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Processo Saúde Doença e suas Determinantes

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Muito se tem escrito sobre o Processo Saúde-Doença, no entanto, um novo instrumento intelectual para a apreensão da saúde e da doença deve levar em conta a distinção entre a doença e a saúde. Também, deve-se incluir a dimensão do bem-estar, um conceito maior, no qual a contribuição da saúde não é a única e nem a mais importante ferramenta. O sofrimento experimentado pelas pessoas, suas famílias e grupos sociais não corresponde necessariamente à concepção de doença que orienta, por exemplo, os profissionais da Estratégia Saúde da Família (ESF). 
Na antiguidade, as religiões politeístas acreditavam que a saúde era dádiva e a doença castigo dos deuses, assim como, as religiões monoteístas atribuíam tais responsabilidades a um único Deus. No entanto, 400 anos A.C; Hipócrates desenvolve uma hipótese que relaciona os locais da moradia, a água para beber, os ventos, com a saúde e a doença. Séculos mais tarde, as populações passam a viver em comunidades e a teoria miasmática toma lugar. Tal teoria consiste na crença de que as doenças teriam origem nos miasmas: o conjunto de odores fétidos provenientes de matéria orgânica em putrefacção nos solos e lençóis freáticos contaminados. Tal teoria permanece até o século XIX; no entanto, ao final do século XVIII, predominavam na Europa como forma de explicação para o adoecimento humano os paradigmas socioambientais, tendo se esboçado as primeiras evidências da determinação social do processo saúde-doença. 
Com o advento da Bacteriologia, a teoria microbiana passa a ter, já nos fins do século XIX, uma predominância. Na atualidade, identifica-se o predomínio da multicausalidade, com ênfase nos condicionantes individuais. Como alternativa para a sua superação, propõe-se a articulação das dimensões individual e coletiva do processo saúde-doença, que tudo tem a ver com a prática da Estratégia Saúde da Família (ESF). A base conceitual do movimento da medicina preventiva foi sistematizada no livro de Leavell & Clark, “Medicina Preventiva” (1976). O conceito de história natural das doenças é definido como todas as interrelações do agente, do hospedeiro e do meio ambiente que afetam o processo global e seu desenvolvimento, desde as primeiras forças que criam o estímulo patológico no meio ambiente ou em qualquer outro lugar até as alterações que levam a um defeito, invalidez, recuperação ou morte. 
Com o passar dos anos, as mudanças nas sociedades levaram à necessidade de uma ampliação do entendimento sobre saúde: é quando após a II Guerra Mundial, a Organização das Nações Unidas (ONU) cria a Organização Mundial de Saúde (OMS), composta por técnicos de vários países, com o objetivo de estudar e sugerir alternativas para melhorar a saúde mundial. Numa conferência em 1978 a OMS desenvolveu o conceito de saúde:
“Saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente à ausência de doença ou enfermidade, é um direito fundamental, e que a consecução do mais alto nível de saúde é a mais importante meta social mundial, cuja realização requer a ação de muitos outros setores sociais e econômicos, além do setor da saúde”.
O conceito de saúde mais abrangente, é o conceito da VIII Conferência Nacional De Saúde, onde se definiu como sendo resultados das condições de renda, educação, alimentação, transporte, emprego, lazer, e acesso a serviços. 
Principais Teorias das causas: 
Teoria Unicausal: Acreditava, por exemplo, que a etiologia era uma bactéria e a intervenção seria a eliminação da mesma. 
Teoria Multicausal: Além de considerar o agente etiológico como causador da doença, acredita também numa tríade ecológica envolvida, seria ela: Meio Ambiente (Ecológicos: Clima, umidade, temperatura. Biológico: Genética. Social: Relações Sociais e até mesmo culturais, estilo de vida), Agente e Hospedeiro.
Os Fatores Gerais determinantes das doenças, são:
Endógenos: Inerentes ao organismo. 
Exógenos: Fatores Ambientais. 
As doenças, do ponto de vista de tempo de duração podem ser: Agudas ou Crônicas, e o agente patogênico pode causar do tipo infecciosas ou não-infecciosas. Há ainda a causa desconhecida das doenças, são chamadas de: idiopáticas que é quando não se conhece a causa, mas pode se conhecer muito sobre a doenças, pois você sabe quais fatores melhoram ou pioram a doença, mesmo não sabendo a causa da doença. Então, alguns determinantes podem influenciar nessa patologia. São eles:
Determinantes Biológicos: Genético seria um deles, porque cada indivíduo carrega em si sua carga genética, suas predisposições e etc. 
Determinantes Psicossociais: Transcende o biológico e entra no tangente da relação da família, da sociedade, relações de bem estar social, emocional etc. 
Determinantes Econômicos: Estes podem ser de caráter do acesso à educação que também influencia no processo saúde doença, e de renda que está associado à educação, pois dificulta o acesso a saúde, visto que, o sistema de saúde não consegue atender as demandas.
Determinante Cultural: Refere-se à cultura de cada pessoa, no que ela acredita, como ela vive e como isso influencia em sua saúde.
Determinante Ambiental: Clima, umidade do ar, temperatura, saneamento básico, poluição, todos esses fatores influenciam no processo saúde-doença dos indivíduos. 
A Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS) tem como objetivo promover, em âmbito internacional, uma tomada de consciência sobre a importância dos determinantes sociais na situação de saúde de indivíduos e populações. 
Sobre a necessidade do combate às iniquidades de saúde por eles geradas, os Determinantes Sociais de Saúde (DSS) são um dos principais fatores que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco na população. São eles: 
 
Os debates sobre o conceito de Determinantes Sociais da Saúde (DSS) iniciaram-se nos anos 70/80 a partir do entendimento de que as intervenções curativas e orientadas para o risco de adoecer eram insuficientes para a produção da saúde e da qualidade de vida em uma sociedade.
Nesse sentido, os determinantes mais importantes são aqueles que estratificam a sociedade - OS DETERMINANTES ESTRUTURAIS -, tal como a distribuição de renda, a discriminação (por exemplo, baseada em gênero, classe, etnia, deficiência ou orientação sexual) e a existência de estruturas políticas ou de governança que reforcem ao invés de reduzir as iniquidades relativas ao poderio econômico. Esses mecanismos estruturais que influenciam a posição social ocupada pelos indivíduos são a causa mais profunda das iniquidades em saúde. 
As discrepâncias atribuíveis a esses mecanismos moldam a saúde dos indivíduos através de DETERMINANTES INTERMEDIÁRIOS, como as condições de moradia e psicossociais, fatores comportamentais e biológicos, além do próprio sistema de saúde. Em síntese, pode-se dizer, em termos de sua determinação causal, que o processo saúde-doença representa o conjunto de relações e variáveis que produzem e condicionam o estado de saúde e doença de uma população, que variam em diversos momentos históricos e do desenvolvimento científico da humanidade.
Referência: http://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/esf/1/modulo_politico_gestor/Unidade_6.pdf
Medicina, CESMAC
anabeatrizcantarelli@outlook.com

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