Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
178 • Psicologia do Esporte para o Atleta de Alto Rendimento São Paulo: Livros Abril/Circulo do Livro, 1981, p. 100-109 5. L ETTNER , H . W. e RANGE , B.P. M a n u a l de p s i c o t e r a p i a c o m p o r t a m e n t a l . São Paulo: Editora Manole Ltda., p. 210,1988. 6. Lundin, R. W. P e r s o n a l i d a d e , u m a análise do c o m p o r t a m e n t o . São Paulo: Epu - Editora Pedagógica e Universitária Ltda., p. 3, 9,19,1977. 7. SHELDON , W. H . e STEVENS , S. S. V a r i e t i e s of t e m p e r a m e n t . New York: Harper e Brothers, 1942. Capítulo 7 O PROBLEMA DO ESTRESSE NO ESPORTE Estresse, esse é o meu maior i n i m i g o Ajo-ton Seima Objet ivos Ao terminar de estudar este capítulo, você estará habilitado a: 1 . entender como um organismo aprende a se estressar reagindo psicofisiologicamente a um estímulo estressante; 2. compreender como um organismo estressado também pode estressar o ambiente; 3. admitir que o indivíduo e o ambiente atuam sinergicamente, isto é, •. ambos se influenciam mutuamente; 4. reconhecer que o sistema sócio-bio-psicológico de uma pessoa se toma anômico, podendo chegar à uma neurose psicossocial; 5. aceitar que os atíetas, por terem personalidades diferentes, reagem diferentemente aos estímulos estressantes: para alguns os estímulos serão ameaçantes e para outros não; 6. saber que alguns atletas se adaptam muito bem aos estímulos estressantes e outros não; 7. discriminar o conceito de estresse em relação a outros conceitos; 8. considerar que existem vários tipos de estresse: biológico, psicológico, social, físico; 9. estimar que os estímulos estressantes desencadeam respostas 180 • Psicologia do Esporte para o Atleta de Alto Rendimento estressantes do organismo que, em seguida, se transformam em estímulos, determinando outras respostas e assim por diante; 10. lembrar que a concepção inicial do estresse biológico foi formulada por Caimon, sob o conceito de "homeostase", baseado em Claude Bernard nos estudos do " m i l i e u interior"; 11. que foi com Claude Bernard que surgiu a visão do "milieu interior", segunda a qual o organismo se mantinha constante apesar das alterações do meio externo; 12. apreciar que segundo Tubino, para cada estímulo ambiental estressante há uma resposta orgânica imediata; 13. consignar que foi através de H . Selye que se estabeleceu o conceito de estresse dentío de uma visão endocrinológica e que se criou um paradigma de pesquisa, que foi amplamente popularizado; 14. acatar a afirmação de Selye, influenciado por Cannon, que o eixo "hipófise-córtex-supra-renal" seria a base da reação do estresse endócrino; 15. considerar a importância da SGA-síndrome geral de adaptação de Selye; 16. consagrar as mais diversas respostas estressantes de um organismo: afetivas, motoras, cognitivas, fisiológicas e comportamentais; 17. perceber na "curva do U invertido" as relações entre os níveis de ansiedade e o desempenho e a natureza da tarefa; 18. visualizar o estresse como um processo; 19. estudar as teorias do estresse.segtmdo as concepções de Levy, Lazarus e Launier, Nitsch e Hackfort, Spielberger, Yerkes e Dodson. P a l a v r a s - c h a v e s : feed-back, psicossomático, anomia, adaptação, ansiedade, conflito, ácido clorídrico, úlcera péptica, homeostase, " m i l i e u interior", constrição periférica, vasodilatação esplénica, metabolismo, inespecifidade do estímulo, timo, córtex supra-renal, duodeno, SAG, hipófise, tecido timolinfático, catabolismo, glicocorticóide, cortisol, catecolaminas, neuro- humoral, hipotálamo, fator, adeno-hipófise, síndrome de pânico, resposta desadaptativa, esfíncteres, paralisia motora histérica, cegueira histérica, bloqueios mentais, eosinófilos, 17 cetosteróides, resposta psicogalvânica da pele, ilusão de ótica, fragmentos merunônicos, b u r n - o u t , pletismógrafo, curva do U invertido, p s y c h i n g u p , c l u t c h performer, doença, filogenético, ontogenético, visão hohstica Capítulo 7- 181 Introdução Antes de entrarmos no próximo capítulo sobre a neurose no esporte, é da maior importância entendermos como um organismo, humano ou animal, aprende a reagir, psicofisiogicamente, aos estímulos estressantes do ambiente, como o ambiente vai ser atingido por esse mesmo organismo e, como, conseqiientemente, a neurose passa a ser uma resultante desse processo. Vamos à seguinte figura diagramática do autor: Figura 7.1 Modelo de interação pessoa-meio ambiente Meio Ambiente Pessoa A simbiose do indivíduo, como um sistema psicossomático, com o sistema sócio-ambiental e dentro de um processo contínuo de feedback ou retroalimentação de estímulos e respostas, vai gerar conseqiiências nos seus ecossistemas sócio-psicológicos. Ambos se atingirão reciprocamente. O ambiente violando o equilíbrio psicossomático do organismo e este por sua vez rompendo o equilíbrio sócio-ambiental, desencadeando uma total desordem ou entropia entre si. Quando isso se dá, o sistema sócio-bio-psicológico se toma anômico e pode chegar ao patamar de uma neurose psicossocial. Imaginemos, não só o confronto entre um organismo e o seu meio e vice-versa, mas milhões de indivíduos tentando adaptar-se ao seu ambiente, respondendo a ele com centenas de formas comportamentais, ajustadas ou não, e aquele com miríades de situações estressantes atingindo milhões de indivíduos, num processo recíproco contínuo, sem limite de tempo. Seguindo este raciocínio acredito que no próx imo milénio a sociedade terá pela frente o grande desafio do agravamento das neuroses - desde uma simples ansiedade até a formação de estados agressivos, depressivos, hipocondria, síndrome do pânico, psicopatia, histeria, crimes passionais, vandalismo, traficância, cormpção, desintegração da família, perda da auto-estima e dos princípios éticos. Tanto o organismo biopsíquico como o sistema sócio-ambiental serão vítimas, também, da própria auto-desorganizaçâo, como afirmaria E . Durkheimer, citado por Rodrigues (1984), no seu conceito de anomia psicossocial. 182 • Psicologia do Esporte para o Atleta de Alto Rendimento O campo esportivo aparece-me como um orgaiiismo psicossocial seletivo. A sua população é integrada de indivíduos que com uma boa genética e uma educação sócio-emocional, coriseguiram sobreviver às dificuldades adaptativas iniciais do estresse psico-sócio-ambiental. Ao ultrapassar essa primeira etapa de adaptaçãi psicossocial, as situções estressantesacabam por se integrar a um outro contexto, psicossocial-esportívo que, mesmo sendo uma pequena amostra sócio-ambiental, apresenta, também, grandes desafios a serem ultrapassados, também relacionados ao estresse, só que esportivo-competitivo. Os atletas sobreviventes, como simples orgarusmos psicobiológicos, teriam que passar por outros processos seletivos, isto é, sobrepujar, mais ainda, uma grande variedade de situações multi-estressantés, tomando-se ou não mais aptos na conquista das suas excelências atléticas. Estamos diante de uma corrida para a elite esportiva, em relação à seleção dos mais aptos e à sobrevivência dos atletas mais capazes, que poderão ou não alcançar o pico da pirâmide. No trabalho com atletas de alto rendimento, os psicólogos esportivos visam mais os atíetas que apresentam dificuldades e resistência em alcançar a excelência, do que, os que apresentam sérios impedimentos de suporte psicológico anti-estresse. E não conseguem atingir, ainda, de forma natural, como outros atletas mais idóneos biopsicologicamente, o sobrepujamento espontâneo dos fatores auto e hetero estressantes. Como foi dito no capítulo do estudo da personalidade, os atletas, como indivíduos são diferentes nas suas reações ao meio ambiente. Como afirmaram Samulski et al. (1996) "fica claroque sob estímulos iguais as pessoas diferentes reagem distintamente e a mesma pessoa em diferentes situações reage de forma diferenciada". Em relação aos diferentes tipos de estresse ambiental, uma pessoa reagirá segundo a sua susceptibilidade e tolerância a esses estímulos, como traços da sua personalidade. Heimstra e McFarling (1978), nos seus estudos sobre Psicologia Ambiental, assim se refere: "Situações percebidas por uma pessoa como ameaçadoras, poderão sê-lo de forma diferente por outras, e mesmo que todos os indivíduos percebessem a situação de forma semelhante, fatores de personalidade e experiências anteriores determinariam em grande parte a reação ao estresse apresentado". Segundo os autores, na repetida exposição a tima situação pode ocorrer o fenómeno da adaptação. Mas nem todas as pessoas conseguem se adaptar aos vários tipos de esfa-esse ambiental, em função de uma frágil estrutura biopsicológica ou de uma educação deficiente. Os indivíduos atingidos pelo estresse sócio-ambiental também passam a agredir o ambiente, como forma de reduzir a tensão e de procurar por todos os meios uma condição de auto e hetero ajustamento. A procura de esportes competitivos é uma forma de reequilíbrio emocional. Mas quando o esporte Capítulo 7« 183 não está presente como forma canalizadora de tensões e agressividades, outros caminhos podem ser usados como fontes atenuantes de emoções, como o trabalho, a cultura da arte, da música, do corpo e do lazer e centenas de outras maneiras. Mas o fato é que a sociedade se ressente das poucas alternativas oferecidas pelos governos e iniciativas particulares, principalmente em relação às camadas mais pobres da população. Em consequência, a sociedade, como parte do ambiente, é atingida por manifestações de violência das mais diversificadas. As s im um processo progressivo, estabelece um circuito neurótico, difícil de ser rompido: o ambiente como fonte de ameaça e o indivíduo como resposta a essa ameaça, sendo subjugado ou reagindo violentamente contra o ambiente, como modo de defesa adaptativa. Uma relação recíproca de trocas de auto e hetero ajustamento bio-sócio-psicológico se processa. E essa interação aparece muito nos contextos esportivos, resultando muitas vezes em desajustamentos emocionais. O conceito de estresse O conceito de estresse se confunde muito com outros conceitos psicológicos, como ansiedade, tensão e conflito, utilizados como referência por muitos estudiosos da matéria. Os estudos nesse campo distinguem frequentemente, duas espécies de estresse: o estresse orgânico ou biológico e o psicológico. O primeiro foi introduzido nas ciências biológicas por H . Selye. O estresse orgânico resulta basicamente de uma situação na qual os tecidos de um organismo reagem a determinados tipos de estímulo nocivo ou são por eles danificados. Heimstra et al. (1978) citando Selye, referem-se a estas condições de estimulação nociva como causadoras de estresse biológico. Assim, o estresse orgânico é definido como a reação do organismo (resposta) aos causadores de estresse (estímulo). Um exemplo seria a ação do ácido clorídrico como estímulo estressante e a úlcera péptica como uma resposta a esse estimulo que, por sua vez, pode também se transformar num estímulo estressante, determinando dores intensas no indivíduo que, então irá responder a esse estímulo, provocando o alivio da dor e assim por diante. Portanto, pelo exemplo acima, podemos considerar o estímulo estressante como vim conceito ambivalente , podendo ser, ao mesmo tempo, es t ímulo e resposta, desencadeando irnia sucessão contínua de estímulos e respostas orgânicas. Como estresse psicológico, temos como exemplo, a ansiedade que, como um fenómeno emocional (estímulo), pode produzir no organismo a secreção do ácido clorídrico (resposta) e esta, na função de estímulo estressante, pode provocar uma úlcera estomacal (resposta), que por sua vez pode se transformar 184 • Psicologia do Esporte para o Atleta de Alto Rendimento num estímulo estressante, desencadeando no organismo dores generalizadas (respostas) e, estas como estímulo, vão atingir o indivíduo como um todo, desajustando-o nas suas relações com o ambiente. Torna-se muito clara para nós, a formação contínua de um circuito de estímulos e respostas, fixados numa circularidade psicorgânica. Por esse motivo, o conceito de estresse é multivariado, como fenómeno psicofisiológico, sendo muito rico nas suas manifestações. Mais adiante, iremos abordar com mais detalhes o estresse psicológico. A concepção inicial do estresse biológico foi formulada por Cannon em 1914 e em 1929, quando o analisou sob a diferenciação da concepção do equilíbrio biológico; ou seja, sob o conceito de homeostase, calcado em Claude Bernard, segundo sua concepção de "milieu interior" (ambiente interno): o equilíbrio interno do organismo se mantém constante apesar das alterações do meio externo. Samulski et cols. (1996) asseveravam que Cannon não tinha a menor dúvida quanto a reação de emergência do organismo frente ao estímulo estressante, como forma de mobilização de energia para a restauração da homeostase. A homeostase, segundo Dantas (1995), é um fenómeno biológico subordinado ao princípio da adaptação nas suas relações com o meio ambiente, e também com relação ao próprio organismo em si. Assim definiu-a: "A homeostase é o estado de equilíbrio instável mantido entre os sistemas constitutivos do organismo vivo e o existente entre este e o meio ambiente". O autor afirmou, ainda, que quando a homeostase é perturbada, o organismo dispara um mecanismo compensatório que procura restabelecer o equilíbrio, acarretando uma resposta adaptativa do organismo. Por exemplo, se a temperatura baixar de repente (egtímulo), o organismo sofrerá uma vasoconstrição periférica e uma vasodilatação esplénica , acompanhadas de um aumento do metabolismo (respostas). Como asseverou Tubino (1979) "para cada estímulo ambiental estressante há uma resposta orgânica imediata". Conforme os estudos de Albert e Ururahi (1997), o estresse biopsicológico resultaria numa resposta psico-fisio-comportamental de um organismo frente a um estímulo ambiental. Os autores o definiram como um conjunto de reações físicas e mentais, resultante de agressões recebidas do meio ambiente. Citando Selye (1946), reforçaram que nem todos os estados de estresse ou de homeostase são nocivos e desajustantes. Quando cunhou os termos "eustresse" e "distresse", Selye acreditava que os estados suaves, breves e controláveis da homeostase ameaçados, poderiam, realmente, ser percebidos como prazerosos ou excitantes e representariam estímulos positivos ao crescimento e desenvolvimento físico, emocional e intelectual; sobretudo nas competições esportivas, o que chamaríamos de "eustresse" — um estresse positivo. Se não houvesse no estresse esportivo um certo prazer, o esporte nunca seria competitivo e, sim, uma atividade só de lazer. Capítulo 7» 185 A Concepção Biológica do Estresse e a SGA segundo H. Se lye Deve-se a Selye (1946) três aspectos básicos: a apresentação do conceito e estresse dentro de uma visão endocrinológica, a criação de um paradigma e pesquisa e a popularização desse fenómeno. Inicialmente, segimdo Samulski et cols. (1996), citando Selye (1946), o ande pesquisador estava à procura de um hormônio responsável pelo f-iômeno em questão. Verificou, então, que diferentes eshmulos prejudiciais b corpo provocavam a mesma síndrome (inespecificidade do estímulo): êdução do timo, aumento do córtex supra-renal, hemorragia do estômago e o duodeno. Interessava-se pelo processo fisiológico ligado à síndrome "orfológica, donde derivou as três fases temporais, denominadas síndrome éral de adaptação — S.G.A. í Selye (1946), já citado, foi muitoinfluenciado por Carmon (1914,1929), nsiderando que o eixo hipófise-córtex supra-renal seria a base da reação do tresse endócrino. Observou que os hormônios glicocortícóides, principalmente cortisol, eram os maiores responsáveis pela reação de emergência do rganismo, associados às catecolaminas — adrenalina e noradrenalina cretadas pela medula supra-renal. A chave para o progresso das pesquisas sobre estresse deveu-se a três portantes indicadores: o aumento do córtex supra-renal, a atrofia do tecido imolinfático e a úlcera estomacal (Selye, 1981: 164). Estas três reações do rganismo tornaram-se as bases científicas para os estudos sobre o fenómeno e assaram a ser o fundamento do conceito global de estresse. Esta reação global oi descrita pela primeira vez por Selye (1936), com o título " A syndrome roduced by diverse nocuous agents", que viria a ser conhecida, mais tarde, ob o título de "Síndrome Geral de Adaptação" ou síndrome do estresse -biológico, evidenciando a reação de alarme como tuna força manifesta de defesa !ral do corpo. A s principais fases da síndrome geral de adaptação (SGA) e suas diferenciações são: 1. Reação de alarme: fase de excitação 2. Fase de resistência: fase de adaptação 3. Fase de exaustão ou esgotamento: fase de dano 1 . Reação de a l a rme Um organismo exposto a um estímulo prejudicial pode desencadear esta primeira reação de emergência. Durante essa fase de enfrentamento adaptativo 186 • Psicologia do Esporte para o Atleta de Allo Rendimento do organismo ao estresse, aparece uma série de reações fisiológicas, como a elevação de concentração do sangue (hemoconcentração) , e também o metabolismo de degradação celular (catabolismo). A reação dos glicocortícóides liberando o cortisol e a secreção das catecolaminas adrenalina e noradrenalina entram em cena com grande produção hormonal. Essa fase não é permanente porque o organismo não suportaria e poderia, até, entrar numa condição de morte iminente; porém resistente e sábio, entrará numa fase temporal de resistência e adaptação como forma de defesa. 2 . F a se de res istência Esse estágio aparece em função da ação prolongada do estressor, como uma forma de adaptação do organismo ao processo de reação biológica de defesa. Como afirmou Davidoff (1983), quando um animal luta para eliminar uma causa estressante específica, o seu corpo permanece altamente desperto e resistente por um certo tempo, nvim processo de alta emergência de fuga ou de luta. Como assinalou Tubino (1979), esta é uma fase em que o organismo utiliza canais de defesa adequados e se adapta por um certo tempo. Segimdo ele, é a fase mais importante do treinamento desportivo, em termos de adaptação ao estresse dos treinamentos árduos e competições fortes. 3. F a se d a exaustão O corpo não pode manter indefinidamente a resistência em relação à adaptação e, gradualmente, vai mostrando sinais de exaustão. Depois que a atividade nervosa simpática esgotou seu suprimento de energia, a atividade parassimpática passa a ser a encarregada. As atividades do corpo tornam-se mais lentas e podem até cessar. Se a causa estressante continuar, a vítima desgastada terá grande dificuldade em seu comportamento agonístico. A esta altura, a tensão contínua levará o organismo a problemas biopsicológicos, incluindo sintomas de esgotamento, enfermidades psicossomáticas, neuroses, precipitação de psicoses, moléstias físicas e até à morte. O mecan i smo neuro-hormora l do estresse Este mecanismo vai ligar dois sistemas: o SNC - sistema nervoso central (caminho neural) e o SE - sistema endocrinológico (caminho neuro-hormonal). O caminho neural começa com os receptores sensoriais atingindo diversas áreas do cérebro acopladas umas as outras através de mecanismos de feedback e Capítulo 7» 187 termina nos efetores da periferia do corpo. O sistema das glândulas endócrinas ^ vai influenciar os órgãos efetores através da corrente sanguínea, onde a ação é mediada por hormônios e estes têm uma função básica de mensageiro de informações e na regulação dos processos orgânicos. Ambos os sistemas são interdependentes. Vamos ao esquema figurativo deste mecanismo neuro- hormonal: Figura 7.2 Mecanismo Neuro-Hormonal CÓR T E X C E R E B R A L HIPOTÁLAMO (Zona hípofisiotrópica/ Zona vegetativa) C R F LOBO ANTER IOR DA H I PÓF I S E (Adenohlpòlise) S IST . N E R VO SO VEGETAT IVO (Simpático) ACTH C Ó R T E X SUPRA -R ENAL MEDULA SUPRA -R ENAL Cortisol Ó RGÃO S R E F L E T O R E S Adrenalina Fonte: Nitsch (1981) citado por Samulski e cols. (1996) Nitsch (1981) considerou que existem, provavelmente, alguns eixos que participam da reação fisiológica do estresse. Estes eixos seriam: 1. Eixo hipotálamo-hipófise-córtex supra renal 2. Eixo hipotálamo-medula supra-renal 1 . Eixo hipotálamo-hipófise-córtex supra-renal segundo H . Selye e Guyton A concepção de Selye (1946) estabeleceu que um determinado grupo de células do hipotálamo libera uma substância denominada "fator" —hormônios 188 • Psicologia do Esporte para o Atleta de Alto Rendimento hipotalâmicos de liberação ou inibição — o que é transportada através do sistema hipotalâmico-hipofisário para o lobo anterior da hipófise (Guyton,1989) ,indo estimular a adeno-hipófise através do hormônio de liberação da corticotropina (CRF); esta, por sua vez, induzirá a adeno-hipófise à liberação do hormônio adrenocorticotropina (ACTH) . Este hormônio provocará a secreção de hormôivios córtico-supra-renais pelo córtex supra-renal, em especial os hormônios glicocortícóides. Dentre estes hormônios destaca-se o "cortisol", Segxmdo Guyton (1989), citado por Samulski e col. (1996) 95% de toda atividade glicortícóide são representados pelo cortisol. O co-produto deste hormônio pode ser verificado nos exames de sangue e de urina e é considerado o maior indicador de estresse. 2. Eixo hipotálamo — medula supra-renal A medula supra-renal se localiza na parte central da glândula e corresponde a 20% do seu todo. Funciona em conexão com a atividade nervosa simpática, na secreção dos hormônios adrenérgicos e noradrenérgicos. Essa matéria foi muito estudada por um grupo de cientistas, coordenado por Levy (1972). O mecan i smo psicológico do estresse O estresse psicológico, sendo diferente dos fatores físicos de estresse e do estresse orgânico, envolve outros fatores como seus causadores. Appley e Trumbull (1967), citados por Heimstira e McFarling (1974), enfatizaram que as condições de estímulo envolvidas no estresse psicológico "são caracterizadas como experiências novas, intensas, de alteração rápida, súbitas ou inesperadas, chegando às vezes ao limiar de tolerância". Ao mesmo tempo, o déficit de estímulos, a falta de estímulos esperados ou, mesmo, uma estimulação altamente persistente aliada a condições causadoras de fadiga e tédio, entre outros, também têm sido descritos como fatores causadores de estresse. Possivelmente, estímulos alucinógenos e oubros que elidam reações conflitantes, podem também desencadear o estresse. Podemos conceber muitas situações potencialmente causadoras de estresse psicológico. Lazarus (1966), nomeado por Heimstra e McFarling (1978), já afirmou "que a análise do estresse psicológico distingue-se de outros tipos de análise em função da variável ocorrente de ameaça". Esta ameaça implica em um estado de reação, no qual o indivíduo antecipa um confronto com uma condição prejudicial de alguma espécie. Essa antecipação de dano futuro resulta em estresse psicológico. É irrelevante a situação ser ou não realmente prejudicial, o que importa é a pessoa percebê-la como ameaçadora. Capitulo 7» 189 Vários tipos de respostas têm sido usados como índice de estresse. Lazarus(1996), citando ainda Heimstra e McFarling (1978), sugeriu que essas variáveis dependentes se enquadravam em quatro categorias, somadas a outras entidades psicológicas descritas pelo autor deste trabalho: 1. distúrbios afetivos: ansiedade, cólera, depressão, fobia, compulsões, •histerias, síndrome de pânico e muitas outras respostas desadaptativas de fundo neurótico; ,f 2. reações motoras: tensão muscular, distúrbios da fala, expressão de tensões faciais, postura de contração corporal, perda do controle dos esfíncteres, descoordenação psicomotora, paralisias motoras histéricas, tremor manual, tiques nervosos, cegueira histérica, etc; 3. respostas cognitivas: alteração da percepção visual, pensamentos negativos, julgamentos inadequados da realidade, dificuldades na resolução de problemas, desadaptação da percepção social, bloqueios mentais e transtorno da memória; 4. respostas fisiológicas e psicofisiológicas: alterações na composição do sangue (aumento de eosinófilos), elevações na taxa de 17 cetosteróides na urina, alterações no funcionamento da glândula supra-renal, aumento e diminuição físicos das glândulas, alterações na taxa cardíaca e reações psicogalvâiucas da pele. Reforçando este quadro, podemos destacar, ainda, com detalhes, outras respostas desadaptativas ao estresse, no caminho da fase de resistência para a de exaustão, mencionado por Wenzlawek e por Gabler e cols. (1979), citados por Hongler (1988): 1 . transtorno da percepção física: perturbação da visão e do canal auditivo, aumento das respostas palpebrais e das pestanas, de forma contínua; 2. transtorno da percepção visual: ilusão de ótica, interpretações erradas das mensagens recebidas, bloqueio da capacidade de percepção e alucinações; 3. transtornos da coordenação: forte diminuição da precisão e redução sensível da coordenação dos movimentos; 4. transtornos da atenção e da concentração: perturbação das capacidades de reação e decisão; 5. transtornos da reflexão: lembrança de fragmentos mnemónicos prejudicando o raciocínio lógico e a compreensão global das relações de causa e efeito; 6. transtornos da decisão e do controle individual: diminuição do desejo de decidir, perda progressiva do controle de si próprio, reações de resistência a qualquer atividade e riso descontrolado; 7. transtornos das relações sociais: expressam-se por falta de atenção 190 • Psicologia do Esporte para o Atleta de Alto Rendimento para com os membros do grupo, predomínio das tendências egocêntricas e pronunciado distanciamento das pessoas. Podemos perceber que todas estas respostas orgânicas e psicogênicas desadaptativas são consequências dos estímulos estressores do ambiente social somados às predisposições neurofisiológicas do indivíduo, podendo levá-lo, inapelavelmente, à condição de neurose. Como vimos, os estímulos e as respostas se confundem, tornando-se ambivalentes - em dado momento, um estímulo pode ser estressor e, em outro, apresentar-se como uma resposta estressora. Por exemplo, uma perda afetiva por morte ou separação (estímulo) pode provocar um estado de depressão (resposta) que, ao mesmo tempo, se torna um estímulo para a perda de apetite ou anorexia (resposta) e esta, como estímulo, pode levar o indivíduo a rejeitar qualquer tipo de alimento. Nosso atleta, nestas condições, pode ser vítima de todo esse sistema de circularidade biopsicossocial desadaptativa, afastando-se, de vez, das metas competitivas. P rob l ema s s ó c i o - amb l en t a í s bás i cos como c a u s a do r e s do est resse O homem levou uma grande bagagem de tipos de estresse — estímulos e respostas — do século XX para o século XXI . Dentre os tipos de estresse sócio- ambiental que hoje enfrentamos, podemos considerar: super-população, falta de espaço, pobreza urbana, deterioração educacional, serviços de saúde inadequados, crimes, discriminação racial, assaltos, corrupção, fragmentação da família, conflitos familiares e entre vizirúios, desemprego, o poder das drogas, a traficância, a prostituição infantil, a onda generalizada de filmes pornográficos infantis, a roubalheira e a corrupção nas altas esferas das instituições públicas e esportivas, além de fatores ambientais, como poluição do ar, da água e muitos outros. Tudo isso acaba por comprometer o desejável equilíbrio de adaptação entre o homem, a sociedade e o meio ambiente, no que diz respeito à Psicologia e a Moral e Ética. Como foi colocado anteriormente nesse capítulo, quando o atleta consegue superar como pessoa todos esses obstáculos, sem comprometer sua saúde bio-psicológica, já terá cumprido a primeira etapa de adaptação, sob o princípio da seleção dos mais aptos, na direção da excelência esportiva para a sua carreira. Os vários tipos de estresse do contexto esportivo devem servir para o atleta como degraus para o auto-aperfeiçoamento e o fortalecimento das capacidades psicológicas; assim, será capaz de sobrepujar as dificuldades, na busca do topo da pirâmide. Poderá fraquejar, em função do despreparo emocional frente aos mais altos níveis de exigências esportivas, mas terá na Capítulo 7» 191 Psicologia u m grande instrumento de auxílio ajustativo. Então, podemos afirmar que o atleta pertence a uma amostra seletiva da sociedade. Já se apresenta como um vencedor. Mas é de grande importância afirmar que, muitas vezes, aquele atleta que conseguiu sucesso no campo esportivo, ainda traz no seu • equipamento mental e emocional condicionamentos de estressores sócio- ambientais, cujos controles estão muito frágeis. Nesse caso será necessária a depuração psicológica para que esse atleta tenha condições de atingir as suas metas esportivas; do contrário, poderá ser "queimado" muito cedo em suas pretensões atléticas, como afirmou David A. Feigley, no excelente artigo "Psychological bumout in high levei athletes", em 1986. É interessante para o nosso estudo pesqtiisar o comportamento dos atletas frente a situações de estresse, a fim de termos uma visão mais concreta da sua , capacidade em enfrentá-las, confirmando ou não as suas maiores resistências, nesse enfrentamento, nas mais diferentes condições. Essa atitude nos leva a ; uma maior compreensão das reais possibilidades dos atletas em enfrentar condições de grande dificuldade, como também a auxiliá-los, se necessário for. Por essa razão, desejo apresentar uma interessante pesquisa, num artigo de Scipião Ribeiro L .C . , (1998), cujo propósito foi determinar se os atletas de . elite, treinados aeróbica e anaerobicamente, diferem das pessoas sedentárias e não sedentárias, no que se refere ao controle da reatividade e da recuperação dos estressores psicossociais. Os estressores selecionados foram: problema de matemática (cognitivo), traço de estrela de espelho (motor) e pressão de frio ' (físico), e os instrumentos de medidas psicofisiológicas foram o pletismógrafo no controle da taxa cardíaca (HR) , o psicogalvanômetro, no controle da condutância elétrica da pele (EDA) , o eletromiogama (EMG), no controle das ' respostas musculares, e a medida psicológica foi realizada através do Inventário de estado e de traço de ansiedade da escala de Spielberger. Os resultados foram os seguintes: j "Atletas treinados aerobicamente mostraram que são muito sensíveis ao estresse, comparados com outros grupos. Além disso, eles apresentaram uma melhor recuperação temporal do estresse na maioria das tarefas. O grupo de controle não sedentário, mostrou menos variação durante o período de tempo. Foi observado que todos os grupos tinham uma tendência à diminuição da taxa cardíaca após a exposição do estresse. A atividade eletrodérmica pareceu ser um índice acurado de resposta psicofisiológica ao estresse social. Embora não houvesse significativa interação entre grupos e estressores,os grupos diferiam no curso do tempo, mostrando diferentes direções de recuperação. Esses resultados confirmam outros trabalhos, segundo os quais esperava-se que os atletas treinados aerobicamente se recuperariam mais rapidamente que 192 • Psicologia do Esporte para o Atleta de Alto Rendimento OS não atletas. Foi, também, mostrado nessa pesquisa que os atletas anaeróbicos podem ei\frentar e recuperar-se melhor que os atletas treinados aerobicamente. Na escala de Spielberger houve diferenças significativas no traço de ansiedade, mas não no estado de ansiedade entre os grupos. Os atletas treinados aerobicamente apresentaram um baixo índice no traço de ansiedade. Este fato indica que o mvel do traço de ansiedade foi afetado pelo tipo de exercício. Esse tipo de pesquisa é da maior importância para o nosso trabalho, porque vai fornecer um melhor entendimento das respostas psicofisiológicas aos estressores psicossociais, em relação às crianças e aos adultos, tanto no campo social, como no contexto esportivo. Parece-me que seria muito interessante para esse estudo, a inclusão das diferenças entre as personalidades * introvertidas e extrovertidas em relação aos fatores estressantes, em função das diferenças psiconeurofisiológicas de ambas. O processo da adap t a ç ão ou de sadap tação ans iogên í ca do es t resse competitivo Todo atleta, em sua carreira esportiva, está sujeito a enfrentar uma grande constelação de tipos de estresse e sabemos que seu organismo se prepara para reagir através dos mecanismos hormonais e autonômicos simpáticos, manifestados pela ocorrência de baixa, média e alta ansiedade. É justamente esta desordem emergencial ansiogênica que o leva à luta ou à fuga das competições, num processo de permanente tentativa de adaptação. No caso esportivo, isto é demonstrado na luta por uma melhor preparação físico-técnico- psicológica e um eficiente desempenho atlético. Sabemos, também, que os atletas diferem muito na maneira como respondem ansiogênicamente ao estresse competitivo e que a sua performance vai depender diretamente da forma como percebe e reage a essa condição. Uma das formas de se compreender a relação entre a ansiedade e o desempenho está descrita no estudo clássico da "Curva do U Invertido" de Yerkes-Dodson, segundo o qual a ansiedade se manifesta como um fenómeno resultante do estresse, o que apresentaremos, detalhadamente, mais adiante. Segundo Feigley, (1986), existem pelo menos três grandes fatores subordinados à ansiedade em relação ao desempenho competitivo: 1. Dificuldade da tarefa 2. Grau de aprendizagem 3. Habilidade do atleta Capítulo 7« 193 1. Di f icu ldade d a tarefa As tarefas complexas exigem dos atletas uma mínima condição de iedade, como o tiro ao alvo, o exercício da trave na ginástica olímpica, a equitação, a esgrima e outros esportes. As tarefas mais simples, especialmente as que requerem grandes esforços exigem, ao contrário, um alto nível de ansiedade (eustresse), que não prejudicará o desempenho do atleta, mas sim, na maioria das vezes, o auxiliará. 2. G r a u de ap r end i z agem As tarefas bem aprendidas, sob pressão, são mais bem desempenhadas o que as tarefas parcialmente aprendidas. Muitas vezes, o treinador espera que um atleta possa desempenhar bem a sua tarefa sem que ele esteja preparado teciúcamente para tal. Sua habilidade técnica ainda não está completa. Quando isso se dá, o próprio atleta, mesmo sob grande pressão ansiogênica, tende a escolher as técnicas que aprendeu melhor. } É importante que todos os atletas dominem suas habilidades técnicas entro do principio do estado alternativo de consciência porque o corpo -sponderá melhor e com mais eficiência, se estiver bem familiarizado com a bilidade psicomotora. Quando o atleta chega a esse nível de aprendizagem • desempenho, é chamado de c l u t c h p e r f o r m e r . 3. Apt idão do at leta A dificuldade da tarefa está, também, relacionada aos níveis de aptidão 'o atleta. Um atleta com menos aptidão para uma certa tarefa, estando ou não m altos níveis de ansiedade, pode ter baixo desempenho no treinamento. O es t resse como um processo Martens (1977), citado por Feigley (1986), afirmou que o estresse deveria ser percebido como um processo. Isto quer dizer que a situação estímulo pode ser, por si própria, estressante ou não. Alguns atletas podem não se sentir ameaçados por grandes multidões ou mesmo por certos tipos de violência. A sua percepção da situação, frequentemente, determina as suas respostas de ansiedade. Os atletas, geralmente, entram em estado de ansiedade, quando se ttem ameaçados. A ameaça, neste caso, ocorre quando o atleta percebe que sua habilidade para responder às exigências da situação competitiva é baixa 194 • Psicologia do Esporte para o Atleta de Alto Rendimento como por exemplo repetir um salto mortal duplo, após uma experiência fracassada. Os treinadores comentam que jovens atletas parecem ter menos medo e mais disposição para tentar novas habilidades do que os mais velhos; talvez por serem mais jovens e possuírem pouca experiência. Bela Karoli, treinador da famosa Nádia Comaneci, comentava que ela não demonstrava qualquer medo de cair da trave, porque ela nunca caía. Tratando o estresse como um processo, queremos dizer que qualquer intervenção sobre ele pode ser iniciada em diferentes estágios do seu desenvolvimento e tem como eliminar, ou pelo menos minimizar, seus efeitos negativos sobre a p e r f o r m a n c e . Por exemplo, o estresse pode ser provocado por altos níveis de ansiedade e tensão ou por pensamentos irracionais, levando o atleta a fortes índices emocionais. O procedimento de intervenção varia. Se o estresse for desencadeado por ondas ansiogênicas, o treinamento psicotônico ou relaxamento muscular poderá ser introduzido, mas se o estresse for de fundo cognitivo, deverão ser empregadas as técnicas de reestruturação cognitiva, nas alterações das ideias ou pensamentos irracionais. Ambas as formas auxiliam o atleta no autocontrole cognitivo-emocional. Reforçando os nossos estudos, apresentaremos o modelo de estresse de Martens (1977), para fixarmos o entendimento sobre o fenómeno. Podemos perceber nesse paradigma que o autor chega a uma conclusão bem semelhante às de outros estudiosos, em que as três variáveis básicas estão presentes: a pessoa como entidade psicológica-comportamental, o organismo como um sistema fisiológico e o ambiente. Figura 7.3 O Estresse como um processo S i tuação Est ímulo Externo Objetivo R e spo s t a Cognitiva de pe rcepção e interpretação da S i tuação Est ímulo Con s equên c i a s de Re spo s t a s Posit ivas ou Negativas Re spos t a Objetiva Respos ta : R e spo s t a s Psicológica • Comportamenta i s I Abertas Fonte: adaptação de Martens (1977), segundo Feigley (1986) Segundo o autor, uma variedade grande de fontes estressantes vai determinar as respostas cognitivas, com base na percepção e na interpretação Capítulo 7« 195 as s i tuações - e s t ímulo , das respostas f is iológicas e das respostas mportamentais abertas, sejam de natureza positiva ou negativa. Este modelo seguido pelos autores, em geral. Exemplos: 1. O estresse como estímulo: a presença de um grande público; 2 . 0 estresse como percepção de ameaça: ideias negativas como estímulos eaçadores; 3 . 0 estresse como percepção ilógica de uma ameaça: um atleta que acha xe um grande público é responsável pela sua p e r f o r m a n c e fraca; 4 . 0 estresse como consequência negativa antecipada: a antecipação de acasso contínuo; 5. O estresse como importante conseqiiência negativa: o grau de importância que o atleta dá a sua competição; 6. O estresse como resposta de tensão: o foco está natensão resultante percepção do estímulo - evento como ameaça. As teor ias bás i cas do est resse Parece-me importante apresentar neste estudo uma síntese de algxunas orias sobre o estresse. Além da teoria de H . Selye, apresentada acima, podemos chamar atenção para as teorias da estimulação psicossocial de Levi, da transação e interação, de Lazarus e Launier, da ação, de Nitsch e Hackfort, da ansiedade, de Spielberg e do U invertido de Yerkes-Dodson, seguiido Samulski e cols. (1996). Estas teorias são da maior importância para o estudo e o entendimento •do fenómeno em questão e também servem de base para o seu devido controle. Teoria d a est imulação psicossocial de Levy Esta teoria é uma tentativa de esclarecer a relação entre os estímulos sociais e o mecanismo provocador de doença, o pré-estado de doença e a própria doença. Segundo o autor, esses estímulos psicossociais provocam reações fisiológicas no organismo, através dos processos nervosos centrais, que podem, sob determinada intensidade, frequência, duração e na presença ou ausência "de determinadas variáveis interagentes, levar o organismo a vun pré-estado de doença ou, por fim, à própria doença. Levy defirúu o pré-estado de doença como as perturbações funcionais nos sistemas psíquicos e orgânicos que levam, a longo prazo, a um prejuízo da capacidade de rendimento. A doença é uma perda da capacidade de rendimento devido aos distúrbios somáticos, com consequentes desordens emocionais. Perda de capacidade de rendimento significa insuficiência para a realização 196 • Psicologia do Esporte para o Atleta de Alto Rendimento OU O domínio de uma tarefa. As variáveis interagentes são aspectos internos ou externos, psíquicos ou somáticos, que modificam o efeito dos fatores provocadores com respeito aos mecanismos pré-estado da doença e doença. Entende-se como modificar, a ação de acelerar ou retardar o processo que conduz à doença. Esse modelo nos mostra que os estímulos psicossociais e os programas psicobiológicos determinam, em geral, as reações psíquicas e fisiológicas de um indivíduo em direção ao estresse e, como coriseqúência, às doenças e, no meu entender, t ambém na fo rmação das neuroses e, provavelmente, na precipitação das psicoses. Esta cadeia de reações pode ser favorecida ou impedida através das variáveis interagentes. Conforme Kagan e Levy (1974), citados por Samulski e cols..(1996), esta seqiiência não representa um processo linear, mas sim um sistema cibernético com feedback contínuo. Toda modificação psicossocial pode agir como um estressor. Sob a sua influência, a resposta natural do organismo estaria calcada nos padrões filogenéticos de adaptação, adquiridos com os nossos antepassados pré- históricos, relacionados à ativação do sistema neuro-endócrino, na preparação do organismo para a luta ou fuga. Mas, hoje, apesar da grande violência sócio- ambiental, o processo de adaptação do homem moderno ao seu ambiente é muito diferente da época do homem primitivo - muito mais difícil e profundamente complicado. A teor ia d a t r ansação e interação de Laza rus e Laun ie r Os autores se afinam com os fundamentos teóricos básicos do estresse, tanto em seus aspectos fisiológicos, psicológicos e sócio-ambientais, como em relação aos dois grandes conceitos teóricos: a transação e a interação. Princípio t ransac ion is ta Baseia-se no processo de avaliação cognitiva das relações entre a pessoa e o meio-ambiente. Os autores estabeleceram três relações básicas do estresse: ameaça, prejuízo/perda e desafio. Significa que os indivíduos podem se adaptar ou não diante destas exigências relacionais com o meio ambiente. Isto dependerá, também, das próprias exigências internas dos indivíduos, segundo as próprias caraterísticas de personalidade e a educação recebida. ; Vamos admitir que uma pessoa pode perceber uma situação como • ameaçadora, porque avalia as exigências externas de forma muito alta e se sente frágil para dominá-las; ou a ameaça pode aparecer como exigência fraca , e ser, simplesmente^ dominada; ou, ainda, pode ocorrer que uma situação ' Capítulo 7: 197 seja, realmente, muito difícil, e o indivíduo ou o atleta se sinta numa situação ;de enfrentar ou cumprir com eficiência a sua tarefa, tendo que produzir um Jesforço muito grande para a obtenção de baixo resultado, o que chamamos em psicologia de custo de resposta. A avaliação prejuízo/perda se relaciona a uma uto-imagem perturbada, uma baixa percepção do auto-valor ou do reconhecimento social, como afirmam Lazarus e Launier, 1981. No que toca ao desafio, o processo se inverte, é menos negativo e, com a tonalidade do sentimento, é mais positivo. Nos estudos sobre a personalidade, esta condição é muito mais favorável nos extrovertidos do que nos introvertidos, e muitos atletas se enquadram nesse esquema. Princípio interacionista i Baseia-se na dinâmica ininterrupta da relação pessoa-meio ambiente, ^o fenómeno do estresse, emoção e controle do estresse. Alguns autores rechaçam os modelos lineares tradicionais do S-O-R, estímulo, organismo e resposta, ou mesmo os conceitos de interação estatística, enfatizando que essa "inâiruca interacional deve ser estudada e pesquisada nos seus conceitos escritivos puros. Para eles, o processo de adaptação indivíduo e meio ambiente e faz através de mudanças permanentes nas ações das pessoas sob a influência ido meio ambiente e com a retroinf ormação dessas ações sobre a própria pessoa. A relação estressante de perda/prejuízo pode modificar-se para um estado de Jrepouso ou de ameaça, para uma avaliação positiva de desafio. Esta posição reflete uma visão mais elástica do processo interacional. '"ft Em síntese, esses conceitos vão depender do equilíbrio das forças entre as exigências e a capacidade dos atletas para enfrentá-las e controlá-las, como afirma Lazarus (1966). Teoria d a a ção de Nitscli e Hacicfort f. Esta teoria se baseia no pressuposto que as ações dos indivíduos formam os fundamentos da génese do estresse. A realização das exigências da ação pode estar ligada às dificuldades, que são vivenciadas como estresse. Por 'exemplo: se é exigido de um aluno um trabalho, o qual ele não se sente com capacidade de desenvolver; ou se é necessário executar um trabalho sob pressão do tempo; ou se um aluno não consegue lembrar nada do que estudou para uma prova; ou se um atleta não corisegue o desempenho desejado por errar muitos passes, etc. Em síntese, o resultado da ação pode tomar-se uma relevante situação de estresse, como uma consequência negativa associada ao resultado 198 • Psicologia do Esporte para o Atleta de Alto Rendimento de uma ação ou mesmo à vivência de uma derrota esportiva ou de qualquer outra atividade, frente a um mal resultado profissional. Os autores assinalam alguns postulados envolvendo a pessoa, o meio- ambiente e a tarefa. Segimdo eles algumas funções são predominantes na ação: a função exploratória, a construtiva e a intuitiva. Afirmam que toda ação é um processo de integração psicossomática, sendo dimensionada no tempo (passado, presente e futuro) e alicerçada no processo filo-ontogenético e histórico-social. A Teoria de An s i edade de Sp ie lberger Para Spielberger (1989), Hackfort eSchwenkmezgerr (1953) a ansiedade é uma emoção típica do fenómeno estresse e este é definido como um complexo processo psicobiológico. O autor apresenta três aspectos básicos: 1. Estressor: refere-se à situação e às circimstâncias que são caracterizadas por algum nível de perigo físico ou psicológico; 2. Ameaça: diz respeito a uma percepção ou avaliação individual de uma situação, como potencialmente perigosa ou prejudicial; 3. Ansiedade: como u m estado emocional (ansiedade estado) consiste em sentimentos de tensão, apreertôão,nervosismo, preocupação e ativação elevada do sistema nervoso autónomo, vivenciados subjetiva e conscientemente, frente a situações reais, percebidas e sentidas como ameaçadoras. Spielberger, além dos exemplos acima citados, apresentou duas classificações para o fenómeno da ansiedade: ansiedade traço e ansiedade estado. Ansiedade traço é definida como uma disposição ou traço estável da personalidade. Pessoas com esse traço reagem aos estímulos ambientais com muita sensibilidade, em função da herança biológica. A ansiedade estado ocorre normalmente quando o indivíduo está diante de si tuações realmente estressantes, que podem ameaçar a sua integridade física ou psicológica. Esta ansiedade é aprendida e condicionada pelo indivíduo. No campo esportivo, observamos com muita clareza as diferenças ansiogênicas entre os atíetas diante de competições iminentes. Uns são muito tranqiiilos, mas outros maiúfestam reações emocionais bem acentuadas - boca seca, midríase, tensões musculares etc. No próximo capítulo desenvolvemos o estudo do fenómeno da ansiedade com mais profundidade, em virtude da sua importância no auxílio ao atleta superior e suas relações com a neurose. A Teoria de Yerkes -Dodson do U inveftido Esta teoria se refere às relações entre o efeito do estresse (ansiedade, ativação neurofisiológica, arousal, motivação) sobre a aprendizagem e o Capítulo 7» 199 treinamento esportivo, como também sobre a performance do atleta em competição. Vamos à figura 7.4. Figura 7.4 Relações Hipotéticas entre Estresse e Rendimento E X C E L E N T E O X z w o. S MÉDIO lij o tu o BAIXO BAIXO MODERADO ALTO NÍVEIS DE ANSIEDADE Fonte: Feigley, 1986 Esta curva indica que existe um moderado nível de ansiedade para uma * performance máxima. A ansiedade, quando acima ou ababco deste ponto ótimo _ vai causar um pobre desempenho. O atíeta, para estar numa condição p s y c h i n g u p , isto é, num ótimo mvel de prontidão para a competição, tem que apresentar - moderados níveis de ansiedade, senão a sua performance será prejudicada. Mas é importante assinalar que essa afirmativa pode variar, se relacionada a ' esportes que exijam altas e baixas reações de ativação neurofisiológica, como o futebol e o tiro ao alvo, respectivamente, como exemplos maiores. Mas, de um modo geral, a orientação básica das condições atléticas para a competição, é partir dos estados moderados de ansiedade, alterando-os para baixo ou para cima, segundo a natureza do esporte. Os estudos de Yerkes Dodson nos levam também a estabelecer uma relação enb-e os ruveis de motivação e a natureza da tarefa. Malmo (1958), Singer (1977) e Ausubel e cols. (1980), citados por Dantas e Dantas (1994), relataram que as atividades complexas exigem por parte dos atíetas baixa motivação, baixa ou moderada ansiedade ou ativação neurofisiológica, como a ginástica olímpica, o golfe, o tiro ao alvo, a esgrima; as atividades mais simples, ao contrário, exigem mais alta ou moderada motivação, como a natação, a 200 • Psicologia do Esporte para o Atleta de Alto Rendimento corrida e o futebol, impondo-se o vigor, a persistência e a velocidade. Veremos um exemplo na figura 7.5: Figura 7.5 Ui O z < a: Q a. UJ o. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 NiVElS DE ANSIEDADE - - Tarefa fácil Tarefa moderada Tarefa difícil Fonte: Feigley (1986). Podemos enquadrar a figura acima dentro das referências de Singer nos seus estudos sobre a motivação: Atividade Atividade relativamente simples Atividade moderadamente difícil Atividade relativamente difícil Motivação Desejável Motivação mais alta Motivação moderada Motivação mais baixa Pelo exposto acima, exemplificamos algumas relações empíricas entre os fenómenos da ansiedade e da motivação, que se confundem com a necessidade de realização, tarefas simples e complexas, e suas consequências em relação aos desempenhos competitivos. O estudo em questão não é uma posição fechada. Existe uma grande quantidade de variáveis psicológicas interveruentes, difíceis de serem medidas por falta de instrumentos psicológicos disponíveis, mas que estão em processo de pesquisa. Isto nos leva a afirmar que, mesmo assim, a teoria de Yerkes-Dodson nos levou a dar um grande passo para o entendimento dessas relações na preparação psicológica do atleta superior. O estudo sobre o estresse vai nos proporcionar um melhor entendimento das neuroses, que representa uma das grandes barreiras encontradas pelos atletas no caminho para a excelência. Capítulo 7« 201 Resumo Neste capítulo, mostramos a importância do estresse na relação recíproca entre o organismo e o ambiente, num processo intercambiante permanente, resultando em conseqiiências imprevisíveis, tanto para o homem como para o ambiente. Definimos a natureza psicológica e biológica e nomeamos seu jnecanismo fisiológico e neuro-humoral, segundo Nitsch (1981), proposto por Samulski e cols. (1996). Destacamos os trabalhos de H . Selye na SGA; Cannon, com o princípio de homeostase baseado em Claude Bernard; e psicólogos como Lazarus, Heimstra, Wenzlawek, Feigley e Martens, no campo do estresse, psicológico. Apresentamos o ponto de vista segundo o qual o atleta de alto rendimento já pode se corisiderar, em primeiro lugar, mn vencedor, pois consegue superar psicologicamente o estresse ambiental e, portanto, está mais ajustado e mais apto para enfrentar os diferentes tipos de estresse a que é submetido nos treinamentos e competições. Considero que as relações entre o organismo e o ambiente se processam dentro de um circuito dinâmico de estímulo e resposta: um estímulo determina uma resposta e esta se transforma num estímulo determinando uma outra resposta, e assim por diante, mantendo o indivíduo e o ambiente prisioneiros desta relação simbiótica; em caso de neurose, só uma psicoterapia romperia este circuito neurótico. Reunimos uma série de teorias para uma compreensão mais nítida de como se processa o estresse psicológico no esporte, onde aparecem grandes estudiosos como Levy, Lazarus e Launier, Nitsch e Hackfort, Spielberg e Yerkes e Dodson. Enfatizamos as diferenças individuais na percepção do estresse, como descrevem Heimstra, Mcfarling e Samulski, e também o próprio Eysenck, nas diferenças de personalidade. Entendemos que se o ambiente pode estressar o organismo, este também pode estressar a sociedade com respostas desajustadas: um fenómeno de retroalimentação através da agressão, da violência, da neurose e da psicose, de um modo geral. Questões 1. Como você define o estresse? 2. Que tipos de estresse você corúiece? 3. Como se processa o intercâmbio de estresses entre o indivíduo e o ambiente? 4. Podemos considerar que o atleta é resultante de um processo seletivo psicobiológico? 202 • Psicologia do Esporte para o Atleta de Alto Rendimento 5. Como você percebe as difereriças de adaptação aos estímulos estressantes entre os atletas? 6. Dê algvms exemplos de estímulos e respostas estressantes de um orgarusmo e suas funções de estímulo e resposta sucessivas. 7. Como você define o conceito de homeostase segundo Caimon? Dê exemplos. 8. Quais os três aspectos básicos que se deve a Selye na sua concepção de estresse biológico? 9. O que vem a ser a inespecificidade do estímulo? 10. Qual o eixo estrutural da reação do estresse endócrino, segundo Selye? 11. A SGA> síndrome geral de adaptação formulada por Selye, deveu-se a três importantes indicadores biológicos. Quais foram? 12. Quais são as três fases básicas da SGA? Descreva-as. 13. Qual o mecanismo fisiológico e neuro-humoral do estresse? 14. Quais são as respostas ou variáveis dependentes usadas como índice de estresse, classificadas em quatrocategorias, segimdo Lazarus? 15. Que outras respostas desadaptativas ao estresse foram mencionadas por Wenzlawek? 16. O fenómeno do b u m o u t pode ser considerado um fator de esfaresse? 17. Descreva a pesquisa de Scipião Ribeiro. 18. Quais são os três grandes fatores que estão subordinados à ansiedade em relação ao desempenho competitivo, segundo Feigley (1986)? Descreva-os. 19. Como você define o estresse como um processo? 20. Quais são as teorias básicas do estresse, além da teoria de Selye e seus autores? Descreva. Ob r a s suger idas 1. ALBERT , Eric; Ururahy, G . C o m o t o r n a r - s e u m bom e s t r e s s a d o . Rio de Janeiro: Lis Gráfica e Editora Ltda, 1997. 2. S AMULSK I , D.,Chagas, M . H . , Nitsch, J.R. Stress: t e o r i a s básicas. Belo Horizonte: Editora Gráfica Costa & Cupertino Ltda, 1996. 3. S ELYE , H . A s y n d r o m e produced by d i v e r s e nocuous a g e n t s . Nova York: Nature, 1936 . T h e stress oflife; McGraw-HiU, NY. , 1956 4. POWERS, K . S. e Howley, E.T. F i s i o l o g i a do exercício: t e o r i a e aplicação ao c o n d i c i o n a m e n t o e desempenho. São Paulo: Editora Manole Ltda, 2000. Capítulo 7» 203 Referênc ias 1. ALBERT , Eric ; Ururahy, G . C o m o t o r n a r - s e u m bom e s t r e s s a d o . Rio de Janeiro: Lis Gráfica e Editora Ltda, p. 24 e 28^ 1997. 2. AUSUBEL , D. P; NOVAK , J.; HANES IAN , H . P s i c o l o g i a e d u c a c i o n a l . Rio de Janeiro: Interamericana, 2° ed., 1980. 3. C ANNON , W. B. T h e emergency f u n c t i o n of t h e a d r e n a l m e d u l a i n p a i r a n d t h e •major e m o t i o n . Amer. J. Physiol.,1914. - O r g a n i z a t i o n f o r p h y s i o l o g i c a l h o m e o s t a s i s . Physiol.Review, 1929. 4. CRATTY , B. J. P s y c h o l o g y i n c o n t e m p o r a r y s p o r t . Nova Jersey, USA: Prentice- fiall,Inc. p.l85,1973 5. DANTAS , E . H . M. A prática da preparação física. Rio de Janeiro: Shape Editora, p. 24,1997. 6. DAVIDOFF , L . L . Introdução á p s i c o l o g i a . São Paulo: Editora McGraw-HiU do Brasil, p. 445,446,1983. 7. F E IGLEY , D. A. Stress m a n a g e m e n t , i n c o n t e m p o r a r y sport p s y c h o l o g y . Published by VEJE Publishing Inc., Edited by Lars-Eric Unestahal, pp. 37-43 Orebro, Sweden., 1986. 8. HE IMSTRA , N . W.; Mcfarling L . H . P s i c o l o g i a a m b i e n t a l . São Paulo: E PU - Editora da Universidade de S.Paulo, p. 161-164,1978. 9. HONGLER , R. E l stress y miedo em d e p o r t e . Espanha: Revista de Entrenamiento Deportivo, Volume I I , número 4, p. 22,23,1988. 10. K A GAN , A . R.; Levi , L . H e a l t h a n d e n v i r o n m e n t - p s y c h o s o c i a l s t i m u l i . A Review: Sociology, Science&Medicine, 1974. 11. L AZARUS , R. S. P s y c h o l o g i c a l stress a n d t h e c o p i n g process. Nova York: McGraw-HiU, 1966. 12. ROGRIGUES , J. A . (organizador), F ERNANDES , Florestan (coordenador). Durkheimer. S o c i o l o g i a . São Paulo: Editora Artica S.A., p. 97-117,1984. 13. SAMULSK I , D.,Chagas, M. H . , Nitsch, J.R. Stress: t e o r i a s básicas. Belo Horizonte: Editora Gráfica Costa & Cupertino Ltda, 1996. 14. S ELYE , H . A s y n d r o m e produced by d i v e r s e nocuous a g e n t s . Nature, 1936 - T h e g e n e r a l adaptation s y n d r o m e a n d the diseases of adaptations, ] o u r n a l clinic e n d o c r i n o l o g y , 1946. - T h e Stress ofLife d e n t r o do p r i n c i p i o do estado a l t e r n a t i v o de consciência; McGraw-HUl, NY . , 1956. - T h e concept of stress i n e x p e r i m e n t a l p h y s i o l o g y ; I n : Tarmer,J.M., Shress and Psychiatric Disorder; Oxford: Blackwell, 1960. 15. SCIPIÃO Ribeiro, L . C . Stress related to social and natural environment: new trends to future professional within the area of sport psychology. In
Compartilhar