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Habilidades Clinicas e Atitudes - EXAME GINECOLOGICO E GESTAÇÃO

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[DISCUSSÃO 03 E 04 – APARELHO GENITAL FEMININO E 
SEMIOLOGIA DA GESTANTE] 14 de setembro de 2013 
 
 
 
 DISCUSSÃO 03 e 04 – 
APARELHO GENITAL 
FEMININO E 
SEMIOLOGIA DA 
GESTANTE 
HABILIDADES CLÍNICAS E ATITUDES 
MÉDICAS II 
 
BLOCO 3 
 
2013 
Gustavo Soares 
GUSTAVO SOARES CORREIA 
14/09/2013 
DISCUSSÃO 03 e 04 – APARELHO GENITAL FEMININO E 
SEMIOLOGIA DA GESTANTE 
 2013
 
GUSTAVO SOARES CORREIA | HABILIDADES CLÍNICAS E ATITUDES MÉDICAS 
 
1 
 
Sumário 
SEMIOLOGIA DO APARELHO GENITAL FEMININO – DISCUSSÃO 04 4 
1. COMO É A SALA PARA EXAME GINECOLÓGICO E QUAL É O MATERIAL NECESSÁRIO? 4 
2. MATERIAL NECESSÁRIO 4 
3. MATERIAL NECESSÁRIO 4 
4. MATERIAL NECESSÁRIO 4 
5. COMO É A ANATOMIA DOS GENITAIS E COMO SE DIVIDE? 4 
6. DADOS IMPORTANTES DA ANAMNESE. 6 
MENARCA, MENSTRUAÇÃO E MENOPAUSA 6 
GRAVIDEZ 6 
SINTOMAS VULVOVAGINAIS 7 
ATIVIDADE SEXUAL 7 
HEMORRAGIAS 7 
DISTURBIOS MENSTRUAIS 8 
7. ETAPAS DESTE EXAME 8 
EXAME DO ABDOME 8 
8. DIFERENÇAS AO EXAMINAR UMA JOVEM DE PRIMEIRA CONSULTA E UMA SENHORA DE 70 ANOS? 9 
9. MULHERES E JOVENS VIRGENS TAMBÉM REALIZAM EXAME GINECOLOGICO? COMO? 9 
10. INSPEÇÃO ESTÁTICA E DINAMICA DOS ÓRGÃOS EXTERNOS FEMININOS? E OS INTERNOS? 9 
11. QUAL É O MOMENTO DO TOQUE VAGINAL, QUAL É A TÉNICA TÉCNICA E O QUE SE PESQUISA? 9 
EXAME BIMANUAL 9 
AVALIAÇÃO DA FORÇA DA MUSCULATURA PÉLVICA 10 
EXAME RETOVAGINAL (TOQUE RETAL) 11 
8. PORQUE AS MULHERES TÊM TANTO RECEIO DO EXAME ESPECULAR? COMO SE REALIZA E PARA QUE 
SERVE? 11 
9. O QUE É EXAME PREVENTIVO? PARA QUE SERVE? 11 
10. TÉCNICA DE COLETA DESTE EXAME? 11 
11. O QUE É TESTE DE SCHILLER? 12 
SCHILLER POSITIVO/IODO + 12 
SCHILLER NEGATIVO/IODO - 12 
MAMAS 13 
1. ANATOMIA DAS MAMAS 13 
2. POR QUE EXAMINÁ-LAS? 13 
3. EXAME ESTÁTICO E DINÂMICO 14 
INSPEÇÃO 14 
PALPAÇÃO 15 
EXPRESSÃO PAPILAR 16 
4. PORQUE E COMO SE EXAMINA AS AXILAS 16 
PALPAÇÃO DOS LINFONODOS AXILARES 16 
5. E AS MAMAS? 16 
6. É APENAS O EXAME CLÍNICO O MÉTODO PREVENTIVO PARA AS PATOLOGIAS DAS MAMAS? 17 
DISCUSSÃO 03 e 04 – APARELHO GENITAL FEMININO E 
SEMIOLOGIA DA GESTANTE 
 2013
 
GUSTAVO SOARES CORREIA | HABILIDADES CLÍNICAS E ATITUDES MÉDICAS 
 
3 
SEMIOLOGIA DA GESTANTE: TÉCNICAS DE EXAME EM OBSTETRÍCIA 18 
1. COMO CRESCE O ÚTERO NA GESTAÇÃO 18 
2. QUAIS SÃO AS MANOBRAS LEOPOLD-ZEIFIELD 18 
PRIMEIRA MANOBRA (PÓLO SUPERIOR) 18 
SEGUNDA MANOBRA (LATERAIS DO ABDOME MATERNO) 19 
TERCEIRA MANOBRA (PÓLO INFERIOR) 19 
QUARTA MANOBRA (CONFIRMAÇÃO DA APRESENTAÇÃO) 19 
3. SITUAÇÃO FETAL 19 
4. POSIÇÃO FETAL 19 
5. APRESENTAÇÃO FETAL 20 
6. INSINUAÇÃO FETAL 21 
7. SONAR DOPPLER 21 
8. ESTETOSCÓPIO DE PINNARD 22 
APÊNDICE 23 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 24 
 
 
 
SEMIOLOGIA DO APARELHO GENITAL FEMININO – DISCUSSÃO 04 
 
1. COMO É A SALA PARA EXAME GINECOLÓGICO E QUAL É O MATERIAL 
NECESSÁRIO? 
 Na sala deve ter: 
o Mesa ginecológica 
o Escada de dois degraus 
o Mesa auxiliar 
o Foco de luz com cabo flexível 
o Biombo ou local reservado para troca de roupa 
o Cesto de lixo 
o Balde com solução desincrostante em caso de instrumental não descartável 
 Materiais necessários: 
o Espéculos 
 Metálicos ou de plástico; podem ter dois formatos básicos: Pedersen e 
Graves ambos encontrados nos tamanhos pequeno, médio e grande. 
 Espéculo de Perdesen médio feralmente é mais confortável para 
mulheres sexualmente ativas enquanto que os de lâmina estreita é 
mais útil para pacientes virgens e/ou idosas. 
o Lâmina com uma extremidade fosca 
o Espátula de Ayre 
o Escova endocervical 
o Par de luvas para procedimentos 
o Pinça de Cheron 
o Fixador apropriado 
o Tubetes 
o Gaze 
o Formulário de requisição do exame 
o Lápis preto nº 2 
o Recipiente para acondicionamento dos tubetes, sendo preferível caixas de 
madeira ou plástico 
o Lençol para cobrir a paciente ou avental 
 
 
 
 
 
 
 
2. 
3. 
4. 
5. COMO É A ANATOMIA DOS 
GENITAIS E COMO SE DIVIDE? 
 
Anatomia da genitália externa 
(vulva) inclui: monte de vênus, os 
1- Pinça de sheron (parece tesoura, 
mais não corta!) 
2- Espátula de Ayres 
3- Escova endocervical 
4- Lâmina e lamínula 
5- Gaze estéril 
6- Luva de procedimento 
7- Espéculo (variam de tamanho, 
podendo ser 1, 2 e 3 ou P, M e G) 
 
DISCUSSÃO 03 e 04 – APARELHO GENITAL FEMININO E 
SEMIOLOGIA DA GESTANTE 
 2013
 
GUSTAVO SOARES CORREIA | HABILIDADES CLÍNICAS E ATITUDES MÉDICAS 
 
5 
grandes lábios, pequenos lábios, prepúcio e clitóris. 
Vestíbulo: fossa navicular situada entre os pequenos lábios; 
Abertura vaginal (introito) localiza-se nas porções anteriores e nas virgens 
pode estar ocluída pelo hímen. Períneo é o termo clínico que diz respeito aos 
tecidos localizados entre o introito e o ânus. 
As Glândulas de Bartholin, localizam-se 
posteriormente, nos dois lados do orifício vaginal e 
não costumam ser visíveis. As glândulas 
propriamente ditas, localizam-se nas regiões mais 
profundas. 
A vagina é um tubo oco, que se estende para 
cima e para trás, entre a uretra e o reto. Termina no 
fórnix, que apresenta um formato doe cúpula. A 
mucosa apresenta pregueamentos (rugas 
transversais). 
Útero, estrutura fibromuscular 
achatada, com formato de 
pêra invertida, situa-se quase em ângulo reto em relação 
à vagina. Tem dua partes: corpo e colo (cérvix), unidas 
pelo istmo. Faz protusão para a vagina e divide o fórnix 
nos seguimentos anterior, posterior e lateral. 
A superfície vaginal do colo uterino (ectocérvix; óstio 
externo do colo uterino) pode ser visualizada com o 
espéculo. Possui dois tipos de epitélio: COLUNAR 
VERMELHO-ESCURO e EPITÉLIO ESCAMOSO RÓSEO 
BRILHANTE, ADJACENTE AO REVESTIMENTO VAGINAL 
(FRONTEIRA ENTRE ESTES DOIS EPITÉLIOS É A CHAMADA 
JUNÇÃO ESCAMO COLUNAR, JEC). NA PUBERDADE, A 
FAIXA LARGA DE EPITÉLIO COLUNAR QUE CIRCUNDA O ÓSTIO (ECTRÓPIO), É 
GRADUALMENTE SUBSTITUIDA POR EPITÉLIO DE TRANSIÇÃO (?). A JEC migra na 
direção do óstio, constituindo a Zona de transformação, ÁREA DE RISCO 
PARA UMA POSTERIOR DISPLASIA (ONDE SÃO COLHIDAS AS AMOSTRAS DO 
ESFREGAÇO DO PAPANICOLAU). 
As Trompas de Falópio estendem de cada lado do útero, na direção do 
ovário. Os ovários são estruturas em forma de amêndoas com variação de 
tamanho. 
O peritônio parietal projeta-se para baixo, por detrás do útero para um fundo 
de saco denominado bolsa retouterina (Bolsa de Douglas), pode ser 
examinada pelo toque retal. 
Os Linfáticos da vulva e da região inferior da vagina drenam para os 
gânglios inguinais, mas a oriunda da Genitália Interna, inclusive a região 
superior da vagina, flui para os gânglios linfáticos pélvicos e abdominais, 
impalpáveis por métodos clínicos. 
6. DADOS IMPORTANTES DA ANAMNESE. 
 MENARCA, MENSTRUAÇÃO E MENOPAUSA 
 GRAVIZES 
 SINTOMAS VULVOVAGINAIS 
 ATIVIDADE SEXUAL 
 
MENARCA, MENSTRUAÇÃO E MENOPAUSA 
 
Na história menstrual, perguntar à paciente qual a sua idade ao se iniciarem os ciclos 
menstruais (Idade da menarca). Observar: 
 Frequência dos ciclos (intervalo entre o primeiro dia de um período e o primeiro 
dia dos períodos sucessivos) 
 Regularidade e irregularidade 
 Duração, intensidade do fluxo, 
 Cor do fluxo 
o O fluxo pode ser observado pela quantidade de absorventes ou tampões 
higiênicos usados por dia. 
 Se apresenta sangramentos entre os períodos menstruais, ou após relação sexual 
ou ducha vaginal. 
 Se sente dor ou desconforto anters ou durante a menstruação – sensação, 
tempo de duração e em que grau interfere nas atividades habituais; existência 
de sintomasassociados. 
 Perguntar a senhoras de meia idade se pararam de menstruar, e em que época. 
 Menarca, menstruação e menopausa: educação em saúde. 
GRAVIDEZ 
 
 Quantidade de gravidezes; 
 Abortos, quantos; 
 Problemas durante a gestação; 
 Método de controle de natalidade; 
 Quadros de amenorreia indica gravidez. 
o Amenorreia seguida de sangramento intenso sugere ameaça de aborto 
ou sangramento uterino disfuncional relacionada a falta de ovulação. 
DISCUSSÃO 03 e 04 – APARELHO GENITAL FEMININO E 
SEMIOLOGIA DA GESTANTE 
 2013
 
GUSTAVO SOARES CORREIA | HABILIDADES CLÍNICAS E ATITUDES MÉDICAS 
 
7 
 
SINTOMAS VULVOVAGINAIS 
 
 Secreção e prurido vaginal 
o Quantidade, cor, consistência e odor. 
o Dolorimento ou não. 
ATIVIDADE SEXUAL 
 
Iniciar com perguntas genéricas como “qual a importância do sexo para você?” ou 
“está tendo algum problema na esfera sexual?” 
 Desejo: “você se interessa por sexo?” 
 Orgasmo: “Consegue atingir o clímax?” 
 Excitação: “você fica sexualmente excitada?” A sua vagina se lubrifica com 
facilidade (fica molhada)? Anda muito seca? 
o As disfunções sexuais são classificadas conforme a fase da resposta sexual 
afetada. Uma mulher pode não apresentar desejo sexual, não ficar 
excitada nem alcançar uma lubrificação vaginal adequada ou, apesar 
de uma lubrificação adequada, não conseguir ter o orgasmo na maioria 
ou em todas as ocasiões. As causas incluem a falta de estrogênio, doença 
clinica e distúrbios psiquiátricos (mais comum é que as doenças tenham 
relação com fatores situacionais ou psicossociais). 
 Dispareumia: desconforto ou dor durante a relação sexual. 
o Perguntar se ocorre na parte externa, no inicio da relação, ou é mais 
interna, ocorrendo quando o pênis do parceiro move-se com mais força 
para dentro da vagina. 
 Vaginismo: espasmo involuntário da musculatura que circunda o orifício vaginal 
o que torna dolorosa ou impossível a penetração; 
 Considerar DST: identificar preferencia sexual do paciente em relação a seu 
parceiro; se já teve contato com parceiros de grupos de riscos; perguntar sobre 
sexo oral/anal e se há alguns sintomas que envolvam a boca, garganta o ânus 
ou o reto. 
HEMORRAGIAS 
 
Quaisquer sangramentos sem as características da menstruação são denominada 
hemorragias. Existem as hemorragia uterina orgânica e hemorragia uterina funcional ou 
disfuncional. 
 Hemorragia uterina orgânica: Ocorre em um grande numero de enfermidades 
como inflamações, neoplasias benignas e malignas, afecções não-ginecológicas 
como hepatopatias, coagulopatias. A hemorragia não é um processo cíclico, 
inexistindo ritmo e periodicidade. Denominado metrorragia. 
 Hemorragia uterina funcional ou difuncional: hemorragia que nçao se relaciona 
com a neoplasia, doença inflamatória ou gravidez, doença inflamatória ou 
gravidez. Geralmente é causada por afecções ovariana e ausência de 
ovulação acompanhado de irregularidades do ciclo menstrual. 
DISTURBIOS MENSTRUAIS 
 
MENSTRUAÇÃO: OCORRE A CADA 21 A 35 DIAS, DURANDO DE 2 A 8 DIAS COM PERDA 
DE 50 A 200ml DE SANGUE. 
 POLIMENORREIA: quando a menstruação dura intervalos menores que 21 dias; 
 OLIGOMENORRÉIA: quando a menstruação ocorre em intervalos superiores a 32 
dias; 
 AMENORRÉIA: Falta de menstruação por um período de tempo maior que três 
ciclos prévios; 
 HIPERMENORRÉIA: Quando a menstruação dura mais de 8 dias; 
 HIPOMENORREIA: Quando a menstruação dura menos de 2 dias; 
 MENORRAGIA: perda excessiva de sangue durante o fluxo menstrual confunde-se 
com a hipermenorréia. 
 METRORRAGIA: quando a perda de sangue não obedece ao ciclo normal; 
 DISMENORRÉIA: conjunto de sintomas que podem acompanhar a menstruação, 
como dor do tipo cólica no hipogátrio, acompanhando de lombalgia com 
irradiação para o baixo ventre e para as pernas, náuseas e cefaleia (síndrome 
da dismenorréia); 
o Pode ser primária ou secundária: 
 Primária ocorre sem nenhuma causa orgânica 
 Secundária quando se associa a doença pré-existente pélvica 
como endometriose, mioma submucoso, doença inflamatória, 
presença de DIU (dispositivo Intrauterino) 
 
7. ETAPAS DESTE EXAME 
 
O exame Ginecológico aborda três etapas: exame das mamas, exame do abdome e 
da genitália; 
Importância da realização exame físico geral: Observar o estado geral, os linfonodos e 
o estado de nutrição, além da caracterização do biótipo, determinação do peso e 
altura. Faz-se antes do exame ginecológico. 
EXAME DO ABDOME 
 
A importância de se examinar o abdômen se explica pela repercussão que muitas 
patologias dos órgãos genitais internos exercem sobre o peritônio seroso e alguns dos 
órgãos viscerais. O abdômen deve ser examinado obrigatoriamente, pela inspeção e 
palpação, e, eventualmente, pela percussão e ausculta. 
DISCUSSÃO 03 e 04 – APARELHO GENITAL FEMININO E 
SEMIOLOGIA DA GESTANTE 
 2013
 
GUSTAVO SOARES CORREIA | HABILIDADES CLÍNICAS E ATITUDES MÉDICAS 
 
9 
 
8. DIFERENÇAS AO EXAMINAR UMA JOVEM DE PRIMEIRA CONSULTA E UMA 
SENHORA DE 70 ANOS? 
9. MULHERES E JOVENS VIRGENS TAMBÉM REALIZAM EXAME 
GINECOLOGICO? COMO? 
Indicações: 
 Alterações menstruais (amenorreia, sangramento excessivo ou dismenorreia) 
 Dor abdominal inexplicada, 
 Secreção vaginal, 
 Prescrição de anticoncepcional, 
 Exames bacteriológicos e citológicos etc. 
10. INSPEÇÃO ESTÁTICA E DINAMICA DOS ÓRGÃOS EXTERNOS FEMININOS? 
E OS INTERNOS? 
 Inspeção estática: descrever a pilificação, as formações labiais (grandes lábios, 
pequenos lábios e clitóris), a uretra, as glândulas para-uretrais e o períneo 
(observando se existe rotura); 
o Inspeção: 
 Pequenos Lábios 
 Clitóris 
 Aumento do clitóris sugere masculinização; 
 Meato Uretral 
 Abertura ou introito vaginal 
 Verificar Glândulas de Bartholin; 
 Inspeção dinâmica: ao esforço solicitado, verificar se ocorre procidência das 
paredes vaginais anterior ou posterior, ou mesmo do útero, identificando se 
ocorre perda de urina. 
11. QUAL É O MOMENTO DO TOQUE VAGINAL, QUAL É A TÉNICA TÉCNICA E 
O QUE SE PESQUISA? 
Após a coleta do material citopatológico, deve-se retirar o espéculo observando as 
paredes da vagina. 
 Observar: coloração, presença de inflamação, secreção e ulceração ou massa; 
 
EXAME BIMANUAL 
 
1. Lubrificar o indicador e médio de uma das mãos 
enluvadas e de pé, introduza-os na vagina; 
a. Pesquisar: nodularidades, ou hipersensibilidade da parede, inclusiva região 
da uretra e da bexiga. 
2. Palpar o colo, verificando posição, formato, consistência, regularidade, 
mobilidade e hipersensibilidade. Normalmente o colo tem algum grau de 
mobilidade sem provocar dor. 
a. Dor na movimentação do colo uterino, associada a hipersensibilidade dos 
anexos, sugere doença inflamatória pélvica. 
3. Palpação do útero: colocar a mão sobre o abdome da paciente, a meio 
caminho entre o umbigo e a sínfise pubiana; elevar o colo e o útero com a mão 
na pelve, comprimindo o abdome para baixo e para dentro, tentando agarrar o 
útero entre as duas mãos. 
a. Observar: tamanho, formato, consistência e mobilidade, identificando 
hipersensibilidade ou presença de massas. 
4. Os dedos da mão introduzidos na pelve palpam a superfície anterior do útero, 
enquanto que a mão no abdome examina a parte posterior. 
5. Útero não palpável nessa manobra indica que sua posição é retrovertida 
(deslocado para trás) 
a. Parede abdominal obesa ou mal relaxada pode impedir a palpação do 
útero, mesmo que sua posição seja a anterior. 
6. Os ovários também podem ser palpáveis; colocar a mão abdominal no QID e a 
mão pélvica no fórnixlateral direito. Com a mão abdominal, empurre o abdome 
para baixo e para dentro, tentando empurrar os anexos na direção de sua mão 
pélvica. Tentar identificar o ovário e possíveis massas anexiais adjacentes; 
a. Massas anexiais incluem cistos, tumores e abscessos ovarianos, bem como 
aumento volumétrico das trompas de falópio associadas à doença 
inflamatória pélvica e a gravidez tubária. Mioma uterino pode simular uma 
massa anexial; 
b. Observar: tamanho, formato, consistência, mobilidade, e a presença de 
hipersensibilidade. 
c. Ovários costumam se atrofiar e deixam de ser palpáveis três a cinco anos 
depois da menopausa. Palpar um ovário em uma mulher após 
menopausa considere a possibilidade de uma anormalidade, como cisto 
ou tumor. 
d. Ovários normais apresentam alguma hipersensibilidade à palpação. Em 
geral são palpáveis em mulheres grávidas e com bom relaxamento 
abdominal 
7. Repetir o procedimento do lado esquerdo 
AVALIAÇÃO DA FORÇA DA MUSCULATURA PÉLVICA 
 
Retroceder os dedos introduzidos, liberando o colo uterino. Solicitar a paciente que 
contraia a musculatura pélvica em torno de seus dedos, com a maior força e pelo 
maior tempo possível. A compressão capaz de apertar com firmeza os dedos, 
movimentá-los para cima e para dentro e durar 3 ou mais segundos denota uma força 
normal. 
DISCUSSÃO 03 e 04 – APARELHO GENITAL FEMININO E 
SEMIOLOGIA DA GESTANTE 
 2013
 
GUSTAVO SOARES CORREIA | HABILIDADES CLÍNICAS E ATITUDES MÉDICAS 
 
11 
EXAME RETOVAGINAL (TOQUE RETAL) 
 
Retirar os dedos. Lubrifique-os novamente a luva. Em 
seguida, introduza lentamente o indicador na vagina e o 
dedo médio no reto. Simultaneamente solicitar a 
paciente que faça força para baixo para relaxar a 
musculatura anal. Esta palpação é importante para 
avaliar a retroversão uterina. 
 
 
8. PORQUE AS MULHERES TÊM TANTO RECEIO DO EXAME ESPECULAR? 
COMO SE REALIZA E PARA QUE SERVE? 
9. O QUE É EXAME PREVENTIVO? PARA QUE SERVE? 
 
O exame citológico de amostras cervicovaginais (citopatológico, preventivo, exame 
de Papanicolau, pap test) é fundamental para prevenção e detecção do câncer 
de colo de útero. O esfregaço ideal é o que contém numero suficiente de células 
epiteliais colhidas sob a visão direta e refletindo os componentes endo e ectocervicais, 
já que a maioria dos processos neoplásicos se inicia na zona de transformação (junção 
escamocolunar - JEC). 
10. TÉCNICA DE COLETA DESTE EXAME? 
ETAPAS: 
1. Afastar grandes lábios com dedos médio e indicador solicitando a paciente 
que faça força para baixo (como se fosse evacuar) 
2. Introdução do espéculo fechado, selecionar espéculo com tamanho e 
formato adequados e lubrificação com água morna (outros lub. podem 
interferir no exame citopatologico); 
a. Introitos pequenos: orifícios vírgens só dão acesso a um dedo no 
exame. Modificar a técnica de forma a utilizar apenas o indicador. 
Espéculo de Pedersen pequeno pode possibilitar a inspeção. Quando 
o orifício for menor ainda, pode-se ainda realizar um exame bimanual 
colocando um dedo no reto e outro na vagina. 
3. Inspeção da cérvix: abrir com cuidado o espéculo, girar até que ele recubra 
a cérvix possibilitando a sua visualização completa; posicionar a luz. Atentar 
para a posição do útero. 
4. Inspecionar o colo do útero (cérvix) e seu óstio. 
5. Anotar: COLOCAÇÃO, POSIÇÃO, CARACTERÍSTICAS DA SUPERFÍCIE, PRESENÇA 
DE ULCERAÇÕES, NÓDULOS, MASSAS, SANGRAMENTROS OU OUTRAS 
SECREÇÕES. 
6. COLETA DE AMOSTRAS PARA A CITOLOGIA CERVICAL (PAPANICOLAOU) 
a. COLETA DO ECTOCÉRVIX E ENDOCÉRVICE; 
i. Para melhores resultados, a paciente deve estar fora de seu 
período menstrual e ter evitado relação sexual, duchas ou 
utilização de óvulos vaginais 24 a 48 horas antes do exame. 
ii. RASPADO CERVICAL: Colocar a maior extremidade do raspador 
no óstio; comprimir, girar e raspar com movimento circular 
completo incluindo a zona de transformação e a JEC. Esfregar a 
lâmina no vidro. Deve ser realizada antes da escovação 
endocervical, pois diminui a chance de contaminação da 
lâmina com sangue que às vezes aparece após o uso da 
escova. 
iii. ESCOVAÇÃO ENDOCERVICAL: Introduz a escova no óstio 
cervical, gire-o com o polegar e o indicador no sentido horário e 
anti-horário. Esfregar a escova na lâmina suavemente para 
evitar a destruição das células. Colocar imediatamente em 
solução de alcool-eter ou aplicando imediatamente um spray 
de fixador endocervical. 
iv. VARREDURA CERVICAL: Utilizar uma escova plástica com franjas 
na ponta, semelhante a uma escova capaz de colher em uma 
única amostra células escamosas e colunares. 
 
11. O QUE É TESTE DE SCHILLER? 
 
É feita através da deposição da solução de Lugol (iodo-iodetada) no colo uterino, 
que provoca uma coloração marrom acaju nas células que contêm glicogênio, 
como é o caso das células das camadas superficiais do epitélio que recobre o 
colo e a vagina. A intensidade da coloração é proporcional à quantidade de 
glicogênio contido nas células. Assim, o iodo cora fracamente as regiões de epitélio 
atrófico e não cora a mucosa glandular que não contém glicogênio. As zonas que 
apresentam modificações patológicas não adquirem coloração, sendo chamadas 
iodo-negativas ou Teste de Schiller positivo. Ao contrário, quando o colo apresenta-se 
totalmente corado pelo iodo teremos colo iodo positivo ou Teste de Schiller negativo. 
Antes da colocação da solução de Lugol, deve-se retirar secreções que eventualmente 
recubram o colo, as quais provocariam falsos resultados iodo negativos ou Schiller 
positivo. 
 
 
 
 
SCHILLER NEGATIVO/IODO - 
 
SCHILLER POSITIVO/IODO + 
 
DISCUSSÃO 03 e 04 – APARELHO GENITAL FEMININO E 
SEMIOLOGIA DA GESTANTE 
 2013
 
GUSTAVO SOARES CORREIA | HABILIDADES CLÍNICAS E ATITUDES MÉDICAS 
 
13 
MAMAS 
1. ANATOMIA DAS MAMAS 
 
 Órgãos pares, glandulares, na 
parte antero-superior do tórax, sobre os 
peitorais, na altura do 3º e 4º arcos 
costais. 
 Pode ser dividida em quadrantes 
por duas linhas que cruzam ao nível da 
papila, uma horizontal e outra vertical, 
dividindo em Quadrante Superior Direito, 
QSE, QID e QIE; 
 Existe a cauda de tecido mamário 
que se estende da parte superior do 
quadrante superior externo em direção 
à axila. 
 
 
 
2. POR QUE EXAMINÁ-LAS? 
 
Mulheres podem apresentar uma ampla gama de variações no tecido e na 
sensibilidade mamárias, desde aumentos volumétricos e nodularidades císticas até 
caroços ou massas bem definidos. É importante pois fornece uma oportunidade para 
clinico e paciente explicarem questões relevantes para a saúde da mulher, como 
fatores de risco (idade, história familiar, história menstrual e gravidez além de afecções 
e doenças mamárias), medidas de rastreamento, auto exame mamário, exame clínico 
etc. 
Qualquer nódulo mamário constitui indicação para avaliação cuidadosa; na avaliação 
inicial, a idade da mulher e as características físicas do nódulo merecem indícios em 
relação a sua origem, mas é importante insistir em medidas diagnósticas definitivas. 
Rastreamento para Câncer Mamário: auto cuidado/auto-exame da mama. 
Recomendação (American Cancer Society) auto exame mensal com início aos 20 anos 
e exame mamário clínico por um profissional de saúde a cada 3 anos para mulheres 
dos 20 aos 39 anos e um exame anual após os 40 anos concomitante com a 
mamografia anual. Em mulheres com risco aumentado, a recomendação é de uma 
mamografia de rastreamento entre os 35 ou 40 anos e depois a cada 2 ou 3 anos até os 
50 anos. 
3. EXAME ESTÁTICO E DINÂMICO 
 
Ordem:1. Inspeção estática e dinâmica 
2. Palpação 
3. Expressão papilar 
4. Palpação dos linfonodos axilares e supraclaviculares. 
INSPEÇÃO 
A) ESTÁTICA: 
 
Realizada com a paciente sentada, com os mmss dispostos paralelamente ao longo do 
tronco. 
Observam-se a pele que recobre as mamas e as aréolas, o volume do contorno, a 
forma, a simetria, a pigmentação da aréola, o aspecto da papila, a presença de 
abaulamentos ou retrações, a circulação venosa e a presença de sinais flogísticos. 
A seguir, pedir a paciente que erga os braços acima da cabeça ou pressionar as asas 
dos ossos ilíacos. Tais manobras tornam mais evidentes as retrações e assimetrias, além 
de permitirem a avaliação do comprometimento muscular nos casos de carcinoma. 
Quanto a forma, volume e simetria, as mamas podem ter variações fisiológicas e 
patológicas. Na Puberdade, logo que as mamas iniciam seu desenvolvimento, é 
comum que haja uma simetria entre ambas. 
Na pele, procura-se abaulamentos, retrações, edemas, 
eritema, solução de continuidade e nódulos subcutâneos. 
Presença de poros anormalmente dilatados é importante 
sinal de malignidade (casca de laranja) 
Na papila deve-se observar retração, desvio, ulcerações e 
eritema. 
B) DINÂMICA: 
 
1. Levantamento dos braços para aumentar a tensão dos ligamentos de Cooper. 
2. Contração dos peitorais. 
Neste tipo de inspeção, é importante observar a acentuação dos achados na etapa 
precedente como retração da pele, assimetria de contorno, retração/desvio de papila. 
Nos casos de câncer, pode-se constar a diminuição da mobilidade das mamas ou até 
mesmo a sua imobilidade, traduzindo parcial ou total fixação da neoplasia aos planos 
profundos da mama (fáscia do peitoral maior ou gradil costal). 
DISCUSSÃO 03 e 04 – APARELHO GENITAL FEMININO E 
SEMIOLOGIA DA GESTANTE 
 2013
 
GUSTAVO SOARES CORREIA | HABILIDADES CLÍNICAS E ATITUDES MÉDICAS 
 
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PALPAÇÃO 
 
Paciente deitada com as mãos atrás da cabeça e os braços bem abertos. Deve ser 
feita delicadamente, da região subareolar e estendendo-se às regiões paraesternais, 
infraclaviculares e axilares (prolongamento axilar da mama). 
 Avalia-se: 
o volume do panículo adiposo 
o Quantidade de parênquima mamário e eventuais alterações 
o Elasticidade da pupila 
o Presença de secreção mamilar 
o Temperatura 
o Área de condensação: consistência mais firme em relação ao 
parênquima mamário. 
o Nódulos palpáveis, observar: limites, consistência (maligno: dura; 
benignas: firmes ou elásticas), mobilidade (malignas: diminuição da 
mobilidade; benigna: inexistência de fixação à pele ou estruturas 
profundas, fixação nas estruturas circunjacentes (planos profundos: 
inspeção dinâmica pela contração dos peitorais; nas malignas: observar a 
ausência de mobilidade) e diâmetro (não constitui característica 
específica, mas sua presença serve para a realização do estadiamento); 
avalia-se a elasticidade da papila exercendo tração, rigidez sugere 
neoplasia ou lesão inflamatória. 
 
EXPRESSÃO PAPILAR 
 
A fim da palpação, faz-se uma delicada pressão no nível da aréola e da papila. 
Qualquer secreção deve ser submetida a exame citológico (sobretudo para 
diagnóstico diferencial) desde que a paciente não esteja grávida ou em lactação. 
 Observações: 
o Se a secreção vem se um único conduto ou de vários 
o Se o ostio ductal, sede do derrame, é periférico (ducto superficial) ou 
central (ducto profundo); 
o Localização 
o Aspecto da secreção (sanguíneo, seroso, claro, purulento, leitoso ou 
semelhante ao colostro, pastoso, esverdeado ou acastanhado); 
4. PORQUE E COMO SE EXAMINA AS AXILAS 
PALPAÇÃO DOS LINFONODOS AXILARES 
 
Linfonodos axilares aumentados são indicativos de infecções das mãos ou braços, 
podem fazer parte de linfadenopatia generalizada ou levam a suspeita de câncer de 
mama. 
No caso de suspeita clínica, adquirem importância: 
 Diâmetro transverso dos linfonodos, a fusão ou fixação da mama às estruturas 
vizinhas, bem como linfonodos palpáveis na axila contralateral e nas fossas 
supraclaviculares. 
Antes de palpar, observar as axilas, à procura de erupções provocadas por 
desodorante ou material para depilação, infecções de glândulas sudoríparas 
(hidradenite) e pigmentação. Paciente deve estar sentada e com a mão espalmada, 
(mão direita analisa o lado esquerdo e vice-versa). Palpação deslizante do oco axilar e 
suas proximidades. As fossas supraclaviculares e axila são palpadas com as pontas dos 
dedos. 
 Encontrando linfonodos, analisar: 
o Localização (axila, fossa supraclavicular) 
o Numero 
o Maior diâmetro transverso 
o Consistência 
o Eventual fusão ou fixação dos linfonodos às estruturas vizinhas. 
 
5. E AS MAMAS? 
Idem QUESTÃO 3. 
DISCUSSÃO 03 e 04 – APARELHO GENITAL FEMININO E 
SEMIOLOGIA DA GESTANTE 
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6. É APENAS O EXAME CLÍNICO O MÉTODO PREVENTIVO PARA AS 
PATOLOGIAS DAS MAMAS? 
 
SEMIOLOGIA DA GESTANTE: TÉCNICAS DE EXAME EM OBSTETRÍCIA 
1. COMO CRESCE O ÚTERO NA GESTAÇÃO 
 
O útero aumenta progressivamente de tamanho e torna-se palpável na região 
hipogástrica a partir da 8ª semana de gravidez (notado pelo toque combinado); 
aumenta em peso e tamanho; alteração do formato e da posição. O útero não 
gravídico pode ser antevertido, retrovertido ou retroflertido. 
Até a 12ª semana de gestação, o útero permanece pélvico. Independentemente da 
posição uterina inicial, o útero aumentado fica antevertido e rapidamente passa a 
ocupar um espaço normalmente ocupado pela bexiga, surgindo assim, polaciúria. 
Ao final da 12ª semana de gestação, o útero retifica-se e deixa a pelve, podendo ser 
palpado no abdome. Ao aumentar, o útero empurra para o lado e para cima, os 
conteúdos intestinais, estirando seus ligamentos de suporte e às vezes, gerando dor nos 
quadrantes inferiores. Ele se adapta ao crescimento fetal, posicionando-se e tendendo 
a girar para a direita para acomodar as estruturas retossigmoides no lado esquerdo da 
pelve. 
2. QUAIS SÃO AS MANOBRAS LEOPOLD-ZEIFIELD 
 
Importantes para o complemento da palpação do abdome gravídico a partir da 28ª 
semana de gestação. Ajudam a determinar a situação do feto em relação ao dorso da 
mulher (longitudinal ou transversa), que extremidade de apresentação fetal encontra-se 
na saída da pelve (cabeça, nádegas), onde está localizado o dorso fetal, o nível de 
descida da parte da apresentação fetal em relação à pelve materna e a estimativa do 
peso fetal. 
PRIMEIRA MANOBRA (PÓLO SUPERIOR) 
a. Em pé, ao lado da gestante, olhando para sua face. Com os dedos juntos 
e usando as duas mãos, palpe cuidadosamente com as pontas dos 
dedos, para determinar a parte do feto situada no polo superior do fundo 
do útero. 
i. Mais comuns são as nádegas do feto estarem situadas no polo 
superior. A palpação revela aspecto firme, mas irregular, e menos 
globular do que a cabeça. Por outro lado, a palpação da cabeça 
do feto é firme, arredondada e lisa. 
DISCUSSÃO 03 e 04 – APARELHO GENITAL FEMININO E 
SEMIOLOGIA DA GESTANTE 
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SEGUNDA MANOBRA (LATERAIS DO ABDOME MATERNO) 
a. Coloque uma mão de cada lado do abdome da gestante, tentando 
palpar entre elas o corpo do feto. Utilizar uma das mãos para estabilizar o 
útero e outra para palpar o feto. 
 
TERCEIRA MANOBRA (PÓLO INFERIOR) 
a. Atrás da gestante, utilizando as superfícies palmares dos dedos das mãos 
esticadas e, de início, usando as pontas dos dedos juntas, palpe a região 
logo acima dasínfise pubiana. Verifique se as mãos se afastam ou se 
mantêm juntas quando é feita uma compressão da região. Isto lhe 
informará se a região de apresentação fetal (cabeça ou nádegas) já 
descendo para a entrada pélvica. 
i. Dedos percebem uma superfície lisa, firme e arredondada 
bilateralmente, no caso da apresentação cefálica. 
ii. Se ocorrer divergências entre as mãos, a parte de apresentação já 
estará se insinuando na entrada da pelve. 
QUARTA MANOBRA (CONFIRMAÇÃO DA APRESENTAÇÃO) 
a. Com sua mão dominante, segure a parte do feto no polo inferior e com a 
mão não-dominante, a parte do feto situada no polo superior. Essa 
manobra permite diferenciar a cabeça das nádegas fetais. 
iii. A cabeça em geral, fica no polo inferior e as nádegas no polo 
superior. Caso a cabeça esteja acima da entrada pélvica, às vezes 
desloca-se independentemente do resto do corpo do feto. 
 
3. SITUAÇÃO FETAL 
 
Relação entre o maior eixo fetal (cabeça-nádegas) e o maior eixo uterino (Canal 
cervical – corpo uterino). Situações: LONGITUDINAL, TRANSVERSAL E OBLÍQUA. 
4. POSIÇÃO FETAL 
 
Relação entre o dorso fetal com pontos de referencia do abdome materno. Na 
situação longitudinal pode ser direita ou esquerda. Na situação transversa, pode ser 
anterior ou posterior em relação à coluna vertebral materna. 
Gustavo
Selecionar
Gustavo
Selecionar
 
5. APRESENTAÇÃO FETAL 
 
Relação entre o polo fetal e o estreito superior 
da pelve materna. Na situação longitudinal, 
são possíveis apresentações cefálica ou 
pélvica. Na situação transversal, o ponto de 
referencia é o acrômio e a apresentação é 
denominada córmica 
 
 
 
 
 
 
. 
DISCUSSÃO 03 e 04 – APARELHO GENITAL FEMININO E 
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GUSTAVO SOARES CORREIA | HABILIDADES CLÍNICAS E ATITUDES MÉDICAS 
 
21 
 
6. INSINUAÇÃO FETAL 
 
Ou encaixamento; Passagem pelo maior 
diâmetro transverso da apresentação fetal 
pelo estreito superior da bacia materna. 
 
 
 
 
 
 
 
7. SONAR DOPPLER 
 
Utilizado para auscultar os BCF, 
auxiliando no registro da frequência, 
localização e ritmo. 
Capaz de captar BCF após a 12ª semana. 
Auscultar na linha média da região inferior do abdome. 
Observação: Frequência no início da gestação costuma ficar em torno de 160 e depois 
diminui para 120 a 140 bpm próximo ao termo. Após 32 a 34ª semanas, os batimentos 
cardíacos fetais intensificam-se quando o feto se movimenta. 
 
8. ESTETOSCÓPIO DE PINNARD 
 
Estetoscópio de Pinard → a partir da 20ª semana 
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APÊNDICE 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 Semiologia Médica - Celmo Celeno Porto - 6ª Edição. Editora Guanabara 
e Koogan. 2009; 
 BATES, B. Propedêutica Médica. 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2001. 
 MedCurso; Obstetrícia, vol. 1;

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