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SOCIOLOGIA DO DIREITO2


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SOCIOLOGIA 
Professor Luis Flavio Sapori
SOCIOLOGIA: ciência do social
 A sociologia é uma ciência que tem como proposta o conhecimento da dinâmica da vida em sociedade.
INDIVÍDUO 
RELAÇÕES SOCIAIS
ESTRUTURAS E INSTITUIÇÕES
 SOCIAIS
 A sociologia surgiu no século 19, na Europa, e havia a pretensão de fazê-la uma ciência exata nos mesmos moldes das ciências naturais.
 Os estudos de três pensadores foram fundamentais à formação do pensamento sociológico : 
 KARL MARX (1818 – 1883)
			 EMILE DURKHEIM (1858 – 1883)
			 MAX WEBER ( 1864 – 1920)
Auguste Comte, na França
Karl Marx defendia que a análise sociológica deveria ter como fundamento a exploração de classes e conflitos decorrentes na sociedade capitalista.
 - classe dos proprietários dos meios de produção explora a
classe dos proprietários da força de trabalho
- Infra estrutura é o fundamento da super estrutura
O conflito de classes como ‘o motor da história’
 a viabilidade histórica da construção de uma sociedade comunista
O DIREITO como instrumento de dominação da burguesia sobre
o proletariado
Émile Durkheim entendia que o fundamento da sociedade humana era a solidariedade social.
		- a formação da consciência coletiva
		- a divisão do trabalho e o individualismo moral nas sociedades 
 modernas
		- anomia e conflitos sociais
O DIREITO como manifestação da consciência coletiva
Max Weber entendia que a análise sociológica devia tomar como fundamento os significados que os indivíduos atribuem às suas ações. 
ações sociais e interações sociais
 a racionalidade no comportamento humano
 a racionalização das sociedade modernas
 capitalismo e ética protestante
O DIREITO como manifestação do processo de racionalização formal
 ocorrido nas sociedade ocidentais
O SER HUMANO COMO PRODUTO DO MEIO SOCIAL
 Premissas do pensamento sociológico :
			Não existe uma natureza humana 
 biologicamente determinada.
			
		As formas de ser e de se tornar 			humano são tão variadas quanto as 			sociedades humanas existentes.
 Os seres humanos são o resultado de longo processo evolutivo que se iniciou com primatas africanos.
AUSTRALOPITECUS HOMO SAPIENS 
O DESENVOLVIMENTO DO CÉREBRO FOI FUNDAMENTAL
 NESSA EVOLUÇÃO
 A emergência da CONSCIÊNCIA foi o elemento distintivo da evolução de nossa espécie de primatas.
Noção de si mesmo
 Empatia pelos outros
 Através da consciência construímos o mundo
 social e cultural
	-artefatos para caça e pesca
	- pinturas, música
	- religião
	- linguagem
 Através da CONSCIÊNCIA construímos o mundo social que nos rodeia, que por sua vez, passou a moldar nossa consciência ao longo dos tempos.
nossos impulsos e instintos biológicos continuam operando
em nossas vidas, mas não são capazes de determinar nossos
comportamentos em sociedade.
SÍMBOLOS E ESTRUTURAS NA VIDA SOCIAL
 Viver em sociedade significa a sujeição do indivíduo a uma série de constrangimentos externos que o impulsiona para agir, interagir e organizar.
A sociedade é constituída por um complexo de
INSTITUIÇÕES SOCIAIS ou FATOS SOCIAIS, conforme definiu E.Durkheim
EXTERNALIDADE
COERCITIVIDADE
PADRONIZAÇÃO
direcionam as escolhas dos indivíduos, evitando
a imprevisibilidade nas interações sociais
A CULTURA e a ESTRUTURA SOCIAL são as manifestações mais evidentes da sociedade como fato externo ao indivíduo. 
 a cultura é o conjunto de sistemas simbólicos que regulam as relações entre os indivíduos em sociedade
 os símbolos resultam da capacidade do ser humano de atribuir significados ao mundo que o rodeia e à sua própria existência
 tudo o que experimentamos, fazemos, desejamos e vemos está conectado a símbolos coletivamente institucionalizados
A cultura, através de seus elementos simbólicos, nos diz o que fazer,
pensar e perceber. Ela funciona como um conjunto de instruções que
direcionam nossas ações
 A CULTURA pode ser identificada em diversos sistemas simbólicos
 linguagem
 valores
 crenças
 normas
 estoque de conhecimento
não somos meros seres autômatos que obedecem a uma 
programação cultural inflexível
 Os símbolos culturais têm grande potencial para a ambiguidade, divergência e conflito.
 as variações culturais como característica marcante das sociedade humanas
 variações culturais são uma fonte crônica de tensões e conflitos culturais
 ETNOCENTRISMO leva à intolerância em relação às diversidades culturais
 Diferenças culturais não são determinadas pelas diferenças raciais da espécie humana
UM DOS PRINCIPAIS RISCOS DA GLOBALIZAÇÃO ECONÔMICA E SOCIAL 
QUE VIVENCIAMOS É O AUMENTO DAS TENSÕES ENTRE AS DIVERSIDADES CULTURAIS.
 Os padrões culturais que conformam as sociedades humanas não estão, necessariamente, inscritas no arcabouço legal.
LEI e CULTURA são dimensões distintas da vida em sociedade.
A CULTURA precede a LEI e é fundamento da LEI em boa medida.
CULTURA não é uma realidade social que está escrita, prescrita
e prevista em documentos e códigos legais.
A CULTURA é uma realidade social INSTITUCIONALIZADA, mas não 
FORMALIZADA.
 A sociedade possui estruturas que dão a cada indivíduo um sentido para o lugar a que pertence e o que se espera que ele faça.
 somos apenas uma peça inserida em vasta engrenagem social, composta de teias de estruturas sociais que se entrelaçam
 as sociedades humanas são constituídas de estruturas sociais diversas, que não são necessariamente complementares ou mesmo organicamente funcionais
 diariamente transitamos por inúmeras estruturas sociais: família, escola, cidade, igreja, grupos de amigos, além de sermos influenciados por estruturas sociais ‘invisíveis’, quais sejam : estratificação social, estrutura demográfica, capitalismo, entre outras.
 Estruturas sociais são redes de status interconectados com papéis sociais 
 POSIÇÕES DE STATUS
 PAPÉIS SOCIAIS
 VIVER EM SOCIEDADE IMPLICA, NECESSARIAMENTE, A PERMANENTE REPRESENTAÇÃO DE PAPÉIS SOCIAIS 
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 As prisões são exemplos de estruturas sociais nas quais a interação de papéis sociais é influenciada por normas formais e por normas informais.
 a dinâmica social no interior das prisões não pode ser compreendida apenas formalidade que a estrutura;
 o comportamento dos indivíduos no interior das prisões é afetado pelos valores, crenças e normas que estão informalmente institucionalizadas
SOCIEDADE DOS CATIVOS
 Regras que se referem `a convivência no interior da cela, `a troca e circulação de mercadorias entre os presos, às prescrições de solidariedade, de garantia da honra entre os presos e à economia delinquente
 Interação social PRESOS/AGENTES PENITENCIÁRIOS é influenciada por estereótipos recíprocos.
em seus encontros cotidianos, tendem a estabelecer 
categorias e tipificações mútuas que simplificam a maneira 
de reagirem ao comportamento do outro
estereotipar o outro significa concebê-lo a partir de uma
moldura previamente definida, facilitando sua interpretação
da situação
AS INTERAÇÕES SOCIAIS COMO DRAMATURGIA
 A despeito dos indivíduos serem produtos do meio social, não se deve concebê-los como meros ‘autômatos sociais’.
 Indivíduos interpretam a realidade que os cerca e agem a partir dessas interpretações.
 Somos dotados de uma SUBJETIVIDADE que coexiste com a OBJETIVIDADE da sociedade.
 Nas interações sociais cotidianas é possível identificar a atuação da subjetividade individual.
 As interações sociais são dotadas de uma natureza SIMBÓLICA
 Interações sociais envolvem a emissão e a recepção de símbolos
 As interações sociais como representações dramatizadas
 A vida em sociedade funciona como um imenso teatro, dotado de palco e bastidores
 Manipulamos gestos simbólicos para dizer aos outros o papel social que representamos
 ESTEREÓTIPOS e TIFICAÇÕES orientam as interações sociais
SOCIALIZAÇÃO
 A sociedadenão é uma realidade apenas externa ao indivíduo.
 a sociedade é internalizada por cada um de nós, tornando-se também uma realidade interna ao indivíduo
 nossas capacidade humanas mais básicas – discriminar sons, ver e usar gestos, conversar, pensar, sentir emoções – são aprendidas na vida em sociedade
 SOCIALIZAÇÃO
 Cada um de nós tem um perfil único em termos de motivações, diretrizes culturais, reações emocionais, auto imagem.
			PERSONALIDADE
 O substrato da formação da personalidade são as tendências biológicas inscritas na estrutura genética, sobre as quais atua o processo de socialização.
 A SOCIALIZAÇÃO se inicia nos primeiros dias de vida, ainda na infância.
SOCIALIZAÇÃO PRIMÁRIA, envolvendo a interação com OUTROS SIGNIFICANTES (pais, parentes e professores)
 Mesmo na adolescência a socialização primária continua se fazendo presente mediante a ação de amigos, namorados(as), professores, líderes religiosos, meios de comunicação, etc.
 A idade adulta é afetada pela SOCIALIZAÇÃO SECUNDÁRIA, prevalecendo a internalização de saber profissional.
Atuação de OUTROS SIGNIFICATIVOS continua a ocorrer, tais como, colegas de trabalho, amigos de clube, lideranças religiosas, etc.
 Aspecto fundamental da SOCIALIZAÇÃO é a cristalização do SOCIAL na estrutura psíquica do indivíduo.
 formação do SUPEREGO (S. Freud)
ou mesmo do OUTRO GENERALIZADO (G.H.Mead)
Na concepção de Freud o desenvolvimento da personalidade humana envolve, necessariamente, a repressão de pulsões anti sociais.
HERANÇA
BIOLÓGICA
CULTURA
ESTRUTURA SOCIAL
INTERAÇÕES 
SOCIAIS
PERSONALIDADE
INDIVIDUAL
 A COMPLEXA RELAÇÃO ENTRE BIOLOGIA, SOCIEDADE E INDIVÍDUO
 A sociedade é uma criação dos indivíduos e, consequentemente, sofre mudanças a partir da ação dos indivíduos.
Grande parte das transformações na sociedade resultam de consequências não intencionais das ações de indivíduos.
 Um exemplo é o estudo realizado por Max Weber, ‘ ETICA PROTESTANTE E O ESPÍRITO DO CAPITALISMO’, que evidencia a influência não intencional do protestantismo na emergência de uma nova estrutura econômica baseada nas relações de mercado, alterando a estrutura econômica prevalecente na sociedade feudal.