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LETRA DE CÂMBIO

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LETRA DE CÂMBIO
~ Evolução histórica – a letra de câmbio é a nota mais antiga, tendo sido motivada como solução para tornar a troca mais fácil. Sua origem está na península itálica, onde os feudos tinham diferentes moedas e os comerciantes necessitavam de um instrumento que pudesse possibilitar a troca.
DEFINIÇÃO – Letra de câmbio é uma ordem dada por escrito a uma pessoa para que pague a um beneficiário indicado, ou à ordem, uma determinada importância em dinheiro. Requer três elementos pessoais:
a) Sacador – o que dá a ordem, o que cria e emite a letra, dando a ordem de pagamento;
b) Sacado – a quem a ordem é dada;
c) Tomador ou beneficiário – aquele a favor de quem é emitida a ordem.
Obs: A letra de câmbio pode ter como sacado o próprio sacador, quando isso acontece, a letra passa a ter natureza de nota promissória
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL
	A ideia de uma unificação universal das leis cambiais, colocando a letra de câmbio e a nota promissória como direito comum a todos os povos, concretizou-se em 07 de junho de 1930, em Genebra, quando forma assinadas três convenções:
a) Convenção para a adoção de uma lei uniforme sobre letras de câmbio e notas promissórias;
b) Convenção destinada a regular certos conflitos de leis sobre letra de câmbio, nota promissória e protocolo;
c) Convenção relativa ao direito do selo em matéria de letras de câmbio e notas promissórias;
O governo só aderiu a essas convenções em 1942. Somente em 1964, o congresso nacional através do dec. Legislativo nº 54, aprovou as referidas convenções, tendo o presidente da república determinado o seu cumprimento pelo decreto 57.663 de 24/01/66;
	Árdua discussão se travou acerca da vigência da lei uniforme de Genebra, tendo, por fim, o STF tornado ponto pacífico a real integração das leis genébricas ao Direito brasileiro.
RESERVAS DA LEI UNIFORME
1.Em princípio, vigora a LUG que consta como anexo 1 da convenção de Genebra sobra a letra de câmbio e nota promissória, de junho de 1930;
2. em virtude de reservas assinaladas pelo Brasil, não vigoram no direito nacional os seguintes dispositivos da referida Lei Uniforme: art. 10; 3º alínea art. 41; números 2 e 3 art.43; quinta e sexta alínea do art. 44
3. em virtude da reserva constante do art.5º do anexo II assinalada pelo Brasil, art. 38 da lei uniforme deve ser completado nos termos da reserva, ou seja, as letras de câmbio pagáveis no Brasil devem ser apresentadas ao aceitante no próprio dia do pagamento;
4. a taxa de juros por mora no pagamento da letra de câmbio ou nota promissória não é constante dos 48 e 49, mas a do código civil.
CARACTERÍSTICAS DA LETRA CÂMBIO
a) É um título de crédito;
b) É um título à ordem – a sua transferência se faz através de endosso, em branco ou em preto;
c) É um título formal – para valer como título de crédito tem que conter requisitos (rigor cambiário);
d) É um título literal – é um título completo, vale o que nele está mencionado;
e) É um título abstrato – encerra direitos independentemente da relação fundamental;
f) É um título autônomo;
g) É um título de circulação – sua circulação é feita mediante endosso, embora possa circular como título ao portador;
h) É um título de apresentação – necessita ser exibido para que se detentor possa exercer os direito nele incorporados;
REQUISITOS ESSENCIAIS DAS LETRAS DE CÂMBIO (art.1º LUG)
a) Denominação “Letra de Câmbio” – a expressão deve estar inserida no texto, não bastando o título. A expressão traz em si, implícita, a cláusula à ordem, tanto que é chamada de cláusula cambiária. Deve ser escrita no idioma em que foi expressa a ordem.
b) A quantia a ser paga – deve ser sempre expressa em dinheiro. Se houver divergência entre a indicação por extenso e a em algarismo, prevalece a indicação por extenso. Se houver divergência entre as diversas indicações prevalecerá a que se achar feita pela quantia inferior.
c) O nome de quem pagar (sacado) – transformando-se o sacado em aceitante no dia em que apõe a sua assinatura. Torna-se obrigado principal. Se sacada sobre o próprio sacador, a letra se torna nota promissória.
d) O nome da pessoa a quem, ou à ordem de quem a letra deve ser paga - É o beneficiário, tomador, o primeiro portador. A lei uniforme modificou o art. 1º, IV, do DEC. 2.044, vedando a letra de câmbio ao portador.
e) A data em que a letra é passada – permite determinar a capacidade do sacador. Nas letras a certo termo da data, é preciso saber a data do saque para determinar o vencimento. Nas letras à vista, a data serve para indicar se o saque se deu ou não no período suspeito.
f) Assinatura do sacador – o sacador, assinando a ordem de pagamento, se vincula a letra, pois é a garantia tanto da aceitação como pagamento da letra. Mas pode, conforme cláusula expressa inserta no texto da letra, exonerar-se da garantia da aceitação, mas não se admite o mesmo em relação ao pagamento.
CIRCULAÇÃO DA LETRA DE CÂMBIO
	Circulação é a passagem do título de um proprietário para outa, fazendo circular os direitos nele incorporados.
	O endosso é a forma específica de transferência da propriedade do título de crédito.
	A cessão civil, forma de transferência de direito em geral, caracteriza-se como verdadeiro contrato bilateral, ao passo que o endosso é, incontestavelmente, declaração unilateral de vontade.
O endosso consta da assinatura da proprietário do título (endossante ou endossador) no anverso ou face, ou no verso ou dorso da letra. A obrigatoriedade de ser escrito no verso, ocorre apenas quando se tratar de endosso em branco. Em nenhum caso pode ser feito em documento separado.
	Se não houver mais espaço na letra para um novo endosso, usa-se o processo chamado alongamento da letra, que consiste na colocação de um pedaço de papel que a prolongue para que o novo endosso continue a série daquele que lhe são anteriores.
A falsidade de qualquer assinatura não vicia a cadeia de endosso
O adquirente da letra é o endossatário. O primeiro beneficiário será sempre o tomador, também será quem faz o primeiro endosso.
Observações quanto ao endosso:
a) Para endossar é necessário ter capacidade jurídica (art. 5, CC);
b) É necessário que o endossante seja o proprietário do título;
c) O primeiro endosso será assinado pelo tomador, primeiro beneficiário, que é o proprietário da letra e titular dos direitos incorporados.
Espécies de endosso:
a) Endosso em Preto (pleno, completo ou nominativo) – aquele em que o endossante designa a pessoa a quem transfere a letra (ex.: pague-se a Rebeca Soares) e seguindo da assinatura do endossante. Assinatura do endossante deve ser próprio punho ou por mandatário com poderes especiais. Não é necessário que seja datado. O tomador não é obrigado a fazer o primeiro endosso em preto. Pode ser feito no anverso (frente) ou verso do título.
b) Endosso em Branco – aquele em que não se designa a pessoa a quem transfere a letra, o endosso é feito mediante a simples assinatura, de próprio punho do endossante, no verso da letra, ou a assinante de mandatário que tiver poderes especiais para tal. O portador pode, em qualquer momento, transformar o endosso em branco em endosso em preto.
c) Endosso Pignaratício – Quando o endosso contém a menção “valor em garantia”, “valor em penhor” ou qualquer outra menção que implique uma caução, o portador pode exercer todos os direitos emergentes da letra, mas um endosso feito por um só vale como endosso a título de procuração (LU, art. 19) porque não é o proprietário. Não vale como endosso próprio ou translativo.
d) Endosso parcial – o relativo apenas a uma parte da importância mencionada na letra de câmbio, esse tipo de endosso não é admitido no direito brasileiro (art. 912, CC e art. 12, LUG)
e) Endosso posterior ao vencimento (póstumo, tardio ou impróprio) – aquele que é feito após o vencimento, se feito depois do prazo fixado para o protesto, produz apenas os efeitos de uma cessão ordinária de crédito. Se feito sem data, presume-se que foi feito antes de expirado o prazo fixado para fazer o protesto.
f) Endosso sem garantia – aquele em que endossante não se responsabilizapelo aceite é necessário que o endosso traga cláusula especial a respeito.
OBS: O endossante pode proibir um novo endosso, se mesmo assim houver um novo endosso, não garantirá o pagamento às pessoas a quem a letra for posteriormente endossada, mas garante o pagamento a quem endossou.
Circulação sem endosso:
a) Letras ao portador – as que possuem endosso “ao portador” lançada por um dos endossantes. Pode ser feito no anverso do título.
b) Letras em branco – as que contém a assinatura do endossante, sem menção de que a letra deve ser paga ao portador.
Efeitos do endosso: 
a) Transferência do título e dos direitos emergentes da letra, entretanto não há sucessão jurídica entre o endossante e endossatário, devido ao princípio da autonomia;
b) Responsabilidade do endossante se a letra não for paga no vencimento, o signatário do endosso fica com a obrigação de pagá-la;
REQUISITOS NÃO-ESSENCIAIS DA LETRA DE CÂMBIO
a) Época do pagamento – pode ser expressa por um dia certo “(20/07/2021), dia do trabalho, dia das crianças” ou por uma perífrase: “Três DIAS DEPOIS DO NATAL”
b) Lugar do pagamento – na falta de indicação do lugar, vale como eleição implícita o domicílio do sacador;
c) Lugar da emissão – só é permitida a ausência do lugar da emissão se constar na letra o lugar do domicílio do sacador, que é o que vem ao lado do seu nome.
Obs: havendo omissão do lugar da emissão e do domicílio do sacador a letra não terá efeitos da letra de câmbio.
Não produzirá efeitos como letra de câmbio o escrito em que faltar algum dos requisitos essenciais.
OBSERVAÇÕES:
a) A letra em que não indique a época do pagamento entende-se pagável à vista.
b) Na falta de indicação especial, o lugar designado ao lado do nome do sacado considera-se como sendo o lugar do pagamento e ao mesmo tempo o lugar do domicílio do sacado.
c) A letra sem indicação do lugar onde foi passada considera-se como tendo sido no lugar designado ao lado do nome do sacador.
d) O título que contém vício de forma constitui defesa oponível ao portador. O título não seria uma letra de câmbio nem daria direito ao uso da ação cambial. Mas continua a valer como quirógrafo (garantia pessoal), como prova de uma obrigação comum escrita, destituída apenas do rigor cambiário. Não seria endossável, não poderia ser garantido por aval, fazendo sua circulação pela cessão de crédito.
e) O fato de na emissão haver assinatura de um incapaz, ou vício de consentimento (adulteração ou falsificação de assinatura) não torna nula a letra (art. 7º da LU).
f) Se alguém arrogando-se procurador, assinar uma letra sem mandato expresso, vincula-se pessoalmente (art. 8º LU)
g) Não se pode obrigar o analfabeto na letra de câmbio, a não ser por procurador especial, em mandato por instrumento público. Não valem digitais, nem a assinatura “a rogo” (quando uma pessoa não sabe assinar, mas uma autoridade pública confere a exatidão do documento e assina em seu lugar), nem por chancela mecânica (carimbo).
MODALIDADES DE LETRA DE CÂMBIO 
a) Letra de câmbio à vista – aquela em que o seu vencimento se verifica quando o título é apresentado a pessoa a quem a ordem é dada.
b) Letra a dia certo – a que tem um dia certo, uma data predeterminada para o vencimento “20/07/2021”, por exemplo.
c) Letra a tempo certo da data – o seu vencimento é contado tomando-se por base a data da emissão do título (“tanto meses desta letra pagará V. Sa...”)
d) Letra a tempo certo da vista – nesta modalidade de letra, conta-se o prazo do vencimento tomando por base a data em que o título foi apresentado ao sacado e ele aceitou. Pode ser fixado um prazo para a apresentação do título ao sacado. Havendo falta ou recusa do aceite, ou se este não for datado, deve a letra ser protestada. Vence-se no último dia do prazo tendo por base a data do aceite, na contagem desse prazo não se inclui o dia do aceite.
 VENCIMENTO E PAGAMENTO
1. VENCIMENTO (LUG, art. 33 ao 37) – Vencimento é o momento ou a data fixada em que o credor ou quem o represente ou que o tenha sucedido na obrigação cambiária deve se dirigir ao devedor para receber o que lhe é devido.
O vencimento pode ser indicado pelo emitente ou preenchido pelo portador, mas uma vez escrito torna-se imodificável. A letra pode ser realizada a qualquer momento, por intermédio de desconto, ou de outra negociação. Entretanto, só se torna exigível com o vencimento.
Há dois tipos de vencimento previstos para a cambial:
a) Ordinário – com a expiração do termo normal previsto (por exemplo: nas letras a dia certo, no dia indicado; a vista, na apresentação; a tempo certo a vista, no prazo indicado após o aceite; a tempo certo de data, no último dia referente ao término do período assinalado);
b) Extraordinário – com a interrupção por fato anormal e imprevisto (que se verifica: pela falta ou recusa do aceite e pela falência do aceitante).
1.2 O VENCIMENTO ACARRETA OS SEGUINTES EFEITOS:
a) Torna exigível a soma cambiária;
b) Marca o momento em que o título perde os requisitos de circulação (depois do vencimento, o endosso tem efeitos de cessão civil) e de garantia;
c) Fixa o dia em que começa a correr o prazo de prescrição contra o portador comum (pois, pelo endosso e pelo aval, a prescrição só começa a correr o dia do pagamento);
d) Fixa o dia em que começa a correr o prazo para fazer o protesto por indicação da letra extraviada pelo eventual portador (art. 909, CC).
OBS: a falta de apresentação da letra, ao sacado ou ao aceitante, acarreta a perda do direito de regresso, do portador, contra o sacador, endossadores e avalistas.
No vencimento extraordinário, é indisponível que a letra seja levada a protesto (esse protesto é especial, diverso do cambial)
2. PAGAMENTO (LUG, art. 38 ao 42) – o pagamento é o resgate da letra, como forma normal de extinção das obrigações. Para que este ocorra, é indispensável a apresentação da letra, como verdadeira condição para o exercício do direito.
O devedor deverá aguardar em seu domicílio, ou no convencionado, para efetuar o pagamento.
Havendo recusa do aceitante ou do sacado, a letra pode ser apresentada a qualquer coobrigado cambiário.
A apresentação será feita no lugar designado (se se tratar de letra domiciliada) ou naquele indicado ao lado do sacado, ou no domicílio do sacado.
2.1 REGRAS DA LEI UNIFORME SOBRE O PAGAMENTO – o sacado pode exigir que a letra lhe seja entregue com a respectiva quitação: a posse com o devedor presume o pagamento, entendendo, contudo, a jurisprudência que se trata de presunção juris tantum, admitindo, pois, prova em contrário (por exemplo, que foi roubada ou furtada a letra).
O portador não pode recusar o pagamento, quer total ou parcial, no dia do vencimento, mas pode recusar o pagamento antecipado.
Em relação ao pagamento antecipado, dispõe o art. 40, da Lei Uniforme que o portador não poder ser obrigado a receber o pagamento antes do vencimento.
A questão se liga à oposição ao pagamento, pois quem paga antecipadamente fica responsável pela sua validade: se por exemplo, extraviado o título e pago por antecipação, não se terá dado oportunidade ao credor de se opor ao pagamento.
O solvens (aquele que paga) está obrigado a verificar a regularidade da sucessão dos endossos (a cadeia dos endossos em preto deve estar perfeita), mas não a assinatura dos endossantes.
2.2 EFEITOS DO PAGAMENTO
Há dois tipos de efeitos básicos, em termos de responsabilidade:
a) Pagamento chamado extintivo – que encerra o ciclo cambiário, desobrigando todos os responsáveis, e o
b) Pagamento recuperatório – que desonera apenas os coobrigados posteriores, ensejando ao coobrigado que pagou voltar-se regressivamente contra os demais
2.3 EFEITOS DO PAGAMENTO DA LETRA, EM RELAÇÃO ÀQUELE QUE PAGA:
a) Pelo aceitante – desonera todos os coobrigados;
b) Pelo avalista do aceitante – tem ação cambial para receber o que pagou do aceitante
c) Pelo sacador, endossantes e respectivos avalistas – desonera os coobrigados posteriores.
O endossante ou avalista que paga ao endossatário ou avalista posterior pode riscar o próprio endosso ou aval e dos posteriores.
2.4 PAGAMENTOPOR INTERVENÇÃO (LUG, art. 59 ao 63) – Da mesma forma que um estranho à relação cambial pode aceitar o título, também é possível o pagamento por intervenção, tanto de terceiros estranhos, como por parte dos coobrigados (sacador, endossadores e avalistas), vedado apenas ao devedor direto (sacado ou aceitante) esse tipo de pagamento.
A qualquer pessoa, que no ato do protesto: paga por honra da firma, deve indicar a firma de quem honrou. Em caso de silencia à firma honrada, presume-se que o pagamento foi feito em favor do aceitante ou do sacado (se não aceita a letra).
O pagamento por honra da firma do aceitante ou dos respectivos avalistas desonera da responsabilidade cambial todos os coobrigados.
O pagamento por honra da firma do sacador, do endossador ou dos respectivos avalista desonera da responsabilidade cambial todos os coobrigados posteriores.
Em caso de várias intervenções que deve ser preferido o interveniente que desonera maior número de firmas, e sendo múltiplas as intervenções pela mesmo firma, deve ser preferido o interveniente coobrigado; na falta deste, o sacado; na falta de ambos, o detentor ou portador tem a opção.
O interveniente fica sub-rogado nos direitos decorrentes do título, impedido porém de endossar novamente o título (art. 63, da lei uniforme). O pagamento por intervenção pode realizar-se em todos os casos em que o portador de uma letra tem direito de ação à data do vencimento ou antes dessa data; o pagamento deve abranger a totalidade da importância que teria a pagar aquele por honra de quem a intervenção se realizou; o pagamento deve ser feito, o mais tardar, no dia seguinte ao último em que é permitido fazer o protesto por falta de pagamento (art. 59).
DEPÓSITO DA SOMA CAMBIAL
-A apresentação para pagamento, embora obrigatória e com prazo estabelecido na lei, pode não ocorrer, por motivo de força maior ou caso fortuito, deverá ser apresentada logo que cessar o impedimento (art. 54, LUG).
-Nesse caso e naqueles em que a letra não for apresentada – tratando-se, como é, de título quérable, em que o portador deve procurar o devedor – o devedor não está obrigado a procurar o credor nem a esperar a apresentação, podendo então “depois de expirado o prazo para o protesto por falta de pagamento, depositar o valor da mesma por conta e risco do portador, independentemente de qualquer citação”.
RESSAQUE 
O Ressaque é mais um dos institutos do direito cambial que entre nós está em desuso. O ressaque permite novo saque (ou letra contra letra) baseado na letra não paga, que seja posta novamente em circulação, vale dizer, possa ser realizado seu valor por intermédio de negociação.
-Trata-se, assim de um saque à vista, contra os coobrigados do título vencido e não pago, que atua como um verdadeiro meio de cobrança. Com efeito, após o vencimento da letra, se não for paga, terá o portador o direito de ação contra o devedor principal e, se protestou a tempo, o direito de regresso contra os coobrigados do título: não obstante ser esta a forma preferível na nossa prática negocial, pode também o portador optar pelo ressaque, emitindo nova letra, com base na anterior.
-Cuida do ressaque a LUG no seu art. 52
CARACTERÍSTICAS DO RESSAQUE
-Condição primeira para o ressaque é que o título esteja vencido, que tenha sido protestado e não esteja prescrito.
-O portador pode, pois, sacar contra um ou todos os sucessivamente obrigados a um novo título: neste, transmudam-se as posições: o portador passa a ser o sacador e os coobrigados passam a ser os sacados.
-O endossante, por exemplo, que lançou sua assinatura como tal tornou-se alvo pelo protesto, do direito de regresso do portador: passa, portanto, no novo título não mais a ser endossante, mas sacado, ensejando ao beneficiário desse novo título a ação cambial, pois esse endossante, agora sacado, obrigara-se, no título anterior, a pagar a soma cambiária.
COBRANÇA DE DESPESAS E PREJUÍZOS
O ressaque é um meio de cobrança, seria essa a justificativa para que o portador cobre dos coobrigados as despesas e eventuais prejuízos acarretados pelo inadimplemento da letra ao seu termo.
A LUG por seu turno, permite a inclusão dos juros (a taxa de 6% desde a data do vencimento, as despesas do protesto, dos avisos dados e outras despesas e ainda de um direito de corretagem e a importância do selo do ressaque) (art. 52 e ainda arts. 48 e 49).
-Por outro lado, não exige a LUG, como o faz a nossa, a juntada à nova letra da letra anterior e do instrumento do protesto.

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