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Direitos Fundamentais da Criança e do Adolescente

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Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com 
Sujeito Protegido e Seus 
Direitos Fundamentais
 Os sujeitos sobre proteção do Estatuto da Criança e do Adolescente - 
ECA são a criança e o adolescente. A criança, pois, é a pessoa em fase de 
desenvolvimento precoce, que possua até 12 anos de idade. Já o 
adolescente, pessoa em formação definitiva, está compreendido entre os 
maiores de 12 anos e menores de 18 anos.
 
Importa atentar que todos que estão ao redor da criança e do 
adolescente são por eles responsáveis, tanto a família, a comunidade ou 
mesmo o Estado, sendo, pois, dever solidário que se assegure prioridade 
ao sujeito em desenvolvimento.
 
Qualquer ação ou omissão que venha a prejudicar esses direitos 
deverá sofrer sanções na forma da lei, tanto na esfera penal, civil, quanto 
administrativa.
Na interpretação da Lei 8.069/ 90 (ECA), deve-se levar em conta “os fins 
sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos 
deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e do 
adolescente como pessoas em desenvolvimento” (art. 6°).
 ATENÇÃO
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Direitos da Criança
E do Adolescente
A estes sujeitos são atribuídos direitos especiais, ou manifestações 
especiais de direitos gerais.
 
O ECA estabelece os seguintes direitos:
- Vida e saúde (arts. 7º a 14);
- Liberdade, respeito e dignidade (arts. 15 a 18);
- Convivência familiar e comunitária (arts. 19 a 52);
- Educação, cultura, esporte e lazer (arts. 53 a 59); e
- Profissionalização e proteção no trabalho (arts. 60 a 69).
Alguns Princípios Norteadores do ECA: 
- Da proteção integral; 
- Da Prioridade Absoluta; 
- Da Convivência familiar 
- Da Condição Peculiar como Pessoa em desenvolvimento; 
- Da ouvida e participação progressiva; 
- Da Municipalidade; 
- Do Melhor Interesse; 
- Da Responsabilidade Parental. 
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Família Natural, Extensa, 
Substituta e Guarda
O Estatuto da Criança e do Adolescente reconhece a existência de 
três espécies de família: a natural, a extensa e a substituta.
 
a) família natural: assim entendida a comunidade formada pelos pais ou 
qualquer deles e seus descendentes (art. 25, caput, ECA).
b) família extensa: aquela que se estende para além da unidade pais e 
filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os 
quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e 
afetividade (art. 25, parágrafo único, ECA).
c) família substituta: para a qual o menor deve ser encaminhado de 
maneira excepcional, por meio de qualquer das três modalidades 
possíveis, que são: guarda, tutela e adoção.
Participação do menor na concessão da guarda, tutela ou adoção: 
qualquer idade é possível ouvir-se a criança, respeitado o seu grau de 
desenvolvimento e de compreensão do fato. Contudo, após 12 anos – na 
qualidade de adolescente -, será necessário que ele consinta em receber 
a intervenção da nova família.
 ATENÇÃO
GUARDA
 
A guarda destina-se a regularizar a convivência de fato, atribuindo ao 
guardião vínculo e representação jurídica em relação a criança ou 
adolescente, aquele que detém a guarda deve proteger o sujeito em 
desenvolvimento de terceiros, inclusive seus pais biológicos.
 
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Destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida liminar ou 
incidentalmente, nos procedimentos de tutela e adoção, exceto no caso de 
adoção por estrangeiros.
Ademais, diferencia-se da tutela e da adoção, em especial, por não 
pressupor restituição ou suspensão do poder familiar dos pais (família 
natural). A guarda confere à criança ou adolescente a condição de 
dependente, para todos os fins de direito.
 Tipos de Guarda
 
Do que consta no Estatuto da Criança e do Adolescente, pode-se 
classificar a guarda em permanente (duradoura, definitiva) e temporária 
(ou provisória). 
 
É permanente (ou duradoura, definitiva) quando o instituto é visto 
como um fim em si mesmo, ou seja, o guardião deseja a criança ou 
adolescente como membro de família substituta e com as obrigações e 
direitos daí advindos, sem que o menor seja pupilo ou filho (ECA, arts. 33, 
§ 1º, início e 34). 
 
De outro norte, será temporária (ou provisória) quando visa a 
atendimento de situação limitada ou por termo ou por condição, não 
sendo, assim, um fim em si mesmo (ECA, art. 167). Finda quando se realiza 
o termo ou condição. Pode ser liminar, para regularizar situação de posse 
de fato, ou seja, guarda de fato de criança ou de adolescente pura e 
simples, com vistas a uma situação jurídica futura. Ou pode ser incidental, 
nos procedimentos de tutela e adoção, também para regularizar posse de 
fato ou com vistas a uma situação jurídica futura. E, ainda, pode ser 
especial, para atender situações peculiares ou suprir a falta eventual dos 
pais ou responsável, com o possível deferimento de direito de 
representação para a prática de atos determinados. Este tipo tem 
previsão, ainda, no art. 167, do Estatuto da Criança e do Adolescente, 
quando possibilita ao Juiz concedê-la. 
 
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TUTELA
 A tutela é forma de colocação de criança e adolescente em família 
substituta. Pressupõe, ao contrário da guarda, a prévia destituição ou 
suspensão do poder familiar dos pais (família natural). 
 
Da mesma forma, na hipótese de os pais serem falecidos,tiverem sido 
destituídos ou suspensos do poder familiar,ou houverem aderido 
expressamente ao pedido de colocação em família substituta, este poderá 
ser formulado diretamente em cartório, em petição assinada pelos 
próprios requerentes, dispensada a assistência por advogado (art. 166, 
ECA). 
 
 
Não se deve confundir a guarda compartilhada com a guarda alternada, 
pois a primeira pressupõe exercício simultâneo dos direitos inerentes à 
guarda, enquanto na segunda existe uma alternância entre quem ficará 
com a guarda e quem ficará com o direito de visita (um período com 
cada um).
 ATENÇÃO
Tutela e Adoção
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ADOÇÃO
É forma mais abrangente de colocação em família substituta. É, pois, 
ato jurídico pelo qual se estabelece o estado de filiação e paternidade, 
respectivamente entre adotado e adotante, cuja eficácia está condicionada 
à chancela judicial.
 
Diferentemente da legislação que antecedeu à Lei nº 8.069/90, 
Estatuto da Criança e Adolescente, a adoção não mais pode ser feita por 
procuração. Faz-se imprescindível processo judicial, onde o vínculo de 
afetividade entre adotante e adotado será aferido pela autoridade 
judiciária, a partir de criterioso acompanhamento feito por equipe técnica 
multidisciplinar, a fim de se garantir o princípio do melhor interesse da 
criança e adolescente.
Importa destacar, ainda, que a adoção atribui a condição de filho 
para todos os efeitos, desligando-o de qualquer vínculo com pais 
biológicos. Pode haver alteração do nome, se houver desejo do adotante 
ou adotado, sendo criança ou adolescente.
 
Outrossim, cabe destacar que o adotado adquire os mesmos direitos 
e obrigações de qualquer filho: nome, parentesco, alimentos e filiação. O 
adotante deve possuir no mínimo 18 anos, e em relação ao adotado, deve 
ter diferença de idade de no mínimo. 1
A adoção, ademais, é medida excepcional e irrevogável, à qual se 
deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de manutenção da 
criança ou adolescente na família natural ou extensa.
 
A adoçãode nascituro é vedada. Invoca-se, a propósito, a Convenção 
Internacional de Haia, pala qual se exige consentimento da mãe em 
relação à adoção após o nascimento da criança.
Fique sabendo!
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São requisitos OBRIGATÓRIOS para a adoção:
1°- O adotando deve possuir no máximo 18 anos de idade, exceção 
feita se ele estiver sob guarda ou tutela dos adotantes. O adotando não 
pode ter 18 anos quando a ação for distribuída, no entanto se na data da 
sentença este tiver idade superior a 18 anos a adoção ocorrerá sem 
restrição alguma.
2°- A adoção irá atribuir a condição de filho ao adotado, com os 
mesmos direitos, desligando-se de qualquer vínculo biológico, exceção 
feita quando invoca-se um impedimento matrimonial.
3°- O cônjuge pode adotar o filho do outro, criando a filiação de 
forma ampla, em relação ao parentesco.
O cônjuge só poderá adotar o filho de sua esposa que não tiver em sua 
Certidão de Nascimento o registro de seu pai biológico, coso contrário este 
não poderá ser adotado. Padrasto e madrasta são parentes por afinidade 
em relação ao filho de seu cônjuge.
4°- O direito sucessório entre adotante e adotado é recíproco, na 
forma estabelecida para a filiação biológica.
5°- O adotante tem que possuir 18 anos de idade no mínimo 
independentemente de seu estado civil. Aquele que é solteiro terá o 
direito de adotar, no entanto deverá ser maior de idade.
6°- É possível ocorrer a chamada adoção conjunta, exigindo-se para 
tanto que eles sejam casados no civil, ou vivam em união estável.
7°- É necessário existir uma diferença entre o adotante e o adotado, 
em relação a sua idade, pois o primeiro tem que ser mais velho que o 
segundo em 16 (dezesseis) anos de idade. Aquele que tiver 18 anos de 
idade já tem o direito de adotar, mas deverá ser uma criança de no 
máximo 2 anos para que a diferença entre estes seja de 16 anos de idade.
8°- Os divorciados, os separados e os ex-companheiros, podem 
adotar na forma conjunta, desde que exista acordo sobre a guarda e o 
direito de visita, bem como, tenha ocorrido o estágio de convivência na 
constância da convivência.
9°- A adoção só será deferida após manifestação de vontade do 
adotante. Mesmo que faleça antes da sentença.
10°- A ação depende de existir a manifestação de vontade dos pais 
para a sua procedência, sendo dispensado se os pais não forem conhecidos 
ou estiverem destituídos do poder familiar.
 
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11°- O adotando somente se manifesta se possuir 12 (doze) anos ou 
mais.
12°- Toda adoção será precedida pelo ato processual denominado 
"estágio de convivência". Esse estágio não tem prazo fixado em lei, 
variando de caso a caso, na exigência do juiz da ação.
13°- É possível ocorrer a dispensa do estágio, nas seguintes 
hipóteses: se os adotantes exercerem a tutela do menor, ou se os autores 
exercerem a guarda legal do menor. 
14°- Toda adoção é irrevogável, podendo a sentença modificar o 
prenome do adotando (se houver pedido). O sobrenome do adotando será 
automaticamente o do adotante.
15°- Toda adoção exige a intervenção do Poder Judiciário, através de 
ação própria.
ORDEM DE ADOÇÃO:
 
A) não cadastrados:
- Adoção unilateral
- Parentes
- Guarda / tutela
B) cadastrados
C) brasileiros no exterior
D) estrangeiros 
 
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Do Procedimento para 
Colocação em
 Família Substituta
1) HABILITAÇÃO PARA A ADOÇÃO: 
- Será iniciada mediante petição;
- A autoridade judiciária terá 48 horas para dar vista ao MP, que poderá, 
no prazo de 05 dias, apresentar quesitos;
- Será necessária audiência para oitiva dos requerentes e de testemunhas, 
assim como juntada de documentos e outras diligências;
- É obrigatória a atuação de equipe interprofissional, para a elaboração de 
estudo psicossocial;
- Os postulantes devem participar de programa promovido pela Justiça da 
Infância e da Juventude, com vista a prepará-los para a adoção;
- Após a certificação nos autos de que os postulantes participaram do 
referido programa, decidirá a autoridade judiciária em 48 horas acerca dos 
pedidos do MP, determinando a juntada do estudo psicossocial e 
designará, se necessária, audiência;
- Não havendo audiência (em razão da não solicitação de diligências ou do 
indeferimento das solicitadas), será dada vista ao MP para manifestação 
em 5 dias, passando a autoridade judiciária a decidir em igual prazo;
- Sendo deferida, a inscrição será efetivada respeitando-se a ordem 
cronológica e a disponibilidade de crianças e adolescentes adotáveis. A 
ordem cronológica é regra, somente podendo ser inobservada se for 
medida que melhor atenda ao interesse do adotando, conforme previsto 
no art. 50, § 13, do ECA;
- Em havendo constantes recusas de adotandos, os postulantes terão 
sua habilitação reavaliada.
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2) Do Pedido: 
- Qualificação das partes, com a apresentação do grau eventual de 
parentesco entre a criança/ adolescente e os requerentes;
- Qualificação da criança ou adolescente e de seus pais, se forem 
conhecidos;
- Indicação de existência de bens ou direitos da criança ou adolescente.
 3) Pedido Cartorial: 
- Se os pais forem falecidos, destituídos ou suspensos de seu poder 
familiar, ou, voluntariamente, concordarem com a colocação em família 
substituta, poderá o pedido ser efetivado diretamente em Cartório.
 4) Estudo Social: 
- Realizado por mandato da autoridade judiciária, mediante provocação do 
Ministério Público, requerimento das partes ou mesmo de ofício;
- Este estudo pode ser substituído por perícia de equipe interprofissional;
 5) Oitiva da criança ou adolescente: 
- A oitiva da criança deve ocorrer sempre que possível. Ademais, se maior 
de 12 anos, deverá consentir na medida.
 6) Contraditório: 
- Somente ocorrerá se a medida implicar perda ou suspensão do poder 
familiar.
 7) Vista ao MP: 
- Será concedida pelo prazo de 5 dias.
8) Decisão:
- Após a manifestação do MP, decidirá a autoridade judiciária em prazo 
igual de cinco dias.
 9) Termo de bom cumprimento:
- Sendo o procedimento para a concessão de guarda legal, deverá o 
responsável, para assumir sua função, prestar compromisso de 
fidelidade e bom cumprimento de sua atividade.
 
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Da Prevenção
Tanto a sociedade, o Estado, a família, quanto qualquer cidadão, 
possuem o dever de prevenir qualquer violação a direitos da criança ou do 
adolescente.
 
O Estatuto CA estabelece nos artigos 70 a 85 o Título “Da Prevenção”, 
onde preceitua medidas que devem ser tomadas para se evitar que 
qualquer mal aconteça aos seres em desenvolvimento. Caso estas não 
sejam realizadas quando necessárias responderá o autor da ação ou 
omissão, pessoa física ou jurídica, esta administrativamente (arts. 245 ao 
258 do ECA), aquelas criminalmente e administrativamente (arts. 225 ao 
258). Para tanto dividiu tal titulo em geral e especial.
 
 Prevenção Geral
 
Compreende os artigos 70 a 73, do ECA. Inicia o capitulo dispondo ser 
dever de todos, sociedade, família, Estado, prevenir, atuar antes que o fato 
aconteça, a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da criança e do 
adolescente. Importa destacar que as normas dispostas neste Capitulo se 
aplicam subsidiariamente às regras dispostas na parte onde se trata da 
prevenção especial, pois, havendo regra especial esta deverá ser aplicada.
Prevenção Especial
 
A Prevenção Especial é também tratada como princípio, pois 
individualiza o campo deatuação do poder público frente à divulgação da 
informação, cultura, lazer, esportes, diversões e espetáculos, assim como a 
proibição de venda de determinados produtos e serviços. 
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• As normas específicas de maior repercussão e incidência são: a) As 
crianças menores de 10 (dez) anos somente poderão ingressar e 
permanecer nos locais de apresentação ou exibição quando 
acompanhadas dos pais ou responsáveis; b) As emissoras de rádio e 
televisão somente exibirão, no horário recomendado para o público 
infanto-juvenil, programas com finalidades educativas, artísticas, 
culturais e informativas; c) Publicações destinadas às crianças e 
adolescentes são proibidas de veicular matéria ou propaganda 
referente a bebidas alcoólicas, fumo ou armas e devem atender a 
valores éticos-familiares; d) Em um rol exemplificativo estabelece 
proibição de venda de produtos nocivos (armas, munições, explosivos, 
etc.; e) Proibição de hospedagem de criança e adolescente em hotel, 
motel, pensão ou estabelecimento congênere desacompanhado dos 
pais ou responsáveis, salvo autorização expressa destes; e f) quanto à 
autorização para viagem, estabelece que nenhuma criança poderá 
viajar para fora da comarca onde reside desacompanhada dos pais ou 
responsável, sem expressa autorização judicial, sendo esta dispensada 
em algumas ocasiões (artigo 83, §1º ECA).
Fique sabendo!
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Da Política de Atendimento
Existe uma estrutura dedicada ao atendimento da criança e do 
adolescente e do resguardado de seus direitos.
 
▪ Na esfera Federal: CONANDA – Conselho Nacional dos Direitos da 
Criança e do Adolescente;
▪ Nos Estados: Conselhos estaduais dos Direitos da Criança e do 
Adolescente;
▪ Nos Municípios: Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do 
Adolescente.
 
As entidades de atendimento são passíveis das seguintes penas: a) se 
governamentais – advertência, afastamento provisório dos dirigentes, 
afastamento definitivo dos dirigentes e fechamento da unidade/ interdição 
de programa; b) se não governamentais – advertência, suspensão total ou 
parcial do repasse de verbas públicas, interdição de unidades/ suspensão 
de programas, cassação do registro. 
 
DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO
 
Art. 98 . As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis 
sempre que os direitos reconhecidos nesta lei forem ameaçados ou 
violados: 
I- por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; 
II- por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável; 
III- em razão de sua conduta. 
 
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O artigo 98 dá ampla proteção às crianças e adolescentes e rompe 
com a situação irregular e aplica a proteção integral. Assim, o desvio da 
norma, sempre que ocorrer uma das três situações mencionadas, autoriza 
ao Conselho Tutelar, através da requisição, ao Ministério Público, através 
da representação em juízo, e à autoridade judiciária, em decisão 
fundamentada, buscar os fins sociais a que o Estatuto se destina. 
Medidas Específicas de Proteção
 
Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada 
ou cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo. 
 
Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as necessidades 
pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem o fortalecimento dos 
vínculos familiares e comunitários. 
 
As medidas aplicadas pelo Conselho Tutelar ou pela Autoridade Judiciária 
são as previstas no artigo 101, do ECA:
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a 
autoridade competente poderá determinar, dentre outras, as seguintes 
medidas: 
I – encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de 
responsabilidade; 
II – orientação, apoio e acompanhamento temporários; 
III – matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de 
ensino fundamental;
IV – inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à 
criança e ao adolescente;
V – requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em 
regime hospitalar ou ambulatorial;
VI – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e 
tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
VII – abrigo em entidade;
VIII – colocação em família substituta.
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Parágrafo único. O abrigo é medida provisória e excepcional, 
utilizável como forma de transição para a colocação em família substituta, 
não implicando privação de liberdade.
 
Todas essas medidas são acompanhadas da regularização do registro 
civil, sempre que isto se fizer necessário. Não havendo assento de 
nascimento, este será confeccionado com base nos elementos que 
existirem, sem qualquer ônus.
Ato Infracional
 
É qualquer conduta que seja tipificada como delito, seja crime ou 
contravenção. Sempre que o autor do ato for criança (menor de 12 anos), 
a ele serão aplicadas as medidas do art. 101 do ECA.
 
De outra sorte, o adolescente infrator poderá ser apreendido em 
flagrante de ato infracional ou em se tratando de ordem escrita da 
autoridade judicial. Assim que apreendido, deve o fato ser comunicado ao 
Juiz, à família ou à pessoa indicada pelo adolescente.
Medidas Socioeducativas em Espécie
 
Uma vez ocorrido o ato infracional, será desencadeado um processo 
baseado no princípio da ampla defesa e do contraditório, sendo possível a 
aplicação das seguintes medidas socioeducativas:
a) Advertência: Talvez seja a medida de maior tradição no Direito do 
Menor, tendo constado tanto no nosso primeiro Código de Menores, o 
Código Mello Mattos, de 1927, no art. 175, como também do Código de 
Menores, de 1979, no art. 14, I, figurando entre as chamadas "Medidas de 
Assistência e Proteção": dispõe o art. 115 do ECA, que “A advertência 
consistirá na admoestação verbal, que será reduzida a termo e assinada”. 
Possui como propósito alertar o adolescente e seus genitores ou 
responsáveis para os riscos do envolvimento no ato infracional. Essa 
medida poderá ser aplicada sempre que houver prova da materialidade da 
infração e indícios suficientes de autoria (art. 114, § único).
 
 
 
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b) Reparação de Danos: Em se tratando de ato infracional com reflexos 
patrimoniais, a autoridade judiciária poderá aplicar a medida prevista no 
art. 116 do ECA, determinando que o adolescente restitua a coisa, 
promova o ressarcimento do dano, ou por outra forma compense o 
prejuízo da vítima. Ocorrendo manifesta impossibilidade, a medida poderá 
ser substituída por outra mais adequada, isto se dá para evitar que não 
sejam os pais do adolescente os verdadeiros responsáveis pelo seu 
cumprimento. Segundo a doutrina existem três espécies de reparação do 
dano: a restituição da coisa; o ressarcimento do dano; e a compensação do 
prejuízo por qualquer outra forma.
 c) Prestação de Serviços à Comunidade: Cuida-se de uma das inovações 
do ECA, que veio acolher a medida introduzida na área penal, em 1984, 
pelas Leis nº 7.209 de 11 de Julho de 1984 e 7.210 de 12 de Julho de 1984, 
como alternativa à privação da liberdade. A medida socioeducativa, 
prevista no art. 112, III, e disciplinada no art. 117 e seu § único, do ECA, 
consiste na prestação de serviços comunitários, por período não 
excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e 
outros estabelecimentos congêneres, bem como programas comunitários 
ou governamentais e não governamentais.
 
d) Liberdade Assistida: Esta medida destina-se a acompanhar, auxiliar e 
orientar o adolescente. O caso será acompanhadopor pessoa capacitada, 
designada pela autoridade. Deverá ser nomeado um orientador, a quem 
incumbirá promover socialmente o adolescente e sua família, 
supervisionar a frequência escolar, diligenciar a profissionalização. A 
Liberdade Assistida, fixada pelo ECA, no prazo mínimo de seis meses, com 
a possibilidade de ser prorrogada, renovada ou substituída por outra 
medida (art. 118, §2º).
e) Semiliberdade: É admissível como início ou como forma de progressão 
para o meio aberto. Comporta o exercício de atividades externas, 
independentemente de autorização judicial. Ademais, é obrigatória a 
escolarização e a profissionalização. Não comporta prazo determinado, 
devendo ser aplicadas as disposições a respeito da internação, no que 
couber. Deverá ser revista a cada 6 meses (art. 121, § 2º, 
subsidiariamente).
 
 
 
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f) Internação: É medida privativa de liberdade, sujeita aos princípios da 
brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoas em 
desenvolvimento. Esta medida é a mais severa de todas as medidas 
previstas no ECA, por privar o adolescente de sua liberdade. Deve ser 
aplicada somente aos casos mais graves, em caráter excepcional e com a 
observância do devido processo legal, conforme prescreve o ditame 
constitucional e o ECA.
 
g) Da Remissão: é uma espécie de perdão concedido pelo Promotor de 
Justiça ou pelo Juiz de Direito. Trata-se de ato bilateral, onde o 
adolescente, juntamente com seus pais troca o processo por uma medida 
antecipada. 
▪ Espécies:
- Remissão Ministerial: é concedida pelo promotor de justiça como forma 
de exclusão do processo (antes de se iniciar o processo socioeducativo).
- Remissão Judicial: concedida pelo Juiz, após o início do processo. Ela 
suspende ou extingue o processo. Ademais, a remissão não implica em o 
reconhecimento de culpa, nem prevalece para efeitos de antecedentes.
 Medidas aplicáveis aos pais ou responsáveis
Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável:
I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à 
família;
II - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e 
tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
III - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
IV - encaminhamento a cursos ou programas de orientação;
V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua frequência 
e aproveitamento escolar;
VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento 
especializado;
VII - advertência;
VIII - perda da guarda;
IX - destituição da tutela;
X - suspensão ou destituição do pátrio poder.
 
 
 
 
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Conselho Tutelar
 
 O Conselho Tutelar é órgão previsto no art. 131 da Lei nº. 8.069 , de 
13 de julho de 1990 (ECA), que o instituiu como "órgão autônomo, não-
jurisdicional, encarregado de zelar pelo cumprimento dos direitos da 
criança e do adolescente".
 
Tem como finalidade precípua zelar para que as crianças e os 
adolescentes tenham acesso efetivo aos seus direitos, ou seja, sua 
finalidade é zelar, é ter um encargo social para fiscalizar se a família, a 
comunidade, a sociedade em geral e o Poder Público estão assegurando 
com absoluta prioridade a efetivação dos direitos das crianças e dos 
adolescentes, cobrando de todos esses que cumpram com o Estatuto e 
com a Constituição Federal .
 
Outrossim, importa destacar que cada município brasileiro deve ter 
pelo menos um Conselho Tutelar, instituído por lei municipal, composto de 
cinco membros e escolhido pela comunidade local com mandato de três 
anos, sendo permitida uma recondução.
Do acesso à Justiça
 
Toda criança e adolescente tem direito a ter acesso à Defensoria 
Pública, ao Ministério Público e ao Poder judiciário. As ações que envolvem 
infância e juventude são isentas de custas, exceto em caso de má-fé.
 
Sempre que os interesses do menor colidirem com o de seus pais ou 
responsáveis, será nomeado a ele um curador. 
A Vara da infância e da juventude tem competência para:
 
I - conhecer de representações promovidas pelo Ministério Público, para 
apuração de ato infracional atribuído a adolescente, aplicando as medidas 
cabíveis;
II - conceder a remissão, como forma de suspensão ou extinção do 
processo; 
 
 
 
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III - conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes;
IV - conhecer de ações civis fundadas em interesses individuais, difusos ou 
coletivos afetos à criança e ao adolescente, observado o disposto no art. 
209;
V - conhecer de ações decorrentes de irregularidades em entidades de 
atendimento, aplicando as medidas cabíveis;
VI - aplicar penalidades administrativas nos casos de infrações contra 
norma de proteção à criança ou adolescente;
VII - conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tutelar, aplicando as 
medidas cabíveis.
 
Estas atribuições podem ser cumuladas com outras, desde que 
compatíveis com os fins estabelecidos pelo Estatuto da Criança e do 
Adolescente.
 
 Tutela de interesses individuais, difusos e coletivos
Podem ser promovidas ações de responsabilidade quando não houver 
oferta regular de:
 
Art. 208 (...)
I - do ensino obrigatório;
II - de atendimento educacional especializado aos portadores de 
deficiência;
III - de atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos 
de idade;
IV - de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
V - de programas suplementares de oferta de material didático-escolar, 
transporte e assistência à saúde do educando do ensino fundamental;
VI - de serviço de assistência social visando à proteção à família, à 
maternidade, à infância e à adolescência, bem como ao amparo às 
crianças e adolescentes que dele necessitem;
VII - de acesso às ações e serviços de saúde;
VIII - de escolarização e profissionalização dos adolescentes privados de 
liberdade.
IX - de ações, serviços e programas de orientação, apoio e promoção social 
de famílias e destinados ao pleno exercício do direito à convivência familiar 
por crianças e adolescentes. 
 
 
 
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X - de programas de atendimento para a execução das medidas 
socioeducativas e aplicação de medidas de proteção.
Os legitimados para as ações cíveis coletivas ou baseadas em direitos 
difusos são o Ministério Público, os entes federados e “as associações 
legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus 
fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por esta Lei, 
dispensada a autorização da assembleia, se houver prévia autorização 
estatutária.
 
 
 
 
Comentários à Lei 
Nº 12.594/2012
A Lei 12.594, de 18 de Janeiro de 2012 (Lei do SINASE), institui o 
Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase), regulamenta a 
execução das medidas socioeducativas destinadas a adolescente que 
pratique ato infracional, altera o Estatuto da Criança e do Adolescente 
(ECA) e altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
 
Quando uma criança ou adolescente pratica um fato previsto em lei 
como crime ou contravenção penal, esta conduta é chamada de “ato 
infracional”. Assim, juridicamente, não se deve dizer que a criança ou 
adolescente cometeu um crime ou contravenção penal, mas sim ato 
infracional. Portanto, a principal inovação desta nova Lei é que ela 
regulamenta a execução das medidas socioeducativas destinadas a 
adolescente que pratique ato infracional. 
 
 
 
 
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Ademais, o rol de medidas socioeducativasestá previsto no art. 112 
do ECA e não foi alterado pela Lei 12.594/2012.
 
Esta Lei institui o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo 
(Sinase), tratando-se do conjunto ordenado de princípios, regras e critérios 
que envolvem a execução de medidas socioeducativas, incluindo-se nele, 
por adesão, os sistemas estaduais, distrital e municipais, bem como todos 
os planos, políticas e programas específicos de atendimento a adolescente 
em conflito com a lei. 
O Sinase será coordenado pela União e integrado pelos sistemas estaduais, 
distrital e municipais responsáveis pela implementação dos programas de 
atendimento a adolescente ao qual seja aplicada medida socioeducativa. 
 
Uma das vantagens da Lei 12.594/2012 é que ela estabelece, de 
forma detalhada, as competências de cada ente na execução das medidas 
socioeducativas. Vejamos: 
Competências da União: 
I - formular e coordenar a execução da política nacional de atendimento 
socioeducativo; 
II - elaborar o Plano Nacional de Atendimento Socioeducativo, em parceria 
com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; 
 III - prestar assistência técnica e suplementação financeira aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios para o desenvolvimento de seus 
sistemas; 
IV - instituir e manter o Sistema Nacional de Informações sobre o 
Atendimento Socioeducativo, seu funcionamento, entidades, programas, 
incluindo dados relativos a financiamento e população atendida;
V - contribuir para a qualificação e ação em rede dos Sistemas de 
Atendimento Socioeducativo;
VI - estabelecer diretrizes sobre a organização e funcionamento das 
unidades e programas de atendimento e as normas de referência 
destinadas ao cumprimento das medidas socioeducativas de internação e 
semiliberdade; 
VII - instituir e manter processo de avaliação dos Sistemas de Atendimento 
Socioeducativo, seus planos, entidades e programas; 
 
 
 
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VIII - financiar, com os demais entes federados, a execução de programas e 
serviços do Sinase; e 
IX - garantir a publicidade de informações sobre repasses de recursos aos 
gestores estaduais, distrital e municipais, para financiamento de 
programas de atendimento socioeducativo. 
 
A Lei 12.594/2012 delimitou, de forma expressa e peremptória, a 
responsabilidade de cada ente público, vejamos:
 
• União: formular e coordenar a política nacional de atendimento 
socioeducativo; 
 
• Estados: criar e manter programas para as medidas de semiliberdade e 
internação; 
 
• Municípios: criar e manter programas para as medidas socioeducativas 
em meio aberto;
 
 
 
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Questões Comentadas
dos Últimos Exames
XV Exame da Ordem 
 
QUESTÃO 1 
O Ministério Público moveu ação civil pública em face do estado A1 e do 
município A2, e em favor dos interesses da criança B, que precisava 
realizar um procedimento cirúrgico indispensável à manutenção de sua 
saúde, ao custo de R$ 8.000,00 (oito mil reais), o qual a família não tinha 
como custear. Os réus aduziram em contestação que os recursos públicos 
não poderiam ser destinados individualmente, mas sim, em caráter 
igualitário e geral a todos os que deles necessitassem.
Considere a narrativa e assinale a única opção correta a seguir.
 
A) Não tem cabimento a medida intentada pelo Ministério Público, uma 
vez que a ação civil pública destina-se a interesse difusos ou coletivos, não 
sendo ferramenta jurídica hábil a tutelar os interesses individuais 
indisponíveis, como os descritos no enunciado, devendo o processo ser 
extinto sem resolução do mérito.
B) A causa terá seguimento, visto que cabível ação civil pública na 
hipótese, mas, no mérito, os argumentos dos réus merecem acolhimento, 
já que conferir tratamento desigual à criança B implica violação ao 
princípio da isonomia, o que não encontra amparo na norma especial do 
ECA.
C) A ação civil pública é perfeitamente cabível no caso e, no mérito, a 
prioridade legal assiste a criança B no atendimento a necessidades como 
vida e saúde, nisso justificando-se a absoluta prioridade na efetivação dos 
seus direitos, conferindo-lhe primazia de receber socorro e proteção, e a 
precedência no atendimento em serviço público.
 
 
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D) Não é cabível ação civil pública na hipótese, por se tratar de direito 
meramente individual, embora indisponível, e, como no mérito assiste 
razão aos interesses da criança B, a ação deverá ser extinta sem resolução 
do mérito, a fim de que outra ação judicial, intentada com o uso da 
ferramenta jurídica adequada, possa ser processada sem incorrer em 
litispendência.
Comentário: Conforme art. 227 da CF, crianças e adolescentes tem direito 
à proteção integral e atendimento prioritário. Alternativa correta: C
 
 QUESTÃO 2 
 José, tutor da criança Z, soube que Juarez vem oferecendo recompensa 
àqueles que lhe entregam crianças ou adolescentes em caráter definitivo. 
Entusiasmado com a quantia oferecida, José promete entregar a criança 
exatamente dez dias após o início da negociação. José contou aos seus 
vizinhos que não queria mais “ter trabalho com o menino”. Indignada, 
Marieta, vizinha de José, comunicou imediatamente o fato à autoridade 
policial, que conseguiu impedir a entrega da criança Z a Juarez.
Nesse caso, à luz do Estatuto da Criança e do Adolescente, assinale a 
afirmativa correta.
 
A) A promessa de entrega de Z, por si só, já configura infração penal, do 
mesmo modo que o seria em caso de efetiva entrega da criança.
B) Somente a efetiva entrega da criança mediante paga ou recompensa 
configuraria a prática de infração penal tanto para quem entrega quanto 
para quem oferece o valor
pecuniário.
C) Tratar-se-ia de infração penal somente se a criança Z fosse filho de José, 
sendo a figura do tutor atípica para esse tipo de infração penal, não se 
podendo aplicar analogia para a configuração de crime.
D) Somente incorre na pena pela prática de infração penal o sujeito que 
oferece a paga ou recompensa, sendo atípica para o responsável legal a 
mera promessa de entrega da criança.
 
 
 
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Comentário: O crime está previsto no art. 238 do Estatuto da Criança e o 
Adolescente: “Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, 
mediante paga ou recompensa: Pena – reclusão de um a quatro anos, e 
multa. Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou efetiva 
a paga ou recompensa.” Alternativa correta: A
XVI Exame da Ordem 
 
QUESTÃO 3 
 O Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece que pessoas com até 
doze anos de idade incompletos são consideradas crianças e aquelas entre 
doze e dezoito anos incompletos, adolescentes. Estabelece, ainda, o Art. 
2º, parágrafo único, que “Nos casos expressos em lei, aplica-se 
excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um 
anos de idade”.
Partindo da análise do caráter etário descrito no enunciado, assinale a 
afirmativa correta.
 
 A) O texto foi derrogado, não tendo qualquer aplicabilidade no aspecto 
penal, que considera a maioridade penal aos dezoito anos, não podendo, 
portanto, ser aplicada qualquer medida socioeducativa a pessoas entre 
dezoito e vinte e um anos incompletos, pois o critério utilizado para a 
incidência é a idade na data do julgamento e não a idade na data do fato.
B) A proteção integral às crianças e adolescentes, primado do ECA, 
estendeu a proteção da norma especial aos que ainda não tenham 
completado a maioridade civil, nisso havendo
a proteção especialmente destinada aos menores de vinte e um anos, nos 
âmbitos do Direito Civil edo Direito Penal.
C) O texto destacado no parágrafo único desarmoniza-se da regra do 
Código Civil de 2002 que estabelece que a maioridade civil dá-se aos 
dezoito anos; por esse motivo, a regra indicada no enunciado não tem 
mais aplicabilidade no âmbito civil.
D) Ao menor emancipado não se aplicam os princípios e as normas 
previstas no ECA; por isso, o estabelecido no texto transcrito, desde a 
entrada em vigor da norma especial em 1990, não era aplicada aos 
menores emancipados, exceto para fins de Direito Penal.
 
 
 
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Comentário: O Art. 2º, parágrafo único,ECA, está em desarmonia com o 
Código Civil de 2002, portanto, não tem mais aplicabilidade. Alternativa 
correta: C
 
 QUESTÃO 4 
 B e P, vizinhos da criança Y, cuidam do menino desde a tenra idade, 
quando o pai da criança faleceu e sua genitora, por motivos profissionais, 
mudou-se para localidade distante, fazendo visitas esporádicas ao infante, 
mas sempre enviando ajuda de custo para a alimentação do filho. Quando 
a criança completou um ano de idade, a genitora alcançou patamar 
financeiro estável, passando a ter meios para custear os gastos da criança 
também com educação, lazer, saúde etc. Assim, buscou a restituição do 
convívio diário com a criança Y, levando-a para morar consigo, o que gerou 
discordância dos vizinhos B e P, que ingressaram com Ação de Guarda e 
Tutela do menor, argumentando a construção de laços afetivos intensos e 
que a criança iria sofrer com a distância.
Analise a situação e, sob o ponto de vista jurídico, assinale a afirmativa 
correta.
 
 A) O afastamento da genitora do convívio cotidiano com a criança Y 
impede a reconstrução de laços afetivos, devendo ser, de pronto, 
conferida a guarda provisória aos vizinhos que o criaram e, ao final, a 
tutela do menor aos demandantes B e P.
B) A reintegração à família natural, no caso, junto à mãe, deve ser 
priorizada em relação a outra providência, não havendo justo motivo para 
a que a criança seja posta sob tutela na hipótese narrada, uma vez que isso 
demandaria a perda ou suspensão do poder familiar, o que não encontra 
aplicabilidade nos estritos termos do enunciado.
C) Os vizinhos que detinham a guarda de fato da criança Y têm prioridade 
no exercício do encargo de tutores, considerando esse o atendimento ao 
melhor interesse da criança, podendo eles assumir a função mesmo que a 
mãe mantenha o poder familiar, ante a precariedade e provisoriedade do 
referido encargo jurídico.
D) A mãe da criança Y pode anuir com o pedido de colocação da criança 
sob tutela se considerar que atenderá ao melhor interesse do infante, 
hipótese em que a sentença homologatória poderá ser revogada a 
qualquer tempo, caso mudem as circunstâncias que a justificaram, não 
fazendo, pois, coisa julgada material.
 
 
 
 
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Comentário: A filiação socioafetiva, decorre da posse do estado de filho e 
corresponde à verdade aparente. Nada mais é que a crença da filiação, 
fundada em laços de afeto. Alternativa correta: B
XVII Exame da Ordem 
 
QUESTÃO 5 
 O adolescente N. ficou conhecido no bairro onde mora por praticar roubos 
e furtos e ter a suposta habilidade de nunca ter sido apreendido. Certa 
noite, N. saiu com o propósito de praticar novos atos de subtração de coisa 
alheia. Diante da reação de uma vítima a quem ameaçava, N. disparou sua 
arma de fogo, levando a vítima a óbito. N. não conseguiu fugir, sendo 
apreendido por policiais que passavam pelo local, no momento em que 
praticava o ato infracional. Sobre o caso narrado, assinale a opção correta.
 
A) A medida de internação não terá cabimento contra N., uma vez que 
somente poderá ser aplicada em caso de reincidência no cometimento de 
infrações graves.
B) Mesmo estando privado de liberdade, N. poderá entrevistar-se 
pessoalmente com o representante do Ministério Público, mas não terá 
direito a peticionar diretamente a este ou a qualquer autoridade que seja.
C) A medida de internação de N. é cabível por se tratar de ato infracional 
praticado com ameaça e violência contra pessoa, mesmo que não seja caso 
de reincidência.
D) Caso N. seja condenado por sentença ao cumprimento de medida de 
internação, e somente nesse caso, tornam-se obrigatórias as intimações do 
seu defensor e dos pais ou responsáveis, mesmo que o adolescente tenha 
sido intimado pessoalmente.
 
Comentário: Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada 
quando:
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou 
violência a pessoa. Alternativa correta: C
 
 
 
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QUESTÃO 6 
 Um conselheiro tutelar, ao passar por um parquinho, observa Ana 
corrigindo o filho, João, por ele não permitir que os amigos brinquem com 
o seu patinete. Para tanto, a genitora grita, puxa o cabelo e dá beliscões no 
infante, na presença das outras crianças e mães, que assistem a tudo 
assustadas.
Assinale a opção que indica o procedimento correto do Conselheiro 
Tutelar.
 
 A) Requisitar a Polícia Militar para conduzir Ana à Delegacia de Polícia e, 
após a atuação policial, dar o caso por encerrado.
B) Não intervir, já que Ana está exercendo o seu poder de correção, 
decorrência do atributo do poder familiar.
C) Intervir imediatamente, orientando Ana para que não corrija o filho 
dessa forma, e analisar se não seria recomendável a aplicação de uma das 
medidas previstas no ECA.
D) Apenas colher elementos para ingressar em Juízo com uma 
representação administrativa por descumprimento dos deveres inerentes 
ao poder familiar.
 
Comentário: Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do 
adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, 
violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor. Alternativa correta: C
 
 XVIII Exame da Ordem 
 
QUESTÃO 7 
 Isabela e Matheus pretendem ingressar com ação judicial própria a fim de 
adotar a criança P., hoje com 4 anos, que está sob guarda de fato do casal 
desde quando tinha 1 ano de idade. Os pais biológicos do infante são 
conhecidos e não se opõem à referida adoção, até porque as famílias 
mantêm convívio em datas festivas, uma vez que Isabela e Matheus 
consideram importante que P. conheça sua matriz biológica e mantenha 
convivência com os membros de sua família originária.
Partindo das diretrizes impostas pelo ECA e sua interpretação à luz da 
norma civilista aplicáveis à situação narrada, assinale a afirmativa correta.
 
 
 
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A) Durante o processo de adoção, Isabela, que reside fora do país, pode, 
mediante procuração, constituir Matheus como seu mandatário com 
poderes especiais para representar sua esposa e ajuizar a ação como 
adoção conjunta.
B) Dispensável a oitiva dos pais biológicos em audiência, desde que eles 
manifestem concordância com o pedido de adoção por escritura pública 
ou declaração de anuência com firma reconhecida.
C) Concluído o processo de adoção com observância aos critérios de 
regularidade e legalidade, caso ocorra o evento da morte de Isabela e 
Matheus antes de P. atingir a maioridade civil, ainda assim não se 
reestabelecerá o poder familiar dos pais biológicos.
D) A adoção é medida excepcional, que decorre de incompatibilidade de os 
pais biológicos cumprirem os deveres inerentes ao poder familiar, motivo 
pelo qual, mesmo os pais de P. sendo conhecidos, a oitiva deles no curso 
do processo é mera faculdade e pode ser
dispensada.
 
Comentário: art. 39, §1º, do ECA a adoção é medida excepcional e 
irretratável, de modo que a morte dos pais adotivos não tem o condão de 
restabelecer o vínculode origem. Alternativa correta: C
 
 QUESTÃO 8
 J., com 11 anos, L., com 12 anos, e M., com 13 anos de idade, são alunos 
do 8º ano do ensino fundamental de uma conceituada escola particular. Os 
três, desde que foram estudar na mesma turma, passaram a causar 
diversos problemas para o transcurso normal das aulas, tais como: escutar 
música; conversar; dormir; colocar os pés nas mesas e não desligar o 
aparelho celular. O professor de matemática, inconformado com a 
conduta desrespeitosa dos alunos, repreende-os, avisando que os 
encaminhará para a direção da escola. Ato contínuo, os alunos reagem da 
seguinte forma: J. chama o professor de “velho idiota”; L. levanta e sai da 
sala no meio da aula; e M. ameaça matá-lo.
Diante dos atos de indisciplina dos três alunos, a direção da escola entra 
em contato com o seu departamento jurídico para, com base no Estatuto 
da Criança e do Adolescente, receber a orientação de como proceder.
Com base na hipótese apresentada, assinale a opção que apresenta a 
orientação recebida pela direção escolar.
 
 
 
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A) Os atos de indisciplina praticados por J., L. e M. deverão ser coibidos 
pela própria direção escolar.
B) J. e M. praticaram atos infracionais. J. deverá ser encaminhado ao 
Conselho Tutelar e M. para a autoridade policial. A indisciplina de L. deverá 
ser coibida pela própria direção escolar.
C) J., L. e M. praticaram atos infracionais e deverão ser encaminhados para 
a autoridade policial.
D) J. e M. praticaram atos infracionais. Ambos deverão ser encaminhados 
para a autoridade policial. A indisciplina de L. deverá ser coibida pela 
própria direção escolar.
 
Comentário: o ECA prevê, em seu art. 104, que o menor de 18 anos 
(dezoito) anos é inimputável porém capaz, inclusive a criança, de cometer 
ato infracional, passíveis então de aplicação de medidas socioeducativas 
quais sejam: advertência; obrigação de reparar o dano; prestação de 
serviços a comunidade; liberdade assistida; inserção em regime de 
semiliberdade; internação em estabelecimento educacional e, por fim, 
qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI, conforme o art. 105 do ECA. 
Alternativa correta: B

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