Buscar

Princípios Constitucionais do Processo Penal

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 68 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 68 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 68 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com 
Príncipios Constitucionais 
"Todos os direitos e garantias aplicados ao processo, implícitos na 
constituição, ou nela expressos". Princípio é considerar algo do começo, ou 
compreender o que vem primeiro. 
 
1. Princípio do devido processo legal (art. 5°, LIV, CF) 
 
“Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido 
processo legal”. Constitui, basicamente, a garantia de que o conteúdo da 
jurisdicionalidade é a legalidade, obediência ao que está previamente 
estabelecido em lei. É uma garantia na medida em que protege o 
particular contra qualquer atividade Estatal que, sendo arbitrária, 
desproporcional ou não razoável, constitua violação a qualquer direito 
fundamental. 
 
2. Princípios do Contraditório e da Ampla Defesa (art. 5°, LV, CF) 
 
Contraditório (audiência bilateral) = significa que cada ato praticado 
durante o processo seja resultante da participação ativa das partes. 
Relevante é que o juiz, antes de proferir a decisão, ouça as partes, dando-
lhes igual oportunidade para que se manifestem. Comunicação 
obrigatória (as partes devem ser comunicadas do que acontece no 
processo) + reação possível (se a parte quiser se manifestar); 
 
Ampla defesa = É o direito das partes de oferecer argumentos em seu 
favor e de demonstrá-los, nos limites em que isso seja possível. A defesa 
pode ser exercida por meio de defesa técnica e também de auto defesa. 
Defesa técnica: indisponível e irrenunciável. Autodefesa (direito de 
audiência, de presença e de postulação): disponível. A lei 11.900/09 criou 
o interrogatório por videoconferência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com 
3. Princípio da presunção de inocência (art. 5°, LVII, CF) 
 
O réu não será considerado culpado até o transito em julgado da sentença 
penal condenatória. Reconhece um estado transitório de não 
culpabilidade, na medida em que referido status processual permanece 
enquanto não houver o trânsito em julgado de uma sentença 
condenatória. 
 
Consequências: 
 
a) A prisão processual é excepcional; 
b) Uso de algemas é excepcional (Súmula Vinculante STF n. 11) ; 
c) Processos e inquéritos em andamento não configuram maus 
antecedentes. 
 
4. Princípio acusatório 
 
Partes com papeis de defesa e acusação bem contornados, juiz imparcial e 
até mesmo inerte. O anverso do sistema inquisitivo no qual um só órgão 
acumula as funções de acusar e julgar. 
 
5. Princípio da verdade real 
 
 Toda a atividade processual, em especial a produção de provas, deve 
conduzir ao descobrimento dos fatos conforme se passarem na realidade. 
O conjunto instrutório deve refletir, no maior grau de fidelidade possível, 
os acontecimentos pertinentes ao fato investigado. 
 
6. Princípios da igualdade das partes ou da paridade processual 
 
 A igualdade processual é um desdobramento do princípio da isonomia 
ou da igualdade (art. 5º, caput, CF). No processo penal, às partes devem 
ser asseguradas as mesmas oportunidades de alegação e de prova, 
cabendo-lhes iguais direitos, ônus, obrigações e faculdades. 
 
 
 
 
Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com 
7. Princípio da Publicidade (art. 5º, LX, da CF) 
 
 Os atos processuais devem ser públicos, constituindo-se uma garantia 
inseparável do conceito de democracia, na medida em que se exigem 
transparência nos assuntos públicos. Publicidade mediata: resultante da 
divulgação de tais atos pelos meios de comunicação; 
Publicidade imediata: as partes estão presentes e têm contato direto com 
os atos processuais. 
 
8. Princípio da persuasão racional ou do livre convencimento motivado 
(art. 155, CPP) 
 
 O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida 
em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão 
exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, 
ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. 
 
9. Princípio da motivação dos atos judiciais (art. 93, IX, CPP; art. 381, III, 
CPP) 
 
 Se por uma lado o juiz é livre para formar seu convencimento acerca 
da prova, é imperativo que exponha, motivando as decisões que proferir, 
os elementos de prova que fundamentam suas decisões e as razões pelas 
quais esses elementos serão considerados determinantes. A motivação 
inclui ainda, a fundamentação legal da dcisão. 
 
10. Princípio da economia processual (art. 563, CPP) 
 
 Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo 
para a acusação ou para a defesa. Esse princípio consubstancia-se no 
aproveitamento dos atis judiciais praticados, ainda que tenham sido 
conduzidos de maneira diversa daquela prescrita em lei. O princípio tem 
por finalidade evitar a repetição desnecessária de atos processuais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com 
11. Princípio do duplo grau de jurisdição 
 
 Princípio segundo o qual as decisões podem ser revidas por órgãos 
jurisdicionais de grau superior, por meio da interposição de recursos. 
Abrange tanto as questões de fato quanto de direito, alcançando as 
sentenças e decisões interlocutórias. 
 
12. Princípio da boa-fé processual 
 
 Princípio geral do direito, decorre do “princípio do devido processo 
legal”, indo em busca de um processo justo. 
 
13. Princípio da identidade física do Juiz 
 Inserido pela lei nº 11.719/2008 no processo penal. Estabelece que o 
magistrado que presidir a instrução obrigatoriamente prolatará a 
sentença. Esse princípio deve ser estendido em todos os tipos de 
procedimentos, inclusive nos especiais, não se registringindo ao 
procedimento comum ordinário. 
 
 
 
 
 
 
 
Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com 
QUESTÃO 1 
Matheus foi denunciado pela prática dos crimes de tráfico de drogas (Art. 33, 
caput, da Lei nº 11.343/2006) e associação para o tráfico (Art. 35, caput, da Lei 
nº 11.343/2006), em concurso material. Quando da realização da audiência de 
instrução e julgamento, o advogado de defesa pleiteou que o réu fosse 
interrogado após a oitiva das testemunhas de acusação e de defesa, como 
determina o Código de Processo Penal (Art. 400 do CPP, com redação dada pela 
Lei nº 11.719/2008), o que seria mais benéfico à defesa. O juiz singular indeferiu 
a inversão do interrogatório, sob a alegação de que a norma aplicável à espécie 
seria a Lei nº 11.343/2006, a qual prevê, em seu Art. 57, que o réu deverá ser 
ouvido no início da instrução. Nesse caso, 
 
A) o juiz não agiu corretamente, pois o interrogatório do acusado, de acordo 
com o Código de Processo Penal, é o último ato a ser realizado. 
B) o juiz agiu corretamente, eis que o interrogatório, em razão do princípio da 
especialidade, deve ser o primeiro ato da instrução nas ações penais instauradas 
para a persecução dos crimes previstos na Lei de Drogas. 
C) o juiz não agiu corretamente, pois é cabível a inversão do interrogatório, 
devendo ser automaticamente reconhecida a nulidade em razão da adoção de 
procedimento incorreto. 
D) o juiz agiu corretamente, já que, independentemente do procedimento 
adotado, não há uma ordem a ser seguida em relação ao momento da 
realização do interrogatório do acusado. 
 
Comentário: O princípio da especialidade revela que a norma especial afasta a 
incidência da norma geral. Lex specialis derogat legi generali. A norma se diz 
especial quando contiver os elementos de outra (geral) e acrescentar 
pormenores. Alternativa correta: B 
 
 
 
 
Questões Comentadas 
dos Últimos Exames 
Licenciado para Jacqueline MontAlvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com 
Aplicação da Lei Penal 
 Interpretação extensiva, pressupõe existência de norma. É princípio 
geral do direito que as normas jurídicas limitam-se no tempo e no espaço, 
isto é, aplicam-se em um determinado território e em um determinado 
lapso de tempo. 
 
Aplicação analógica: processo de integração da norma jurídica escrita 
por meio do qual diante do silêncio d lei sobre determinada situação, se 
utiliza outro preceito legal que rege situação semelhante. Utiliza-se como 
suplemento os princípios gerais do direito (admissibilidade das provas 
ilícitas pro reo, impossibilidade de coagir o réu a produzir prova contra si 
mesmo). 
 
Tem aplicação diferente da lei penal no tempo. A Lei Penal não 
retroage, salvo para beneficiar o réu. Para a lei processual vale o princípio 
do efeito imediato (tempus regit actum). A nova lei processual será 
aplicada a todos os processos em curso, não importando se beneficia ou 
não o réu. Ademais, os atos processuais já praticados permanecerão 
válidos. (art. 2° CPP). Segundo o art. 3° do CPP a lei processual admite 
analogia; interpretação extensiva; aplicação dos princípios gerais do 
direito. 
 
 
 
 
 
 
Prazo Penal Prazo Processo Penal 
Conta o dia do começo Começa a contar no próximo dia útil (a partir 
da intimação ou citação, e não da juntada do 
mandado) 
Improrrogável É prorrogável para o próximo dia útil 
Contagem de Prazo 
Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com 
Inquérito Policial 
Não é processo judicial, nem administrativo. É procedimento 
administrativo de cunho investigatório, presidido pela autoridade policial 
(delegado da polícia civil ou federal), destinado a produzir prova idônea e 
embasar a opinio delicti do titular da ação penal. O inquérito policial consiste 
em todas as diligências necessárias para o descobrimento do fato criminoso, 
de suas circunstâncias e dos seus autores e cúmplices. É presidido pela 
autoridade policial. Destinado ao titular da ação penal: MP, nos casos de ação 
penal pública; ou o titular do direito de queixa, nos casos de ação privada 
(ofendido, rep. legal, curador especial, parente). 
- Os processos têm relação jurídica, processo e contraditório; já o 
procedimento não tem contraditório. O investigado tem o direito de se fazer 
acompanhar pelo advogado, mas esta não participa de maneira incisiva, 
apenas acompanha e orienta o cliente. 
- O MP pode investigar, mas não presidir inquérito. A investigação do MP é 
diferente. 
- Na delegacia se presta a notitia criminis, a queixa é a petição inicial da ação 
penal privada. 
 
Características: 
 
a) Escrito (art. 9° CPP); é possível produzir prova oral, mas esta deverá ser 
reduzida a termo (escrita), por determinação legal. É uma peça informativa. 
b) Oficioso – iniciado de ofício pela autoridade policial (nas ações penais 
públicas incondicionadas). Não se aplica às ações públicas condicionadas, 
nem às ações penais privadas. A ação penal pública condicionada carece de 
representação, e ação penal privada, de requerimento do ofendido; 
 
 
 
 
 
 
Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com 
c) Indisponível – só será arquivado com autorização judicial, depois de 
manifestação do MP; mas ele poderá se recusar a abrir o inquérito, só não 
poderá encerrá-lo depois de instaurado. Da decisão do delegado que se 
recusa a instalar o inquérito cabe recurso administrativo para o "chefe de 
polícia" (secretário de segurança pública). 
d) Dispensável – no caso de o titular da ação penal ser possuidor de 
elementos de convicção suficientes para evidenciar a viabilidade da 
acusação. Também dispensável no JECrim; 
e) Discricionário: à autoridade policial, não é permitido arquivar o 
inquérito policial. O delegado é quem decide que prova vai produzir. 
Exceções (obrigatoriedade de produzir a prova): quando houver 
requisições do MP ou do juiz; crimes que deixam vestígio (não transeunte). 
# desaparecendo os vestígios do crime, o exame de corpo de delito, pode 
ser substituído por outras provas. Para a doutrina esta substituição das 
provas é um exame de corpo de delito indireto. 
f) Inquisitivo unilateral. Como não PE processo não é exigido contraditório 
e ampla defesa, ex. a presença do advogado no inquérito policial não é 
obrigatória. 
 
g) Sigiloso (art. 20 CPP). O inquérito policial não é sigiloso para algumas 
pessoas: 
- O próprio investigado; 
- Juiz; 
- Promotor de Justiça (art. 129 CF); 
- Advogado (art. 7° do Estatuto da OAB), que tem sempre acesso aos autos 
e acesso ao preso. Súmula vinculante n.14 – o advogado tem sempre 
acesso aos autos da investigação. Contra ato ou decisão que desrespeita 
Súmula Vinculante, cabe reclamação para o STF. (art. 103-A, § 3° da CF). Se 
tiver em segredo de justiça, somente o advogado do acusado tem acesso, 
outros advogados não têm acesso. Se a prova ainda está sendo produzida, 
é possível negar acesso a todos. Súmula Vinculante 14, STF. 
h) Autoritário: o inquérito é presidido por autoridade pública. 
 
 
Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com 
Indiciado maior de 18 e menor de 21 anos deve ter um curador. A 
falta de nomeação de um curador constitui mera irregularidade no 
inquérito policial, mas é ilegalidade que enseja relaxamento da prisão em 
flagrante. A capacidade civil nada tem a ver com a menoridade penal. 
 
Existem inquéritos extrapoliciais: instaurado para apurar crime 
cometido por magistrado e por membro do MP. Outro bom exemplo é a 
CPI (comissão parlamentar de inquérito. Sobre a CPI: 
* Só pode decretar uma prisão: prisão em flagrante (prisão que pode ser 
decretada por qualquer indivíduo); 
 
* Pode decretar a quebra do sigilo bancário e fiscal (dos dados); 
* Não pode decretar a interceptação telefônica (grampo) – só juiz pode. 
* Investiga fato certo e por prazo determinado; 
* Quórum para instauração da CPI: 1/3 de parlamentares de qualquer 
casa; 
* Poder instrutório de juiz (pode produzir prova com um juiz); pode 
intimar testemunhas e requisitar documentos. Encerrada a CPI – o 
relatório é enviado ao MP. 
 
É possível a investigação criminal direta pelo membro do MP. 
Havendo justa causa para proposição da ação penal é dispensável o 
inquérito policial. A participação de membro do MP na fase investigatória 
não acarreta seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da 
denúncia (Súmula 234 STJ). 
 
A participação de membro do Ministério Público na fase investigatória 
criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição para o 
oferecimento da denúncia. Quando o interesse social ou a conveniência da 
investigação exigir é possível manter o indiciado em regime de 
incomunicabilidade, situação esta que não se estende ao MP, ao juiz e ao 
advogado. Inquérito policial militar, inquérito da polícia legislativa. 
 
 
 
 
 
 
Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com 
Início do Inquérito policial: 
 
 Primeiramente, o inquérito policial se inicia por meio da notitia criminis 
(notícia do crime), que é o conhecimento pela autoridade policial da 
ocorrência de um fato possivelmente criminoso. São 4 tipos de notitia 
criminis: 
1 - Direta: quando autoridade policial toma diretamente ciência do fato, 
em razão de sua atividade funcional; 
2 - Indireta: é quando o fato é relatado à autoridade policial por iniciativa 
de terceiros. Esse relato poderá ser feito à autoridade por qualquer meio; 
3 - Coercitiva: ocorre nos casos de prisão em flagrante, apresentando-se o 
autor do crume à autoridade policial. Pode ocorrer nos casos de ação 
pública condicionada ou incondicionada e nos casos de ação privada; 
4 - Delatio criminis:a autoridade policial agirá por ter sido noticiada por 
qualquer do povo para providências e solicitação de punição do 
responsável. 
 
a) Crimes de ação penal pública incondicionada: de ofício pelo 
delegado (por uma portaria); mediante requisição (ordem) do MP ou do 
Juiz; por requerimento do ofendido ou de seu representante; por auto de 
prisão em flagrante; 
b) Crimes de ação pública condicionada: mediante representação do 
ofendido ou mediante requisição do Ministro da Justiça (raramente 
ocorre). 
c) Crimes de ação privada: mediante requerimento do ofendido. 
 
* Hipótese geral: pode começar mediante auto de prisão em flagrante. 
 
Diligências da autoridade policial 
I- dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e 
conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; 
 
 
 
 
 
Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com 
II - apreender objetos que tiverem relação com o fato, após liberados os 
peritos criminais; 
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e 
suas circunstâncias; 
IV - ouvir o ofendido; 
V - ouvir o indiciado; 
VI - proceder ao reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações; 
VII - determinar, se for o caso, que se proceda a exame de corpo de delito 
e a quaisquer outras perícias 
VIII - ordenar identificaçaõ do indiciado pelo processo datiloscópio, se 
possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes; 
IX - averiguar a vida progressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, 
familiar e social, sua condição econômica, entre outros. 
 
Prazos para o encerramento do inquérito policial 
 
a) Normal: 10 dias sem prorrogação para réu preso (conta-se o dia do 
início); 30 dias prorrogáveis por mais 30 em caso de réu solto (não inclui o 
dia do início); 
b) Lei de Drogas: 30 dias para réu preso e 90 dias para réu solto, ambos 
prorrogáveis (uma vez por igual período); 
c) Justiça Comum federal: 15 dias prorrogados por mais 15, mesmo para 
réu preso; 
d) Crimes contra a economia popular: 10 dias estando o réu preso ou 
solto; 
e) Militar: 20 dias para réu preso e 40 dias para réu solto. 
Excesso de prazo para encerramento do inquérito 
* Quem prorroga o prazo do inquérito policial é o juiz. 
 
Encerramento do IP 
 
- Ao fim do inquérito policial, é feito um relatório, a história útil do 
procedimento. O relatório é encaminhado para o juiz. 
- Se o crime for de ação penal pública ele encaminha o inquérito ao MP; se 
for de ação penal privada, ele deixa em cartório aguardando a 
manifestação do ofendido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com 
 Se o MP já tem provas da materialidade, propõe a ação penal, oferece a 
denúncia. Caso não haja provas suficientes, o MP pode requerer ao juiz 
que requisite diligências (reabrir o inquérito, o juiz não pode negar). O MP 
também pode pedir o arquivamento (o juiz pode não arquivar) o prazo 
para pedir o arquivamento é de 5 dias, se o réu estiver preso e 15 dias se 
estiver solto. 
* Súmula 524 do STF: esta súmula não se aplica quando o arquivamento se 
dá pela atipicidade do fato, caso em que a decisão gera coisa julgada 
material. 
- A autoridade policial não tem competência para determinar o 
arquivamento do inquérito policial, a legitimidade é do MP, titular da ação 
penal, o pedido é dirigido ao juiz que poderá acatá-lo. Se não acatar, o juiz 
remete os autos de inquérito ou peças informativas ao procurador-geral, 
que poderá oferecer a denúncia, designar outro membro do MP para 
oferecê-la ou insistir no arquivamento. 
- Arquivado o inquérito por despacho do juiz a requerimento do MP, não 
pode a ação penal ser iniciada sem novas provas. 
- Se o juiz não concorda com o arquivamento ele envia o inquérito para o 
Procurador Geral de Justiça (chefe do MP Estadual). Se for na Justiça 
Federal ele envia o inquérito para a Câmara de Coordenação e Revisão 
Criminal do MPF (LC 75/93). Eles podem concordar com o promotor e 
insistir no arquivamento (o juiz fica obrigado a arquivar) ou ele mesmo 
oferece a denuncia ou designa outro membro do MP para oferecer a 
denuncia (não pode designar o mesmo membro do MP que pediu o 
arquivamento – o membro do MP que for designado não pode se recusar a 
oferecer a denúncia). 
 
a) Crimes de ação penal pública: o MP pode oferecer denúncia; requerer 
novas diligências; ou requerer o arquivamento dos autos do IP. 
Atenção: em geral a decisão judicial de arquivamento é irrecorrível, mas 
em casos de crimes contra a economia popular a decisão se sujeita ao 
reexame necessário (recurso de ofício); e no caso de contravenções penais 
a decisão pode ser impugnada através de recurso em sentido estrito, a ser 
interposto por qualquer do povo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com 
b) Crimes de ação penal privada: os autos do inquérito são enviados ao 
juízo competente, aguardando a iniciativa dos legitimados para o 
ajuizamento da queixa, no prazo decadencial de 6 meses; ou ainda podem 
ser os autos entregues ao titular de direito da queixa, mediante traslado, 
se assim o requerer. 
c) Trancamento do IP: é a sua extinção anormal, o juiz ou Tribunal podem 
determinar a paralisação das investigações de inquéritos indevidamente 
instaurados (atipicidade ou extinta punibilidade). 
 
O MP propõe o arquivamento ao juiz, se o juiz concorda esta arquivado, 
mas se descorda aplica-se o art. 28 CPP. Art. 28. Se o órgão do Ministério 
Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do 
inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de 
considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito 
ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, 
designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no 
pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a 
atender. Qual o recurso cabível da decisão que determina o arquivamento 
do inquérito? Não cabe recurso. 
 
Desarquivamento de IP 
 
a) Pode: se houver prova nova (substancialmente nova), Art. 18 e súmula 
524 do STF. 
b) Exceção: não pode desarquivar se o fundamento for atipicidade da 
conduta. 
 
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade 
judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá 
proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia. 
 
Vícios do inquérito policial 
Os vícios do inquérito não comprometem a ação penal ajuizada em 
decorrência dele. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com 
Valor probatório no inquérito: 
 
Relativo, a prova que foi produzida no inquérito deve ser reproduzida na 
ação penal. No caso da prova produzida do inquérito não ser confirmada 
em juízo: 
a) Havendo outras provas, poderá ser utilizada para a condenação 
b) Se for prova única, em regra não poderá ser utilizada para a 
condenação, mas poderá ser assim utilizada caso seja uma prova cautelar 
(marcada pelo periculum in mora), antecipada (relevante e urgente) ou 
irrepetível. O contraditório para essas provas é diferido ou prorrogado. 
 
* A prova antecipada é colhida pelo juiz e permite o contraditório, de certa 
forma tem o periculum in mora. Ex. uma testemunha em estado terminal. 
 
Incomunicabilidade do Indiciado 
 
Art. 21, CPP - possibilidade de que seja decretada a incomunicabilidade do 
investigado. Doutrina amplamente majoritária entende inconstitucional 
este dispositivo. Ainda que possível decretar a incomunicabilidade ela 
nunca seria aplicável com relação ao advogado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Licenciadopara Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com 
 QUESTÃO 2 
No dia 01/04/2014, Natália recebeu cinco facadas em seu abdômen, golpes 
estes que foram a causa eficiente de sua morte. Para investigar a autoria do 
delito, foi instaurado inquérito policial e foram realizadas diversas diligências, 
dentre as quais se destacam a oitiva dos familiares e amigos da vítima e exame 
pericial no local. Mesmo após todas essas medidas, não foi possível obter 
indícios suficientes de autoria, razão pela qual o inquérito policial foi arquivado 
pela autoridade judiciária por falta de justa causa, em 06/10/2014, após 
manifestação nesse sentido da autoridade policial e do Ministério Público. 
Ocorre que, em 05/01/2015, a mãe de Natália encontrou, entre os bens da 
filha que ainda guardava, uma carta escrita por Bruno, ex-namorado de 
Natália, em 30/03/2014, em que ele afirmava que ela teria 24 horas para 
retomar o relacionamento amoroso ou deveria arcar com as consequências. A 
referida carta foi encaminhada para a autoridade policial. Nesse caso, 
 
A) nada poderá ser feito, pois o arquivamento do inquérito policial fez coisa 
julgada material. 
B) a carta escrita por Bruno pode ser considerada prova nova e justificar o 
desarquivamento do inquérito pela autoridade competente. 
C) nada poderá ser feito, pois a carta escrita antes do arquivamento não pode 
ser considerada prova nova. 
D) pela falta de justa causa, o arquivamento poderia ter sido determinado 
diretamente pela autoridade policial, independentemente de manifestação do 
Ministério Público ou do juiz. 
 
Comentário: Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela 
autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial 
poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia. 
Alternativa correta: B 
 
 
 
 
 
 
Questões Comentadas 
dos Últimos Exames 
Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com 
RDD (Regime Disciplinar Diferenciado) – art. 52, LEP. – punição disciplinar 
imposta ao preso (tanto condenado como provisório), decretado pelo juiz de 
execução penal, por um prazo máximo de 360 dias, que pode ser prorrogado 
durante nova falta grave, por no máximo 1/6 da pena. 
 
Quando cabe o RDD: 
a) Crime doloso dentro do presídio; 
b) "Preso perigoso", que coloque em risco a sociedade ou presídio, mesmo 
preso; 
c) Envolvimento com crime organizado. 
 
Características: 
a) Celas individuais; 
b) Duas visitas semanais (fora as crianças); 
c) Duas horas por dia de "banho de sol" (para sair da cela). 
 
Ação Penal 
 
 Uma vez que o Ministério Público, ou o particular nos casos de ação privada, 
reúna elementos de prova que lhe convençam da prática de certa conduta 
criminosa, é necessário que se prossiga com persecução penal, ajuizando assim 
uma ação penal. 
 O direito de ação constitui direito, ou poder, que tem o acusador de, 
dirigindo um pedido ao Poder Judiciário, provocar sua manifestação sobre seu 
pedido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
RDD (Regime Disciplinar 
Diferenciado) 
A incomunicabilidade do art. 21 do CPP não foi recepcionada pela CF/88. 
Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com 
Características da ação penal: 
a) caráter público: é um direito público, é exercido em face do Estado e 
contém uma pretensão de elevada relevância social (uma pretensão 
punitiva); 
b) constitui direito subjetivo: o direito de ação, é uma faculdade de agir (no 
caso de ação penal pública é dever). Seu objetivo é obter tutela a 
determinado interesse. 
c) é direito autônomo: sua existência e a possibilidade de que seja exercido 
independem de qualquer relação jurídica material. 
d) é direito abstrato: qualquer pessoa que tenha a capacidade de agir poderá 
exercer o direito de ação, ainda que nenhuma violação a direito tenha 
ocorrido. 
 
Condições Gerais da Ação Penal: 
a) Legimatio “ad causam” – é a legitimação para agir, pertinência subjetiva 
para a ação, em tese as partes ocupam corretamente os pólos do processo. 
EX: o MP promove a ação penal privada, ou o réu era menor de 18 anos ao 
tempo do crime (neste caso tem como consequência a nulidade do 
processo, como disposto no art. 564, II do CPP); 
b) Interesse (processual) de agir: é a circunstância de que a pretensão do 
autor não pode ser satisfeita por outro meio senão pelo pronunciamento 
jurisdicional. 
c) Possibilidade jurídica do pedido – expressa-se na circunstância de que a 
conduta imputada na peça de acusação pelo autor da ação penal seja atípica, 
ilícita e culpável. Ligada ao princípio da reserva legal, deve haver fato típico; 
d) Justa causa – significa a existência de suporte probatório mínimo para o 
oferecimento da denúncia: indícios de autoria e prova da existência da 
infração penal. Tem consequência a rejeição da denúncia art. 395 ou 
trancamento da ação penal. 
 
Condições específicas da Ação Penal: 
a) Representação do ofendido; 
b) Requisição do Ministro da Justiça; 
c) Ingresso do agente em território nacional, em crimes praticados fora do 
território nacional. 
Obs.: a ausência de tipicidade e a extinção da punibilidade são matéria de 
absolvição sumária, e não de rejeição liminar da denúncia ou queixa. 
 
 
 
Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com 
Denúncia e queixa-crime 
 A ação penal é provida por meio do oferecimento de uma petição inicial, 
que dá início ao Processo Penal. Quando é o MP que apresenta a peça 
acusatória, esta recebe o nome de denúncia. Quando couber ao ofendido ou 
seu representante legal dar início à ação penal, deverão fazê-lo por meio de 
queixa-crime, que é o nome da peça acusatória nas ações penais privadas. A 
peça acusatória deve conter a exposição do fato criminoso, com todas as suas 
circunstâncias e a qualificação dos crimes, a qualificação do acusado ou 
esclarecimentos que possam identificá-lo, identificação do querelante e sua 
assinatura, o pedido de condenação, deve ser redigida em vernáculo, 
contendo o endereçamento e o pedido de citação do réu para que integre o 
processo. 
 A petição inicial pode ser rejeitada, nos casos em que for manifestamente 
inepta, quando faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da 
ação penal, ou quando faltar justa causa para o exercício da ação penal. A 
essa decisão cabe o recurso em sentido estrito. 
 
Ação penal pública 
 É a ação penal exercida pelo Estado por meio do Ministério Público, 
representando o próprio interesse social. Ela intenta defender a sociedade 
a. O legitimado ativo, quem promove é o MP; 
b. O veículo é a denúncia, cujos requisitos estão no Art. 41; 
c. Princípios: 
 Obrigatoriedade = legalidade. Quer dizer que o representante do MP, se 
dispuser dos elementos suficientes para amparar a acusação (prova da 
materialidade e indícios suficientes da autoria), estará obrigado a oferecer 
denúncia, exercendo o poder-dever de ação. 
Atenção!!! Obrigatoriedade mitigada ou discricionariedade regrada: nos 
casos em que o MP verifica que há o direito a transação penal art. 76 da lei 
9999, pode não oferecer denuncia. 
 Divisibilidade = o Ministério Público poderá oferecer denúncia em face 
daqueles acerca dos quais houver reunido indícios suficientes de autoria. 
 Indisponibilidade = O órgão do parquet, ao ajuizar a ação e conduzir a 
acusação, não age em interesse próprio. Representa o Estado, titular do 
Direito defendido, que pertence à sociedade com um todo. 
 Oficialidade/oficiosidade = a ação penal só poderá ser proposta por um órgão 
do Estado: o Ministério Público. Ele tem o dever de ajuizar a ação penal 
 
 
 
 
 Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com 
Ação penal PúblicaCondicionada: representação 
 
Art. 24, caput, CPP - em determinados casos, a lei determinará a propositura 
da ação penal pública ao implemento de uma condição, qual seja a 
representação do ofendido (ou de quem o represente), ou a requisição do 
Ministro da Justiça. A representação nada mais é do que a manifestação do 
consentimento no sentido de que o Ministério Público possa proceder ao 
ajuizamento da ação penal (ou que a polícia judiciária possa proceder à 
instauração de inquérito policial). 
a. Noção: pedido ou autorização feito pelo ofendido ou seu 
representante legal, necessário tanto Inquérito Policial quanto para a ação 
penal. 
b. Formalidade: a jurisprudência diz que prescinde de formalidades seja, não 
precisa de formalidade. 
c. Titularidade: tem a legitimidade para promover a representação, em 
princípio, o ofendido ou quem tenha qualidade para representá-lo (art. 24, 
CPP). A representação pode ser feita pessoalmente ou por meio de 
procurador, desde que possua poderes especiais (art. 39, CPP). A 
representação é dirigida diretamente à autoridade policial, ao MP, ou ao 
próprio Juiz. 
d. Prazo: 6 meses a contar do conhecimento da autoria, prazo 
decadencial - art. 38, caput, CPP. (DP material). 
 
Observação 1: 11 de abril eu tomei conhecimento qual o último dia para 
representar? 10.10 é o prazo, pois, você exclui o do início. 
 
Observação 2: Pode se retratar até oferecida a denúncia. A representação é 
retratável enquanto o órgão acusatório não oferecer a denúncia. 
 
Observação 3: É possível a retratação da retratação (revogação da retratação) 
desde que dentro do prazo decadencial. 
 
Observação 4: Na lei Maria da Penha a retratação pode se dar até o 
recebimento da denúncia. Um juiz de minas foi afastado, pois, ele falou que a 
lei MP era diabólica e que a mulher era obra do pecado, o CNJ o afastou, 
criando assim, um crime de opinião. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com 
3.2 Ação Penal Pública Condicionada: Requisição do Ministro da Justiça 
 Nos crimes cuja apuração dependa de requisição ministerial, o inquérito 
policial só poderá ser iniciado após manifestação de vontade do Ministro da 
Justiça. Essa requisição é autorização, fundamentada em razões políticas, 
para que o MP promova ação penal pública. A requisição é uma consição para 
o exercício da ação penal em certos crimes de cunho eminentemente político. 
 
4. Ação Penal Privada: 
Em certas ocasiões, a lei reserva o exercício da ação penal a um particular. 
São aqueles casos em que, por determinação legal, a ação penal será de 
iniciativa privada. O autor da ação será o querelante e o réu de querelado. 
 
- O legitimado é o ofendido, se for incapaz é o representante legal. Se houver 
conflito de interesses nomeia-se um curador especial. O curador tem 
natureza legal de substituto processual, não é obrigado a oferecer queixa 
crime, e não precisa ser formado em direito (ADV). 
a. 1. Sucessão Processual – é a morte do ofendido neste caso, vai entrar o 
cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (CADI). Na ação penal priva 
personalíssima não há secessão processual, art. 236 do CP. Contrair 
casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando 
impedimento que não seja casamento anterior; Pena – detenção, de seis 
meses a dois anos. Parágrafo único. 
- Queixa crime: mesmos requisitos da denúncia + procuração com poderes 
especiais, art. 44 do CPP. 
 
Princípios: 
 Oportunidade (ou conveniência) = contrapõe-se ao princípio da 
obrigatoriedade, que rege a ação penal pública. O particular é livre para 
formar seu próprio juízo de conveniência. Somente iniciará o processo, 
ajuizando a ação penal, se assim o desejar, ou seja, se julgar o ajuizamento da 
ação conveniente para si. 
 Disponibilidade = segundo este princípio, o titular da ação da ação penal 
privada terá diversos meios de dela dispor, efetivamente decidindo se deseja 
que o suposto infrator da norma penal seja julgado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com 
 Indivisibilidade = o titular da ação penal privada poderá decidir livremente se 
deseja ou não ajuizar a ação penal. Todos devem constar do pólo passivo 
(você não pode excluir de uma queixa crime uma pessoa que lhe ofendera 
junto com outras tantas); 
 
a) Titulatidade : tem legitimidade para propor a ação penal o ofendido ou seu 
representante (art. 30 do CPP). Também pode promovê-la o representante 
legal, nos casos em que o ofendido seja menor de 18 anos, mentalmente 
enfermo ou tenha desenvolvido legal incompleto; ou curador especial, se não 
tiver representante legal., ou quando colidir o interesse do incapaz com seu 
representante. 
b) Requerimento: nos delitos cujo processamento dar-se por meio de ação 
penal privada, a instauração de inquérito policial ficará condicionada a 
requerimento de quem seja o titular da ação penal. (art. 5º, § 5º, CPP). 
Ação penal privada subsidiária da pública: 
 
 Nos casos em que a ação penal seja ordinariamente de iniciativa pública, o 
Poder Público, por meio do Ministério Público, não intenta a ação penal no 
prazo legal, o ofendido ou seu representante legal, poderão, 
subsidiariamente ajuizá-la. Pode ser promovida no caso de inércia do MP 
prevista no art. 29 do CPP, O CDC permite que associações sejam legitimados 
ativos. Uma vez ajuizada a ação penal privada subsidiária, poderá o MP tornar 
parte no processo. 
 
Renúncia 
 O direito de queixa, plenamente disponível pelo seu titular, pode ser objeto 
de renúncia. A renúncia consiste em amnifestação de vontade do ofendido 
por meio do qual ele desiste de exercer seu direito de ação. Uma vez exercida 
a renúncia, expressa ou tacitamente, nos termos do art. 102, caput, do CP, o 
direito de queixa não pode mais ser exercido. A renúncia expressa é 
manifestação formalizada, assinada pelo ofendido, por seu representante 
legal ou procurador que tenha poderes especiais para tanto. Já a renúncia 
tácita, ocorre em qualquer hipótese em que o titular da ação penal se porte 
de forma inequivocadamente incompatível com a vontade de ajuizá-la. 
Renúncia é ato unilateral. A renúncia ao exercício de queixa em relação a um 
dos autores do crime a todos aproveitará. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com 
Perdão do Ofendido 
 
 Consiste na desistência da demanda, manifestada por seu autor. Deverá ser 
exercido posteriormente à propositura da ação penal. O perdão somente 
poderá ser exercido até o trânsito em julgado da sentença condenatória (art. 
102, § 2º, CP). O perdão é ato bilateral, a simples manifestação do querelante 
não é suficiente. Dessa forma, o perdão somente produzirá efeitos se aceito 
pelo querelado, neste caso, ensejará a extinção da ounibilidade do querelado. 
O perdão só é possível nos crimes em que somente se procede mediante 
queixa. O perdão do querelante não se confunde com a figura do perdão 
judicial, concedido por sentença, que também extingue a punibilidade. O 
perdão judicial é concedido pelo próprio juiz da causa, desde que concorram 
os elementos exigidos pela lei para que se conceda (ex. Art, 121,§ 5º, CP). 
Uma vez concedido o perdão, mediante declaração expressa do querelante 
nos autos, o querelado será intimado a manifestar-se no prazo de 3 dias, para 
declarar se o aceita. Ao sei silêncio, a lei expressamente confere o efeito de 
aceitação (art. 58, caput, CPP). A aceitação pode ainda ser feita pelo 
representante legal, nos casos que couber, ou até mesmo peelo procurador 
com poderes especiais (art. 55, CPP). 
 
Perempção e Decadência 
 
 A perempção acontece quando a ação é abandonada pelo seu autor, quesimplesmente deixa de prover-lhe movimento, deixando-a extinguir por 
inércia ou quando o autor desaparece da ação, sem que ninguém lhe suceda. 
Em ambos os casos a perempção causará extinção da punibilidade. 
 A decadência também é uma causa extintiva de punibilidade, e consiste na 
perda do direito de ação (privada) ou direito de representação, pelo não 
exercicio dentro do prazo legal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com 
1. Execução civil da sentença condenatória: 
 
A vítima deve esperar o trânsito em julgado da sentença penal condenatória 
para depois executá-la no Juízo Civil. Todavia, a vítima poderá pleitear um 
valor maior neste Juízo. 
 
Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória: 
IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, 
considerando os prejuízos sofridos 
 
- Quem pode ser executado: o apenado e seus herdeiros (art. 5º da 
Constituição Federal). 
Embora a pena não passe da pessoa do criminoso, o dever de reparar o dano é 
transmitido aos herdeiros no limite da herança. 
- Não é possível a execução do responsável civil, por meio da execução civil da 
sentença condenatória, pois ele não se defendeu no processo penal. 
- Quem será executado é o condenado e seus herdeiros e pode executar a 
vítima e seus herdeiros 
 
Ação civil ex delicto. 
 
É a ação de conhecimento na qual serão produzidas todas a provas e serão 
discutidos os fatos e o direito relacionado à infração. É proposta no juízo cível 
pelo ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros para obter reparação 
do dano provocado pela infração penal, pode ser tanto ressarcimento de dano 
patrimonial, quando reparação por dano moral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Reparação do Dano 
Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com 
 
 
Hipóteses: 
1) Urgência na reparação do dano, será concomitante com a ação 
penal; 
2) Extinção da punibilidade: a decisão julga extinta a punibilidade do 
agente, incluindo-se as hipóteses de anistia, graça e indulto; 
3) Inquérito penal arquivado ou das peças de informação; 
4) Absolvição penal: absolveu o réu por insuficiência de provas acerca 
da ocorrência do delito. A absolvição penal, via de regra não impede a 
ação civil ex delicto. Art. 386, III, CPP, fato atípico. 
 
Exceções à absolvição penal fazer coisa julgada no juízo cível 
(impedem a ação civil ex delicto): 
a) reconhecimento da inexistência do fato (386, I, CPP) 
b) reconhecimento da não autoria (386, IV, CPP) 
c) excludente da ilicitude (186, IV, 1ª parte) 
 
Legitimação: Pode ajuizar o ofendido ou seu representante legal, ou 
seus sucessores (art. 63, CPP). Pode ser processado o criminoso, seus 
herdeiros ou o responsável civil. 
 
Competência 
 
 A extenção do poder jurisdicional que cabe a cada juiz é limitada, 
segundo uma série de critérios que a lei estabelecendo-se, dessa forma, a 
competência de cada julgador. A competência é, assim, a medida ou limite 
em que poderá o julgador exercer o poder de jurisdição. É a medida da 
jurisdição. 
 
Critérios de fixação de competência 
I - o lugar da infração; 
II - o domicílio ou residência do réu; 
III - a natureza da infração; 
IV - a distribuição; 
V - a conexão ou continência; 
VI - a prevenção; 
VII - a prerrogativa de função. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com 
Competência absoluta: acontece quando a fixação de competência que 
não admite prorrogação, isto é, o processo não pode “fugir” do juiz que 
fora originariamente designado. Se encaixa no conceito de competência 
absoluta a que for em razão da matéria e em razão da prerrogativa de 
função. 
Competência relativa: se dá quando admite a prorrogação. Caso a 
incompetência de foro não seja alegada no prazo certo, considera-se 
competente o juízo que conduz o feito, sem ser possível uma posterior 
alegação de nulidade. Nesse caso se coloca a competência territorial. 
 
As jurisdições especiais e comuns: 
a) Justiça Militar: compete à esta, processar e julgar os crimes militares 
definidos em lei, praticados pelos integrantes do Exército, Marinha ou da 
Aeronáutica, bem como os crimes praticados por civis contra instituições 
militares federais. 
* Crimes praticados por militares que não inserem na competência da 
Justiça Militar: ex.: crimes de abuso de autoridade, não é crime militar - 
neste caso, compete à Justiça Comum processar e julgar 
* Crimes dolosos contra a vida praticados por militares: nesse caso 
também compete à justiça comum. 
* Julgamento de civis pela Justiça Militar estadual: é vedado. Ainda que as 
infrações por eles praticadas atentem contra as instituições militares 
estaduais. 
* Julgamento de civis pela Justiça Militar Federal: é competente para 
processar e julgar, além dos processos de crimes praticados por militares, 
também aqueles crimes praticados por civis contra instituições militares. 
b) Justiça Eleitoral: cabe à lei complementar. Lei n. 4737/65. Compete aos 
Juízes Eleitorais processarem e julgarem crimes eleitorais, e também 
crimes comuns que lhe forem conexos. 
c) Justiça do Trabalho: foi concedida competência de natureza penal para a 
Justiça do Trabalho para o julgamento de ações de habeas corpus, nunca 
julga matéria penal (STF – vinculante, ADIN). 
d) Justiça Federal: a competência é fixada pela determinação expressa dos 
casos que lhe cabem, dentre a competência dos Juízes Federais, temos: 
* crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, 
serviços ou interesse da União (administração direta ou indireta – ex. 
autarquias, empresa pública); 
 
 
 
 
 
 
 
 
Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com 
* crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando iniciada 
a execução no País, mas o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no 
estrangeiro; 
* crimes contra organização do trabalho; 
* os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência; 
* os crimes cometidos a bordo de aeronaves ou navios, ressalvadas a 
competência da Justiça Militar; 
* Não se aplica para sociedade de economia mista como o Banco do Brasil 
ou a Petrobrás; 
* Crime praticado por/contra funcionário público federal no exercício de 
sua função; 
* Crime político. 
* os crimes de ingresso ou permanência regular do estrangeiro, as causas 
referentes à nacionalidade e à naturalização. 
e) Justiça Estadual: nos casos em que não couber a Justiça Comum, nem a 
Justiça Federal. É competência residual. 
 
Obs: Crimes de internet = o que diz a competência é a natureza do crime. 
 
 
 
 
 
Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com 
* Se dá pelo local do resultado (art. 70 do CPP). Mas há exceções na 
jurisprudência. 
* Se o crime não for consumado, a competência vai ser do último ato de 
execução. 
* Na ação privada o ofendido é que escolhe, no lugar do resultado ou no 
domicílio do acusado. 
* Quando não se sabe o local do crime, domicílio do acusado. 
* Se for crime permanente ou continuado competente vai ser o lugar da 
prevenção (lugar do juiz que primeiro decidiu, que primeiro tomou 
conhecimento do fato). 
* Crimes falimentares: o foro competente é do lugar onde foi decretada a 
falência; 
* Crimes plurilocais: é competente o foro do local em que ocorre o resultado 
da prátiva delitiva; 
* Crimes de estelionato: será competente o foro do local onde se deu a recusa 
do pagamento ao sacado, caso o crime seja de emissão dolosa de cheque em 
provisão de fundos; 
* Crimes qualificados pelo resultado: o foro será do local em que ocorrer o 
resultado que o qualifica;* Crimes contra a vida: o juízo competente é do local em que ocorrer o 
resultado; 
* Crimes de uso de documento falso: o juízo vai ser de onde o delito se 
consumou. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Competência Territorial 
Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com 
QUESTÃO 3 
Durante 35 anos, Ricardo exerceu a função de juiz de direito junto ao Tribunal 
de Justiça de Minas Gerais. Contudo, no ano de 2012, decidiu se aposentar e 
passou a morar em Florianópolis, Santa Catarina. No dia 22/01/2015, travou 
uma discussão com seu vizinho e acabou por ser autor de um crime de lesão 
corporal seguida de morte, consumado na cidade em que reside. Oferecida a 
denúncia, de acordo com a jurisprudência majoritária dos Tribunais Superiores, 
será competente para julgar Ricardo 
 
A) o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais. 
B) uma das Varas Criminais de Florianópolis. 
C) o Tribunal de Justiça de Santa Catarina. 
D) o Tribunal do Júri de Florianópolis. 
 
Comentário: Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em 
que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugarem que for 
praticado o último ato de execução. Alternativa correta: B 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Questões Comentadas dos 
Últimos Exames 
Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com 
 
Prova é o conjunto de elementos produzidos pelas partes ou determinados 
pelo juiz, para a formação de seu convencimento quanto aos fatos, atos e 
circunstâncias. O objeto da prova são todos os fatos que são capazes de gerar 
dúvidas ao magistrado, exigindo assim, uma devida comprovação. 
Obs.: No processo penal, não precisam ser provados: 
* os fatos notórios: os que fazem parte do patrimônio de casa pessoa; 
* as presunções absolutas (iuris et de iure); 
* as máximas de experiência; 
* os fatos intuitivos ou evidentes; 
* os fatos inúteis ou irrelevantes. 
Já os fatos incontroversos (alegados por uma das partes e não contestados 
pela outra) devem ser comprovados. 
 
Princípios gerais 
I - princípio da comunhão ou aquisição dos meios de prova: a prova produzida 
pelas partes passa a integrar o conjunto probatório, podendo favorecer 
qualquer dos litigantes. 
II - princípio da audiência contraditória: a parte contra a qual foi produzida a 
prova, terá direito a conhecer o seu teor, impugná-la e oferecer contraprova. 
III - princípio do livre convencimento motivado: cabe ao juiz a valoração dos 
elementos probatórios de acordo com sua convicção, deve no entanto, 
fundamentar sua convicção. 
IV - princípio da oralidade: há predominância da palavra falada sobre os 
escritos, sendo os depoimentos, em regra, orais. 
V - princípio da publicidade: determina que a instrução criminal seja pública, 
assim como o restante do processo, salvo exceções legais. 
VI - princípio da concentração: as provas serão produzidas em audiência, salvo 
as hipóteses de urgência ou necessidade de sua realização antecipada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Da Prova 
Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com 
Consórcios Públicos 
 
 Podem ser pessoas públicas ou privadas, se públicas, são 
associações públicas de natureza autárquica. 
 Quando constituídos sob a forma de associação pública, o 
consórcio assumirá personalidade jurídica de direito público e terá 
natureza de autarquia, observando as prerrogativas destas entidades 
administrativas e integrando a Administração Pública Indireta de todos os 
entes consorciados. 
 Ademais, o consórcio público também pode se constituir sob a 
forma pessoa jurídica de direito privado, observando-se que a legislação 
civil dispõe sobre o tema. Entretanto, mesmo neste caso, o consórcio 
público observará as normas de direito público no que tange à realização 
de licitação, celebração de contratos, prestação de contas e admissão de 
pessoal, que será regido pela CLT. 
 
Os consórcios públicos poderão gozar dos seguintes privilégios: 
– Firmar convênios, contratos, acordos de qualquer natureza, receber 
auxílios, contribuições e subvenções sociais ou econômicas de outras 
entidades e órgãos do governo; 
– Nos termos do contrato de consórcio de direito público, promover 
desapropriações e instituir servidões nos termos de declaração de 
utilidade ou necessidade pública, ou interesse social, realizada pelo Poder 
Público; 
– Ser contratado pela administração direta ou indireta dos entes da 
Federação consorciados, dispensada a licitação; 
- Emitir documentos de cobrança e exercer atividades de arrecadação de 
tarifas e outros preços públicos pela prestação de serviços ou pelo uso ou 
outorga de uso de bens públicos por eles administrados ou, mediante 
autorização específica, pelo ente da Federação consorciado; 
- Outorgar concessão, permissão ou autorização de obras ou serviços 
públicos mediante autorização prevista no contrato de consórcio público, 
que deverá indicar de forma específica o objeto da concessão, permissão 
ou autorização e as condições a que deverá atender, observada a 
legislação de normas gerais em vigor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com 
VII - princípio da proporcionalidade: esse princípio vem mitigar a proibição 
absoluta das provas obtidas por meios ilícitos, mas esse princípio não é 
absoluto, devendo ceder nos casos em que se oponha a interesse de maior 
relevância. 
1. Sistema de apreciação da prova (art. 155) 
a) Sistema da prova legal: nesse sistema não cabia ao juiz qualquer liberdade 
na apreciação da prova. O valor de cada elemento probatório era 
estabelecido na lei, que fixava uma hierarquia entre os meios de prova. 
b) Sistema de livre convicção (prova livre ou íntima convicção): por este 
sistema, o julgador tem total liberdade pçara decidir, podendo, inclusive, 
amparar-se em elementos que não foram trazidos aos autos e valorar as 
provas, estando desobrigado de motivar suas decisões e de expor as razões 
de seu julgamento. Esse sistema perdura no Tribunal do Júri, no nosso país. 
c) Sistema de persuasão racional (livre convencimento motivado): nele o juiz 
formará livremente sua convicção, apreciando o conjunto probatório e 
valorando os elemnetos de prova independente de qualquer tarifação legal. 
Deve fundamentar suas decisões, pautando-as nos elementos que foram 
carreados aos autos (art. 157, CPP). 
regra: livre convencimento motivado, com exceção para os jurados do 
tribunal do júri. Não pode condenar exclusivamente com base no inquérito 
policial 
 
2. Ônus da prova (art. 156) 
 Ônus é o encargo atribuído às partes de provar, por meio de meios ilícitos e 
legítimos, a verdade das suas alegações, visando a fornecer ao juiz os 
elementos necessários à formação de sua convicção. À acusação caberá 
provar a exitência do fato imputado e sua autoria, já à defesa, imcubirá a 
prova de eventuais causas excludentes de ilicitude. 
 
O onus probandi é atenuado pelo poder instrutório que a lei confere ao juiz, 
o qual poderá, de ofício, determinar medidas para dirimir dúvida sobre 
ponto relevante, bem como ordenar diligências para sanar qualquer nulidade 
ou suprir falta que prejudique o esclarecimento da verdade. O juiz não pode 
contentar-se com a verdade formal, trazida pelas partes. 
Prova emprestada: é aquela que foi produzida originariamente em um 
determinado processo e vem a ser apresentada, documentalmente por 
outro. Para ser admitida, é preciso que ambos os processos tenham as 
mesmas partes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com 
Prova ilícitas: ilícitas são as provas que são obtidas em violação a normas 
constitucionaisou legais. 
a) noção e efeito: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CF CPP 
Não define Define no art. 157, CPP 
Inadmissível Inadmissível 
- Desentranha 
ante o veto do § 4° do art. 157 o juiz que tem contato com a prova ilícita 
não é afastado do processo. 
 
 ATENÇÃO 
b) hipóteses de admissibilidade da prova ilícita: 
b.1) princípio da proporcionalidade: adota o critério da proporcionalidade ou 
da razoabilidade, pelo qual, em determinados casos, pode-se admitir a prova 
obtida de forma ilícita, levando-se em conta a relevância do interesse público 
a ser protegido e preservado. 
b.2) prova ilícita pro réu: não comete crime pois está em estado de 
necessidade, a ilicitude é eliminada por causas legais, como a legítima 
defesa. 
 
c) prova ilícita derivada (teoria dos frutos da arvore envenenada): a prova 
ilícita derivada em si mesma não é ilícita, mas torna-se ilícita por decorrência 
da prova ilícita originária. Na CF não tem nada, no CPP é art. 157, § 1°. 
 
d) hipóteses de admissibilidade da prova ilícita derivada. 
d.1) teoria do nexo causal atenuado. Ex. confissão sob tortura, e há uma 
segunda confissão (em juízo), nexo é tênue ou inexistente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com 
d.2) teoria da fonte independente, a mesma prova duas vezes, umas lícita e 
uma ilícita, afasta-se a ilícita e utiliza-se a lícita. 
d.3) teoria da descoberta inevitável: quando a prova produzida foi a ilícita, 
mas sabe-se 
que a prova seria produzida de forma lícita do mesmo jeito. O CPP positiva 
no §2° do art.157. A teoria da fonte independente, com conteúdo de 
descoberta inevitável, preferir a opção fonte independente na prova. 
 
3. Perícias em geral 
 É o exame realizado por pessoa com certos conhecimentos especiais em 
coisas ou pessoas, que tem por fim elucidar determinado fato, auxiliando no 
julgamento da causa. O perito será nomeado pelo juiz da causa ou pela 
autoridade policial. Os peritos responderão aos quesitos formulados pelas 
partes e pelo juiz até o ato da diligência. 
 A perícia é realizada por dois peritos oficiais, e em sua falta, por suas 
pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior, escolhidas, de 
preferência, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada á natureza 
do exame. Quando não forem oficiais, os peritos deverão firmar 
compromisso de be, e fielmente desempenhar o cargo, (art. 159 do CPP). 
O exame pericial será determinado pelo delegado de polícia ou pelo juiz, de 
ofício ou a requerimento das partes. 
 
* Laudo Pericial: é o documento em que os peritos consignam suas 
conclusões, após minuciosa apreciação dos elementos analisados. No laudo 
deverão os peritos descrever minuciosamente o que examinarem, e 
responder os quesitos formulados. 10 dias é o prazo para a conclusão, 
podendo esse prazo ser prorrogado, em casos excepcionais a pedido dos 
peritos (art. 160 do CPP). 
 
Exame de corpo de delito 
 
 Corpo de delito é o conjunto de vestígios, dos elementos sensíveis deixados 
pelo crime. A lei estabelece duas modalidades de exame de corpo de delito: 
a) direto: quando os peritos examinam os poróprios vestígios materiais; 
b) indireto: para alguns autores, o exame de corpo de delito indireto é 
aquele constituído pelo depoimento de testemunhas. Outros entendem que 
o exame indireto é aqule feito pelos peritos com base em elementos que 
constam no processo, não se confundindo com prova testemunhal. 
 
 
 
 
 
 
 
Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com 
OBS: constitui causa de nulidade absoluta a falta do exame de corpo de 
delito nos crimes que deixam vestígios. (art. 564, II, b, CPP). 
 Exame necrópsio, ou autópsia é o exame das partes internas do cadáver a 
fim de estabelecer a causa mortis e outros elementos pertinentes ao fato. 
Em regra, só poderá ser feita decorridas 6 horas do óbito (art. 162, caput) 
 
Interrogatório 
 É o ato processual conduzido pelo juiz no qual o acusado é perguntado 
acerca dos fatos que lhe são imputados, abrindo-lhe a oportunidade para 
que deles se defenda, ou nada diga. 
a) Natureza jurídica: meio de defesa, mas também meio de prova, 
porquanto, ao expor suas alegações, estará o acusado fornecendo elementos 
que influirão na apuração da verdade. 
b) Obrigatório (art. 185) 
c) Local: se preso, interrogado no local em que está preso. Exceção1, 
no fórum; 
exceção2, videoconferência (hipóteses: rol taxativo, decidido, partes 
intimadas com 10 dias de antecedência, art. 185 §§ 2° e 3°). 
Art. 185: O acusado que comparecer perante a autoridade judiciária, no 
curso do processo penal, será qualificado e interrogado na presença de seu 
defensor, constituído ou nomeado. 
§ 1o O interrogatório do réu preso será realizado, em sala própria, no 
estabelecimento em que estiver recolhido, desde que estejam 
garantidas a segurança do juiz, do membro do Ministério Público e dos 
auxiliares bem como a presença do defensor e a publicidade do ato. 
 
§ 2o Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a 
requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso por 
sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de 
sons e imagens em tempo real, desde que a medida seja necessária para 
atender a uma das seguintes finalidades: 
I - prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de que 
o preso integre organização criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir 
durante o deslocamento; 
II - viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando 
haja relevante dificuldade para seu comparecimento em juízo, por 
enfermidade ou outra circunstância pessoal; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com 
III - impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima, desde 
que não seja possível colher o depoimento destas por videoconferência, nos 
termos do art. 217 deste Código; 
IV - responder à gravíssima questão de ordem pública. 
 
d) Procedimento do interrogatório – 186 a 188 
* Qualificação do réu 
* Interrogatório sobre sua pessoa 
* Interrogatório dos fatos 
* Esclarecimento das partes 
O direito de silêncio não abarca a qualificação, começa no interrogatório 
sobre a pessoa. Em regra as partes não perguntam direto para o réu, salvo 
no plenário do júri. 
 
Confissão (art. 197): retratável e divisível 
 É o reconhecimento feito pelo indiciado ou acusado da imputação que lhe 
é feita. 
Ela deverá ser: 
1 - espontânea ou voluntária; 
2 - expressa; 
3 - pessoal. 
Outras características são: 
1 - retratabilidade: permitindo-se ao confitente se retratar, desdizer o que foi 
dito, oferecendo nova versão dos fatos, ou negando qualquer 
responsabilidade. Pode ser retratação total ou parcial. 
2 - divisibilidade: a confissão é divisível, podendo o juiz aceitá-la 
parcialmente, repudiando a parte que reputar inverossímil. 
 
Prova testemunhal 
Testemunhas podem ser: 
Diretas ou indiretas, conforme deponham sobre fatos que tenham 
presenciado, ou narrem fatos que tiveram ciência através de terceiros 
Numerárias ou extranumerárias, conforme tenham sido arroladas pelas 
partes, dentro do número legal, ou tenham sido ouvidas por ordem do juiz. 
Informantes: aquelas que não prestam compromisso. 
Referidas: quando indicadas no depoimento prestado por outra testemunha. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com 
Características: 
* Oralidade 
* Objetividade 
* Retrospectividade 
* Capacidade 
* Compromisso 
* Contradita 
 
Reconhecimento de pessoas ou coisas:é o ato por meio do qual uma pessoa 
verifica e confirma a identidade de outra pessoa ou de coisa que lhe é 
apresentada. 
Acareação: é o ato pelo qual se colocam duas ou mais pessoas, cujas 
declarações sejam conflitantes, frente a frente, a fim de que se explique, os 
pontos de divergência. 
 
Busca e apreensão 
São fenômenos diferentes, mas que encontram-se intimamente ligados. 
Poderá haver busca sem haver apreensão (quando não se encontrar o objeto 
procurado), ou apreensão sem busca (quando a coisa é apresentada à 
autoridade, lavrando-se auto de exibição e apreensão). 
Busca é o ato de procurar e encontrar pessoa ou coisa; apreensão é o ato 
pelo qual há o apossamento e guarda da coisa ou de pessoa. 
Pode ser realizada: 
a) Antes da instauração do inquérito; 
b) Durante o inquérito policial; 
c) Na instrução criminal; 
d) Na execução penal. 
 A busca e apreensão é determinada pelo juiz de ofício ou a requerimento 
das partes (art.242, CPP). Quando depender de mandado, a busca será 
ordenada pelo juiz competente. O código prevê duas modalidades de busca: 
 
I - Busca domiciliar: 
 Abrange qualquer compartimento habitado ou aposento ocupado e 
habitação coletiva ou compartimento não aberto ao público, onde alguém 
exercer profissão ou atividade (art. 246, CPP). Terá por objetivo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com 
a) Prender criminosos; 
b) Apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos; 
c) Apreender instrumentos de falsificação ou objetos falsificados; 
d) Apreender armas e munições, utilizados na prática de crimes ou 
destinados a fim delituoso; 
e) Apreender pessoas vítimas de crimes; 
f) Colher qualquer elemento de convicção. 
 
 De acordo com o art. 245, caput, as buscas domiciliares serão 
executadas de dia, salvo se o morador consentir que se realizem à noite. 
Antes de entrar, os executores mostrarão e lerão o mandado ao morado, 
intimando-o a abrir a porta. Em caso de desobediência, será arrombada a 
porta e forçada a entrada. É permitido o emprego da forma contra coisas 
existentes no interior da casa. Se os moradores estiverem ausentes, a 
diligência será acompanhada por vizinhos, tendo os executores que 
arrombarem a porta e forçar a entrada, bem como usar a força contra as 
coisas da casa para o descobrimento do que se procura. Descoberta a coisa 
ou pessoa, será apreendida e levada sob custódia da autoridade e deus 
agentes. 
 Não sendo coisa encontrada ou a pessoa, os motivos da diligência serão 
comunicados a quem tiver sofrido a busca, se o requerer. 
 
II - Busca pessoal: 
Terá por objetivo os mesmos que a busca domiciliar. 
Será realizada quando houver fundada suspeita de que alguém oculte 
consigo qualquer dos objetos mencionados 
A busca pessoal não dependerá de mandado nos casos de prisão; quando 
houver suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de 
objetos ou papéis que constituam corpo de delito; quando a medida for 
determinada no meio de busca domiciliar. 
 O mandado de busca deve conter: 
I - indicação da casa em que será realizada a diligência e o nome do 
proprietário ou morador; em caso de busca pessoal, o nome ou sinais 
identificadores da pessoa que sofrerá a diligência; 
II - motivos e fins da diligência; 
III - subscrição do escrivão e assinatura da autoridade que o fizer expedir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com 
Prisão Processual provisória ou cautelar 
 
 Prisão é a privação da liberdade do indivíduo, por motivo lícito ou por ordem 
legal, mediante clausura. 
 
1. Prisão em flagrante – é a prisão do indivíduo no momento mesmo em 
que este está praticando o crime. Exceção das prisões, não depende de 
ordem judicial; 
 
Requisitos cautelares: fumus (tipicidade), periculum (situações legais de 
flagrância, 302 do CPP), 
 Situações de flagrância: 
I. Cometendo infração penal (fase de execução); 
II. Quem acabou de cometer a infração (não mais está realizando o ato de 
execução); 
III. Perseguição, logo após o crime, e deve ser ininterrupta, prolonga a 
flagrância pelo tempo da perseguição. 
IV. Encontrado logo depois do crime em poder de algum objeto que o faz 
presumir autor do crime. 
 
É fracionada em três momentos: 
a) Captura; 
b) Lavratura do auto: quando apresentado à autoridade policial, este deverá 
lavrar o auto de prisão em flagrante; 
c) Custódia: será conduzido e recolhido ao cárcere. 
 
Classificação: 
* Flagrante próprio ou real – no instante em que está comentendo a infração 
ou no momento em que acabou de cometê-la (art. 302, I,II - CPP) 
 
* Flagrante impróprio ou quase flagrante – ocorre quando o agente é 
perseguido, em situação que se faça presumir de que ele é o autor da 
infração, (art. 302, III). 
 
* Flagrante ficto ou presumido – agente é encontrado logo depois, com 
instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele o autor 
da infração. (art. 302, IV) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com 
Flagrante preparado (provocado): induzimento à prática da conduta 
criminosa, o crime nesse caso é impossível, o fato então é atípico, carente de 
tipicidade, necessária para a prisão em flagrante. Ex.: caso do traficante, 
quando os policiais se passam por usuários e o induzem à venda, esse ato da 
venda não é passível de prisão em flagrante, mas o fato de trazer consigo a 
droga é motivo da prisão em flagrante, mas esse deve ser descrito na 
denúncia. No caso de encomenda, o crime é impossível do começo ao fim, 
porque todo o ato foi provocado. Súmula 145 STF: "não há crime quando a 
preparação do flagrante torna impossível a sua consumação". 
 Flagrante esperado: no esperado, os policiais não interferem na 
causalidade natural dos fatos, não há provocação. 
 Flagrante forjado: o crime é inexistente, é forjado pelo próprio 
policial. A prisão dever ser relaxada. 
 
Sujeitos ativos: agentes policiais (dever legal, flagrante compulsório, 
mesmo que não estejam em "serviço"); qualquer um do povo (faculdade 
legal, flagrante facultativo). 
 
Formalidades legais da prisão em flagrante (inexistindo uma delas a prisão 
será ilegal, e deverá ser relaxada, art. 5°, LXV, CF). 
a) Auto de prisão em flagrante (art. 304 CPP); 
b) Entregar ao preso a nota de culpa (equivale a uma citação, dá ciência ao 
preso do motivo da sua prisão); 
c) Comunicação ao juiz competente (fundamental, pois é a única prisão feita 
sem ordem judicial, a fim de que dure menos tempo uma eventual prisão 
ilegal); 
d) Comunicação à defensoria pública – só será necessária quando o preso 
não informar o 
nome do seu advogado (art. 306 CPP). 
 
* todas as formalidades devem ser feitas em até 24h, contadas a partir do 
momento em que o preso for capturado. 
* a presença de advogado não é essencial no interrogatório policial, não 
torna a prisão ilegal. 
* não cabe prisão em flagrante para crimes habituais, pois o flagrante 
apenas capta uma situação fática, que isolada não é típica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com 
Prisão temporária e Prisão preventiva: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prisão temporária Prisão preventiva 
Previsão Lei 7.960/89 Art. 311 a 316 CPP 
O que difere do 
flagrante 
Ordem judicial 
antecedente 
Ordem judicial antecedente 
Momento cabível Só durante a 
investigação 
Cabe nas duas fases da 
persecução 
penal*, inclusive após a sentença 
condenatória recorrível. Ou seja,a qualquer momento até o 
trânsito em julgado da sentença 
condenatória. 
Quanto à 
provocação 
Não cabe 
decretação de 
Prisão temporária. 
Além de requerimento 
ofício. Depende de 
requerimento do MP ou de 
representação da autoridade 
policial. 
Pode ser requerida pelo 
querelante. 
* Persecução penal, 1ª fase: 
inquérito policial (investigação), 
2ª fase: processo penal (ação) 
# a prisão preventiva é sempre 
mais ampla que a temporária. 
 
- Requisitos: (art 1° da lei 7.960/89) 
 
I. Imprescindível á investigação (periculum) 
II. Não ter residência fixa; Dúvida quanto à identidade. (periculum) 
III. Indícios de autoria (fumus) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com 
- Prazos: 
 
A prisão preventiva é não é decretada por prazo determinado, não podendo, 
entretanto, o réu ficar preso preventivamente por prazo indeterminado. Já a 
prisão temporáriao prazo é de no máximo 5 dias prorrogáveis por mais 5 dias 
(uma única vez). Nos crimes hediondos ou assemelhados (TTT: Trafico, 
tortura e terrorismo) o prazo pode ser maior (lei de crimes hediondos): 30 
dias, prorrogáveis por mais 30 dias (uma única vez). 
 
Prisão preventiva. Requisitos (art. 312 CPP) 
 
Fumus: Indícios de autoria e, prova da materialidade (cumulativos); 
Periculum: garantia da ordem pública, garantia da ordem econômica, 
conveniência da prisão para a instrução criminal (produção de provas), 
assegurar futura aplicação da lei penal (quando há sinais de fuga), 
(alternativos). 
 
Como cessam as prisões 
 
 Em flagrante: pede-se relaxamento de prisão ou liberdade 
provisória (com fiança ou sem). O relaxamento pressupõe ilegalidade da 
prisão (desconstituição), quando faltam formalidades legais; não cabendo 
relaxamento pede-se liberdade provisória, pressupõe a legalidade da prisão, 
(prisão desnecessária e não ilegal). 
 
Temporária e preventiva: revogação (art. 316 CPP), não se fala em 
liberdade provisória, que só se aplica à prisão em flagrante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os requisitos não são cumulativos nem alternativos, na verdade é 
necessário sempre um fumus e um periculum. Então o inciso III é 
obrigatório, devendo ser cumulado com o II ou com o I. 
 
 Fique 
Sabendo 
Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com 
 
 
QUESTÃO 1 
Daniel foi condenado à pena privativa de liberdade de 06 anos de reclusão, 
em regime inicial fechado, pela prática do delito de estupro (Art. 213, do 
Código Penal). Tendo decorrido lapso temporal para progressão de regime 
prisional e ostentando o reeducando bom comportamento carcerário, sua 
defesa pleiteou a concessão do benefício. Em 26/07/2013, o Juízo das 
Execuções, tendo em vista a necessidade de melhor aferição do requisito 
subjetivo, determinou a realização de exame criminológico, em decisão 
devidamente fundamentada. Sobre o caso apresentado, segundo 
entendimento sumulado nos Tribunais Superiores, assinale a opção 
correta. 
 
A) Agiu corretamente o magistrado, eis que é possível a realização de 
exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde que em decisão 
motivada. 
B) Agiu corretamente o magistrado, pois a realização de exame 
criminológico é sempre necessária. 
C) Não agiu corretamente o magistrado, uma vez que não é possível a 
realização de exame criminológico. 
D) Não agiu corretamente o magistrado, na medida em que o exame 
criminológico só poderá ser realizado no caso de crimes graves e 
hediondos. 
 
Comentário: É possível a realização de exame criminológico pelas 
peculiaridades do caso, desde que em decisão motivada. Alternativa 
correta: C 
 
 
 
 
 
 
Questões Comentadas 
dos Últimos Exames 
Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com 
 
 
 QUESTÃO 2 
A prisão temporária pode ser definida como uma medida cautelar 
restritiva, decretada por tempo determinado, destinada a possibilitar as 
investigações de certos crimes considerados pelo legislador como graves, 
antes da propositura da ação penal. Sobre o tema, assinale a afirmativa 
correta. 
 
A) Assim como a prisão preventiva, pode ser decretada de ofício pelo juiz, 
após requerimento do Ministério Público ou representação da autoridade 
policial. 
B) Sendo o crime investigado hediondo, o prazo poderá ser fixado em, no 
máximo, 15 dias, prorrogáveis uma vez pelo mesmo período. 
C) Findo o prazo da temporária sem prorrogação, o preso deve ser 
imediatamente solto. 
D) O preso, em razão de prisão temporária, poderá ficar detido no mesmo 
local em que se encontram os presos provisórios ou os condenados 
definitivos. 
 
Comentário: A prisão temporária é espécie de prisão cautelar decretada 
em casos específicos, com a duração máxima de cinco dias, ou de trinta 
dias, quando se tratar de crime hediondo, prorrogável por igual período 
em caso de extrema e comprovada necessidade. Somente o juiz, mediante 
representação da autoridade policial ou a requerimento do Ministério 
Público, poderá decretá-la. 
Alternativa correta: C 
 
 
 
 
 
 
 
 
Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com 
 
 
 É a liberdade concedida ao imputado cuja prisão provisória se afigure 
desnecessária. 
 
Liberdade provisória mediante fiança 
O legislador brasileiro não indicou quais os crimes afiançáveis, preferiu indicar 
quais situações não admitiam fiança, e os crimes considerados inafiançáveis. No 
art. 323, CPP, é vedada a concessão de fiança: 
I - nos crimes punidos com reclusão em que a pena mínima cominada for 
superior a 2 anos; 
II - contravenções de vadiagem e mendicância; 
III- nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade; 
IV- nos crimes punidos com reclusão, que causem clamor público ou que tenham 
sido cometidos com violência ou grave ameaça. 
 
 São considerados crimes inafiançáveis pela CF: 
Crime de racismo; 
Crimes de tortura, tráfico, terrorismo e hediondos; 
Ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem estatal e o Estado 
democrático de direito; 
Crimes contra o sistema financeiro; 
Crime de porte ilegal de armas de fogo de uso permitido; 
Crime de disparo de arma de fogo. 
 
Liberdade provisória vinculada sem fiança 
Pode ser dada pelo delegado (Lei 9099/95 – infração de menor potencial 
ofensivo). Ex. CTB 
* Crimes de transito em que o condutor presta socorro à vitima . Pode ser dada 
pelo juiz (art. 310 do CPP) nos casos de 
a) excludente de ilicitude (310, caput) 
b) quando não estão presentes as condições que autorizam a prisão preventiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Liberdade Provisória 
Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com 
 
 
* Incidentes processuais: são questões e procedimentos acessórios, que 
surgindo no curso do processo, deve ser resolvidos antes do julgamento da 
causa principal. 
* Questões prejudiciais: são questões que versam sobre direito material e 
devem ser decididas antes da questão principal, porque a condicionam. Podem 
ser: 
Homogêneas: versam sobre material do ramo de direito da questão principal e 
deve ser solucionada pelo juiz da causa principal 
Heterogêneas: quando tiverem por conteúdo matéria de outro ramo do direito, 
podendo ser julgadas por juízo que não seja o criminal. 
 
EXCESSÕES 
 
 Designa a defesa indireta, fundada na alegação da ausência dos pressupostos 
processuais e das condições da ação, que tem por finalidade prolongar o curso 
do processo (exceção dilatória), ou mesmo extinguí-lo (exceção peremptória). 
Exceção de suspeição: se funda na falta de imparcialidade do julgador. De 
acordo

Continue navegando