesse e o exotismo por regiões mais afastadas do Brasil, unindo hábitos sociais da vida do homem do campo à beleza natural das terras brasileiras. Nesse momento literário, a mulher idealizada já não aparece mais, entrando em segundo plano com papéis submissos, dando espaço aos homens como figuras de destaque com toda a sua ignorância e rudeza necessárias para enfrentar os desafios da vida.
Inocência, única obra regionalista de Alfredo d'Escragnolle-Taunay, foi publicada em 1872, e retrata a natureza brasileira de forma bem realista, já que o autor conheceu os ambientes citados durante suas andanças como militar. Leia um trecho da obra:
Trecho de Inocência
Como pode-se ver, existe na obra uma combinação considerada rara na literatura brasileira, pois ao mesmo tempo que Taunay conta uma história de amor com final trágico, a partir de um triângulo amoroso, ele descreve também o modo de falar e de viver no sertão brasileiro. A hospitalidade que o sertanejo dá aos viajantes que pedem pousada, a preservação de honra que precisa assegurar a família, o casamento como acordo entre famílias, o analfabetismo, o comportamento vingativo, a crendice e os juramentos à santos são exemplos de comportamentos sertanistas
Postado por Magic Book às 11:01 Nenhum comentário: 
Principais Autores
José de Alencar escreveu “O Gaúcho” que se passa no Rio Grande do Sul, “O Sertanejo” que se passa no Ceará, “O Tronco de Ipê” que se passa no Rio de Janeiro, “Til” que se passa no Oeste de São Paulo.
Alfredo d’Escaragnolle Taunay escreveu “Inocência” que se passa na fronteira do Mato Grosso do Sul com o Estado de São Paulo e “A Retirada da Laguna” que se passa na fronteira do Mato Grosso do Sul com o Paraná.
Bernardo Guimarães escreveu “A Escrava Isaura” que se passa no Rio de Janeiro, “O Garimpeiro” que se passa em Minas Gerais, “O Emitão de Muquém”, “O Seminarista” e “A Filha do Fazendeiro” todas estas se passam em Goiás. Também escreveu “O Pão de Ouro” que tem cenário regional a Amazônia.
Franklin Távora escreveu “A Cabeleireira” e “O Matuto” que se passam na Paraíba e “O Sacrifício” e “Um Casamento no Arrabalde” que se passam em Pernambuco.
Postado por Magic Book às 10:57 Nenhum comentário: 
Projeto Literário
A partir do século XIX no Brasil começam a surgir regiões com características distintas. Rio de Janeiro e São Paulo, por exemplo, já começavam a se industrializar enquanto outras cidades mais rurais continuavam com valores mais arcaicos. O desenvolvimento não foi o mesmo e nem ao mesmo tempo para as diferentes regiões do Brasil. Essa diferença nas características dos espaços começou a surgir na literatura recebendo o nome de romance regionalista. 
O nacionalismo que é uma das características fundamentais do romantismo também está presente no romance regional. Além de mostrar a história do país para construir a identidade nacional como nos romances indianistas, de consolidar a identidade nacional, divulgando valores morais e representando costumes de uma classe social específicacomo nos romances urbanos, o nacionalismo também irá aparecer nos romances regionalistas mostrando o Brasil do sertão, o Brasil mais desconhecido para o centro do país. Esse Brasil desconhecido vai desde o nordeste do país ao retratar os sertanejos até o sul do país para retratar os vaqueiros. A sociedade dessas regiões tem valores, costumes, uma cultura bem diferente da população do centro do país e principalmente da vida na corte. Nas regiões descritas no romance regionalista, há uma cultura mais arcaica que preserva antigos costumes e não está se modernizando e industrializando como em São Paulo ou no Rio de Janeiro. As principais obras de romance regionalista falam do Rio Grande do Sul, do Paraná, do oeste paulista, de Minas Gerais, do Ceará, de Paraíba, de Pernambuco e de Amazônia, regiões que não estão presentes a vida na corte e em muitos casos a modernização e a industrialização também estão ausentes.
Maria Luiza M. Abaurre e Marcela Pontara, autoras do livro “Literatura Brasileira – tempos, leitores e leituras” assim definem o projeto literário do romance regionalista: “Revelar o Brasil para os brasileiros.” Mostrar o Brasil desconhecido para as pessoas do centro do país, que era o local de publicação dos folhetins e dos livros, veículos dos textos de romance na época. Nos textos de romance regionalista é possível identificar uma descrição do espaço, os costumes, os moradores, o movimento, as construções, a natureza das regiões mais desconhecidas das pessoas que moravam na capital. É o que nos mostra o texto de Visconde de Taunay, “A vila de Sant´Ana”, por exemplo.
“De longe é sumamente pitoresco o primeiro aspecto da povoação.
Ponto terminal do sertão de Mato Grosso, assenta no abaulado dorso de um outeirozinho. O que lhe dá, porém, encanto particular para quem a vê de fora, é o extenso laranjal, coroado anualmente de milhares de áureos pomos, em cuja folhagem verde-escura se encravam as casas e ressalta a cruz da modesta igreja matriz.
Transpondo límpido regato e vencida pedregosa ladeira com casinholas de sapé à direita e à esquerda, chega-se à rua principal, que tem por mais grandioso edifício espaçosa casa de sobrado, de construção antiquada. Ornamenta-a uma varanda de ferro e um telhado que se adianta para a rua, como a querer abrigá-la em sua totalidade dos ardores do sol.
É aí que mora o Major Martinho de Melo Taques, baixote, rechonchudo, corado.
Na sua loja de fazendas, ao rés-do-chão, reúne-se a melhor gente da localidade, para ouvi-lo dissertar sobre política, ou narrar a guerra dos farrapos no Rio Grande do Sul e a vida que se leva na corte do Rio de Janeiro, onde estivera pelos anos de 1838 a 1839.
De vez em quando, naquela silenciosa rua em que tão bem se estampa o tipo melancólico de uma povoação acanhada e em decadência, aparece uma ou outra tropa carregada, que levanta nuvens de pó vermelho e atrai às janelas rostos macilentos de mulheres, ou a porta crianças pálidas das febres do Rio Paranaíba e barrigudas de comerem terra.
Também aos domingos, à hora da missa, por ali cruzam mulheres velhas, embrulhadas em mantilhas, acompanhando outras mais mocinhas, que trajam capote comprido até aos pés e usam daqueles pentes andaluzes, de moda em tempos que já vão longe.”
A partir do texto é possível perceber a descrição do interior do Brasil para os leitores dos principais centros urbanos. Também em alguns romances regionais é possível perceber essa diferença no modo de vida das sociedades, como a parte rural do país continuava a ter um modo de vida colonial.
O principal público leitor desses romances, como já foi mencionado, eram moradores dos principais centros urbanos do país. Eram estes pertencentes a classe média e eram também os leitores dos outros tipos de romance que existiam na época. Nos próprios textos de romance regional é possível perceber que os moradores do interior do país não eram leitores dos romances porque possuíam uma vida distante das influencias que a Europa trazia para alguns lugares do país e, portanto não tinha o interesse, não se ocupavam em adquirir conhecimento. Como já havia um público leitor de romances, muitos autores utilizaram desse contexto, aproveitaram o sucesso que romances românticos faziam para escrever sobre outras regiões a fim de apresentá-las ao leitor.
Porém, muitas dessas descrições de regiões do interior do Brasil eram descritas com uma olhar romântico e nem sempre seguiam fielmente a verdade. Muitos autores reafirmavam uma idealização de um país grandioso dando características dos aspectos geográficos de uma região que impressionavam o leitor. Como vastidão de campos, natureza exótica e característica de cada lugar. Que realmente existiam no país, mas eram realçados pelo autor a fim de fazer uma descrição mais grandiosa dos cenários por onde seus personagens iriam percorrer
Romance Regionalista
O Romance Regionalista é uma escola literária que surgiu em meados do século XIX no Brasil, os principais autores dos Romances regionalistas eram José de Alencar com O gaúcho (1870), O tronco do Ipê (1871), Til (1872) e O sertanejo (1876), Bernardo Guimarães com O Ermitão de Muquém (escrito em 1858 e publicado em 69), Visconde de Tunay com Inocência (1872) e Franklin Távora com O Cabeleira (1876).
As obras nacionalistas dos Romances Regionalistas buscavam retratar regiões do Brasil afastadas da capital, como o sertão nordestino e os Pampas gaúchos, descrevendo as paisagens e os costumes da população local.
Diferentemente de outros tipos de Romance, nos Romances Regionalistas o homem recebe destaque enquanto a mulher tem papel secundário, o gaúcho, o sertanejo. Os personagens são retratados de forma genérica, como retrato do povo que pertence.
Os Romances regionais eram publicados primeiramente em folhetins nos jornais e se fizessem sucesso eram organizados em um livro. Podemos observar que tanto nos Romances Indianistas quanto nos Romances Regionais a natureza tem grande importância e relação com os personagens do romance.
José de Alencar: Nascido no Ceára em 1829, filho de um importante senador, José de Alencar é considerado um dos precursores e um dos maiores escritores do Romantismo brasileiro. Escreveu romances indianistas como O Guarani, urbanos como Senhora e regionalistas. Em O Sertanejo Alencar retrata de forma pouco específica um morador do sertão brasileiro, suas dificuldades e seus sentimentos causados pela fome e miséria do sertão representam todos os sertanejos. E O Gaúcho, o escritor nos mostra as perdas causadas pelas guerras.
Bernardo Guimarães: Bernardo Joaquim da Silva Guimarães nasceu em Ouro Preto em 1825, ficou famoso por escrever Escrava Isaura. Seu Romance Regionalista foi o primeiro brasileiro, O Ermitão de Muquém em 1858, que se passava no sertão goiano na segunda metade do século XVIII, na obra se encontra presença indianista e o retrato das paisagens e costumes do sertão do Brasil Central.
Visconde de Taunay: Alfredo Maria Adriano d'Escragnolle Taunay nasceu no Rio de Janeiro em 1843, sua obra regionalista foi Inocência que retratava minussiosamente a paisagem, a fauna e flora, do cenário mato-grossense e também os costumes e valores da população da região centro-oeste brasileira.
Franklin Távora: João Franklin da Silveira Távora nasceu no Rio de Janeiro em 1842, foi o primeiro autor a retratar o cangaço com seu romance regionalista O Cabeleira que conta a história de um cangaceiro do sertão nordestino.
Bibliografia:
Literatura Brasileira capítulo 18
uol/literatura.com.br
wikipedia.com

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