Código Florestal e Áreas de Preservação

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SEMINÁRIO DE ECOLOGIA
 
Código Florestal
Professor: GUSTAVO RODRIGUES CANALE
Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT 
Campus de Sinop
Medicina Veterinária
Carolina Ruschel Tonial 
Introdução
Ecossistema florestal do Brasil tem grande diversidade de mamíferos, sendo o segundo maior no mundo.
As Reservas Legais (RL) e Áreas de Proteção Permanente (APP) protegem toda essa diversidade.
Com a mudança do CF, teremos um aumento do risco de transmissão de doenças.
1/3 dos mamíferos se encontram ameaçados no mundo.
Mamíferos dependem de habitats florestais, sendo poucas espécies capazes de viver fora destes.
Regulam herbívoros generalistas; polinizadores; dispersores e predadores de sementes.
Em ambientes antrópicos, reservam doenças e se tornam pragas.
Cientistas X Setor da agricultura e pecuária.
Propostas recentes para o CF, trarão impactos negativos.
Impacto nas Áreas de Preservação
Permanente (APP)
I. Redução da largura das APP
Rubia Carla Balen
O atual Código Florestal estipula uma série de larguras mínimas de áreas de proteção ao longo de cursos d’água, reservatórios e nascentes. 
A menor largura em vigor hoje é de 30 m de cada lado dos rios e córregos d’água.
Essa faixa mínima não é suficiente para assegurar a manutenção da biodiversidade em longo prazo e promover a conectividade da paisagem.
Efeito de Borda
Resultante das rápidas alterações estruturais e micro-climáticas associadas à transição abrupta entre dois ecossistemas adjacentes (Murcia 1995).
Efeitos negativos:
Invasão de espécies generalistas e invasoras;
Aumento da temperatura e diminuição da umidade relativa do ar;
Ressecamento do solo;
Alta mortalidade de árvores;
Redução da altura do dossel;
Entre outros efeitos prejudiciais à biota,
A redução das larguras das APPs proposta na reformulação do código florestal acarretará num efeito de borda mais acentuado. 
Aumento da mortalidade de árvores de grande porte que são especialmente importantes na produção de frutos para os mamíferos, aves e peixes e, consequentemente, menor diversidade de espécies de aves e mamíferos florestais.
Afetará mamíferos associados às matas ciliares, espécies semi-aquáticas e aquáticas.
Bugios:
Macacos-prego:
Mãos-pelada:
Quatis:
Queixadas:
Pacas:
Lontra:
Ariranhas:
Ratões-do-banhado:
Capivaras:
Cuícas d’água:
Peixe-boi:
Redução de hábitat
Uma das teorias mais conhecidas na biologia da conservação é a relação espécie-área, que enfatiza a relação não-linear entre a área do remanescente de vegetação nativa e o número de espécies que esta área pode sustentar. 
As APPs são fundamentais, pois criam na paisagem corredores que permitem a conectividade de populações previamente isoladas. 
Esse estreitamento generalizado das APPs poderá levar à ruptura da conectividade garantida pelos corredores de florestas ripárias.
II. Acesso de pessoas e animais domésticos as APPs
Rafaela Vitek
Afetará o recrutamento das espécies florestais e modificará substancialmente o sub-bosque dessa vegetação.
Pode facilitar a transmissão de doença;
Causar grandes danos na fauna;
Problemas econômicos para as criações animais;
Surgimento de zoonoses emergentes em humanos. 
III. Eliminação de topos de morros, montanhas e serras como APPs
Djenifer Andrade Göettens 
Zonas montanhosas como habitat de espécies ameaçadas;
Sagui da Serra, Callithrix aurita:
- Maiores populações na Serra do Mar;
- Atua como "trampolins ecológicos";
Sagui da Serra:
 Mapa da Serra do Mar;
Serra do Mar porção Sul, divisa Paraná-Santa Catarina.
RLs (Reservas Legais) e UCs (Unidades de Conservação) são importantes meios de conservação da diversidade brasileira;
Restam menos de 16% da área de cobertura florestal nativa na Mata Atlântica, onde apenas 2% é protegida como UCs na forma privada de RLs, APPs e RPPNs;
Mesmo pequenas áreas de vegetação nativa protegidas tem um papel importante em paisagens fragmentadas;
Queda do número de espécies de pequenos mamíferos especialistas de florestas em paisagens com menos de 30% da cobertura florestal original;
Não só a maioria dessas espécies florestais já foram extintas e dominadas por espécies generalistas, como o Oligoryzomys nigripes, principal reservatório do Hantavírus;
Oligoryzomys nigripes:
 A mudança do Código Florestal e a consequente redução das áreas de vegetação nativa protegida levarão à perdas bruscas e irreversíveis da biodiversidade.
V. Eliminação da várzea como APP
Tainara Cristina
Floresta de várzea:
Muitas espécies de mamíferos ocorrem apenas ou preferencialmente em várzeas.
Destruição das várzeas pela construção de Usinas Hidrelétricas.
Impacto nas Áreas de Reserva Legal (RL)
I. Eliminação da exigência de Reservas Legais para propriedades rurais de até quatro módulos fiscais
Kennedy Juarez Ferreira 
	As Reservas Legais têm um papel importante na paisagem para os mamíferos por dois motivos principais:
 1) contribuem para manutenção da diversidade de espécies, aumentando a área de habitat disponível e criando paisagens com maior conectividade entre as populações
2) facilitam a movimentação da fauna de maior
porte
Atua como “trampolins
 ecológicos”.
Áreas de vegetação nativa protegida com RLs são fundamentais para complementar a biodiversidade.
Na Mata Atlântica do Planalto Paulista, um estudo recente indica que em paisagens muito desmatadas, com menos de 30% da cobertura florestal original onde, portanto, o Código Florestal atual já não é Cumprido.
	Este estudo indica que a mudança do Código Florestal e a consequente redução das RLs levarão a perdas bruscas, provavelmente não reversíveis.
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II. Descaracterização da composição da RL com a inclusão de espécies exóticas
Plantações de espécies exóticas utilizadas como recurso madeireiro, como Eucalyptus e Pinus, geralmente abrigam uma fauna bastante depauperada. 
A descaracterização das RL acarretará em quedas populacionais e extinções locais de diversas espécies de mamíferos.
	O não cumprimento do Código Florestal já traz repercussão na saúde pública, com a mudança deste, as consequências serão agravadas.