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Interleaving O interleaving ou entrelaçamento, é uma técnica utilizada em sistemas codificados tem como função principal aumentar a capacidade de correção para ocorrência de erros em rajada ou surto. A técnica mais simples e também uma das mais utilizadas, consiste em escrever as palavras codificadas em uma matriz no sentido das linhas, e transmitir a informação codificada no sentido das colunas. Desta forma um erro de comprimento J que ocorreria em uma única palavra, normalmente excedendo a capacidade de correção do código, é espalhado em J palavras, se a profundidade da matriz N for maior que J. Assim um dos critérios para escolha da profundidade da matriz de interleaving é o tempo de coerência do canal. Assim busca-se atender, ( onde Tb é o intervalo de duração de um símbolo enviado) Então, No entanto, uma vez que o processo de interleaving introduz uma latência no processo de recepção do sinal. O atraso causado deverá ser inferior ao atraso máximo aceitável pelo sistema . Assim temos para um sistema de transmissão binária. Fazendo o comprimento de palavra L = M, que é o número de colunas da matriz de interleaving podemos escrever: Exercício: Seja um sistema operando em 2GHz que gera pacotes( palavras código) de L=50 para serem inseridas em uma matriz de interleaving. Supondo que o canal rádio transmite a uma taxa de 100kbit/s e que o serviço suporta um retardo máximo de 500ms. Determine a profundidade da matriz de interleaving, para que a técnica de interleaving seja efetiva para um móvel se deslocando a velocidades superiores a 120km/h. Diversidade: A ideia básica das técnicas de diversidade, é proporcionar ao receptor várias versões do sinal transmitido que sejam estatisticamente independentes, de maneira que as diversas versões dos sinais presentes no receptor possam ser utilizadas de maneira a permitir uma melhor estimativa do sinal enviado. Existem diversas técnicas de diversidade: 1 Diversidade temporal. O sinal é enviado diversas vezes buscando estabelecer um intervalo maior que o tempo de coerência entre duas transmissões consecutivas. Na pratica para sistemas móveis esta técnica é impraticável devido a latência inerente a este mecanismo. 2 Diversidade em frequência. O mesmo sinal é enviado em duas bandas de frequência distintas. Neste caso o custo é o gasto do dobro da banda normalmente necessária para transmitir o sinal. Para sistemas de comunicações móveis esta técnica também leva a um custo elevado de sistema. (É comum a utilização desta técnica em sistemas de rádio enlace). 3 Diversidade espacial. Nesta técnica duas ou mais antenas receptoras são espaçadas de forma a que o sinal recebido em cada antena seja estatisticamente independente dos sinais recebidos nas demais antenas. 4 Diversidade em polarização. Esta técnica lança uso da polarização da antena para transmissão do sinal, o mesmo sinal é enviado em polarizações ortogonais entre sí. Esta técnica é também comumente utilizada para dobrar a capacidade do sistema, neste mecanismo é comum a necessidade de um circuito XPIC (do inglês. cross polarization interference canceler), devido imperfeições na ortogonalidade das polarizações no processo de construção da antena. Diversidade espacial Lembrando que, Função de autocorrelação dos desvanecimentos rápidos Frequência Doppler, Do ponto de vista espacial, podemos dizer que o sinal em dois pontos de recepção diferentes tem um pequeno nível de correlação para valores de ε / λ maior que 0,5. Ou seja, duas antenas separadas por uma distância maior do que 0.5 λ recebem sinais praticamente não correlacionadas, ou seja, os níveis de sinal são independentes. A figura abaixo mostra um esquema genérico de um sistema de recepção utilizando diversidade de espaço. Exemplo1 Seja um sistema GSM operando a 900MHz, então, Neste caso a diversidade espacial se mostra não aplicável devido ao espaçamento necessário entre as antenas e as dimensões de um terminal móvel. Exemplo 2. Considere um canal que apresenta um distribuição de Rayleigh, e cuja a relação sinal ruído média é de 10dB. Então a probabilidade da relação sinal ruído cair abaixo de 3dB pode ser escrita como: Se o receptor possuir duas antenas suficientemente espaçadas, o sinal recebido em uma antena é estatisticamente independente do sinal recebido na outra antena. O sinal recebido só estará com uma relação sinal ruído abaixo de 3dB, se a relação sinal ruído em cada antena estiver abaixo de 3dB, ou seja. RECEPTOR Diversidade por comutação: Nesta técnica também chamada de comutação seca ou com perda de bits, a qualidade do sinal recebido em uma das antenas é monitorado continuamente, e caso seja detectada uma degradação significativa do sinal recebido, o sistema chaveia para uma a antena de diversidade, conforme a figura abaixo. Diversidade por seleção: Nesta técnica também chamada de comutação Hitless ou sem perda de bits, a qualidade do sinal recebido em ambas as recepções, é monitorado continuamente, e caso seja detectada uma degradação pré-determinada do sinal recebido, o sistema chaveia de maneira suave (sem perda de bit) para a recepção com melhor qualidade de sinal. Este esquema também é utilizado como sistema de redundância à falhas. Critério de comparação Critério Diversidade por combinação. Nesta técnica, os sinais recebidos em cada antena são combinados na recepção. Nesta técnica devido às fases dos sinais poderem se somar de forma destrutiva, é necessário um circuito chamado “comb” que garante a rotação de fase necessária, de forma a que os sinais se somem de maneira construtiva. O ganho com esta tipo técnica é da ordem de 3 dB para duas antenas. Neste caso não há comutação na recepção. Duplexação: A maioria dos sistemas wireless são duplex, ou seja, existe um sentido de transmissão e um de recepção. De forma a utilizarmos a mesma antena para a transmissão e para a recepção, é necessária a utilização de técnicas que evitem que a transmissão “vaze” para o próprio receptor do terminal. Duplexação em frequência ( FDD): Nesta técnica os canais de transmissão e recepção estão separados em frequência. São implementados duplexadores, que são filtros utilizados de forma isolar o canal de transmissão do canal de recepção. Ainda como forma de minimizar qualquer efeito de sinais indesejados na entrada do receptor, utiliza-se uma banda de guarda entre o transmissor e o receptor, e de forma também a garantir que separação entre o canal de subida e o canal de descida excedam a banda de coerência, assim obtém-se um efeito de diversidade em frequência. Desta forma, ainda que o sinal na transmissão/recepção experiencie um forte desvanecimento, o canal reverso poderá não ser afetado. Somador Duplexação no tempo (TDD): Nesta técnica, o mesmo canal em frequência é utilizado para a transmissão e para a recepção. Parte do tempo o canal é utilizado em uma direção e na outra, na direção reversa. Este mecanismo possibilita a comunicação assimétrica, ou seja, utilizar mais tempo ( maior taxa ) na transmissão em um sentido do que em outro, isto pode ser interessante em serviços associados a internet, onde as taxas de upload e download geralmente são bastante distintas. Duplexador tot Múltiplo acesso: Dado que o meio utilizado pelas comunicações móveis é o espectro em frequência disponível para a irradiaçãoatravés da interface rádio. Este meio deve ser compartilhado por vários usuários com diferentes serviços. Sendo que cada um demandará algum nível de utilização deste espectro. Assim são necessárias técnicas que permitem o uso compartilhado do espectro. Acesso múltiplo por divisão em frequência(FDMA): Cronologicamente, esta foi a primeira técnica de múltiplo acesso utilizada, os sistemas AMPS são um exemplo de utilização desta técnica .Esta técnica consiste em dividir a utilização do espectro em vários canais com uma largura de banda fixa dependente do serviço utilizado, desta forma tornando os canais ortogonais frequêncialmente uns em relação aos outros. Nesta técnica uma banda de guarda entre os canais é normalmente utilizada de forma a minimizar os efeitos de inferência de canal adjacente devido a não idealidade dos filtros físicos implementados nos transmissores de cada usuário. (Esta técnica é ainda das principais técnicas utilizadas em sistemas de rádio enlace). A figura abaixo ilustra o uso desta técnica. Acesso Múltiplo por Divisão no Tempo (TDMA): Na técnica de acesso TDMA, os usuários compartilham a mesma banda de frequência, no entanto transmitem em intervalos de tempo distintos. Assim é conseguida uma ortogonalidade temporal. O intervalo de tempo total de varredura de todos os usuários para que um novo ciclo se inicie é chamado de frame. Dentro do período de duração de um frame, a cada usuário é reservado uma janela de tempo (time slot),para transmissão/recepção dos seus dados. Nesta janela a informação é enviada na forma de rajada. De forma à comunicação ocorrer de forma contínua aos olhos do usuário, tanto o transmissor como o receptor possuem buffers, que transmitem/recebem a informação de forma descontinua e as disponibilizam de forma contínua. A figura abaixo ilustra um frame sistema TDMA Na prática o que normamente se utiliza é um misto de técnica TDMA e FDMA.O motivo é que a medida que temos um maior número de usuários, é interessante dividir o espectro em diversas bandas distintas e replicar o sistema TDMA em cada banda do sistema FDMA formado. Exemplo: O Sistema GSM-900 utiliza a faixa de frequência de 890 a 915MHz para a transmissão dos móveis para a rede e a faixa de 935 a 960MHz para a transmissão da rede para os móveis. Em cada sentido de transmissão se definem 125 canais de 200kHz cada um, sendo o espaçamento FDM de 45MHz. Em cada canal, é definido uma estrutura de quadro com duração de 4.615ms acomodando 8 usuários temporais (TDMA) 1 2 3 M Time Slot rajada frame O frame GSM tem duração de 4.615ms, sendo que dentro desta estrutura se definem 8 janelas temporais de usuário, cada uma com 577us. Dentro do tempo de duração do intervalo de um usuário (577us), são enviados 148bits mais um tempo de guarda equivalente a 8.5bits(30.44us).Desses 148 bits 114 são de fato utilizados para transmissão dos da informação codificada, sendo os restantes utilizados para sinalização e sincronismo. Conforme as figuras abaixo O período de 8.5bits corresponde ao tempo de guarda de aproximadamente 30us, este tempo equivale ao tempo transitório, necessário para que os amplificadores de potência entrem e saiam do seu ponto de trabalho. Separação entre canais: 45MHz 1 2 3 8 Time Slot Ts=577us Frame T=4.615ms Rajada de 148bits = 546.12us frequência tempo Desta forma para o sistema GSM temos que a taxa de transmissão do canal é No entanto a taxa efetiva de de transmissão de informação de cada usuário é de A transmissão de voz no GSM na realidade ocupa 24 de cada 26 frames transmitidos, os outros dois são utilizados para transmitir sinalizações do sistema, ao invés de tráfego de usuário. Assim a taxa real será dada por Sincronismo nos sistemas TDMA Como a transmissão da informação pelos usuários nos sistemas TDMA é realizada por divisão no tempo. Esses sistemas necessitam de mecanismos de sincronização temporal. Com estas finalidade estes sistemas lançam mão da utilização do envio de sequências conhecidas como estratégia de sincronizar temporalmente as recepções a partir das próprias sequências recebidas. De uma maneira genérica a estrutura TDMA no tempo pode ser escrita como, Avanço temporal(TA- Timing Advance): O acesso TDMA requer um alto grau de sincronismo entre os diferentes usuários, para que as transmissões associadas a cada usuário estejam contidas efetivamente dentro da correspondente janela temporal de cada usuário. De maneira a facilitar a sincronização entre usuários, é normalmente utilizada uma janela de guarda temporal entre os usuários. No entanto tal estratégia é limitada devido aos atrasos e perda de eficiência provocada no sistema. Como o sistema é multiusuário, cabe a estação rádio base a tarefa de distribuição do sincronismo entre os diversos móveis através do envio da sequência de sincronismo para os diversos usuários. Sequencia de sincronismo Canais de controle e sinalização, (potência,etc) Dados codificados A partir da sincronização do móvel com a sequência enviada, conseguirá distinguir o início da sua janela de leitura e o momento de envio da sua sequência para a estação rádio base. Ocorre no entanto que os diferentes móveis encontram-se em diferentes distâncias da estação rádio base, e desta forma possuem tempos de propagação distintos quando. Ou seja o tempo de sincronização percebido por cada móvel pode variar, e provocar uma sobreposição de referências gerando colisões durante o processo transmissão de diferentes móveis. A figura abaixo ilustra esta situação. Uma solução adequada é incorporar um mecanismo de avanço temporal no sistema, de maneira que cada terminal antecipe a transmissão da sua rajada de acordo com o seu correspondente atraso de propagação. No entanto para que o móvel possa realizar este mecanismo ele precisa saber qual o seu atraso de propagação em relação a estação rádio base. Esta informação é fornecida de maneira dinâmica pela estação radio base, que por ser a referência de relógio envia as sequência e consegue medir o tempo de retorno Tprop, informando posteriormente o móvel para que ele faça a correspondente correção no início do seu intervalo de transmissão. Este então passa a antecipar a transmissão do seu sinal em 2xTprop. Sequência de sincronismo recebida R1 Sequência de sincronismo recebida R2 referencia para transmissão com base no incio de R1 referencia para transmissão com base no incio de R2 COLISÃO Exemplo: Em um sistema GSM o mecanismo de TA ( Timing Advance), se comunica com os terminais através do canal SACCH a cada 480ms.O TA é representado através de 6 bits, o que corresponde a 64 valores de ajuste TA possíveis. A resolução do TA é de um bit GSM, isto é a variação de uma unidade de TA corresponde a 3.69us ( 1bit/271kbits/s). Em termos espaciais, esta resolução corresponde a distância correspondente para gerar uma atraso de propagação correspondente a um TA é então. Consequentemente segundo este critério o maior raio que uma célula GSM consegue operar será de 35km.
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