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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Logística Reversa Aula 3 Prof. Luiz Felpe Cougo CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Conversa Inicial Para começarmos, é necessário o estudo das demandas dos negócios dos dias de hoje e também dos processos associados às empresas, entender também dos principais modelos de projetos voltados à Logística Reversa (LR), das técnicas e ferramentas de abordagem estratégica e tática nos processos do Supply Chain e a criação de cenários e hipóteses da necessidade da aplicação da LR. Boa parte já vimos nas rotas anteriores! No mercado globalizado, a logística desempenha, de forma decisiva, papel de destaque organizacional. Esse cenário não se aplica apenas a empresas que mantêm a logística como core business, mas também àquelas que a posicionam como atividade-meio no negócio, podendo ser alocada como ferramenta diferenciadora competitiva (PIRES, 2009, apud PONTINI, 2011). A logística reversa agora entre neste objeto de estudo para que você compreenda como os canais reversos de pós-vendas são aplicados, veja alguns exemplos de cadeias reversas estudados e praticados nos dias de hoje e além disso, conheça os aspectos legais, associados à Logística Reversa (LR), utilizados como padrões iniciais necessários pelas organizações. Contextualizando Segundo Lacerda (in CEL 2000), os processos de logística reversa tem trazido consideráveis retornos para as empresas. O reaproveitamento de materiais e a economia com embalagens retornáveis têm trazido ganhos que estimulam cada vez mais novas iniciativas e esforços em desenvolvimento e melhoria nos processos de logística reversa. Sob este ponto de vista, você acha que as empresas de uma forma geral, ou na própria empresa onde você trabalha, já realizaram um processo de mapeamento das atividades reversas e neste contexto, já conseguiram identificar e medir quais os custos relacionados a este processo que já foram CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 gastos? E os que foram economizados e/ou reaproveitados, como por exemplo, com embalagens, reaproveitamento de matéria prima entre outros? Sabemos que este tipo de processo reverso da logística acarreta custos adicionais, muitas vezes altos para as empresas, uma vez que, processos como armazenagem, separação, conferência, distribuição serão feitos em duplicidade, e assim como os processos, os custos também são duplicados. Assim sendo, além do entendimento destes cenários das organizações, precisamos incluir estes itens como critérios de medição, análise e planejamento de ações futuras para evitarmos reincidências. Existe como estudo de caso complementar um bom artigo para compreendermos o processo de identificação dos custos da LR: Gestão De Custos Da Logística Reversa: Em Um Estudo De Caso Industrial http://www.anpet.org.br/xxviiianpet/anais/documents/AC315.pdf Pesquise TEMA 1: Canais reversos de Bens de pós-vendas (CR-PV). Os canais reversos de pós-venda, abrigam os fluxos estratégicos e operacionais dos bens de pós-venda. Esses, por sua vez, tratam-se dos bens com pouco ou nenhum uso que, após triagem, retornam pelos elos diretos da cadeia de suprimentos ou, dependendo do nível de dano, são direcionados aos canais de pós-consumo (LEITE, 2009). A figura a seguir exemplifica de modo simplificado, o ciclo dos produtos no pós-venda. O lado direito, é apresentado o fluxo direto comum de bens pela cadeia, iniciando-se no fornecedor de matéria-prima, passando pelo atacadista, varejista e, por fim, com chegada ao consumidor final. As setas de sentido oposto se referem ao retorno dos produtos pós-venda, que fazem o uso dos próprios elos da cadeia direta de distribuição. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 Já no lado esquerdo, estão dispostas as fases pelas quais os produtos, já em estado de pós-vendas, são submetidos até que sejam redirecionados aos seus respectivos destinos. Assim, o produto pode ser considerado irrecuperável e direcionado ao desmanche, tendo o mesmo destino dos bens de pós-consumo: a reciclagem. Pode ser redirecionado diretamente ou via manufatura ao mercado secundário ou, mesmo, retornado ao consumidor final (mercado primário), após sofrer algum reparo ou conserto se necessário. Veja alguns exemplos de retornos no pós-vendas e quais as possíveis destinações que eles podem ter: Conforme já citado no movimento reverso de pós-consumo, a redução do ciclo de vida dos produtos também influi no movimento reverso de pós-vendas. Isso se deve, pois, em coexistência com o fator de respeito à preservação ambiental pelo destino apropriado dos produtos, o grau de obsolescência das mercadorias está inversamente relacionado à capacidade de retorno desse produto para recomercialização no mercado, principalmente em nichos nos quais CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 a atualização tecnológica é condição de existência (CARDOSO et al., 2007; LEITE, 2009). Embora a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), a qual será abordada doravante, seja direcionada de forma específica ao campo do pós-consumo, ela também se relaciona ao campo de pós-venda. Isso se deve à necessidade de manutenção de tais produtos, dos resíduos resultantes da assistência técnica ou mesmo do tratamento das embalagens utilizadas nos produtos de pós-venda (LEITE, 2011). A IMPORTÂNCIA DA LOGÍSTICA REVERSA NO PÓS-VENDA E PÓS- CONSUMO http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2011/anais/arquivos/0543_0993_01.pdf Relembrando o conceito, a LR no pós-venda é definida como a área específica de atuação que se ocupa do equacionamento e operacionalização do fluxo físico e das informações logísticas correspondentes de bens de pós-venda, sem uso ou com pouco uso, os quais, por diferentes motivos, retornam aos diferentes elos da cadeia de distribuição direta, que se constituem de uma parte dos canais reversos pelos quais fluem esses produtos (LEITE, 2003). TEMA 2: Exemplos de cadeias reversas da LR. Você já parou para pensar em que situações você já precisou que a logística reversa fosse aplicada em seu favor ou necessidade? Quantos produtos que nos dias de hoje a LR é necessária? Como visto em aula, alguns modelos de LR são conhecidos e aplicados em processos conforme a demanda e a atividade da organização, veja os exemplos a seguir: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 Neste primeiro modelo, nota-se o fluxo do produto de forma simples e direta, o que pode gerar gargalos maiores neste processo é o fluxo de informações, onde o desgaste do cliente e a burocratização são fatores que podem influenciar na próxima compra do cliente. No modelo a seguir, os atores relacionados a LR são maiores, incluindo o ponto de venda, o Centro de Distribuição até o fornecedor que então fará o processo do fluxo direto novamente, agora, no entanto, com as opções dos canais de pós-venda (Mercado original, secundário, etc). CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 No modelo de Conserto / Reparo e também no de Reuso/Remanufatura, os processos mapeados devem contemplar os cenários existentes acerca das características do fluxo do material e também do produto, para se ter precisão em situações de demandas dos clientes. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 Estes são modelosque devem ser considerados, contudo, há inúmeras hipóteses que demandam de um mapeamento do fluxo de valor dependendo do escopo da organização. O que fazer, como fazer, quando, onde, por quê, quem será o responsável e também o importante quanto irá custar deve estar presente em todos os cenários. O processo de logística reversa tem que ser sustentável, pois esse processo trata de questões muito mais amplas que simples devoluções, os materiais envolvidos nesse processo geralmente retornam ao fornecedor, são revendidos, recondicionados, reciclados ou simplesmente são descartados e substituídos, entre outros. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 Segundo BARBIERI e DIAS (2002), a logística reversa deve ser concebida como um dos instrumentos de uma proposta de produção e consumo sustentáveis, por exemplo, se o setor responsável desenvolver critérios de avaliação ficará mais fácil recuperar peças, componentes, materiais e embalagens reutilizáveis e reciclá-los. Modelo para a logística reversa dos bens de pós-consumo em um ambiente de cadeia de suprimentos: http://web-resol.org/textos/246350.pdf TEMA 3: Legislação básica associada à Logística Reversa. Devido ao processo de globalização, nas quais multinacionais adotam políticas comuns para todas suas filiais e os governos tendem a adotar legislações ambientais mais rigorosas em todos os países, em pouco tempo, as mesmas práticas ambientais adotadas na Europa serão implementadas no Brasil. Até 2010, não existia no Brasil nenhuma legislação que cobrasse diretamente esta questão, até então o processo de logística reversa estava em difusão e não era encarado pelas empresas como um processo “necessário”, visto que, a maioria das empresas não possuem um departamento específico para gerir essa questão e até hoje ainda é deficitário. Algumas Resoluções são utilizadas, como por exemplo, a Conama nº258, de 26/08/99, que estabelece que as empresas fabricantes e as importadoras de pneus ficam obrigadas a coletar e dar destinação final, ambientalmente adequada, aos pneus inservíveis, proporcionalmente às quantidades fabricadas e importadas definidas nesta Resolução, o que praticamente obriga as empresas desse segmento à sustentarem políticas de logística reversa. BARBIERI e DIAS (2002). CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) foi instituída pela Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 regulamentada pelo Decreto Nº 7.404 de 23 de dezembro de 2010. Entre os conceitos introduzidos em nossa legislação ambiental pela PNRS estão a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, a logística reversa e o acordo setorial, que veremos nas próximas aulas. Diversas leis associadas em âmbito nacional, estadual e municipal abordam, principalmente para produtos que tenham impactos significativos sobre o meio ambiente, como o de pneus citado anteriormente, impõe às empresas que utilizem de logística reversa para assegurar a destinação dos produtos por ela produzidos ou assumidos em seu nome (importações por ex.). Existe nesta relação de LR o suporte do Código de Defesa do Consumidor que protege o cliente em casos de devolução. Nos dias de hoje, inclui-se o comércio eletrônico. Em caso de desistência ou troca por defeito do produto a loja virtual deverá arcar com todos os custos de envio. Caso o consumidor esteja insatisfeito ou constate problemas no produto ele deve entrar em contato com a empresa, de preferência por escrito, e informar o motivo da devolução Nesse momento entra o serviço de logística reversa e a empresa precisa estar preparada. Algumas sugestões, como criar pontos de entrega nas cidades ou organizar para que a devolução ocorra no mesmo momento da entrega do produto são algumas das alternativas. O Código do Consumidor é bastante rigoroso e permite ao consumidor desistir e retornar sua compra em um prazo de sete dias, inclusive compras pela internet, define maiores responsabilidades das empresas por produtos fabricados e/ou comercializados por elas e estabelece normas para os recalls. Nosso consumidor tem-se tornado também bastante consciente de seus direitos e das responsabilidades ambientais das empresas. Além disso, várias empresas (tanto varejistas como fabricantes), por razões competitivas, estão adotando políticas de devolução de produtos mais liberais. Tem-se ainda o reaproveitamento de materiais pelas empresas para CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 redução de custos. Tudo isto, aumenta o fluxo reverso dos produtos e/ou materiais no canal de distribuição. Os aspectos jurídicos da Logística Reversa: http://www.cleversonteixeira.adv.br/publicacoes_int.php?id=117 TEMA 4: Os Processos associados à Logística Reversa. O estudo da logística empresarial ensina que o nível de organização e efetividade do fluxo logístico interno e externo nas empresas está relacionado aos procedimentos e aos recursos colocados à disposição das operações de transportes externos e internos, de estocagem e de armazenagem de produtos, do controle dos estoques, dos sistemas de informações em toda cadeia de suprimentos e dos recursos materiais e humanos a eles alocados (CHRISTOPHER, 1999, BOWERSOX & CLOSS 2001; BALLOU, 2001). O grau de estruturação de um canal reverso seria, então, definido em função da existência de práticas organizacionais, envolvendo os procedimentos nas diversas fases de retorno dos produtos, o relacionamento e as informações entre as empresas na cadeia reversa e o nível de recursos colocados por essas empresas à disposição das operações de retorno dos produtos. BIAZZI (2002) afirma que as etapas que fazem parte do fluxo de retorno são as mesmas de qualquer fluxo reverso: coleta, separação/seleção, processamento e retorno para o mercado ou para descarte. Na Figura a seguir é apresentado um fluxo específico para retornos comerciais, no qual se destacam os sub-processos estruturantes e as atividades de cada sub-processo, com destaque para a destinação dos produtos e para as atividades de padronização da entrada dos produtos no fluxo (RLEC, 2001). Sub-Processos e Atividades GateKeeping - determinar se o produto será autorizado ao entrar no fluxo reverso; CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 - classificar o código da causa do retorno e não permitir que retornos fora do permitido na política da companhia entre no processo. Autorização de Retorno (RMA) - preencher a autorização de retorno - creditar cliente (se necessário) Recebimento de Inspeção - transporte e consolidação - inspeção e seleção dos produtos retornados Processamento - direcionar para local apropriado - verificar razões de retorno - verificar lotes de fabricação e distribuição Opção de Destinação - aterro ou incineração - recondicionamento - reciclagem - revenda (mercado original) - revenda (mercado secundário) Lacerda (2002) descreve que existem seis fatores relevantes para a Logística Reversa que influenciam a eficiência do processo de logística reversa. Estes fatores são: a. Bons controles de entrada; b. Processos mapeados e formalizados; c. Tempo de ciclo reduzidos; CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 d. Sistemas de informação; e. Rede logística planejada e; f. Relações colaborativas entre clientes e fornecedores. Quanto mais ajustados estes fatores, melhor o desempenho do sistema logístico. Oautor acredita que, devido ao processo de globalização, onde multinacionais adotam políticas comuns para todas suas filiais e os governos tendem a adotar legislações ambientais mais rigorosas em todos os países, em pouco tempo, as mesmas práticas ambientais adotadas na Europa serão implementadas no Brasil. O que de fato já ocorre devido às grandes exigências ambientais para o mercado nacional. a. Bons controles de entradas Ao se iniciar o processo de logística reversa, é preciso identificar corretamente o estado dos materiais que retornam, para que estes possam seguir o fluxo reverso correto, ou mesmo impedir que materiais que não devam entrar no fluxo o façam. Por exemplo, identificando produtos que poderão ser revendidos, recondicionados ou que terão que ser totalmente reciclados. Os processos de logística reversa, que não possuem bons controles de entrada, dificultam todo o processo subsequente, gerando retrabalho. Estes podem também ser fonte de atritos entre fornecedores e clientes pela falta de confiança sobre as causas dos retornos. A questão chave para obtenção de bons controles de entrada é o treinamento de pessoal. b. Mapeamento dos Processos e padronização Um bom começo está em mapear os processos de forma objetiva. A cadeia de valor deve ser identificada e conhecida para que todas as ferramentas CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 de gerenciamento e controle possam ser estudadas para avaliar aplicabilidade. Algumas técnicas de mapeamentos de processos: Diagramas de processo Fluxogramas funcionais de processo Service Blueprint (serviços) Value Stream Mapping (lean) c. Tempo de ciclo reduzido O tempo de ciclo se refere ao tempo entre a identificação da necessidade de remanufatura, reciclagem, disposição final ou retorno de produtos e de seu efetivo processamento. Os tempos de ciclos longos adicionam custos desnecessários porque atrasam a geração de caixa e concorrem para que os produtos retornados ocupem espaço, dentre outros aspectos indesejáveis. d. Implementação de sistemas de informação A capacidade de rastreamento de retornos, medição dos tempos de ciclo e medição do desempenho de fornecedores (por exemplo, no caso de avarias nos produtos) permite obter informação crucial para negociação, melhoria de desempenho e identificação de abusos dos consumidores no retorno de produtos. Construir ou mesmo adquirir esses sistemas de informação é um grande desafio. Praticamente inexistem no mercado sistemas capazes de lidar com o nível de variações e com a flexibilidade exigida pelo processo de logística reversa. e. Planejamento da rede logística Da mesma forma que no processo logístico direto, a implementação de processos logísticos reversos requer a definição de uma infraestrutura logística CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 adequada para lidar com os fluxos de entrada de materiais usados e os fluxos de saída de materiais processados. As instalações de processamento, de armazenagem e de transporte devem ser desenvolvidas para conectar, de forma eficiente, os pontos de consumo, onde os 18 materiais usados devem ser coletados, até as instalações em que estes serão utilizados no futuro. As questões de escala de movimentação e até mesmo a falta de um correto planejamento podem fazer com que as mesmas instalações usadas no fluxo direto sejam utilizadas no fluxo reverso, o que nem sempre é a melhor opção. As instalações centralizadas dedicadas ao recebimento, separação, armazenagem, processamento, embalagem e expedição de materiais retornados podem ser uma boa solução, desde que haja escala suficiente. f. Relações colaborativas entre clientes e fornecedores. No contexto dos fluxos reversos que existem entre varejistas e indústrias, onde ocorrem devoluções causadas por produtos danificados, surgem questões relacionadas ao nível de confiança entre as partes envolvidas. São comuns conflitos relacionados à interpretação de quem é a responsabilidade sobre os danos causados aos produtos. Os varejistas tendem a considerar que os danos são causados por problemas no transporte ou mesmo por defeitos de fabricação. Já os fornecedores podem suspeitar que esteja havendo abuso por parte do varejista ou que isso seja consequência de um mau planejamento. Situações extremas podem gerar disfunções, como a recusa para aceitar devoluções, o atraso para creditar as devoluções e a adoção de medidas de controle dispendiosas. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 Tema 05: Indicadores de Desempenho na LR. Todo processo da LR pode ser gerenciado e controlado através de indicadores de desempenho. Considerando que os itens dos processos foram mapeados e a estrutura para atendimento das atividades bem definidas, deve- se medir então como podem ser melhorados os processos da LR. Vejam alguns exemplos nos quadros a seguir. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 17 No quadro a seguir, podemos verificar quais indicadores podemos associar aos processos da LR. Dos estratégicos aos táticos e operacionais, a Alta direção das organizações é quem deve definir quais a empresa irá utilizar. Para nos aprofundarmos nos conceitos de indicadores de desempenho, é importante ler este artigo a seguir que ele explica em detalhes os conceitos sobre os chamados KPIs. http://www.guiadotrc.com.br/logistica/indicadores_desempenho_logistica.asp CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 18 Trocando ideias Quais os primeiros passos para implementar um processo de LR? Na empresa em que trabalha, qual o canal reverso mais utilizado, o pós-venda ou o pós- consumo? Sua empresa está medindo os processos com indicadores de desempenho adequados para a LR? Aproveite a oportunidade para discutir e debater com seus colegas de curso no fórum da disciplina disponível no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). Na Prática Não se pode ignorar a oportunidade de medir os custos que o processo de logística reversa pode acarretar para as empresas, principalmente quando não é feito de forma intencional, isto é, até o momento percebemos que a logística reversa é utilizada em prol da empresa, transformando materiais, que seriam inutilizados, em matéria-prima, reduzindo assim, os custos para a empresa Os indicadores dos processos reversos já são parte constante do sistema de gestão das organizações que você conhece? Esta é uma boa oportunidade de identificarmos alguns e avaliarmos a possibilidade de inserção em nosso dia a dia! Síntese Estudamos neste material a importância do planejamento de ações bem definido antes de iniciarmos as atividades de LR, alguns importantes cenários e hipóteses de como ocorre o fluxo de LR, bem como a necessidade de levantamento dos critérios para execução, como os custos dos processos por ex. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 19 Existe um custo associado a este tipo de devolução, o qual é suportado pelas empresas e que terá tendência para continuar a aumentar, pelas razões anteriormente descritas, pois, trata-se sobretudo de aumentar a competitividade em relação à concorrência, tentando continuamente melhorar a qualidade do serviço prestado ao cliente. As devoluções por erros de expedição, são o tipo de devolução que acontece por qualquer erro que tenha existido na expedição de determinado produto. Estes erros têmvariadas razões para acontecerem, entre as quais, destacamos as seguintes: má etiquetagem, falhas do operador logístico, erros humanos, coordenação entre diferentes operadores logísticos. Ao contrário das devoluções por venda direta, ao consumidor, as devoluções por erros de expedição, podem ser reduzidas e minimizadas, através de vários processos de armazenagem e expedição, que estão hoje disponíveis, no mercado. Portanto, o custo logístico das devoluções por erros ou falhas de expedição ou transporte, pode ser controlado pelas empresas e organizações, estando ao seu alcance a redução destes custos, através das ferramentas referidas no parágrafo anterior. Trata-se, apenas, de escolher as ferramentas que melhor se adaptem a determinado negócio, sendo inclusive possível personalizar estas ferramentas a cada realidade distinta (Pfutzenreuter, 2004). O retorno dos produtos sujeitos ao processo de devolução, ou seja, o fluxo físico inverso desde o ponto de venda ou consumo, até à origem, deverá ser realizado, sempre que for possível, pelo mesmo meio de transporte pelo qual é realizada a sua entrega no local de consumo, isto é, o fluxo físico direto. Após os processos mapeados, estrutura desenvolvida, profissionais competentes e metodologia de fluxo reverso bem definida, os objetivos, metas e indicadores da LR deverão ser definidos pela necessidade de avaliação de desempenho e melhoria contínua dos processos. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 20 Boa sorte nesta empreitada. Referências RAZZOLINI, Edelvino Filho; BERTÉ, Rodrigo. O reverso da Logística e as Questões Ambientais no Brasil. Curitiba: INTERSABERES, 2013. ALVES, Carlos Alberto - A gestão eficiente dos resíduos. Porto. Publindústria, 2005. ISBN 978-972-8953-03-4 CARVALHO, José Crespo de - Logística, Supply Chain & Network Management. Lisboa. Ad litteram, 2003. ISBN 978-972-95759-7-6 CARVALHO, José Crespo de - e-business & e-commerce. Lisboa: Edições Sílabo, 2001. ISBN 978-972-618-249-8 DE BRITO, M P, FLAPPER, S D P e DEKKER, R, 2002, Reverse Logistics: a review of case studies, Econometric Institute Report EI 2002- 21, maio. DIAS, Vini- Logística global e macrologística. Lisboa: Edições Sílabo, 2005. ISBN 978-972-618-369-3 DONATO, Vitório. Logística Verde: uma abordagem sócio-ambiental. São Paulo: Ciência Moderna, 2009. FLEURY, P F. et. al. 2000, Logística Empresarial: A perspectiva brasileira. São Paulo: Atlas. LACERDA, L. 2002, Logística Reversa - Uma visão sobre os conceitos básicos e as práticas operacionais. In http://www.coppead.ufrj.br/pesquisa/cel/new/fr-rev.htm. LEITE, Paulo Roberto. Logística Reversa. 2 ed. São Paulo: Pearson / Prentice Hall, 2009. PFUTZENREUTER, Mário - Gestão de Devoluções [Em Linha]. Fev. (2004). [Consult. 11 junho de 2015]. Disponível em http://www.guialog.com.br/Y524.htm> 1 Logística Reversa Aula 3 Prof. Me. Luiz Felipe Cougo Tema 1 – Canais Reversos de Bens de Pós-Venda (CR-PV) � É o canal de fluxo reverso dos bens industriais que são comercializados e processados de diversas formas e pelos seguintes motivos: • término de validade • excesso de estoque • consignação • problemas de qualidade; defeitos • avarias no transporte • erros de pedido • fim de estações • fim da vida comercial do produto • estoques obsoletos • etc. � Importância crescente: • 35 bilhões de dólares nos EUA ou 0,5% do PNB • em média, o nível de devolução nos EUA, Reino Unido e Brasil é de 5 a 60% 2 � Exemplos • Revistas e jornais • Livros • Retorno do e-commerce • Retorno do varejo • Embalagens retornáveis • A K-mart, cadeia varejista nos EUA com duas mil lojas, tem 4 centros de distribuição reversos Revalorização dos Bens de Pós-Venda � Motivos de retorno • Erros de expedição • Produtos consignados • Excesso de estoque • Giro baixo • Produtos sazonais • Produtos defeituosos • Recall de produtos • Validade expirada • Produtos danificados no trânsito � Destinos dos produtos • Mercado primário • Conserto • Remanufatura/Reparos • Mercado secundário • Doação em caridade • Desmanche • Reciclagem • Disposição final Tema 2 – Exemplos de Cadeias Reversas da LR 3 Modelo de LR Retorno do Consumidor Final (SAC) CONSUMIDOR FINAL SAC FABRICANTE RETORNA NOVO PRODUTO TRANSPORTES ESTOQUES INFORMAÇÃO PRODUTO NOVO PRODUTO PROBLEMA Transporte Informação Transporte Informação Estocagem TI Call center Modelo de LR de Varejo PONTO DE VENDA FORNECEDOR CD de CONSOLIDAÇÃO DECISÃO DE DESTINO MERCADO ORIGINAL MERCADO SECUNDÁRIO OUTROS NA HIERARQUIA INFORMAÇÃO PRODUTO NOVO PRODUTO PROBLEMA Aparelho defeituoso Aparelho está ok Exemplo: placa defeituosa FABRICANTE Troca de peças CENTROS DE ASSISTÊNCIA 1º NÍVEL RECICLAGEM (PARCERIA) CLIENTE / OPERADORA CENTROS DE REPAROS INFORMAÇÃO PRODUTO NOVO PRODUTO PROBLEMA Modelo de LR Conserto/Reparo Modelo de LR de Reuso e Remanufatura MERCADO CENTROS DE DISTRIBUIÇÃO REVERSOS REGIONAIS – CONSOLIDAÇÃO E SELEÇÃO DE DESTINO COLETA, DESINSTALAÇÃO, TRANSPORTE CENTROS DE DISTRIBUIÇÃO REVERSOS NACIONAIS – CONSOLIDAÇÃO E SELEÇÃO DE DESTINO MERCADO SECUNDÁRIO NACIONAL OU EXPORTAÇÃO VENDAS REUSO PLANTAS INDUSTRIAIS LINHA DE MONTAGEM E LINHA DE DESMONTAGEM RECICLAGEM DOS MATERIAIS CONSTITUINTES REMANUFATURA ESTOQUE DE EMBALAGEM UTILIZADOR DA EMBALAGEM CLIENTE EMBALAGEM VAZIA REVISÃO / PROCESSAMENTOS REPOSIÇÃO DE ESTOQUES Modelo de LR de Embalagens Retornáveis COLETA DOMICILIAR OU INDUSTRIAL CONSOLIDAÇÃO MERCADO DE MATÉRIAS- -PRIMAS SECUNDÁRIAS REINTEGRAÇÃO AOS PRODUTOS PROCESSO DE RECICLAGEM PROCESSO DE DESMANCHE REAPROVEITAMENTO DE COMPONENTES MERCADO SECUNDÁRIO DE COMPONENTES Modelo de LR de Duráveis (Pós-Consumo) 4 COLETA DOMICILIAR OU INDUSTRIAL CONSOLIDAÇÃO BENEFICAMENTOS MERCADO DE MATÉRIAS-PRIMAS SECUNDÁRIAS REINTEGRAÇÃO AOS PRODUTOS MERCADO PROCESSO DE RECICLAGEM Modelo de LR de Descartáveis (Pós-Consumo) Tema 3 – Legislação Básica Associada à LR Propulsores de Negócios na LR QUANTIDADE DE PRODUTOS AUMENTA PROFUSÃO DE NOVOS PRODUTOS ALTA VARIEDADE DE PRODUTOS LEGISLAÇÕES AMBIENTAIS CRESCEM REDUÇÃO DO CICLO DE VIDA DOS PRODUTOS MAIOR QUANTIDADE NO RETORNO EXAUSTÃO DOS MEIOS TRADICIONAIS DE DISPOSIÇÃO COMPETITIVIDADE ATRAVÉS DE SERVIÇOS LR – Consequências Maior quantidade de retorno. Não é possível ignorar. Complexidade logística aumenta. Cadeia produtiva solicitada para resolver problema. Não agir significa riscos de imagem. Legislação de Proteção ao Consumidor Compras presenciais: aceitação de retorno por defeito ou mau funcionamento com compromisso de 30 dias para solução. Compras não presenciais: 7 dias para devolução sob qualquer pretexto. Retorno de Pós-Consumo INTERESSE ECONÔMICO – Metais – Latas de alumínio, chumbo de baterias, papéis – etc. LEGISLAÇÃO – Pilhas e baterias – Eletroeletrônicos – Plásticos comuns – Lâmpadas – Óleos usados – etc. E S P O N T Â N E O IN D U Z ID O MEIO AMBIENTE REAPROVEITAMENTO 5 Legislação Ambiental e a LR Responsabiliza as empresas da cadeia produtiva pelo retorno Todos os produtos: duráveis e descartáveis No Brasil: acompanha a legislação europeia Política Nacional de Resíduos Sólidos Logística Reversa AGREGANDO VALOR ECONÔMICO,DE SERVIÇOS, LEGAL, DE IMAGEM CRIANDO CENTRO DE LUCRATIVIADE GARANTINDO SUSTENTABILIDADE REDUZINDO RISCOS DE IMAGEM GERA DIFERENCIAL COMPETITIVO Tema 4 – Os Processos Associados à LR Processos em LR COLETA CONSOLIDAÇÃO SELEÇÃO DE DESTINO REAPROVEITAMENTO REDISTRIBUIÇÃO LEITE CONSULTORIA O Produto Logístico de Retorno � Heterogêneo: natureza, qualidade, forma, embalagem de retorno � Relação peso/volume geralmente baixa LEITE CONSULTORIA � Relação preço/peso pode ser baixa � Localização dispersa � Em geral, baixa transportabilidade � Necessidade de adensamento 6 Diferenças entre as Cadeias Reversas CARACTERÍSTICA PÓS-VENDA PÓS-CONSUMO Produto Pouco uso ou sem uso Produto descartado Players Canal direto Distintos Entrada Comercial Domicílio Custos Fabricante Vários Coleta Empresarial Uso do mesmo veículo Formal, informal, PDV, veículos distintos Conflitos Créditos, fluxos, normas Compartilhamento Destino do produto retornado Ciclo de negócios: redistribuição; outros mercados secundários Industriais: man. reversa, reman., recic., incineração... LR – Regras Gerais de Processos � Precisam ser mapeados • Garantia de conhecê-los e melhorá-los � Precisam ter indicadores de desempenho • O que não se mede não se conhece � Precisam ser constantemente verificados • Desvios são frequentes Processos e Metodologias � Mapeamento (Cadeia de Valor) do Processo • Diagramas de processo • Fluxogramas funcionais de processo • Service Blueprint (serviços) • Value Stream Mapping (lean) (STOCK, 1998) Rede de LR � Políticas de retorno � Produto de retorno e objetivos estratégicos � Pontos de origem: distribuição direta � Localização dos centros de consolidação e de processamento: quantidade e geografia � Níveis de integração das atividades � Tipos de coleta e transporte � Mercados de destino � Sistema de informação 7 Tema 5 – Indicadores de Desempenho na LR Indicadores na LR – KPIs � Baseados em tempo � Baseados em quantidades � Baseados em custos � Baseados na produtividade � Baseados no uso de ativos � Baseados na qualidade de serviços � Baseados em benchmarking � Baseados na satisfação dos clientes Indicadores de Desempenho Influenciados pela LR – Exemplos Perspectivas Indicadores de desempenho empresarial Financeira Indicadores econômico-financeiros Valor ao acionista Acesso ao capital Clientes Retenção dos clientes Valor de marca e reputação Processos internos Eficiência operacional Inovação Aprendizado e crescimento Crescimento profissional Produtividade dos recursos humanos DESEMPENHO EMPRESARIAL INDICADORES DA PERSPECTIVA FINANCEIRA (F) INDICADORES DA PERSPECTIVA DOS CLIENTES (C) INDICADORES DA PERSPECTIVA DOS PROCESSOS INTERNOS (P) INDICADORES DA PERSPECTIVA DO APRENDIZADO E CRESCIMENTO (A) PROGRAMAS ECONÔMICOS (PE) PROGRAMAS DE IMAGEM (PI) PROGRAMAS DE CIDADANIA (PC) PROGRAMAS LEGAIS (PL) PROGRAMAS DE SERVIÇO AO CLIENTE (PS) Influência da LR sobre o Desempenho Empresarial em Empresas Brasileiras (Amostra Geral) KPIs da LR – Objetivos Programas de LR Indicadores de LR (Resultado das entrevistas) Indicadores de LR (Propostos) Programas Econômicos (PE) – Economias por materiais retornados ao processo produtivo – Reuso de embalagens e venda como matéria- -prima para outros processos – Revenda de produtos em mercados secundários – Reciclagem Recaptura de valor – Custos gerados pelas devoluções – Desembolso por ações sociais e referentes ao meio ambiente – Despesas por treinamento de funcionários – Custos para operar o canal reverso (coleta, seleção, transporte, armazenagem) – Custos para desenvolver novas tecnologias Custos de operação Programas de Imagem (PI) – Propaganda como empresa responsável quanto aos seus produtos e processos – Desenvolvimento de novas tecnologias para aproveitar os materiais reciclados Inovação tecnológica – Destino adequado aos resíduos Incentivo à reciclagem 8 Programas de LR Indicadores de LR (Resultado das entrevistas) Indicadores de LR (Propostos) Programas de Cidadania (PC) – Projetos sociais – Projetos educacionais Ações sociais e ambientais – Criação de emprego para operar canal reverso Criação de empregos Programas de Serviço ao Cliente (PS) – Parcerias com stakeholders – Políticas de retorno liberais Relações duradouras – Fidelização de clientes – Retornos bem-definidos Serviços diferenciados Programas Legais (PL) – Responsabilidade das empresas pelo destino correto de seus produtos no fim da vida útil – Estabelecimento de níveis mínimos de recuperação a serem cumpridos pelas empresas Cumprimento da legislação
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