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1 Unidade IX – Letra de câmbio 9.1 – Conceito: Letra de Câmbio é uma ordem de pagamento, à vista ou a prazo. Sendo uma ordem de pagamento que alguém dirige a outrem para pagar a terceiro, importa numa relação entre pessoas que ocupam três posições no título: a de sacador (quem emite o título), a de sacado (aceitante quem paga o valor estipulado no título) e a de beneficiário da ordem ou tomador (favorecido credor do título). [Rubens Requião] 9.2 - Saque (assinatura ou emissão) da letra de câmbio: O saque da Letra é o ato de criação do título de crédito, neste ato tem-se três situações jurídicas, a saber: a) a de sacador (quem emite o título); b) a de sacado (aceitante quem paga o valor estipulado no título); c) a de tomador ou beneficiário da ordem (favorecido credor do título). Emitida pelo sacador a letra de câmbio, o tomador procurara ao menos duas vezes o sacado, para que 1º) ele dê o aceite e 2º) efetue o pagamento. 9.2.1 - Requisitos da letra de câmbio (LUG, arts. 1º e 2º) Conforme diz ao art. 887 do CC fine: Art. 887. “... somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei.” É necessário que vejamos os requisitos que transformam a letra de câmbio num título de crédito. a) a palavra "letra de câmbio" inserta no próprio texto do título e expressa na língua empregada para a redação desse título; b) o mandato puro e simples (sem condicionantes) de pagar uma quantia determinada; 2 (Lei nº 10.192/01) Art. 1º As estipulações de pagamento de obrigações pecuniárias exeqüíveis no território nacional deverão ser feitas em Real, pelo seu valor nominal. § único. São vedadas, sob pena de nulidade, quaisquer estipulações de: I - pagamento expressas em, ou vinculadas a ouro ou moeda estrangeira, ressalvado o disposto nos arts. 2o e 3o do Decreto-Lei no 857, de 11 de setembro de 1969, e na parte final do art. 6o da Lei no 8.880, de 27 de maio de 1994; (LUG) Art. 6º. Se na letra a indicação da quantia a satisfazer se achar feita por extenso e em algarismos, e houver divergência entre uma e outra, prevalece a que estiver feita por extenso. Se na letra a indicação da quantia a satisfazer se achar feita por mais de uma vez, quer por extenso, quer em algarismos, e houver divergências entre as diversas indicações, prevalecerá a que se achar feita pela quantia inferior. c) o nome daquele que deve pagar (sacado); Lei nº 6.265/75, Art. 3º Os títulos cambiais e as duplicatas de fatura conterão, obrigatoriamente, a identificação do devedor pelo número de sua cédula de identidade, de inscrição no cadastro de pessoa física, do título eleitoral ou da carteira profissional. d) a data do pagamento; A letra de câmbio pode ter quatro espécies de vencimento: 01) com vencimento em dia certo (na data estipulada); 02) à vista (na data da apresentação do título); 03) a certo termo de vista (prazo a contar da data do aceite); 04) a certo termo da data (prazo a contar da data do saque). e) a indicação do lugar em que se deve efetuar o pagamento (sacado); f) o nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga (tomador); (LUG) Art. 11. Toda letra de câmbio, mesmo que não envolva expressamente a cláusula à ordem, é transmissível por via de endosso. Quando o sacador tiver inserido na letra as palavras "não à ordem", ou uma expressão equivalente, a letra só é transmissível pela forma e com os efeitos de uma cessão ordinária de créditos. (Lei n. º 8.088/90) Art. 19. Todos os títulos, valores mobiliários e cambiais serão emitidos sempre sob a forma nominativa, sendo transmissíveis somente por endosso em preto. g) a indicação da data em que, e do lugar onde a letra é sacada (sacador); 3 Implicações: 01) Verificar a capacidade do sacador a época do saque; 02) Verificação do prazo de vencimento quando o título for a certo termo da data; 03) Verificar se o sacador estava com a falência decretada; h) a assinatura de quem passa a letra (sacador). (LUG) Art. 9º. O sacador é garante tanto da aceitação como do pagamento de letra. O sacador pode exonerar-se da garantia da aceitação; toda e qualquer cláusula pela qual ele se exonere da garantia do pagamento considera-se como não escrita. Observações: 01) A letra em que se não indique a data do pagamento entende-se pagável à vista. 02) Na falta de indicação especial, o lugar designado ao lado do nome do sacado considera-se como sendo o lugar do pagamento, e, ao mesmo tempo, o lugar do domicilio do sacado. 03) A letra sem indicação do lugar onde foi passada considera-se como tendo-o sido no lugar designado, ao lado do nome do sacador. 9.2.2 - Título em branco ou incompleto. O título poderá circular sem estar completamente preenchidos, sendo no caso o seu portador mandatário do sacador, afim de preenchê-lo conforme termos do mandato, sendo somente, obrigatório o seu preenchimento quando do protesto ou da execução. 9.3 - Aceite da letra de câmbio a) Aceite é Facultativo; 4 b) Aceite é lançado por escrito no título LUG, Art. 25. O aceite é escrito na própria letra. Exprime-se pela palavra "aceite" ou qualquer outra palavra equivalente; o aceite é assinado pelo sacado. Vale como aceite a simples assinatura do sacado aposta na parte anterior da letra. c) A informação de aceite por outro meio ao portador vale como aceite LUG, Art. 29 (Parte B) Se, porém, o sacado tiver informado por escrito o portador ou qualquer outro signatário da letra de que aceita, fica obrigado para com estes, nos termos do seu aceite. 9.3.1 – Recusa Parcial do aceite “Quem pode o mais pode o menos” – se pode recusar todo o aceite, pode recusar parte dele. LUG, Art. 26. O aceite é puro e simples, mas o sacado pode limitá-lo a uma parte da importância sacada. Qualquer outra modificação introduzida pelo aceite no enunciado da letra equivale a uma recusa de aceite. O aceitante fica, todavia, obrigado nos termos do seu aceite. a) Aceite limitativo Letra do valor de 100, sacado aceita só 80. b) Aceite modificativo ou domiciliado Muda a data do pagamento ou a praça do pagamento. Antecipam o vencimento do título podendo ser cobrado desde já ao sacador. Mas o sacado fica vinculado ao aceite que deu gerando assim direito de regresso. 9.3.2 – Cláusula não aceitável Pela cláusula não aceitável, o sacador proíbe a apresentação da letra de câmbio ao sacado antes da data designada para o seu vencimento. Sua utilidade e preservar os coobrigados do título contra a antecipação do vencimento, que decorreria de eventual recusa do aceite. LUG, Art. 22. [...] O sacador pode também estipular que a apresentação ao aceite não poderá efetuar-se antes de determinada data. 9.4 - Endosso da letra de câmbio O título de crédito possui implicitamente a cláusula à ordem em virtude da qual se permite a circulação do crédito através de endosso, tendo que ser a cláusula não à ordem 5 expressa, obrigando que a circulação se de agora por cessão civil de direitos. a) Endosso em branco: Não indica para quem se está endossando. b) Endosso em preto ou pleno: Indica para quem se esta transferindo o título através de endosso (quem é o endossatário). 9.4.1 – Endosso Impróprio ou irregular 6 É aquele que transmite a posse do título, mas não o crédito nele inscrito. a) EndossoMandato: Atribui-se a outrem a tarefa de proceder à cobrança do título, para que o sacado saiba que paga a nome do credor. LUG, Art. 18. Quando o endosso contém a menção "valor a cobrar" (valeur en recouvrement), "para cobrança" (pour encaissement), "por procuração" (par procuration), ou qualquer outra menção que implique um simples mandato, o portador pode exercer todos os direitos emergentes da letra, mas só pode endossá-la na qualidade de procurador. Os coobrigados, neste caso, só podem invocar contra o portador as exceções que eram oponíveis ao endossante. b) Endosso Caução / penhor: É utilizado para dar garantia no caso de penhor (sobre bens móveis), transmitindo-se a posse do título (tradição) sem, contudo, transferir a titularidade do crédito. LUG, Art. 19. Quando o endosso contém a menção "valor em garantia", "valor em penhor" ou qualquer outra menção que implique uma caução, o portador pode exercer todos os direitos emergentes da letra, mas um endosso feito por ele só vale como endosso a título de procuração. 7 9.4.2 – Circulação Cambial A lei n.º 8.021/90 determinou em seu Art. 2°, II que a partir de 13.4.1990 fica vedada a emissão de títulos e a captação de depósitos ou aplicações ao portador ou nominativos- endossáveis. ENDOSSO CESSÃO CIVIL Nominativa à ordem X Nominativa não à ordem X Existência do crédito Responde Responde Pelo pagamento do título Responde Não responde Exceções pessoais Não responde Responde (LU) Art. 14. O endosso transmite todos os direitos emergentes da letra. Se o endosso for em branco, o portador pode: 1º) preencher o espaço em branco, quer com o seu nome, quer com o nome de outra pessoa; 2º) endossar de novo a letra em branco ou a favor de outra pessoa; 3º) remeter a letra a um terceiro, sem preencher o espaço em branco e sem a endossar. (Dec. Nº. 2.044/08) Art. 3º Esses requisitos são considerados lançados ao tempo da emissão da letra. A prova em contrário será admitida no caso de má-fé do portador. (Lei nº. 8.088/90) Art. 19. Todos os títulos, valores mobiliários e cambiais serão emitidos sempre sob a forma nominativa, sendo transmissíveis somente por endosso em preto. STF, Súmula nº 387 - A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto. 9.5 - Aval da letra de câmbio1 Aval é o ato cambiário pela qual uma pessoa (avalista) se compromete a pagar título de crédito, nas condições que um devedor desse título (avalizado). Quando o credor não se considera inteiramente garantido frente ao devedor exige a garantia suplementar do aval. 1 (LUG) Art. 30. O pagamento de uma letra pode ser no todo ou em parte garantido por aval. Esta garantia é dada por um terceiro ou mesmo por um signatário da letra. Art. 31. O aval é escrito na própria letra ou numa folha anexa. Exprime-se pelas palavras "bom para aval" ou por qualquer fórmula equivalente; e assinado pelo dador do aval. O aval considera-se como resultante da simples assinatura do dador aposta na face anterior da letra, salvo se se trata das assinaturas do sacado ou do sacador. O aval deve indicar a pessoa por quem se dá. Na falta de indicação, entender-se-á pelo sacador. Art. 32. O dador de aval é responsável da mesma maneira que a pessoa por ele afiançada. A sua obrigação mantém-se, mesmo no caso de a obrigação que ele garantiu ser nula por qualquer razão que não seja um vício de forma. Se o dador de aval paga a letra, fica sub-rogado nos direitos emergentes da letra contra a pessoa a favor de quem foi dado o aval e contra os obrigados para com esta em virtude da letra. 8 Ex: Se o título for sacado por um sociedade limitada pode-se exigir que o sócio majoritário seja avalista, sendo o crédito garantido pelo patrimônio da sociedade e do patrimônio do sócio. a) Aval antecipado – O aval pode ser dado no próprio título ou em folha anexa. Nesse segundo caso o tomador pode exigir que seja apresentado um avalista antes da emissão do título. b) Características: 1 – Autonomia. Ex: se o avalizado era menor desassistido, a assinatura é falsa, o avalizado não terá que pagar, mas como a garantia (aval) é autônoma, o avalista terá que efetuar o pagamento. DIREITO EMPRESARIAL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. TÍTULOSDE CRÉDITO. NOTA PROMISSÓRIA. AVAL. AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA DAOBRIGAÇÃO DO AVALISTA. 1. A jurisprudência desta Corte Superior consagra a autonomia do aval em relação à obrigação garantida, considerando que, "como instituto típico do direito cambiário, o aval é dotado de autonomia substancial, de sorte que a sua existência, validade e eficácia não estão jungidas à da obrigação avalizada" (REsp n. 883.859/SC, Relatora Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em10/3/2009, DJe 23/3/2009). Precedentes do STJ e do STF. Doutrina. 2. A autonomia é um importante princípio cambiário. Ignorar ou mesmo relativizar esse princípio significa pôr em xeque o arcabouço normativo que sustenta o regime jurídico cambial, com o risco de produzir danos à necessária segurança jurídica que deve presidir as relações econômicas. 3. A autonomia do aval não se confunde com a abstração do título de crédito e, portanto, independe de sua circulação. 4. Agravo regimental desprovido. (STJ - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL AgRg no REsp 885261 SP 2006/0156513-2 (STJ) Data de publicação: 10/10/2012) 2 - Equivalência Ex: se o avalizado consegue em recuperação judicial a postergação (ordem judicial) do vencimento para o pagamento do crédito ou diminuição do valor a ser pago, esta não atinge o avalista que terá que efetuar o pagamento na data do vencimento e por todo o valor do título. Obs.: Não sendo indicado no título a quem se dá o aval tem-se como avalizado o sacador. 9.5.1 - Aval e fiança Aval Fiança Exceções pessoais do avalizado / afiançado Não pode se utilizar Pode se utilizar Em relação á obrigação Autônoma Acessória Benefício de ordem2 Não tem Pode usá-lo 2 CC, Art. 827. O fiador demandado pelo pagamento da dívida tem direito a exigir, até a contestação da lide, que sejam primeiro executados os bens do devedor. 9 9.6 - Vencimento. É o fato jurídico que torna exigível o crédito cambiário estipulado no título de crédito. 9.6.1 – Vencimento ordinário Ocorre com o transcurso do tempo até a data estipulada no título, ou à vista que vence com a apresentação para o aceite. 9.6.2 – Vencimento extraordinário O vencimento extraordinário da letra de câmbio se dá em duas oportunidades: no caso da recusa do aceite, ou aceite parcial pelo sacado ou de falência do aceitante. (LUG) Art. 43. O portador de uma letra pode exercer os seus direitos de ação contra os endossantes, sacador e outros coobrigados: no vencimento; se o pagamento não foi efetuado; mesmo antes do vencimento: 1º) se houve recusa total ou parcial de aceite; 2º) nos casos de falência do sacado, quer ele tenha aceite, quer não, de suspensão de pagamentos do mesmo, ainda que não constatada por sentença, ou de ter sido promovida, sem resultado, execução dos seus bens; (Dec. 2.044/08) Art. 19. A letra é considerada vencida, quando protestada: I. pela falta ou recusa do aceite; II. pela falência do aceitante. No caso de falência3do devedor principal (na letra de câmbio o sacado), o credor poderá se habilitar na massa falida do aceitante, ou cobrar a integralidade dos coobrigados (sacador, avalista ou endossante). 9.7 – Pagamento Ato pelo qual se extingue uma, algumas ou todas as obrigações cambais mencionadas no título. a) Pago pelo devedor – extingue todas as obrigações documentadas no título. b) Pago pelo aceitante – libera-se do vínculo creditício o sacador, endossantes e avalistas. b) Pago pelos codevedores – extingue a obrigação de quem pagou e dos devedores posteriores, restando direito de regresso contra os devedores anteriores. 9.7.1 – Critérios para ordem de pagamento: § único. O fiador que alegar o benefício de ordem, a que se refere este artigo, deve nomear bens do devedor, sitos no mesmo município, livres e desembargados, quantos bastem para solver o débito. 3 (Lei n.º 11.101/05) Art. 77. A decretação da falência determina o vencimento antecipado das dívidas do devedor e dos sócios ilimitada e solidariamente responsáveis, com o abatimento proporcional dos juros, e converte todos os créditos em moeda estrangeira para a moeda do País, pelo câmbio do dia da decisão judicial, para todos os efeitos desta Lei. 10 a) O devedor principal é o primeiro (sacado); b) O sacador e endossantes pelo critério cronológico; c) O avalista após o avalizado. PARTE POSIÇÃO NO TÍTULO ORDEM Antônio Sacador 3º Benedito Sacado/Aceitante 1º Carlos Tomador/favorecido 5º Darcy Recebe endosso de Carlos 7º Evaristo Recebe endosso de Darcy Credor Fabrício Presta aval em branco 4º Germano Avaliza Benedito 2º Hebe Avaliza Carlos 6º Irene Avaliza Darcy 8º Tendo Evaristo sido o último endossatário a ordem de cobrança ficaria assim: Benedito, Germano, Antônio, Fabrício, Carlos, Hebe, Darcy e Irene. 9.7.1 - Prazo para apresentação do título a) No Brasil: Será apresentado no dia do vencimento, não sendo dia útil (dia que tenha expediente bancário) o primeiro dia útil posterior. (LUG) Art. 20. A letra deve ser apresentada ao sacado ou ao aceitante para o pagamento, no lugar designado e no dia do vencimento ou, sendo este dia feriado por lei, no primeiro dia útil imediato, sob pena de perder o portador o direito de regresso contra o sacador, endossadores e avalistas. (Lei nº 9.492/97) Art. 12. O protesto será registrado dentro de três dias úteis contados da protocolização do título ou documento de dívida. § 2º Considera-se não útil o dia em que não houver expediente bancário para o público ou aquele em que este não obedecer ao horário normal. b) No exterior: 02 (dois) dias úteis após o vencimento. 9.7.2 - Cautelas no pagamento. a) Quitação no próprio título (literalidade). b) Devolução do título para que se possa exercer o direito de regresso ou impedir que circule para terceiro de boa-fé (cartularidade). c) Verificar a regularidade da sucessão de endossos para saber se está pagando ao último endossatário (cronologia). 9.8 – Protesto. 11 É o ato formal e solene praticado pelo credor, perante o competente cartório, para fins de incorporar ao título de crédito a prova de fato relevante para as relações cambiais, como falta de aceite, aceite parcial ou falta de pagamento. (Lei n.º 9.492/97, art. 1º). É com o protesto que se dá a certeza de que o título foi cobrado do devedor principal e este não adimpliu com a obrigação. 9.8.1 - Protesto por falta de pagamento. O protesto por falta de pagamento se dará nos 02 (dois) dias úteis seguintes ao vencimento do título, perdendo o credor no caso de não fazê-lo neste prazo o direito de cobrar dos codevedores (sacador, endossatários e avalistas), continuando credor do devedor principal e seu avalista. Obs.: Se for inserida no título cláusula “sem despesas” o credor não será obrigado a protestar o título para receber dos coobrigados que por esta cláusula se comprometeram. 9.8.2 - Pagamento em cartório. Sob o montante a ser pago em cartório (valor do título), incidirão juros de mora (LUG, art. 48) e correção monetária (Lei n.º 6.899/81 art. 1º, § 1º) desde a data do vencimento, além das respectivas custas pelas despesas do protesto, que deverão ser apresentadas em demonstrativo com o valor atualizado e o critério de atualização (Lei n.º 9.492/97 art. 11). 9.8.3 - Cancelamento de protesto. Caso haja posterior pagamento do título o devedor apresentando o título ou quitação dada por aquele que figure como credor no protesto, poderá requerer o cancelamento do protesto. 12 9.9 - Ação cambial. Será cobrado o título de crédito por execução, haja vista, ser este um título executivo extrajudicial (CPC, art. 585, I). Se a cobrança se der em face dos codevedores a mesma só se dará se for acompanhada do competente protesto, casa não haja protesto será cobrado através de ação de conhecimento. Se movida em face do aceitante ou do seu avalista, a ação cambial, independe de protesto. 9.9.1 – Prazo prescricional a) Contra o devedor principal – 03 (três) anos a contar do vencimento; b) Contra os codevedores – 01 (um) ano contado do protesto ou do vencimento no caso da cláusula “sem despesas”; c) Direito de regresso contra codevedores – 06 (seis) meses á partir do pagamento ou do ajuizamento da execução. NOTA PROMISSÓRIA 10 – Requisitos: 1. denominação "nota promissória" inserta no próprio texto do título e expressa na língua empregada para a redação desse título; 2. a promessa pura e simples de pagar uma quantia determinada; 3. a época do pagamento; 4. a indicação do lugar em que se efetuar o pagamento; 5. o nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga (tomador); 6. a indicação da data em que e do lugar onde a nota promissória é passada; 7. a assinatura de quem passa a nota promissória (subscritor). 13
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