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resenha do Possenti porque não ensinar gramatica na escola

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FACCAMP-FACULDADE DE CAMPO LIMPO PAULISTA
Licenciatura em Letras- Português / Inglês
Sociolinguística
ALCIMERI DA SILVA BATISTA OLIVEIRA - RA: 20125
Resenha Crítica 
Do Livro
Porque (não) Ensinar Gramática na Escola
Prof.ª. Drª. Jaqueline Massagardi Mendes, Ph. D.
 
 2016
CAMPO LIMPO PAULISTA
FACCAMP-FACULDADE DE CAMPO LIMPO PAULISTA
Licenciatura em Letras- Português / Inglês
Sociolinguística
ALCIMERI DA SILVA BATISTA OLIVEIRA
RA: 20125
Resenha crítica do livro
Porque (não) Ensinar Gramática na Escola
 
 
 Disciplina: Produção textual – Sociolinguística
 Prof.ª. Drª. Jaqueline Massagardi Mendes, Ph. D.
 Trabalho para nota de Sociolinguística
	 Do quinto semestre de Letras	
2016
CAMPO LIMPO PAULISTA
Possenti, Sirio, 1996 – Porque (não) Ensinar Gramática na Escola/ Sírio Possenti – Campinas, SP: Mercado das Letras: Associação de Leitura do Brasil, 1996. (Coleção Leitura no Brasil).
Resenha Crítica
Em um cenário de discussão que envolve linguistas e gramáticos, Possenti nos leva a uma reflexão sobre o ensino de gramática na escola, suas origens vem de dois textos antigos que são resultados de pequenos desafios que pesquisadores propuseram ao autor anos atrás, mas que continuam atuais no contexto educacional.
O tema do seu primeiro capítulo instiga à discussão, pois levanta o questionamento sobre o papel da escola no ensino da língua padrão e coloca sua posição a respeito do tema, segundo Possenti as razões pelas quais não se aprende ou se aprende, mas não se usa um dialeto padrão, são ligadas aos valores sociais e as estratégias escolares discutíveis, ele afirma ainda que impor que alunos de classes populares fale um dialeto padrão é uma injustiça, pois como podemos impor a um grupo social valores de outro, e definitivamente para ele a chamada língua padrão é de fato usada pela classe social dominante.
O autor afirma que não há línguas inferiores todas são estruturas de igual complexidade e que dialetos populares e dialetos padrões se distinguem em vários aspectos, mas não pela complexidade das respectivas gramáticas, as variações linguísticas são condicionadas por fatores internos á língua ou por fatores sociais, ou por ambos ao mesmo tempo. 
Uma das falhas da escola no ensino da língua é que ela ensina alunos que já sabem falar, ou seja, se já sabem falar segundo o autor, é porque sabem a gramática desta língua o que não quer dizer que eles saibam de cor as regras que são ensinadas na escola. Para o autor é importante que a escola faça um levantamento do que os alunos sabem e do que não sabem que classifiquem e enumere os “erros”, para isso basta que o professor acompanhe o trabalho do professor anterior, pois um levantamento bem feito permite organizar os” problemas” e suas “soluções” com base nas teorias da psicologia de aprendizagem. Reconhecer esses problemas permite ao professor elaborar projetos de ensino interessantes, que ensinem aquilo que o aluno não sabe.
Eu entendo que quando Possenti afirma que, “ensinar aquilo que já sabe é repetitivo” ele quer dizer que é desnecessário ensinar aquilo que os falantes de uma língua já sabem, ele insiste de que é importante trabalhar sobre os erros mais comuns, ensinar uma língua padrão é criar condições para seu uso efetivo, é colocar os usuários à exposição desta língua e uma forma de expor os alunos ao uso da língua é a leitura e escrita. 
A importância do professor como transformador é ressaltada na fala de Possenti quando ele afirma que: “as únicas pessoas em condições de encarar um trabalho de modificação das escolas são os professores”. Em concordância com o autor acredito que é dentro da sala de aula que se dão as maiores conquistas e as maiores perdas com relação à leitura, escrita e a narrativa oral que segundo Possenti é a metodologia bem sucedida para o aprendizado de qualquer língua, pois expõe ao aluno o maior numero de experiências linguísticas da variedade padrão.
Esta leitura visa esclarecer os conceitos de gramática defendendo o uso da gramática descritiva. Uma das falas mais comuns que encontramos no meio acadêmico quando abordamos o tema proposto no livro é:
Como aceitar a fala do autor, como adotar o ponto de vista descritivo? Sendo que, como professor nos é cobrado ensinar a gramática normativa?
Entendo que o autor não nega o valor do ensino da gramática normativa na escola, ele argumenta que a importância do aluno dominar efetivamente o maior número possível de regras é fornecer a este aluno a condição de expressar- se nas mais variadas circunstancias, pois é um direito elementar do aluno ter acesso aos bens culturais da sociedade e esse acesso só é permitido através do que lhes for ensinado nos poucos anos de escola. Portanto a maior tarefa da escola é aumentar o domínio de recursos linguísticos por parte do aluno, pois aprender uma língua é saber dizer a mesma coisa de muitas formas.
 O autor consegue de forma bem clara nos conduzir a uma reflexão sobre o ensino de gramática na escola e defende não a abolição da conhecida gramática normativa, mas sim uma reformulação no seu ensino partindo de coisas que os alunos não sabem, sem menosprezar aquilo que eles já sabem da língua e usam em seu cotidiano dentro do contexto social em que vivem. Poderíamos aqui discorrer sobre as diferentes variações linguísticas, e que, a gramática normativa esta fundada em sobre regras gramaticais que tornaram- se arcaicas por não fazerem parte do falar cotidiano da maioria dos brasileiros, e que seria muito mais produtivo se as aulas de gramática fossem mais significantes para os alunos e considerassem as variações linguísticas não menosprezando esta ou aquela maneira de interagir com a língua.
Como o próprio autor afirma, não se esta propondo um roteiro metodológico que só se possa ser executado por pessoas altamente especializadas, mas sim por pessoas que abram mão de atitudes puristas em relação à língua, ele ainda enfatiza que o material prioritário do trabalho deve ser a produção linguística do aluno, ao lado de uma pequena coleção de materiais de leitura que possam fazer parte da construção de conhecimento por parte do aluno.
O livro tem uma linguagem simples que nos permite além de ler discorrer mentalmente sobre o assunto além de trazer exemplos práticos dos “erros” e maneiras diferentes de analisa-los. 
O quão interessante seria se os professores de Língua Portuguesa adotassem aulas mais produtivas onde os alunos pudessem realmente interagir com a língua, falar sobre ela, brincar com ela, fazendo jogos de palavras, percebendo o real sentido de se dominar uma gramática e não apenas decorar, quão interessante seria se os professores propusessem construções sintáticas diferenciadas, se manipulassem a pontuação, se brincassem na formação das palavras, se descobrissem o prazer que há em se conhecer uma língua e não apenas a obrigatoriedade de conhecer regras e mais regras.
Nossas aulas de Língua Portuguesa teriam um cenário diferente seriam tão interessante quanto, as aulas de Artes ou tão divertidas quantos as de Educação Física se ao invés de ficarmos fazendo com que os alunos decorem as regras gramaticais propostas pela gramática normativa nós professores dedicássemos este tempo para vivenciar a língua introduzindo atividades que tornassem o aprendizado prazeroso e significativo onde o professor deixasse de ser a única fonte de informações e sanções.
As palavras de Possenti que escreverei a seguir encerram esta resenha e tornando-se para mim um grande desejo:
“O ensino deveria subordinar-se à aprendizagem”

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